Fundação Paz na Terra ano LXVII - Nº 41 Natal/RN | R$ 7,00 Setembro de 2019
Jardins de Infância já alfabetizaram
mais de
42 mil pessoas
A ORDEM
2 SETEMBRO DE 2019
A ORDEM
SETEMBRO DE 2019
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A ORDEM
SUMÁRIO
EDITORIAL
O “PULMÃO” DA CASA COMUM
Jardins de Infância já alfabetizaram
mais de
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42 mil pessoas
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CAPA
VIDA PASTORAL - Lectio Divina: Ler e rezar a Palavra de Deus
PARÓQUIAS - Nesta edição, você vai conhecer as comunidades paroquiais de Nossa Senhora da Conceição, em São Rafael e Nossa Senhora de Fátima, no Parque das Dunas REPORTAGEM - Amazônia pede socorro
VIVER - Rádio 91 comemora um ano de migração para FM
EXPEDIENTE
Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689
4 SETEMBRO DE 2019
CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Cione Cruz André Kinal Idalécio Rego Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr Vitória Élida
Dentre as várias matérias desta edição, uma delas – a do Sínodo da Amazônia – se destaca pelo significado ímpar daquela região para a humanidade. O debate do evento certamente evidenciará a importância do bioma amazônico para o Planeta. No “continente” amazônico se encontram povos ali originados, fauna e fora ali originadas e mananciais aquíferos que “irrigam” várias regiões brasileiras e quiçá de outros países através dos chamados “Rios Voadores”. “Nos últimos dias a água dos Rios Voadores, que transportam pela atmosfera a umidade da Amazônia para todo o sul e centro-oeste do continente, foi substituída por fumaça, que chegou a ser notada nos estados de São Paulo e Paraná”, relataram matérias jornalísticas. As matérias falavam das queimadas intencionais ou acidentais na Amazônia brasileira, registradas em agosto. Os empreendedores do agronegócio promoveram até o “dia do fogo” ao longo da BR-163, incentivados pela atual política de descaso do governo brasileiro para com a preservação ambiental. O Sínodo, certamente, trabalhará e produzirá pistas que levem à adoção de políticas públicas de preservação ambiental da Amazônia, “pulmão” da Casa Comum chamada Planeta Terra.
EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1752) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN) CAPA: Rivaldo Jr. COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal
DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140
IMPRESSÃO: Gráfica Sul (84) 3211-2360
COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001
TIRAGEM: 1.000 exemplares
ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br
A ORDEM PALAVRA DA IGREJA
“Pobres
NÃO SÃO LIXO HUMANO”
“
Peço que se empenhem para que este Dia Mundial possa reforçar em muitos a vontade de colaborar concretamente para que ninguém se sinta privado da proximidade e da solidariedade.”
“A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sal 9, 19). Este é o tema escolhido pelo Papa Francisco para o 3º Dia Mundial dos Pobres, que será celebrado em 17 de novembro. Esta celebração instituída pelo Pontífice é fruto do Jubileu Extraordinário da Misericórdia e se realiza no domingo anterior ao da festa de Cristo Rei. Na mensagem para a edição deste ano, Francisco faz uma comparação entre a situação do pobre no tempo do salmista e a situação atual e constata que pouco mudou. “Passam os séculos, mas permanece imutável a condição de ricos e pobres, como se a experiência da história não ensinasse nada. Assim, as palavras do salmo não dizem respeito ao passado, mas ao nosso presente submetido ao juízo de Deus. ” O Pontífice cita as “muitas formas de novas escravidões”, como famílias obrigadas a deixar a sua terra; órfãos que perderam os pais; jovens em busca duma realização profissional; vítimas de tantas formas de violência, da prostituição à droga; sem esquecer os milhões de migrantes instrumentalizados para uso político. O Papa fala também das periferias das cidades, repletas de pessoas que vagueiam pelas ruas, em busca de alimento. “Tendo-se tornado eles próprios parte duma lixeira humana, são tratados como lixo, sem que isto provoque qualquer sentido de culpa
em quantos são cúmplices deste escândalo.” Por ocasião do Dia Mundial dos Pobres, Francisco não pede somente iniciativas de assistência, mas faz votos de que aumente em cada um aquela atenção plena, que é devida a toda a pessoa que se encontra em dificuldade. “Não é fácil ser testemunha da esperança cristã no contexto cultural do consumismo e do descarte, sempre propenso a aumentar um bem-estar superficial e efêmero. Requer-se uma mudança de mentalidade para redescobrir o essencial, para encarnar e tornar incisivo o anúncio do Reino de Deus.” O Pontífice não deixa de enaltecer o trabalho de inúmeros voluntários pelo mundo, mas recorda que os pobres não precisam somente de uma “sopa quente ou de um sanduíche”. “Precisam das nossas mãos para se reerguer, dos nossos corações para sentir de novo o calor do afeto, da nossa presença para superar a solidão. Precisam simplesmente de amor...” Para finalizar a mensagem, o Santo Padre exorta a “todas as comunidades cristãs e a quantos sentem a exigência de levar esperança e conforto aos pobres, peço que se empenhem para que este Dia Mundial possa reforçar em muitos a vontade de colaborar concretamente para que ninguém se sinta privado da proximidade e da solidariedade.”
CONFIRA NOSSOS DESCONTOS ESPECIAIS! A cada Bíblia adquirida, você ganha de presente um exemplar do livro Primeiros passos com a Bíblia. Aproveite!
BRINDE!
(1Jo 4,19)
CAMPANHA MÊS DA BÍBLIA
6 SETEMBRO DE 2019
PAULUS LIVRARIA DE NATAL/RN Rua Coronel Cascudo, 333 – Cidade Alta Tel.: (84) 3211.7514 / WhatsApp: (84) 99900.0246 natal@paulus.com.br
@editorapaulus
CENTRO BÍBLICO PAULUS
Campanha vigente de 5 de agosto a 30 de setembro de 2019.
