Fundação Paz na Terra ano LXVII - Nº 37 Natal/RN | R$ 7,00 Maio de 2019
DESAFIOS DA EVANGELIZAÇÃO NO
mundo urbano
A ORDEM
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A ORDEM
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A ORDEM
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ENTREVISTA - Reitor da UFRN fala sobre desafios para nova gestão
PARÓQUIAS - Nesta edição, você vai conhecer as comunidades paroquiais de Santo André de Soveral, em Emaús e Nossa Senhora de Fátima, em Passa e Fica
VIDA PASTORAL Movimentos marianos
Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689
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CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Cione Cruz André Kinal Idalécio Rego Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr
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DESAFIOS DE UMA IGREJA EM SAÍDA
EM AÇÃO - SADEF gera inclusão por meio do esporte
EXPEDIENTE
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Desalojar-se da sacristia e caminhar ao encontro do povo em sua realidade e na localidade em que mora e vive é a proposta do Papa Francisco, quando desafia os bispos e demais clérigos a vivenciaram uma “Igreja em saída”. Francisco acredita que não dá mais para ficar no templo esperando que os fiéis venham em busca de evangelização. E o Santo Padre está certo. Mas o projeto de uma Igreja em saída proposto pelo Papa enfrenta diversas barreiras. Uma delas é convencer boa parte do clero a se desinstalar do cômodo lugar em que vive, enxergar a realidade e caminhar ao encontro dos fiéis. Mas esse não é o principal problema, porque há clérigos que abraçam a causa, aceitam o desafio do Papa e de Jesus – “Ide, pois, e ensinai a todas as nações (...), batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (cf. Mt 28,19) e se põem a caminho. Há problemas de outra ordem, como a realidade urbana das cidades: nos centros e até em áreas periféricas mais estruturadas e abastadas, estão os cristãos e não cristãos “encarcerados” em condomínios fechados; e nas periferias pobres estão outros cristãos e não cristãos “encurralados” pelas milícias e facções criminosas as mais diversas. Como penetrar nestes ambientes é um desafio enorme, tanto quanto o projeto de uma Igreja em saída. Mas não dá para se acomodar. A Igreja precisa se por em saída.
EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1752) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN) CAPA: Rivaldo Jr. COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal
DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140
IMPRESSÃO: Gráfica Sul (84) 3211-2360
COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001
TIRAGEM: 1.000 exemplares
ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br
A ORDEM
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A ORDEM PALAVRA DA IGREJA
MENSAGEM PARA O DIA MUNDIAL DAS
Comunicações
“ Francisco Papa
Somos membros uns dos outros (Ef 4, 25): das comunidades de redes sociais à comunidade humana” é o tema da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado dia 2 de junho. No texto, o Pontífice convida a refletir sobre o fundamento e a importância do “nosso ser-em-relação”. “Se é verdade que a internet constitui uma possibilidade extraordinária de acesso ao saber, também é verdade que se revelou como um dos locais mais expostos à desinformação e à distorção consciente e pilotada dos fatos e relações interpessoais, a ponto de muitas vezes cair no descrédito”, constata o Papa. De acordo com a mensagem, se por um lado as redes sociais servem para
Deus não é solidão, mas Comunhão; é Amor e, consequentemente, comunicação, porque o amor sempre comunica. (…) Só sou verdadeiramente humano, se me relacionar com os outros.” nos conectar melhor, por outro elas se prestam a um “uso manipulador, visando obter vantagens no plano político ou econômico, sem o devido respeito pela pessoa e seus direitos”. Francisco cita a estatística de que um em cada quatro adolescentes está envolvido em episódios de cyberbullying. Além do mais, eles estão mais expostos ao fenômeno dos “eremitas sociais”, correndo o risco de se alhear totalmen-
te da sociedade. Isso significa que a comunidade de redes sociais não é, automaticamente, sinônimo de comunidade. Muitas vezes, analisa o Pontífice, “a identidade funda-se mais a partir daquilo que divide do que daquilo que une, o que dá margem ao preconceito e ao individualismo desenfreado. Assim, aquela que deveria ser uma janela aberta para o mundo, torna-se uma vitrine onde se exibe o próprio narcisismo.” Para que as conexões virtuais impliquem em verdadeiras conexões humanas, o Papa propõe as palavras usadas por São Paulo. A metáfora do corpo e dos membros leva-nos a refletir sobre a nossa identidade, que se funda sobre a comunhão e a alteridade. Como cristãos, todos nós reconhecemos como membros do único corpo, cuja cabeça é Cristo. As pessoas não são potenciais concorrentes. O Santo Padre escreveu: “Deus não é Solidão, mas Comunhão; é Amor e, consequentemente, comunicação, porque o amor sempre comunica. (…) Só sou verdadeiramente humano, se me relacionar com os outros.” Para o Santo Padre, a rede só será uma oportunidade, se soubermos vivenciar na prática as conexões feitas através da tecnologia. É preciso passar do “like” ao “amém”. “Esta é a rede que queremos: uma rede feita não para capturar, mas para libertar, para preservar uma comunhão de pessoas livres. A própria Igreja é uma rede tecida pela Comunhão Eucarística, onde a união não se baseia nos «likes», mas no «amém» com que cada um adere ao Corpo de Cristo, acolhendo os outros”, conclui o Santo Padre.
Maria é a Mãe universal. Ela é verdadeiramente o rosto humano da infinita bondade de Deus.
160 páginas
(Papa Francisco, no livro Ave Maria)
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Neste novo livro, Papa Francisco aborda o mistério de Maria percorrendo verso por verso a Ave-Maria, num diálogo vivo e fecundo com o Padre Marco Pozza. Uma obra para renovar a fé no grande modelo de mãe para a humanidade: aquela que é bendita entre as mulheres.
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A VOZ DO PASTOR A ORDEM
“Rogai por nós a Deus, Aleluia! Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria, Aleluia! Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!”
MAIO: MÊS DE LOUVOR
Virgem Maria Queridos irmãos e irmãs!
“
No coração da Igreja, resplandece Maria. É o grande modelo para uma Igreja jovem, que deseja seguir Cristo com frescor e docilidade. Era ainda muito jovem quando recebeu o anúncio do anjo, não se coibindo de fazer perguntas (cf. Lc 1,34). Mas tinha uma alma disponível e disse: ‘Eis a serva do Senhor’ (Lc 1, 38)” (PAPA FRANCISCO. Exortação Apostólica Pós-sinodal Christus vivit, n. 43). Com estas palavras do Papa Francisco, exortando os jovens de todo o mundo, queremos saudar o mês de maio, o Mês de Nossa Senhora, Mês mariano. É uma graça toda especial, ainda mais neste Tempo Pascal, onde celebramos a Ressurreição do Senhor, inauguração do tempo da graça e da misericórdia sem fim para toda a humanidade. Neste Tempo Pascal, cantamos a alegria da “Rainha do Céu”: “Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia! Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia! Ressuscitou como disse, Aleluia! Rogai por nós a Deus, Aleluia! Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria, Aleluia! Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!”. A alegria da Mãe do Senhor é também a nossa alegria. É uma alegria renovadora. É uma alegria que fortalece para a missão. Pois, só é possível seguir adiante porque o Senhor ressuscitado caminha conosco, está sempre ao nosso lado, como outrora junto ao povo de Israel (cf. Ex 3,14), e como Senhor ressuscitado e doador do Espírito Santo (cf. Mt 28,20; Jo 16,13.33). No caminho da fé, caminho com o Ressuscitado
Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
presente, nós também contamos com a materna intercessão e o testemunho de fé da Mãe de Jesus. Ela é o exemplo de prontidão diante da Palavra e do desígnio divino – “Eis aqui, a serva do Senhor” (Lc 1,38); mas, como bem recorda Papa Francisco: sem se coibir de fazer perguntas – “Como acontecerá isso, se não conheço homem algum?” (Lc 1,34); é exemplo de prontidão para a caridade – “Naqueles dias, Maria levantou-se e foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Maria ficou três meses com Isabel e depois voltou para casa” (Lc 1,39.56); e ainda – “Faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm vinho?” (Jo 2,3); a Virgem Maria é exemplo de confiança no poder de Deus – “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe...” (Jo 19,25); ela é exemplo de perseverança na oração que fortalece a comunidade dos discípulos – “Todos eles perseveravam na oração em comum, com algumas mulheres e Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (At 1,14); ela é sinal de esperança para toda a Igreja: é a mulher vestida de sol, tendo a luz debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas (cf. Ap 12,1). Que neste mês de maio também cantemos com Ela: “o Poderoso fez por mim grandes coisas. Santo é o seu nome, e sua misericórdia se estende de geração em geração, sobre aqueles que o temem” (Lc 1,49s).
