| A ordem
Fundação Paz na Terra ano Lxvi - Nº 25 Natal/RN | R$ 7,00 Maio de 2018
Maternidade :
função se modifica e apresenta desafios
Maio de 2018 |1
A ordem |
2| Maio de 2018
| A ordem
Maio de 2018 |3
A ordem | Expediente
As mulheres de ontem e de hoje
À medida em que os anos passam, os conceitos dos homens a respeito das mulheres evoluem (com algumas exceções, claro!). Há superação de algumas visões retrógradas sobre o ser e agir das mulheres. Hoje, cabe à mulher muito mais que o papel dos cuidados da casa e dos filhos. Já na Idade Média se constata essa evolução. Mulheres exerciam outros papéis na sociedade. Por exemplo, há registros documentais, na Paris do século XIII, de mulheres professoras, médicas, boticárias, e até tinham direito de votar nas comunas burguesas (ver https://pt.wikipedia.org/wiki/). Portanto, pensamentos contrários à liberdade de as mulheres escolherem profissão e outros meios de trabalho são retrógrados, ultrapassados e machistas. Quem mais valorizou a mulher, em todos os sentidos, foi Deus Pai! Mesmo sendo Todo Poderoso, quis vir ao mundo em forma humana, nascido de mulher e no seio de uma família – Maria e José. E Maria não foi só mãe e dona do lar, mas também a mestra que acreditou no que ouvira do Anjo e lançou o Filho na Missão para a qual havia vindo ao mundo, levando Jesus a operar o primeiro milagre, nas Bodas de Caná (Jo 2,5). E o Filho, coerente para com a missão – “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10) – não permitiu que uma mulher fosse apedrejada (cf. Jo 8,7) pelos machistas da época. Imaginem quão ultrapassados os de hoje!
Expediente
Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689
CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Cione Cruz André Kinal Idalécio Rego Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1248) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1752 REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN)
4| Maio de 2018
08
ENTREVISTA:
16
ARTIGO:
32
VIDA PASTORAL:
36
VIVER:
CAPA: André Kinal COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz (DRT-RN 1184) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140
Infectologista dá dicas e orienta população sobre gripe
O papel do enfermeiro
Agir a serviço de Deus na comunidade cristã
Curso para gestantes prepara futuras mães
COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 IMPRESSÃO: Gráfica Sul – (84) 3211-2360 TIRAGEM: 1.000 exemplares
ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN – (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br
| A ordem
Maio de 2018 |5
A ordem | Palavra da Igreja
“Alegrai-vos e exultai” O Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica ‘Gaudete et Exsultate’ (Alegrai-vos e exultai), dia 9 de abril. No documento, o Santo Padre dá indicações sobre como viver a santidade. “Nós nos tornamos santos vivendo as bem-aventuranças, o caminho principal contra a corrente em relação à direção do mundo. O chamado à santidade é para todos, porque a Igreja sempre ensinou que é um chamado universal e possível a qualquer um, como demonstrado pelos muitos santos da porta ao lado”, escreveu o Pontífice. Ele lembra que a vida de santidade está assim intimamente ligada à vida de misericórdia: “santo é aquele que sabe comover-se e mover-se para ajudar os miseráveis e curar as misérias.” No documento, que contém cinco capítulos, distribuídos em 44 páginas, o Papa segue a linha de seu magistério mais profundo: a Igreja próxima à “carne de Cristo sofredor.” No primeiro capítulo, Francisco destaca que há um caminho de perfeição para cada um e não faz sentido desencorajar-se contemplando “modelos de santidade que lhe parecem inatingíveis” ou procurando “imitar algo que não foi pensado para ele”. (n. 11).
Papa Franscico Pontífice
No segundo capítulo, ele estigmatiza aqueles que define como “dois inimigos sutis da santidade”, já várias vezes objeto de reflexão, entre outros, nas missas na capela da casa Santa Marta, na Evangelii gaudium, bem como no recente documento da Doutrina da Fé, Placuit Deo. Trata-se de “gnosticismo” e “pelagianismo”, duas heresias que surgiram nos primeiros séculos do cristianismo, mas continuam a ser de alarmante atualidade (n.35). As bem-aventuranças são colocadas pelo Papa como o caminho para a santidade e são destacadas no terceiro capítulo da exortação. Ele as repassa uma a uma. Da pobreza de coração - que também significa austeridade da vida (n. 70) - ao reagir “com humilde mansidão” em um mundo onde se combate em todos os lugares. (n. 74). No quarto capítulo, Francisco repassa as características “indispensáveis” para entender o estilo de vida da santidade: “perseverança, paciência e mansidão”, “alegria e senso de humor”, “audácia e fervor”. O Papa conclui no quinto e último capítulo convidando ao “combate” contra o “Maligno que, escreve ele, não é “um mito”, mas” um ser pessoal que nos atormenta” (n. 160-161).
“Santo é aquele que sabe comover-se e mover-se para ajudar os miseráveis e curar as misérias”
Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria EDIÇÃO DE BOLSO São Luís Maria Grignion de Montfort
Em edição de bolso, este clássico da espiritualidade mariana nos convida a experimentar a verdadeira devoção à Santíssima Virgem e apresenta o método de consagração total a Jesus pelas mãos de sua Mãe: “Totus tuus ego sum” (“Todo teu eu sou”), lema do pontificado de São João Paulo II.
Adquira na PAULUS Livraria de Natal/RN
Rua Coronel Cascudo, 333 – Cidade Alta Tel.: (84) 3211.7514 / WhatsApp: (84) 99900.0246 natal@paulus.com.br
6| Maio de 2018
@editorapaulus
A Voz do Pastor | A ordem
A dignidade do trabalho Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal Queridos irmãos e irmãs, No dia primeiro de maio celebramos o Dia do Trabalho. É uma oportunidade para reconhecermos a dignidade do trabalhador e insistir na defesa do trabalho justo e honesto. A dignidade do trabalho é ressaltada pela Palavra de Deus, pois nela “acha-se muito profundamente inscrita esta verdade fundamental: que o homem, criado à imagem de Deus, participa mediante o seu trabalho na obra do Criador e, num certo sentido, continua, na medida das suas possibilidades, a desenvolvê-la e a completá-la” (JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Laborem exercens, n. 25). Deus cria o homem e a mulher para a comunhão com Ele e escolhe o trabalho como co-participação na sua obra criadora. Sim, devemos também reconhecer: o pecado favorece a deturpação do trabalho, transformando-o em instrumento de selvageria, de escravidão e de humilhação do ser humano. Por causa do pecado vemos que o trabalho é associado à fadiga, ao desconforto e à ganância do ser humano. Mas, com a Redenção de Jesus Cristo, renovação do gênero humano, podemos ter esperança. Com o trabalho manual de Jesus, com o respeito à dignidade da pessoa, volta-se a ver o trabalho não como “uma penalidade, mas a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação visível” (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 378). E, ainda: “No trabalho, a pessoa exerce e realiza uma parte das capacidades inscritas em sua natureza. O valor primordial do tra-
balho está ligado ao próprio homem, que é seu autor e destinatário. O trabalho é para o homem, e não o homem para o trabalho. Cada um deve poder tirar do trabalho os meios para sustentar a si e os seus, e para servir à comunidade humana” (CATECISMO, 24280). Infelizmente, mesmo com tanto desenvolvimento, com uma avançada tecnologia, vemos ainda muitos desempregados. Parece um paradoxo: quanto mais evoluídos em tecnologia, menos inclusivos e preocupados com o bem do trabalho para todos. Ainda vemos muitos homens e mulheres fora do trabalho. O apelo da Igreja em favor dos trabalhadores, da dignidade do trabalho faz parte da sua Doutrina Social. Desde o Papa Leão XIII até Francisco, o apelo está unido ao sentido próprio da fé cristã. “O trabalho é fundamental para a dignidade de uma pessoa. O trabalho, para usar uma imagem concreta, nos ‘unge’ de dignidade, nos plenifica de dignidade, nos torna semelhantes a Deus, que trabalhou e trabalha, age sempre (cf. Jo 5,17), dá a capacidade de nos manter, manter nossa família, contribuir para o crescimento da nação. E aqui penso nas dificuldades que, em vários países, se encontra hoje o mundo do trabalho e da empresa; eu penso naqueles que, não apenas os jovens, estão desempregados, muitas vezes por uma concepção puramente econômica (mecanicista) da sociedade, que busca o lucro egoísta, fora dos parâmetros de justiça social” (FRANCISCO. Audiência geral, 1 de maio de 2013). É essa a mensagem da Igreja para todos os trabalhadores. Respeitemos a sua dignidade.
