Revista A Ordem - Janeiro/2021

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Fundação Paz na Terra Ano LXVIII - Nº 57 Natal/RN | Janeiro de 2021

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A ORDEM

2 JANEIRO DE 2021


A ORDEM

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A ORDEM

SUMÁRIO

EDITORIAL

UM QUARTO DE SÉCULO DE MISSÃO BEM ALICERÇADA

Fundação Paz na Terra Ano LXVIII - Nº 57 Natal/RN | Janeiro de 2021

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12 08 16 22 26

CAPA

ENTREVISTA - Dom Jaime e a

experiência no episcopado

REPORTAGEM - Ordenado bispo

pela imposição das mãos de São João Paulo II

ARTIGO - Dom Jaime – Servo da

Humanidade da Igreja

ARTIGO - Um pastor com cheiro das ovelhas, um agente do esperançar

EXPEDIENTE

Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689

4 JANEIRO DE 2021

CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Jeferson Rocha Cione Cruz André Kinal Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr Vitória Élida

Muitas pessoas, ao completarem 25 anos de vida, celebram efusivamente a data porque já se consideram maduras o suficiente para exercer uma profissão, constituir uma família e se firmar solidamente no mercado de trabalho. As experiências vividas, por menores que sejam ou que possam parecer, sejam elas benéficas ou frustrantes, são, de fato, alicerce sobre o qual se constrói o futuro. Certamente, as experiências de apenas 25 anos de vida ainda não proporcionam uma segurança irreversível, tanto profissional quanto de vivência familiar ou fora da família, na sociedade. Afinal, as etapas de aprendizagem nunca se completam ao longo dos anos. Imagine, então, uma pessoa que completa 25 anos de exercício da atividade que escolheu na vida. Quanta experiência vivencial! Quantas lições e exemplos de vida! Quantos conhecimentos experimentados em um quarto de século de atividade! Toda essa “bagagem” experiencial tem o atual Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha. Ordenado no dia 06 de janeiro de 1996, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, pelo então Papa João Paulo II, hoje São João Paulo II, Dom Jaime acumula essas experiências do exercício episcopal nas Dioceses de Caicó-RN e de Campina Grande-PB, e de Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Natal. Nestas três Igrejas Particulares podem ser vistos os “rastros” marcantes dele no trabalho religioso e social. Nessa caminhada, ele se firmou num alicerce inabalável, que é o lema que escolheu para o Ministério Episcopal, o mesmo do Apóstolo Paulo: “Sei em quem acreditei”.

EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1752) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN) CAPA: Aldair Dantas COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal

DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (47) 9 9618-3464

IMPRESSÃO: Gráfica Sul (84) 3211-2360

COMERCIAL: RN Editora Idalecio Rêgo (84) 98889-4001

TIRAGEM: 1.000 exemplares

ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br


UMA PÁGINA DE AGRADECIMENTOS PELO ANO LETIVO DE 2020

Aos nossos educadores, funcionários e colaboradores, um abraço cheio de carinho. Vocês enfrentaram cada dificuldade deste ano como uma oportunidade para nos tornarmos melhores. Uma força de Deus.

Aos familiares, que foram os nossos guias da compreensão, de mediação educacional e, principalmente, guias do amor, nossa gratidão!

Aos nossos alunos, agradecemos pela conexão ativa. Muitas graças de Deus.

E é com os nossos corações fortalecidos de amor e esperança que nos preparamos para mais uma jornada – a de 2021. Que seja um ano abençoado e próspero para todos nós!

Venha fazer parte dessa história! Não somos só uma marca, somos uma família em que a boa educação é um traço constante. Venha nos conhecer!

TODOS CUIDANDO DE TODOS COM UM NOVO JEITO DE CONVIVER...

MATRÍCULAS ABERTAS

Endereço: Rua Brasília, 712- Alecrim – Natal | Tel.: 3222-3539 | @institutoreismagos www.institutoreismagos.com.br | Institutoreismagos@yahoo.com


A ORDEM A VOZ DO PASTOR

Ação de graças Queridos irmãos e irmãs! Na comemoração do Jubileu de Prata de minha Ordenação Episcopal, realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no dia 6 de janeiro de 1996, pela imposição das mãos e oração consecratória de São João Paulo II, quero manifestar, em primeiro lugar, minha ação de graças ao bom Deus que, por causa de sua misericórdia e ternura, escolheu-me para o Episcopado. Rendo graças ao Pai onipotente e eterno, que me configurou ao Sacerdócio de seu Filho e me concedeu o Espírito Santo. Ó bom Deus e Pai, “a força de vós procede, o Espírito Soberano, que destes ao vosso amado Filho, Jesus Cristo, e ele transmitiu aos santos Apóstolos, que fundaram a Igreja por toda a parte, como vosso templo, para glória e perene louvor do vosso nome” (PONTIFICAL ROMANO. Prece de Ordenação), foi invocado sobre mim naquele dia tão feliz e tão cheio de significado para minha vida e para a Igreja. Dou-vos graças sempre, por escolhestes a mim, pobre pecador, instrumento frágil, que carrego o grande tesouro em vaso de barro (cf. 2Cor 4,7). Minha ação de graças se dirige a Jesus Cristo, o Filho eterno que se fez Homem no seio virginal de Maria. Bom e Belo Pastor, Mestre de Nazaré, após 20 anos de consagração ao Presbiterado, graça de configuração ao vosso Sacerdócio, pelo qual me concedestes, sem mérito algum de minha parte, a participação no ministério de mediação que exerceis em favor de toda a humanidade. Eu vos glorifico, Senhor Jesus, por tornar-me, há 25 anos, membro do Colégio Episcopal. “[...] os Bispos, constituídos pelo Espírito Santo, sucedem aos Apóstolos como pastores das almas, e, juntamente com o Sumo Pontífice e sob a sua autoridade, foram enviados a perpetuar a obra de Cristo, pastor eterno. Na verdade, Cristo deu aos Apóstolos e aos seus sucessores o mandato e o poder de ensinar todas as gentes, de santificar os homens na verdade e de os apascentar” (CONCÍLIO VATICANO II. Decreto Christus Dominus, sobre o múnus pastoral dos bispos na Igreja, n. 20). Ao santo Espírito de Deus, vínculo de amor entre Pai e Filho, alma da Igreja, vida e amor, meu louvor e ação de graças. De fato, o Espírito Santo tudo conduz. É Ele o protagonista da ação pastoral. Sem o Espírito tudo se torna tão apático, sem vida e sem força. Graças vou dou, Bálsamo suave, doador dos carismas, pela presença e ação no meu ministério episcopal. Sim, o que fiz foi feito por Vós, o que realizei foi realizado por Vós. Eu sei em quem acreditei, por isso, minha ação de graças não me envaidece nem enche meu coração de vanglória, mas o torna cada vez mais sereno e humilde, seguindo as pegadas do Servo sofredor, o Homem das dores, habituado ao sofrimento, ungido por Deus, para o anúncio da boa nova aos pobres e a todos. Por fim, minha gratidão à Maria Santíssima. Ela me acompanha, como Mãe amorosa e cheia de ternura. Eu vos louvo, Senhor Deus, por ter-me dado a Mãe do vosso Filho como minha Mãe e intercessora. A São José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus que, com coração de pai (Patres corde), amou Jesus e se tornou exemplo para todos os cristãos, para todos os padres, para todos os bispos. Obrigado, São José, porque vosso exemplo de paternidade me instiga a amar mais com coração de pastor, a Igreja da qual fui feito servo, de quem recebi a graça de participar da vida de Jesus Cristo, mediador e salvador de todos os homens e mulheres. Amém. 6 JANEIRO DE 2021

Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal

Minha ação de graças se dirige a Jesus Cristo, o Filho eterno que se fez Homem no seio virginal de Maria.”


