Monumento é erguido em Ingá-PB
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MONUMENTO EM HOMENAGEM ao conjunto rupestre da Pedra do Ingá é erguido na entrada da cidade do Ingá por iniciativa do confrade da SPA Dennis Mota Oliveira. Desde quando se filiou à Sociedade Paraibana de Arqueologia e se tornou guia turístico em seu município, Dennis alimentou o sonho de construir um monumento na cidade para homenagear o sítio arqueológico Pedra do Ingá. O tempo passou e o pesquisador e artista plástico recolheu sua idealização por não ter como fazê-la sozinho até que, em uma das inúmeras visitas semanais à Pedra do Ingá, esteve o empresário Sérgio da Costa Santos. O visitante maravilhado com a explanação do Dennis sobre este
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“Dennis, pode tocar o projeto que eu irei bancar”. Inicialmente, o monumento alusivo às inscrições da Pedra do Ingá seria erigido na bifurcação entre o caminho do sítio arqueológico e o município de Mogeiro. Em contato com a Prefeitura Municipal do Ingá, ficou acordado que o monumento deveria ser feito na cidade e a edilidade daria uma contrapartida, e assim aconteceu: a Prefeitura fez a giratória e uma base de concreto na entrada da cidade e o monumento foi construído pelo próprio Dennis Mota, de maneira voluntária. As obras se iniciaram dia 05 de dezembro. A giratória possui 6m de diâmetro e o monumento 4m de largura por 3m de altura. Em correspondência ao Dennis, Sérgio escreveu sobre o projeto o seguinte: “Me chamo Sérgio da Costa Santos, sou carioca e tenho dupla nacionalidade Brasileiro e Português. Sou empresário no setor alimentício no Rio de Janeiro no segmento de Candies, atuo também em outros setores no RJ como o imobiliário e de taxis. Tenho 42 anos, Administrador formado a quase 20 anos e tenho participação numa fazenda em Salgado de São Félix de um Primo. Meu interesse nas Itacoatiaras surgiu após observar com outros olhos o que você
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Bastidores da construção - SPA
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monumento arqueológico, buscou mais informações acerca da cidade e da importância da Pedra do Ingá para o país, foi neste momento em que a ideia do monumento foi ressuscitada. O sr. Sérgio não entendia o porquê que a cidade não dava o tratamento que aquele patrimônio merece e pediu que Dennis esboçasse um projeto com orçamento e o enviasse para análise; de pronto, foi o que o confrade da SPA fez. Dias após, a resposta:
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colocava durante a apresentação guiada. Ali pude notar um potencial adormecido e um desconhecimento grande de todos nós brasileiros quanto ao nosso passado. Sabendo de suas qualidades de escultor resolvi somar forças com você, diego, e djan. Assim o fizemos e com a graça de Deus e de todos engajados no projeto Ingá recebeu essa homenagem e pode então se abrir a novas possibilidades turísticas e culturais podendo entrar no circuito cultural da minha querida Paraíba. Esse é um pequeno resumo de como chegamos até aqui. Forte abraço e sucesso.”
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O sítio arqueológico Pedra do Ingá ganha uma homenagem e o município do Ingá-PB um monumento que certamente será alvo de inúmeras fotografias a todos aqueles que visitarem a cidade. OOmmoonnuummeennttooaannooititee--SSPPAA (
O ANO DE 2015 foi o ápice de uma estiagem que vem se prolongando por quatro anos na região Nordeste do Brasil causando danos à população. Na Paraíba, inúmeras cidades estão em colapso total de abastecimento de água. Até aí nenhuma novidade, pois as estiagens são comuns na região setentrional do Nordeste (o chamado “Polígono das Secas”). No entanto, este ano em específico, a seca ceifou a vida do único AAnntteesseeddeeppooisis,,ooIInnggaazzeeirirooddeeIInnggáá--SSPPAA ingazeiro que existia no município de Ingá. Tratava-se de um ingazeiro já de porte médio e cuja muda foi trazida da região do brejo pelo ativista cultural Daniel Duarte Pereira e plantada nas proximidades da Pedra do Ingá, uma vez que o município, apesar de ter seu nome alusivo a esta planta leguminosa, há muito tempo não dispunha de qualquer espécie do gênero ingá nativa em seu território.
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Triste fim do ingazeiro de Ingá
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A arvorezinha foi plantada nos arredores do prédio de apoio existente no complexo da Pedra do Ingá e ficou aos cuidados do Sr. Renato Alves, que teve o cuidado de regar a muda constantemente até ela atingir o porte em que este cuidado não fosse mais necessário. Todavia, a seca que vinha se prolongando por quatro anos foi demais para a arvorezinha, que não é adaptada ao semiárido. A água que abastece o prédio de apoio do complexo do Ingá é entregue por carro pipa de modo irregular e as remessas são pagas. Desse modo, não é possível regar diariamente uma árvore já num porte que exija pelo menos uma quantidade significativa de água por dia, mesmo que esta seja a árvore símbolo do município. Foi-se assim o triste fim do Ingazeiro de Ingá.
