Revista A Ordem - Outubro/2018

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Fundação Paz na Terra ano LXVI - Nº 30 Natal/RN | R$ 7,00 Outubro de 2018

Santos Mártires do Brasil: um ano após a canonização

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DETECÇÃO PRECOCE, A MELHOR ARMA CONTRA O CÂNCER DE MAMA. Conheça a sua mama Em frente ao espelho observe suas mamas. Compare e veja se há presença de rugas, ondulações ou mudanças. Em pé, e depois deitada, leve um braço até a cabeça, examine cada uma das mamas com a mão oposta ao braço levantado. Se você identificar alguma deformidade, presença de nódulo (caroço) ou qualquer secreção, um médico deverá ser consultado. UTILIZE ESTES MOVIMENTOS NO AUTOEXAME

VERTICAL

A mão percorre a mama verticalmente, num movimento para cima e para baixo, cobrindo toda a extensão da mama.

ESPIRAL

Com movimentos concêntricos, a mão parte da periferia da mama até chegar ao mamilo.

QUADRANTES

Num movimento de vai e vem, a mão vai do mamilo até a periferia da mama e retorna ao mamilo.

CENTRAL DE MARCAÇÃO 2| Outubro de 2018


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A ordem | Expediente

Abraçaram a morte e ganharam a vida

Certamente, a evangelização realizada no Rio Grande do Norte pelos Padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro foi altamente eficiente. Não fosse assim, muitos dos que foram martirizados com eles – como Mateus Moreira e as outras 27 pessoas – teriam cedido às chantagens dos conquistadores e poupado as próprias vidas. Todos, porém, decidiram seguir os evangelizadores. Por Cristo, abraçaram a morte e ganharam a vida eterna. Todos eles abraçaram o mandado de Jesus Cristo: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,16-20). Neste mês de outubro esses evangelizadores, hoje Santos Mártires da Igreja de Jesus Cristo que está em Natal, são homenageados em memória da fé que abraçaram nos tempos passados, como exemplo para os tempos atuais. Hoje, como no passado, ainda há necessidade de se abraçar o mandado de Jesus, que permanece atualíssimo. Neste ano, a Igreja convidou os leigos a serem “sal da terra e luz do mundo”, abraçando, portanto, a missionariedade própria deles e “observando tudo que Jesus prescreveu”.

Expediente

Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689

CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Cione Cruz André Kinal Idalécio Rego Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1752) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN)

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ENTREVISTA

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Em Ação

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PARÓQUIAS

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PERSONALIDADE

Potiguar realiza missão humanitária no Sudão do Sul

Conheça o trabalho do Centro de Valorização à Vida (CVV)

Nesta edição, você conhece as comunidades paroquiais de Pirangi do Norte e Lagoa de Pedras

Marilene Gomes, testemunho da presença da mulher na Igreja

CAPA: Cacilda Medeiros COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz (DRT-RN 1184) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140

COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 IMPRESSÃO: Gráfica Sul – (84) 3211-2360 TIRAGEM: 1.000 exemplares

ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br


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A ordem | Palavra da Igreja

Sínodo dos bispos a serviço do Povo de Deus A Santa Sé publicou, no último dia 18 de setembro, a Constituição Apostólica do Papa Francisco, intitulada Episcopalis communio, sobre os sínodos, organismos instituídos pelo Papa Paulo VI, em 1965. Francisco define a instituição do Sínodo como uma das “heranças mais preciosas do Concílio Vaticano II”, e destaca a “eficaz colaboração” do organismo com o Romano Pontífice nas questões de maior importância, isto é, que “requerem uma especial ciência e prudência pelo bem de toda a Igreja”. Neste momento histórico em que a Igreja abarca uma nova “etapa evangelizadora”, através de um estado permanente de missão, o Sínodo dos bispos é chamado a se tornar sempre mais um canal adequado para a evangelização do mundo de hoje. Paulo VI havia previsto que, com o passar do tempo, esta instituição poderia ser aperfeiçoada. A última edição do Ordo Synodi é de 2006, promulgada por Bento XVI. Diante da eficácia da ação sinodal, nesses anos cresceu o desejo de que o Sínodo se torne sempre mais “uma peculiar manifestação e uma eficaz atuação da solicitude do episcopado para com todas as Igrejas”. De acordo com a Episcopalis communio, o bispo é contemporaneamente “mestre e discípulo”, num compromisso que é ao mesmo tempo missão e escuta da voz de

Cristo que fala através do Povo de Deus. Também o Sínodo então “tem que se tornar sempre mais um instrumento privilegiado de escuta do Povo de Deus”, através da consulta dos fiéis nas Igrejas particulares, porque mesmo que seja um organismo essencialmente episcopal, não vive “separado do restante dos fiéis”. Portanto – escreve Francisco - “é um instrumento apto a dar voz a todo o Povo de Deus justamente por meio dos bispos”, “custódios, intérpretes e testemunhas da fé”, mostrando-se, de Assembleia em Assembleia, uma expressão eloquente da “sinodalidade” da própria Igreja, em que se espelha uma comunhão de culturas diferentes. Também graças ao Sínodo dos bispos, ficará mais evidente que nela vige uma “profunda comunhão”, seja entre os pastores e fiéis, seja entre os bispos e o Pontífice. A esperança do Papa Francisco é que a atividade do Sínodo possa “a seu modo contribuir ao restabelecimento da unidade entre todos os cristãos, “segundo a vontade do Senhor”. Deste modo, o organismo ajudará a Igreja Católica, segundo o auspício de São João Paulo II expresso na encíclica Ut unum sint, a “encontrar uma forma de exercício de primado que, não renunciando de modo algum à essência de sua missão, se abra a uma nova situação”.

Franscico Papa

“O Sínodo é um instrumento apto a dar voz a todo o Povo de Deus justamente por meio dos bispos”

Fonte: Portal Vatican News

BEM-AVENTURADA

Estudo popular sobre Maria, a Mãe de Jesus Pe. José Grzywacz, CSsR

O que a Bíblia e a Igreja nos ensinam sobre Maria, a bem-aventurada? Este estudo popular convida você a conhecer melhor a Mãe de Jesus, em um texto destinado a leigos, teólogos, sacerdotes e todos aqueles que desejam seguir o exemplo de Maria no serviço ao Reino de Deus.

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A Voz do Pastor | A ordem

Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

A Igreja é missionária por natureza

Queridos irmãos e irmãs! Na próxima semana iniciaremos o mês de outubro, Mês Missionário. Para este ano o tema é: “Enviados para testemunhar o Evangelho da paz” e o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). No ano em que as Pontifícias Obras Missionárias (POM) celebram 40 anos de missão, o Mês Missionário evocará o testemunho de tantos missionários e missionárias que construíram essa história. Ao mesmo tempo, olhará para frente, para a realização de um “Mês Missionário Extraordinário”, em outubro de 2019, convocado pelo Papa Francisco, e que terá como tema: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. O seu objetivo é claro: “despertar em medida maior a consciência da missão ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral”. O Papa Francisco, em seu primeiro documento, a Exortação Apostólica Evangelii gaudium, de 2013, apresentou a necessidade dessa transformação missionaria da Igreja: “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação. A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de ‘saída’ e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade” (FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii gaudium, n. 27). Como acolhemos esse sonho do Papa Francisco? Temos convicção

de que a Igreja, se não for missionária ela não é fiel ao seu Fundador? Como ser missionário numa mudança de época como a que estamos vivendo? O nosso Catolicismo é o de Cristo ou da “modernidade líquida”, doente por causa da “retrotopia” ou do “medo líquido”? (cf. Zygmund Bauman). Não é minha intenção desenvolver as ideias do pensador polonês, mas refletir sobre como estamos vivendo a missão. O Documento de Aparecida, inspirado na renovação eclesial proposta pelo Concílio Vaticano II, na esteira das Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano e caribenho, realizadas nos últimos 60 anos (Rio de Janeiro, 1955, Medellín, 1968, Puebla, 1979, Santo Domingo, 1992 e Aparecida, 2007), apontou para todos os católicos do Continente latino-americano e caribenho, o caminho da renovação eclesial tão necessária para o futuro da fé: é preciso sair de uma pastoral de manutenção para uma pastoral decididamente missionária. Isso requer, não só mudança de linguagem, uma comunicação mais aberta, mas também, um conhecimento da fé que se despida dos prejuízos e pressupostos que são inadmissíveis hoje. Não podemos evangelizar incutindo medo ou terror às consciências, apresentando uma mensagem de pavor, de condenação, de caça às bruxas. A mensagem de Jesus e, consequentemente, a da Igreja é sempre essa: “De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único…, não para condenar o mundo, mas para o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,16-17). A Igreja deve proclamar que a vontade de Deus é essa: “Ele [Deus] quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Mas, não esqueçamos; se proclamamos que a caridade não pode ser inimiga da verdade (Caritas in Veritate – Bento XVI), a verdade sem caridade é tirania (Veritas in Caritate). Não podemos ser missionários de Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, se não somos promotores da paz.

