IPHAEP aprova processos para tombamento de bens culturais da Capital e Campina Grande-PB
Varadouro, João Pessoa – Secom
O CONSELHO DE PROTEÇÃO dos Bens Históricos e Culturais – CONPEC, órgão de deliberação do Instituto do Patrimônio Histórico do Estado da Paraíba (IPHAEP), se reuniu, nesta semana, na sede do órgão, para realização da Sessão Ordinária que atendeu às solicitações de tombamentos e autorização de intervenções em bens culturais. Na ocasião, foram aprovados os processos para tombamento da escultura do artista plástico paraibano Jackson Ribeiro, conhecida por “Porteiro do Inferno”, localizada no girador da Avenida Pedro II, no Castelo Branco, nas imediações do campus da Universidade Federal da Paraíba, na Capital.
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“A escultura ‘Porteiro do inferno’ é uma obra de arte de estilo moderno de referência no cenário nacional, seu tombamento resgata a memória e a contribuição do artista plástico Jackson Ribeiro”, afirmou o antropólogo Carlos Azevedo, conselheiro relator do processo de tombamento. Além dela, foi aprovado o processo do monumento de “Nossa Senhora de Lourdes”, localizado na Praça Dom Ulrico, no Centro de João Pessoa, ao lado da Basílica de Nossa Senhora das Neves, cujo autor não foi identificado nos registros do Iphaep. E, por último, o monumento de autoria do artista pernambucano José Corbiniano Lins, denominado “Os Pioneiros da Borborema”, situado no Parque Centenário, no Açude Velho, em Campina Grande. A diretora executiva do Iphaep, Cassandra Figueirêdo, destacou que todos os bens culturais aprovados para tombamento são de grande relevância no cenário histórico, artístico e cultural do Estado e que vêm contribuir para o fortalecimento da memória e identidade. Após a apreciação e deliberação do Conpec, a homologação é realizada por decreto do governador do da Paraíba. Em seguida, é feita a inscrição no livro do tombo específico do Iphaep. Participaram da reunião, os conselheiros representantes do Instituto Histórico Geográfico da Paraíba – IHGP, Academia Paraibana de Imprensa – API, Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Paraíba – OAB/PB, Associação Paraibana dos Amigos da Natureza – Apan, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente – Ibama, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, Comissão Estadual de Gerenciamento Costeiro – COMEG/PB, Academia Paraibana de Letras – APL, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – Crea e Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB. Fonte: Secom PB.
33º Congresso Brasileiro de Espeleologia O 33º CONGRESSO Brasileiro de Espeleologia - CBE aconteceu entre os dias 02 e 06 de Julho do corrente ano na cidade de Eldorado, extremo sul do estado de São Paulo. A área escolhida para o congresso não poderia ser melhor: está Equipe pronta para a visita a Caverna do Diabo - Juvandi incrustada no Vale do Ribeira, uma das mais importantes concentrações de cavernas calcárias da América. Além da beleza natural da região incrustada na Mata Atlântica, o local do congresso (ao menos a parte de apresentação de trabalhos e palestras), ocorreu no centro de treinamento da Igreja Adventista (CATRE) localizado cerca de 3,5 km da cidade de Eldorado. A população local recebeu de braços abertos os congressistas de todo o Brasil e outros países.
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Por Juvandi Souza Santos.
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Várias atividades paralelas foram desenvolvidas: minicursos, exposições e, principalmente, saídas de campo, como a travessia da Caverna do Diabo e visitas a picos da região montanhosa. Aos habitantes da região do Vale da Ribeira, aos congressistas, aos guias e a Comissão Organizadora do evento, nosso muito obrigado. E que venha o 34 CBE em 2017, possivelmente no estado de Minas Gerais.