Uma suposta inscrição rupestre em Esperança-PB EM DEZEMBRO, os ativistas culturais da cidade de Esperança e fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Esperança, Rau Ferreira e Evaldo Brasil, foram notificados da presença de uma inscrição antropomorfa desenhada numa pedra situada próximo do local onde se está construindo a Vila Olímpica de Esperança, próximo ao Campus do também em construção IFPB. Os pesquisadores foram até o local, mas verificaram que a tinta escura com a qual o desenho foi feito não se assemelhava a uma inscrição rupestre, se desfazendo facilmente e, portanto, seria uma brincadeira recente feita à carvão. Não era nada de relevância histórica, mas congratulamos os estudiosos Rau e Evaldo EEqquuipipeeeemmccaammppoo––RRaauuFFeerrrreeiriraa pela importância que deram ao fato e pela diligência ao local, pois é importante haverem interessados em patrimônio nas cidades interioranas, esquecidas dos órgãos fiscalizadores, que lutem pela preservação e zelo do patrimônio histórico-cultural local.
NO DIA 14 DE DEZEMBRO uma equipe da Associação Paraibana de Astronomia, formada por Marcelo Zurita, Marcos Jerônimo, Ana Leticia e Renato Bandeira, estiveram na Pedra do Ingá fazendo o monitoramento e a captura de imagens e vídeos da chuva de meteoros geminídeas, que ocorreu nesse dia. EEqquuipipeeddaaAAPPAA –– TToommaazzPPaassssaammaannii
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Meteoritos vistos da Pedra do Ingá
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ARTIGO 1 __________________________________________________________________ Como formar um arqueólogo na Paraíba Erik Brito
O BRASIL É UM DOS PAÍSES ricos em cultura material, por onde se anda neste imenso país é possível perceber uma extrema diversidade de vestígios matérias, tanto históricos quanto pré-históricos, diversidade essa que é lentamente esquecida e abandonada por sua população e administradores. Felizmente, ainda existem alguns “loucos” que veem importância no salvamento e registro dessas memórias físicas de culturas passadas, são, geralmente, historiadores, geógrafos, biólogos, antropólogos e até médicos ou simples curiosos, todos utilizando de seus conhecimentos e habilidades particulares para estudar e preservar o passado a partir de sua cultura material. Mas quando você resolve levar essa “loucura” a um patamar mais avançado, objetiva ser um arqueólogo, o que fazer? Há fontes que informam que abrirá mais um curso de graduação (bacharelado) em arqueologia, dessa vez na Unimes (universidade particular), será o primeiro curso de arqueologia do estado de São Paulo e terá sua primeira turma em 2016. No Brasil, de forma geral, existem quatorze universidades que disponibilizam cursos de graduação em arqueologia. No entanto, apenas onze oferecem o título de arqueólogo: UFS (Laranjeiras – SE), FURG (Rio Grande - RS), PUC GO (Goiânia – GO), UFPI (Teresina – PI), UNIR (Porto Velho – RO), UFOPA (Santarém – PA), UFPE (Recife - PE), UERJ (Rio de Janeiro – RJ), UEA (Manaus – AM), UNEB (Paulo Afonso – BA) e a Unimes (Santos SP). Todos esses cursos são relativamente novos, foram criados a partir de 2005 e dentre os mais bem avaliados pelo MEC, a UFS possui a maior nota. Outras universidades fazem planos para obterem o curso, mas ainda não efetivaram: UFMA, UFCA, UNESP e USP. Em relação ao mestrado e doutorado o número de universidades é menor: USP, UFS, UFRJ e UFPE dispõem de ambas pósgraduações, enquanto a UFPI disponibiliza apenas de mestrado. Outras universidades possuem cursos de antropologia com concentração e habilitação em arqueologia, tanto para a graduação quanto para o mestrado e doutorado: UFMG, UFPA e UFPEL. Entre os estados da Federação, a Paraíba é um dos que mais possui sítios arqueológicos registrados e também universidades públicas, são quatro, com campus espalhados por todo o estado. Entretanto, nenhuma delas possui qualquer direcionamento voltado para a arqueologia, mesmo sendo a Paraíba a terra da internacionalmente afamada Pedra do Ingá, além de mais de 600 sítios arqueológicos préhistóricos já identificados, entre inscrições rupestres, campos líticos, vestígios cerâmicos, cemitérios ameríndios e “chãos de terras pretas” de antigos aldeamentos. Desse modo, os paraibanos que desejam assumir alguma qualificação acadêmica direcionada ao campo se veem na obrigação de migrar para outros estados, especialmente Pernambuco e Sergipe, pela maior acessibilidade, ou, na pior das hipóteses, desistir. A questão é que a inviabilidade de se estudar em outro estado, para muitos, desestimula o anseio, nos reportando para o título desse texto em forma de indagação.