A ORDEM

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A ORDEM ENTREVISTA

“NOSSA VIDA DE PADRE E BISPO SÓ TEM SENTIDO SE TIVERMOS A OPORTUNIDADE DE

ir ao encontro”

A Ordem: Há 25 anos, como foi receber o convite para ser bispo? Dom Jaime: Rendendo graças a Deus por esse momento que ele me concede viver de modo muito intenso, faço uma recapitulação de momentos marcantes e que transformaram minha vida, desde então. O ano era 1995. Na época, eu era reitor do Seminário de São Pedro e vigário episcopal para as pastorais sociais. Na véspera do dia 21 de novembro daquele ano, eu estava crismando nas comunidades da Paróquia de Nova Cruz, porque era comum Dom Heitor delegar essa missão ao reitor do seminário. Quando retornei para o seminário, encontrei na porta do meu quarto um recado: “Dom Heitor quer falar com o senhor”. Mesmo sendo tarde, fiquei com aquela responsabilidade e liguei pra ele, que falou que não era nada demais, mas pediu para que eu fosse conversar com ele antes da missa solene da festa de Nossa Senhora da Apresentação, no dia seguinte. Fui até a residência episcopal conversar com Dom Heitor e ele me colocou a par do comunicado da nunciatura, me nomeando bispo para a Diocese de Caicó, que estava vacante. Eu fiquei surpreso e, ao mesmo tempo, me sentindo envolvido por este mistério da vida da Igreja. Eu perguntava: “Eu tenho condições para isto?” e Dom Heitor, como sempre, fez aquela fundamentação com muita profundidade e corresponsabilidade com a vida da Igreja, me deixando tranquilo, dizendo que a Igreja me escolheu e eu tinha plenas condições para tal. Só fiz me colocar à disposição e me recomendar a Nossa Senhora.

A Ordem: Qual sentimento lhe permeou naquele momento? Dom Jaime: Voltei da residência episcopal para a missa na Catedral totalmente envolvido, do ponto de vista humano, emocional e sacerdotal, porque minha vida mudaria completamente a partir daquele momento. Dizem os padres, as pessoas e os seminaristas com

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quem me encontrei naquele dia, que fiquei, durante o tempo da celebração, um tanto aéreo e mesmo presente fisicamente, estavam com o pensamento em outra realidade. No dia que conversei com Dom Heitor, ele havia me colocado em contato com a nunciatura para saudar o Núncio e sugerir uma data para a publicação da nomeação. É importante destacar que precisamos dizer se aceitamos ou não o convite para ser bispo. A notícia da minha nomeação foi publicada no dia 29 de novembro de 1995. Graças a Deus, tudo transcorreu em paz. A Ordem: Como foi ser ordenado pelo Santo Padre, hoje, São João Paulo II? Dom Jaime: Essa foi outra notícia impactante. Havia feito uma viagem e quando cheguei, recebi a notícia de que o Santo Padre queria um brasileiro para ser sagrado por ele no dia 06 de janeiro, que era quando ele ordenava bispos para a Igreja em todo o mundo. E eu recebi o convite para integrar esse grupo. Já era algo especial ser nomeado bispo e ainda mais receber um convite para ser sagrado em Roma, na Basílica de São Pedro, do papa. Foi algo sublime. Era uma experiência única e muito elevada. Do ponto de vista humano e espiritual, era algo imensurável. Integrei o grupo de 14 novos bispos que foram sagrados pelo papa, hoje São João Paulo II. A Ordem: Nestes 25 anos de episcopado, como o senhor define a experiência vivida na história da Igreja? Dom Jaime: É uma experiência rica, marcada pela história da Igreja de um modo geral, a própria história da CNBB, das conferências episcopais da América Latina e Caribe, o convívio com diversas lideranças que marcaram cada época, e os pontificados que acompanhei, não só como bispo, desde seminarista, como João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e, agora, Francisco. Tudo isso tem marcado minha vida profundamente.


ENTREVISTA A ORDEM FOTOS: ALDAIR DANTAS

As palavras são de Dom Jaime Vieira Rocha, que está comemorando 25 anos de episcopado. Por ocasião desta data, o epíscopo se mostra agradecido com tudo que viveu e chega ao jubileu de prata episcopal, realizado com tudo o que Deus lhe concedeu nessa caminhada e vida dedicada ao serviço na Igreja. Dom Jaime já foi bispo da Diocese de Caicó (RN) e de Campina Grande (PB) e, desde 2012, é o Arcebispo Metropolitano de Natal.

“Tenho a graça de me voltar para Deus, e no coração e na mente, agradecer por tudo aquilo que se constituiu”

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A ORDEM ENTREVISTA

Já era algo especial ser nomeado bispo e ainda mais receber um convite para ser sagrado em Roma, na Basílica de São Pedro, pelas mãos do papa. Foi algo sublime. A Ordem: Qual a sua ação de graças por poder chegar ao jubileu de prata episcopal? Dom Jaime: Vivemos a graça deste momento. Tenho a graça de me voltar para Deus, e no coração e na mente, agradecer por tudo aquilo que se constituiu. A doação, a presença, a compaixão, a solidariedade e atenção, sobretudo, a evangelização e possibilidade de contribuir para que a Igreja caminhasse em sintonia com aquilo que era o contexto sócio eclesial de cada tempo. Por tudo isso, rendo graças a Deus e posso dizer, nesse período de 25 anos de bispo, olhando para trás, que a minha vida foi dinâmica, repleta de entusiasmo, oferenda, de serviço, presença e compromisso com toda causa, fosse da Igreja ou da sociedade civil, em benefício do povo e da melhoria da qualidade de vida das pessoas. Chegando aos 25 anos de episcopado, só posso agradecer a Deus por tudo que ele me concedeu viver. 10 JANEIRO DE 2021

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A ORDEM

CAMINHO PERCORRIDO POR

29 de novembro de 1995 Papa João Paulo II nomeia Monsenhor Jaime Vieira Rocha para bispo da Diocese de Caicó (RN)

04 de fevereiro de 1996 Posse canônica na Catedral de Santana, em Caicó

06 de janeiro de 1996 Ordenação episcopal, pelo Papa João Paulo II, na Basílica de São Pedro, no Vaticano

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16 de fevereiro de 2005 O Papa João Paulo II transfere Dom Jaime para a Diocese de Campina Grande (PB)


Dom Jaime

A ORDEM

NESTES 25 ANOS

23 de abril de 2005 Posse canônica na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, em Campina Grande

21 de dezembro de 2011 O Papa Bento XVI transfere-o para a Arquidiocese de Natal (RN)

02 de fevereiro a 2007 O Papa Bento XVI nomeou Dom Jaime administrador apostólico da Diocese de Guarabira (PB), função que desempenhou até 31 de agosto de 2008

26 de fevereiro de 2012 Posse canônica na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Apresentação, em Natal

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A ORDEM CAPA

ORDENADO BISPO PELA IMPOSIÇÃO DAS MÃOS DE

São João Paulo II

SERVIÇO FOTOGRÁFICO DO VATICANO

Bispos ordenados por São João Paulo II, entre eles Dom Jaime (3º à direita do Papa), em 6 de janeiro de 1995

A celebração aconteceu na Basílica de São Pedro, na manhã do dia 6 de janeiro de 2006

