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Fundação Paz na Terra ano LXVI - Nº 31 Natal/RN | R$ 7,00 Novembro de 2018
Padroeira de Natal: FÉ E TRADIÇÃO MARCAM FESTEJOS
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A ORDEM | Expediente
Uma prática de fé Certamente há quem se pergunte por que milhares de pessoas acordarem na madrugada do dia 21 de novembro, levantarem-se e, apressadamente, percorrem ruas mal iluminadas da Cidade rumo à Pedra do Rosário, às margens do Rio Potengi, para participar da missa dedicada à Nossa Senhora da Apresentação, quando há, durante o dia, nas duas catedrais de Natal, missas em diversos horários, dedicadas à santa. A resposta pode não convencer e nem ser racional para quem se faz tal pergunta, mas é simples e verdadeira: a devoção à Mãe do Filho de Deus, Maria Santíssima. Venerada sob vários títulos mundo afora, em Natal Maria recebe o nome de Senhora da Apresentação, numa referência ao ato dos pais, Joaquim e Ana, que a apresentaram no templo de Jerusalém. A celebração na Pedra do Rosário, às 5 da manhã, depois de uma “procissão” marítima conduzindo a imagem, traz de volta à memória devocional dos fiéis o fato de aquela imagem ter sido encontrada naquele local, às margens do Rio. A mesma fé, também, reforça nos fiéis a crença na mensagem contida no caixote em que a imagem estava: “Onde essa imagem chegar, nenhuma desgraça acontecerá”. Outra explicação é bem lógica: fé não se explica, vive-se!
EXPEDIENTE
Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689
CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Cione Cruz André Kinal Idalécio Rego Luiz Gustavo Milton Dantas Rivaldo Jr EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1752) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN)
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ENTREVISTA
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REPORTAGEM
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PARÓQUIAS
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VIVER
Congregação completa 150 anos e está presente em 17 países
Coral reúne pacientes laringectomizados
Nesta edição, você vai conhecer as comunidades paroquiais de Afonso Bezerra e Maxaranguape
Música religiosa: instrumento de evangelização
CAPA: Rivaldo Jr. COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz (DRT-RN 1184) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (84) 9 9948-4140
COMERCIAL: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 IMPRESSÃO: Gráfica Sul – (84) 3211-2360 TIRAGEM: 1.000 exemplares
ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br
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A ORDEM | Palavra da Igreja
Documento final do Sínodo dos Bispos Durante todo o mês de outubro, bispos, padres, religiosos e jovens de várias partes do mundo se reuniram em Roma, para o Sínodo sobre a juventude. No dia 27, foi apresentado o documento final da 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O documento, entregue ao Papa Francisco, e que autorizou sua publicação, conta com três partes, 12 capítulos, 167 parágrafos e 60 páginas. A Assembleia teve como relator geral do Sínodo, o Cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Segundo o cardeal, o texto é o resultado de um verdadeiro trabalho de equipe dos Padres Sinodais, juntamente com os outros participantes no Sínodo e, em modo particular, os jovens. “O Documento, portanto, recolhe as 364 formas, ou emendas, apresentadas. A maior parte delas foi precisa e construtiva. Todos os parágrafos do texto foram aprovados com pelo menos dois terços dos votos”, explicou o relator. Em primeiro lugar, portanto, o Documento Final do Sínodo olha para o contexto em que vivem os jovens, destacando os pontos de força e desafios. Tudo parte de uma escuta empática que, com humildade, paciência e disponibilidade, permite dialogar realmente com os jovens, evitando “respostas pré-concebidas e receitas prontas”. Os jovens, de fato, querem ser “ouvidos, reconhecidos, acompanhados” e querem que sua voz seja “considerada interessante
e útil no campo social e eclesial.” O documento aborda vários pontos, como: a escola e a paróquia; migrantes, um paradigma de nosso tempo; firma compromisso contra todo tipo de abuso; dizer a verdade e pedir perdão; a família – Igreja doméstica; promoção de justiça contra a cultura de desperdício; arte, música e esporte – recursos pastorais; seus olhos se abriram; missão e vocação; o acompanhamento; não a moralismos e falsas indulgências, sim à correção fraterna; a arte de discernir; “partiram sem demora”; sinodalidade, estilo missionário; o desafio digital; corpo, sexualidade e carinho; acompanhamento vocacional; e chamado à santidade. No dia 28, na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco presidiu a missa de encerramento da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Logo após a missa, na oração do Ângelus, o Santo Padre lembrou que o primeiro fruto desta Assembleia deve estar no exemplo de um método que se buscou seguir desde a fase preparatória: “um estilo sinodal que não tem como objetivo principal a redação de um documento, embora precioso e útil. Mais do que o documento, porém, é importante que se difunda um modo de ser e trabalhar juntos, jovens e anciãos, na escuta e no discernimento, para se chegar a escolhas pastorais correspondentes com a realidade.”
Franscico Papa
“Mais do que o documento, porém, é importante que se difunda um modo de ser e trabalhar juntos, jovens e anciãos, na escuta e no discernimento, para se chegar a escolhas pastorais correspondentes com a realidade.”
Fonte: Portal Vatican News
O cultivo espiritual
em tempos de conectividade 176 páginas
Francisco Galvão
Este é um livro para você, que vive o descompasso da pressa e quer resgatar a própria espiritualidade. Entre pitadas de reflexão sobre as armadilhas do mundo atual, o autor faz um convite: desconecte-se da internet. Reconecte-se a si mesmo!
DISPONÍVEL TAMBÉM EM EBOOK
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ADQUIRA NA PAULUS LIVRARIA DE NATAL/RN
Rua Coronel Cascudo, 333 – Cidade Alta | Tel.: (84) 3211.7514 WhatsApp: (84) 99900.0246 | natal@paulus.com.br
A Voz do Pastor | A ORDEM
Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
Uma palavra de esperança
Queridos irmãos e irmãs! Nesta sexta-feira, 2 de novembro, a Igreja celebra o Dia de Finados. É uma comemoração onde são reunidas as intenções por todos os que “partiram desta vida, marcados com o sinal da fé” (MISSAL ROMANO. Oração Eucarística I), ou ainda, os que “morreram na paz do vosso Cristo e de todos os mortos, dos quais só Vós conhecestes a fé” (MISSAL ROMANO. Oração Eucarística IV). Que essa celebração conforte os corações de todos os que perderam seus entes queridos. A Igreja lembra os mortos. Essa lembrança está fortemente ancorada na fé cristão. Nós cremos na vida eterna, afirmamos no Símbolo Apostólico. Não a vida aqui, mas esta nossa vida levada à plenitude divina. Ou melhor, a vida de fé, de intimidade com Deus e de ação missionária, essa mesma que vivemos nas nossas comunidades, nos serviços, movimentos e pastorais. Vida plena, completa e realizada, unida para sempre ao Mistério Santo, que é Deus Trindade de Amor. São muitas as referências na Palavra de Deus, palavras consoladoras, cheias de esperança e, sobretudo, frutos do amor de Deus. Antes de invocar o ensinamento de Jesus, permito comentar uma página excepcional, gratificante e que resume bem a genuína “Teologia do Antigo Testamento”: “O mundo inteiro, diante de ti, é como um pequenino peso na balança, como uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra. Entretanto, de todos tens compaixão porque tudo podes, e fechas os olhos aos pecados dos mortais, para que se arrependam. Sim, amas tudo o que existe e não desprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa, não a terias criado. Da mesma forma, como poderia alguma coisa subsistir, se não a tivesses querido? Ou como poderia
ser mantida na existência, se por ti não tivesse sido chamada? A todos, porém, tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor, amigo da vida!” (Sb 11,22-26). O amor que Deus tem pelo ser humano é o amor que é Ele mesmo. Por isso, ao criar, por amor, Ele cria para pertencer a Ele e não para se perder como uma folha ao vento ou uma gota de orvalho. Ele nos mantém na existência, e na sua existência, Ele nos conduz ao convívio eterno. Jesus se apresenta como “Ressurreição e Vida”. No episódio da ressurreição de Lázaro, as afirmações de Jesus são cheias de conforto e esperança: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11,25s). Podemos interpretar essa palavra de Jesus tendo diante de nós os dois sentidos da morte: primeiro, da morte biológica, que caberá a todos, o Senhor nos livrará do seu sentido de fim, dando-nos a vida eterna; da morte, causada pelo pecado, o Senhor nos livra, dando-nos a sua graça redentora. E dessa libertação, já estamos vivendo, agora. Outro ensinamento de Jesus, orientado no sentido de relação com Deus, que começa aqui, no tempo presente, traz esperança e confiança no poder amoroso de Deus: “Não se perturbe o vosso coração! Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fosse assim, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós. E depois que eu tiver ido e preparado um lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14,1-3). Para nós que cremos, a morte não tem a última palavra. Como diz São Paulo, ela será destruída: Como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos serão vivificados. Cada qual, porém, na sua própria categoria: como primícias, Cristo, depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda. A seguir, será o fim, quando Ele entregar a realeza a seu Deus e Pai… o último inimigo a ser destruído será a morte” (1Cor 15,22-26).