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A ordem | Entrevista

“Precisamos estar sempre di a ir de encontro ao irmã

Esta é a afirmação do capitão da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, William Danilo, que desde fevereiro deste ano, participa de uma missão de paz da ONU, em Bentiu, cidade ao norte do Sudão do Sul, país situado no continente africano. O policial militar deixou família, amigos e a sua cidade de origem, Natal, para se dedicar à proteção e apoio aos Sul-sudaneses, que estão, atualmente, vivendo uma situação de guerra civil. Mesmo com a precariedade de serviços e de mantimentos, Danilo viu, nesta missão, uma oportunidade de estar mais próximo e se doar a quem precisa.

A Ordem: O que lhe motivou a deixar sua vida aqui e se dedicar a uma missão humanitária? Danilo: Na verdade, o fato de ter crescido na Paróquia de São Francisco de Assis, no bairro Satélite, em Natal, sempre me deixou motivado a tentar algo pelo próximo. Como São Francisco, percebi que eu já tinha demais e precisava partilhar, precisava me doar. Junto com o Movimento Segue-me, fui em Missão de Evangelização para Belém (PA). Durante o Encontro Nacional de Jovens dos Movimentos e Novas Comunidades – ENJMC tive uma experiência cristã muito forte junto às comunidades ribeirinhas e essa foi a confirmação de que eu precisava ir além, para águas mais profundas. Como sou Policial Militar, não teria a oportunidade de servir dessa forma a não ser integrando uma Missão de Paz da ONU. Comecei a me preparar em 2016, e,

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em fevereiro desse ano, fui selecionado para o Sudão do Sul. A Ordem: Por que escolheu o Sudão do Sul? Danilo: Eu não escolhi, fui escolhido. Quando nos voluntariamos para missões de paz da ONU não temos opção de escolher o destino. No momento da seleção, eu sabia apenas que estavam enviando brasileiros para três países: Haiti, Guiné Bissau e Sudão do Sul. Eles definiram que o meu perfil se encaixava na Missão do Sudão do Sul. A Ordem: Como tem sido o seu trabalho? Que atividades desenvolve? Danilo: O trabalho aqui é bem duro. Trabalho na proteção aos civis que estão sendo perseguidos pela etnia rival. Eles estão em guerra civil e muitos são assassinados apenas por pertencerem a outra tribo. Isso

provoca um clima de permanente tensão e minha responsabilidade é proteger os civis, sem tomar parte no conflito em si. Atualmente, trabalho num campo de refugiados, que é o maior do país, com 120 mil pessoas, localizado na cidade de Bentiu, ao norte do país. O país está completamente destruído, o que dificulta ainda mais a missão, porque não há uma estrutura logística e só recebemos o básico para viver. No dia a dia, tenho contato com os Sul-sudaneses dentro do campo e posso trocar experiências e compreender um pouco mais da realidade que vivem e da sua cultura única. A Ordem: Qual a realidade vivida, hoje, pelo povo do Sudão do Sul?


Entrevista | A ordem Fotos: Cedido

e dispostos rmão”

Danilo: Por causa da guerra, a realidade é bem dura. Não há serviços públicos, escolas, hospitais, transporte, saneamento básico, energia elétrica e água encanada. A ONU distribui alimentos, água e mantém através de suas agências, escolas e hospitais dentro do campo. Tudo muito simples e básico. Todos têm medo de sair do campo e vivem em condições bem precárias em tendas improvisadas, sem ventilação e num espaço reduzido para cada família. Recentemente, houve uma assinatura de um acordo de paz e há a esperança de fim do conflito. Mesmo com toda dificuldade, é um povo lutador, que não baixa a cabeça e não mostra sinal algum de infelicidade, pelo contrário, estão sempre sorrindo. A Ordem: Que desafios você vivenciou até agora nesse processo? Danilo: Para mim o impacto inicial foi muito grande. Sair de casa para enfrentar uma realidade totalmente diferente nunca é fácil e eu tive que me adaptar. Divido um contêiner muito pequeno com um colega brasileiro. Não tem banheiro nem água encanada. Para usar banheiro, cozinha, lavanderia tenho que caminhar um pouco. Todos os dias, preciso ir ao ponto de água para encher minhas garrafas. Não há mercados e tenho

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A ordem |Entrevista que ir mensalmente à capital fazer compras. Outra dificuldade é a temperatura, que já chegou a 47 graus na estação seca. A estação chuvosa traz temperaturas mais baixas, por volta dos 35 graus, e muita lama, o que dificulta a utilização dos veículos. Mas, temos uma boa equipe e estamos sempre ajudando uns aos outros. A Ordem: em quais aspectos este trabalho influenciou a sua vida? Danilo: A vivência tem me mostrado a vida por um outro lado. Percebi que eu era afortunado em Natal e mesmo as coisas que reclamava são muito mais estruturadas que aqui. Às vezes se fala sobre guerra, mas a realidade é que você só sabe a complexidade disso quando vive. Como cristão, tenho tido a oportunidade de dar e receber amor como nunca antes na minha vida. Eles são muito simpáticos e me proporcionam exemplos diários de força, persistência e otimismo. Não tem como passar por uma experiência assim e voltar o mesmo. Hoje, valorizo ainda mais minha família, meu país, minha cidade e minha Igreja e sei que precisamos estar sempre dispostos a ir ao encontro do irmão. A Ordem: no seu retorno, que lições espera trazer desta missão? Danilo: Espero poder compartilhar minha experiência e fazer algo pela minha comunidade. Há muitas pessoas que precisam de alguém para estender a mão e que precisam de um sorriso. Não temos noção de como uma boa palavra pode mudar o dia de alguém. O amor descrito por São Paulo na carta aos Coríntios é a perfeita descrição de como temos que nos portar e alcançarmos juntos a salvação. Basta querer. Que eu possa amar mais que ser amado e ser um legítimo instrumento de paz.