O

Por Cacilda Medeiros e Luiza Gualberto

então Monsenhor Jaime Vieira Rocha contava com 20 anos de sacerdócio. Já havia desenvolvido o ministério em algumas paróquias, merecendo destaque para a atuação na Paróquia de São João Batista, em Pendências. Em 1995, ele residia em Natal, exercia as funções do reitor do Seminário de São Pedro e de vigário episcopal para as pastorais sociais, na Arquidiocese. Naquele tempo, o arcebispo metropolitano de Natal era Dom Heitor de Araújo Sales e ele costumava designar alguns sacerdotes para celebrar o Sacramento da Crisma, nas paróquias. A data era 20 de novembro de 1995 e o Mons. Jaime havia ido administrar o Sacramento da Crisma, na Paróquia da Imaculada Conceição, em Nova Cruz. Ao retornar, à noite, para o Seminário de São Pedro, onde residia, encontrou um recado de Dom Heitor, informando que gostaria de conversar com ele, na manhã do dia seguinte. Logo cedo, Monsenhor Jaime se dirigiu à residência episcopal, porque a conversa seria antes da missa solene da festa de Nossa Senhora da Apresentação, padroeira da Arquidiocese de Natal. “Recordo que Dom Heitor iniciou a conversa dizendo: Nosso Senhor tem lhe dado muito, mas também tem exigido muito”, lem14 JANEIRO DE 2021

bra Dom Jaime. Foi nesse momento que o então reitor do Seminário de São Pedro recebeu a notícia de que transformaria sua vida: o Papa João Paulo II havia o nomeado bispo para a Diocese de Caicó, no sertão potiguar, que estava vacante. O anúncio da nomeação foi feito no dia 29 de novembro, uma quarta-feira. Ordenação no Vaticano Mais uma surpresa para Mons. Jaime: o Papa João Paulo II decidiu ordenar, em Roma, 14 bispos que ele havia nomeado, naqueles dias. E a data escolhida foi 6 de janeiro de 1996, festa da epifania do Senhor, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Um grupo de familiares e amigos foi a Roma para participar da celebração. “Foi uma das cerimônias mais belas que já assisti”, relembra o professor Manoel Neli, primo de Dom Jaime. “Na Europa, as celebrações são cheias de muita devoção e isso as tornas ainda mais bonitas. Recordo que após a prostração e a unção da cabeça, os novos bispos deram uma volta por dentro da Basílica, abençoando as pessoas, num momento de muito silêncio”, destaca Neli. O grupo de potiguares ainda teve a oportunidade de participar de uma audiência com o Santo Padre, dois dias após a sagração de Dom Jaime.


CAPA A ORDEM

O ZELO PELAS AÇÕES SOCIAIS NO No dia 4 de fevereiro de 1996, Dom Jaime assumiu o pastoreio da Diocese de Caicó. “Uma celebração muito marcante, que iniciou na igreja do Rosário, com a participação de muitas pessoas”, recorda. “Ali, encontrei todo um trabalho pastoral, uma Diocese muito organizada”, acrescenta. Em terras do semiárido, Dom Jaime se destacou pelo trabalho social junto às comunidades rurais, em especial. “Nos quase dez anos do seu pastoreio, na Diocese de Caicó, tivemos a oportunidade de percorrer com ele as comunidades rurais, acompanhando obras de iniciativa da Igreja, extremamente importantes. Tivemos o fortalecimento do associativismo, travamos uma luta em busca de projetos comunitários de desenvolvimento rural sustentável, conseguimos inaugurar várias obras hídricas, com a presença do bispo”, conta o agrônomo José Procópio de Lucena, da equipe do Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC). Diálogo com as comunidades e instituições Segundo Procópio Lucena, em Caicó, Dom Jaime foi um bispo que buscou sempre dialogar com as comunidades. “Uma pessoa muito democrática, que sempre soube respeitar as diferenças de concepções, em nossa região”, enfatiza.

Sertão do Seridó

Durante o pastoreio de Dom Jaime, de 1996 a 2005, a Diocese de Caicó teve a oportunidade de firmar parcerias com várias instituições governamentais e não governamentais. “Realizamos grandes eventos, com a participação do Banco Mundial e de órgãos dos governos federal e estadual”, lembra Procópio. Do diálogo com as comunidades rurais, com os movimentos sindicais e com as instituições parceiras, nasceu o Plano de Desenvolvimento do Seridó, a partir de um processo político, técnico e pedagógico. Esse trabalho originou, depois, a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Seridó (ADESE), cujo primeiro presidente foi Dom Jaime. A ADESE está em atuação até hoje, funcionando, inclusive, como secretaria executiva do Comitê da Bacia hidrográfica dos rios Piancó-Piranhas-Açu. De acordo com Procópio, Dom Jaime também deu ênfase às questões ambientais. “Com o apoio e participação dele, realizamos grandes debates para tratar do tema da desertificação na região do Seridó, visando a preservação da caatinga”, destaca. “Eu diria que a marca do pastoreio de Dom Jaime, na Diocese de Caicó, foi estar sempre próximo do povo de Deus, ouvindo o clamor das comunidades”, finaliza.

ARQUIVO SEAPAC

Inauguração de um açude, no município de Timbaúba dos Batistas, na região do Seridó, construído com apoio financeiro da Arquidiocese do Rio de Janeiro

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A ORDEM CAPA FOTOS: ARQUIVO DIOCESE DE CAMPINA GRANDE

paraibanas

Inauguração do novo prédio da cúria de Campina Grande, com a presença do então Núncio Apostólico, Dom Lorenzo Baldisseri

BISPO EM TERRAS

Na Paraíba, Dom Jaime foi bispo da Diocese de Campina Grande e administrador apostólico da Diocese de Guarabira Após nove anos à frente da Diocese de Caicó, Dom Jaime foi transferido, pelo Papa João Paulo II, para a Diocese de Campina Grande. A posse aconteceu no dia 23 de abril de 2005. Durante os seis anos em que esteve no pastoreio dessa Diocese, situada na Borborema paraibana, ele reformou o prédio onde funciona a Cúria, deu atenção à formação permanente do clero, empenhou-se no contato com outras instituições, deu atenção às ações sociais, entre outros aspectos da missão. “Dom Jaime foi o grande responsável pela ampliação e modernização do espaço onde, hoje, funciona nossa cúria diocesana. E não foi só a reforma do prédio, mas foi também a reforma do governo da nossa Diocese”, destaca Padre João Paulo Souto, do clero de Campina Grande. Ele também destaca o zelo que o bispo potiguar teve pelas vocações e pela formação permanente do clero. “Durante seu pastoreio, foram ordenados 35 sacerdotes, fazendo com que pratica16 JANEIRO DE 2021

mente duplicasse o clero da nossa diocese. E ele não só impulsionou a procura pelas vocações sacerdotais, mas também foi responsável pela formação permanente do clero, promovendo cursos anuais, sobre diversos assuntos, trazendo grandes nomes para ministrá-los”, diz Pe. João Paulo, que foi um dos ordenados por Dom Jaime, em Campina Grande. Ele ainda destaca os contatos com as instituições governamentais e não governamentais. “Dom Jaime trabalhou para que a nossa Igreja fosse respeitada por vários organismos e instituições nos municípios que compõem o território diocesano. Dom Jaime tem uma forte característica diplomática”, comenta. Ainda quando seminarista, Dom Jaime fez o curso de Sociologia, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e isso fez com que ele tivesse um olhar diferenciado para as ações sociais, seja como padre seja como bispo. Em Campina Grande não poderia ser diferente. Logo que assumiu a Diocese, em


CAPA A ORDEM

2005, ele começou a organizar, junto com o Regional Nordeste 2, um seminário para comemorar os 50 anos do primeiro Encontro dos Bispos do Nordeste. “Esse seminário, realizado em 2006, reuniu autoridades, movimentos sociais, movimentos do meio popular e instituições que apresentaram experiências exitosas sobre o desenvolvimento do Nordeste. A preocupação de Dom Jaime era que as discussões não acabassem junto com o Seminário. Até que, em 2011, em outro seminário, surgiu o Observatório Social do Nordeste”, narra a professora Laudicéia Santana, membro do OBSERVE. Ela enfatizada que o OBSERVE, que

está em atuação até hoje, foi uma inspiração de Dom Jaime. Entre 2 de fevereiro de 2007 e 31 de agosto de 2008, Dom Jaime também foi administrador apostólico da Diocese de Guarabira. “Aqui, ele criou áreas pastorais e paróquias, reunia o clero todos os meses, organizando a diocese para chegada do novo bispo, que foi Dom Francisco Lucena”, recorda o Padre João Bosco do Nascimento, que foi vigário geral da Diocese, nesse período. Em 21 de dezembro de 2011, o Papa Bento XVI transferiu Dom Jaime para a Arquidiocese de Natal.