Maio de 2018 |7
A ordem | Entrevista Cedida
8| Maio de 2018
Entrevista | A ordem
Especialista fala sobre riscos da gripe e formas de preveni-la Durante este período chuvoso, os casos de gripes, principalmente, são intensificados. A doença, causada pelo vírus influenza, chega a ter sintomas severos, como insuficiência respiratória, o que pode levar a óbito. O Rio Grande do Norte já registrou 46 casos de Síndrome Respiratória Grave, ocasionada pelo vírus, o que levou três pessoas a óbito. Todas eram idosas e estavam no grupo de risco para a infecção. Em média, o tempo de duração da doença é de 7 a 10 dias. Entre os sintomas, quadros de febre, dores de cabeças, nos músculos e articulações, além de tosse e falta de ar. A palavra-chave para não contrair a doença é prevenção. Até o dia 01 de junho, o Ministério da Saúde realiza em todo o país, a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe. No estado, a previsão é imunizar cerca de 870 mil pessoas do grupo prioritário, de forma gratuita. O médico infectologista do Sistema Hapvida Saúde, Igor Thiago Queiroz fala sobre os cuidados que a população deve ter neste período de circulação do vírus e alerta às pessoas sobre como proceder ao contrair a doença.
A Ordem: Em 2018, até 14 de abril, foram registrados 392 casos de influenza em todo o país, com 62 óbitos. Do total, 190 casos e 33 óbitos foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, foram registrados 93 casos e 15 óbitos. Ainda foram registrados 62 casos e 6 óbitos por influenza B e os outros 47 casos e 8 óbitos por influenza A não subtipado. As informações são do Ministério da Saúde. Como as pessoas devem proceder para se prevenir e evitar a gripe? Dr. Igor: Da mesma forma em que a gripe pode ter quadros leves, com sintomas que se assemelham bastante a um resfriado comum, a doença também pode
apresentar quadros mais graves, como insuficiência respiratória, o que pode levar o paciente à internação hospitalar e até ao óbito. A forma mais eficaz de se prevenir é tomar a vacina. Outra forma de prevenção é evitando o contato com o vírus, não ficando próximo de pessoas infectadas, que estejam espirrando ou tossindo, bem como, locais com aglomeração de pessoas. É importante também fazer a higienização constante das mãos, o que vai evitar que você toque em alguma superfície infectada e se contamine por meio do contato direto com a boca, o nariz ou os olhos. Ao tossir ou espirrar, usar um lenço para cobrir boca e nariz.
A Ordem: Muitas pessoas sabotam os sintomas e outras se automedicam. Como reconhecer que chegou a hora de procurar o médico e cuidar da saúde diante de uma gripe? Dr. Igor: Quando a gripe sai daquele quadro de resfriado comum, que é composto por coriza, congestão nasal, um pouco de dor de cabeça e dor no corpo. O médico deve ser procurado a partir do momento da evolução desse quadro e esses sintomas mais severos podem fazer com que o paciente, por exemplo, se sinta cansado e tenha dificuldade em executar suas atividades corriqueiras. Nesses casos, um especialista deve ser buscado para um
Maio de 2018 |9
A ordem | Entrevista tratamento mais eficaz e, uma das ríodo, não é mais nem menos grapossibilidades, é a internação. ve que o que vem circulando em anos anteriores e os cuidados em A Ordem: O tratamento mo- relação à prevenção permanecem difica nessa nova mutação do os mesmos. Devido a essas mutavírus influenza, que está acome- ções, as pessoas podem apresentar tendo a população? sintomas diferenciados, por isso, a Dr. Igor: O tratamento é o mes- procura de um profissional da área mo que utilizamos para qualquer da saúde em um momento de evooutro tipo de gripe, como a H1N1, lução do quadro é imprescindível. por exemplo. Desde 2009, circula no mundo o vírus H1N1, responA Ordem: Teve início no final sável pela conhecida gripe suína. do mês passado e segue até 01 Todos os anos, esses vírus sofrem de junho, em todo o Brasil, a vamutação. O vírus H3N2, que está cinação contra a gripe. De que acometendo as pessoas nesse pe- é composta a substância que é
aplicada nos pacientes? Dr. Igor: Essa vacina é produzida por meio de partículas virais. É importante destacar que é um mito a questão de que a pessoa vai gripar ao tomar a vacina. Ela pode sentir um pouco de dor no corpo e uma febre leve, mas esses sintomas são próprios dos efeitos colaterais da vacina. A imunização, de forma gratuita, disponibilizada nos postos de saúde, é voltada para os grupos considerados de risco. As demais pessoas devem procurar clínicas privadas para receber a vacina.
Público-alvo para receber a vacina de forma gratuita Pessoas a partir de 60 anos; Crianças de seis meses a cinco anos; Trabalhadores da área de saúde; Professores das redes pública e privada; Mulheres gestantes e puérperas; Indígenas; Pessoas privadas de liberdade (incluindo adolescentes cumprindo medidas socioeducativas Profissionais do sistema prisional; Portadores de doenças que aumentam o risco de complicações em decorrência da influenza.
10| Maio de 2018
| A ordem
E
ste kit, pensado especialmente para ajudar na organização de celebrações durante o Mês de Maria, traz um livro com cinco roteiros de oração, que levam o leitor a contemplar os Mistérios Gozosos e a aprofundar-se no amor de Deus, além de um CD com canções e orações para os encontros celebrativos.
Ideal para: • Meditações individuais ou em grupo. • Grupos de oração do Terço. • Orações em família e comunidades. • Celebrações de coroação.
s a n e p A 90 , 3 1 R$(o kit) 074
7 Cód. 70
Descubra, na Paulinas Livraria mais próxima, tudo o que preparamos para você no Mês Mariano!
Preços e promoções válidos até 31/5/2018 ou enquanto durarem nossos estoques. As promoções não são cumulativas e ficarão suspensas no dia 15 de cada mês, quando há a “Promoção do dia 15”.