Excursionistas no Vale da Ribeira - Juvandi
15 DE JULHO FOI o dia escolhido para a realização da Assembleia Geral Ordinária do Instituto Histórico de Campina Grande, ‘Casa de Elpídio de Almeida’. A reunião ocorreu na residência da Presidente Maria Ida Steinmuller, no bairro do Alto Branco em Campina Grande-PB. Dentre os presentes estavam Daniel Duarte Pereira, Arlindo Pereira de Almeida, Edvaldo Dantas da Nóbrega, Josemir Camilo de Melo, Joaquim Osterne Carneiro (Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano), Emmanuel Souza, Virgilio Brasileiro Silva, Hermano Nepomuceno Araújo, Eneida Agra Maracajá, Xico Nóbrega, Iara Lira, Maria de Molina Ribeiro e os confrades da SPA Thomas Bruno Oliveira e Antônio Clarindo Barbosa de Souza. Vários assuntos estavam em pauta, tais como: apresentação das atividades, apreciação de proposta para atividades no restante de 2015 e 2016, previsão orçamentária e contribuição de associados, alteração parcial do Estatuto e Regimento Interno e apreciação de ingresso de sócios. Para esse último item, o Prof. Thomas Bruno foi convocado para apresentar o Historiador Prof. Vanderley de Brito como candidato a sócio efetivo do IHCG. Após apresentar as publicações e todo o trabalho já desenvolvido por Vanderley em solo campinense e paraibano, Thomas facultou a palavra a Daniel Duarte, Joaquim Osrterne Carneiro, Emmanuel Souza, Josemir Camilo e Antônio Clarindo que defenderam a candidatura e ressaltaram a relevância de integrar o candidato aos quadros do IHCG, que prontamente foi referendado pela Presidente.
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IHCG realiza Assembléia Geral Ordinária
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ARTIGO 1 __________________________________________________________________ Travessia da Caverna do Diabo, Eldorado, São Paulo. Prof. Dr. Juvandi de Souza Santos
A CAVERNA DO DIABO encontra-se localizada na região Vale do Ribeira, na parte sul do estado de São Paulo, sendo escavada pelas águas das chuvas e dos rios da região por milhões de anos. A caverna mede cerca de 6 km e apenas cerca de 500 m encontra-se aberto ao público. O restante da caverna só pode ser percorrido por cientistas das áreas de Arqueologia, Biologia, Espeleologia e ciências afins Como membro efetivo da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) e dirigente do Grupo Paraíba de Espeleologia (GPE/UEPB), arqueólogo e espeleólogo, participei entre os dias 15 e 19 de Julho do 33º Congresso Brasileiro de Espeleologia, em Eldorado. Além das atividades acadêmicas do congresso, tivemos as atividades de campo e, Juvandi na Caverna do Diabo - Juvandi dentre muitas, uma delas foi à travessia da Caverna do Diabo. São milhares de espeleotemas, com destaque para a face do DIABO, o Altar, a Mão do Diabo, o Rinoceronte, a Cabeça do Dinossauro e as centenas de estalagmites, estalactites, cortinas, pinheiros, cabelo de anjo etc.. A travessia é difícil, pois praticamente fica-se no leito do rio que percorre toda a imensa caverna. A profundidade do rio no decorrer da travessia varia, podendo apresentar de 50 cm até 2 m de profundidade, o que causa certo temor aqueles que atravessam os inúmeros afloramentos calcários afiados e pontiagudos que cortam ao menor toque e descuido do espeleólogo. Apesar das dificuldades na travessia, que durou cerca de 10 horas, do frio intenso, do perigo constante, do isolamento e da escuridão, vale a pena a travessia do Diabo. Mesmo que ao final o cansaço, a exaustão total, o frio e o par de botas simplesmente destruído pelas águas do rio que corta o Diabo e das pedras calcárias afiadas, valeram a pena e recomendo a aventura. Até o próximo Congresso Brasileiro de Espeleologia em 2017. Com uma bota nova, claro.
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Historiador e Arqueólogo.