Dom Jaime presidiu as celebrações dos 60 anos da Diocese de Campina Grande

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A ORDEM CAPA Cacilda Medeiros

Posse canônica de Dom Jaime, em 26 de fevereiro de 2012

O arcebispado em Natal Em 21 de dezembro de 2011, o papa Bento XVI confiava uma nova missão a Dom Jaime Vieira Rocha. A Igreja o chamava para estar mais próximo de casa e da Arquidiocese a qual ele pertencia e onde exerceu seu ministério sacerdotal. Dom Jaime deixava a Diocese de Campina Grande (PB) e passava a ser o 6º Arcebispo Metropolitano de Natal. A posse canônica aconteceu no dia 26 de fevereiro de 2012, na Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, na capital potiguar, reunindo milhares de fiéis. As características como a preocupação com o próximo e com as causas sociais, tão presentes na vida de Dom Jaime, mesmo antes de ser nomeado bispo, em 1995, também integraram o seu trabalho pastoral na Arquidiocese, que atualmente conta com 108 paróquias e quatro áreas pastorais. Segundo o padre Paulo Henrique, vigário geral da Arquidiocese, essas características inerentes à figura 18 JANEIRO DE 2021

de Dom Jaime, transpareceram nas ações pastorais em âmbito arquidiocesano. “Quero destacar, por exemplo, a Caminhada da Solidariedade, que fez com que muitos católicos colaborassem, de fato, com aquelas instituições que necessitavam da nossa ajuda, como abrigos, orfanatos e casas para dependentes químicos ou até mesmo os trabalhos e ações do Serviço de Assistência Rural (SAR), que desempenha atividades de promoção humana e social em nossa Arquidiocese”, enfatiza. Ainda de acordo com padre Paulo, outra preocupação de Dom Jaime é com o acesso aos serviços básicos para todos, como a água. No ano de 2016, Dom Jaime integrou uma caravana para conhecer as obras da transposição do Rio São Francisco. Do ponto de vista pastoral, Dom Jaime sempre enfatizou os aspectos da vivência da fé e vida. “Nós podemos destacar a campanha do Catecismo, que levou


CAPA A ORDEM

A preocupação com o próximo e com as causas sociais são características presentes e valorizadas por Dom Jaime à frente da Arquidiocese de Natal

o Catecismo da Igreja Católica às mãos de muitos católicos, presentes nas paróquias da nossa Arquidiocese. Uma outra preocupação é com os leigos. Nós tivemos uma grande assembleia dos leigos, no Ano Nacional do Laicato, em 2018 e isso fez com que todos vissem que os leigos não são simples ovelhas, que precisam ser conduzidas, mas são protagonistas da evangelização. Um protagonismo que foi ressaltado no Marco Referencial da ação pastoral arquidiocesana”, complementa. Dom Jaime também foi testemunha de grandes preocupações e avanços da sociedade, como as questões ligadas à comunicação. O Arcebispo de Natal viveu a migração da Rádio Rural AM 1090 para a frequência modulada, se transformando na Rádio 91.9 FM, além da mudança do jornal A Ordem, que vinha de um histórico de mais de 80 anos, para revisa, se atualizando e caminhando junto com as exi-

gências do mundo atual. Vale destacar ainda a instalação do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano, além da ordenação episcopal de Dom Edilson Nobre, filho da Arquidiocese, que foi nomeado para a Diocese de Oeiras (PI). O padre Paulo Henrique também elenca um momento muito marcante, o da canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, no ano de 2017. “Era perceptível a alegria de Dom Jaime com a canonização e o quanto era significativo esse momento para nós e para a Igreja, de um modo geral, tendo em vista o testemunho de fé que esses nossos irmãos trouxeram para nós ao dar a vida em prol do Reino de Deus”, reforça. Mais recentemente, a Arquidiocese se modernizou do ponto de vista pastoral e financeiro, com a aquisição do sistema cúria online, para facilitar o andamento da vida contábil e pastoral da Arquidiocese, que exige mais agilidade, diante da velocidade da circulação das informações. JANEIRO DE 2021

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A ORDEM CAPA

Dom Jaime e as

Cacilda Medeiros

outras missões

Desde 2019, Dom Jaime é bispo referencial para a Comissão de Comunicação do Regional NE2 e presidente da Comissão especial para a causa dos santos da CNBB

Aos bispos é conferida a missão de cuidar do rebanho, ou seja, daquela porção do povo de Deus que lhe é confiada pela Igreja. Os bispos devem zelar pela Igreja e sua fé, conservando e transmitindo os ensinamentos que foram deixados pelos apóstolos. E Dom Jaime tem desempenhado com maestria essa missão. Além de Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha também assume outras missões à frente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele é o bispo referencial da Comissão de comunicação no Regional NE2 e presidente da Comissão especial para a causa dos santos.

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Comissão de Comunicação A Comissão de Comunicação é uma das 12 comissões episcopais pastorais da CNBB. Cada comissão é responsável por promover a pastoral orgânica regional, com suas dimensões globais e setores especializados. Cada comissão responde pelo estudo, proposta e animação dos programas e projetos de seus âmbitos de atribuições, em sintonia com as demais comissões, para a garantia da unidade da pastoral orgânica. A Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação possui caráter de serviço, apoio e comunhão no


CAPA A ORDEM

planejamento, na organização e articulação de programas e projetos de comunicação da Igreja. Anima o agir comunicativo da Igreja em suas várias dimensões, fortalecendo o sinergismo entre as diversas iniciativas na área da comunicação. Estimula a presença da Igreja nas mídias por meio de encontros e subsídios formativos para agentes da Pastoral da Comunicação. Segundo a Ir. Joelma Pinto, coordenadora da Pastoral da Comunicação no Regional NE2, a presença de Dom Jaime, à frente da comissão, tem papel importante para o desenvolvimento das ações e observa que o Arcebispo tem olhar de pai para os comunicadores e comunicadoras das dioceses que integram o regional. “Dom Jaime é aquela pessoa que exerce um papel de pai entre nós, que se faz presente e amoroso onde quer que a gente esteja. Nas vezes que a gente publica alguma coisa no grupo que temos, ele faz sempre questão de se manifestar e dizer uma frase que é bem típica: “Que Deus lhe favoreça”. Ou seja, um pai pedindo ao Pai maior, que é Deus, para que seja favorável aos sonhos e a vida de cada um que integra o nosso regional”, frisa. Ir. Joelma também destaca uma característica bem presente na vida de Dom Jaime, que é o olhar voltado ao social. “O olhar pelo social é algo que me comove e apaixona na missão de Dom Jaime. Todas as vezes que a gente conversa, ele sempre trás algo que possa reforçar o nosso compromisso para com

a comunicação, com os olhos voltados para o social. Ele tem essa preocupação que é um sinal profético. Quero parabenizar Dom Jaime por essa vocação tão fecunda”, enfatiza. Comissão especial para a causa dos santos Dom Jaime também exerce a função de presidente da Comissão especial para a causa dos santos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A Comissão tem como finalidade o acompanhamento dos processos de canonização e beatificação em andamento na Congregação para a Causa dos Santos, em Roma. A comissão também tem a missão de oferecer subsídios para as dioceses e arquidioceses que desejem introduzir novas causas, além de promover formação de pessoal que possa acompanhar esse serviço nas Igrejas particulares. Criada em 12 abril de 2017, a Comissão teve como seu primeiro presidente, o arcebispo emérito de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio Rocha. Na avaliação de Dom Jaime, há um despertar favorável ao trabalho de postulações das causas dos santos. “No Brasil há diversas causas de santos e beatificações. Já com o papa Francisco, tivemos a canonização de Anchieta, em 2014; dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, em 2017; e mais recentemente, da Ir. Dulce dos Pobres, que foi canonizada no ano passado”, conta.