Com Deus nada é impossível
Paulinas Livraria – Rua João Pessoa, 220 – Centro Tel. (84) 3212-2184 – Natal-RN – livnatal@paulinas.com.br Maio de 2018 |11
A ordem | Reportagem Arquivo pessoal
Geรณrgia Nery com os filhos, Nicolas e Heloisa
12| Maio de 2018
Reportagem | A ordem
Maternidade :
função se modifica e apresenta desafios Por Luiza Gualberto
T
rabalhar fora de casa, dar conta das atividades domésticas, cuidar dos filhos e ainda arranjar tempo para cuidar de si. Essas são algumas das tarefas desempenhadas pelas mães, nos dias de hoje. Segundo Ângela Abdo, coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos do estado do Espírito Santo, as mulheres, atualmente, fazem o papel de “Mulher Maravilha”. “Elas querem ser mães estremadas, esposas presentes e profissionais brilhantes. Com isso, acabam superprotegendo os filhos, não deixando que se machuquem, tanto física quanto emocionalmente. Mas, por mais que queiram, elas não conseguem, até porque o sofrimento faz parte do crescimento e amadurecimento. A estratégia é acompanhar a vida dos filhos com liberdade controlada e diálogo, pois isso ajuda na proteção e no desenvolvimento deles”, recomenda. Desde o momento em que descobrem que estão esperando um filho, muitas perguntas e questionamentos pairam na cabeça das futuras
A MÃE QUE TRABALHA FORA Ela cuida e trabalha. Viaja e administra a distância. Corre e vibra quando chega a tempo. Fica triste nos dias que não consegue dar conta de tudo. No dia livre se esforça para entregar ainda mais atenção, tempo e carinho. Quando chega tarde da noite, vela o sono. Despertador toca mais cedo para equilibrar os pontos. Monitora febre pelo celular. Lembra do remédio, mesmo que não estaja lá para ministrar. Ela às vezes sofre, mas lembra que trabalha também por um propósito. Volta a sorrir e tem a certeza de que faria tudo novamente. Faz as pazes consigo, mãe! Texto: Jornalista Geórgia Nery
Maio de 2018 |13
A ordem | Reportagem mães. “Será que vou conseguir dar conta de criar um filho e trabalhar?” “Com quem vou deixar ele no retorno ao trabalho?” “De que forma vou criá-lo?” “Existe uma receita pronta?” são alguns desses questionamentos, além de outros que perpassam o mundo atual, que está recheado de ofertas e possibilidades. A verdade é que cuidar de tantas atividades é tarefa difícil para a mãe. A jornalista Geórgia Nery, mãe de Nicolas (09) e Heloisa (06) diz que o desafio para a mãe, atualmente, está na capacidade de superar e aprender com os filhos. “Não tem receita pronta que
14| Maio de 2018
sirva para todos os casos. Um filho já é diferente do outro. Imagine em situações familiares divergentes. O segredo, na minha opinião, é o amor e o diálogo”, aconselha. Ela também recomenda que é preciso sempre buscar informações sobre a criança. “Ouvir seu filho, estabelecer limites e atuar com segurança. Criança precisa saber que não é não, por exemplo. Ela testa os limites o tempo todo. Preparar para o mundo é repassar valores, confiança e fé”, frisa. Juliene Rodrigues, que é secretária do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano, na Arquidiocese de Natal, também aponta alguns desafios. Ela é mãe de Anna Clara (11), Maria Julya (08) e Pedro Luiz (9 meses). “O maior desafio é não poder estar a todo instante com meus filhos. Graças a Deus tenho o apoio do meu esposo, que é chefe de cozinha e traba-
lha em sistema de home office. Posso dizer que ele é essencial na criação e cuidados com nossos filhos. Diariamente, ele se desloca para o meu ambiente de trabalho para que possar amentar Pedro Luiz, tem que nove meses”, conta. Mesmo diante da rotina de trabalho, Juliene fala que consegue se desdobrar para exercer da melhor forma o papel de mãe. “Posso dizer que a partir do momento que me tornei mãe, pude compreender muito mais a minha mãe e me aproximar dela. Também tive a experiência de um maior contato com Nossa Senhora. A maternidade é um presente e nenhuma mulher que deseja ser mãe um dia deve ter medo, porque todos os desafios e dificuldades que passamos no exercício da maternidade valem à pena. Não me imagino sem meus filhos”, enfatiza. A vida no trabalho Muitas empresas têm buscado formas de acolher e proporcionar um ambiente mais favorável para as mães, no sentido de poder cuidar de seus filhos, mesmo no ambiente de trabalho. Um levan-
Reportagem | A ordem Rivaldo Jr
Juliene com o marido, Thiago Neves e os filhos, Anna Clara, Maria Julya e Pedro Luiz tamento feito recentemente pela revista americana Working Mother, elegeu um ranking das 100 melhores empresas para se trabalhar no mundo, entre elas, a HP, Laboratório Bayer, Citibank, entre outras. A revista frisou que o levantamento se baseou nas sedes, que estão nos Estados Unidos, único país ocidental em que a licença-maternidade para todas as mulheres não é obrigatória. Ainda em se tratando de licença-maternidade, a revista Exame fez uma matéria sobre o tempo de licença pelo mundo. Em alguns países, a licença varia de acordo com o tamanho da família: na Croácia, por exemplo, a partir do terceiro filho, é possível estender a licença para três
anos; na Eslováquia, mães solteiras têm direito a 37 semanas, e não 28, como as outras mães. No Brasil, funcionárias de companhias privadas têm quatro meses de afastamento com salário integral e a possibilidade de somar as férias a esse tempo. Dependendo da empresa, o período pode chegar a seis meses, assim como no setor público. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 30 milhões de mães trabalhadoras, que representam mais de 51% do total de 54,7 milhões de mulheres acima de 15 anos com filhos. Para Sebastian Codeseira, diretor de Trends & Futures na Kantar Futures, compa-
nhia de consultoria global na área de inovação, os funcionários de hoje veem o mundo de uma forma diferente, baseados em novos valores e expectativas, o que impacta também os incentivos para a contratação. No caso da integração dos filhos ao ambiente de trabalho, ele recomenda que é importante a flexibilização das regras, por parte da empresa. “Não se trata de colocar barreira entre onde começa e termina o ambiente profissional, mas de compreender que a colaboradora se traz por inteiro onde passa, seja na empresa ou na sua casa. Neste sentido, elas esperam que as companhias apoiem um estilo de vida que traga bem-estar e equilíbrio”, diz.