Francisco Papa
A VOZ DO PASTOR A ORDEM
“É preciso recordar sempre: a Palavra de Deus nos apresenta a missão da Igreja como continuação da missão de Jesus Cristo”
Mês da Bíblia:
NA ESCUTA DA PALAVRA
Queridos irmãos e irmãs! No mês de setembro a Igreja lembra a todos os católicos a importância fundamental que tem as Sagradas Escrituras na sua vida e missão. O mês da Bíblia é uma oportunidade para vivermos mais intensamente a nossa condição de “ouvintes da Palavra”. A Igreja afirma a sua fé na ação reveladora de Deus, quando declara: “Aprouve a Deus. na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cf. Ef 1,9), segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina (cfr. Ef 2,18; 2Pd 1,4). Em virtude desta revelação, Deus invisível (cf. Cl 1,15; 1Tm 1,17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos (cf. Ex 33, 11; Jo 15,14-15) e convive com eles (cf. Br 3,38), para os convidar e admitir à comunhão com Ele” (CONCÍLIO VATICANO II. Constituição dogmática sobre a Revelação Divina, Dei Verbum, n. 2). Nas Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, os bispos brasileiros apontam a necessidade de alicerçar a vida pastoral sob o “Pilar da Palavra”: “para formar discípulos missionários, é urgente aproximar mais as pessoas e as comunidades da leitura orante da Palavra de Deus. Não basta ler ou estudar a Sagrada Escritura... O importante é o encontro com a Palavra que muda a vida e dá sentido ao ser e agir de quem é cristão, corrigindo posturas e aderindo ao modo de ser, de pensar e de agir de Jesus Cristo” (CNBB. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023, nn. 91-93). A Palavra de Deus nos acompanha no dia a dia da
Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
nossa caminhada. A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dando continuidade ao ciclo do tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida” propôs para o Mês da Bíblia o estudo da Primeira Carta de São João, com destaque para o lema: “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19). O Mês da Bíblia surgiu em 1971, por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte, Minas Gerais. Foi levado adiante com a colaboração efetiva do Serviço de Animação Bíblica – Paulinas (SAB), até posteriormente ser assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estender-se ao âmbito nacional. É preciso recordar sempre: a Palavra de Deus nos apresenta a missão da Igreja como continuação da missão de Jesus Cristo, Palavra eterna do Pai, encarnada na nossa história. A Igreja vive da Palavra e vive para a missão, isto é, por escutar na Palavra que Deus enviou seu Filho e seu Espírito (cf. Gl 4,4-6) e que assim como o Pai enviou o seu Filho este nos envia também (cf. Jo, 20,21), ela encontra o fundamento de sua missão na revelação da missão do Filho e do Espírito, atestada na Bíblia. Por isso, é necessário que haja um empenho maior para que nossas comunidades sejam animadas pela Palavra de Deus. Que este mês traga a todos a conscientização de que necessitamos investir mais e mais na formação bíblica, na espiritualidade bíblica, e como consequência disso, numa vida de imitação de Cristo na caridade para com nossos irmãos e irmãs.
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A ORDEM
Neste mês de setembro, a Igreja Católica vivencia o mês dedicado ao dízimo. Randenclécio Xavier é o coordenador arquidiocesano da pastoral e reforça a importância de viver o dízimo em sua totalidade, como Igreja missionária
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ENTREVISTA A ORDEM
Dízimo:
EXPERIÊNCIA DA IGREJA EM MISSÃO POR LUIZA GUALBERTO FOTOS: CACILDA MEDEIROS
A Ordem: Quais são e qual a importância das dimensões do Dízimo? Randenclécio: Segundo o documento 106 da CNBB, as dimensões do dízimo foram ampliadas, devido sua importância. Antes, eram três e agora são quatro: dimensão religiosa, sendo caracterizada como a espiritualidade do cristão, do leigo, do católico, com Deus. A segunda dimensão é a eclesial, sendo aquela que dá todo o aparato à vida religiosa. A terceira é a missionária, que é a dimensão de investir na evangelização, no anúncio da Palavra, dentro de uma Igreja em estado permanente de missão. O dízimo deve dar este suporte à ação missionária. Por fim, a dimensão caritativa, que é esse olhar samaritano da Igreja. O dízimo quer e deve atingir as nossas pastorais sociais, que tem como objetivo principal, olhar para as pessoas menos favorecidas. A Ordem: Como está a articulação da Pastoral do Dízimo na Arquidiocese de Natal? Randenclécio: Nossa Arquidiocese conta com 14 zonais e em
cada um deles temos um articulador da pastoral, que, consequentemente, integra uma equipe. Também contamos com uma equipe de formadores, além da equipe de coordenação. São pessoas que contribuem na formação e na consciência da importância do dízimo na Arquidiocese. A Ordem: Que experiências exitosas surgiram como resultado desse trabalho de articulação? Randenclécio: Primeiro, é esse trabalho sistemático. A partir do momento em que falamos uma mesma linguagem, o trabalho se consolida. Viver essa sinodalidade e essa comunhão, considero como um ponto positivo para ação permanente da pastoral. Outra atividade importante é o dízimo missionário. É um método em que o agente da pastoral assume a função de agente missionário do dízimo. Consiste em uma visita mensal ao dizimista, que se caracteriza principalmente como um encontro para meditação da Palavra e, como fruto desse encontro, a família recebe um envelope, que
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O dízimo é o encontro com Deus, em que percebo tudo aquilo que vem para a minha vida e, a partir desse momento, assumo meu compromisso para com a Igreja”
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A ORDEM ENTREVISTA
é entregue na missa do dizimista, em que ele rende graças a Deus por tudo que recebeu. A gente teve uma experiência da missão arquidiocesana, no intuito de provocar a comunidade para a missão, que deve acontecer em todo o tempo. A pastoral não deve se prender apenas ao plantão do dízimo, mas tem que se tornar uma pastoral missionária. Agora em setembro, vamos lançar a proposta da segunda missão arquidiocesana, para ir ao encontro do dizimista. A ORDEM: Quais os maiores desafios para desenvolver o trabalho dessa pastoral? Randenclécio: Um dos maiores desafios é a questão do compromisso. Temos muitos agentes comprometidos, mas temos outros que não assumem a sua missão de batizado nessa ação evangelizadora. Posso destacar como outro desafio, a grande dificuldade de um dízimo transparente, claro com as pessoas.
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A pastoral não deve se prender apenas ao plantão do dízimo, mas tem que se tornar uma pastoral missionária”
Muitas vezes, as paróquias fazem até um trabalho bem feito, mas parece que tem medo de expor onde o dízimo daquelas pessoas está sendo investido. A terceira dificuldade é a questão da formação, de as pessoas compreenderem o que é realmente o dízimo, qual é sua a proposta. O dízimo é o encontro com Deus, em que percebo tudo aquilo que vem para a minha vida e, a partir desse momento, assumo meu compromisso para com a Igreja. A ORDEM: Estamos no mês do dízimo. Que mensagem deixa aos diversos dizimistas da nossa Arquidiocese? Randenclécio: Neste mês de setembro estamos programando diversas atividades, culminando com o encontrão, no dia 15 de setembro, na Escola de Governo. A grande convocação é para que as pastorais e os dizimistas vivam essa experiência do dízimo e que assumam, verdadeiramente, a sua missão, como batizado e enviado.