L’Osservatore Romano

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ARTIGO

Dom Jaime:

um pastor com cheiro das ovelhas Dentre os muitos valores que Dom Jaime carrega no coração e que emoldura a sua índole, é a sua própria humanidade. Ser humano. Profundamente humano! Esse é, sem dúvida, um dos dons mais expressivos que Deus, por generosidade, dotou o homenageado, para fazê-lo servo da humanidade da Igreja, que é o Povo de Deus a ele confiado. Quem se aproxima desse servita de Deus percebe o quanto ele é sensível ao sofrimento dos mais pobres, dos doentes, dos presos, das mulheres em cujas costas pesa a carga do cuidado de uma família sozinha. Percebe-se o quanto ele é solidário com os que mendigam pão, consolo, atenção e acolhimento. Suas entranhas estremecem de dor ante as injustiças sociais impostas aos que vivem do trabalho, ou que padecem de quaisquer tipos de discriminação, ou ainda, do descaso para com os jovens e idosos. Dom Jaime é capaz de chorar – e chora lágrimas de compaixão - diante dessas situações tão adversas, nas quais os mais excluídos são as principais vítimas. Não fica indiferente à agressão à mãe natureza, ao meio ambiente ou à violência contra toda a obra da criação. Dom Jaime tem consciência de que a defesa da pessoa humana é uma das dimensões do empenho pastoral de um bispo, segundo o Papa Francisco: “Para ser pastores, segundo o coração de Deus, devemos ser os primeiros na opção de anunciar o Evangelho aos pobres. «Não devem subsistir dúvidas nem explicações que debilitem esta mensagem claríssima. Hoje e sempre, os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho, e a evangelização dirigida gratuitamente a eles é sinal do Reino que Jesus veio trazer. Há que afirmar sem rodeios que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres. Não os deixemos jamais sozinhos”, conclui o Sucessor de Pedro. No exercício de seu ministério, Dom Jaime, em muitas ocasiões, tem deixado reluzir o dom do Ser Humano que o faz um homem bondoso e profundamente agradecido. O dom da Gratidão irrompe do coração desse bom pastor como expressão eloquente de agradecimento a Deus por tudo o que Ele tem realizado na Igreja e na sociedade através de sua pessoa, com a participação de seus colaboradores na Missão da Igreja a ele confiada. O exemplo de Dom Jaime nos ensina que a gratidão “é sempre uma arma poderosa”. Só se formos capazes de contemplar e agradecer por todos os gestos de amor, generosidade, solidariedade e confiança, bem como de perdão, paciência, suportação e compaixão com que fomos tratados, é que deixaremos o Espírito obsequiar-nos com aquele ar puro capaz de renovar (e não remendar) a nossa vida e missão” (Papa Francisco).

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Diác. Francisco Teixeira, Assessor Jurídico da Arquidiocese de Natal.

Ser humano. Profundamente humano! Esse é, sem dúvida, um dos dons mais expressivos que Deus, por generosidade, dotou o homenageado, para fazêlo servo da humanidade da Igreja, que é o Povo de Deus a ele confiado


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Dom Jaime

e as vocações

Há atividades em nossa vida, fruto de nossas escolhas ou de mandato, que a marcam profundamente. E, quando acontece a identificação com tais atividades, o que chamamos de “vocação”, aptidão ou carisma, elas se tornam quase uma característica fundamental de nossa vida. Falar da relação de Dom Jaime, nosso Arcebispo, com as vocações, é falar sobre uma caminhada que não começa há 25 anos, mas que marcou a sua vida de presbítero na Arquidiocese de Natal. Pelos idos de 1987, o então Pe. Jaime Vieira Rocha foi nomeado Reitor do Seminário de São Pedro, função que exerceu até o final de 1995, quando foi eleito, pelo Papa São João Paulo II, Bispo Diocesano de Caicó. A missão de Dom Jaime como formador dos futuros presbíteros foi marcada pela dedicação, pela pregação das virtudes que devem existir nos seminaristas, sobretudo, a sua insistência na busca pela reta intenção. Ao mesmo tempo, procurou não somente dedicar-se aos que estavam já no Seminário, mas, através da Comissão de Vocações e Ministérios, à qual deu incentivo, envolveu seminaristas e, ainda, buscou a colaboração e participação de leigos e leigas nas EVPs (Equipes Vocacionais Paroquiais). Nós somos testemunhas de como seu coração se alegrava com as Ordenações, com a conclusão do processo formativo, compartilhando a satisfação de chegar ao momento especial da consagração. As vocações, e, de modo especial, aqui, a vocação ao sacerdócio ministerial, são de suma importância para a vida da Igreja. Quando falamos de “vocação” não estamos referindo-nos, como no passado, somente à vocação ao Presbiterado ou à Vida Religiosa. Falamos da realidade global da vida cristã, pois todos são chamados por Deus a serem discípulos missionários. De fato, quando o Mons. Jaime Vieira Rocha é nomeado Bispo, ele foi tomando consciência de que a sua experiência de formador devia se alargar para que olhasse essa condição fundamental da vida cristã. Como Bispo, a atenção ao Seminário incluía a colaboração, a participação de leigos e leigas no processo formativo. Porém, sem deixar de se preocupar com a mesma formação laical, tão necessária e urgente. Uma das preocupações de Dom Jaime foi a de investir na formação intelectual dos futuros presbíteros. Ainda como Reitor do Seminário de São Pedro participou da escolha de 2 seminaristas para estudar em Roma, para que a formação naquele centro da pesquisa teológica, além de ser centro pulsante da vida da Igreja, proporcionasse um quadro de professores para os cursos de Filosofia e Teologia. Quando bispo em Caicó e, depois em Campina Grande, não deixou de enviar seminaristas e padres para Roma a fim de que continuasse a formação e depois se dedicassem aos estudos dos seminaristas. Na comemoração do Jubileu de Prata de Ordenação Episcopal nossa gratidão pelo exemplo de formador e de incentivador das vocações. Uma gratidão, sobretudo, pela preocupação em fazer de nós, seus presbíteros, homens de oração, homens de ação voltada para o testemunho, homens da caridade social, homens da solidariedade.