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| A ordem

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A ordem | Reportagem

Santos Mártires do Brasil um ano após a canonização

Papa Francisco canonizou os 30 santos potiguares, e solenidade, no Vaticano, no dia 15 de outubro de 201 Por Luiza Gualberto Os padres André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, além do leigo Mateus Moreira e seus companheiros mártires, foram canonizados no último dia 15 de outubro de 2017, em solenidade presidida pelo Papa Francisco, no Vaticano. Tanto em Roma, quanto no Brasil, fiéis acompanharam a canonização que declarou os então beatos, santos para a Igreja Católica, sendo considerados os primeiros santos mártires do Brasil. Cerca de 400 potiguares participaram da cerimônia, no Vaticano. Durante a homilia, o Papa Francisco destacou o papel dos santos na vida cristã. “Os santos canonizados, sobretudo os numerosos mártires, indicam-nos a estrada. Eles não disseram sim ao amor com palavras, mas com a vida e até o fim. O seu hábito diário foi o amor de Jesus, aquele amor louco que nos amou até o fim, que deixou o seu perdão e as suas vestes a quem O crucificava”, frisou. Eusúlia Dantas, articuladora da Paróquia de Sant’Ana, em Capim Macio, esteve entre os potiguares presentes na canonização. Ela recorda o momento com alegria e gratidão. Ela foi para a canonização com um grupo de paroquianos de Capim Macio, que teve a direção espiritual de Dom Edilson Nobre, bispo da Diocese de Oeiras (PI). “Foi um momento de muita fé, mas, acima de tudo,

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um momento de muita bênção e graças na vida de todos os cristãos católicos e, particularmente, de crescimento na fé. Nós temos santos que brotaram do chão do RN e estávamos ali, assistindo a um momento de reconhecimento e proclamação que nos imbuiu de muita felicidade”, comemora. um miLAgre DOS mártireS A devoção aos mártires de Cunhaú e Uruaçu é tradicional entre o povo potiguar. Anualmente, durante os festejos, tanto no mês de julho, em Cunhaú, quanto outubro, em Uruaçu, milhares de fiéis participam das celebrações, fazendo pedidos e renovando a fé a devoção aos santos. Lidyane Nascimento, agente de pastoral na Paróquia do Santuário dos Mártires, no bairro Nazaré, em Natal, alcançou uma graça por meio da intercessão dos santos. Ela e o esposo, Deyvid Ricardo, tem uma filha, Rianna Nascimento. No ano de 2016, quando tinha um ano de vida, Rianna adoeceu, com sintomas de uma aparente gripe. Ao levá-la ao hospital, os pais se deparam com um quadro mais grave. “Ela teve insuficiência respiratória. No hospital, foi medicada e ficou em observação. Ficamos o dia inteiro no hospital, quando recebemos a notícia que nossa filha seria transferida para uma outra unidade, pois precisaria ficar internada, em virtude da evolução do quadro e suspeita de H1N1. No mesmo dia, à noite, ela foi levada para UTI pediátrica do Hospital Walfredo Gurgel, onde precisaria ficar por um pe-


asil: ação

Reportagem | A ordem Serviço Fotográfico do Vaticano

ares, em de 2017

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A ordem | Reportagem Rivaldo Jr

Lidyane com o esposo, Deyvid e a filha, Rianna

“A recuperação de Rianna foi um verdadeiro milagre para todos nós. A partir desta experiência que vivemos com a doença que ela teve, posso dizer que tudo que vivemos serviu como instrumento para renovação e fortalecimento da nossa fé”

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ríodo de aproximadamente 10 dias”, conta Lidyane. O quadro de Rianna evoluiu e ela precisou ser entubada, ficando em um estado de coma induzido, tendo em vista o avanço clínico. “Lembro que, logo em seguida, recebemos o primeiro diagnóstico, que era pneumonia gravíssima. Mais à frente, o quadro evoluiu novamente, gerando uma infecção generalizada. Como pais, ficamos sem chão. O que nos restava era rezar e pedir a Deus a recuperação dela”, diz a mãe da criança. Lidyane recorda que, nesse período da internação, a fisioterapeuta que acompanhava Rianna foi visitá-la. Ao ver que a mãe estava com a camiseta dos mártires, disse a ela que estava indo ao santuário, em Cunhaú, e que levaria a intenção da cura da criança. “Desde o início do período da internação de Rianna, eu e meu esposo não paramos de rezar nenhum dia e reforçamos ainda mais, pedindo a intercessão dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu. Eu sabia que os mártires iriam interceder pela cura da nossa filha”, reforçou. “A nossa luta diária continuou. Eu passava o dia no hospital e meu esposo a noite, rezando sempre ao lado dela. Todos os médicos e enfermeiros admiravam a nossa fé. Graças a Deus, Rianna começou a apresentar sinais de melhora e ela foi, aos poucos, voltando à ativa”, complementa. Após o período da internação na UTI, Rianna teve alta e pode ir para casa com a família. Lidyane atribuiu a cura da criança à intercessão dos mártires de Cunhaú e Uruaçu. “A recuperação de Rianna foi um verdadeiro milagre para todos nós. A partir desta experiência que vivemos com a doença que ela teve, posso dizer que tudo que vivemos serviu como instrumento para renovação e fortalecimento da nossa fé. Hoje somos muito mais firmes na nossa fé”, comemora. Locais de devoção A Arquidiocese de Natal tem vários locais de devoção aos Mártires de Cunhaú e Uruaçu: o Santuário, no bairro Nazaré, em Natal, além da Capela de Nossa Senhora das Candeias, local onde aconteceu o primeiro morticínio, que fica situada na fazenda Cunhaú, no município de Canguaretama e também o Monumento dos Mártires, no distrito de Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante. A Arquidiocese também conta com as paróquias de Santo André de Soveral, em Emaús, Santo Ambrósio Francisco Ferro, no Planalto e São Mateus Moreira, em Cidade Verde.


Reportagem | A ordem Cedida

Grupo de peregrinos que participou da canonização, no Vaticano Programação devocional Santuário dos Mártires . Diariamente, às 09h – recitação do terço de São Mateus Moreira e às 15h – recitação do terço da divina misericórdia; . Todo dia 03 de cada mês, às 19h – missa votiva aos santos mártires.

Cunhaú . Mensalmente, sempre no primeiro domingo, às 10h – celebração de missa pedindo a intercessão dos Santos Mártires, no Santuário Chama de Amor, localizado no município de Canguaretama; . Segundo, terceiro e quarto domingo do mês, às 10h30 – missa na Capela de Nossa Senhora das Candeias, também no município.

Uruaçu . Todo domingo, às 10h30 – celebração de missa no Monumento dos Mártires, em São Gonçalo; . Todo dia 03 de cada mês, às 16h – celebração votiva aos santos mártires, no Monumento dos Mártires.

8º Mu

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A ordem A ordem | | Artigo

Uma eleição não é uma partida de futebol

O dia do sufrágio – 7 de outubro – está às vésperas. E a atenção do eleitor parece estar sempre focada na campanha dos candidatos aos encargos de governador e presidente. Pouca atenção se dá ao perfil e à história de vida dos candidatos aos cargos no parlamento: congresso nacional – os deputados e senadores – e a assembleia legislativa. Recordemo-nos que elegeremos (escolheremos pelo voto direto) um deputado estadual, um deputado federal e dois senadores, estes para um mandato de oito anos e aqueles para mandato de quatro anos. Talvez haja eleitor que ainda não se deu conta da relevância que o poder legislativo tem no cenário político do Brasil. São os deputados e senadores que criam e votam as leis. Leis que interferem no cotidiano de cada um de nós. O poder executivo, o governador ou presidente, podem propor ou vetar alguma lei, mas, quem a aprova ou não, ou concorda ou não com o veto é sempre o parlamentar. Veja bem: tanto o deputado quanto o senador atuam em nome do cidadão legitimado pelo voto que recebeu quando o eleitor faz sua escolha dentre os vários candidatos que, na campanha eleitoral, se apresentaram como alternativa ao encargo para ocupar, por quatro ou oito anos, uma cadeira na assembleia legislativa, na câmara federal ou no senado. Ninguém ocupa essas cadeiras sem ter passado pelo crivo do voto livre e soberano do eleitor. Então, o ato de votar representa uma grave responsabilidade para cada eleitor. E o momento que atravessa o Brasil e o nosso Estado está a exigir: primeiro, de cada eleitor o compromisso com a defesa da Democracia que a duras penas conquistamos

