Serra Branca: reunião do Instituto Histórico e Geográfico
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NO DIA 07 DE NOVEMBRO houve a 6ª reunião extraordinária de membros efetivos do Instituto Histórico e Geográfico de Serra Branca – IHGSB. O encontro foi realizado nas dependências da Casa de Cultura Cônego João Marquês Pereira e os trabalhos foram dirigidos por José de Sousa Pequeno (Prof. Zezito) Presidente da entidade, contando com a presença do Vice Presidente Prof. Juca além do Engenheiro André Braz, que dará uma contribuição ao Instituto desenvolvendo um projeto de restauração do prédio sede e uma maquete explicativa. O confrade Prof. Thomas Bruno que também é integrante do IHGSB também esteve presente. Como de praxe, após a reunião, os sócios fizeram uma visita técnica à futura sede da entidade, o antigo casarão da Fazenda Serra Branca, uma das construções mais antigas do município, que esteve às mãos da tradicional família Borba. (
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A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através da PróReitora de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), realizou entre os dias 11 e 13 de novembro, no Centro de Integração Acadêmica, no Campus de Bodocongó, o 22º Encontro de Iniciação Científica da Instituição. O evento, que há mais de duas décadas faz parte do calendário de atividades da Universidade, este ano teve como tema central “Ciência e Tecnologia PPrrooff.. JJuuvvaannddiieemmssaalala--SSPPAA Para o Desenvolvimento”. No XXII Encontro de Iniciação Científica da UEPB foram apresentados 426 trabalhos científicos resultados de projetos desenvolvidos na instituição com alunos bolsista de (PIBIC) e voluntários não bolsistas (PIVIC). Considerando que cada projeto pode incluir ate 4 subprojetos, estão envolvidos na Iniciação Cientifica mais de 1100 estudantes de nossa universidade que participaram do evento. Nos últimos anos a produção CCuurrssisisttaass--SSPPAA global da UEPB chegou à casa dos 3500 produtos técnico-científicos e deve-se destacar a significativa participação dos alunos bolsistas PIBIC e voluntários PIVIC nesse processo, muitos deles autores diretos de importantes publicações em revistas qualificadas em diferentes áreas. O encontro contou com minicursos, palestras e apresentação de trabalhos científicos nas modalidades painéis e oral. Reuniu profissionais de variadas áreas das ciências, professores e alunos e pessoas diversas interessadas na ciência, na tecnologia e no desenvolvimento. O Prof. Pós-Dr. Juvandi de Souza Santos, historiador e também arqueólogo, foi convidado pela coordenação do mesmo a ser palestrante de um dos minicursos, o qual fora intitulado: Tecnologias, Interdisciplinaridade a Serviço da Arqueologia na Reconstrução do Passado. A partir dos princípios de interdisciplinaridade, o professor explanou o quanto a disciplina científica da Arqueologia tem o mérito de muitos conhecimentos sobre a História da sociedade humana. Sua palestra foi considerada interessantíssima, tendo em vista o número de inscritos também, cerca de 40 alunos, tornando o professor um sucesso e conquistando novos corações apaixonados pela Arqueologia e Paleontologia Fonte: Blog do Museu de História Natural da UEPB.