28 JANEIRO DE 2021

Pe. Paulo Henrique da Silva Vigário Geral da Arquidiocese de Natal

A missão de Dom Jaime como formador dos futuros presbíteros foi marcada pela dedicação, pela pregação das virtudes que devem existir nos seminaristas, sobretudo, a sua insistência na busca pela reta intenção


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A ORDEM ARTIGO

DOM JAIME: um pastor

com cheiro das ovelhas, um agente do esperançar O bom pastor, conforme os desígnios do Evangelho, é alguém que cuida do rebanho com o desvelo do sacerdócio e a coragem do profeta; Dom Jaime Vieira Rocha é um desses pastores, marcado, desde o início do seu ministério, por essas características. Como sacerdote, mostrou-se atinente aos ensinamentos da Igreja e por isso sempre foi afeito às recomendações da Doutrina Social e aos ensinamentos do Concílio Vaticano II e desdobramentos na América Latina com as suas Conferências Episcopais. Obediente ao Magistério e ao Colegiado, tem contribuído com as Comissões Episcopais, sempre atento ao Evangelho, na dimensão do serviço, no nosso Regional NE 2. No que toca à coragem profética, atenta para a escuta dos clamores do povo que Deus lhe confiou com a sensibilidade de quem é capaz de ler o tempo presente, sem desprezar a compreensão das exigências históricas. A temperança no cumprimento das denúncias das injustiças sociais, longe do relativismo e da acomodação, expõe com ternura paterna a indignação com as dores da vulnerabilidade e desaprovação a todas as formas de opressão. Na luta por justiça social proclama a necessidade do cuidado com a dignidade humana e dos outros viventes da casa comum. Neste sentido, mesmo antes do episcopado, colaborou com o Setor Social da Arquidiocese, como Vigário Episcopal e demonstrou seu zelo com as questões sociais, incentivando as pastorais e serviços na dimensão da caridade. Ao voltar para a Arquidiocese na condição de Bispo, procurou, logo no início, reorganizar o Setor Social, incentivando a criação da Rede SAR, dentro do Vicariato Episcopal para as Instituições Sociais, para que o serviço da caridade fosse melhor visibilizado, tanto pela própria Igreja, como pela sociedade. Neste sentido, tem sido o grande incentivador das ações da Igreja voltadas para o atendimento aos mais pobres, quer na cidade, no apoio, por exemplo, à Pastoral das Pessoas em Situação de Rua e da Toca de Assis, quer no campo, sobretudo nas atividades junto às comunidades e assentamentos, na luta por políticas públicas e fortalecimento das organizações dos trabalhadores e trabalhadoras, assessorados pelas organizações e pastorais da Rede SAR. No cumprir o mandato “Ide pelo mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15) assume com vigor incansável a itinerância da presença e do apoio às comunidades, paróquias, áreas pastorais, movimentos e serviços. Destacamos, neste sentido, as visitas “pastorais”, mesmo informais, realizadas ultimamente às Comunidades e Assentamentos. Impressionante o acolhimento das pessoas ao seu Pastor e da parte dele, como o povo o enxerga, como dizia D. Rita, uma liderança do Assentamento Modelo 2, em João Câmara, na última visita a três comunidades-projetos em João Câmara onde o SAR atua: “Que maravilha nosso bispo nos visitando, nosso Pastor. Nunca imaginei que um bispo fosse tão simples e amigo dos pobres como ele (...). Acho que o Papa também é assim!”. Dom Jaime é, pois, “um pastor com o cheiro das ovelhas”, como quer o Papa Francisco, um agente do esperançar, um homem de escuta sensível. 30 JANEIRO DE 2021

Francisco Adilson Assessor do Vicariato Social da Arquidiocese de Natal

“Obediente ao Magistério e ao Colegiado, tem contribuído com as Comissões Episcopais, sempre atento ao Evangelho, na dimensão do serviço, no nosso Regional NE 2”


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Santa Missa em Ação de Graças

25 anos de Vida Episcopal de Dom Jaime Vieira Rocha 06 de Janeiro de 1996 - 06 de Janeiro de 2020


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RITOS INICIAIS 01. CANTO DE ENTRADA (L. e M.: Pe. Ney Brasil Pereira) Povo de Reis Assembleia santa Povo Sacerdotal Povo de Deus Canta ao teu Senhor! Nós te cantamos Ó Filho bem-amado do Pai Nós te louvamos Ciência eterna e Verbo de Deus Nós te cantamos Ó Filho da Virgem Maria Nós te louvamos Ó Cristo, nosso Irmão e Salvador Nós te cantamos Ó Messias enviado aos pobres Nós te louvamos Ó nosso Rei, de coração manso e humilde Nós te cantamos Ó Videira, que dás vida aos ramos Nós te louvamos Estrada da vida, caminho do céu Nós te cantamos Ó Cordeiro por nós imolado Nós te louvamos Tu que tiras o pecado do mundo Nós te cantamos Ó Bom Pastor que nos conduzes Nós te louvamos Tu que por nosso amor deste a vida Nós te cantamos Ó Cristo, alimento e bebida Nós te louvamos Ó Pão que conforta e Vinho que alegra 02. CANTO DE INCENSAÇÃO Vamos servir: Jesus manda servir. / Ele serviu ao Pai e a seus irmãos. Quero acolher, Senhor, vossa palavra, / seguir o vosso exemplo! Como o Verbo encarnado vindo ao mundo, / com a

missão de salvar o pecador, Disse ao Pai, aceitando o sacrifício : / “Eis que venho fazer vossa vontade!” Sendo Deus não teve apego à sua glória, / sendo servo de todos, proclamava: “Não me agrada ser servido, mas servir, / e pela vossa salvação darei a vida!” 03. SAUDAÇÃO INICIAL Pr.: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. T.: Amém. Pr.: O Senhor, que encaminha os nossos corações para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco. T.: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. 04. ATO PENITENCIAL Pr.: De coração contrito e humilde, aproximemo-nos do Deus justo e santo, para que tenha piedade de nós, pecadores. (Letra: Mons. Assis / Música: Pe. José Freitas Campos) Dá-me a parte que me cabe vou deixar a tua casa Vou partir para bem longe. Senhor piedade, Senhor piedade Senhor piedade de nós. Tantos erros cometi fome e sede eu passei Estou só e perdi tudo. Cristo piedade, Cristo piedade Cristo piedade de nós. Volto a casa de meu pai só assim conheço amor Quero ter o teu perdão. Senhor piedade, Senhor piedade Senhor piedade de nós. Pr.: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. T.: Amém. 05. HINO DE LOUVOR (L.: Frei Fabreti) Glória, glória, glória, aleluia (bis)! Glória, glória, glória, a Deus nos altos céus, paz na terra a todos nós! Deus e Pai nós vos louvamos (glória a Deus) adoramos, bendizemos (glória a Deus) damos glória ao vosso nome (glória a Deus) JANEIRO DE 2021 33


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vossos dons agradecemos!

amor!

Senhor nosso, Jesus Cristo (glória a Deus) unigênito do Pai (glória a Deus) vós de Deus, cordeiro santo (glória a Deus) nossas culpas perdoai!

Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, * De geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!”* E a vossa lealdade é tão firme como os céus. R.

Vós que estais junto do Pai (glória a Deus) como nosso intercessor (glória a Deus) acolhei nossos pedidos (glória a Deus) atendei nosso clamor.

Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria;* Seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face! Exultará de alegria em vosso nome dia a dia,* E com grande entusiasmo exaltará vossa justiça R.

Vós somente sois o Santo (glória a Deus) o altíssimo Senhor (glória a Deus) com o Espírito divino (glória a Deus) de Deus Pai no esplendor.

Pois sois vós, ó Senhor Deus, a sua força e sua glória,* é o por vossa proteção que exaltais nossa cabeça. Do Senhor é o nosso cuidado, ele é nossa proteção,* ele reina sobre nós, é o Santo de Israel! R.