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Diác. Francisco das Chagas Teixeira de Araújo Assessor jurídico da Arquidiocese de Natal Membro da Equipe SEAPAC

e estamos construindo; segundo, que cada eleitor escolha deputados estadual e federal e senadores honestos, amantes da vida e da família humana; promotores da cultura da paz e, portanto, contrários a tudo o que promova a violência; pessoas idôneas, bem sucedidas em seus negócios ou vida profissional, portadoras de uma história limpa, nunca maculada por práticas de corrupção. E, terceiro, que cada eleitor vote em homens e mulheres comprometidas com as lutas sociais, defensoras das políticas públicas básicas de saúde, segurança, educação, moradia e oportunidade de trabalho para todos, especialmente, os mais jovens; pessoas que amem o Brasil, que tomam rosto na feição de cada cidadão que habita o chão potiguar e do semiárido nordestino. Cada eleitor tem uma significativa parcela de responsabilidade pelo caos no qual está submergido o nosso Estado e o Brasil. Vejam com cuidado cada candidato. Os de grandes partidos desfrutam de maior tempo de televisão e mídias, porque têm mais estrutura econômica bancando suas campanhas. Outros candidatos, os de partidos pequenos, só têm alguns segundos na mídia em geral. Mas vale lembrar que uma eleição não é uma partida de futebol nem uma corrida de cavalos. Devemos, sim, votar em ideias e não necessariamente naqueles que lideram as pesquisas. Por fim, um lembrete especial para nós cristãos: como explicar tanta violência, tanta corrupção, tanta degradação social e injustiças em um país cuja maioria de sua população se diz cristã, portanto, seguidora de Jesus Cristo? Onde está a causa de tanta incoerência? Pensemos..., e, no próximo dia 7, quem sabe, possamos fazer melhores escolhas!


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A ordem |Em Ação

CVV Natal atende aproximadamente cinco mil pessoas por mês Cione Cruz O CVV — Centro de Valorização da Vida/ Natal, entidade filantrópica sem fins lucrativos, que trabalha com o apoio emocional e na prevenção do suicídio para todas as pessoas, esse ano completou 36 anos e agora está funcionando no prédio do ITEPAN (da Arquidiocese de Natal), na Ribeira. Segundo sua coordenadora, a advogada Regina Ramos, o CVV atende uma média diária de 175 pessoas, totalizando, mensalmente, 5 mil atendimentos. No Brasil, onde existem 100 postos, esse atendimento pode chegar a dois milhões e meio no próximo mês de dezembro, informou Regina, lembrando que o CVV foi fundado, em São Paulo, em 1962. No Rio Grande do Norte o CVV funciona com dois postos – um em Natal e o outro, mais recente, em Caicó, contando com 42 voluntários, das mais diferentes profissões e atividades, desde psicólogos, assistentes sociais, advogados, engenheiros, até pessoas do lar, estudantes e aposentados. Para fazer parte desse time, as únicas exigências é que sejam maiores de 18 anos e que “tenham disponibilidade interior para ajudar nos moldes da filosofia do CVV e tempo para dar os plantões semanais de quatro horas e meia, em média”, afirmou Regina Ramos. O Centro trabalha com três pilares: com-

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prometimento, sigilo e diretividade; e esses pilares são trabalhados durante um curso preparatório oferecido aos voluntários que desejem se engajar nesse voluntariado, ministrado pelos voluntários mais antigos. Os cursos, realizado três vezes durante o ano, têm duração de três meses e é ministrado semanalmente, nas tardes dos sábados, ou duas vezes por semana, no horário noturno. A filosofia do CVV, segundo Regina, se inspira na psicologia humanista de Carl Rogers, cuja terapia é centrada na pessoa. Atualmente não faz mais atendimento presencial, porém atende através do telefone e-mail ou chat, disponibilizados no site do Centro www.cvv.org.br. Quem procura o CVV são pessoas tristes, depressivas, ou que estão passando por momentos difíceis, algumas em estado de desespero, frisou a coordenadora. Raramente, afirmou, ligam pessoas em bom estado de saúde, porém, às vezes, pessoas solitárias ligam para dar um boa noite ou um bom dia. Os momentos mais suscetíveis são as festas de final de ano, “quando aumenta, exponencialmente, a dor das pessoas”, afirmou Regina, ou em época de grandes comoções e até no último capítulo de uma novela da moda, quando o usuário do CVV reclama de personagens que falam mais diretamente aos problemas pessoais de cada um.


Em Ação | A ordem

Ações Além do atendimento ao telefone ou pela internet, a equipe do CVV também faz atendimento comunitário, de acordo com as demandas. São palestras, mesas-redondas, diálogos com a sociedade e ações nas escolas. Dentro dessas ações comunitárias, o CVV trabalha com micro-programas como o CINE SER – apresen-

tação de filmes curta-metragens que abordam problemas específicos, e o CRC (Caminho de Renovação Contínua), que realiza módulos em escolas, centros espíritas, igrejas e empresas. “Nós precisamos de mais voluntários”, afirmou Regina Ramos. As pessoas interessadas em ser voluntárias podem se inscrever nos cursos através do e-mail institucional: natal@cvv.org.br.

Flávio S Durante ação do setembro amarelo, de combate e conscientização sobre o suicídio, iniciativa da personal trainer potiguar, Leila Maia, afixou placas de sensibilização na Ponte Newton Navarro, em Natal, local onde o índice de suicídios é maior

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A ordem | Notas Cacilda Medeiros

UBEC lança Católica do RN

No último dia 4 de setembro, aconteceu o lançamento e bênção da pedra fundamental da Faculdade Católica do Rio Grande do Norte, que será construída no Parque das Nações, em Parnamirim. A Faculdade será uma instituição de ensino presencial de graduação e pós-graduação e, também, servirá de polo para os cursos de Educação à Distância, ligada à União Brasileira de Educação Católica (UBEC). A previsão é que o polo EAD comece a funcionar já em 2019 e o primeiro vestibular para os cursos presenciais aconteça em 2020. Na solenidade de lançamento, a bênção da pedra fundamental foi dada pelo arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha.

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Assembleia Regional aborda ‘Igreja Missionária’

O arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha; o coordenador arquidiocesano de pastoral, Padre Flávio Herculano, e representantes da comissão missionária arquidiocesana participarão da Assembleia Pastoral do Regional do Nordeste 2, da CNBB, que acontecerá no período de 16 a 19 de outubro, no Convento Ipuarana, em Lagoa Seca (PB). Neste ano, a assembleia terá como tema: “Por uma Igreja missionária a serviço do Reino” e será assessorada pelo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Esmeraldo Barreto, e pelo secretário nacional da Pontifícia União Missionária, Padre Antônio Niemiec.

Natal sedia Congresso Nacional do Segue-me

Cerca de 350 pessoas, de várias partes do Brasil, estarão em Natal, no período de 12 a 14 de outubro, participando do 2º Congresso Nacional do Segue-me. A abertura será às 19h, do dia 12, com missa, na Catedral Metropolitana, presidida pelo arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha. Após a missa, acontecerá um momento cultural, no pátio da Catedral. No sábado, 13, o dia será para formação sobre a temática da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que acontece em Roma, em outubro, e que aborda “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. De acordo com o dirigente espiritual nacional do Segue-me, Padre Valdir Cândido de Morais, pela manhã, a formação acontecerá em paróquias da capital, reunindo, também, seguimistas da Arquidiocese de Natal, e, à tarde, no auditório do Hotel Vila do Mar, na via costeira. A partir das 21 horas, no Beach Club Natal, vizinho ao Hotel Vila do Mar, haverá show com a cantora católica Adriana Arydes. No dia 14, às 7 horas, os congressistas participarão da missa, na Catedral Metropolitana. No final da missa, será feito o envio para a missão na Praia de Ponta Negra, onde os participantes do Congresso vão ter momentos de evangelização junto a banhistas e turistas.

20| Outubro de 2018


Notas | A ordem Padre Joõa Paulo

Juventude

vai acampar em uruaçu

O Setor Juventude, da Arquidiocese de Natal, vai promover o ‘Acampamento das Juventudes’, dias 15 e 16 de setembro, no Monumento dos Mártires, na comunidade de Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante. No sábado, haverá palestras, oficinas, momentos culturais e troca de experiências. No domingo, o evento contará com a participação do arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, que fará um momento de catequese com os jovens. O acampamento marca a comemoração do Dia Nacional da Juventude (DNJ), na Arquidiocese de Natal. Para participar da atividade, basta se inscrever no endereço: www.arquidiocesedenatal.org.br.