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Filhas do Amor Divino: 150 anos de história Em 2018, a Congregação das Filhas do Amor Divino celebra 150 anos de fundação. Em nível de Província Proneves, com sede em Emaús, são 80 anos de história. A Irmã Vilma Lúcia de Oliveira, FDC, de Natal, já publicou dois livros sobre a Congregação. O primeiro, intitulado “A peregrina do retorno”, fruto da sua tese do doutorado em História da Igreja, feito em Roma, conta a história da vida da Congregação. O segundo – O Epistolário – foi publicado em dois idiomas: português e alemão. “É uma edição de fontes, a respeito da Congregação”, diz a religiosa. De acordo com a Irmã Vilma, hoje, o Amor Divino está presente em 17 países.
A Ordem: Qual a origem da Congregação das Filhas do Amor Divino? Irmã Vilma Lúcia: A Congregação foi fundada pela Serva de Deus Madre Francisca Lechner, no dia 21 de novembro de 1868, em Viena, na Áustria. O Instituto religioso tem abrangência internacional, presente em 17 países, onde as Irmãs atuam estabelecidas em comunidades circunscritas em oito Províncias e três vice-províncias. No Brasil, são duas províncias: uma no Sul, com sede em Santa Maria (RS) e outra no Nordeste, com sede em Emaús. Hoje, somos 985 irmãs; destas, 336 estão no Brasil. Na Arquidiocese de Natal, temos a atuação de 77 religiosas.
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A Ordem: Quem foi a Madre Francisca Lechner? Irmã Vilma Lúcia: Foi uma alemã, nascida na Baviera, no dia primeiro de janeiro de 1833. Foi uma mulher consagrada, que fez das questões determinantes do seu tempo o centro de sua vida apostólica. Ela inaugurou, na Viena do seu tempo, a Previdência Social com a criação dos institutos marianos que objetivavam: acolher as jovens que vinham do interior para a cidade grande, atraídas pela maior possibilidade de estudos e de emprego; preparar estas jovens cristã e profissionalmente; e abrigar a operária ou empregada doméstica na doença e na velhice. Madre Fran-
cisca atuou como intermediária entre empregadas e empregadores, funcionando como uma agência de empregos para que as jovens fossem recebidas e tratadas com dignidade. Desta forma, delineou o rosto da Congregação, esculpiu a fisionomia de sua obra através do serviço à pessoa e à Igreja, configurando o que depois veio a ser a vida, a natureza, a finalidade, espírito, a índole e a missão própria das Filhas do Amor Divino no mundo e na história: amar amparando, amparar salvando, que, em outras palavras é a alma do nosso carisma.
Entrevista | A ORDEM
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A ORDEM |Entrevista A Ordem: Como a Congregação chegou ao Brasil? Irmã Vilma Lúcia: A Congregação das Filhas do Amor Divino chegou ao Brasil, em 1920, por meio da atuação de Irmã Teresina Werner. As irmãs trabalharam, primeiro, no Rio Grande do Sul, na então colônia alemã de Serro Azul, hoje, Cerro Largo. Em 1925, depois de suas desafiadoras experiências no Rio Grande do Sul, a convite do Bispo de Natal, Dom José Pereira Alves, decidiu por trazer a congregação para o Rio Grande do Norte. Atualmente, temos duas províncias no Brasil, abrangendo num total de 336 Irmãs. A Província Nossa Senhora da Anunciação, com 35 comunidades, tem sede em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, tendo à frente como Provincial, Ir. Jacinta Webler. Lá, as irmãs desenvolvem trabalhos nas áreas de saúde, educação, assistência social e comunidade eclesial de base. Já, a Província
Nossa Senhora das Neves, conhecida como Proneves, conta com 21 comunidades, tem sede em Emaús, Parnamirim, e tem como Provincial, a Irmã Ana Carla de Melo Silva. Aqui, as irmãs desenvolvem trabalhos nas áreas de saúde, educação, assistência social, pastoral paroquial e evangelização. Nossa Província abrange estados do Nordeste, além de Minas Gerais e Distrito Federal. A Ordem: Como estão as comemorações dos 150 anos, em nível mundial, e dos 80 anos da Província? Irmã Vilma Lúcia: No último mês de junho aconteceu a celebração, reunindo religiosas de vários países, na Áustria. Daqui, da Arquidiocese de Natal, participaram a superiora da província, Irmã Ana Carla, acompanhada de 22 religiosas e dois leigos. Em Emaús, em nível provincial, fizemos uma
bela assembleia celebrativa, com o tema “E a encarnação continua”. Neste evento comemoramos os 80 anos da Província Nossa Senhora das Neves. Estamos festejando os deveres históricos, as incumbências desafiadoras germinadas no coração das primeiras comunidades da congregação. Rendemos uma solene ação de graças pelas experiências que se concretizaram no legado missionário, que hoje está em nossas mãos. Louvamos à Trindade Santa, principalmente pela revelação que a partir do olhar de Madre Francisca Lechner, para Jesus e, a partir Dele, para o mundo, para a humanidade, constituiu-se no elemento essencial da Identidade Institucional. Festejamos, portanto, as primeiras experiências que revelam as expressões carismáticas e proféticas que distinguem as Irmãs e, consequentemente, a Instituição Filhas do Amor Divino das demais.