Encontrão do dízimo vai ser realizado no dia 15 de setembro, na Escola de Governo, em Natal
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A ORDEM
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A ORDEM CAPA
Os Jardins de Infância alfabetizam crianças dos 3 aos 6 anos
JARDINS DE INFÂNCIA JÁ ALFABETIZARAM MAIS DE 42 mil pessoas “A educação da criança deve começar logo aos dois anos de idade” (Pe. Tiago Theisen) POR CACILDA MEDEIROS FOTOS: RVALDO JR
Quando o belga, Padre Tiago Theisen, desembarcou na capital potiguar, no ano de 1968, Natal era bem diferente do que é hoje. A zona norte era pouco habitada. Padre Tiago, hoje, com 88 anos de idade, sempre atento à evangelização, à educação e à cidadania, ajudou a ‘construir’ a zona norte. Ao longo dos anos, o sacerdote construiu 42 capelas. A estratégia dele era construir um jardim de in12 SETEMBRO DE 2019
fância ao lado de cada capela edificada. Para esse trabalho da educação, contou, desde o início, com a colaboração de Luiza Braz. “Quando chegou aqui, a primeira comunidade visitada por Padre Tiago foi o Igapó. Ele logo percebeu que havia muitas crianças sem estudar. Então, convidou a mim e a uma irmã minha para assumirmos a alfabetização das crianças”, conta Luiza. “Aceitei o desafio e fui estudar o
magistério para me preparar para a missão”, lembra. Uma história de quase meio século No ano de 1973, surgiu o primeiro Jardim de Infância, construído pelo Padre Tiago, recebendo o nome de Pinóquio, em atuação até os dias atuais. A coordenação foi entregue a Luiza Braz, função que ela desenvolve ao longo desses 46 anos,
CAPA A ORDEM
tendo Padre Tiago Theisen como diretor. “No início, era só uma sala. Minha irmã dava aula para 20 alunos, na parte da manhã, e eu ensinava a outros 20, na parte da tarde. Éramos voluntárias”, recorda a coordenadora. Ao todo, o sacerdote belga construiu 34 jardins para alfabetizar crianças, em uma faixa territorial que ia das Quintas até a Praia de Pitangui. Nesses 46 anos, cerca de 42.600 pessoas foram alfabetizadas nessas escolas. Atualmente, apenas três estão em funcionamento: Pinóquio e Cravina, no Igapó, e Bem me quer, no Parque dos Coqueiros. As professoras são cedidas pela prefeitura municipal e os pais contribuem com uma mensalidade de cem reais, para cobrir as despesas com a manutenção das escolas, incluindo a merenda das crianças. A faixa etária dos alunos vai dos três aos seis anos de idade. Quando concluem o jardim, eles seguem para outras escolas, para cursar o primeiro ano do ensino fundamental.
Luiza Braz: “Dediquei minha vida a esse trabalho. Uma caminhada muito prazerosa” SETEMBRO DE 2019
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A ORDEM CAPA
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Padre Tiago acreditou e acredita que, com a educação, o mundo pode ser transformado” Terinalda Dantas
Terinalda Dantas é professora há quase 30 anos
Segundo Luiza Braz, os jardins são a escola da família, porque muitos adultos que foram alfabetizados neles, fazem questão de que os filhos também estudem lá. Reconhecimento São vários os profissionais, entre professores, advogados, engenheiros, mestres e doutores que deram os primeiros passos da alfabetização escolar nos Jardins de Infância do Padre Tiago. Entre os ex-alunos, também há os que dedicam à vida religiosa, incluindo padres e diáconos. Fabiano Ribeiro Dantas, diácono permanente atuante na Paróquia de Santa Maria Mãe foi alfabetizado na primeira turma do Pinóquio. “Daquela época, recordo das festas juninas e do Padre Tiago distribuindo balas pra gente, no jardim. No inconsciente, porém, foram absorvidos os princípios fundamentais para a minha vida humana e
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cristã”, diz o diácono, que também é pedagogo. No ministério diaconal, ele diz que se inspira no exemplo do Padre Tiago, no processo de evangelização. Graduado em gestão ambiental, Hallyson Diego, 31 anos, é ex-aluno e, em agradecimento, faz um trabalho voluntário no Pinóquio. Ele colabora na organização e regularização documental para a criação de uma associação, que será a mantenedora das escolas. “É muito gratificante ver o resultado das escolas de educação infantil criadas pela Padre Tiago. Projetos como esse, não podem parar”, reflete Hallyson. No final da década de 1980, Terinalda Dantas era catequista, na Paróquia de Santa Maria Mãe, no Conjunto Santa Catarina, quando recebeu o convite para ser professora na ‘escola do padre’. De lá para cá, já são quase 30 anos de
magistério, alfabetizando crianças. “É muito gratificante encontrar pessoas, hoje já formadas, que chegam pra mim e dizem que fui sua primeira professora”, comenta. Terinalda destaca o fato afetivo que cria com os alunos. “Certa vez, uma menina, até então tranquila, estava muito inquieta. Fui conversar e ela, chorando, contou que tinha sido abandonada pela mãe. Ali, senti que, além de professora, eu também fazia o papel de mãe daquela menina. Isso me tocou profundamente”, recorda. “Trabalhar aqui, me fez uma pessoa melhor, realizada”, diz a professora. Desde 2015, a ex-aluna do Jardim Angélica, que ficava no Conjunto Soledade 2, Débora Oliveira, é professora no Pinóquio. Para ela, é uma alegria poder exercer a função de professora, naquela escola. “A história de determinação do Padre Tiago, juntamente com Luiza Braz,
CAPA A ORDEM
Pe. Tiago Theisen, idealizador e diretor das escolas
em prol da educação infantil, na zona norte de Natal, é fonte de inspiração para todos nós”, destaca. Alegria, energia e educação Quem entra pela primeira vez no Jardim de Infância Pinóquio, o primeiro a ser construído, pode observar um espaço harmonioso e bem ornamentado com decorações infantis. A alegria, energia e o jeito educado das crianças também chamam a atenção do visitante. Anne Rebeca tem cinco anos de idade e muita espontaneidade ao
falar. Ela conta que, no Pinóquio, aprende a ler e a escrever, além de gostar das brincadeiras, da merenda, da contação de histórias e de ter ali seus melhores amigos. A conversa é complementada por Cibele Vitória, também com cinco anos de idade, que diz que já aprendeu ‘um pouquinho’ a ler e a escrever. “Essa escola é muito interessante para nós. Eu gosto de tudo, aqui”, revela a pequena Cibele. O que elas querem ser quando crescer? Anne diz que quer chef de cozinha e Cibele quer ser médica.