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A ORDEM ENTREVISTA
Tendo como foco a defesa da universidade pública, que completou 60 anos, novo reitor, José Daniel Diniz, assume cargo na instituição de ensino neste mês de maio POR CIONE CRUZ FOTOS: CÍCERO OLIVEIRA
Limitações financeiras: maiores desafios da nova gestão da UFRN
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ENTREVISTA A ORDEM
A ORDEM: Quais as principais contribuições da UFRN para a sociedade potiguar ao longo desses 60 anos de história? Prof. Daniel: A Universidade Federal do Rio Grande do Norte está completando agora 60 anos; iniciou um processo de comemoração em junho do ano passado, e, nesses 60 anos ela se mostrou uma instituição essencial para o desenvolvimento econômico e social do Estado do Rio Grande do Norte. Até então, o estado não tinha universidade, tinha faculdades isoladas. Houve uma iniciativa muito arrojada do primeiro reitor da instituição, Onofre Lopes, de propor a criação da universidade, que foi abraçada pelo governador da época, Dinarte Mariz, e, desde então, tem se mostrado de extrema importância para o desenvolvimento do RN. Nós poderíamos destacar muitas atividades e ações importantes, mas eu reforçaria a formação de pessoas, a formação de profissionais. Se hoje nós observarmos os profissionais das mais diversas áreas que atuam no estado, certamente vamos ver que boa parte deles é formada aqui na UFRN. A interiorização da instituição foi outra iniciativa importante. O primeiro reitor, Onofre Lopes, já iniciou um projeto de atuação no interior: o programa Crutac, que passou a ser exemplo, depois, para todo o país, onde a instituição se preocupava em chegar às cidades do interior. Como já nasceu dessa forma, A UFRN, hoje, está presente, além de Natal, em mais quatro cidades: Macaíba, Currais Novos, Caicó e Santa Cruz, além de diversos outros polos. A Ordem: A Universidade sempre teve uma parceria com a Igreja
Católica que, inclusive, foi a responsável pela criação do curso de Serviço Social. Essa parceria continua nos dias de hoje? Prof. Daniel: As parcerias continuam. Na verdade, a Igreja tem uma preocupação social muito importante, e a Universidade, sendo uma instituição federal, que se preocupa com formação de cidadãos, também tem na sua missão, de forma muito enfática, a preocupação com as questões sociais. Isso faz com que a universidade e a Igreja tenham parcerias e preocupações para que a nossa sociedade possa avançar, possa ser menos desigual, para que nós tenhamos cada vez mais respeito pelo cidadão como ele é. Eu destacaria que, recentemente, tivemos uma ação muito bonita do ponto de vista acadêmico e do ponto de vista simbólico até, não só para o Rio Grande do Norte, mas para o país, quando a nossa orquestra filarmônica esteve no Vaticano, fazendo uma apresentação para o Papa. Quais as principais propostas da nova gestão da universidade? Prof. Daniel: Nós tivemos um processo de eleição na instituição no final do ano passado. Estou atualmente como vice-reitor e me coloquei no processo como candidato para a reitoria e tivemos, pela primeira vez, uma única chapa inscrita, tendo como vice-reitor o professor Ênio Miranda, atual diretor do Centro de Ciências da Saúde. Nós fizemos um grande processo de discussão com toda a comunidade universitária, para entender quais a principais preocupações para o futuro da universidade e aí construímos uma carta-programa
JOSÉ DANIEL DINIZ é professor do Departamento de Engenharia e tem 22 anos de UFRN. Já foi chefe do Departamento e diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia. O professor se elegeu reitor para o mandato de 2019 até 2023, com 8.988 votos de um total de 9.537 votantes
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A ORDEM ENTREVISTA
“A Igreja tem uma preocupação social muito importante, e a Universidade, também tem na sua missão, de forma muito enfática, a preocupação com as questões sociais” JOSÉ DANIEL DINIZ com essas sugestões recebidas. Como foco principal, nós temos a defesa da universidade pública como essencial para o desenvolvimento do país, econômico e social. Colocamos a questão da qualidade acadêmica, como sendo a frase marcante para a gestão. Nós iniciamos, já desde 2017, um processo de discussão de qualidade acadêmica em todos os cursos. A UFRN, para nossa alegria, tem hoje o reconhecimento nacional com as suas políticas de inclusão, de respeito às pessoas. Temos desafios importantes, avanços necessários nessas áreas, por exemplo, como fazer uma gestão com foco na qualidade, com recur-
sos cada vez mais limitados. Fazer a gestão com essas limitações orçamentárias impostas no cenário atual vai ser um grande desafio. Quais os maiores desafios da educação brasileira, na atualidade? Prof. Daniel: Eu penso que devemos procurar enxergar o sistema como um todo. Os desafios da educação superior não estão somente na educação superior. Nós temos problemas muito importantes na nossa educação básica. Os dados do IDEB que são publicados nos mostram que todos nós brasileiros devemos estar muito preocupados com eles. Devemos procurar resgatar a qualidade da
educação básica, que lá no passado já foi de uma qualidade muito boa. Estou falando da educação pública, e nós precisamos resgatar isso. Essas dificuldades originárias desde a educação básica permanecem e são desafios importantes quando esse aluno ingressa na educação superior. Aponto também, limitações de financiamento do desenvolvimento de ciência e tecnologia no país, através do Ministério da Ciência e Tecnologia. Uma sociedade que não produz conhecimento na educação superior, que não produz ciência e tecnologia, certamente vai enfrentar muito mais dificuldades para o seu desenvolvimento.
Novo reitor da UFRN diz que desafios da educação superior não estão somente na educação superior
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A ORDEM CAPA PORTALNOAR.COM.BR
Evangelizar no mundo urbano:
uma Igreja em saída
Segundo o Papa Francisco, não existe ‘evangelização de poltrona’. É preciso ir ao encontro das pessoas e não esperar que elas procurem pela Igreja POR CACILDA MEDEIROS
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atal é uma cidade com quase um milhão de habitantes, distribuídos em diferentes realidades econômicas e sociais. Enquanto há pessoas que residem em condomínios luxuosos, em mansões cercadas de seguranças, há outras morando em casebres, em condições indignas, nas comunidades carentes. E a evangelização, como está chegando às pessoas, nessas realidades tão distintas? Durante a homilia da missa, na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, em 18 de abril de 2018, o Papa Francisco explicou que não existe “evangelização de poltrona”. Na ocasião, ele propôs três chaves para levar o anúncio de Deus a qualquer lugar. Segundo o Santo Padre, os cristãos têm a ‘obrigação’ e a ‘missão’ de evangelizar, pedindo para ser ‘atentos ao Espírito’, para ‘sair’ e ‘demonstrar proximidade às pessoas’. “Para isso, temos que começar da situação concreta, não de uma teoria”, destacou. Francisco indicou que é preciso ir ao encontro das pessoas e não esperar que elas procurem pelas Igrejas, assim como os cristãos precisam dar testemunho de misericórdia e de ternura. PAUTA NA ASSEMBLEIA GERAL DOS BISPOS A atuação da Igreja no mundo urbano é o foco do texto preparatório da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontece de primeiro a 10 deste mês de maio, em Aparecida (SP). Nesta assembleia, serão atualizadas as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Bra-
CAPA A ORDEM
“A presença da Igreja em São Lourenço é sinal de esperança, mostrando que é possível haver organização em prol do bem comum. É a Doutrina Social da Igreja sendo posta em prática” RANDENCLÉCIO XAVIER sil para o quadriênio 2019-2023. Segundo matéria publicada no Portal da CNBB, em fevereiro deste ano, o segundo capítulo do documento trata do olhar que a Igreja faz sobre a cidade, destacando quais são os pontos determinantes na vida urbana. Já, o quarto capítulo constitui-se de indicadores que apontam sobre que maneira a Igreja no Brasil pode estar presente da melhor maneira possível neste novo mundo urbano. “O texto reforça que vivemos uma cultura urbana, com predominância, no país, das grandes cidades”, acentuou Dom José Belisário Silva, arcebispo de São Luiz (MA) e coordenador da comissão responsável pela produção do texto preparatório para a assembleia da CNBB.