Cacilda Medeiros
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protagonista
INSCRIÇÕES ABERTAS marista.edu.br/inscricoes
4009-5008
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A ORDEM | Reportagem
Festa de Nossa Senhora da Apresentação: Fé e devoção marcam festejos Programação festiva vai acontecer de 11 a 21 de novembro e pretende reunir milhares de fiéis Por Luiza Gualberto Milhares de devotos de Nossa Senhora da Apresentação estão se preparando para, de 11 a 21 deste mês, festejar a padroeira da Arquidiocese e da cidade do Natal. Durante o período festivo, diversas atividades vão integrar a programação. A festa, já tradicional na capital potiguar, é envolta por um sentimento de fé e devoção à Virgem Maria. Neste ano, os festejos têm como tema “Virgem da Apresentação, modelo de Santidade e mãe dos leigos e leigas”. O ponto alto da celebração será o dia 21 de novembro, fazendo memória à data em que a imagem da padroeira foi encontrada por pescadores, às margens do rio Potengi, no ano de 1753. DEVOÇÃO MARIANA A devoção mariana existe desde os primórdios e começou com o próprio cristianismo. Segundo um artigo publicado pelo Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, CSsR, diretor da Academia Marial de Aparecida, publicado no portal A12, as manifestações de devoção à Maria
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são expressas de diversas formas. “Paulo VI, na Marialis Cultus (o culto a Maria), famoso documento da Igreja, ensina que o rosário é prece profundamente cristológica, porque é centrado no mistério da encarnação. Repetir a Ave-Maria é louvor incessante a Cristo. Contemplando o mistério da salvação em comunhão com Nossa Senhora somos conduzidos a reflexões práticas e estimulados à vida santa”, diz. Diversas são as manifestações de devoção a Nossa Senhora da Apresentação. Francisca Paula dos Santos (Dona Chiquinha), 95 anos, mora em Natal há mais de 50 anos. Ela reside próximo à Pedra do Rosário, local onde acontece a tradicional missa do dia 21 de novembro, às 05h. “Lembro muito quando cheguei aqui, no período em que a festa era realizada na antiga Catedral. Era grande a movimentação das pessoas por essa região. Nessa época, eu fazia parte do grupo de oração de dona Noca, que foi a autora daquela música “A madrugada surgindo”. Então, era um período muito forte, de grande movimentação. Era muito bonito ver tudo aquilo. Minha devoção a Nossa Senhora se manifesta sempre através da recitação do terço mariano e sempre peço paz, discernimento e saúde”, conta.
Reportagem | A ORDEM Karla Bezerra
ĂŁo
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A ORDEM | Reportagem Luiza Gualberto
Dona Chiquinha reside às margens da Pedra do Rosário há mais de 50 anos UM CAFÉ DA MANHÃ TRADICIONAL Todo dia 21 de novembro, após a missa da Pedra do Rosário, já é tradição o café da manhã na casa de Ana Regina e Wilson Medeiros, no Pajuçara, zona norte de Natal. Há 16 anos, ela organiza esse café. No ano passado, ela acolheu mais de 100 pessoas. Segundo Ana, a iniciativa surgiu como forma de agradecer por uma graça alcançada pela intercessão da padroeira de Natal. “Eu nasci na comunidade Capim, em Extremoz, e vim para Natal aos 15 anos. Esse foi um tempo difícil, principalmente pelas condições financeiras. Todos os dias, pedia para que minha mãe pudesse vir morar em Natal também. Foi nessa época que conheci Nossa
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Senhora da Apresentação. Até então, tinha a devoção mariana, mas não conhecia esse título. Lembro que vim participar de uma festa social de Nossa Senhora da Apresentação e quando entrei na Igreja e vi a imagem, senti algo diferente. Visualizei, na imagem, minha mãe segurando meu irmão nos braços. Nesse dia, pedi com muita fé para que minha mãe pudesse vir para Natal. Era o ano de 1976 e em 1977 ela veio morar em Natal e eu atribuo essa graça à nossa padroeira”, conta. Ao se casar, Ana foi morar mais distante do centro de Natal e ficava impossibilitada de participar da programação festiva. Foi aí que um afilhado se ofereceu para levá-la para a missa na Pedra do Rosário e como forma de agradecer, Ana organizou um café da manhã. “No ano seguinte, esse meu afilhado já trouxe a mãe para o café. Assim se seguiu a cada ano, sempre chegava mais alguém para se somar a esse nosso momento de confraternização. Anos depois, as coisas melhoraram e conseguimos um carro para ficar indo para a missa na Pedra do Rosário. Quando o café completou 10 anos, reformamos a casa e a estrutura, porque já tinha tomado uma proporção maior do que a gente imaginava. E, hoje, já temos essa tradição do dia 21 de novembro. É uma grande alegria receber a família e os amigos nesse café”, comemora. No cardápio do café, Ana fala que tem salada de frutas, tapioca, pamonha, além de uma sardinha frita, que já é tradicional. Além disso, todos os anos, ela organiza uma lembrancinha para os convidados. Ana diz que esse café é apenas um gesto de gratidão e retribuição a Nossa Senhora. “Abro minha casa, todos os anos, com carinho e sentimento acolhedor, como Nossa Senhora faz conosco. Nossa Senhora da Apresentação é uma luz na minha vida. Tudo que coloco na intercessão maternal de Maria, consigo alcançar, pois confio nela, que não desempara seus filhos nunca. Eu e minha família somos consagrados à Mãe da Apresentação”, enfatiza emocionada.
Reportagem | A ORDEM
Ana Regina realiza, anualmente, um café da manhã, após a missa na Pedra do Rosário
PROGRAMAÇÃO DA FESTA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO Matriz da Apresentação . Madrugando com Maria – caminhada de Nossa Senhora, saindo do largo da Igreja do Rosário para a antiga Catedral, às 05h30, seguida de missa; . Louvores a Nossa Senhora – Ofício de Nossa Senhora e Ladainha, na antiga Catedral, às 16h30, seguido de missa. Catedral Metropolitana . Confissões – de terça a sexta-feira, das 14h30 às 16h30; . Ofício de Nossa Senhora – todos os dias, às 10h15 e às 15h45; . Recitação do terço – todos os dias, às 18h; . Novenário – todos os dias, às 19h.
A MÃE PEREGRINA Há quatro anos, Fátima Thomás, que coordena a Pastoral Missionária das Comunidades de Moradores, na Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, na Cidade Alta, é responsável pela coordenação de 45 capelinhas peregrinas da padroeira, que percorrem os lares das famílias em preparação para a festa. A peregrinação também é um momento em que as pessoas renovam a fé e devoção a Maria. “A gente começa a mobilização para a peregrinação ainda no mês de julho e as famílias já nos cobram a visita. Nesse período de peregrinação, a gente recebe relatos de muitos testemunhos de graças alcançadas. Teve um relato de uma senhora, que o filho estava em busca de emprego e fomos na casa dela com a imagem peregrina. A família confiou e pediu a intercessão de Nossa Senhora. Em pouco tempo, o rapaz conseguiu se empregar. Então, são muitos testemunhos que só nos alegraram e renovam a nossa fé pessoal na intercessão de Maria”, ressalta. Fátima reside no centro da capital, desde o ano de 1982, e já acompanhou diversas festas. Ela recorda sempre o aspecto da devoção mariana, marca tradicional dos fiéis de Nossa Senhora da Apresentação. “Tenho muita fé na intercessão de Nossa Senhora e já alcancei muitas graças. Hoje, trabalhar na festa e poder dar a minha colaboração é sinônimo de alegria e gratidão por tudo que ela me proporcionou”, frisa.
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A ORDEM A ORDEM | | Artigo
CREARE Prosperare Fred Alecrim Consultor e Empreendedor fredalecrim@fredalecrim.com.br Estamos vivendo momentos bem difíceis. Empresas ainda lutando contra a crise e muita gente sem emprego; no campo pessoal, insegurança e violência. Mas, não podemos perder a esperança, pois como disse Aristóteles, a Esperança é o sonho do homem acordado. Sem ela, não agimos. Mas, se queremos prosperar, não podemos perder a nossa Fé e, claro, precisamos nos movimentar, pois ter fé é acreditar que seus movimentos irão dar certo, mas sem movimento, não há prosperidade. Um movimento que pode ajudar muito no seu negócio, carreira e na vida, é na direção de ser CRIATIVO. Isso mesmo, criatividade, a capacidade de produzir ou inventar coisas novas. Todos nós podemos usar a criatividade como ferramenta para prosperar, mas para isso é preciso cuidar de alguns pontos que podem nos ajudar a ser mais criativos. CURIOSIDADE! Ser curioso ajuda muito a turbinar a criatividade. Ela nos leva a perguntar, questionar, procurar, pesquisar, tentar entender as razões e isso nos leva a “lugares” ainda pouco ou não explorados pelo nosso cérebro. Isso nos dá mais repertório para CRIAR coisas novas. Se vivemos dentro de uma caixa e não falamos com pessoas novas, se não lemos nem vemos coisas diferentes das que estamos habituados, sempre teremos as mesmas ferramentas para lidar com novos problemas e isso nos faz ficar presos a esses problemas e achar que estes mesmos não têm solução.