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O desenvolvimento máximo do cérebro humano se dá dos dois anos e meio aos três anos de idade. É nessa fase que a criança tem que começar a estudar” Pe Tiago Theisen
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A ORDEM VIDA PASTORAL
O método consiste na leitura de um texto bíblico, meditação, oração e contemplação Fotos: Rivaldo Jr
Leitura bíblica e oração são a base da lectio divina
Ler e rezar a
Palavra de Deus POR: CACILDA MEDEIROS
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VIDA PASTORAL A ORDEM
E, neste ano, nós estamos entendendo melhor o que São João quis dizer pra gente. Aprendemos uma forma diferente de orar” MIRIAN NERI
D
esde março de 2018, o vigário geral da Arquidiocese de Natal, Padre Paulo Henrique da Silva, vem se reunindo, mensalmente, com um grupo, para praticar a lectio divina, ou seja, a leitura orante da Palavra. Inicialmente, o grupo se reunia na capela do Instituto Maria Auxiliadora e, neste ano, os encontros acontecem toda primeira terça-feira, às 19h30, no Seminário de São Pedro, que fica na Av. Campos Sales, no Tirol. “Neste ano, estamos estudando a primeira carta de São João, em sintonia com o tema do mês da Bíblia”, explica Padre Paulo. De acordo com o padre, lectio divina é um método antigo, que já foi utilizado pelos monges medievais. O método consiste na leitura de um texto bíblico, meditação sobre o texto lido, oração e contemplação. “Este método é individual, mas nós fizemos algumas adaptações para ser comunitário”, diz o vigário geral. “Quando a nossa oração é feita a partir da
Palavra de Deus, fazemos uma oração espontânea. Para que nossa oração não fique apenas em pedidos ou desconectados da fé, o método da lectio divina nos ajuda a entender as nossas necessidades”, enfatiza. Encontros e testemunhos Atualmente, o grupo coordenado pelo Padre Paulo Henrique é formado por seminaristas e outros fiéis leigos, de algumas paróquias de Natal. Quem desejar conhecer o método, é só ir ao Seminário de São Pedro, na primeira terça-feira do mês, às 19h30, conduzindo a Bíblia Sagrada e participar do encontro. Ruta Ximenes, 94 anos, é uma das praticantes da lectio divina, desde o primeiro encontro organizado pelo vigário geral. “Eu leio a Bíblia todos os dias. E, com esses estudos, eu me abasteço de Deus. Sinto-me uma pessoa melhor”, testemunha. O casal Washington Reis e Mirian Neri, da Paróquia de São Pedro
Grupo se reúne mensalmente, às terças-feiras
Apóstolo, no Alecrim, também participa dos encontros, desde o início. Para Whashigton, a leitura orante oferece uma melhor compreensão da Palavra de Deus. “Inclusive, nas missas, a gente passa a compreender melhor a primeira leitura, o salmo, a segunda leitura e o Evangelho”, comenta. “E, neste ano, nós estamos entendendo melhor o que São João quis dizer pra gente. Aprendemos uma forma diferente de orar”, acrescenta Mirian. Todos os alunos do Seminário de São Pedro também participam dos momentos de vivência da lectio divina. Para o aluno do 4º ano do curso de Teologia, Jean Diniz, a vivência é uma antecipação do que eles viverão, quando estiverem atuando nas paróquias, como sacerdotes. “O padre é aquele que deve orientar os fiéis a um jeito certo de rezar. A metodologia da lectio divina nos apresenta passos gradativos, porque parte da leitura e evolui para algo mais espiritual, transcendente”, explica.
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A ORDEM ARTIGO
CVV: um serviço
de atenção à vida
A
partir do momento em que um ser humano se colocou em disponibilidade para ouvir com compaixão o desabafo das angústias de outro ser, pode-se dizer que aí começou o trabalho de prevenção ao suicídio. O Centro de Valorização da Vida é uma organização da sociedade civil, de caráter filantrópico, apolítico e arreligioso, fundada em 01 de março de 1962, como Campanha de Valorização da Vida, na cidade de São Paulo, por um grupo inicial de 14 voluntários. Hoje, o CVV conta com mais de 120 postos espalhados pelas principais cidades brasileiras, dentre as quais, Natal, atendendo pelo número 188. Este número recebe ligações gratuitas, inclusive de celular sem crédito, com funcionamento 24 horas por dia, recebendo chamadas de todo o território nacional. Alguns destes postos fazem atendimento pessoal. Em 2018, o CVV macional recebeu mais de 2,6 milhões de ligações, dando apoio emocional e na prevenção ao suicídio. Existem outras formas de atendimento além do posto físico, como: CVV WEB, CVV Voip, atendimentos por e-mail e carta. Conta também com o CVV Comunidade na pósvenção, com o CVV GASS – Grupo de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio, atendendo presencialmente a família, bem como, amigos impactados com a perda pelo suicídio e com ações para pessoas que tentaram tirar sua vida, mas não conseguiram. As reuniões acontecem toda 2ª segunda-feira, das 15h às 17h, bem toda 4ª quarta-feira do mês, das 19h às 21h, no Posto CVV, situado na Av. Junqueira Aires, 390 – Cidade Alta, antigo ITEPAN, em Natal. Hoje, o CVV conta com o apoio da Arquidiocese de Natal, cedendo o espaço para os atendimentos, através do reconhecimento do Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha. No mês de setembro, o CVV, como a maior instituição de credibilidade no tema suicídio e também a promoção de ações comunitárias em diversas instituições, com palestras, falando abertamente sobre o suicídio, bem como, divulgações, atendimentos em plantões de escuta, Cine Ser, CRC – Caminho de Renovação Contínua, além de dar apoio a todas as ações de instituições correlatas. Conheça mais sobre o CVV, acessando nosso site: www.cvv.or.br ou enviando uma mensagem para: natal@cvv.org.br. Toda vida deve ser valorizada e por isso merece ser salva!
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Marcelo Pereira Vice-coordenador do CVV Natal
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“Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar”
GERAL A ORDEM CACILDA MEDEIROS
Peregrinação prepara fiéis para a festa da padroeira de Natal Imagens de Nossa Senhora da Apresentação vão peregrinar no período de 16 de setembro a 10 de novembro
A
partir do dia 16 de setembro, cerca de 70 capelinhas com a imagem de Nossa Senhora da Apresentação vão visitar lares de fiéis e devotos, em preparação para a festa da padroeira da Arquidiocese e da cidade do Natal. A missa de envio das capelinhas acontecerá na Catedral Metropolitana, dia 16 de setembro, às 19 horas, presidida pelo Padre Edmilson Lopes, da Comunidade Canção Nova. A peregrinação das capelinhas, coordenada por um grupo de missionários, acontecerá no período de 16 de setembro a 10 de novembro. No mesmo período, uma imagem da padroeira também peregrinará por escolas, comércio e instituições governamentais e não governamentais, na capital potiguar. A festa de Nossa Senhora da Apresentação será celebrada no período de 11 a 21 de novembro, refletindo o tema: “Com Maria, iluminados pela Palavra e enviados para a missão”. A vasta programação, com atividades religiosas e culturais, será desenvolvida na Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação (antiga Catedral) e na Catedral Metropolitana. No período da festa, também vai circular a revista Rosário do Potengi, com matérias, artigos, entrevistas e o roteiro de todo o novenário da festa. SETEMBRO DE 2019
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Mês da Bíblia na Paulinas Convidamos você a ser
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Palavra
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A ORDEM PARÓQUIAS
Paróquia atrai devotos da
Virgem de Fátima Fotos: Rivaldo Jr
Santuário de Nossa Senhora de Fátima
Parque das Dunas vai ganhar réplica da capelinha das aparições POR CACILDA MEDEIROS
22 SETEMBRO DE 2019
PARÓQUIAS A ORDEM
A
Paróquia Santuário de Nossa Senhora de Fátima, com sede no Parque das Dunas, zona norte de Natal, foi criada em 30 de maio de 2006, desmembrada da Paróquia de Santana. “No ano 2000, o então arcebispo de Natal, Dom Heitor Sales, encontrou-se com o jornalista natalense Murilo Melo Filho. Ele confidenciou a Dom Heitor que tinha o desejo de construir uma capela dedicada a Nossa Senhora de Fátima, aqui, na capital. Depois, o Monsenhor Lucas Batista sugeriu que a capela fosse construída no território da Paróquia de Santana. O então pároco, Padre Francisco das Chagas de Souza, disse que a capela poderia ser construída no Parque das Dunas”, relata o pároco, Padre João Maria do Nascimento. A capela (hoje, Igreja Matriz), construída pelo jornalista Murilo Melo Filho, foi inaugurada em 13 de maio de 2004. Em 3 de agosto de 2005, foi instalada a Área Pastoral de Nossa Senhora de Fátima, tornando-se paróquia menos de um ano depois. Devoção à Virgem de Fátima Segundo o Padre João Nascimento, com a instalação da Paróquia, ele foi percebendo que a devoção dos fiéis a Nossa Senhora de Fátima só aumentava. Tanto que em 13 de outubro de 2013, Dom Jaime elevou a paróquia a Santuário arquidiocesano de Nossa Senhora de Fátima. “A partir daí, iniciamos o projeto para a construção da réplica da capelinha das aparições. A origem está no Santuário de Fátima, em Portugal”, conta. No momento, está na
da própria comunidade. A imagem que vai ficar na capela foi doada pelo Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal. Para acolher os devotos e visitantes, atualmente, o Santuário, no Parque das Dunas, é aberto diariamente, pela manhã e à tarde.