OS DESAFIOS DE EVANGELIZAR NO MUNDO URBANO Nas últimas décadas, o Brasil vem passando por um processo acelerado de mudanças. Uma das características mais fortes deste processo é o crescimento das cidades, sobretudo, dos grandes núcleos urbanos. Esta realidade é enfrentada pela Igreja Católica, no campo da evangelização. “Nessa realidade urbana, a evangelização merece destaque entre os maiores desafios estruturais que a Igreja deve enfrentar na atualidade, pois o mundo urbano representa o pós-moderno, com suas complexidades geográficas, estruturais, existenciais, sociais e, em meio a tudo isso, eclesiais”, comenta Padre Matias Soares, pároco da Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, em Mirassol, Natal. De acordo com o sacerdote, um desafio preocupante é a tendência ao individualismo, presente na sociedade atual. Ele acredita que as novas diretrizes da CNBB vão dar uma luz nesse sentido, porque o texto preparatório trata a Igreja como ‘casa’. “É uma preocupação que está na raiz do Evangelho, porque a ‘casa’ vai ser sempre um lugar de encontro das pessoas, da fraternidade e da solidariedade”, diz. A cultura do mundo urbano ultrapassa os limites geográficos das grandes cidades. Do centro às periferias, das cidades aos distritos e vilarejos, onde há convívio humano, a cultura urbana tem marcado seu espaço. “Uma paróquia na área urbana com mais de dez mil habitantes já é
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A ORDEM CAPA
muito difícil de ser evangelizada, se não houver um consistente plano missionário pastoral para esta conjuntura. O fator tempo se sobrepõe ao aspecto espacial. Na área urbana, é toda dinâmica eclesial que deve estar em função das pessoas. Até mesmo na área rural, mesmo que um pouco menos, já há forte influência e existência de
Atuação da Igreja no mundo urbano é o foco do texto preparatório da Assembleia geral da CNBB
ARQUIVO CNBB
Bispos se reúnem em Brasília de 01 a 10 de maio, em Aparecida (SP)
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uma mentalidade urbana, enfatiza o pároco de Mirassol. Para ele, nessa perspectiva, é urgente que a Igreja repense suas estruturas. “As paróquias não podem mais ser concebidas como ‘feudos e quinhões’. A conversão das estruturas, como o Papa está a nos ensinar, passa por esta conversão pessoal, tendo em vista o bem do povo de Deus”, destaca.
CAPA A ORDEM CACILDA MEDEIROS
“Uma paróquia na área urbana com mais de dez mil habitantes já é muito difícil de ser evangelizada, se não houver um consistente plano missionário pastoral para esta conjuntura” PE. MATIAS SOARES
AÇÕES CONCRETAS O bairro do Alecrim é um dos mais antigos da capital, mesclado, atualmente, pelo comércio formal e informal e por residências. O pároco da Paróquia de São Sebastião, que abrange parte do bairro, Padre José Freitas Campos, fala dos desafios de trabalhar a evangelização nesses espaços. “Onde a Igreja de São Sebastião está localizada, já foi tipicamente uma área residencial; hoje, é muito mais comercial. Daí, a gente tem que fazer um esforço para envolver as pessoas, nas ações da Igreja”, diz. Uma das ações, segundo Padre Campos, acontece no período que antecede a festa do padroeiro, através das pré-novenas, realizadas nas ruas. Outra ação realizada na paróquia, com o intuito de ser uma ‘igreja em saída, é a ‘missão vinte’, que acontece des-
de 2002, mensalmente, sempre no dia 20. “A Comissão Missionária Paroquial é responsável por organizar, para cada dia 20, a infraestrutura para se celebrar em uma rua do bairro. A programação consiste em meia hora de animação missionária, concluindo com a celebração da missa, sempre com uma boa participação de fiéis. Podemos dizer que nos antecipamos ao apelo do Papa Francisco: uma Igreja em saída”, enfatiza o pároco. Nesta mesma perspectiva, há mais de um ano, a obra Família Missionária, ligada à Comissão Missionária Arquidiocesana, vem desenvolvendo um trabalho na comunidade São Lourenço, localizada no território da Paróquia de Santa Maria Mãe, no Conjunto Santa Catarina, zona norte de Natal. De acordo com o coordenador da Família Missio-
nária, Randenclécio Xavier, São Lourenço é uma comunidade situada por trás do Shopping Estação, às margens do Rio Potengi. “Nós realizamos o trabalho de escuta junto às pessoas, através de visitas domiciliares. Nessas visitas, conversarmos sobre as maiores necessidades e desafios da comunidade”, destaca Randenclécio. Além das visitas domiciliares, todas as terças-feiras há celebração em uma casa da comunidade. De acordo com Randenclécio, agora as Famílias Missionárias estão realizando um trabalho formativo, para despertar lideranças e a autonomia da comunidade. “A presença da Igreja em São Lourenço é sinal de esperança, mostrando que é possível haver organização em prol do bem comum. É a Doutrina Social da Igreja sendo posta em prática”, comenta.
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A ORDEM ARTIGO
Violência contra a
mulher Derivada do latim “violentia”, a palavra violência é definida pelo Dicionário Houaiss como sendo “a ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra alguém; ato violento, crueldade, força”. A Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, adotada pela OEA, em 1994) estabelece que a violência contra a mulher é “qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada”. A violência contra a mulher é uma das maiores preocupações da sociedade atual, tendo em vista que ela não afeta só a vítima, mas também a sociedade. As consequências da violência na vida da mulher são devastadoras, a exemplo de distúrbios psíquicos e sequelas físicas. Um estudo apontou que o Brasil tem o sétimo maior índice de feminicídios (Secretaria de Políticas para as Mulheres SPM, 2012). Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a cada uma hora e meia, uma mulher morre vítima de violência, que geralmente ocorre nas relações domésticas, familiares e afetivas. Apesar de ser conhecida por todo o país, devido à ampla divulgação de seu teor entre a população, a Lei Maria da Penha não teve impacto sobre feminicídios, segundo o Ipea. Se-
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gundo um levantamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), divulgado no início deste ano, no Brasil, quatro mulheres foram vítimas de feminicídio por dia. Tais dados alarmantes decorrem da cultura machista e discriminatória que ainda subsiste nas relações entre homens e mulheres. Lamentavelmente, o medo é ainda o maior obstáculo das ofendidas que silenciam ao invés de denunciar, muitas vezes por amor, por não querer a desestruturação da família ou, ainda, por temer algo pior. A violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos e constitui um obstáculo para a conquista da igualdade de gênero, ensejando assim a adoção de políticas públicas e sociais que efetivamente reprimam essa prática na sociedade. Após o advento da Lei Maria da Penha, houve um avanço significativo, com o maior acesso das vítimas à proteção, além do aumento do número de denúncias e de delegacias especializadas de atendimento à mulher, porém a situação ainda é extremamente preocupante e outras medidas devem ser tomadas A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um serviço que oferece orientações sobre o enfrentamento à violência contra a mulher, bem como na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres. O sigilo de quem aciona o serviço é garantido, sendo a identificação opcional, podendo ser utilizado por qualquer cidadão.