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ARTIGO 2 __________________________________________________________________ Alguns apontamentos para a pesquisa em livros de assentos de igrejas Vanderley de Brito
PARA ESTUDAR GENEALOGIA em livros de assentos de igrejas há inúmeros obstáculos que exigem do pesquisador uma capacidade antropológica de filtrar dados. Não basta apenas dominar a paleografia. Há tantos descaminhos que é necessária uma simbiose entre a leitura direta e a indireta, pois há fatos que só podem ser compreendidos na leitura das entrelinhas e um estudo do contexto social de época. Até a letra do padre deve ser analisada para entender o seu estado de espírito no ato do assento, sua personalidade e seu comprometimento com o assento. Pois há padres que não julgam necessário tal convenção trabalhosa e é muito comum encontrarmos repreensões escritas no corpo dos livros de assentos por bispos (quando estes vêm fiscalizar as paróquias) sobre relaxamentos com as anotações de assentos. Nota-se também o cuidado do pároco no transcrever de assentos na página posterior, sinal que a repreensão foi também verbal. Os livros de assentos não podem sair da igreja Matriz, desse modo, tudo que neles está escrito é de segunda mão e, muitas vezes, teve seu registro em assento em época posterior ao evento inscrito. Geralmente os padres deixavam para transcrever os eventos nos livros, como batismos, casamentos e óbitos, ao final do ano, e se observa casos de até dois ou três anos depois. Enquanto isso, a informação primária figurava como alfarrábios em uma velha e surrada agenda de campo que até o próprio pároco encontrava dificuldade em desvendar o que anotou. Isso se dava porque quando os párocos se deslocavam para atender nas inúmeras capelas da paróquia, o que só acontecia de tempos em tempos, em cada um desses lugares, há tanto tempo sem auxílio pastoral, os padres encontravam tanta sobrecarga de coisa para resolver que mal podiam encontrar a necessária calma para anotar o evento, pois ao mesmo tempo em que anotavam tinham de ouvir as demandas e queixas dos paroquianos. Desse modo, escreviam apressados no caderninho de campo e muitas vezes, aborrecidos, não davam ouvidos direito às informações. Nestas circunstâncias, naturalmente, informações era escritas erradas ou de modo tão ininteligível que na hora de transcrever em assento eram deturpadas. Outra coisa que merece ser investigada é a veracidade ou exatidão da própria informação dada, pois nestes interiores ninguém tinha documentos civis, quase todo mundo era tratado por apelidos e muitos nem sabiam seus nomes completos. Como as informações eram oferecidas por meio oral, era comum às pessoas darem um nome como sendo o seu ao padre numa visita pastoral e outro completamente diferente na visita seguinte. Lembrar datas também era outra dificuldade, os camponeses geralmente não sabiam ler ou escrever e para lembrar uma data de nascimento dos filhos, quando questionados pelo “santo padre” se balizavam por eventos, como dias santos e coisas do gênero: “ele nasceu na antevéspera do dia de santo tal”, “quando ele nasceu comadre fulana estava de resguardo de sicraninho”. Já quanto ao ano, este ainda era mais difícil para o homem do campo guardar, assim suas referências necessitavam de interpretação do pároco, como “nasceu na seca de 77”, “nasceu no ano que o padre tal assumiu a paróquia”, ou “quando o riacho tal botou cheia” e coisas assim. As precisões em datas são mais seguras em óbitos (só quando o padre realiza os sacramentos do defunto) e casamentos. Mas o problema dos nomes, que
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Historiador, Sócio fundador da SPA.
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é o que mais importa em se tratando de genealogia, este permanece e por isso precisa ser confrontado com outros assentos e também com registros cartoriais. Apesar de que estas confrontações, muitas vezes, geram mais problemas do que soluções.
“Pra mim é o fim de tudo isso”, diz Niéde Guidon sobre situação do Parque da Serra da Capivara
“EU ERA PROFESSORA EM PARIS, filha de pai francês e mãe brasileira, comecei a trabalhar no Brasil, fazia cursos com meus alunos e em 1992 o governo brasileiro pediu à França para me emprestar para que eu fizesse o projeto para proteção da Serra da Capivara, porque sendo patrimônio da humanidade é obrigação do governo brasileiro protegê-lo. Então a França me emprestou, vim para cá, fiz todo esse projeto. Deixei de morar em Paris para morar em São Raimundo Nonato para defender esse patrimônio e não consegui. Realmente um fracasso total”. Com essas palavras de desapontamento, a arqueóloga Niéde Guidon, diretorapresidente da Fundação Museu do Homem Americano e reconhecida pelo seu grande trabalho no Parque Nacional da Serra da Capivara, concedeu entrevista à Teresina FM falando sobre as dificuldades enfrentadas pela entidade. Em tom de desabafo, ela mostrou cansaço e decepção pela falta de empenho do Governo Federal para com o parque. Segundo ela, a situação está tão ruim que até o final deste ano a Fundação vai ter que fechar. “O problema que nós temos é que os recursos estão cada vez mais diminuindo. O deputado Paes Landim fez emenda, tivemos repasse do Iphan, mas infelizmente são recursos para obras, para compra de equipamento e nosso problema é o pagamento de pessoal. Nós já tivemos que demitir uma quantidade imensa de pessoas, é muito triste. A situação está de um jeito que até o fim do ano a Fundação vai ter que fechar. Nós tínhamos recursos da Petrobras, que enviava todo ano e podíamos manter o parque. Tínhamos também a compensação ambiental, em que as empresas cujo trabalho prejudica o meio ambiente eram obrigadas a pagar e muitas escolhiam a Fundação para fazer o repasse, como por exemplo, Chesf e Vale do Rio Doce. Mas o Lula teve a ideia de mudar a lei em 2008 e criar um Fundo em Brasília e sumiu tudo”.