05. ORAÇÃO COLETA Pr.: Oremos: Ó Deus, pastor eterno dos fiéis, que governais com amor a vossa Igreja por diversos ministérios, concedei a mim vosso indigno servo, colocado à frente de vosso povo, presidir em nome de Cristo o rebanho de que é pastor, sendo fiel mestre da doutrina, sacerdote da santa liturgia e servidor daqueles que apascento. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. T.: Amém. LITURGIA DA PALAVRA 06. PRIMEIRA LEITURA (Is 61, 1-3a) Leitura do livro do Profeta Isaías O espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; para consolar todos os que choram, para reservar e dar aos que sofrem por Sião uma coroa, em vez de cinza, óleo da alegria, em vez da aflição. Palavra do Senhor. T.: Graças a Deus! 07. SALMO RESPONSORIAL 88 (89) R. Ó Senhor, eu cantarei, eternamente, o vosso 34 JANEIRO DE 2021

08. SEGUNDA LEITURA (2Tm 1,1-3.6-12) Início da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo. Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo pelo desígnio de Deus referente à promessa de vida que temos em Cristo Jesus, a Timóteo, meu querido filho: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor! Dou graças a Deus – a quem sirvo com a consciência pura, como aprendi dos meus antepassados –, quando me lembro de ti, dia e noite, nas minhas orações. Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de timidez mas de fortaleza, de amor e sobriedade. Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não devido às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio e da sua graça, que nos foi dada em Cristo Jesus desde toda a eternidade. Esta graça foi revelada agora, pela manifestação de nosso Salvador, Jesus Cristo. Ele não só destruiu a morte, como também fez brilhar a vida e a imortalidade por meio do Evangelho, do qual fui constituído anunciador, apóstolo e mestre. Esta é a causa pela qual estou sofrendo, mas não me envergonho, porque sei em quem coloquei a minha fé. E tenho a certeza de que ele é capaz de guardar aquilo que me foi confiado até o grande dia. Palavra do Senhor. T.: Graças a Deus!


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09. ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia. Fala Senhor, que teu servo escuta; 10. EVANGELHO (Jo 10,11-16) Diác.: O Senhor esteja convosco. T.: Ele está no meio de nós Diác.: Proclamação do Evangelho † de Jesus Cristo segundo Mateus. T.: Glória a vós, Senhor. Naquele tempo, disse Jesus: Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. Pois ele é apenas um mercenário e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. Palavra da Salvação. T.: Glória a vós, Senhor. 11. HOMILIA 12. PRECES Pr.: Oremos a Deus nosso Pai, que nos chamou, por meio do Evangelho,a tomar parte na glória de Nosso Senhor Jesus Cristo. 1.Para que as famílias sejam berço de novas vocações na Igreja e levem o Evangelho a todas as pessoas, CANTEMOS: R. Ó Senhor, Senhor neste dia escutai nossa prece! 2.Pelo Seminário de São Pedro, onde Dom Jaime exerceu a missão de Reitor, para que continue acolhendo, discernindo e confirmando as vocações sacerdotais para a Igreja de Natal, CANTEMOS: 3.Pelos pais de Dom Jaime, seu Patrício e Dona Nini, que na glória celeste celebram jubilosos o ministério episcopal de seu filho, agradecidos pelo dom que o Senhor lhes concedeu, CANTEMOS:

4.Pelos irmãos, cunhados e sobrinhos de Dom Jaime, que formam a família terrena do nosso Pastor, para que sejam sempre solícitos na presença e apoio, CANTEMOS: 5.Pelas Igrejas de Caicó, Guarabira e Campina Grande, que acolheram o nosso Pastor em sua caminhada eclesial, para que se conservem firmes na construção da casa da Palavra, CANTEMOS: 6.Pela Igreja Arquidiocesana de Natal, que celebra jubilosamente o Jubileu de Prata de Dom Jaime, para que seja sempre samaritana e missionária, seguindo os ensinamentos e os testemunhos do Pastor que o Senhor lhe confiou, CANTEMOS: Pr.: Concedei, Senhor, à vossa Igreja a graça de saber anunciar, com fidelidade, a Boa Nova que o vosso Filho Jesus Cristo proclamou na sinagoga de Nazaré. Por Cristo, Nosso Senhor. T.: Amém LITURGIA EUCARÍSTICA 13. APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS (L. e M. Ministério do Altar de Deus) Vou te oferecer a vida E tudo que eu já sei viver Tempo e trabalho, amor que eu espalho Coisas que me fazem crer Vou te oferecer o pranto Aquilo que é meu sofrer Paz que ainda não sei e tudo o que errei São coisas que me fazem crer Pão e vinho são sinais do teu amor Nele eu vou saber viver Alegria e dor, eu vou te oferecer São coisas que me fazem crer Vou te oferecer a vida E tudo que eu já sei viver Tempo e trabalho, amor que eu espalho São coisas que me fazem crer Pão e vinho são sinais do teu amor Nele eu vou saber viver Alegria e dor, eu vou te oferecer São coisas que me fazem crer JANEIRO DE 2021 35


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Vou te oferecer o pranto Aquilo que é meu sofrer Paz que ainda não sei e tudo o que errei São coisas que me fazem crer Pr.: Orai, irmãos e irmãs... T.: Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para a glória do seu nome, para o nosso bem e de toda a Santa Igreja. Pr.: Sejam de vosso agrado ó Deus, estas oferendas que vos apresentamos em favor de mim, e reveste-me com as virtudes apostólicas, para o bem de minha arquidiocese e possamos receber a salvação pelo sacrifício que oferecemos em vossa honra. Por Cristo, nosso Senhor. T.: Amém! 14. ORAÇÃO EUCARÍSTICA III (Missal, pág. 444 – Pref. 454) Pr.: O Senhor esteja convosco. T.: Ele está no meio de nós. Pr.: Corações ao alto. T.: O nosso coração está em Deus. Pr.: Demos graças ao Senhor, nosso Deus. T.: É nosso dever e nossa salvação. Na verdade é justo e necessário, é nosso dever e nossa salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Do cristo, vosso Filho e Senhor nosso, servo obediente e cheio de misericórdia, britam todos os ministérios. Ele mesmo, sacerdote eterno e pastor dos pastores, nos ensina a servir a todos. E, escolhendo os dispensadores dos mistérios divinos, reveste-os com a variedade de dons e carismas para que, sempre em toda parte, ofereçam o sacrifício perfeito, edifiquem, com a palavra e os sacramentos, a Igreja peregrina e santa, comunidade da Nova Aliança e templo vivo do vosso louvor. Por essa razão tão grande nós nos unimos a todas as criaturas e proclamamos jubilosos vossa glória, cantando a uma só voz: (Letra: D. Carlos Alberto Navarro / Música: David Julien) O Senhor é Santo, * o Senhor é Santo, * o Senhor é Santo! * O Senhor é nosso Deus, * o Senhor é nosso Pai; * que o seu reino de amor * se estenda sobre a terra. * O Senhor é Santo, * o Senhor é Santo, * o Senhor é Santo! * ||: Bendito o que vem em nome do Senhor! :|| * Hosana! Hosana! Hosana! Pr.: Na verdade, vós sois santo, ó Deus do universo, e tudo o que criastes proclama o vosso louvor, porque, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso, e pela força do Espírito Santo, dais

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vida e santidade a todas as coisas e não cessais de reunir o vosso povo, para que vos ofereça em toda parte, do nascer ao pôr-do-sol, um sacrifício perfeito. T.: Santificai e reuni o vosso povo! CC.: Por isso, nós vos suplicamos: santificai pelo Espírito Santo as oferendas que vos apresentamos para serem consagradas, a fim de que se tornem o Corpo e X o Sangue de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso, que nos mandou celebrar este mistério. T.: Santificai nossa oferenda, ó Senhor! Na noite em que ia ser entregue, ele tomou o pão, deu graças, e o partiu e deu a seus discípulos, dizendo: TOMAI, TODOS, E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS. Do mesmo modo, ao fim da ceia, ele tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente, e o deu a seus discípulos, dizendo: TOMAI, TODOS, E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS PARA REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM. Eis o mistério da fé! T.: Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda! CC.: Celebrando agora, ó Pai, a memória do vosso Filho, da sua paixão que nos salva, da sua gloriosa ressurreição e da sua ascensão ao céu; e enquanto esperamos a sua nova vinda, nós vos oferecemos em ação de graças este sacrifício de vida e santidade. T.: Recebei, ó Senhor, a nossa oferta! Olhai com bondade a oferenda da vossa Igreja, reconhecei o sacrifício que nos reconcilia convosco e concedei que, alimentando-nos com o Corpo e o Sangue do vosso Filho, sejamos repletos do Espírito Santo e nos tornemos em Cristo um só corpo e um só espírito. T.: Fazei de nós um só corpo e um só espírito! 1C.: Que ele faça de nós uma oferenda perfeita para alcançarmos a vida eterna com os vossos santos: a Virgem Maria, Mãe de Deus, são José seu castíssimo esposo, os vossos Apóstolos e Mártires, os mártires de Cunhaú e Uruaçu e todos os santos, que não cessam de interceder por nós na vossa presença. T.: Fazei de nós uma perfeita oferenda!