Padre João Maria do Nascimento, pároco
fase da construção do abrigo que vai acolher a réplica da capelinha, em um terreno ao lado do Santuário. A maioria dos recursos é
Ação pastoral Para dinamizar a ação pastoral e missionária, a Paróquia é dividida em três setores: São João Paulo II, Irmã Lindalva e São Francisco e Santa Jacinta Marto. “Quase todas as paróquias que atuam em nível arquidiocesano, atuam aqui também”, diz o pároco. Na ação social, Padre João Nascimento destaca o projeto Maná, com a distribuição de sopa para 500 pessoas, todas as sextas-feiras, previamente cadastradas. Um trabalho que une a ação social e a evangelização. Além do trabalho da Pastoral da Saúde, que realiza uma ação de cidadania duas vezes por ano.
SERVIÇO Endereço: Rua da Garoupa, 01, Conj. Parque das Dunas IV, Pajuçara, Natal Tel.: (84) 3663-2166 / 3615-2882 Horários de missas (Santuário): . Domingo: 7h, 10h30 e 19h30 . Terça a sábado: 10h . Todo dia 13: 12h (missa votiva a Nossa Senhora de Fátima) Saiba mais: www.facebook.com/psnsFatimaNatal www.instagram.com/psnsfatimanatal Youtube – Santuário Nossa Senhora de Fátima – Natal/RN
SETEMBRO DE 2019
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A ORDEM PARÓQUIAS
São Rafael:
uma Paróquia quase centenária PE. ANDRESON MADSON
Expansão da comunidade aconteceu graças ao trabalho do desbravador da região, Luis Martins de Oliveira Barros POR LUIZA GUALBERTO
Igreja matriz
24 SETEMBRO DE 2019
PARÓQUIAS A ORDEM
S
ituado nas proximidades do rio Piranhas, no ano de 1765, surgia o povoado de Caiçara, que se originou de um aldeamento indígena. Segundo o livro “Paróquias potiguares: uma história”, de autoria do Pe. Normando Pignataro Delgado (in memoriam), no ano de 1845, o povoado recebeu o missionário capuchinho, frei Serafim de Catânia, que propôs a mudança do nome do local para São Rafael, o que não foi bem aceito pela população local. “O grande desbravador da região, Luis Martins de Oliveira Barros procurou consolidar o nome do lugar para São Rafael. Ele construiu a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a casa paroquial e o cemitério público”, diz o livro. A Paróquia foi criada em 08 de dezembro de 1920, pelo então bispo diocesano, Dom Antônio dos Santos Cabral e teve como primeiro pároco, o padre João Soares Bilro. O distrito foi elevado à condição de município no ano de 1948. Por ocasião da construção da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, a cidade foi inundada pelas águas e outra foi construída para acolher os moradores. A Paróquia hoje Atualmente, a Paróquia tem como pároco, o padre Andreson Madson. Segundo o sacerdote, 16 comunidades, além da matriz, integram o território paroquial. Do ponto de vista pastoral, a comunidade é bem ativa, com a presença de vários
RIVALDO JR
Pe. Andreson Madson, pároco
grupos de pastorais, movimentos e serviços. “A gente vive em nossa Paróquia uma experiência do ofertório solidário. Essa ação acontece uma vez por mês. Além da oferta financeira, os fiéis fazem a doação de alimentos, que são destinados aos menos favorecidos”, destaca. O padre Andreson também frisa o trabalho do Serviço de Assistência Rural (SAR) na comunidade. “Com a construção da barragem, o SAR teve um papel muito importante, de assistência e acompanhamento daquelas pessoas que ficaram sem a terra naquele momento de transferência”, ressalta. A Paróquia também desenvolve um trabalho missionário juntamente às comunidades, durante os festejos dos padroeiros. Nesse período, acontecem visitas às famílias, administração de sacramentos e
evangelização nas residências. No período de 29 de novembro a 08 de dezembro, a Paróquia vive a festa da padroeira. Durante os festejos, vai ser aberto o ano centenário, fechando em 2020, quando a Paróquia vai completar 100 anos de criação.
SERVIÇO Endereço: Av. José Pedro de Azevedo, 930 – Centro – São Rafael Telefone: (84) 3336-2239 Horários de missa (matriz): Quarta, quinta e sexta-feira, às 19h30 Domingos, às 08h e às 19h30
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Igreja se mostra preocupada com a questão amazônica e Papa Francisco convoca Sínodo, que vai ser realizado no mês de outubro
POR LUIZA GUALBERTO
C
hamada de “pulmões verdes do mundo”, a região amazônica vem sofrendo, ano após ano, abusos ecológicos que influenciam negativamente toda a humanidade. Pensando nisso, o papa Francisco convocou um Sínodo como resposta à realidade Pan-Amazônica. De acordo com o pontífice, o objetivo desta convocação é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do povo de Deus, especialmente os indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro, bem como, a crise da floresta amazônica, pulmão de capital importância para o planeta. Diante desse contexto, o Sínodo Especial para Amazônia tem como tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”. As discussões vão acontecer no período de 06 a 27 de outubro, no Vaticano. O que é um Sínodo? A palavra “sínodo” vem de duas palavras gregas: “syn”, que significa “juntos”, e “hodos”, que significa “estrada ou caminho”. Logo, o Sínodo dos Bispos pode ser definido como uma reunião do episcopado da Igreja Católica com o papa, para discutir algum assunto em especial, auxiliando-o no governo da Igreja O que será discutido? O foco das discussões vai estar na situação dos
povos da Amazônia. Com base no instrumento de trabalho, serão observados os problemas que surgem da exploração descontrolada da riqueza natural da região, que afeta toda a ecologia local. Entre estes problemas, desmatamentos, garimpos descontrolados, grandes projetos hidrelétricos, monoculturas e desrespeito às tribos indígenas, culturas e territórios de domínio. Participarão deste encontro, bispos diocesanos de todas as províncias eclesiásticas da Região Pan-Amazônia, incluindo Brasil, Bolívia, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, Guianas e Suriname. Também foram convocados, alguns membros de dicastérios da Cúria Romana, membros da Rede Pan-Amazônica (REPAM) e representantes do Conselho que prepararam o Sínodo. Segundo Dom Romualdo Matias, que é bispo de Porto Nacional (TO) e membro sinodal, a temática do Sínodo é urgente e precisa ser debatida, tendo em vista a importância da região. “A região amazônica é considerada importante em sua influência para o clima de todo o planeta. No contexto eclesial, as novas propostas pastorais no território amazonense podem tornar-se modelos para outras Igreja locais. Com ressalvas, é claro, porque não se poderão copiar soluções pastorais na Amazônia em toda a Igreja”, frisa. Após o Sínodo, será publicado um documento final, que vai ser encaminhado ao papa Francisco e este publicará em forma de Exortação Pós-Sinodal.