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Niède Guidon – Teresina FM
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Niéde explica que havia 28 guaritas no Parque com pessoas trabalhando e cerca de 270 funcionários, mas a equipe foi reduzida para 40. A pesquisadora reafirmou ainda da falta que o aeroporto de São Raimundo Nonato faz e o tempo que se perdeu para que fosse construído. Atualmente, o parque tem recebido 25 mil turistas por ano. “O problema não é a pesquisa. Do ponto de vista científico, foi algo extraordinário, sempre contamos com o apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia, temos um museu que não existe outro igual na América do Sul. Agora se o aeroporto de São Raimundo Nonato tivesse pronto, que começou essa discussão desde 1987, teríamos 6 milhões de turistas e teríamos recursos para manter o parque. Todo o nosso projeto não precisaria do governo, porque o turismo manteria a região, inclusive traria dinheiro para o Piauí. Nós já tivemos firmas internacionais que queriam construir prédios, mas quando viram o aeroporto desistiram; é muito difícil trabalhar nessa situação”. A pesquisadora abordou a negligência do governo federal e questionou o fato de haver crise, mas não serem reduzidos cargos em Brasília. Ela alertou ainda para o fato de que se a Fundação fechar, o parque seria destruído. “Eu acho que eu me enganei pensando que no Brasil trabalhando corretamente poderia mudar a situação dessa região que conheci nos anos 80. Tudo que Equipe da SPA em visita à Serra da Capivara em 2011 - SPA poderia ter sido trazido para essa região para ter um status de primeiro mundo deu errado por causa desse aeroporto e de tudo que temos aqui no Brasil. A situação econômica no país realmente está terrível, mas existe maneiras de resolver o problema. A primeira coisa seria reduzir o número de ministérios que são 39. Porque aumentar impostos em vez de diminuir ministérios? São essas coisas que não entendo na maneira de trabalhar no Brasil. A pesquisa está comprovada, publicada, temos nosso acervo, o problema é que o parque seria abandonado. As pessoas vão entrar, caçar, vão tirar madeiras, muitas guaritas foram destruídas depois que tivemos que tirar os funcionários. Nesse parque nacional foram investidos mais de 4 milhões de dólares que a Fundação conseguiu com o Banco interamericano, com a França, Itália. Como disse a própria Unesco, é uma infraestrutura fantástica, isso pertence ao Brasil e vai ser destruído”. A arqueóloga diz que para a manutenção de toda a infraestrutura do Parque hoje seria preciso de no mínimo 400 mil reais por mês. Por enquanto a Fundação tem recursos, mas é necessário prever as indenizações, pois se não for restabelecido o financiamento normal o parque terá que ser fechado e os últimos funcionários demitidos. Ela diz que se fosse para recomeçar, não faria tudo de novo. “Eu acho que perdi realmente a minha confiança no Brasil, inclusive estou pensando que tenho que voltar para a França, porque aqui não deu certo. Estou com idade avançada, problema de saúde.
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Pra mim é o fim de tudo isso. Para me substituir tem pessoas da própria cidade que se formaram e fizeram pesquisa conosco e podem continuar o trabalho se tiverem coragem, mas sem dinheiro não podem fazer nada. E não tem nada a ver o fato de o Parque ser no Piauí, ele é nacional e é obrigação do governo federal, do qual sempre tivemos apoio, mas agora está em redução completa porque o Brasil está falido”. Do portal Teresina FM
Vandalismo ameaça inscrições em cavernas no interior do Paraná
NA REGIÃO DOS CAMPOS Gerais do Paraná, o vandalismo está apagando parte da história do estado. Inscrições rupestres, feitas em abrigos de pedra pelos primeiros habitantes da região, há milhares de anos, são alvo de riscos, feitos com lascas de pedra e também sofrem com a fuligem de fogueiras feitas pelos visitantes dos locais. O geógrafo e guia turístico Alessandro Chagas Silva fez um estudo das inscrições rupestres há 15 anos, quando apresentou o trabalho de conclusão de curso na faculdade. Fotos da época mostram que as inscrições eram bem visíveis nas pedras. “Eles [primeiros habitantes] usavam esse abrigo para pernoitar, para se proteger das intempéries”, diz. As imagens mostram