Cacilda Medeiros

Arquivo recebe mAteriAL

DigitALizADO

Em janeiro de 2017, a instituição americana Family Search firmou uma parceria com a Arquidiocese de Natal. A Family Search é uma organização que trabalha com pesquisas genealógicas. A parceria garante a digitalização dos arquivos da cúria metropolitana, bem como das paróquias que compõem o território arquidiocesano. Esse projeto, além de garantir a preservação das informações contidas nos documentos, permitirá o acesso a dados relevantes para a pesquisa de história das famílias. No último dia 11 de setembro, o especialista em imagens digitais, Jorge Silva, que trabalha para a Family Search, entregou ao arquivo da Arquidiocese de Natal quatro Hds, com 198 mil imagens de registros de livros de batismo, crisma e casamentos. Em dezembro do ano passado, ele já havia entregue seis Hds ao arquivo. “Até o momento, já entregamos 697 mil imagens, resultado da digitalização do acervo do jornal A Ordem e de livros de cerca de 60% das paróquias da Arquidiocese”, conta Jorge. A previsão é que o trabalho seja concluído em janeiro de 2019. Todo o material vai ficar disponível para consulta no site da instituição americana, no endereço www.familysearch.org.

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A ordem |Parรณquias

Pirangi do Norte: a parรณquia mais nova da Arquidiocese

Rivaldo Jr

Igreja Matriz de Pirangi do Norte

22| Outubro de 2018


Paróquias | A ordem Criada no último dia 10 de setembro, a Paróquia de São Francisco de Assis e de São Lostau Navarro tem sede na Praia de Pirangi do Norte, composta, também pelas duas Colônias do Pium, Comunidade Hortigranjeira, Lago Azul e a Praia de Cotovelo. Foi desmembrada das Paróquias de Nossa Senhora de Fátima, em Parnamirim, e de Nossa Senhora do Ó, em Nísia Floresta, tendo como primeiro pároco, Padre Ândreson Madson Ferreira do Nascimento. De acordo com o pároco, antigamente as comunidades de Pirangi do Norte e de Pium eram assistidas pelos padres da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, de Morro Branco; depois, pela Paróquia de Nossa Senhora da Candelária, e, por último, pela Paróquia de Santa Rita de Cássia, de Ponta Negra. Padre Ândreson destaca o trabalho social realizado pela Paróquia de Ponta Negra. “Até maio deste ano, por exemplo, a Pastoral da Criança ainda era assumida pela equipe de Ponta Negra. Na Comunidade Paulo Apóstolo, há um Centro Social, ainda em funcionamento, que foi criado na década de 90”, comenta. “A partir de 1997, quando o Padre Murilo Paiva foi nomeado pároco de Parnamirim, ele começou a dar assistência a essas comunidades”, diz o pároco. Conforme informações do padre, a partir do projeto das Santas Missões Populares, iniciando na Arquidiocese por volta de 2005, a região de Pirangi do Norte passou a ser o ‘polo 2’, da Paróquia de Parnamirim. Um sonho concretizado Há tempo, havia um desejo de Pirangi do Norte fosse transformada em paróquia, até que em 12 de setembro de 2017, o arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, criou a Área Pastoral de São Francisco de Assis. Agora, para a criação da paróquia, foi acrescentando o nome de São João Lostau Navarro como co-padroeiro. Contam os relatos históricos que São João Lostau possuiu uma casa, cujos escombros ainda são visíveis, em uma comunidade do, hoje, território da nova paróquia. Ele é um dos Santos Mártires do Brasil, canonizado pelo Papa Francisco, em 15 de outubro do ano passado, no Vaticano.

Cacilda Medeiros

Pe. Ândreson Madson, pároco Endereço Rua João Batista de Lima, 173 Pirangi do Norte 59161-570 - Parnamirim Fone: (84) 3238-2243 pasfapazebem@outlook.com Secretaria paroquial Funciona de segunda a sexta, das 14h às 19 horas Missas (Igreja Matriz) . Domingo – 19h30 . Terça-feira – 18h30 . Quarta-feira – 19h30 Saiba mais www.facebook.com/pasfapazebem

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A ordem | Paróquias

Lagoa de Pedras: devoção a São Francisco

Júlia Oliveira

Igreja Matriz de São Francisco de Assis

24| Outubro de 2018


Paróquias| A ordem A Paróquia de São Francisco de Assis, que compreende os municípios de Lagoa de Pedras (sede) e de Serrinha foi criada em 4 de outubro de 2007, pelo então arcebispo de Natal, Dom Matias Patrício de Macêdo, sendo desmembrada da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Santo Antônio. No ano 2000, havia sido criada a Área Pastoral, preparando os fiéis para a futura paróquia, ficando sob os cuidados do Padre José Adelson Rodrigues. O primeiro pároco da Paróquia de São Francisco de Assis foi o Padre Matias Soares. Depois dele, foi nomeado o Padre Darci Lopes, sucedido pelo Padre Idelbrando de Medeiros Basílio, depois pelo Padre Manoel Alaíde da Silva, e, desde 20 de agosto passado, o pároco é o Padre Wilson Alves de Oliveira. O padroeiro Tradicionalmente, a comunidade de Lagoa de Pedras festeja o padroeiro, São Francisco de Assis, de 25 de setembro a 4 de outubro, com vasta programação. Com o objetivo de incentivar a devoção ao padroeiro, foi construída

uma estátua do Santo, ao lado da Igreja Matriz, há alguns anos. Padre Wilson conta que pretende dar mais visibilidade à estátua, a partir de agora. “Pretendo celebrar as missas de abertura e de encerramento da festa do padroeiro ao lado da estátua. Também, quero celebrar uma missa votiva, todo dia 4, ao lado dela”, diz. Na Comunidade de Serrinha, o padroeiro é Santo Antônio de Pádua, cuja festa acontece no mês de junho. Ação pastoral De acordo com o pároco, Padre Wilson Alves, há um significativo trabalho pastoral realizado nas comunidades da paróquia. “Como cheguei há pouco tempo, estou tendo a graça, agora, de conhecer o trabalho pastoral e fiquei muito animado com o que vi. Há ritmo, dinâmica nas ações. Chego às comunidades e vejo que há grupos funcionando e caminham por si só”, comenta. Padre Wilson cita, por exemplo, o compromisso da equipe da Pastoral do Dízimo. “Estamos na fase da implantação do dízimo missionário, na paróquia, com as visitas aos dizimistas e famílias”, destaca.

Rivaldo Jr

Pe. Wilson Alves, pároco Endereço: Rua Coronel Francisco Tomás, s/n Centro 59244-000 – Lagoa de Pedras (RN) (84) 3692-0120 Secretaria paroquial: Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 12 horas Missas (Igreja Matriz): . Domingos – 7h30 e 19h30 . 1ª sexta-feira – 17h . 1ª quinta-feira – 19h30 . 3ª quinta-feira – 19h30 Saiba mais: www.facebook.com/psfalp www.instragram.com/pascompsfa

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rqNatal

A ordem | Reportagem

Leigos, leigas e sua missão na Igreja e no mundo “Os leigos encontram-se na linha mais avançada da vida da Igreja”

Paulo Costa

Por Cacilda Medeiros Leda Cardoso, 60 anos, natural de Ceará-Mirim e engajada na comunidade de São Geraldo, nessa mesma cidade, sabe qual é o seu papel na Igreja e no mundo: servir ao irmão e evangelizar. Ela conta que é a terceira filha, em uma família de 12 irmãos. Desde a infância, foi educada na fé católica. Casou, teve dois filhos, e todos – marido e filhos – também são engajados nas ações da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Ceará-Mirim. Ao longo da vida, Leda já participou e ainda participa de vários movimentos. Foi catequista, integrante do Apostolado da Oração, da Confraria de Nossa Senhora das Dores, da Pastoral da Comunicação, coordenadora da comunidade de São Geraldo durante seis anos e, atualmente, é Ministra Extraordinária da Eucaristia. “Para mim, essa vivência