Maio de 2018 |15
A ordem | Artigo
O enfermeiro no sistema de saúde pública A atuação do enfermeiro no sistema de saúde pública vem sendo cada vez mais presente e o seu papel tem sido cada vez mais essencial para o bom funcionamento desse mecanismo. Hoje, o enfermeiro desenvolve suas atividades com mais autonomia. Muitos falam até que o profissional se constitui como a base da pirâmide dos cuidados de saúde. No sistema de saúde pública, é atribuída a ele, principalmente, a responsabilidade por campanhas de saúde, como imunizações, trabalhando e executando metas estipuladas pelo Ministério de Saúde, inseridas nos programas existentes a serem executados em todo o Brasil. Segundo dados da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, divulgados pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), hoje, no país, são 1.389.833 auxiliares e técnicos em enfermagem e 414.712 enfermeiros com formação acadêmica. Dessa fatia, no Rio Grande do Norte, na atualidade, são 19.714 auxiliares e técnicos em enfermagem e 6.173 enfermeiros com formação acadêmica, que atuam nos mais diversos segmentos da carreira, o que ainda é pouco, tendo em vista a demanda crescente no sistema público de saúde. Vivemos, na atualidade, uma crise no sistema público de saúde, que inevitavelmente prejudica os serviços e a prestação de cuidados básicos, o que interfere diretamente no serviço desempenhado pelo profissional. Para que não falte assistência, ele se desdobra, dia após dia. Como se não bastasse, ele também tem que lidar com o número reduzido de profissionais. Enquanto isso, a demanda de pacientes só aumenta. Tendo em vista esses quesitos, vejo
16| Maio de 2018
Lígia Patrícia S. de Andrade Enfermeira
como um desafio a atuação do enfermeiro nos dias de hoje. Geralmente, a figura do enfermeiro aparece em todo âmbito assistencial, lembrando que além da assistência direta ao paciente, o processo de trabalho dos enfermeiros é caracterizado pelo desenvolvimento da prevenção e da promoção de ações educativas à saúde, o que faz dele um profissional com maior proximidade do usuário e, consequentemente, do sistema de saúde. Importante lembrar que ele se torna diretamente responsável pela assistência, independente da situação, o que, as vezes, para nós, é bastante frustrante, em decorrência do cenário que temos hoje, na qualidade da prestação dos serviços de saúde. Por fim, quero dizer que o papel do enfermeiro no sistema de saúde pública encontra-se com deficiência (não que ele queira). Mesmo apto a ser um cuidador, propagador dos serviços de saúde, além de educador, muitas vezes a sua atuação se vê comprometida, por conta dos pontos já citados. Vejo isso como algo que está sem controle e que é preciso atenção, por parte do poder público, da própria categoria e até da sociedade, que é a mais afetada com a não prestação desses serviços. O enfermeiro precisa se desdobrar e se reinventar, todos os dias, para poder desempenhar um serviço de qualidade, realidade que não teríamos que viver, se houvessem mais investimentos na área. O Brasil vive um momento crítico em todos os âmbitos. No ponto saúde, vejo como urgente e emergente uma atuação mais eficaz por parte dos governantes. Ganhamos nós, profissionais da área e, principalmente, aqueles que são beneficiados com esses serviços, a própria população.
| A ordem
Maio de 2018 |17
A ordem |Viver
Defensoria pública do RN oferece serviços para mulheres que são vítimas de violência
Ainda é muito comum na sociedade, nos dias de hoje, casos de violência doméstica contra a mulher. Recentemente, um dos que mais chocou o Rio Grande do Norte foi o de Isolda Galdino (53), que residia em Natal, morta por seu companheiro, com quem se relacionava há mais ou menos 30 anos. Este caso, se configurou como feminicídio. Desde 2006, está em vigor a Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), que tem por objetivo criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. No Rio Grande do Norte, a Defensoria Pública do Estado, por meio do Núcleo de Defesa da Mulher Vítima de Violência (NUDEM), é responsável por proporcionar a concretização dos direitos das vítimas.
18| Maio de 2018
Ações são desenvolvidas por meio do Núcleo de Defesa da Mulher Vítima de Violência (NUDEM)
Segundo a defensora pública, Ana Lúcia Raymundo, que é coordenadora do NUDEM, antes da criação da lei, os casos de violência contra a mulher eram banalizados. “Hoje, por meio da execução da Maria da Penha, que é considerada a terceira melhor lei do mundo, foi possível proporcionar às mulheres, condições e oportunidades para viver sem violência e, neste sentido, fica na responsabilidade do poder
público, o desenvolvimento de políticas que visem garantir os direitos humanos dessa mulher, no âmbito das relações domésticas e familiares”, conta. Por meio do NUDEM, são asseguradas à mulher vítima de violência doméstica e familiar, o acolhimento por uma equipe multidisciplinar, composta por assistente social, psicólogo, estagiários de direito e defensores públicos, especializados no atendimento de demandas desta natureza. No RN, o Núcleo foi criado por meio do convênio nº 759481/2011, firmado com o Ministério da Justiça. “Estamos lançando um projeto, intitulado defensoras populares, que tem o objetivo de levar esclarecimentos para as comunidades sobre a violência doméstica contra a
Viver | A mulher e de que forma ela pode identificar que está em um relacionamento abusivo”, destaca. O órgão também realiza ações nas escolas, por meio do projeto “Maria da Penha nas escolas”, que é composto principalmente por palestras informativas acerca do tema. Na visão de Ana Lúcia, o que ainda falta para o amplo cumprimento da Lei Maria da Penha é a fiscalização. “Não adianta termos a medida protetiva, se não vamos ter quem fiscalize a sua execução. Então, é necessário haver uma patrulha. Atualmente, temos essa patrulha somente no bairro de Felipe Camarão e em algumas comunidades da região leste, como Mãe Luíza e Petrópolis. É preciso expandir este mecanismo, por exemplo”, aponta.
ordem
Júlio Rocha
Vítima não pode se calar Diante da vivência da violência doméstica, a defensora Ana Lúcia recomenda que a mulher não pode se calar. Ela deve buscar por ajuda e não pode ter medo, porque os órgãos estão à disposição para auxiliar. “Temos o Ministério Público, a Delegacia da Mulher e a própria Defensoria para atender essas mulheres, além do número 180, que é nacional. Na defensoria, dispomos de uma equipe multidisciplinar para dar esse suporte. O importante é a vítima não se calar e procurar ajudar”, alerta. Além desses canais, as vítimas podem buscar a Sala Lilás, que fica no bairro Nazaré, em Natal. É um espaço voltado para prestar atendimento especializado e humanizado. NUDEM Rua Cap. Martinho Machado, nº 157 - Parnamirim Telefone: (84) 3645-1879 www.defensoria.rn.gov.br
Ana Lúcia Raymundo, defensora pública e coordenador do NUDEM
Maio de 2018 |19
A ordem |
20| Maio de 2018
Viver
| A ordem
Maio de 2018 |21
A ordem | Paróquias Mayara Araújo
Igreja Matriz de Nossa Senhora Auxiliadora
Felipe Camarão, devoção, ação e festa da padroeira
Em 30 de junho de 1991, o então arcebispo de Natal, Dom Alair Fernandes Vilar, criou a Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora, com sede no bairro de Felipe Camarão, desmembrando-a da Paróquia de Nossa Senhora do Per-
22| Maio de 2018
pétuo Socorro, nas Quintas, zona oeste de Natal. Nestes 27 anos, já foram desmembradas uma paróquia e uma área pastoral do território da Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora: a Paróquia de Santo Ambrósio Francisco Fer-
Paróquias | A ordem ro, no bairro do Planalto, e a Área Pastoral de Nossa Senhora da Assunção, nos Guarapes. Quando da criação, Dom Alair nomeou o Padre José Sianko, um italiano, da Congregação dos Salesianos, com primeiro pároco. Depois, ele foi sucedido pelo Padre Talvaci Salustino Soares. Mais adiante, o Padre João Maria de Oliveira assumiu o governo paroquial e, desde 2008, a Paróquia tem como pároco, o Padre Antônio Teixeira Gomes. Em breve, um novo pároco assumirá os trabalhos: Padre José Roberto da Rocha. Atualmente, a Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora é composta de seis comunidades: a Igreja Matriz e as capelas de Santa Luzia, Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora da Conceição, Santo Antônio e Nossa Senhora do Guadalupe. Ação pastoral e evangelizadora Para dinamizar o trabalho pastoral, na paróquia, o pároco, Padre Antônio Teixeira conta com a colaboração do Conselho Pastoral e do Conselho Econômico e Administrativo, além das várias pastorais, movimentos e serviços. Ele também destaca o trabalho realizado em parceria com a ONG Atitude Cooperação, da Unimed. “A ONG funciona em um espaço físico da paróquia e atua em diversas frentes, como reforço escolar, aulas de música, teatro e também alguns atendimentos de saúde. Esse trabalho beneficia, inclusive, pessoas que moram no território de outras paróquias da zona oeste de Natal”, diz o pároco. Festa da padroeira A primeira padroeira da comunidade de Felipe Camarão foi Nossa Senhora de Lourdes. “Quando Dom Alair foi criar a paróquia, o Padre José Sianko, que era salesiano, pediu que a paróquia fosse dedicada a Nossa Senhora Auxiliadora, isso devido à grande devoção dos salesianos a ela. E Dom Alair, de pronto, atendeu ao pedido do padre, começando aí a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora, em Felipe Camarão”, explica Padre Antônio Teixeira. Neste ano de 2018, a festa da padroeira será celebrada de 13 a 24 de maio. No período festivo, diariamente, às 19 horas, haverá celebração de novena, seguida de missa e atividades sócio-culturais. No dia 24, encerrando os festejos, às 17 horas, acontecerá a procissão conduzindo a imagem da padroeira, pelas principais ruas do bairro, culminando com a celebração eucarística, presidida pelo pároco, Padre Antônio Teixeira.