Ellen Rodrigues Advogada, especialista em processo do trabalho
“A violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos e constitui um obstáculo para a conquista da igualdade de gênero”
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EM AÇÃO
SADEF
gera inclusão por meio do esporte FOTOS: ACERVO SADEF
Atletas participantes do campeonato Regional Norte e Nordeste Loterias
Com 24 anos de atuação, sociedade oferece diversas modalidades esportivas para pessoas que com deficiência física e atletas acumulam medalhas e participação em campeonatos
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EM AÇÃO A ORDEM
Para as pessoas com deficiência física, intelectual e visual, a prática de esportes pode representar fator de inclusão social e realização pessoal, uma vez que desenvolve, principalmente, a capacidade motora e autoestima. Essa é a aposta da SADEF (Sociedade Amigos do Deficiente Físico), que atua no Rio Grande do Norte há 24 anos. A sociedade sem fins lucrativos oferece diversas modalidades esportivas para as pessoas que são atendidas e os atletas acumulam medalhas e participação em campeonatos. Entre os esportes estão natação, tênis de mesa, badminton, futebol de amputados, entre outros. Os trabalhos são oferecidos de forma gratuita e, para conseguir realizar as atividades, a sociedade conta com o apoio financeiro de projetos sociais e da sociedade em geral. A SADEF tem como presidente, Tércio Tinoco. Só no ano passado, a associação conquistou 114 medalhas no Regional Norte e Nordeste Loterias Caixa, em Aracaju (SE), sendo 50 de ouro. As modalidades disputadas foram atletismo e natação. “A SADEF tem desempenhado com competência o papel de acolher pessoas com deficiência, tanto da nossa capital quanto de outras cidades do estado. A gente busca incentivá-las a praticar o esporte, pois desenvolve principalmente a capacidade e autoestima do cidadão que se sente excluído do contexto comunitário, tendo a oportunidade de demonstrar a sua reabilitação e o seu desempenho de forma competitiva, em situações que lhes são encorajadas”, ressalta Tércio. Em sua segunda gestão, o presidente da SADEF destaca os pontos positivos, alcançados por meio do investimento no trabalho social. “Nós resgatamos a SADEF, que estava na UTI e a colocamos novamente em destaque nacional e até internacional. Aumentamos de três para nove modalidades esportivas e vimos o número de atletas saltar de 30 para 200. É muito mais gente incluída por meio do esporte, que é o objetivo principal do nosso tra-
balho”, comemora. Em 2018, a associação recebeu da Câmara dos Deputados, em Brasília, o Prêmio Brasil Mais Inclusão 2018, concedido a entidades que realizam trabalhos relevantes em favor das pessoas com deficiência. NATAL PRAIA INCLUSIVA Em 2017, a SADEF iniciou um projeto, de forma totalmente gratuita na praia de Ponta Negra, intitulado “Natal Praia Inclusiva”, que consiste no desenvolvimento de atividades por parte de pessoas com deficiência, com a proposta de integração social, oferecendo acesso desses cidadãos ao mar, quando sentados em cadeiras de rodas anfíbias, o que possibilita tomar banho, nadar e praticar atividades lúdicas. O projeto acontece todo fim de semana, das 08h às 12h, na praia de Ponta Negra, litoral sul potiguar, nas proximidades do Morro do Careca, onde a água é mais tranquila. Com a realização da atividade, Ponta Negra ficou conhecida como a única
praia 100% acessível do estado para pessoas com deficiência, idosos ou mobilidade reduzida. No próximo dia 18, uma programação especial será realizada para comemorar o aniversário de dois anos de criação do projeto, além das atividades do Maio Amarelo, que visa conscientizar sobre a segurança no trâansito. A programação vai ser realizada das 08h às 15h, aberta ao público.
SERVIÇO Para saber mais sobre o trabalho e atividades oferecidas pela SADEF ligue para: (84) 3027-1834 ou acesse: www.sadefrn.org.br Doações: Banco do Brasil Ag. 3777-X Conta: 37.797-X CNPJ: 00.471.150/0001-83 Sociedade Amigos do Deficiente Físico do RN
Tércio Tinoco, presidente da SADEF/RN MAIO DE 2019
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Assim como toda
Mãe...
... Maria acolheu, nutriu, educou e amou. Em maio, a Paulinas fala sobre a maternidade e mostra Maria, a Mãe de Deus, como exemplo.
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A ORDEM
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A ORDEM PARÓQUIAS
Devoção a Santo André de Soveral
cresce no Jardim Aeroporto RIVALDO JR.
Igreja Matriz do Beato André de Soveral
Jardim Aeroporto, Parque Industrial, Parque das Orquídeas e Emaús compõem a paróquia dedicada a Santo André de Soveral POR CACILDA MEDEIROS
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PARÓQUIAS A ORDEM
Em 3 de novembro de 2003, o então arcebispo de Natal, Dom Heitor de Araújo Sales, criou a Paróquia de Santo André de Soveral, desmembrando-a da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Parnamirim. A Paróquia dedicada ao Beato André de Soveral é formada pelas comunidades do Jardim Aeroporto (sede), Parque Industrial, Parque das Orquídeas e Emaús. Na época da criação, na comunidade do Jardim Aeroporto havia uma igreja dedicada à Mãe Rainha, que foi transformada em Igreja Matriz. Inicialmente, a Paróquia teve como administrador o Padre Valdir Cândido de Morais. Ele foi sucedido pelo Padre Marcelo Cezarino Cruz. Há cinco anos, o Padre Abelardo de Freitas Barros Neto é o pároco. Devoção ao padroeiro De acordo com o pároco, fomentar a devoção ao padroeiro, Santo André de Soveral, não é tarefa fácil. “No mundo urbano, não é muito fácil trabalhar a devoção a um padroeiro. Depois, em nosso caso, a escolha do padroeiro não foi da comunidade. Foi uma ideia da Arquidiocese, para difundir a devoção aos Mártires”, explica Padre Abelardo. Ele, porém, ressalta que nos últimos anos, a Paróquia tem realizado iniciativas para fomentar essa devoção. “Mandamos confeccionar ‘santinhos’ com a imagem do padroeiro; produzimos e apresentamos encenações teatrais; confeccionamos mais de 50 imagens do Santo, que visitam as residências dos fiéis;
cada comunidade da paróquia possui uma imagem do padroeiro...”, enumera as iniciativas. Segundo o pároco, nos últimos anos, a festa de Santo André de Soveral também tem crescido, em termos de participação popular. “É notável que há uma ligação maior da comunidade com o exemplo e o testemunho dele”, enfatiza. A festa é celebrada entre 10 e 20 de setembro.
CACILDA MEDEIROS
Paróquia setorizada Conforme o Padre Abelardo, a Paróquia de Santo André de Soveral prima pela setorização, para o melhor desenvolvimento do trabalho pastoral e evangelizador. “Cada uma das quatro comunidades está dividida em quatro setores. Além disso, também temos os setores pastorais, que é a junção de pastorais afins. Graças a Deus, a partir dessa setorização territorial e pastoral, estamos conseguindo articular bem a paróquia”, explica o pároco. Igreja Matriz Localizada na Rua Aeroporto de Petrolina, nº 01, no bairro Jardim Aeroporto, a Igreja Matriz do Santo André de Soveral é aberta para visitação dos fiéis e devotos de terça a sábado, das 8 às 12 horas e das 16h às 20 horas. Lá, há celebração eucarística de terça a sexta, às 18 horas, e, aos domingos, às 7h e às 19 horas. Quem quiser obter mais informações sobre o funcionamento da paróquia, pode ligar para o (84) 3643-1355 ou acessar a página www.facebook.com/paroquiadosoveral.