A ORDEM EM AÇÃO
FOTOS: ACERVO SEMEAR LIVROS
Iniciativa nasceu a partir de um grupo de amigos que queria difundir o prazer da leitura
Semear Livros incentiva a leitura na capital e interior do RN POR CIONE CRUZ
28 SETEMBRO DE 2019
A
paixão pela leitura de um grupo de profissionais das mais diversas áreas do conhecimento, que participavam de um curso sobre literatura, em 2016, no auditório de uma livraria de Natal, despertou a ideia do projeto Semear Livros RN, cujo objetivo é incentivar a leitura prazerosa em escolas públicas da capital e interior do estado. “Imaginar plantando uma semente de livro e colhendo um leitor, resume o pensamento do grupo”, afirmou Eloiza Cirne, que atualmente está na coordenação do projeto. Eloiza Cirne, funcionária da Receita Federal aposentada, informa que o grupo conta com a participação de mais de 20 pessoas, chamadas de semeadores, entre professores, artistas plásticos, médicos, advogados, cabeleireiros, entre outros profissionais. A ideia é fazer doação de livros literários em escolas públicas que tenham bibliotecas ativas. “O importante é
EM AÇÃO A ORDEM
que o livro não fique parado e cumpra sua utilidade”, enfatizou Eloiza. Ainda de acordo com ela, cada escola recebe em torno de 150 livros. O projeto contempla, exclusivamente, livros literários, mas recebe outros tipos, como didáticos, que são encaminhados para reciclagem ou para a venda em um bazar, organizado pelo grupo e cuja renda é revertida para compra de novos títulos literários e consequente doação às escolas. Antes, porém, há uma triagem de todas as doações e o que não está dentro dos critérios do Semear, tem o seu devido encaminhamento. Como doar Quem estiver interessado em ser um doador ou semeador, ou mesmo responsável por uma escola que queira receber a visita do Semear, pode entrar em contato com o grupo, através do Instagram ou Facebook @semearlivrosrn. O grupo também organiza um bazar dos
livros que não estão aptos para as escolas, que é realizado duas vezes ao ano. O próximo será entre o final de novembro e início de dezembro. Ações As ações de doações começaram em escolas de Parnamirim, sob a orientação do professor de Literatura, Lima Neto. As últimas ações do grupos beneficiaram escolas do bairro Nordeste, zona leste de Natal e, neste mês de setembro, estão previstas ações em Poço Branco (Comunidade Quilombola) e duas escolas em Extremoz. Eloiza conta que a reação das crianças nas escolas é surpreendente e emocionante. Algumas chegam a chorar de alegria, pois muitos não têm oportunidade de leitura. “Todos ficam encantados com a chegada dos livros, até os pais”, disse Eloiza, que acredita que o Semear Livros RN cumpre seu objetivo.
Cada escola recebe, em média, a doação de 150 livros do projeto Semear
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A ORDEM ARTIGO
Comunicação a serviço da democracia e da responsabilidade social
Urge cada vez mais reflexões sobre o papel da comunicação para a consolidação da democracia e despertar nos cidadãos a responsabilidade social. Este foi o objetivo de se levar tal temática para a 11ª edição do Mutirão Brasileiro de Comunicação, realizado em Goiânia-GO, de 18 a 21 de julho de 2019. Mais do que respostas, agentes de pastoral, profissionais, professores e estudantes de comunicação foram provocados a pensar neste tripé urgente e necessário ao nosso tempo: comunicação, democracia e responsabilidade social. Atualmente, são recorrentes os gestos de violência e intolerância nas redes sociais. Para além das redes, estes gestos afetam as relações, tornam as pessoas mais ásperas e criam uma sensação de estranhamento. Chegamos a um momento em que os semelhantes não se reconhecem mais como tais. Isso fere o desígnio de Deus ao criá-los à sua imagem e semelhança. Neste atual modelo de comunicação, com a ausência de intermediários, o excesso interatividade e as facilidades podem dar a sensação de que há uma grande participação das pessoas, quando, na verdade, aumentam os mecanismos de manipulação e que alimentam o medo social, o medo do futuro e o medo do outro. As pessoas acabam se apequenando no excesso de informação do que sendo realmente comunicadas. É de extrema importância que a Igreja discuta direitos civis, demandas sociais e o desenvolvimento da democracia. E quando ela se propõe a levar adiante essa discussão, é porque se sente corresponsável, colocando-se como facilitadora deste processo e fiel àquilo que é sua missão: ser sinal de luz e esperança no mundo. Onde há pessoas, aí a Igreja deve se fazer presente. E os comunicadores, por excelência, devem ser especialistas em pessoas. Precisamos ocupar os meios de comunicação, sobretudo as redes sociais, levando os valores do Evangelho, os direitos humanos e tudo aquilo que nos orienta a Doutrina Social da Igreja. É preciso ainda dar voz àqueles que não têm, pois só conseguiremos uma comunicação promotora da paz e da dignidade na medida em que der voz às pessoas. Este tem sido, inclusive, um apelo frequente do Papa Francisco, especialmente na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2019: “esta é a rede que queremos: uma rede feita, não para capturar, mas para libertar, para preservar uma comunhão de pessoas livres. A própria Igreja é uma rede tecida pela Comunhão Eucarística, onde a união não se baseia nos gostos (‘like’), mas na verdade, no ‘amém’ com que cada um adere ao Corpo de Cristo, acolhendo os outros.” Que a ação comunicadora da Igreja seja sempre um sim generoso em favor da democracia e da responsabilidade social.
30 SETEMBRO DE 2019
Por Marcus Tullius Licenciado em Filosofia, bacharel em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda. Atualmente é o coordenador geral da Pastoral da Comunicação Brasil.
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Precisamos ocupar os meios de comunicação, sobretudo as redes sociais, levando os valores do Evangelho, os direitos humanos e tudo aquilo que nos orienta a Doutrina Social da Igreja.
A ORDEM PERSONALIDADE
F Semeadores
da Pastoral do Dízimo
Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
32 SETEMBRO DE 2019
ernando José Vieira de Sousa e Sânzia Maria da Silva, casados, pai e mãe de família, respectivamente médico radiologista e enfermeira, constituíram-se, no casal que liderou e coordenou todo o trabalho de implantação da Pastoral do Dízimo em todas as paróquias da Arquidiocese de Natal. Fiéis cristãos católicos que procuram integrar fé e ação na caminhada da vida, no ano de 1997, atenderam ao inspirado chamado de meu predecessor Dom Heitor de Araújo Sales, para realizarem uma grande missão na Arquidiocese: tornar conhecida, implantar e coordenar a Pastoral do Dízimo. Movidos pela fé e amor à Igreja entraram de corpo e alma na missão. Para melhor realizá-la tiveram a capacidade de formar uma equipe coesa e dinâmica, capaz de suportar todas as adversidades que se apresentaram pelo caminho, constituindo-se numa verdadeira marca desse trabalho até os dias atuais. Pelas atividades profissionais que exercem, não foi difícil para Fernando e Sânzia fazerem um ‘raio X’ da enfermidade que se avizinhava de forma preocupante, a falta de recursos financeiros para a manutenção da Igreja particular de Natal. Mesmo em meio à crise, nos tempos atuais, a Pastoral do Dízimo constata o seu crescimento. Isso é muito positivo, diante do pluralismo do tempo de hoje. Essa Pastoral não só exerce a função da sustentação financeira da vida da Igreja, mas desperta um sentimento de pertença. A fé cresce pela participação de todos. Por tudo isso, nós só podemos render graças a Deus. Que Ele recompense e proteja este casal – Fernando e Sânzia -, todos os ex-coordenadores e atual equipe que, com muita dedicação, sustentam o vigor da Pastoral do Dízimo em nossa Arquidiocese.