Saiba mais Endereço: Rua Arco-íris, 363 – Felipe Camarão – Natal Fone: (84) 3615-2850 Funcionamento: A secretaria paroquial funciona de segunda a sábado, das 8 às 11h e das 15 às 18 horas. Horários de missas: Na Igreja Matriz, há celebração de missa aos domingos, às 9h e às 19h, e de terça a sexta-feira, às 19h. instagram: @paroquianossasraauxiliadora pnauxiliadora@hotmail.com Arquivo Setor de Comunicação
Pe. Antônio Teixeira, pároco
Maio de 2018 |23
A ordem | Paróquias
Nossa Senhora de Fátima: uma Paróquia no Trampolim da Vitória Prefeitura de Parnamirim
Igreja matriz de Nossa Senhora de Fátima O acordo militar entre Brasil e Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, determinou a construção da Base Aérea de Parnamirim. As obras atraíram muitas pessoas, à margem da ferrovia, o que determinou a formação de um núcleo habitacional, que já nasceu com um porte de cidade. A Base Aérea tornou o núcleo habitacional mundialmente conhecido, pelo intenso deslocamento de tropas por via aérea entre Natal
24| Maio de 2018
e Dacar, motivo pelo qual o povoado ficou conhecido como “Trampolim da Vitória” (com informações do livro “Paróquias potiguares – uma história”, de autoria do Pe. Normando Pignataro Delgado – in memoriam). Neste período, também foi construída uma capela na comunidade, que no dia 01 de janeiro de 1952 foi elevada à condição de Paróquia. O território paroquial foi desmembrado das comunidades de São Pedro Apósto-
Paróquias| A ordem lo, no bairro do Alecrim e Sant’Ana e São Joaquim, em São José de Mipibu. O primeiro pároco foi o padre João Correia de Aquino. Atualmente, quem está à frente dos trabalhos pastorais é o Pe. Murilo Paiva. Desde a sua criação até os dias atuais, a efervescência pastoral sempre foi uma marca forte do trabalho da Paróquia, que foi pioneira no aspecto setorização no território da Arquidiocese de Natal. “Começamos com o trabalho das santas missões populares, quando a Paróquia completou 50 anos. A nossa Paróquia funcionou como experiência piloto da Arquidiocese neste sentindo e daqui se expandiu para as demais comunidades paroquiais”, explica. A Paróquia foi dividida em seis polos e cada polo conta com aproximadamente cinco comunidades, cada. São diversos grupos de movimentos, pastorais e serviços, com forte atuação junto à juventude e o social. Entre esses trabalhos sociais, a Paróquia dispõe de um espaço para receber crianças de 0 a 12 anos de idade, em situação de vulnerabilidade social, em que são trabalhadas com elas diversos aspectos, como educação, psicologia, recreação, entre outros. De Parnamirim, já foram desmembradas duas paróquias, sendo Santo André de Soveral – Emaús e Nossa Senhora da Conceição – Nova Parnamirim, além de duas áreas pastorais, que são Nossa Senhora do Carmo – Parque das Nações e São Francisco de Assis – Pirangi do Norte. Marco Referencial Segundo o Pe. Murilo, a Paróquia está atenta no acompanhamento do Marco Referencial da Ação Pastoral Arquidiocesana, em vigência até o próximo ano. Entre as metas, o pároco destaca o trabalho da setorização, família, bem como as demais metas. “Em relação à meta dos mártires, por exemplo, em virtude de ser também o capelão do monumento aos santos potiguares, procuramos desenvolver diversas atividades devocionais. Além da missa do dia 03, que acontece todos os meses em Uruaçu e motivamos a comunidade para participar, realizamos todo dia 13, aqui na comunidade, um terço luminoso. Também realizamos um trabalho devocional junto aos setores paroquiais, no sentido de difundir a história de fé dos nossos santos”, destaca.
Cacilda Medeiros
Pe. Murilo Paiva, pároco Um mês de comemorações Neste mês de maio, a Paróquia vive os festejos em honra de Nossa Senhora de Fátima. Um fato curioso é que a comunidade vive um mês inteiro de comemorações, com a realização de uma vasta programação religiosa e cultural. Todos os dias, as atividades constam de caminhadas penitenciais, recitação do terço e ofício de Nossa Senhora, missas e adoração ao Santíssimo. “O mês de maio é, tradicionalmente, um mês forte para a Igreja, em virtude de ser um período dedicado à devoção mariana. Neste sentido, a Paróquia vive essa programação intensa em maio, com diversas atividades”, destaca. Saiba mais Endereço: Praça Paz de Deus, s/n – centro Parnamirim Telefone: (84) 3272-2201
Maio de 2018 |25
A ordem | Assembleia Fotos: Adielson Agrelos
Mais de 300 bispos, de todo o Brasil, participaram da assembleia
Bispos discutem diretrizes para formação dos presbĂteros
26| Maio de 2018
Assembleia | A ordem
Por Cacilda Medeiros
M
ais de 300 bispos e arcebispos, de todas as dioceses e arquidioceses do Brasil, estiveram reunidos em Aparecida (SP), de 10 a 20 de abril, participando da 56ª Assembleia Geral dos Bispos. Neste ano, o tema central da Assembleia foi “Diretrizes para a formação dos presbíteros”. Para o presidente da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) e arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Sérgio da Rocha, a assembleia foi, antes de tudo, um espaço de convivência fraterna. “Foi um espaço em que os bispos puderam conviver de forma mais de perto uns com os outros, já que o Brasil é tão grande. Posso dizer que essa assembleia foi uma das que mais favoreceu o espaço de encontro fraterno”, comentou o cardeal, durante coletiva da imprensa, na tarde do dia 19. Dom Sérgio também destacou os vários momentos de oração, durante esses dias. “Somos uma das maiores conferências episcopais do mundo, com cerca de 300 bispos e grande experiência em assembleias, realizadas há 56 anos. Quase que concomitantemente ao Concílio Vaticano II, tínhamos nossa conferência episcopal, fundada por Dom Hélder Câmara, no Rio de Janeiro”, explica o arcebispo metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha. Quanto ao tema central da 56ª Assembleia, Dom Jaime lembra que esta discussão vem desde o encontro do ano passado. “Nós nos debruçamos, com todo o empenho, desde o ano passado, a analisar e estudar o tema, a partir do documento Ratio fundamentalis, que é o documento básico da Santa Sé para a formação dos padres. A partir dele, cada conferência episcopal prepara suas próprias diretrizes”, informa. “São diretrizes atualizadíssimas para a formação dos futuros padres, na Igreja dos tempos atuais, com todos os seus desafios”, lembra o arcebispo. Ainda durante a assembleia, segundo Dom Jaime, foi discutida a necessidade de uma reforma nos estatutos da CNBB, criada há mais de 50 anos. Além disso, os bispos ouviram reflexões sobre outros temas, como a liturgia, com base em um texto preparado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, da CNBB. Mensagens No final do encontro, foram divulgadas duas mensagens aprovadas pelo episcopado brasileiro: uma que retoma a função eclesial da CNBB e outra sobre as eleições 2018. Ambas foram apresentadas à imprensa pelo vice-presidente da entidade e arcebispo