Pe. Abelardo Neto, pároco
SERVIÇO Endereço: Rua Aeroporto de Petrolina, 626 – Jardim Aeroporto Parnamirim Telefone: (84) 3643-1355 E-mail: contato@paroquiadosoveral. com
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A ORDEM PARÓQUIAS
Paróquia de Passa e Fica:
vivência de uma comunidade de comunidades PE. GILMAR VICTOR
Igreja matriz de Nossa Senhora de Fátima
Comunidade paroquial de Nossa Senhora de Fátima foi criada em 25 de março de 2011 POR LUIZA GUALBERTO
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PARÓQUIAS A ORDEM
Diante do desenvolvimento populacional e da religiosidade popular no município de Passa e Fica, distante cerca de 100 Km de Natal, em 2005 se pensou na criação de uma Área Pastoral. Na época, os trabalhos pastorais, na cidade, ficavam sob a responsabilidade da Paróquia da Imaculada Conceição, em Nova Cruz. A criação da Área aconteceu em dezembro daquele mesmo ano. Na época, contava com 10 comunidades. Com o passar dos anos, a comunidade foi crescendo e no dia 25 de março de 2011 aconteceu a criação da Paróquia, pelo então arcebispo de Natal, Dom Matias Patrício de Macedo, dedicada a Nossa Senhora de Fátima. Atualmente, a Paróquia tem como administrador paroquial, o padre Gilmar Pereira Victor. A comunidade paroquial também conta com o serviço pastoral do diácono João Aparecido Lima. No plano pastoral paroquial para este ano, o padre Gilmar Victor enfatiza alguns aspectos que devem nortear a vida pastoral da Paróquia, como referenciais teológicos-pastorais, missão, visão de futuro, metas e estratégias, tendo como foco o Marco referencial arquidiocesano. “Esses elementos apontam uma caminhada rumo ao desejo de ser ainda mais uma comunidade de comunidades, ou seja, receber de Deus e oferecer à Paróquia”, enfatiza. A Paróquia conta atualmente com oito comunidades rurais e 15 setores missionários, sendo 12 na zona urbana e três na rural. Em se tratando de pastorais, movimentos e serviços, a comunidade paroquial conta com a atuação de 18 grupos.
“Esses elementos apontam uma caminhada rumo ao desejo de ser ainda mais uma comunidade de comunidades, ou seja, receber de Deus e oferecer à Paróquia” Festa da padroeira De 01 a 13 de maio, a Paróquia celebra a festa da padroeira, com uma intensa programação. No período festivo, diariamente, às 05h, acontece caminhada penitencial e missa; às 12h, recitação do ofício de Nossa Senhora; às 19h, recitação do terço, novena e quermesse. No dia 13, encerramento dos festejos, às 16h, acontecerá a procissão com a imagem da padroeira, pelas principais ruas da cidade, seguida de missa solene, presidida pelo administrador paroquial, o padre Gilmar Victor. “Neste ano, a gente está meditando o tema “A virgem Maria e seus gloriosos títulos”. Que possamos viver juntos esse tempo forte de oração, louvor, fé e agradecimento a Deus. Celebrar a padroeira de nossa Paróquia deve ser, para cada um de nós, tempo de graça, em que renovamos nosso compromisso de seguir Jesus Cristo, tendo como modelo sua Mãe”, reforça.
CEDIDA
Pe. Gilmar Victor, administrador paroquial
SERVIÇO Endereço: Rua Antônio Soares, 549 – Passa e Fica Telefone: (84) 3282-2159 Horários de missa (matriz): Domingos: 8h/19h30 Terças e quartas: 17h30 Quintas: 17h – Bênção do Santíssimo Sacramento e missa Sextas: 17h30
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A ORDEM REPORTAGEM
Políticas para gestantes:
um direito social DIVULGAÇÃO
Mesmo diante de crise na saúde pública, ações e políticas públicas tem garantido queda na mortalidade infantil e materna POR LUIZA GUALBERTO
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REPORTAGEM A ORDEM
“É responsabilidade dos gestores da saúde, tanto no governo federal, como nos estados e municípios, garantir que os direitos cheguem às mulheres gestantes”
A
saúde da mulher tem ganhado, nos últimos tempos, uma atenção especial por parte do poder público, proporcionando políticas públicas e iniciativas para um melhor atendimento e acompanhamento às diversas fases da vida e complexidade. Especificamente sobre o acompanhamento da gestante, algumas iniciativas tem favorecido um monitoramento mais eficaz, mas que ainda necessitam avançar. O Brasil tem enfrentado diversos problemas no que tange à saúde, sendo vários os fatores que contribuem para tal realidade. Neste ano, a Igreja católica debateu de forma enfática a questão das políticas públicas, durante a Campanha da Fraternidade, que teve sua ação mais forte no período quaresmal. A necessidade de discutir o tema se dá pelo fato de que a população carece de políticas públicas nos mais variados âmbitos. Segundo o texto-base da campanha, na saúde pública, dentro do raio de abrangência das políticas pública estão as que dizem respeito ao âmbito da saúde da família. “Em relação às políticas públicas, é preciso distinguir entre as políticas que afetam a família e a política familiar que
tem a família como alvo. Adotar uma política familiar é promover a redescoberta da família, especialmente pelo ângulo de sua relação com o estado, dando origem às políticas voltadas a ela em seu conjunto”, propõe o texto. Mesmo diante da crise na saúde, que se alastra há alguns anos, o Rio Grande do Norte, ao longo do tempo, tem apresentado uma queda na taxa de mortalidade infantil, segundo um levantamento feito pela Fundação Abrinq. Por exemplo, a mortalidade recuou de 13,8 óbitos por 1000 nascidos vivos, em 2015 e para 12,8, em 2016. No início dos anos 2000, a mortalidade infantil, no território potiguar, era aproximadamente 32% maior que a taxa brasileira. Segundo dados da fundação, a redução nos números se dá, entre outros fatores, pela atenção à mulher na gestação e pela adequada atenção à mulher no parto, bem como iniciativas de promoção à saúde, vinculadas à atenção primária à saúde. Políticas atuais Atualmente, as políticas públicas destinadas à gestante, no Brasil, são as seguintes: política nacional de atenção obstetrí-
cia e neonatal, que desenvolve ações de prevenção e assistência à saúde das gestantes parturientes e recém-nascidos; política nacional de atenção integral à mulher, que visa promover o atendimento clínico e ginecológico, planejamento reprodutivo, acompanhamento de pré-natal e o atendimento de mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica sexual; política de atenção integral à saúde da criança, que tem como meta cuidar da saúde do recém-nascido, promover o aleitamento materno e desenvolver ações para reduzir a mortalidade infantil, além de investigar óbitos em bebês. É de responsabilidade dos gestores da saúde, tanto no governo federal, como nos estados e municípios, garantir que esses direitos cheguem às mulheres gestantes, que tem responsabilidades claramente definidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2006, está em vigor o pacto pela saúde, firmado entre os gestores do SUS, para abranger três dimensões: pacto pela vida, pacto pela defesa do SUS e pacto de gestão. Um dos objetivos prioritários do pacto pela saúde é a redução da mortalidade infantil e materna.