MISSÃO
Diác. Haroldo Lima Coord. da Comissão Missionária Arquidiocesana
Natureza missionária Na perspectiva de que a missão é ponte que liga ao céu, não podemos perder de vista que o povo de Deus é a Igreja peregrina de natureza missionária, visto que tem a sua origem segundo o desígnio de Deus Pai, na missão do Filho e do Espírito Santo. A missão, assim compreendida, não é algo optativo. A Igreja nos chama a viver com maior intensidade o Mês Extraordinário da Missão, no próximo mês. A vivência deste período, nos abrirá o leque de entendimento da consciência e importância do batismo que recebemos. No momento em que assumimos verdadeiramente esse batismo, passamos a observar o crescimento de nossa responsabilidade com a missão, rumo ao Reino definitivo, onde nos encontraremos no fim da ponte da vida com o abraço de Cristo ressuscitado. Essa convocação do Papa Francisco, com a pronúncia do “Mês Extraordinário Missionário”, nos chama a atenção e faz um link com o decreto ad gentes, que confirma que a Igreja peregrina por natureza é missionária, ou seja, a missão ordinária deve estar presente no dia a dia de todo batizado e na vida de toda pastoral. No Mês Missionário Extraordinário, somos convocados a ser uma Igreja missionária. Devemos lembrar de que, a missão na Igreja só vai acontecendo na medida em que vamos abraçando a causa com a sensibilidade de ver e ter compaixão, assim como a prática de Jesus. Por isso, não percamos o entusiasmo! Que sejamos, verdadeiramente, batizados e enviados!
GERAL A ORDEM
Manoella Chaves Médica com atuação em clínica ambulatorial e urgência e emergência hospitalar
Alergia alimentar Como identificar? A alergia alimentar é comum e pode se tornar um problema sério de saúde interferindo de forma negativa na qualidade de vida. Trata-se de um conjunto de manifestações clínicas decorrentes de mecanismos imunológicos ao contato com determinado alimento. Geralmente começa na infância, mas pode ocorrer em qualquer idade. Os principais sintomas da alergia alimentar são dor abdominal, diarreia, dificuldade para deglutir, irritação e edema nos lábios, boca, garganta, olhos e pele, além de tonturas, enxaqueca, náuseas, vômitos e até mesmo podendo agravar com o choque anafilático. Estes podem surgir até duas horas após a ingestão do alimento. Qualquer alimento pode causar uma reação alérgica, mas existem os mais comuns, tais como ovo, leite, amendoim, frutos do mar, soja e frutas secas. É importante também saber diferenciar a alergia, que é a reação adversa ao alérgeno, da intolerância alimentar, que está relacionada à deficiência de enzimas digestórias, dificultando a digestão no sistema gástrico. O principal tratamento e profilaxia das alergias alimentares é evitar o alimento desencadeador da reação, e, sabe-se hoje, da grande importância da amamentação para prevenção. Desta forma, a qualquer sinal de alergia alimentar, deve-se procurar um especialista alergologista para solicitar os exames específicos que checam outros possíveis agentes causadores de reação.
SETEMBRO DE 2019
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A ORDEM GALERIA
CACILDA MEDEIROS
Primeira Carta de São João será estudada no Simpósio
Simpósio estuda Carta de São João Estão abertas as inscrições para o 2º Simpósio Bíblico-teológico, promovido pelo Seminário de São Pedro, no período de 23 a 25 de setembro, das 19h às 21 horas. A atividade será um estudo sobre a primeira Carta de São João, com o tema: “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”. A programação constará com três conferências, ministradas pelo Padre Robério Camilo da Silva, da Arquidiocese de Natal, mestre em Teologia Bíblica; Padre Fabiano Maurício Dantas, da Diocese de Caicó, também mestre em Teologia Bíblica, e pela professora Maria de Lourdes Corrêa Lima, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), doutora em Teologia. O Simpósio é aberto ao público, com vagas limitadas. Cada participante é convidado a doar um quilo de alimento não perecível. Os interessados devem fazer inscrição através do endereço seminariosaopedro.org.br.
34 SETEMBRO DE 2019
GALERIA A ORDEM
Festa na Ribeira A Paróquia do Bom Jesus das Dores, na Ribeira, Natal, celebra a festa do padroeiro, no período de 12 a 15 de setembro. Nas três primeiras noites, às 19 horas, haverá celebração de missa e quermesse. No dia 15, às 16h30, será celebrada missa solene, seguida de procissão pelas ruas do bairro da Ribeira, conduzindo a imagem do Bom Jesus.
Província oferece capacitação para assessores juvenis A coordenação do Setor Juventude da Província Eclesiástica, formada pela Arquidiocese de Natal e pelas Dioceses de Caicó e de Mossoró, preparou um projeto para formação para assessores juvenis. O trabalho em conjunto iniciou no ano passado, com o Encontro Estadual de Lideranças Juvenis, realizado na cidade de Açu. Agora, o projeto será voltado para a capacitação dos assessores, através de um curso que será realizado em três etapas. A primeira etapa será realizada dias 14 e 15 de setembro, na cidade de São Rafael e tratará da dimensão psicoafetiva dos jovens. A segunda acontecerá dias 7 e 8 de março de 2020, em Caicó, sobre a dimensão da mística e a terceira etapa está marcada para os dias 22 e 23 de agosto do próximo ano, na cidade de Açu, sobre a dimensão da capacitação.
Festa em Pureza No período de 30 de agosto a 8 de setembro, a comunidade de Pureza celebra a festa da padroeira, Nossa Senhora da Pureza. A programação diária consta de caminhada penitencial, às 5h; missa, às 6h; recitação do Ofício da Imaculada Conceição, às 12h; recitação do terço, às 18h, e novena, às 19 horas. No dia 8, encerrando os festejos, às 9 horas, será celebrada missa solene com Primeira Eucaristia, e, às 16h, procissão com a imagem centenária da padroeira, pelas principais ruas da cidade, concluindo com a missa, presidida pelo arcebispo emérito, Dom Matias Patrício de Macêdo.
Festa em Extremoz São Miguel Arcanjo será festejado pela comunidade de Extremoz, no período de 19 a 29 de setembro. No período festivo, diariamente, às 19h30, haverá celebração eucarística, seguida de atividades sócio-culturais. O encerramento da programação acontecerá no dia 29, às 16h, com procissão, conduzindo a imagem de São Miguel Arcanjo, concluindo com missa solene, presidida pelo administrador paroquial, Padre João Pedro Sobrinho Filho.