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Na verdade, nós é que não temos as ferramentas adequadas para enxergar diferente e fazer diferente. PROPÓSITO: Outro ponto super importante para ser mais criativo é a sua intenção, ou seja o propósito. Para quê ser mais criativo? Assim como a mudança, não adianta ser criativo apenas para fazer diferente. É preciso que a sua criatividade seja útil e que, mais do que diferente, ela faça a diferença NA SUA EMPRESA, CARREIRA E NO MUNDO! Por fim, é importante eliminar ou diminuir atritos que dificultam a CRIATIVIDADE aflorar. Cuide do ambiente de trabalho, pois quanto mais respeito houver nele, mais fértil será o campo para a criatividade das pessoas. Autoconhecimento também ajuda muito e a meditação pode ser uma grande ferramenta para te ajudar a ter mais foco e atenção no que é importante, acalmando a mente e dando um gás na tua criatividade. Alimentação saudável e equilibrada também ajuda, pois quanto mais o corpo estiver bem, mas a mente estará também. Não esqueça de dormir bem, afinal um bom sono é combustível poderoso para um mente mais criativa. E aí, preparado para prosperar usando a criatividade como importante ferramenta? Então, mão na massa, pois como disse Pablo Picasso, a CRIATIVIDADE existe, mas tem que encontrar você trabalhando.
Um movimento que pode ajudar muito no seu negócio, carreira e na vida, é na direção de ser CRIATIVO
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A ORDEM |Em Ação
Grupo de arquitetas re social em prol do Juvin
Elias Medeiros
Juvino Barreto abriga mais de 50 idosos
Mostra Elos acontece pela primeira vez em Natal e reĂşne diversos profissionais da arquitetura para trazer melhorias para o Instituto que abriga mais de 50 idosos
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s realiza ação vino Barreto
Idealizado pelas arquitetas Mara Lorena, Larissa Magalhães e Juliana Maia, a Mostra Elos acontece pela primeira vez em Natal, com um conceito de arquitetura sustentável e voltada para uma ação social concreta, no intuito de beneficiar uma instituição da cidade que tenha um trabalho concreto. Nesta edição, a beneficiada será o Instituto Juvino Barreto, que tem defasagem na estrutura física e abrigada, atualmente, mais de 50 idosos e completou 76 anos em 2018. Segundo a arquiteta Mara Lorena, a ideia surgiu do desejo de usar a arquitetura para fazer o bem e transformar realidades. “O nosso desejo foi unir forças para transformar uma instituição sem fins lucrativos em um verdadeiro lar. Nesta primeira edição, elegemos o Juvino Barreto, tendo em vista o trabalho consolidado e seriedade da instituição. Em virtude de problemas estruturais e falta de reparos, vimos a dificuldade no processo de acolhimento aos idosos. Com reformas e uma melhoria no espaço, será possível confortá-los na instituição e trazer mais qualidade de vida para eles”, conta.
Em Ação | A ORDEM aos idosos que lá residem, uma cara nova, com mais acessibilidade e decoração”, frisa. MOSTRA ELOS Segundo Mara, o processo de obras vai acontecer durante este mês de novembro. Como resultado da ação, durante o período de 29 de novembro a 11 de dezembro, o Instituto Juvino Barreto vai abrir as portas para que as pessoas possam visitar o espaço com as melhorias feitas. “Vai ser uma forma de trazer a sociedade para dentro do Instituto, coroando esta nossa iniciativa. O público vai poder visitar os espaços reformados e interagir com os idosos que lá residem”, ressalta. Outras informações sobre a mostra e como fazer doações acesse @mostraelos no Instagram. Cedida
COMO FUNCIONA A Mostra Elos visa reunir profissionais variados da área da arquitetura e construção para transformar e reformar alguns ambientes da instituição. Mara explica que esses profissionais se doaram voluntariamente para a realização da ação e que vão contribuir das formas mais diversas. “Esses profissionais doaram seu trabalho e cada grupo vai ficar responsável por um cômodo, em específico. Nosso escritório, por exemplo, será o responsável por viabilizar a reforma da recepção do Instituto. Para nos auxiliar nessas transformações, a gente conta com o apoio da sociedade, que pode doar materiais diversos, como cimento, brita, Arquitetas Mara Lorena, Larissa Magalhães e Juliana Maia, areia e tintas. O nosso intuito é dar à estrutura do Juvino e idealizadoras da Mostra Elos
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A ORDEM |
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da Catedral
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A ORDEM |Paróquias
Afonso Bezerra: paróquia dedicada à Virgem das Graças
Cedida
Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças
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Paróquias | A ORDEM A Paróquia de Nossa Senhora das Graças, com sede no município de Afonso Bezerra, localizado no sertão central potiguar, foi criada em 13 de maio do ano 2000, desmembrada da Paróquia de São José, em Angicos. Composta por 15 comunidades, a paróquia teve como primeiro pároco, o Padre Antônio Otávio Miguel, sucedido pelos Padres Antônio José do Vale e Francisco Clodoaldo Leitão. O atual pároco é o Padre Antônio Marinho da Silva Neto, que está na função desde 13 de setembro de 2017. De acordo com o pároco, a Paróquia tem um trabalho pastoral satisfatório. “Cada pastoral vem cumprindo a sua missão naquilo que é determinado”, diz. PADROEIRA Neste mês de novembro, a comunidade de Afonso Bezerra celebra a festa da padroeira, Nossa Senhora das Graças. No dia 15, às 11h30, acontece uma caminhada e, às 12h, hasteamento dos pavilhões, na Igreja Matriz, onde será celebrada a primeira coroa de Nossa Senhora. Ainda neste dia, às 18h, vai haver carreata, saindo da Igreja de São Paulo Apóstolo, em Pedro Avelino, com destino à Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Afonso Bezerra, onde será dada a bênção dos veículos, seguida de celebração eucarística. Nos demais dias, a programação diária será a seguinte: 5 horas, caminhada penitencial e missa; às 12h, celebração da coroa de Nossa Senhora, e, às 19h30, novena. No dia 27, encerramento dos festejos, às 12h30, será celebrada a missa das graças, presidida pelo Padre Francisco César de Bezerra, e, às 16h30, procissão com a imagem da padroeira pelas principais ruas da cidade.
Cacilda Medeiros
Padre Antônio Marinho, pároco Endereço Praça Francisco das Chagas de Souza, 79 Centro 59510-000 - Afonso Bezerra - RN Tel.: (84) 98778-6061 E-mail: pnsdasgracasab@gmail.com Secretaria paroquial Funciona de segunda a sábado, das 8h às 12 horas. Missas (Igreja Matriz) . Domingos – 7h30 / 19h30 . Quintas e sextas – 19h30 . Primeira sexta-feira – 7h . Todo dia 18 – 19h30
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A ORDEM | Paróquias Cacilda Medeiros
Fotos: Cacilda Medeiros
Maxarang Paróquia “A comunidade foi elevada à condição de Paróquia em 15 de agosto de 2001 pelo decreto do então arcebispo metropolitano, Dom Heitor de Araújo Sales”
Igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição
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Paróquias| A ORDEM Cacilda Medeiros
ranguape: uma quia no litoral Evangelizar no litoral. Essa é uma das missões da comunidade paroquial de Nossa Senhora da Conceição, situada em Maxaranguape, município litorâneo norte do estado. A presença da Igreja, na comunidade, começou ainda no ano de 1832, quando, perto da barra do rio Maxaranguape, existia um aglomerado de pescadores, que erguera uma capela, dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Segundo o livro “Paróquias potiguares – uma história”, de autoria do Pe. Normando Pignataro Delgado (in memoriam), muitos retirantes sertanejos se alojaram na vila e passaram a sobreviver da pesca e pequena agricultura de subsistência. “Com o tempo, pessoas mais abastadas, especialmente os senhores de engenho do vale do Ceará-Mirim, ali também construíram suas casas de veraneio, o que deu nova vida ao povoado e tornou famosa a praia de Maxaranguape”, diz o livro. Em 17 de dezembro de 1958, a Lei Estadual 2.329, assinada pelo governador Dinarte Mariz, criou o município de Maxaranguape, desmembrado do de Touros.