anos de episcopado

2C.: E agora, nós vos suplicamos, ó Pai, que este sacrifício da nossa reconciliação estenda a paz e a salvação ao mundo inteiro. Confirmai na fé e na caridade a vossa Igreja, enquanto caminha neste mundo: o vosso servo, o Papa Francisco, o nosso Bispo Jaime, com os bispos do mundo inteiro, o clero e todo o povo que conquistastes. T.: Lembrai-vos, ó Pai, da vossa Igreja! Atendei às preces da vossa família, que está aqui, na vossa presença. Reuni em vós, Pai de misericórdia, todos os vossos filhos e filhas dispersos pelo mundo inteiro. T.: Lembrai-vos, ó Pai, dos vossos filhos! 3C.: Acolhei com bondade no vosso reino os nossos irmãos e irmãs que partiram desta vida e todos os que morreram na vossa amizade. Unidos a eles, esperamos também nós saciar-nos eternamente da vossa glória, por Cristo, Senhor nosso. T.: A todos saciai com vossa glória! Pr.: Por ele dais ao mundo todo bem e toda graça. CC.: Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória, agora e para sempre. T.: Amém. 15. RITO DA COMUNHÃO Pr.: Obedientes à palavra do Salvador e formados por seu divino ensinamento, ousamos dizer: T.: Pai nosso.. Pr.: Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo salvador. T.: Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre! 16. ORAÇÃO PELA PAZ Pr.: Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos apóstolos: eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo. T: Amém! Pr.: A paz do Senhor esteja sempre convosco. T.: O amor de Cristo nos uniu. 17. AGNUS DEI Pr.: O Filho do Homem veio não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para a salvação de todos. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

T.: Senhor, eu não sou digno/a de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo/a. 18. DISTRIBUIÇÃO DA SAGRADA COMUNHÃO I (Letra: Ir. Miria T. Kolling) Quando Te domina o cansaço E já não puderes dar um passo Quando o bem ao mal ceder E tua vida não quiser Ver um novo amanhecer Levanta-Te e come, levanta-Te e come! Que o caminho é longo! Caminho longo! Eu sou Teu alimento, ó caminheiro Eu sou o Pão da vida verdadeiro! Te faço caminhar, vale e monte atravessar Pela Eucaristia, Eucaristia! Quando Te perderes no deserto E a morte então sentires perto Sem mais força pra subir Sem coragem de assumir O que Deus de Ti pedir Quando a dor, o medo, a incerteza Tentam apagar Tua chama acesa E tirar do coração A alegria e a paixão De lutar, não ser em vão Quando não achares o caminho Triste e abatido, vais sozinho O olhar sem brilho e luz Sob o peso de tua cruz Que a lugar nenhum conduz. II (L. e M.: Padre José Freitas Campos) Reunidos ao redor de tua mesa/, aqui vimos e pedimos ó Senhor./ Dá-nos sempre de teu pão/ a palavra e comunhão /o pão nosso, pão da vida, pão do amor./ Dá-nos sempre de teu pão/ a palavra e comunhão o pão nosso, pão da vida, pão do amor./ O pão da palavra repartido/ pela Igreja missionária em ação./ cinco séculos em nosso continente:/ muitas graças, um só povo, o mesmo pão. O pão da Eucaristia é teu corpo e teu sangue derramado em oblação:

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anos de episcopado

alimento de um povo peregrino, sempre em marcha para a nova promissão. O pão das conquistas do trabalho; com teu gesto, solidárias, nossas mãos anunciam a chegada do teu reino, já presente, quando somos mais irmãos! Guiados pela estrela do natal, o Evangelho nos aponta a conversão. sob o olhar materno de Nossa Senhora, revigora tua igreja em missão. No sangue dos mártires banhada, nossa terra testemunha tua cruz. com os Mártires de ontem e de hoje caminhamos na estrada de Jesus. 19. TE DEUM (L. e M.: Padre Zezinho, scj) Deus infinito nós te louvamos E nos submetemos ao teu poder As criaturas no seu mistério mostram A grandeza de quem lhes deu o ser Todos os povos sonham E vivem nesta esperança De encontrar a paz Suas histórias todas apontam Para o mesmo rumo, onde Tu estás Santo, santo, santo Santo, santo, santo Todo poderoso É o nosso Deus Senhor Jesus Cristo, nós te louvamos E te agradecemos teu imenso amor Teu nascimento, teu sofrimento Trouxe vida nova, onde existe a dor Nós te adoramos e acreditamos Que és o Filho Santo do nosso Criador E professamos tua verdade Que na humanidade plantou tamanho amor Deus infinito, teu Santo Espírito Renova o mundo sem jamais cessar Nossa esperança, nossos projetos Só se realizam quando Ele falar Todo poderoso, somos o teu povo Que na esperança vive a caminhar 38 JANEIRO DE 2021

Dá que sejamos teu povo santo Que fará do mundo teu trono e teu altar 20. ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO Pr.: Oremos: ó Deus, pela força da Eucaristia, derramai sobre mim, os dons de vossa graça, para que desempenhe dignamente o mistério pastoral, e servindo fidelidade, alcance a recompensa eterna. Por Cristo, nosso Senhor. T.: Amém. RITOS FINAIS 21. HOMENAGENS 22. BENÇÃO SOLENE Diác.: Inclinai-vos para receber a bênção. Pr.: O Senhor esteja convosco. T.: Ele está no meio de nós. Pr.: A nossa proteção está nome do Senhor! T.: Que fez o céu e a terra. Pr.: Seja bendito o nome do Senhor! Pr.: Agora e para sempre. Pr.: A todos vós, aqui reunidos, abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai † e Filho † e Espírito † Santo. T.: Amém. Diác.: Ide em paz, e o Senhor vos acompanhe. T.: Graças a Deus! 23. CANTO FINAL (L. e M.: Edith Serra) 1. Tu quiseste um dia trazer alegria ao nosso cantar * e vieste Maria com Jesus nos braços, nas ondas do mar... * Pescadores te acharam, com amor te acolheram, ó Mãe sem igual! * Entre o Potengi e as águas tranquilas do mar de Natal! Escolheste, por amor, nossa terra, pra aqui, vir morar. * Virgem Mãe do Senhor aos teus pés nós viemos rezar. 2. Vinte e um de novembro, o dia feliz de tua aparição, * e nós te festejamos, ó Nossa Senhora da Apresentação, * hoje a felicidade traz toda a cidade à tua Catedral * pra louvar-te Maria, que escolheste um dia teu trono em Natal. 3. Tens na fronte a coroa, Rainha da Paz do amor e do perdão... És a Mãe terna e boa, Rainha que reina com o terço na mão. Teu olhar de bondade, onde a serenidade, nos dá proteção. Tens Jesus em teus braços, és Nossa Senhora da Apresentação.


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40 JANEIRO DE 2021


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