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Encontro de Iniciação Científica da UEPB
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A Estação Ferroviária de Campina Grande é alvo de vandalismo
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Por Thomas Bruno Oliveira
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"Estação Ferroviária Nova" de Campina Grande, que foi invadido, arrombado e está sendo "depenado". Tudo o que pode ser rentável economicamente está sendo retirado por vândalos. O prédio foi construído em 1957 (momento do cinquentenário da chegada do trem à Campina Grande) e inaugurado em 1961 pela Rede Ferroviária do Nordeste (depois Rede Ferroviária Federal SA – DDeettaalhlheeddeeuummaaddaassppoorrttaassaarrrroommbbaaddaass--SSPPAA RFFSA) e é um dos mais destacados patrimônios históricos da cidade. Acreditamos que o saque (que pode ter se iniciado por vândalos) teve um caráter em seguida profissional, visto que os relógios da torre foram RETIRADOS, conforme as
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A CIDADE DE CAMPINA GrandePB tem perdido muito de sua arquitetura histórica. Marcos paisagísticos estão sendo perdidos, mutilados, destruídos e tudo isso às vistas das autoridades. Desta vez, foi alvo de uma intensa depredação o prédio da chamada
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fotografias e objetos grandes como carros de manutenção e peças de grandes dimensões foram levadas. Tudo ocorreu nesses últimos dias de outubro e início de novembro. As referidas imagens trazem uma porta de acesso arrombada e a ausência dos relógios. Fizemos uma denúncia ao Ministério Público Federal para que averigue o assunto e comunicamos os Institutos Históricos de Campina Grande e do Cariri Paraibano, além do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, o IPHAEP. No momento aguardamos uma averiguação do caso e a pronta reparação do dano patrimonial.
Prof. Josemir Camilo toma posse no IHGP
Na sexta-feira dia 13 de novembro, tomou posse como Sócio Efetivo do IHGP – Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, o Historiador Josemir Camilo de Melo que passou a ocupar a Cadeira 14, que tem como Patrono José Gomes Coelho e que se achava vaga em virtude do falecimento do Historiador Wellington Hermes Vasconcelos de Aguiar. O novo associado foi IIHHGGPP recepcionado pela Historiadora Lucia de Fátima Guerra Ferreira, Sócia Efetiva do IHGP, ocupante da Cadeira 31 que tem como Patrono Candido Firmino Mello Leitão. Prof. Josemir Camilo foi responsável pela criação do componente curricular ‘PréHistória’ no Campus II da Universidade Federal da Paraíba, hoje Campus I da Univ. Federal de Campina Grande – UFCG, tendo orientado alguns trabalhos na década de 1990. É um destacado historiador de Campina Grande. Na solenidade, o confrade Thomas Bruno esteve presente: “é com alegria que prestigiamos mais um evento de posse no IHGP e desta vez de um amigo de Campina Grande. O IHGP ganha bastante com a entrada do Camilo em seus quadros”, afirmou.
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Lúcia Guerra, Ailton Eliziário, Joaquim Osterne Carneiro, Maria Ida Steinmuller e Josemir Camilo de Melo - IHGP
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ARTIGO 1 __________________________________________________________________ Vierópolis, Darwin e macacos-prego Carlos Alberto Azevedo Antropólogo, Vice-Presidente da SPA, Sócio Efetivo do IHGP.
É meu destino Pedra e caminho IInnssccrriçiçõõeessrruuppeessttrreess nnaaSSeerrrraaddaassAArraarraass --SSPPAA Não esqueço jamais daquela "expedição" (2007) arqueológica à Serra das Araras, em Vierópolis, no Sertão da Paraíba. Fomos visitar os sítios arqueológicos de Vierópolis: Marisanta Nóbrega (Ibama), Carlos F. Pires (Ibama), Umbelino Peregrino (Iphan), Kleber Moreira (Iphan), C.A. Azevedo (Iphaep) e Paccelli Gurgel da Rocha (UFCG/Cajazeiras). A subida à Serra das Araras foi uma verdadeiras odisseia - está a 740 m de altitude, em pleno semiárido. Graças a nosso guia Caxico, mateiro exímio, conseguimos chegar até ao topo. Lá, desfrutamos de uma paisagem singular, singularíssima. Pensei: "O Sertão é o mundo"... Tinha razão João Guimarães Rosa. Será que o Sertão existe mesmo? Obnubilado pelo sol, pelo calor escaldante do meio-dia tropical, variei várias vezes, pensamentos vadios vagavam diante daquela paisagem inóspita, tristemente bela. Veio-me, então, à mente cenas de um filme: Paris, Texas. Por que Paris, Texas? Por que Wim Wenders? Por que João Guimarães Rosa? Obnubilado, obnubilado eu estava. Fotografamos os sítios rupestres. Todos vandalizados por leigos e arqueólogos. Profanados, simplesmente profanados. "Toda escavação arqueológica é destruição" - falei alto, sem querer. "Hein?" - exclamou Marisanta. "Nada" - respondi. O mateiro chamou nossa atenção para um bando de macacos-prego que viviam na Serra. "São mais inteligentes de que certos caboclos daqui" - disse ele. Pensei em Darwin, na origem das espécies, nos macacos-prego: 6,2 milhões de anos é o tempo que eles evoluíram... Será? Caxico disse: "As fêmeas atiram pedras nos machos para chamar atenção durante os poucos dias de duração do cio". "Incrível!!!" - exclamou Kleber. Eu já os conhecia - sabia de suas proezas na Serra da Capivara-PI. Eram macacos hábeis no uso de ferramentas. Utilizavam pedras para quebrar cocos. Evolução, adaptação, Darwin, assaltaram à queima roupa meus pensamentos. Desci da Serra das Araras resmungando: "Esse tal de Charles Darwin tinha toda razão...".