CRIAÇÃO DA PARÓQUIA Diante da evolução da comunidade, em 15 de agosto de 2001, o então arcebispo metropolitano, Dom Heitor de Araújo Sales, criou a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, com uma parte do território desmembrada da Paróquia do Bom Jesus dos Navegantes, em Touros e outra, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Ceará-Mirim, incluindo as praias e capelas de Muriú e Jacumã. O primeiro pároco da comunidade foi o padre João Maria do Nascimento. Atualmente, quem está à frente dos trabalhos pastorais é o padre Gutemberg Simplício. Hoje, Maxaranguape conta com uma população de aproximadamente 22 mil habitantes. A Paróquia conta com 14 comunidades, distribuída em cinco setores missionários e é ativa do ponto de vista pastoral, composta por diversos grupos de pastorais, movimentos e serviços, como pastoral da juventude, criança, família, liturgia, juventude, além da Infância Missionária e o terço dos homens. A padroeira da Paróquia é Nossa Senhora da Conceição, festejada no dia 08 de dezembro.
Pe. Gutemberg Simplício, pároco
ENDEREÇO: Rua Eduardo Silvestre, 27 Centro – Maxaranguape (RN) Telefone: (84) 3261-2291 Blog: www.pnscmax.blogspot.com HORÁRIOS DE MISSA (MATRIZ) Terça a sexta-feira, às 19h30 Domingo, às 19h
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A ORDEM | Reportagem Fotos: Luiza Gualberto
Uma vo
rqNatal
Um coral formado por aproximadamente 10 integrantes que tem uma característica peculiar em comum: a falta da voz. Assim é composto o “Voz do Amor”, grupo da Liga contra o câncer, formado por pacientes em reabilitação de laringectomia total, em virtude do câncer de laringe. Para os participantes, a dificuldade vocal não é um obstáculo, mas uma nova forma de expressão artística por meio da música. O grupo
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entoa harmoniosamente grandes sucessos da Música Popular Brasileira, como “Nunca pare de sonhar”, de Gonzaguinha, “Alma pura”, de Silvio Brito, entre outros títulos que ganham um tom especial na voz do coral. VOZ DO AMOR O coral faz parte das atividades do grupo “Voz do Amor”, da Liga contra o câncer, criado há 17 anos, com o objetivo de proporcionar
uma reabilitação vocal, através de uma nova forma de comunicação, favorecendo a qualidade de vida e reinserção social. O coral foi criado em 2015 e é regido pela fonoaudióloga Maria Alice Cavalcanti. “A fonoaudiologia é muito importante nesse processo de reabilitação da laringectomia total. Mesmo sem a voz, os pacientes encontraram uma nova forma para se comunicar e a música contribuiu muito para isso. Temos pacientes que chegaram aqui com
Reportagem | A ORDEM
voz que vem do amor Coral da Liga contra o câncer reúne pacientes em reabilitação de laringectomia total
depressão e hoje estão levando uma vida melhor, com mais qualidade. Esse é o nosso maior objetivo”, ressalta. Estudos comprovam que a música ajuda a diminuir o estresse e reforça o sistema imunológico, trazendo benefícios terapêuticos, como sensação de paz, tranquilidade e prazer. A reportagem da revista A Ordem teve a oportunidade de acompanhar um dos ensaios do coral e foi notório o entrosamento e dedicação do grupo, que é composto por Ivo Alves, Nilza Mendonça, Cosme dos Santos, Sebastião Gomes, José Moreira, Élson Silva e Edson Júlio. Após o ensaio, uma roda de conversa com os participantes e questionados sobre o que o coral significa para cada um, o sentimento é o mesmo: o coral mudou a vida deles. Cada um com sua história de vida e suas dificuldades, mas, mesmo em meio à nova condição física, uma única vontade, o desejo de seguir adiante e viver a vida. Após o câncer, por exemplo, Nilza casou e Cosme se tornou pai. ENSAIOS E APRESENTAÇÕES O coral se reúne semanalmente para ensaiar, toda quinta-feira, das 08h às 10h, no auditório Despertar, na unidade II da Liga contra o
câncer, que fica na avenida Miguel Castro, no bairro Nazaré, em Natal. A participação é aberta para pacientes e familiares, mesmo os que não estão em tratamento na Liga. Durante o ano, o grupo faz várias apresentações, geralmente em Igrejas, congressos e eventos em geral. A próxima vai acontecer no dia 15 deste mês, durante a 22ª edição do Encontro de Corais da Cidade do Natal (ENCONAT), inserido nas comemorações do Natal em Natal. No mês de agosto, o co-
ral foi convidado para se apresentar no II Encontro de Laringectomizados, que aconteceu no Hospital A.C. Camargo Câncer Center, na cidade de São Paulo (SP). SERVIÇO Grupo “Voz do Amor” Informações: (84) 4009-5540 ou fono@liga.org.br
Integrantes do coral “Voz do Amor”
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A ORDEM | Personalidade
Leiga dedicada e consagrada ao serviço da Igreja
Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal
Quem frequenta as missas na Catedral Metropolitana de Natal, especialmente em dias de celebrações solenes, certamente, já teve a oportunidade de ouvir uma voz melodiosa entoando os cânticos. É a voz de Ilza Néri Santos, que, com sua voz muito suave e educada, vem contribuindo para a beleza e piedade das nossas celebrações litúrgicas. Ela põe em prática o que diz a Constituição Conciliar Sacrosanctum concilium, no número 112: “A música sacra é tanto mais santa quanto mais intimamente se articula com a ação litúrgica, contribuindo para a expressão mais suave e unânime da oração ou conferindo ao ritual Rivaldo Jr
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maior solenidade.” Nascida na cidade de Martins, oeste potiguar, Ilza se considera que cresceu dentro da Igreja, acompanhando a avó aos atos litúrgicos, principalmente as novenas marianas, em maio, e em honra do Sagrado Coração de Jesus, em junho, além da festa da padroeira, Imaculada Conceição. Como criança e, depois, jovem, sempre teve atuação nas pastorais, na paróquia de Martins. O gosto pelo canto litúrgico veio desde a infância, quando já animava a missa para as crianças, em sua terra natal. Ilza casou-se com José Ferreira Santos, em 3 de janeiro de 1989, e dois dias após o casamento, mudaram-se para Natal, onde criaram um casal de filhos e moram até hoje. A família do José Ferreira mudou-se, antes, e, na capital, conheceu a Renovação Carismática Católica. Através deles, Ilza também conheceu a RCC. Por gostar de cantar, logo foi convidada a integrar o Ministério de Música da Renovação. Com o tempo, o grupo recebeu um convite do Mons. Lucilo Machado para animar as celebrações, na Catedral. No dia 4 de abril de 1998, Ilza e o esposo criaram, oficialmente, a Comunidade Veni Creator, que, hoje, tem atuação mais direta na Catedral Metropolitana. A sede da comunidade fica na Cidade Alta e tem outra casa de missão, na Diocese de Mossoró. Viver em comunidade, certamente não foi fácil para ela, uma vez que quando a Veni Creator surgiu, a filha mais velha já contava com sete anos de idade. Seria uma mudança na vida da família: passar a dividir uma casa com outras pessoas e viver da Providência Divina. Ilza Néri se entregou e entregou a família aos cuidados de Deus. E ela testemunha que Deus, realmente, cuidou e cuida dela e da família, todos os dias. Parabéns, Ilza, pelo testemunho de mãe, dona de casa, leiga, agente de pastoral, missionária, de cristã!