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A ORDEM VIDA PASTORAL CRISTINE DOSSIN
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VIDA PASTORAL A ORDEM
O sim de Maria vivo entre nós
Compreender a devoção a Nossa Senhora é transcorrer por momentos importantes para a Igreja católica POR VITÓRIA ÉLIDA Maria, a mãe de Jesus, tem no mês de maio um forte momento de devoção, já que este mês é tipicamente dedicado a ela. O Papa João Paulo II cita, em sua Encíclica Redemptoris Mater, que é preciso viver uma autêntica espiritualidade mariana, exortando a uma vivência de devoção capaz de transformar vidas. Neste contexto, encontramos muitos movimentos marianos dedicados a compreender essa espiritualidade, seguindo-a e vendo na pessoa de Maria um modelo de caminho cristão. Compreender a devoção a Nossa Senhora é transcorrer por momentos importantes para a nossa Igreja. Para enfatizar isso, basta que relembremos alguns momentos fortes da aparição da mãe de Jesus presentes na Bíblia. O primeiro deles trata da Mãe como Intercessora nas Bodas de Caná. Em outra passagem, o Evangelho vem nos mostrar o perfil de uma Maria que silencia e que sabe ser humilde, quando, ao encontrar o anjo, mesmo diante do susto da revelação diz: “Faça-se em mim segundo a vossa palavra” (Lc 1, 26-38). Nossa Senhora também se revela uma mulher de coragem diante do sofrimento do Calvário. Diante disso, e para dar força a essa espiritualidade mariana, a Arquidiocese de Natal possui alguns movimentos e expressões que se dedicam a reviver a história de Maria. Esses grupos realizam durante todo o ano estudos e eventos voltados à devoção mariana. Conheça alguns deles:
LEGIÃO DE MARIA A Legião de Maria é uma associação de leigos católicos, que pela oração e pelo trabalho apostólico ativo, destina-se à evangelização e santificação. Os legionários, como são chamados, realizam trabalhos espirituais e de evangelização, através de visitas domiciliares a idosos, famílias, doentes, hospitais, presídios, orfanatos e asilos. Além disso, os membros se reúnem semanalmente para trocar experiências e realizar momentos de oração em torno do altar de Nossa Senhora. Para participar da Legião de Maria o cristão deve procurar o grupo em sua paróquia e demonstrar seu desejo em ser um legionário ativo (aquele que frequenta as reuniões e faz as visitas) ou um legionário auxiliar (não pode frequentar as reuniões, mas auxilia os membros ativos através das orações). TERÇO DOS HOMENS - MOVIMENTO APOSTÓLICO DE SHOENSTATT O Terço dos Homens, um dos fortes movimentos marianos da nossa Arquidiocese, surgiu em 1997, em Pernambuco, sob a orientação do Padre Américo Vasconcelos. Porém, foi somente em 2007, que o Terço dos Homens recebeu o título que o vinculava à sua origem: O Movimento Apostólico de Schoenstatt, sendo chamado assim de Terço dos Homens Mãe Rainha.
Hoje, o movimento está presente em diversas dioceses, e, na Arquidiocese de Natal, conta com centenas de membros difundidos pelas paróquias. EQUIPES DE NOSSA SENHORA (ENS) E EQUIPES DE JOVENS DE NOSSA SENHORA (EJNS) Apesar de serem movimentos cristocêntricos, as ENS e as EJNS apresentam grande força na Arquidiocese de Natal como movimentos que exaltam a espiritualidade Mariana como forma de alcançar a Cristo. O movimento dedicado aos casais chegou ao Brasil em 1950, e conta hoje em nossa Arquidiocese com 655 casais distribuídos em 6 setores. Já as EJNS possuem em seu setor um total de 110 jovens espalhados em 10 equipes de bases. O jovem responsável do Setor Natal das EJNS, Rômulo Max, afirma que “Todo movimento que tem Cristo como centro, tem a necessidade de introduzir a presença de Nossa Senhora”. Dessa forma, a importância de Maria nas ENS e nas EJNS se dá pelo exemplo dado por ela em seu SIM dado a Deus, gastando a sua juventude pela santificação do próximo. Inspirados nesses exemplos de devoção a Maria, e durante esse mês de maio, todo cristão é, portanto, convidado a voltar o seu olhar a Nossa Senhora, a fim de pedir-lhe proteção e força na difícil caminhada rumo a santidade. MAIO DE 2019
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A ORDEM ARTIGO
Dia do Trabalho exige vigilância e
atitude do trabalhador Neste primeiro de maio, há anos, gerações celebram o Dia do Trabalho, fazendo memória das grandes lutas travadas em defesa do direito e da dignidade do trabalho e do trabalhador. Hoje, mais do que nunca, impõe-se a todos, homens e mulheres de boa-vontade, trazer à luz a importância da celebração do Dia do Trabalho, não como mais um dia de descanso ou gozo de um feriado, mas, acima de tudo, como o Dia do Trabalhador para reafirmar o seu protagonismo como sujeito ativo na geração de riquezas e do desenvolvimento, fundado na promoção da justiça social e da paz entre os povos. No Brasil, vive-se um tempo de incertezas e de insegurança no que se refere aos direitos inerentes ao mundo do trabalho. A reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional recentemente, privilegia o capital e penaliza a classe trabalhadora, retirando-lhe direitos conquistados a duras penas ao longo da história. Decorrido mais de um ano da vigência da “nova” CLT, fica cada vez mais claro de que a reforma aprovada, cujos defensores prometiam ser necessária para a geração de novas oportunidade de emprego, não passou de mais um engodo, constituindo-se, assim, numa verdadeira ofensa à dignidade do trabalhador e suas organizações representativas. O desemprego só aumenta no Brasil. Agora, os defensores das denominadas reformas estruturantes do Estado brasileiro, colocam na “ordem do dia” a reforma da previdência. Tudo, mais uma vez, para satisfazer aos interesses do deus “mercado” e, portanto, do capital especulativo, que retira quaisquer oportunidades de geração de trabalho e renda, favorecendo somente o lucro excessivo dos bancos e dos agiotas do mercado de capitais. Aqui, nos aliamos à CNBB, quando em nota publicada acerca da proposta de reforma da previdência, nos aler30 MAIO DE 2019
ta: apresentada como fórmula para alcançar o equilíbrio dos gastos públicos, a PEC 241 limita, a partir de 2017, as despesas primárias do Estado – educação, saúde, infraestrutura, segurança, funcionalismo e outros – criando um teto para essas mesmas despesas, a ser aplicado nos próximos vinte anos. Significa, na prática, que nenhum aumento real de investimento nas áreas primárias poderá ser feito durante duas décadas. No entanto, ela não menciona nenhum teto para despesas financeiras, como, por exemplo, o pagamento dos juros da dívida pública. Por que esse tratamento diferenciado? A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege, para pagar a conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além disso, beneficia os detentores do capital financeiro, quando não coloca teto para o pagamento de juros, não taxa grandes fortunas e não propõe auditar a dívida pública. A PEC 241 supervaloriza o mercado em detrimento do Estado. “O dinheiro deve servir e não governar! ” (Evangelii Gaudium, 58). Diante do risco de uma idolatria do mercado, a Doutrina Social da Igreja ressalta o limite e a incapacidade do mesmo em satisfazer as necessidades humanas que, por sua natureza, não são e não podem ser simples mercadorias (cf. CDSI, 349). A PEC 241 afronta a Constituição Cidadã de 1988. Ao tratar dos artigos 198 e 212, que garantem um limite mínimo de investimento nas áreas de saúde e educação, ela desconsidera a ordem constitucional. A partir de 2018, o montante assegurado para estas áreas terá um novo critério de correção que será a inflação e não mais a receita corrente líquida, como prescreve a Constituição Federal. Portanto, o momento exige vigilância de atitude de cada cidadão trabalhador.