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Presidente da SPA.
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APROVEITANDO O PERÍODO de estiagem, várias prefeituras da região Semiárida agem no sentido de fazer a limpeza de pequenos barreiros, tanques, lagoas e açudes, retirando o sedimento e aumentando a capacidade para o próximo período invernoso. Temos ações por exemplo em Campina Grande, cujo Secretário de Agricultura – Sr. Fábio Agra Medeiros – afirma ter limpado cerca de 400 reservatórios entre barreiros, tanques e pequenos açudes, além da programação para o corte de terras. Outro município que promove ações desse tipo é o de Ingá onde no último dia 03 de dezembro executou a limpeza da lagoa dos Custódios, que aliás se trata de uma Lagoa Pleistocênica de onde foram retirados, nos idos da década de 1990, os fósseis existentes no Museu de História Natural do Ingá. O Secretário de Turismo – Sr. IImmaaggeennss ddoololoccaall––VVaavvááddaaLLuuzz Vavá da Luz – esteve acompanhado do confrade da SPA Dennis Mota e do guia turístico Antônio Marcos. Em seu blog pessoal, fez o seguinte relato: Pois bem, em lá chegando me deparei com uma população carente e sedenta, que com a nossa presença emanava em cada olhar um brilho de esperança e de agradecimento. Lá ficamos por quatro horas consecutivas, debaixo de um sol escaldante, acompanhando e orientando o operador nos seus serviços. E para nossa felicidade e do povo daquele pequeno povoado, depois de horas e horas de trabalho, vimos brotar do solo a água que tanto sonhavam e eu fiquei matutando: um pouquinho mais de organização e vontade política resolveríamos centenas de problemas como este. Apesar de ser sua obrigação, parabéns e obrigado ao Prefeito Manoel da Lenha pela grande iniciativa, que continue sendo bem assessorado na solução de problemas como tal. Com informações do portal da PMCG e do Blog Vavá da Luz.
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Limpeza de reservatórios é a tônica durante estiagem
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ARTIGO 2 __________________________________________________________________ Cadê os negros? Carlos Alberto Azevedo Antropólogo, Vice Presidente da SPA e sócio do IHGP.
O "DISCRETO" racismo da chamada elite branca de São Paulo & cia ignora até hoje o verdadeiro papel do negro na sociedade brasileira. Ele continua "invisível", ocupando o seu espaço secular de serviçal. Não é assim que o negro aparece nas novelas da Globo? A sociedade Catracalivre patriarcal de certa forma, evitava também o contato visual com o negro - discriminação pelo olhar. Lembrome de uma gravura de Jean Batiste Debret em que retrata o jantar (Le Diner). Vê-se uma família abastada jantando no Rio de Janeiro do século XIX. Na gravura, só a sinhá notou a presença de dois negrinhos ao pé da mesa. Ela ilustra o texto "O jantar no Brasil", de Debret. Em 1960, Jean-Paul Sartre e Simone Beauvoir estiveram no Brasil. Visitaram o Rio de Janeiro e Recife. Durante a estadia de Sartre e Simone no Rio, uma grã-fina de esquerda (existe?) ofereceu-lhes um jantar com a presença de imortais da Academia Brasileira de Letras e artistas famosos. Lá pras tantas, depois de Sartre ter bebericado bastante, ele olhou para a grã-fina e gritou: "Onde estão os negros?"
"Ora, os negros como os pobres, deveria saber esse Sartre inteligente, estavam em sua volta (...): servindo à mesa, fazendo a comida, e renovando as doses de uísque" concluiu o antropólogo Roberto DaMatta, autor do texto "De Sarte a Paglia", que me serviu de referência. Nem Sartre viu os negros que estavam em sua volta... Imaginem!!!.
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O Cônsul da França tentou acalmá-lo. Mas a pergunta incômoda ainda pairava no salão: "Onde estão os negros?"
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Lançamento do livro “Terra de Tataguaçu”
NO DIA 05 DE DEZEMBRO ocorreu na cidade de Queimadas-PB, no Colégio Ernestão, o lançamento do livro “Terra de Tataguaçu”, do autor José Ezequiel Lopes. A obra é resultado de doze anos de pesquisas em documentos diversos sobre o município de Queimadas, uma obra fundamental para a História da região que reúne apontamentos inúmeros da História local. O evento de lançamento contou com a presença de inúmeras autoridades e estudiosos locais, representando a SPA estiveram no evento o presidente, Professor Erik Brito, e o confrade Vanderley de Brito, que discursou na tribuna.
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– Mapa de atuação da SPA em Dezembro de 2015 –
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