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Mercedes Sosa
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O GOVERNO DO ESTADO, por meio do Instituto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep), apreciou, nessa semana, o projeto de revitalização do antigo Cine Capitólio, localizado no Centro de Campina Grande. A apreciação do projeto ocorreu durante sessão ordinária do Conselho de Proteção dos Bens Históricos e Culturais (Conpec), órgão deliberativo do Iphaep, na CCinineeCCaappititóóliloio––LLigigiaiaCCooeelil,i,ppoorrttaallgg11 terça-feira (3). O Conselho acompanhou o posicionamento da relatoria unanimemente, indeferindo o projeto em decorrência deste não atender aos requesitos técnicos de proteção patrimonial de forma a descaracterizar o imóvel. Com o indeferimento, o Conpec espera que seja apresentado, com a urgência que o caso requer, um novo projeto que atenda as exigências do Parecer Técnico do Iphaep, notadamente no que se refere ao aumento indevido do gabarito da edificação. A diretora executiva do Iphaep, Cassandra Figueiredo, disse que a Prefeitura de Campina Grande deverá se adequar ao parecer técnico para a viabilidade do projeto, respeitando a legislação patrimonial vigente. “Trata-se de um imóvel tombado. Por isso, temos a obrigação, na condição de entes públicos, de protegê-lo de acordo com o que determina a lei. É preciso que se entenda que, nesse caso, o bem não deverá se adequar ao uso. O uso é que deverá se adequar ao bem”, destacou. Inaugurado em 20 de novembro de 1934, o Cine Capitólio é cadastrado pelo Iphaep desde 1978, sendo tombado em 2000. De acordo com a diretora executiva do Iphaep, o valor cultural do imóvel está no significado que ele tem para a memória coletiva. “É um bem que tem uma relação muito grande com Campina Grande. Por isso, temos que adotar todas as medidas necessárias para preservá-lo”, pontuou Cassandra Figueiredo. O Cine Capitólio deixou de funcionar em 4 de abril de 1999. O projeto – O projeto de revitalização da Prefeitura de Campina Grande tem como objetivo transformar o Cine Capitólio num “espaço multiuso voltado para o lazer cultural”. Ainda este ano, a direção do Iphaep, como representante do Órgão no Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Campina Grande (Compac), participou de duas sessões ocorridas nos dias 10 de fevereiro e 16 de abril, para discutir a requalificação do Cine Capitólio. Na ocasião, Cassandra Figueiredo defendeu a utilização do prédio do antigo Cine Capitólio como um espaço multicultural, inclusive tendo votado a favor da referida proposta, contanto que o projeto arquitetônico respeitasse a legislação patrimonial vigente e as deliberações quanto à preservação do patrimônio cultural, tendo como exemplo a consagrada Carta de Veneza. Fonte: Portal do Governo da Paraíba
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Governo do Estado da Paraíba aprecia projeto de revitalização do Cine Capitólio em Campina Grande
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ARTIGO 2 __________________________________________________________________ Enigmas ancestrais da Serra de Bodopitá Thomas Bruno Oliveira