Leda Cardoso, leiga engajada

26| Outubro de 2018

na Igreja significa perseverança e a concretização da minha fé em Deus’, diz. Sobre a missão do leigo na Igreja, Leda conceitua: “nossa missão é servir ao irmão, é acolher o outro, estudar a Bíblia, evangelizar”. Ela afirma que pretende continuar servindo à Igreja enquanto viver. Na Igreja e na sociedade Assim como Leda Cardoso, são incontáveis as pessoas que têm consciência do seu papel de leigo e de leiga, na Igreja e na sociedade. Pelo Sacramento do Batismo, receberam essa vocação, que devem vivê-la a serviço do Reino de Deus. Na Igreja, os leigos são chamados a agir em diversos espaços: na catequese, nas diferentes pastorais, movimentos e serviços, colaborando com o padre no altar e nos conselhos pastorais, administrativos e econômicos. São membros ativos da comunidade, assumindo ministérios e serviços que engrandecem a Igreja. Na família, na escola, no trabalho, no mundo da política, nos


Reportagem | A ordem movimentos sindicais e populares, enfim, na sociedade, leigos e leigas são chamados a testemunhar, com a conduta ética e com ações, a mensagem de Jesus Cristo. Rezando pelos leigos Todos os meses, o Papa escolhe um tema e pede que os fiéis, do mundo inteiro, rezem naquela intenção. No mês de maio deste ano, a intenção era dirigida aos leigos. O Santo Padre afirmou a necessidade de os leigos coloca-

rem sua criatividade a serviço dos desafios do mundo, dando exemplo com sua fé, através da solidariedade e do compromisso com a sociedade. Depois do Concílio Vaticano II, realizado na década de 60, a Igreja Católica se esforçou para deixar mais claro o papel dos leigos, que têm sido fundamental desde os primeiros séculos. De acordo com matéria publicada no Portal Vatican News, em 3 de outubro deste ano, “a função dos membros que

não integram o clero é ajudar nas quatro dimensiones tradicionais da Igreja: a caridade, a comunhão, a evangelização e a liturgia”. A mesma matéria cita uma frase do Papa Francisco sobre o valor dos leigos, na qual ele enfatiza: “Os leigos encontram-se na linha mais avançada da vida da Igreja”. E o Pontífice completou: “Demos graças pelos leigos que arriscam, que não têm medo e que oferecem razões de esperança aos mais pobres, excluídos e marginalizados.”

Rivaldo Júnior

Leigos da Arquidiocese de Natal, reunidos em Assembleia, realizada dia 25 de agosto

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A ordem | Personalidade

Testemunho da presença da mulher na Igreja Natalense, com raízes no sertão, dedicada à família, à Igreja e às ações sociais. Ela atuou em Cáritas, no SAR, nas Escolas Radiofônicas, Santas Missões Populares e foi a primeira coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Pessoa Idosa. Marilene da Silva Gomes, residente no bairro da Candelária, em Natal, casada, dois filhos e dois netos, conta, hoje, com 76 anos de idade e muita disposição para a missão na Igreja e para o voluntariado. Ainda na infância aprendeu a amar a Igreja Católica, através dos ensinamentos da avó e da mãe. Na fase da adolescência foi convidada a fazer um curso para catequese, ministrado pelos padres redentoristas. A partir daí, passou a ser catequista na Igreja de São João Batista, em Lagoa Seca. Depois, veio o engajamento no grupo de jovens. As atividades da Igreja eram encaradas com um sacerdócio, para Marilene. Nos anos 60, atuou em Cáritas, com voluntária, na Igreja de São João Batista. Em 1967, passou a trabalhar na equipe arquidiocesana, como contratada. De 1974 a 1993, atuou no Serviço de Assistência Rural (SAR), também da Arquidiocese de Natal. Neste período, num trabalho em conjunto dos segmentos sociais da Igreja, colaborou com o Movimento de Educação de Base (MEB). A dignidade humana, a espiritualidade e o estudo dos documentos da Igreja norteavam as ações realizadas. Em 1992, fez um curso, com duração de quatro meses, no Instituto Brasileiro de Estudos Sociais (IBRADES), no Rio de Janeiro, e o trabalho de conclusão, feito junto com uma colega, foi intitulado “A presença da mulher na Igreja”.

28| Outubro de 2018

Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal

Mesmo após conquistar a aposentadoria, em 1993, ela continuou seu apostolado na Igreja, como no período das Santas Missões Populares. Em 2005, a Pastoral da Pessoa Idosa foi implantada na Arquidiocese, tendo Marilene como a primeira coordenadora, uma vez que ela já tinha experiência de trabalho junto a grupos da terceira idade. Quando é indagada sobre sua relação com a Igreja Católica, ela responde: “a riqueza que a Igreja proporcionou a mim, como leiga, não tenho palavras para definir.” Por sua vida, testemunho e ação, rendemos graças a Deus, Marilene. Quanto bem fez e faz a sua atuação para nossa Igreja! O seu testemunho e o de tantos outros leigos são fundamentais para a história da Igreja Católica, em seus diversos setores.


Dízimo | A ordem

conquistas

INSCRIÇÕES ABERTAS marista.edu.br/inscricoes

4009-5008 Outubro de 2018 |29


A ordem | Artigo

A violência contra a pessoa idosa é crime O Dia do Idoso é comemorado no Brasil em 1º de outubro; já a ONU instituiu o dia 15 de junho como sendo o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. O objetivo da data, segundo a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil, é “criar uma consciência mundial, social e política, da existência da violência contra a pessoa idosa, além de, ao mesmo tempo, disseminar a ideia de não aceitá-la como normal.” Os casos de violência contra a pessoa idosa são recorrentes no Brasil e exigem atitude urgente dos governantes e de toda a sociedade. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a violência física não é a única que traz sofrimento e humilhação aos idosos. A campeã de denúncia registrada pelo disque 100 (Secretaria de Direitos Humanos) é a negligência (do abandono, da alimentação, da limpeza/higiene e da falta de amparo). Em segundo lugar, estão as violências psicológicas. Em terceiro, as violências do abuso financeiro (retenção de salários e bens, furto, roubo, extorsão, estelionato, destruição de bens) e, em quarto lugar, as violências físicas. Segundo informações do Disque 100, a violência contra pessoas idosas no ano de 2017 gerou 33.133 denúncias e 68.870 violações, sendo que 76,3% ocorrem na casa da própria vítima e os maiores suspeitos de cometerem a violência contra os idosos são os filhos, os netos e as noras/genros, porém a estatística mostra apenas as violências que foram denunciadas. O univer-

so da violência contra a pessoa idosa é muito maior, pois muitos não costumam realizar a denúncia por medo do agressor e por, na maioria das vezes, o agressor ser um parente ou conhecido. Num universo de tantos dados que se tornam alarmantes, bem como de situações constrangedoras de ausência de direitos praticados, muitas organizações, serviços, movimentos e pastorais se dão as mãos para o enfrentamento desta situação. Aqui, trago como destaque desta defesa, a Pastoral da Pessoa Idosa que tem por objetivo assegurar a dignidade e a valorização integral das pessoas idosas, através da promoção humana e espiritual, respeitando seus direitos, num processo educativo de formação continuada destas, de suas famílias e de suas comunidades, sem distinção de raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político. Através das visitas domiciliares, levase aos idosos uma vida melhor e com dignidade, mas sempre focando nas pessoas mais fragilizadas e, ainda, fomentando o elo da família com o idoso. O trabalho é muito gratificante, pois no sorriso destas pessoas vem a gratidão da alma e do coração, trazendo-nos a felicidade e a força de poder continuar o trabalho na defesa de seus direitos. As pessoas idosas são modelos dignos de vivência para a humanidade. “Em cada irmão e irmã em dificuldade, nós abraçamos a carne sofredora de Cristo” diz o Papa Francisco. Fazer parte desta pastoral é uma graça de Deus; através dela nos enchemos do poder levar a esperança a cada idoso que visitamos. Acreditamos e nos estimulamos a cada encontro face a face, descobrindo meios de cada dia buscar a vida em plenitude.