Maio de 2018 |27
A ordem | Assembléia de Salvador, Dom Murilo Krieger. A mensagem ao povo de Deus, registra a comunhão do episcopado brasileiro com o papa Francisco e destaca a necessidade de promover o diálogo respeitoso para estimular a comunhão na fé em tempo de politização e polarizações nas redes sociais. “Vivemos um tempo de politização e polarizações que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem a CNBB. Queremos promover o diálogo respeitoso, que estimule e faça crescer a nossa comunhão na fé, pois, só permanecendo unidos em Cristo podemos experimentar a alegria de ser discípulos missionários”, dizem os bispos. Eles encerram a mensagem lembrando que a liberdade de expressão deve ser pautada pela verdade: “Neste Ano Nacional do Laicato, conclamamos todos os fiéis a viverem a integralidade da fé, na comunhão eclesial, construindo uma sociedade impregnada dos valores do Reino de Deus. Para isso, a liberdade de expressão e o diálogo responsável são indispensáveis. Devem, porém, ser pautados pela verdade, fortaleza, prudência, reverência e amor ‘para com aqueles que, em razão do seu cargo, re-
“A assembleia da CNBB nos abastece de atualizações pastorais, sociais e evangelizadoras”
presentam a pessoa de Cristo’ (LG 37)”. A outra mensagem divulgada pelos bispos é sobre as eleições 2018. No texto, os bispos reconhecem que ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador. “Nem mesmo os avanços em seu combate conseguem convencer a todos de que a corrupção será definitivamente erradicada. Cresce, por isso, na população, um perigoso descrédito com a política”, lembram. No final do documento, os bispos exortam a população brasileira a fazer desse momento difícil, uma oportunidade de crescimento. “Incentivamos as comunidades eclesiais a assumirem, à luz do Evangelho, a dimensão política da fé, a serviço do Reino de Deus. Sem tirar os pés do duro chão da realidade, somos movidos pela esperança, que nos compromete com a superação de tudo o que aflige o povo”, escrevem. “Temos muitos frutos da assembleia, como as diretrizes para a formação dos presbíteros, reflexões sobre a Igreja e o estado laico, a liturgia, e as mensagens ao povo de Deus e sobre as eleições. Podemos dizer que a assembleia da CNBB nos abastece de atualizações pastorais, sociais e evangelizadoras”, diz o arcebispo de Natal.
Durante o encontro, Dom Jaime fez uma exposição sobre os Mártires de Cunhaú e Uruaçu, canonizados em outubro de 2017 28| Maio de 2018
| A ordem
Maio de 2018 |29
A ordem | Artigo
São José, o operário NA PERSPECTIVA DO TRABALHADOR É certo que o dia internacional do trabalho é celebrado anualmente no dia 1° de maio em vários países do mundo, e que no Brasil é feriado nacional. Vale salientar que tal data atribui-se ao 1º de maio de 1886, conforme registra a história, em que operários de uma fábrica em Chicago, EUA, grande parque industrial, se revoltaram diante da situação desumana com que eram tratados. Num protesto, manifestado em forma de greve, centenas deles foram feridos e seis foram assassinados. A partir de então o 1° de maio passou a ser visto de forma marcante na vida dos operários. O caso de Chicago se tornou referência, e três anos mais tarde, a Segunda Internacional Socialista, reunida na cidade de Paris, resolveu convocar anualmente, a cada 1º de maio, uma mobilização para reivindicar as oito horas de trabalho. Trinta anos mais tarde, vários países adotam esse dia feriado nacional, lembrando a retificação de oito horas de trabalho pelo senado francês. Aqui no Brasil existem posturas de que a data é comemorada desde 1895, embora tenha se tornado oficial somente em 1925, após decreto oficial. Para harmonizar as lutas sindicais que reivindicavam melhorias para os trabalhadores, com a festa de São José, como operário de Nazaré, a Igreja marca a festa do trabalhador para reconhecer e proclamar o real valor do trabalho, aprovar e bendizer a ação das classes trabalhadoras na luta que, em muitos países prosseguem para obter mais justiça e liberdade para a classe trabalhadora.
30| Maio de 2018
Foi Pio XII, que em 1955 a instituiu na praça de São Pedro, ao dizer: “Queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho a fim de que inspire na vida social as leis da equitativa repartição de direitos e deveres.” A festa foi instituída com o intuito de cristianizar o dia do trabalho e obviamente do trabalhador, aquele que o desenvolve. Indubitavelmente influenciou Pio XII o pensamento de seus predecessores, como Leão XIII que, em 1891 já demonstrava como sucessor de Pedro, preocupação com a evolução das coisas ao escrever a carta encíclica Rerum Novarum, sobre a questão dos operários. Mais adiante se corrobora a comunhão dos pontífices em torno das questões sociais na vida da Igreja no septuagésimo aniversário da Rerum Novarum, quando João XXII, em seu 3° ano de pontificado, promulga a Carta Encíclica Mater et Magistra, sobre a recente evolução da questão social à luz da doutrina cristã. A Igreja com sapiência divina faz ligação do José, esposo casto e fiel, com o operário da carpintaria. “Não é o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos Tiago, José, Judas e Simão? (Mt 13,55). Há registros ainda de que Jesus ironicamente era chamado de o filho do carpinteiro, com o firme propósito de desqualificá-lo (Mc 6,3). Indubitavelmente a instituição da festa de São José no dia do trabalhador traz a confirmação da voz profética da Mãe Igreja, associando o chefe da sagrada família, aos operários injustiçados.