Saúde | A ORDEM
Ano do Laicato
Saúde do homem Por Diác. Manoel Carlos Coord. do Setor Leigo
Leigos e Leigas vocacionados a missão
O lema do ano do laicato é: Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt. 5,13-14). Os cristãos leigos e leigas são chamados a ser sal e luz. Como sal, são chamados a dar gosto à vida das pessoas que se encontram com eles, aquelas que não veem mais saídas, que estão à margem, que não encontram sabor para viver. Ser sal é se misturar com esta realidade, trazendo esperança, mostrando o caminho a ser seguido. Mas o sal também conserva e extrai o que se tem de melhor na comida. Por isso, o leigo e/ou a leiga é/são chamado(s) a encontrar nas pessoas o que elas têm de melhor e, como o sal que é diluído na comida dando o verdadeiro sabor, assim também acontece, quando se sente o que cada um é. Com esta missão, são chamados a iluminar, a entrar na noite escura daquele e daquela que não enxerga possibilidade diante de uma realidade de escuridão, sem encontrar forças para viver diante das adversidades que lhe atingem. Ele, o leigo e a leiga, sabe que a sua luz vem da força da videira que é Cristo e ele(a) é um ramo que só iluminará ou dará fruto alimentado pela força do mestre. Portanto, a missão do leigo e da leiga na Igreja e na sociedade é não ter medo de se misturar para dar sabor, nem de se enlamear entrando na noite escura daqueles que necessitam de uma luz, pois ELE(A), deve ser uma Mãe de coração aberto para curar feridas e aquecer corações.
Por Márcia Roque Braz nutricionista
Existe um tabu entre homens que os impedem de priorizar a saúde como um todo. Numa rotina em que trabalham muito, com reuniões, ocupações que consomem seu cotidiano, acabam fazendo com que não tenham tempo para cuidar deles mesmos. Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os homens brasileiros vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres. Por isso, a saúde preventiva é tão importante. Como o nome já diz, a prevenção é o pilar, o caminho para um envelhecimento saudável. Seguindo este pensamento, não tem como abordar o tema da saúde preventiva e não mencionar a nutrição, que é a base de tudo. Desde que nascemos, até o envelhecimento, a alimentação merece receber seu devido valor, pois com ela bem estruturada e equilibrada, podemos aproveitar o que melhor a vida tem para nos oferecer. Quando homens escutam a palavra “dieta” logo associam com restrições, e, consequentemente, a fome. Dificuldades que acabam fazendo com que eles desistam antes mesmo de começar. Mas, o foco da nutrição vai muito além do tabu de uma dieta restritiva. Ela tem o objetivo de equilibrar a alimentação com qualidade e saúde. É preciso, porém, uma mudança de estilo de vida, por meio de uma adequação da dieta e de exercícios físicos. Este é o caminho, este estilo de vida que vai fazer com que o homem alcance com facilidade e prazer seus maiores objetivos, retardando seu envelhecimento e preservando sua qualidade de vida. Por isso, a prevenção é a resposta e o caminho que apontará o seu sucesso.
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A ORDEM | Artigo
Romaria da terra e das águas: um acontecimento político da fé O Povo de Deus é caminheiro, peregrino da vida e, em Jesus, encontra o verdadeiro sentido da sua caminhada! É neste espírito que acontecem as ROMARIAS DA TERRA E DAS ÁGUA, inclusive em nossa Arquidiocese que agora realiza a sua 5ª edição. Na 3ª Romaria, nosso Arcebispo assim se expressou na apresentação do subsídio em preparação àquela Romaria: “As Romarias são um ‘instrumento místico’ importante na Caminhada do Povo de Deus ao longo de sua história. Abrão começou a jornada através da constituição de um povo peregrino... Com Moisés, a libertação tomou forma na travessia do Mar Vermelho e na romaria pelo deserto por 40 anos na busca da terra prometida e, em Jesus de Nazaré, caminheiro da esperança e da vida plena, o povo de Deus encontrou o verdadeiro caminho para o seu peregrinar!” Elas são assim um elemento místico da fé, com um jeito especial de rezar, de animar a esperança dos filhos e das filhas de Deus que amam e defendem a vida. São também um elemento “político da fé” na medida que nos faz refletir, à luz da Palavra de Deus e do Ensino Social da Igreja, as nossas lutas por terra, trabalho, justiça, dignidade humana e também planetária. São um elemento místico e político da fé, quando as rezas, os louvores, os pedidos de perdão, os momentos de reflexão na caminhada desde a sua preparação até o retorno às nossas casas e comunidades, conseguem manifestar a preocupação com o futuro também do planeta, tão devastado pelas nossas ambições. Hoje, o “capital”
torna tudo “comércio”, “mercadoria”, pouco interessando a própria vida e dignidade humana e planetária. A Romaria vem assim carregada de “anúncio” e “denúncia”, próprios da vida profética do Povo de Deus. Em relação aos bens naturais colocados por Deus para a vida de todos, tomo um pequeno trecho do livro “Teologia da Terra” (Ed Vozes, 1985) quando trata da visão das comunidades tradicionais sobre a terra que a vê como uma “propriedade vivencial” - que aqui podemos até chamar de Sociedades do Bem Viver - comparando com a sociedade moderna, capitalista, neoliberal, que toma a terra para si, como “propriedade mercantil”, “comercial”, perdendo todo o sentido sagrado da terra e dos bens naturais colocados ao dispor de todos(as) por Deus: “Em 1855, quando o presidente Franklin, dos Estados Unidos quis “comprar” a terra do povo indígena Duwamish, seu Cacique lhe respondeu: “Como podes comprar o céu e o calor da terra? (...) Não tem sentido para nós. Nós não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água. Como poderias comprá-los de nós? Toda essa terra é sagrada para o meu povo. A terra é amada por Deus. Prejudicar a terra é mostrar desprezo por seu Criador... Amamos a terra como um recém-nascido ama a batida do coração de sua mãe...”. Portanto, as Romarias da Terra e das Águas caminham nesse sentido, para despertar nos peregrinos e na sociedade, a nossa grande responsabilidade diante do mandato divino. Celebremos, pois, nesta nossa 5ª Romaria da Terra e das Águas, dia 24 de novembro, em Touros-RN, a resistência na luta pela vida e profetizemos a esperança de um mundo justo, equitativo, fraterno e solidário!