Zeneide Fernandes Coordenadora Arquidiocesana da Pastoral da Pessoa Idosa

Os casos de violência contra a pessoa idosa são recorrentes no Brasil e exigem atitude urgente dos governantes e de toda a sociedade

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A ordem | Vida pastoral

Pastoral da Criança: uma ação que salva vidas!

A Pastoral da Criança é um Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Ela tem como objetivo o desenvolvimento integral das crianças, promovendo, em função delas, também suas famílias e comunidades, sem distinção de raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político. Uma partilha que salva vidas. Os voluntários da Pastoral da

Criança, orientados pelo Guia do Líder, desenvolvem ações de saúde, nutrição, educação, cidadania e espiritualidade de forma ecumênica nas comunidades pobres. As atividades visam promover o desenvolvimento integral das crianças, desde a concepção aos seis anos de idade, e a melhoria da qualidade de vida das famílias. Os líderes e outros voluntários da Pastoral da Criança atuam na sua

Matriz: Shopping Via Direta, 714. (84) 3234-5118 / 99969 - 0314 Filial 1: Av. Deodoro, 302, loja 05 - Cidade Alta. (84) 3111-6444 | 99996-0350 Filial 2: Partage Norte Shopping. loja 249. Potengi. (84) 2020-5975

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própria comunidade. Por viverem no mesmo local, conhecem bem as famílias e as condições em que elas vivem e, junto com elas, buscam maneiras de melhorar a realidade. Eles também orientamnas sobre os seus direitos e deveres e contribuem para prevenir a violência doméstica, levando a mensagem da paz, do amor e da solidariedade. Entre as principais atividades


Vida pastoral | A ordem desenvolvidas, o acompanhamento sistemático às gestantes se destaca como o motor básico para o crescimento e desenvolvimento da criança concebida. Neste momento são trabalhados os direitos e deveres, cuidados importantes na gravidez, como o aleitamento materno, pré-natal, alimentação, vacinação, higiene, peso e medida, acompanhamento para a melhoria da auto-estima, acompanhamento de cada trimestre da gravidez, preparo para o parto e pós-parto. Assim, a Pastoral dá toda a atenção aos 270 dias no ventre materno. Outra atividade é o acompanhamento às crianças de zero a seis anos, onde são trabalhadas as ações de defesa dos direitos, desenvolvimento e aprendizagem da criança, aleitamento materno, avaliação nutricional, higiene e saúde bucal, imunização, orientação para a prevenção e tratamento da diarreia e de infecções respiratórias etc. Atualmente, mais de 160 mil pessoas acompanham mais de 938 mil crianças de 0 a 6 anos de idade, em mais de 42 mil comunidades de mais de 3500 municípios brasileiros. As ações dessas pessoas ajudam a reduzir a desnutrição, a obesidade e mortalidade infantil e ainda promovem a paz e a justiça social nos ambientes de maior vulnerabilidade do país. O resultado é a promoção humana e o fortalecimento do tecido social das comunidades. Aqui, na Arquidiocese de Natal, estamos em 57 municípios, 194 comunidades, mais de 5 mil crianças de 0 a 6 anos de idade

acompanhadas por mais de 900 voluntários. O que muito nos chama a atenção neste trabalho é a intensificação nos cuidados aos primeiros 1.000 dias de vida de uma criança. Esses cuidados contribuem com nossa saúde durante toda vida. Uma das mais relevantes e atuais pesquisas sobre o impacto do baixo peso ao nascer foi desenvolvida pelo médico e pesquisador inglês Dr. David Barker. Esta pesquisa demonstra que pessoas que nasceram com baixo peso tinham maior

risco de desenvolver doenças do coração, colesterol, diabetes, obesidade, hipertensão arterial, problemas no funcionamento dos rins, osteoporose entre outras doenças. Além do Dr. Barker, outros pesquisadores também demonstraram que os primeiros 1.000 dias de vida podem afetar nossa saúde durante toda vida. Por que 1.000 dias? 270 dias (9 meses da gestação) + 365 dias (primeiro ano de vida) + 365 dias (segundo ano de vida) = 1.000 dias.

270 dias (9 meses da gestação) Possíveis problemas: bebês com atraso no crescimento no útero materno ou que nascem com baixo peso apresentam mais riscos para desenvolver diabetes, obesidade, colesterol elevado, pressão alta, osteoporose, entre outros. Crianças nascidas duas semanas antes da hora tê, 120 mais chances de desenvolver problemas respiratórios. As cesarianas acarretam quatro vezes mais infecções pós-parto e três vezes mais doenças e mortes maternas. Como cuidar: acompanhamento pré-natal durante toda a gestação em um serviço de saúde, com atenção especial para gestantes pobres acima dos 30 anos. Evitar o fumo, o álcool e as drogas. Alimentação saudável. Levar a gravidez até o final e ter parto normal. 365 dias + 365 dias (1º e 2º ano de vida) Possíveis problemas: 1º ano: crianças que não mamam no peito apresentam mais pressão alta, diabetes e obesidade na adolescência e depois de adultas. Crianças de dois anos que estão abaixo do peso têm maior risco de desenvolver diabetes quando adultas. Como cuidar: Aleitamento materno. Alimentação saudável. Bons hábitos de higiene. Vacinas. Carinho, atenção, conversas e oportunidade para brincadeiras. Fonte: The Barker Theory (www.thebarkertheory.org)

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A ordem | Saúde

Ano do Laicato

Alimentação na gestação Por Diác. Manoel Carlos

Por Márcia Roque Braz nutricionista

Coord. do Setor Leigo

Sujeitos de transformação O Reino de Deus é o horizonte maior e reserva inesgotável da justiça e de fraternidade que orienta a ação transformadora dos cristãos no mundo (Doc. 105 nº247). Assim, a transformação atende a seis critérios gerais: 1º) incluir a Igreja, a sociedade e cada sujeito individual; 2°) discernir realidades concretas; 3°) preferir a ação ao invés da estabilidade e da estagnação; 4º) incluir a opção preferencial pelos pobres, a solidariedade, a defesa da vida, especialmente onde ela é negada ou agredida, o cuidado com a criação, a liberdade religiosa, o direito à objeção de consciência; 5°) promover a cultura do encontro, dialogando com o mundo social, cultural, religioso e ecumênico, vivenciando a fraternidade; 6°) considerar a primazia do humano, para não cair em idolatria (cf. 248). Como membros vivos da Igreja e verdadeiros sujeitos eclesiais, os cristãos leigos e leigas, a partir de sua conversão pessoal, tornam-se agentes transformadores da realidade (243). Os cristãos leigos e leigas são os primeiros membros da Igreja a se sentirem interpelados na missão junto aos areópagos modernos, grandes áreas culturais ou mundos ou fenômenos sociais, mesmo, sinais dos tempos: a) família; b) política c) políticas públicas d) trabalho; e) cultura e educação; f) comunicações; g) cuidado com a casa comum: h) outros campos de atuação (251;255 a 256; 258 a 263; 264 a 266; 270 e 271; 272; 273).