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A ORDEM VIVER
Rádio 91: há um ano na frequência modulada
Emissora vem cumprindo papel social, com programação voltada para toda família RIVALDO JÚNIOR
Equipe da Rádio 91
H
á um ano, no dia 03 de setembro de 2018, a Rádio Rural AM 1090 migrava para a frequência modulada, a 91.9 FM, uma data que ficou marcada para aqueles que fizeram e fazem parte da história da emissora. Nesse primeiro ano de funcionamento no FM, a Rádio 91 vem conquistando cada vez mais espaço na radiodi-
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fusão potiguar, cumprindo seu papel social, com uma programação voltada para toda a família. Segundo o diretor da rádio, o padre Antônio Nunes, esse é um tempo de esperança. “Graças a Deus, estamos dando passos nesse um ano da migração. No mês de agosto, a nossa emissora completou 61 anos de história e o meu
olhar é de esperança. Sabemos da dificuldade que é gerenciar um meio de comunicação, mas vejo esse período como de crescimento. Estamos fazendo ajustes na programação artística e também do ponto de vista comercial. A gente sabe dos desafios e da concorrência dos meios de comunicação, mas, acreditamos no po-
tencial dos nossos profissionais e isso reflete nesse crescimento da nossa emissora”, frisa. A sintonia do bem Hoje, o diferencial da Rádio 91 é a sua programação, voltada para a família. A programação conta com jornalismo de qualidade, com respeito e compromisso social, além dos programas musicais e de entretenimento, que resgatam o melhor das produções artísticas. O segmento religioso, característica principal da rádio é mantido por meio dos quadros e programas, como A Voz do Pastor, com o Arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha, Sim à Vida, com o padre Nunes, Santo e Evangelho do Dia, transmissões de missas, bem como o programa Aprendendo com Igreja, que reflete sobre temas da Igreja católica, Ritmo Pastoral, Viva à Vida e SEAPAC em Ação. A Rádio também está promovendo algumas atividades que possam auxiliar a população, por exemplo, na busca por emprego. No mês de agosto, a emissora trouxe uma palestra sobre elaboração de currículo e preparação para a entrevista. Estão previstas ainda outras
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Sabemos da dificuldade que é gerenciar um meio de comunicação, mas vejo esse período como de crescimento” ações nesse sentido, como oficina de maquiagem, marketing digital, entre outros. Novidades na programação Neste mês de setembro, a rádio vai passar por mudanças na programação, com a inserção de novos programas na grade. Desde o dia 02, entrou no ar o programa “Depois do almoço”, comandado pelo radialista Ed Oliveira, com vasta experiência no meio radiofônico. A revista eletrônica está sendo levada ao ar de segunda a
VIVER A ORDEM
sexta-feira, das 13h às 15h, com diversos quadros. O Ritmo Pastoral, informativo da Arquidiocese, com mais de 20 anos de veiculação na emissora, vai passar por uma repaginada. Anteriormente, o informativo era levado ao ar de segunda a sexta-feira, das 13h às 13h30, além do sábado, das 06h30 às 07h e, agora, será exibido aos domingos, das 09h às 10h, com notícias da Arquidiocese, participação dos correspondentes das paróquias, notícias da Igreja católica, em nível nacional e mundial e um comentário do Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, sobre um tema de destaque na sociedade. Durante a semana, as notícias da Igreja serão diluídas no boletim 91 News, que será veiculado em três edições pela manhã, duas à tarde e duas à noite, produzido e apresentado pelas jornalistas Cacilda Medeiros e Luiza Gualberto. Notícias da sociedade, com utilidade pública também terão destaque nos boletins. As edições contarão ainda com a participação de correspondentes paroquiais da Pastoral da Comunicação.
EDVANILSON LIMA
Unidade móvel da Rádio 91 atua na cobertura de eventos, ações promocionais e transmissões SETEMBRO DE 2019
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A ORDEM LITURGIA
A Bíblia na
liturgia
Pe. Robério Camilo Vigário paroquial da Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes (Natal), mestre em Bíblia
“
Palavra não foi feita para dividir ninguém, Palavra é uma ponte onde o amor vai e vem”
38 SETEMBRO DE 2019
São muitos os documentos da Igreja, que orientam sobre o uso da Bíblia na Liturgia. Lembrando que a santa missa é composta por duas partes, concentradas em duas mesas de igual importância: a liturgia da Palavra em torno da mesa da Palavra, o ambão, e a Liturgia Eucarística, em torno do altar. Partindo do principio que a Palavra se fez carne e habitou entre nós, se faz também nosso alimento, é pão que alimenta e também água que jorra da fonte e sacia a sede dos que a acolhem no coração. A comunidade eclesial acolhe e atualiza a Palavra do Senhor na liturgia, nas suas mais diversas manifestações; na escuta atenta da Palavra, a transforma em ponte, onde, de fato, o amor vai e vem, transformando as pessoas e suas relações. Considerando a Igreja como “casa da Palavra” deve-se, antes de tudo, dar atenção à liturgia sagrada. Esta constitui, efetivamente, o âmbito privilegiado onde Deus nos fala no momento presente da nossa vida: fala hoje ao seu povo, que escuta e responde. Cada ação litúrgica está, por natureza, impregnada da Sagrada Escritura.” (Verbum Domini, n. 52). O Concilio Vaticano II (1962-1965), na Constituição Sacrosanctum Concilium, sobre a sagrada liturgia, destaca que para realizar a obra da salvação, “Cristo está sempre presente em sua Igreja, e uma das formas de presença é através de sua Palavra, pois é ele quem fala quando na Igreja se lêem as Sagradas Escrituras. (cf. SC, n.7). “É muito grande a importância da Sagrada Escritura na celebração litúrgica. Dela se extraem os textos para a leitura e explicação na homilia e os salmos para cantar; do seu espírito e de sua inspiração nasceram orações, preces e hinos litúrgicos; dela tiram o seu significado, os sinais e ações”. (SC, n.24). Aqui, se vê também a sábia pedagogia da Igreja que proclama e escuta a Sagrada Escritura, seguindo o ritmo do ano litúrgico. Vemos a Palavra de Deus distribuída ao longo do tempo, particularmente na celebração eucarística e na Liturgia das Horas. No centro de tudo, refulge o Mistério Pascal, ao qual se unem todos os mistérios de Cristo e da história da salvação atualizados sacramentalmente. O Papa Bento XVI na Exortação Apostólica Verbum Domini, exorta os Pastores da Igreja e os agentes pastorais a fazerem com que todos os fiéis sejam educados para saborear o sentido profundo da Palavra de Deus que está distribuída ao longo do ano na liturgia, mostrando os mistérios fundamentais da nossa fé. Também disto depende a correta abordagem da Sagrada Escritura. (cf. VD, n.52). Aqui entra o papel dos que assumem a pastoral litúrgica nas paróquias. Toda celebração precisa ser preparada, para fugir do improviso. Uma celebração bem preparada e bem executada, desperta nas pessoas o ardor da alegria do Evangelho que impulsiona para a missão. Trata-se de uma ocasião para se ter a experiência do encontro pessoal e comunitário com o Cristo.
A ORDEM
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