Francisco Adilson Assessor da Rede SAR
“Portanto, as Romarias da Terra e das Águas caminham nesse sentido, para despertar nos peregrinos e na sociedade, a nossa grande responsabilidade diante do mandato divino”
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| A ORDEM
Os caminhos da fé, da Igreja e da reflexão estão nos
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A ORDEM | Vida pastoral Brunno Antunes
Força da oração resgata famílias para a Igreja Por Cacilda Medeiros O movimento Terço das Mulheres tem ajudado a muitas pessoas a se aproximarem da Igreja Católica, na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Passa e Fica. A constatação é de Selma Padilha, que integra a equipe de coordenação paroquial do movimento. De acordo com Selma, todas as segundas-feiras, às 18 horas, mais 32| Novembro de 2018
de 90 mulheres se reúnem, na Igreja Matriz, para recitar a oração do terço. “Rezamos por nossas intenções, pelas famílias, pelas outras pessoas”, diz a coordenadora. O grupo começou a se reunir há quatro anos. No início, eram poucas mulheres, que foram convidando outras, especialmente aquelas que não costumavam frequentar a Igreja. Hoje, já são mais de 90. “Antigamente, havia duas
senhoras que, todos os dias, às 18 horas, rezavam o Ângelus, na Igreja. A partir dessa experiência, o nosso pároco, na época, Padre Iranildo Augusto, teve a ideia de organizar o movimento do Terço das Mulheres. Isso se deu no final de 2014”, conta Selma. ALÉM DO TERÇO O grupo de Passa e Fica não se reúne apenas nas segundas-fei-
Vida pastoral | A ORDEM ras. Durante a semana, especialmente, às quartas e sextas-feiras, as mulheres vão até as residências de famílias para rezar o terço e meditar a Palavra de Deus. Selma Padilha conta que, no decorrer destes quatro anos, já presenciou o testemunho de muitas pessoas que passaram a frequentar a Igreja, a participar das missas, graças ao trabalho realizado pelo grupo do Terço das Mulheres. Ela cita o exemplo de uma funcionária pública, com 50 anos de idade, que contou que, antes, acreditava que já tinha tudo na vida. Mas, após conhecer o movimento, passou a perceber que o essencial para a vida é Jesus Cristo. “Nosso lema é reunir as mulheres que ainda não frequentam a Igreja e rezar pelas outras pessoas”, diz Selma. Além de Passa e Fica, várias outras paróquias da Arquidiocese de Natal também contam com a ação do Terço das Mulheres.
COMO ORGANIZAR UM GRUPO Comunhão: o Grupo Terço dos Homens e das Mulheres deve caminhar integrado na comunidade eclesial. Por isso, é importante que tenha o apoio do pároco ou do responsável pela comunidade. A reza do terço é uma porta aberta para a evangelização. Organização: organize o grupo e distribua as funções fazendo com que todos trabalhem com o mesmo objetivo. É preciso que todos saibam com antecedência o dia, a hora e o local da recitação do terço. Coordenação: o grupo deve ter um coordenador, um secretário e, ser for o caso, um tesoureiro. A coordenação deve favorecer a participação de todos e garantir a fraternidade no grupo. Distribuição: é importante distribuir as funções para uma maior e melhor participação dos presentes. Deve haver os encarregados para: “animar” os cânticos, contemplar os mistérios, rezar as Ave-Marias… No final do terço, se achar conveniente, o grupo pode ler o Evangelho do dia e fazer breve reflexão do texto bíblico. Ambiente: crie um ambiente propício para o momento de oração como, por exemplo, um pequeno altar com uma imagem de Nossa Senhora, velas, flores etc. Piedade: piedade e confiança em Deus são elementos essenciais para o crescimento na fé e no amor. Quem reza tem intimidade com o Senhor, com a família e com toda a Igreja. Tempo: dentro de 40 minutos é possível realizar todo o trabalho do grupo. A boa administração do tempo é o segredo para a perseverança dos homens e das mulheres na oração do santo terço. Fonte: Portal a12.com
Cedida
Grupo se reúne há quatro anos, em Passa e Fica Novembro de 2018 |33
A ORDEM | Notas
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Cacilda Medeiros
Livro
conta história das “vigárias” de Nísia
A experiência das Irmãs Vigárias, que atuaram na Paróquia de Nossa Senhora do Ó, em Nísia Floresta, foi contada em um livro, intitulado “Mulheres no Altar”, de autoria de Luzia Valladão Ferreira, lançado na noite de 24 de outubro, no Colégio das Neves, em Natal. “A atuação das Irmãs Vigárias foi uma das atividades concretas do Movimento de Natal, idealizado por Dom Eugênio Sales. Foi uma experiência que propagou a Arquidiocese de Natal no mundo inteiro”, diz a autora. Luzia Valladão é ex-religiosa da Congregação das Filhas do Amor Divino e o livro é o resultado da sua dissertação de mestrado, pela Universidade Católica do Pernambuco. “Decidi escrever sobre essa experiência, porque faz uns 50 anos que ela aconteceu e até agora ninguém havia escrito sobre o assunto, apenas pequenos artigos. Foi um trabalho tão importante, que não pode ficar esquecido”, explica. O livro “Mulheres no Altar” pode ser adquirido através do site das editoras Vozes e Bagaço.
Cedida
ERRAMOS
. Na última edição da revista A Ordem, publicada no mês de outubro/2018, erramos no título da entrevista, nas páginas 08 e 09, que dizia “Precisamos estar sempre dispostos a ir de encontro ao irmão”, quando, na verdade, o correto é “Precisamos estar sempre dispostos a ir ao encontro do irmão”. . Também erramos na sessão de notas, na edição de outubro/2018, na página 21, em uma notícia referente à reinauguração da Igreja matriz da Paróquia de São João Batista, na Praia de Pitangui. A informação correta é: Pitangui reinaugura Igreja Depois de três meses em obras, a Paróquia de São João Batista, na Praia de Pitangui, município de Extremoz, reinaugurou a Igreja Matriz, que ganhou uma nova fachada, além do altar-mor e altares nas laterais. Os recursos foram provenientes do Dízimo e da própria comunidade. A reinauguração aconteceu dia 11 de setembro e marcou o primeiro aniversário de criação da paróquia. . A Revista A Ordem também errou no crédito da autoria do artigo da página 30, na edição de outubro/2018, cujo tema estava relacionado à não violência contra a pessoa idosa. O texto foi escrito advogado André Arruda (foto), vice-presidente do conselho municipal do idoso de Natal e não por Zeneide Fernandes, coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Pessoa Idosa. 34| Novembro de 2018
Notas | A ORDEM
Shalom organiza
Halleluya 2018
De 14 a 16 de dezembro, Natal recebe a 9ª edição do Festival Halleluya, que, neste ano, vai levar ao palco principal, shows com Rosa de Saron, Naldo José, Adoração e Vida, Eliana Ribeiro, Irmã Kelly Patrícia, entre outros nomes do cenário da música católica. O Halleluya vai acontecer no anfiteatro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com entrada gratuita. O evento vai contar ainda com diversos espaços temáticos, entre eles, tenda da Misericórdia, Espaço Adventure e Halleluya Kids. Em maio deste ano, a Prefeitura de Natal publicou no Diário Oficial do Município, a Lei nº 6806, que inseriu o Festival Halleluya no calendário oficial de eventos da capital potiguar. O Halleluya é o maior festival de artes integradas da América Latina, com edições em Fortaleza, São Luís e Rio de Janeiro, além de Natal. O Festival tem o incentivo do Governo do Estado, através da Lei Câmara Cascudo. Outras informações acesse: www.facebook.com/HalleluyaNatal. Shalom Natal
ARQUIVO Metropolitano organiza Colóquio de Bens Culturais
No próximo dia 28 de novembro, o Arquivo Metropolitano da Arquidiocese de Natal, em parceria com o Seminário de São Pedro e o Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), promovem o I Colóquio e a exposição “Bens culturais da Igreja: preservando o passado, construindo o futuro”. A atividade vai acontecer no Seminário São Pedro, situado no bairro Tirol, em Natal, com sessões às 10h, 15h e 18h. O evento integra as atividades realizadas pela disciplina Bens Culturais da Igreja, ofertada aos seminaristas. O Colóquio tem a proposta de sensibilizar os participantes para a preservação desses bens culturais e vai contar com a participação de especialistas das mais diversas áreas que trabalham com a temática em questão. Na oportunidade, serão lançados dois e-books sobre o tema e o curso à distância de Bens Culturais da Igreja, que tem o intuito de promover a formação continuada do clero. A participação no Colóquio é aberta a toda comunidade.