Diác. Francisco Teixeira Assessor Jurídico da Arquidiocese de Natal
“No Brasil, vive-se um tempo de incertezas e de insegurança no que se refere aos direitos inerentes ao mundo do trabalho”
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A ORDEM PERSONALIDADE
Fé e ação junto aos menos favorecidos Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
CACILDA MEDEIROS
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Irmã Lúcia Montenegro nasceu na cidade de Quixadá, no interior do Ceará, no dia 12 de fevereiro de 1925, onde residiu até os sete anos de idade. Depois, seguiu com a família para Fortaleza. A religiosa reside em Natal há mais de 60 anos. A decisão de ingressar na Congregação das Filhas da Caridade foi tomada em 1947, inspirada pelos ensinamentos religiosos que aprendera dos pais e, também, pela irmã Maria Montenegro, que já pertencia à Congregação. Nos anos 70, estudou Serviço Social, na Universidade Federal de São Paulo e fez mestrado na
mesma área, na Universidade Federal de Pernambuco. Na capital potiguar, foi professora do Curso de Serviço Social, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Também foi professora no Seminário de São Pedro. Em 5 de outubro de 1987, fundou a Casa do Menor Trabalhador, no bairro do Alecrim, em Natal. A casa, que foi dirigida pela religiosa até pouco tempo atrás, atua na promoção da qualificação juvenil, com vistas ao ingresso da população carente no mercado de trabalho. Quantos jovens foram inseridos no mercado de trabalho, nestas
mais de três décadas, fruto do trabalho da Casa do Menor Trabalhador! Antes, ela esteve à frente da Casa da Criança, em Morro Branco. A partir daí, atuou nos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente e de Assistência Social, no município de Natal. Irmã Lúcia também ajudou a criar e trabalhou, incansavelmente, nas ações do Serviço de Ação Urbana (SAUR), da Arquidiocese de Natal, criado em 1967, instituição da qual foi presidente por mais de 30 anos e que tinha por finalidade coordenar e orientar as Obras Sociais da Arquidiocese, na capital, bem como estimular a criação de novas Obras Sociais e Serviços no mesmo âmbito, intervindo na realidade sócio-político, através de um processo constitutivo de articulação e formação de cidadãos para se tornarem gestores de seu próprio desenvolvimento. Ela ainda ajudou na construção de três capelas: São Vicente de Paulo, no bairro Dix-Sept Rosado; Santo Antônio, na Escola Santo Antônio, no bairro Cidade da Esperança, e Santo Inácio, no bairro de Lagoa Seca. Certamente, este espaço, na revista A Ordem, seria pequeno para rendermos homenagem a essa religiosa que tanto bem fez e faz à nossa Igreja e aos pequeninos. Deus seja louvado por sua vida, Irmã Lúcia!
GERAL A ORDEM
Juventude
Pe. Andreson Madson do Nascimento Coord. arquidiocesano do Setor Juventude
A cultura e a religiosidade juvenil Na direção da continuidade da reflexão sobre o Documento Final do Sínodo da Juventude, podemos, agora, nos deter no capítulo IV da primeira parte, onde se encontram os aspectos da cultura jovem nos tempos atuais. Assim sendo, exalta-se, neste trecho, a dinâmica autêntica do ser jovem, com sua originalidade e jeito peculiar de enfrentar as alegrias e desafios da vida, buscando sempre o desejo de laços e de relações humanas. Com o advento das mídias sociais, estas relações e interações estão cada vez mais sem barreiras e sem fronteiras. Neste sentido, a comunicação e a preocupação com os contrastes fazem com que as juventudes se interessem por fazer parte das ações ativas da sociedade gerando compromisso e participação social. Um dos meios mais fortes de expressar esta ação social é através da arte e do esporte. Constata-se, também, que, mesmo sendo num mundo cada vez mais globalizado e interativo, a religiosidade continua sendo uma forma de expressão muito próxima da juventude. E aí se encontra um propósito que deve estar presente nos trabalhos pastorais, ou seja, dar ao jovem a oportunidade de se comunicar com Deus e também de ter assegurado o seu espaço na forma de expressar sua religiosidade.
Márcia Roque Braz nutricionista
Ginástica laboral A ginástica laboral é uma prática que tem como principal objetivo prevenir a patologia relacionada às atividades laborais e incentivar nos colaboradores a qualidade de vida e a manutenção da saúde Pesquisa nacional, divulgada pelo Ministério da Saúde, mostrou que a população adulta do Brasil é acometida por doenças crônicas na coluna e a prática de exercício no local de trabalho afasta todos esses problemas. Ginástica laboral vem para prevenção de lesões ocupacionais, e para melhorar a disposição do trabalhador. Os benefícios da ginástica laboral são: aumento da produtividade, diminuição de acidentes, redução do absentismo e melhora do clima organizacional. Combate tensões, reduz a fadiga e melhora o condicionamento físico. A prática da atividade aumenta a liberação de endorfina no cérebro, hormônio responsável pelo bem-estar. Isso torna o ambiente de trabalho mais leve, alegre e reduz o nível de estresse, melhorando a convivência entre os colaboradores, elevando também o nível da produção. Portanto, vamos nos mexer!
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A ORDEM GALERIA
Da esq.: Diáconos José Bezerra, Eugênio e Escolástico
Diácono natalense assume função na CND O Diácono Raimundo Escolástico Bezerra Filho, que atua na Paróquia de São Pedro Apóstolo, no Alecrim, em Natal, foi eleito para integrar o Conselho Fiscal Econômico da Comissão Nacional dos Diáconos (CND). A escolha aconteceu durante a 11ª Assembleia Geral Ordinária Eletiva da CND, realizada de 4 a 7 de abril, na cidade de Goiânia (GO). Na ocasião, também foram eleitos os novos membros para os demais cargos da direção da Comissão, para os próximos quatro anos. Para presidente, foi eleito o Diácono Francisco Salvador Pontes Filho, da Arquidiocese de Manaus (AM). Da Arquidiocese de Natal, além do Diácono Escolástico, também participaram da Assembleia os Diáconos Eugênio Lima, que é o presidente da Comissão Arquidiocesana, e sua esposa, Catarina Shin, e o Diácono José Bezerra de Araújo.
Infância Missionária realiza encontro estadual Coordenadores diocesanos e assessores da Infância e Adolescência Missionária, da Arquidiocese de Natal e das Dioceses de Mossoró e de Caicó, vão se reunir de 7 a 9 de junho, no Centro Pastoral do Catolé, na cidade de Nova Cruz. O encontro terá como tema “Batizados e enviados: IAM em missão no mundo” e contará com assessoria da Irmã Patrícia Souza, secretária nacional da Infância e Adolescência Missionária. As inscrições estão abertas no período de 2 de abril a 24 de maio e a taxa de inscrição é de R$ 45,00. Mais informações com as coordenações diocesanas do Movimento.
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GALERIA A ORDEM
Seminário aborda mensagem do Papa sobre comunicação CACILDA MEDEIROS
O 5º Seminário Arquidiocesano de Comunicação será realizado dia 19 de maio, das 8h às 13 horas, no Centro Pastoral Dom Heitor Sales, na Cidade Alta, Natal, e abordará o tema: “Do Like ao Amém”. A conferência de abertura será sobre “Somos membros uns dos outros (Ef 4, 25). Das comunidades às comunidades”, tema da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2019, ministrada pela jornalista Patrícia Luz, de Salvador (BA) e secretária nacional da Pascom. Na segunda metade da manhã, acontecerá uma mesa redonda, com a participação do Padre Matias Soares, pároco da Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, em Mirassol, do psicólogo Rafael Moura e do professor Allan Soares. Por ocasião do Seminário, também será entregue a premiação aos vencedores da primeira edição dos Prêmios de Comunicação da Arquidiocese de Natal, nas categorias rádio, internet e impresso. O evento é destinado aos agentes da Pascom. As inscrições estão abertas e devem ser feitas na sala do Setor de Comunicação, da Arquidiocese de Natal.