Pe. Lenilson Silva das Chagas Pároco da Paróquia de Santa Teresinha – Tangará e Sítio Novo
“A Igreja com sapiência divina faz ligação do José, esposo casto e fiel, com o operário da carpintaria”
Personalidade | A ordem Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal
Conceição, um exemplo do silêncio e testemunho Setor de Comunicação
Na roda da vida, encontramos pessoas que mais falam e se expressam pelo silêncio do que por discursos efusivos ou palavras eloquentes. E assim imprimem admiração e respeito dos que lhe cercam. Suas falas, gestos, ações e atitudes, sempre embebecidos na ternura e simplicidade, apontam para os verdadeiros valores que lhes habitam o coração, emolduram a alma e movem suas ações. Dona Conceição Santos é uma dessas filhas muito amada por Deus. Verdadeira discípula de Cristo, servindo-O na missão da Igreja. Primeiro, na Igreja Doméstica que constituiu com o seu querido esposo, Paulo Pereira dos Santos, já falecido, de cujo matrimônio gerou dois filhos: Zélia e José Carlos; depois, na Arquidiocese de Natal, no Serviço de Ação Urbana (SAUR) e Pastoral da Criança. Nesses dois serviços da caridade da Igreja, Conceição Santos revelou o amor de Deus que, transfigurado no serviço da caridade da Igreja, “fez-Se carne e habitou entre nós”,
em todas as situações de acolhimento e atenção, de escuta, de força e apoio dispensado a cada um dos mais pobres que acorriam aos seus cuidados. Testemunho da fé traduzida em obras que revelam Cristo – Deus Conosco - presença real e edificante entre nós, na Arquidiocese de Natal. No ano dedicado pela Igreja aos fiéis batizados leigos, trazemos à nossa presença Conceição Santos, luz reflexiva da grande Luz – Jesus Ressuscitado – que insiste em continuar a iluminar os caminhos de todos os que se deixam conduzir por Sua Palavra e que confiam no seu Amor. Como assistente social, Conceição prestou seu labor desapegada de tudo, até mesmo de uma justa remuneração, porque preferiu assim, sempre agindo no anonimato, como sinal de entrega pela imersão no Amor infinito de generoso de Deus. Tudo o que fez e realizou foi para a maior glória e louvor de Deus, que é Amor. Bendito seja o Senhor por Conceição Santos, dom de Deus entre nós!
Maio de 2018 |31
A ordem |Em ação
Agir a serviço de Deus Brunno Antunes
Leigos são animadores das celebrações
32| Maio de 2018
Em ação | A ordem
na comunidade cristã
“O Ano Nacional do Laicato é um reconhecimento de que nós, cristãos batizados, temos muito a oferecer ao mundo, através do nosso testemunho de vida”
Anacleto Batista Bezerra, 55 anos, é o que se pode chamar de ‘cristão-leigo engajado na ação missionária e pastoral da Igreja.’ Ele se engajou nos trabalhos da Igreja, mais precisamente na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Macau, a partir dos 11 anos de idade. Atualmente, é ministro extraordinário da Eucaristia, membro do Conselho Pastoral Paroquial e articulador do 6º Zonal. “Eu comecei a atuar na Igreja, aos 11 anos, em 1975, quando fiz a primeira Eucaristia. Depois, participei do grupo de jovens da comunidade Valadão, que tinha coordenação das Irmãs Ursulinas. Em seguida, fui para a Pastoral da Juventude do Meio Popular. Quando o Padre Murilo Paiva chegou para assumir a Paróquia de Macau, a PJMP teve uma grande expansão, inclusive no Zonal. E isso fez com que eu assumisse, cada vez mais, a missão evangelizadora de batizado e crismado na Igreja,” relata. Para Anacleto, ser um cristão atuante, significa muito para a vida dele. “Tudo o que sou, que tenho como aprendizado intelectual e pastoral, fez com que cada vez mais eu pudesse assumir essa missão, porque sou, me sinto e amo nossa Igreja Católica,” testemunha. Ano do laicato De novembro de 2017 a novembro de 2018, o Brasil vive o Ano Nacional do Laicato, ou seja, um ano dedicado aos cristãos leigos e leigas. Diante dessa iniciativa, o Papa Francisco enviou, em novembro do ano passado, uma carta à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Na carta, o Papa pede que todos os leigos e
leigas brasileiros se sintam animados a dar continuidade ao que ele chama de ‘nova saída missionária’. O Santo Padre pede que os fiéis católicos não se confinem em suas paróquias e levem a palavra do Evangelho mundo afora. “Não se trata simplesmente de abrir a porta para que venham, para acolher, mas de sair porta afora, para procurar e encontrar”, exortou Francisco. O Ano do Laicato, na opinião de Anacleto Bezerra, ajuda o leigo a desempenhar seu papel como protagonista da história. “Devemos desempenhar nosso papel de batizados, na Igreja, na sociedade, na família, no trabalho, contribuindo para evangelizar o homem e a mulher na sua totalidade”, destaca. “Na verdade, desde o Concílio Vaticano II, há essa abertura para os leigos, na Igreja, de contribuir com a ação evangelizadora. E o Ano Nacional do Laicato é um reconhecimento de que nós, cristãos batizados, temos muito a oferecer ao mundo, através do nosso testemunho de vida. Claro que temos nossas deficiências, mas o Senhor Deus nos chama a sermos sal da terra e luz do mundo”, ressalta. O tema escolhido pela CNBB para animar a mística do Ano Nacional do Laicato é: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino”, e o lema: “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14). Vocação laica Leigo é a vocação de todo aquele que foi batizado. Sua missão consiste em ouvir e responder ao chamado de Deus, formando e transformando a comunidade, de modo a melhorar a vida das pessoas como indivíduos e
Maio de 2018 |33
A ordem | Em ação próprios cidadãos. “Nossa primeira vocação é o chamado à vida. E, diante das necessidades pastorais da Igreja, é preciso que a gente assuma essa missão, que é tão nobre, tão bonita e tão importante”, comenta Anacleto Bezerra. Em novembro de 2015, o Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes de uma jornada promovida pelo Pontifício Conselho para os Leigos. O evento acontecia dentro das comemorações do 50º aniversário do Concílio Vaticano II. Na mensagem, o Santo Padre destacou que o “Concílio não olha os leigos como se fossem membros de segunda categoria, a serviço da hierarquia e simples executores de ordens provenientes do alto, mas como discípulos de Cristo que, através do Batismo e sua inserção no mundo, são chamados a animar todo ambiente, atividade e relação humana, segundo o espírito do Evangelho, levando a luz, a esperança e a caridade recebida de Cristo aos lugares que, caso contrário, ficariam sem a ação de Deus e abandonados na miséria da condição humana.” E o Santo Padre continuava na mensagem: “Ninguém melhor que os leigos pode desempenhar a tarefa essencial de inscrever a lei divina na vida da cidade terrena.”
Arquivo pessoal
Anacleto Bezerra, leigo engajado Cacilda Medeiros
Na Igreja, milhares de leigos são engajados em ações pastorais 34| Maio de 2018
Saúde
Ano do Laicato
| A ordem
Depressão Pós-Parto e a Dieta Por Diác. Manoel Carlos Coord. do Setor Leigo
Leigos e leigas Pelo nome de leigos aqui são compreendidos todos os cristãos, exceto os membros da ordem sacra e do estado religioso aprovado na Igreja. Estes fiéis pelo batismo foram incorporados a Cristo, constituídos no povo de Deus e a seu modo feitos partícipes do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, pelo que exercem sua parte na missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo (Lumem Gentium,31). São “homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja” (Doc. de Puebla 786). “Sua missão própria e específica se realiza no mundo, de tal modo que, com seu testemunho e sua atividade, contribuam para a transformação das realidades e para a criação de estruturas justas segundo os critérios do Evangelho” (Dap. 210). São João Paulo II, na Christifideles laici, afirma: “A comunhão é missionária e a missão é para comunhão” (cf 32). O Senhor nos diz: “Vinde à comunhão e ide à missão”; vinde, sejais “ramos da videira” e ide, sejais “sal, luz e fermento”. O Concílio Vaticano II situou a Igreja dentro do mundo, no seio da sociedade, para numa atitude de diálogo e de buscar, ser sua servidora... Uma Igreja em saída entra na noite do povo, é capaz de fazer-se próxima e companheira, mãe de coração aberto, para curar feridas e aquecer o coração (105, 170).