animais como veados, emas e outros pássaros. A falta de cuidado é tanta que é possível também observar lixo espalhado nos abrigos. Embora haja placas alertando a importância da preservação, muitas pessoas ignoram os avisos e continuam apagando as memórias do estado. Segundo Silva, não é possível precisar a data das inscrições feitas nas pedras. Acredita-se que elas datam de 2 mil a 8 mil anos atrás. Ainda que a tendência seja que as inscrições se apaguem com o tempo, o geógrafo garante que a falta de cuidado dos visitantes está acelerando o processo. “Acho que deveriam preservar ao máximo esse rico patrimônio da região”, afirma. Do g1 PR, com informações da RPC. Veja matéria da RPC (http://g1.globo.com/pr/campos-geraissul/noticia/2015/07/vandalismo-ameaca-inscricoes-em-cavernas-no-interior-do-parana.html)
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RPC
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ARTIGO 3 __________________________________________________________________ Zé Ramalho na Pedra do Ingá Carlos Alberto Azevedo
EM NOITES DE LUA cheia, a Pedra do Ingá, o maior sítio arqueológico de arte rupestre da América Latina, é um profundo mistério adormecido. Seus caracteres parecem emitir sons sonsos, roucos e loucos: um eterno “decifra-me ou devoro-te”; desafiando arqueólogos. A Pedra do Ingá (dista apenas 87 km da Capital Paraibana) é, sem dúvida, o grande enigma da arqueologia préhistórica brasileira. Vários estudiosos, como Eric von Däniken, Leon Clerot, Gabriela Martin, Cyrus Gordon, Francisco Faria, Luiz Galdino, Gabriel Baraldi, Marcel Homet e Vanderley de Brito escreveram sobre as Itacoatiaras do Ingá – mas sem nenhuma conclusão à respeito dos misteriosos sinais gravados na Pedra. A arte rupestre de Ingá é uma pedra no meio do caminho dos préZé Ramalho e Lula Côrtes na Pedra do Ingá – ‘A Pedra do Ingá: historiadores. itacoatiaras na Paraíba’. Logo abaixo a capa do famoso disco – Relendo A Pedra de Ingá: blog ramalheando. Itacoatiaras na Paraíba (5ª edição) do historiador Vanderley de Brito, da Sociedade Paraibana de Arqueologia (SPA), encontro um registro interessantíssimo (assim mesmo, no superlativo absoluto): Vanderley, salienta a presença dos músicos Zé Ramalho e Lula Cortez na Pedra de Ingá do Bacamarte. “Em 1974, diz Vanderley de Brito, a Pedra do Ingá foi registrada no disco vinil “Paêbirú”, dos músicos Lula Cortez e Zé Ramalho. O disco, um clássico psicodélico do póstropicalismo que, além de acústicos destacam-se músicas como: “Nas paredes da pedra encantada”, “Pedra templo animal” e “Trilhas de Sumé”, todas dedicadas à Pedra do Ingá. Em termos de teoria arqueológica, o disco é expoente pioneiro de uma corrente mística sobre as inscrições do Ingá (...) Bem ao estilo de Zé Ramalho, “Paêbirú”, é onde a mitologia sertaneja (fantástica) se funde com a arqueologia.” De fato, o fantástico continua alimentando o folclore da Pedra do Ingá. Lenda e realidade andam de mãos dadas, desafiando a ciência arqueológica.
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Antropólogo, Vice-Presidente da SPA.
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Chamada de artigos para Revista Tarairiú
A REVISTA ELETRÔNICA TARAIRIÚ (issn 2179-8168) é uma publicação do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB (LABAP/UEPB), com sede em Campina Grande-PB, e surge como um novo meio de divulgação de pesquisas nos seguintes campos científicos: 1. História do povoamento pré-histórico e histórico da América Latina; 2. Arqueologia; 3. Paleontologia. 4. Espeleologia. As pesquisas e debates científicos nestas áreas compõe o objetivo da Revista que publica artigos inéditos, resenhas e entrevistas redigidos em português, inglês, espanhol ou francês. De periodicidade semestral, a Revista Tarairiú recebe contribuições em fluxo contínuo, de acordo com as Normas para Submissão. Para o próximo número, o prazo para envio é 15 de dezembro. A Revista Tarairiú possui Qualis B4 e sua denominação foi escolhida como uma homenagem a grande parte dos indígenas que habitaram os sertões nordestinos, sobretudo o interior da Paraíba, que foram os índios de vários grupos Tarairiú.
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– Mapa de atuação da SPA em Julho de 2015 –
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