Os inúmeros registros arqueológicos dispersos por todo o território paraibano atestam que sociedades préhistóricas de complexas culturais se estabeleceram na região por milênios. No entanto, pouco se sabe a respeito destes povos, principalmente em se tratando do território onde hoje encontramos a Paraíba, onde as pesquisas em arqueologia ainda estão em amadurecimento. Contudo, o Estado apresenta inúmeras regiões arqueológicas onde existem conjuntos de testemunhos em uniformidade sistemática, nomenclaturados pelos arqueólogos André Prous (‘Arqueologia Brasileira’ - 1992) como áreas arqueológicas e Gabriela Martin (‘Pré-História do Nordeste do Brasil - 2005) como ‘Enclaves Arqueológicos’. Um destes enclaves é a Serra de Bodopitá (cadeia de serras que se alonga continuamente por aproximadamente 45km, nascendo, seguindo o sentido oeste-leste, na margem esquerda do riacho Bodocongó, limite municipal entre Caturité e Queimadas, e se estende até a localidade de Serra Velha, que serve de limite territotial entre Itatuba e Ingá), cordilheira que emoldura a face sul de Campina Grande e que seguramente se enquadra neste conceito. Para os leitores que estiverem no centro de Campina, ou nas porções mais altas da cidade, podem observar o horizonte no sentido do Açude Velho. Ali, verão um gigante azulado que imponente se estende de oeste a leste, formando uma imensa muralha. Em 2006, juntamente com o arqueólogo e Prof. da UEPB Juvandi de Souza Santos e o Historiador Prof. Vanderley de Brito, tive a oportunidade de ter como objeto de pesquisa esta cordilheira. Percorremos os seus 45 quilômetros de extensão para levantarmos as ocorrências visíveis da presença e/ou passagem de grupos pré-históricos na região. Surge deste trabalho o livro ‘Serra de Bodopitá: Pesquisas arqueológicas na Paraíba’(2006) que reúne 18 sítios arqueológicos ao longo da Serra, sendo destes 17 de inscrições rupestres e uma necrópole indígena. O destaque da obra é o ineditismo, pela primeira vez na Paraíba, o patrimônio arqueológico de uma região, neste caso a cordilheira de Bodopitá, é sistematizado e enquadrado nas perspectivas teóricas vigentes na pesquisa arqueológica brasileira. Após a publicação, nos chega através das expedições empreendidas aos municípios de Queimadas e Fagundes, diversas informações de novas ocorrências arqueológicas, prova inconteste de que a obra não encerra o patrimônio pré-histórico da Serra, até porque o que está oculto no sedimento, no subsolo, não foi considerado. Mediante estas novas informações e achados, iremos prospectar estes lugares, sistematizar os dados e certamente publicar uma segunda edição desta obra que buscará desvendar os enigmas ancestrais da Serra de Bodopitá.
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Mestre em Historia, Sócio efetivo da SPA e do IHCG.
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Chamada de artigos para Revista Tarairiú
A REVISTA ELETRÔNICA TARAIRIÚ (issn 2179-8168) é uma publicação do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB (LABAP/UEPB), com sede em Campina Grande-PB, e surge como um novo meio de divulgação de pesquisas nos seguintes campos científicos: 1. História do povoamento pré-histórico e histórico da América Latina; 2. Arqueologia; 3. Paleontologia. 4. Espeleologia. As pesquisas e debates científicos nestas áreas compõe o objetivo da Revista que publica artigos inéditos, resenhas e entrevistas redigidos em português, inglês, espanhol ou francês. De periodicidade semestral, a Revista Tarairiú recebe contribuições em fluxo contínuo, de acordo com as Normas para Submissão. Para o próximo número, o prazo para envio é 30 de janeiro de 2016. A Revista Tarairiú possui Qualis B4 e sua denominação foi escolhida como uma homenagem a grande parte dos indígenas que habitaram os sertões nordestinos, sobretudo o interior da Paraíba, que foram os índios de vários grupos Tarairiú.
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– Mapa de atuação da SPA em Novembro de 2015 –
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