Por Márcia Roque Braz nutricionista
A depressão pós-parto é um assunto que preocupa família e profissionais de saúde. Sabe-se que de 10 a 20% das mães sofrem com este problema que pode começar no primeiro mês após o nascimento da criança e persistir até após o início do segundo semestre de vida do bebê. A boa notícia é que a alimentação das mamães pode ser o ponto chave para evitar este quadro de depressão. Além de uma alimentação rica em fibras, cereais integrais, frutas frescas, carnes magras, uma atenção especial deve ser dada aos alimentos fontes de cálcio (leite, derivados, folhosos). No cardápio que previne a depressão pós-parto, ganham destaque também os alimentos ricos em ômega 3. Esta gordura que também ajuda a melhorar a saúde cardiovascular e o sistema imune. As principais fontes são os peixes de água fria e a linhaça. Há ainda a opção de manipular o ômega 3 e usar as cápsulas. As fontes de ferro, tão importantes na gestação para evitar a anemia, devem continuar fazendo parte da alimentação da mamãe. Isto porque, segundo algumas pesquisas, a suplementação de ferro pode amenizar os sintomas da depressão. Os chamados alimentos funcionais completam o cardápio saudável. Assim, mamães não devem excluir deste cardápio aveia, azeite, oleaginosas, frutas cítricas, tomate, uva roxa e brócolis. Além dos cuidados citados, é importante que a família esteja por perto, dando incentivo à amamentação e auxiliando a mulher neste momento novo. O emagrecimento pós-parto, preocupação de muitas mulheres, deve ser gradual e saudável para evitar prejuízos à saúde.
Maio de 2018 |35
A ordem | Viver
Curso para gestantes orienta e prepara mães durante a gravidez método Pilates é um programa de “Capacitação tem “O exercícios que pode trazer conforto à gravidez e ao parto, com foco na estaa proposta de bilidade da musculatura postural e do trabalhar com o casal assoalho pélvico e no fortalecimento e suave dos músculos”, diz dicas e orientações alongamento a Associação. Ainda de acordo com a entidade, a prática melhora a concenessenciais para tração, a força postural, o equilíbrio, enfrentar o período a coordenação e qualidade dos mosem sobrecarregar as artigestacional com vimentos, culações. Consequentemente, o exermelhor qualidade.” cício vai atuar na prevenção de dores
Com a chegada do bebê, é natural que muitas dúvidas apareçam para as mães em relação à gestação e cuidados com a criança, principalmente quando elas são “marinheiras de primeira viagem”. Para orientá-las e prepará-las durante a gravidez, muitas instituições ligadas à saúde promovem cursos voltados para gestantes. A capacitação é destinada para mães e pais e tem como proposta trabalhar com o casal dicas e orientações essenciais para enfrentar o período gestacional com melhor qualidade, de forma saudável. No conteúdo do curso, são apresentados temas relativos ao trabalho de parto, anestesia, pós-parto, amamentação, cuidados com o bebê após o parto, práticas de banho do bebê, orientações nutricionais, prevenção através de vacinas, entre outros temas. O foco é simplificar e desmistificar algumas temáticas relativas ao universo do recém-nascido. Em geral, a formação é conduzida por um profissional de saúde. A orientação é de que a mãe procure o curso a partir do sexto mês de gravidez, período em que a expectativa para a chegada do bebê aumenta. Prática de exercícios Além do curso para gestantes, outras práticas são recomendadas neste período para as futuras mamães, como o Pilates. Segundo a Associação Brasileira de Pilates, as mudanças que ocorrem na gestação, não são apenas hormonais e emocionais, mas também posturais. À medida que a gravidez evolui, as alterações em músculos, articulações e coluna vertebral também progridem.
36| Maio de 2018
lombares, ombros caídos e tensão no pescoço. No aspecto hormonal, os benefícios vêm na elevação do estrogênio e progesterona, além do hormônio relaxina, que é responsável por proporcionar maior mobilidade aos ligamentos, permitindo a estabilidade das articulações. Onde encontrar curso para gestantes: * Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – somente para servidoras – (84) 3342-2296 * Clínica Escola da UNP (84) 3215-1225/ 1267 * Clínicas Integradas do UNIRN (84) 3215-2960 * Online – www.bebe.abril.com.br * Enfacare consultoria materno infantil (84) 98114-0462/ 99196-7192
Viver
| A ordem Divulgação
Maio de 2018 |37
Viver
A ordem |
Liturgia da Palavra
Padre Willian Bruno dos Santos Costa
Vigário Paroquial da Paróquia Santuário do Bom Jesus dos Navegantes, em Touros-RN.
A origem da Festa do Corpo de Cristo Corria o ano de 1208, quando uma jovem monja cisterciense chamada Juliana foi agraciada por Deus com algumas revelações: um disco branco, parecido com uma lua cheia, tinha em um de seus lados uma mancha negra. Anos depois, após intensa oração, fora lhe revelado o segredo por detrás daquela visão. Faltava na liturgia da Igreja uma festa que honrasse o Santíssimo Sacramento do altar, simbolizada pela lua incompleta. Contudo, a vidente esperou mais de 20 anos para poder comunicar as revelações. No ano de 1264, um Padre chamado Pedro de Braga, nutria em seu interior uma imensa dúvida acerca da presença real de Jesus na Eucaristia. Vale ressaltar que historicamente a Igreja era assolada pela heresia dos cátaros, (puros), iniciada desde o século XI. Estes hereges diziam que o mundo era mau, rejeitavam a encarnação de Jesus, repudiavam o matrimônio e a disciplina da Igreja. Combatiam também a presença real de Jesus na Eucaristia, afirmando se tratar apenas de um símbolo. Mas Deus utilizou-se da pobreza de fé deste sacerdote para mostrar ao mundo a sua glória. O Padre Pedro, afim de curar a sua angústia, dirigiu-se à Cidade Eterna para uma peregrinação. No caminho, hospedou-se em Bolsena, Itália, e, pela manhã, celebrou a Santa Missa na Igreja de Santa Cristina. Durante a elevação do Corpo de Cristo, aconteceu algo extraodinário: a hóstia começou a verter uma
38| Maio de 2018
quantidade tão grande de sangue que transpassou o corporal, as toalhas e o mármore do altar. O Papa Urbano IV – o mesmo que anos antes recebeu as revelações da santa vidente – estava em Orviedo e enviou um bispo, afim de constatar a notícia que rapidamente se espalhara sobre o milagre eucarístico. O Papa, movido por piedade, se dirigiu ao encontro do bispo que, encontrando-o numa ponte, prontamente abriu o corporal ensopado de sangue. O Papa, de joelhos, exclamou: “Corpus Christi”! Corpus Christi”! Instituiu assim, como havia pedido Jesus nas revelações a Santa Juliana de Mont Cornillon, (que após a festa de Pentecostes, na quinta-feira, se celebrasse a festa da presença real de Jesus na Eucaristia) através da Bula Transituro de hoc mundo, a festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Antes da festa, o Santo Padre convocou dois exímios teólogos para compor os textos sagrados da solenidade: São Boaventura (franciscano) e Tómas de Aquino (dominicano). O primeiro, ao ouvir o segundo, com um gesto de humildade, rasgou o que havia preparado, pois percebeu que todo o seu esforço era pequeno para expressar a beleza e o mistério da Eucaristia. Por isso tudo, celebremos com muita piedade e fé este momento, demonstrando a todos, através da procissão eucarística, a nossa convicção de que Jesus vive e reina no sacramento do Amor.
| A ordem
Maio de 2018 |39
A ordem |
40| Maio de 2018