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Durante a gestação, esta fase tão especial na vida da mulher, o estado nutricional materno desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do bebê e na prevenção de complicações durante a gestação. O corpo da mulher passa por uma série de transformações, que o deixarão pronto para abrigar uma nova vida. O ganho de peso, durante a gestação deve ser gradual, totalizando ao final dos 9 meses de 9 a 12,5 kg. - Fracionar a dieta em várias e pequenas refeições ao dia. Isto ajuda no fornecimento de nutrientes, melhora o processo digestivo e previne azia e má digestão; - Evitar consumo de comidas salgadas ou agregar muito sal à comida. Isso vale também para temperos prontos, que geralmente vêm carregados de sódio, glutamato monossódico, conservantes e afins que podem reter líquidos, causando sensação de peso e mal estar, além de contribuir para o aumento da pressão arterial; - Observe sempre o funcionamento do intestino. É comum ocorrer prisão de ventre (obstipação). Consuma diariamente fibras (através das frutas, verduras, legumes, sementes, aveia, quinua, linhaça, alimentos integrais) e hidrate-se de maneira correta. Evite: - Deitar-se, após comer, para evitar refluxo e mal estar; - Consumir comidas salgadas ou agregar muito sal à comida. Isso vale também para temperos prontos, que geralmente vêm carregados de sódio, glutamato monossódico, conservantes e afins que podem reter líquidos, causando sensação de peso e mal estar, além de contribuir para o aumento da pressão arterial, o que é perigoso. - Leia sempre o rótulo dos alimentos, e evite alimentos com a presença de glutamato monossódico e gorduras do tipo trans; Muito cuidado ao alimentar-se fora de casa, principalmente com alimentos crus ou mal cozidos (frutas, verduras e legumes, ovos, carnes), pois nem sempre é possível saber se estes alimentos foram higienizados ou preparados corretamente.


| A ordem

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A ordem |Viver

Marista desenvolve ações de incentivo à leitura Possibilitar o acesso aos livros como uma importante ferramenta para o desenvolvimento da oralidade, leitura e produção textual faz parte do projeto educativo do Colégio Marista de Natal. Estimular as competências leitora e escritora representam um diferencial para o estudante que se torna protagonista de sua aprendizagem. Da Educação Infantil ao Ensino Médio instigar o prazer pela leitura faz parte das ações prioritárias da unidade, almejando a competência escritora, relevante para os estudantes durante o desenvolvimento da Educação Básica. De acordo com a Vice Diretora Educacional, Ilce Mara, “os estímulos pedagógicos para experimentar o caráter libertador da literatura propiciam vivências de modo afetivo para a intencionalidade crítica desejada para a formação do leitor e escritor”. Aos pequenos que ainda não conseguem ler as palavras, o projeto Piquenique Literário torna possível ver e entender o mundo através da oralidade. Fora da sala de aula, os estudantes adentram numa grande biblioteca ao ar livre para compartilhar as interpretações e passagens preferidas dos livros lidos pelas educadoras. Nele, o lúdico e o imaginário ganham vida. À medida que as palavras vão se conectando e fazendo sentido no processo de letramento, a leitura e a escrita se unem para a construção do livro “Minhas Memórias”. Nesse projeto, os estudantes começam a entender que através da produção escrita eternizam suas histórias e lembranças. Conforme avançam de nível, a presença na biblioteca

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Câmara Cascudo vai se intensificando para os educandos. No Ensino Fundamental Anos Iniciais, dão continuidade ao letramento através da Bolsa Literária, no qual os livros do acervo passam a fazer parte da convivência familiar, que, juntos, desenvolvem resenhas e críticas às obras lidas. Do 5º ao 7º ano, os estudantes ampliam os horizontes através da imaginação e da vivência concreta com a Mala Mágica. A proposta disponibiliza uma bagagem cheia de livros para leitura, escrita de sinopse e promoção de debates com os colegas em sala de aula, desenvolvendo argumentos para convencer os amigos a embarcarem naquela viagem. Já com os 8º e 9º anos, são os estudantes que fazem as malas e viajam para a Aula em Campo em Fortaleza/CE. Nela, a história do escritor José de Alencar, e de seu Literário “Iracema”, ganham vida através da visita à sua casa, ao teatro que leva o seu nome e à cidade onde ele viveu, permitindo o aprimoramento do conhecimento histórico e cultural. O amadurecimento do envolvimento literário vem com o CINEMAR, quando autor e obras viram instrumentos de trabalho dos estudantes do 2º ano do Ensino Médio que, por meio da arte do cinema, desenvolvem um curta-metragem de 15 minutos. As produções culminam com a escolha dos curtas pela comunidade educativa para a


Viver

| A ordem

Cedida

Projeto “Bolsa Literária” premiação dos melhores. No 3º ano, o Marista de Natal aborda diferentes gêneros literários de referência para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além do trabalho desenvolvido dentro da sala de aula, os alunos são contextualizados em aulas temáticas orientadas por professores, que ampliam as interpretações dos livros em suas respectivas áreas, e por espetáculos pedagógicos realizados no Colégio juntamente com o Serviço de Arte e Cultura (SEAC) com o intuito de promover a intertextualidade com as obras e despertar sentidos através da linguagem imagética. Dessa forma,

os estudantes são preparados desenvolvendo senso crítico e uma visão contextualizada de mundo. A leitura e a escrita representam prioridades para a Educação Básica envolvendo aprendizagens distintas, que necessitam de ações articuladas e com intencionalidade para os processos cognitivos no espaço escolar. Todos os projetos desenvolvidos ao longo dos segmentos e serviços têm posicionado significativamente os resultados acadêmicos e pastorais da escola em sintonia com a missão institucional de formar bons cristãos e virtuosos cidadãos.

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A ordem | Crônica

MARIAS RIBEIRINHAS Crônica escrita a partir da minha experiência missionária nas comunidades ribeirinhas da região de Santarém/PA no ano de 2017. Tendo em vista que outubro é o mês dedicado as Missões, gostaria de partilhar por meio desse, um pouco do que ouvi, vivi e senti junto àquele povo.

No olhar, no sorriso e nas lágrimas de um povo sofrido, mas feliz, encontrei o rosto de Jesus. Nas entradas e à beira dos rios encontrei várias Marias, da Conceição, de Fátima, do Socorro, dos Navegantes, de Nazaré como também das Dores. Em cada Maria uma marca que a vida lhe deu. Semelhantes a Mãe de Jesus, essas Marias da Amazônia são também senhoras de dores. Mulheres sofridas no corpo, na alma e no coração. Elas também são mulheres de fé, que vivem o amor e não perdem a esperança. No corpo essas Marias carregam as dores físicas da coluna que sustenta seus corpos cansados. Mulheres de muitos filhos. Nas mãos calejadas as marcas dos seringais, das lavagens de roupas, da manutenção da juta, dos afazeres de casa e da enxada na terra, no corpo de muitas Marias estão as chagas da violência doméstica. Na alma, elas carregam as dores da ausência dos filhos que se foram... E quantos já se foram! Não porque quiseram, mas porque a violência os levou. A cobiça tirou a vida dos filhos das Marias. Na vida sofrida, uma das Marias carrega a triste lembrança da execução de um filho que morreu em seus braços... Até quando? Quantas Marias vão ter que chorar a morte de seus filhos? No coração elas também trazem o desejo de reencontrar os seus, que desapareceram nos rios, na flo-

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Gilson Klaus Barbalho Seminarista do 4º ano de Teologia do Seminário de São Pedro

resta, nos seringais ou nos sanguinários garimpos. Vi muitas Marias sentadas na porta de suas casas com um rosário na mão e os olhos atentos em todas as direções. Marias ribeirinhas, mulheres de fé, fortaleza humana, que a cada dia renascem mais forte para ensinar os seus nos caminhos divinos e, no silêncio, guardar a voz de Deus. Marias ribeirinhas, mulheres de esperança, que no coração carregam as marcas do tempo, mais não guardam rancor. Que não deixam de sonhar, de acreditar, de esperar confiantes por dias melhores e que com a vida vivem o Evangelho do Salvador. Marias ribeirinhas, mulheres do amor, que tem no coração o mais sublime sentimento, que tem nos pensamentos o mais sublime amor, que com a força do Espírito conseguem ser alento. Ser Maria como nos diz uma canção é um dom, é ter a graça, é saber misturar dor e alegria, é ter fé e acreditar na vida. Em cada rosto, seja de Marias ou de Josés, vi muitas marcas de sofrimentos e alegrias, de sonhos e esperanças. Vi também o Cristo, que sofre com o seu povo, que caminha com seu povo e que também ressuscita em cada luta. Semeia-se um novo amanhã, nas terras amazônicas, semeia-se um novo dia nas terras das Marias!


| A ordem

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