Comunidades festejam Santa Rita Neste mês de maio, as Paróquias de Ponta Negra, em Natal, e Santa Cruz, na região do Trairi potiguar, vivem os festejos em honra da padroeira, Santa Rita de Cássia. Em Ponta Negra, desde 28 de abril, 15 capelinhas com a imagem da Santa peregrinam nos setores missionários e nos estabelecimentos da comunidade. O novenário será celebrado de 12 a 21 de maio, sempre às 19 horas. No dia 22, às 12 horas, será celebrada missa com a Coroa de Santa Rita, e, às 17h, acontecerá a missa solene, concluindo com a procissão das rosas. BRUNNO ANTUNES Na cidade de Santa Cruz, a peregrinação com a imagem de Santa Rita começou dia 22 de abril e segue até 13 de maio, quando tem início o novenário. No período festivo, diariamente, há caminhadas penitenciais, às 5 horas, e, às 19 horas, novena. No mesmo período também é desenvolvida uma vasta programação sócio-cultural. O encerramento dos festejos será dia 22 de maio, com a celebração de missas: às 7h, no Santuário; às 9h e às 12h, na Igreja Matriz, e, às 15h, em frente à Matriz, presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, culminando a procissão pelas principais ruas da cidade. MAIO DE 2019
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A ORDEM VIVER
Entre os materiais, cartas, imagens e objetos que revivem o papel da capital potiguar no momento histórico, na década de 40 POR LUIZA GUALBERTO CEDIDA
Complexo cultural vai ser inaugurado até o fim deste ano
Fundação Rampa mantém vivo acervo da II Guerra Mundial 36 MAIO DE 2019
A
Segunda Guerra Mundial, conflito militar que aconteceu no período de 1939 a 1945, envolveu a maioria das nações do mundo, entre elas, o Brasil. Natal, capital do estado, por possuir uma posição estratégica geográfica global favorável, abrigou duas bases militares americanas durante o conflito: a Base naval e Parnamirim Field. A cidade recebeu no período, um contingente de 10 mil soldados norte-americanos. Mais do que a participação durante a guerra, a influência cultural dos americanos marcou a vida da população local da época. Desse tempo, restou um acervo de fotos, documentos, cartas, entre outros. Nesse sentido, em 2001, um grupo de pessoas que tinham materiais do período se reuniu e foi criada a Fundação Rampa, com o intuito de preservar as edificações de uma antiga base de hidroaviões do início da década de 40. Popularmente, um dos prédios ficou conhecido como Rampa, em alusão à rampa de concreto utilizada para a retirada das aeronaves das águas do rio Potengi. A Fundação tornou-se
VIVER A ORDEM
“Fundação mantém uma das maiores coleções de imagens do início da aviação relacionadas a Natal” uma instituição cultural dedicada à pesquisa, preservação e difusão do rico passado da capital potiguar ligado à aviação mundial. O trabalho ultrapassou as fronteiras do Rio Grande do Norte, chegando a outros estados brasileiros e países do continente americano e europeu. A Fundação mantém uma das maiores coleções de imagens do início da aviação relacionadas a Natal, além de vídeos, livros e artigos, segundo explica o presidente, Leonardo Dantas. “Anualmen-
te, a Fundação desenvolve um calendário anual, com participação em simpósios, encontros de veteranos, além da encenação do encontro dos presidentes Franklin Roosevelt e Getúlio Vargas, ocorrido na Rampa, em 28 de janeiro de 1943”, conta. Neste ano, durante a atividade, a Fundação abriu suas portas para a população e expos parte do seu acervo. MUSEU DA RAMPA Está em construção, um complexo cultural, que vai abrigar esse acervo, que vai estar à disposição dos visitantes. Segundo o governo do estado, as obras e inauguração devem ocorrer ainda este ano. Com o equipamento concluído, o Rio Grande do Norte vai ganhar um novo atrativo para os moradores e turistas que visitam a capital potiguar. A obra está orçada em R$ 7,6 milhões, com repasses feitos pelo Ministério do Turismo ao governo estadual e contrapartida do estado de aproximadamente R$ 1 milhão. O local vai abrigar entre outras estruturas, o Museu da Rampa e o Memorial do Aviador.
CANINDÉ SOARES
Encenação do encontro entre os presidentes Franklin Roosevelt e Getúlio Vargas acontece todos os anos MAIO DE 2019
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A ORDEM LITURGIA
A realeza da
Virgem Maria Piedade dos fiéis e na Liturgia
Pe. Jailton da Silva Soares Pároco da Paróquia de São José - Angicos
“Talvez alguns não tenham conhecimento, mas o entendimento da Virgem como Rainha afunda suas raízes na própria Sagrada Escritura”
38 MAIO DE 2019
O Mês Mariano, tão fortemente enraizado na religiosidade admirável do nosso povo, constitui-se a cada ano uma oportunidade singular e preciosa para o aprofundamento da nossa devoção filial para com a Virgem Maria. A Constituição conciliar sobre a Liturgia nos diz: “Nela, a Igreja admira e eleva o fruto mais esplêndido da redenção e a contempla alegremente como uma puríssima imagem do que Ela mesma, toda inteira, deseja e espera ser” (Sacrosanctum concilium 103). E na Constituição sobre a Igreja se acrescenta: “Da mesma maneira que, glorificada já nos céus em corpo e alma, é imagem e princípio da Igreja que deverá ter seu cumprimento na vida futura, assim na terra precede com sua luz o peregrinante povo de Deus como sinal de esperança certa e de consolo até que chegue o dia do Senhor” (Lumen gentium, 68). É sobre este alicerce bíblico-doutrinário que a devoção a Nossa Senhora, como nos disse o Papa Paulo VI, “transcende o espaço e o tempo e pertence à história universal da Igreja, posto que Ela esteve sempre presente na mesma Igreja com sua maternal assistência” (Signum Magnum, 6). O nosso povo, nas suas variadas expressões de piedade para com a Santíssima Virgem, sempre a reconheceu também como Rainha, inclusive preparando, esmeradamente, através dos tempos, as belas cerimônias da coroação de Nossa Senhora, como também no próprio ritual romano consta uma cerimônia litúrgica de coroação de imagens de Nossa Senhora a ser realizada pelo próprio Bispo, quando esta é desejada e oportuna que sob justas circunstâncias, difere um pou-
co das coroações que organizamos para o término do querido mês. É também muito interessante lembrar que o Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática sobre a Igreja, oferece-nos as palavras seguintes que mostram a Assunção e realeza de Nossa Senhora como uma participação direta na glória de Jesus, seu Filho: “Assunta à glória celeste em corpo e alma”, foi Maria “pelo Senhor exaltada como Rainha do Universo, a fim de mais plenamente se conformar com seu filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte”(Lumen gentium 59). Talvez alguns não tenham conhecimento, mas o entendimento da Virgem como Rainha afunda suas raízes na própria Sagrada Escritura. Na dinastia davídica havia uma instituição própria, a Rainha Mãe. Por terem várias esposas, naquela cultura, era impossível àqueles reis escolher somente uma delas para reinar ao seu lado. A solução reina junto à mãe, que recebia o título de gebirah. Tal expressão aparece 13 vezes nos livros do Antigo Testamento quanto à Rainha Mãe. A Sagrada Liturgia, bebendo destas fontes, também ganhou, no calendário Romano, a festa de Nossa Senhora Rainha, instituída pelo Santo Padre o Papa Pio XII, em 1854, para ser celebrada no dia 31 de maio. Tal comemoração, depois das reformas litúrgicas dos anos 60, foi transferida para o dia 22 de agosto, “oitava” da Assunção de Nossa Senhora. Que reconheçamos e nos alegremos! Jesus Cristo, nosso Senhor, é Rei do Universo por natureza e conquista, Nossa Senhora é Rainha do Céu e da Terra por graça e eleição.
A ORDEM
MAIO DE 2019
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