Setor Juventude comemora DNJ
Mais de 300 jovens das mais diversas expressões juvenis da Arquidiocese de Natal, participaram do Acampamento das Juventudes, que marcou as comemorações do Dia Nacional da Juventude no território arquidiocesano. A programação aconteceu nos dias 20 e 21 de outubro e foi realizada no Monumento dos Mártires, em São Gonçalo do Amarante. Entre as atividades, palestras, momentos de louvor e celebração de missa.
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A ORDEM |Viver
Cantar e viver a missão de evangelizar Por muito tempo, o povo católico, no Brasil, conhecia e cantava as músicas religiosas do Padre Zezinho, de Zé Vicente e de outros poucos cantores, que evangelizavam, e ainda evangelizam, através de palavras inspiradas na bíblia, acompanhadas de uma melodia que conduz à reflexão. Hoje, eles são vários. E aqui, no Rio Grande do Norte, também há vários consagrados e leigos que se utilizam da música para Brunno Antunes
evangelizar. Sandro Menezes e a dupla Leia e Sônia, por exemplo, já contam com duas décadas na missão de cantar e animar celebrações, encontros, shows. LEIA E SÔNIA Leia é mineira, Sônia é pernambucana e formaram uma dupla para evangelizar, em Natal, no dia 31 de maio de 1997, na Igreja de Nossa Senhora da Candelária. “São 21 anos caminhando, cantando e evangelizando”, diz Leia, sempre com um sorriso no rosto. Elas não apenas cantam, mas fazem o conhecido “show-mensagem”, com reflexões intercaladas às músicas. “Eu não consigo desassociar o canto de uma reflexão, porque há pessoas que são mais sensíveis à canção e há pessoas mais sensíveis à palavra falada”, explica a mineira. Ao longo destes 21 anos, a dupla gravou oito CDs e dois DVDs. Leia conta que deixaram de gravar, porque “não se vende mais CDs”. O último (CD e DVD) foi o “Maior idade”, em 2015. A dupla destaca que cantam pelo amor à missão, porque não têm retorno financeiro. “Cantar é um dom que Deus deu a mim e a Sônia. O nosso teclado é consagrado para músicas do Reino do Céu. Nós não cantamos e nem tocamos outros estilos”, diz Leia.
Leia e Sônia formaram dupla há 21 anos
Matriz: Shopping Via Direta, 714. (84) 3234-5118 / 99969 - 0314 Filial 1: Av. Deodoro, 302, loja 05 - Cidade Alta. (84) 3111-6444 | 99996-0350 Filial 2: Partage Norte Shopping. loja 249. Potengi. (84) 2020-5975
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Viver SANDRO MENEZES Ele é de família de músicos e muito jovem começou a tocar na noite. Em 1998, quando foi casar, a noiva disse que não gostaria de ter um esposo ‘boêmio’. Antes, em 1991, Sandro havia participado do Segue-me e tinha uma ideia de gravar um CD só com músicas do Encontro. Ele resolveu atender ao pedido da noiva e decidiu mudar de estilo musical, passando a cantar músicas religiosas. Em outubro passado, Sandro Menezes comemorou 20 anos de atuação na música católica. Em 1999, gravou o primeiro CD e, na época, chegou a fazer quatro shows com Padre Marcelo Rossi. “Fiz muitos shows no Rio Grande do Norte, fiz missão em São Paulo, em outros estados e me apresentei várias vezes na Comunidade Canção Nova”, conta. Ao longo destas duas décadas, gravou 11 CDs, com composição própria, na maioria das músicas. Sandro Menezes também tem trabalhado para articular os músicos católicos potiguares. Em 2014, por ocasião do primeiro Evangelizar é Preciso, com o Padre Reginaldo Manzotti, em Natal, ele conseguiu formar um grupo com 12 cantores. “O grupo ficou unido e isso ajudou a nos fortalecer. Hoje, o grupo faz ações como, por exemplo, postar cards, incentivando as pessoas a pedirem músicas nossas para serem tocadas na programação da Rádio 91.9 FM”, diz. “Para mim, a música nunca foi profissão. É missão’, enfatiza.
| A ORDEM
SM3
PADROEIRA DOS MÚSICOS A Igreja Católica celebra, no dia 22 de novembro, a memória litúrgica de Santa Cecília, uma das mártires dos primeiros séculos. Nas atas da Santa, lê-se esta frase: “Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava, no seu coração, um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro Esposo”. Por isso, ela é considerada a padroeira dos músicos. Santa Cecília é representada tocando um instrumento musical e cantando.
Sandro Menezes, cantor e compositor
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A ORDEM |
Viver
Liturgia
Cedida
da Palavra
Yago Carvalho
Aluno do 2º ano de Teologia, no Seminário de São Pedro
PÁGS. 36 e 37 Falta inserir a editoria: PÁG. 37
Como celebrar liturgicamente a solenidade de C risto Rei do Universo ? Inserir crédito da foto: Legenda: PÁG. 38
Na segunda coluna, apertar a frase “laicato na liturgia” para caber na coluna anterior
Celebrando a Solenidade de Cristo Rei do Universo a Igreja chega ao término do calendário litúrgico. Essa solenidade foi instituía em 1925 pelo Papa Pio XI com intuito de chamar a atenção para a lei natural de Deus, que infelizmente é esquecida e renegada por muitos povos, consequentemente por seus governos. Nesta solenidade todos nós somos convidados a reconhecer o reinado de Deus sobre todos os povos e nações (Ap 15, 3-4); reinado este, que assume uma lógica diferente dos quais estamos acostumados a ver, pois o reinado de Cristo é a realização do reino de Deus, que é exercido no sentido de estar a serviço de todos os povos, baseando-se no Amor, na Verdade e na realização da Justiça. Neste ano temos a feliz oportunidade de celebrar também o encerramento do Ano Nacional dos Leigos e Leigas, por isso neste dia devemos favorecer a participação ativa, plena e consciente de nosso povo, conforme nos pede o Concílio Vaticano II para todas as celebrações litúrgicas. Podemos colocar em destaque o cartaz do ano do laicato, porém não deve ser pendurado no ambão ou colocado junto ao altar; poderá ser colocado no presbitério, mas que sua ornamentação não desvie o olhar das mesas da Eucaristia e da Palavra, fontes dos alimentos espirituais de nossas celebrações. Além disso, na procissão das oferendas (ofertório) e nas preces (formular uma ou duas preces na intenção do ano do laicato e poderá ser realizada em
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dois coros) pode-se ter participação de leigos e leigas que fizeram a ação pastoral acontecer nas nossas comunidades paroquiais. Antes da celebração da Santa Missa, respeitando-se um intervalo para que haja silêncio e preparação interior, em vista do sacrifício santo que será celebrado, pode haver, ainda, a partilha de um testemunho feito por um casal de leigos, ou algum agente de pastoral, explanando sobre a importância do serviço dos leigos ao reino de Deus já aqui na terra presente na Igreja. O formulário próprio desta Solenidade encontra-se no Missal Romano nas páginas 384 e 385, e lembro que por mais que celebremos o encerramento do ano do laicato, não podemos celebrar por outro formulário ou muito menos alterar as leituras; pelo contrário, aproveitemos a rica liturgia da Palavra deste santo dia para animar, enriquecer e favorecer o serviço laical em nossas comunidades, demonstrando que o serviço do leigo está diretamente associado ao Reino de Deus, pois é na partilha do pão consagrado e da Palavra de Deus que somos impulsionados a servir com amor aos irmãos. Nesta celebração elevemos a Deus nossas súplicas e louvores suplicando ao nosso Rei Salvador que continue a nos conduzir com misericórdia para um caminho de santidade, afim de que um dia possamos participar definitivamente de Seu reino eterno e universal.
| A ORDEM
aicato erior
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NOZ