IPHAEP e Arquidiocese da PB discutem patrimônio cultural do Estado da Paraíba
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O GOVERNO DO ESTADO da Paraíba, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep), se reuniu com representantes da Arquidiocese da Paraíba, na tarde de quarta-feira (3/2), com o objetivo de discutir parcerias para implantar ações preventivas e coercitivas que garantam a preservação do patrimônio cultural de propriedade da igreja.
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O arcebispo metropolitano da Paraíba, Dom Aldo de Cillo Pagotto, presente à reunião, enfatizou que a igreja necessita de orientação e principalmente de apoio dos órgãos de preservação e da sociedade como um todo, para evitar a depredação do patrimônio cultural e religioso da Arquidiocese da Paraíba. “É dever de todos preservar esse patrimônio. Não podemos deixar que ações de vandalismo possam destruir o patrimônio que é de todos”. O arcebispo esteve acompanhado do monsenhor Ednaldo Araújo dos Santos, do coordenador de patrimônio, Walter Paiva, e do assessor de patrimônio, Augusto Morais. A diretora do Iphaep, Cassandra Figueirêdo, elogiou e destacou a grande disponibilidade e interesse da Arquidiocese da Paraíba em participar conjuntamente com o Instituto, de ações preventivas de preservação do patrimônio religioso. “Ficamos muito felizes com o rápido atendimento do nosso chamado, e mais ainda, com o interesse da igreja, que detém um grande acervo de bens culturais de importância histórica no nosso Estado, em caminharmos juntos na construção de ações voltadas à educação patrimonial. A Arquidiocese é primordial no processo de educação patrimonial das igrejas, seja como agente propagador da preservação, bem como guardiã deste patrimônio. Nosso objetivo é unir toda a sociedade no intuito de garantir a memória da história, cultura e arte do Estado da Paraíba”. Na reunião, foram firmados compromissos de parcerias para a realização de formações direcionadas aos padres e religiosos, para que esses bens permaneçam com as características que os tornaram patrimônio cultural, e assim, não sejam descaracterizados nem destruídos, e a participação da Arquidiocese na programação das atividades desenvolvidas durante a Semana do Patrimônio Cultural e nas diversas atividades educativas. Por solicitação da arquidiocese, o Iphaep irá realizar também uma reunião com a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros no sentido de estender ações que dizem respeito à segurança e prevenção de incêndio nessas edificações. Fonte: Portal do Governo da Paraíba. (
A PARTIR DE 31 de dezembro, a visitação à Pedra do Ingá foi suspensa para reformas. Serão reformados os banheiros, o telhado e forro do prédio de apoio do complexo, entre outras melhorias na estrutura física do prédio, com objetivo de receber melhor os visitantes. A obra está sendo realizada pelo Governo do Estado e só se concretizou depois de muita esforço por parte da equipe da Secretaria de Turismo do município.
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Reforma será feita na estrutura turística da Pedra do Ingá
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SERES HUMANOS modernos tiveram cruzamentos com neandertais muito antes do que se pensava, afirmam pesquisadores. Traços de DNA humano encontrados em um genoma neandertal sugerem que começamos a nos misturar com nossos extintos parentes há 100 mil EEnnttrreessssaannggleleDDaayynneessSSPPLL anos. Imaginava-se até então que as duas espécies haviam se encontrado pela primeira vez quando humanos modernos deixaram a África, há cerca de 60 mil anos. O estudo foi publicado na revista científica Nature. Para Sergi Castellano, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, a descoberta é "significativa para o entendimento da história de humanos modernos e neandertais". Resquícios de uma neandertal fêmea, encontrados em uma caverna remota nas montanhas Altai, na Sibéria (Rússia), foram a fonte das revelações sobre a vida sexual de nossos ancestrais. Uma análise genética revelou presença de porções de DNA humano dentro do genoma da neandertal, indicando um cruzamento de espécies há 100 mil anos. Pesquisas anteriores haviam sugerido que esses cruzamentos com nossos parentes corpulentos e de sobrancelhas proeminentes tinham começado quando humanos deixaram a África e começaram a se espalhar pelo mundo. Ao deixar o continente, eles encontraram e tiveram cruzamentos com os neandertais, que viveram ao longo da Europa e da Ásia. Genes neandertais desses encontros são encontrados em humanos hoje, e estudos recentes indicam que essas porções de DNA exercem papel em tudo, de nosso sistema imunológico à propensão a doenças. Mas esse achado recente de um fluxo de genes na direção oposta, de humanos a neandertais, sugere que os cruzamentos estavam acontecendo milhares de anos antes. O impacto desses genes sobre os neandertais ainda não é claro. A descoberta, no entanto, amplia o entendimento sobre a história da migração humana.
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Sexo entre humanos e neandertais 'ocorreu 40 mil anos antes do que se pensava'
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Se os primeiros humanos estavam mantendo relações sexuais com neandertais há 100 mil anos, isso deve ter ocorrido fora da África, porque não há vestígios dessa espécie extinta no continente africano. E isso significa que esses humanos deixaram a África antes da grande dispersão que ocorreu ao menos 40 mil anos depois. A conclusão reforça a ideia de que houve incursões humanas precoces para fora da África. Outra evidência recente inclui a descoberta de fósseis de humanos em Skhul e Qafzehm em Israel, e pesquisas indicam que pessoas viviam na China há 80 mil anos. "Creio que qualquer lugar no Sudeste Asiático pode ter sido ter sido o lugar desse cruzamento, já que não sabemos ao certo como neandertais e primeiros humanos modernos poderiam ter estado nas regiões entre a Arábia e a China nesta época", disse Chris Stringer, chefe de pesquisa em origem humana no Museu de História Natural de Londres. "No momento simplesmente não sabemos como esses cruzamentos ocorreram. As possibilidades vão de trocas de parceiros relativamente pacíficas a um grupo atacando o outro e roubando fêmeas (o que ocorre com chimpanzés e humanos caçadores-coletores) e adoção de bebês órfãos." Para Stringer, estudos genéticos eventualmente poderão mostrar "se a transferência de DNA na outra direção foi sobretudo por meio de machos, fêmeas ou na mesma proporção, mas será preciso muito mais informação antes disso." Fonte: Rebecca Morelle. BBC News Brasil.
Os historiadores Vanderley de Brito e Thomas Bruno Oliveira – uma dupla que vem produzindo há mais de uma década – estão organizando um livro sobre as pesquisas arqueológicas do padre Luiz Santiago nas regiões do Seridó e Curimataú paraibano desde a década de 1930. O trabalho pretende reunir inúmeros desenhos de inscrições rupestres recolhidos a punho pelo padre (com anotações manuscritas), um material que foi passado pelo próprio padre à arqueóloga Ruth Trindade de Almeida em princípios dos anos 1970 e foi repassado pela pesquisadora aos historiadores há alguns anos. Vanderley e Thomas pretendem escanear todos os SSPPAA desenhos, digitalizar os manuscritos e acrescentar notas explicativas a cada sítio visitado pelo padre, uma vez que já realizaram levantamento de 97% dos sítios em estudo. O material será recolhido em livro, com o título provisório de “As pesquisas arqueológicas de Padre Luiz Santiago na Paraíba”, e deverá vir a público ainda no ano de 2016.
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Biografia arqueológica do Padre Luiz Santiago
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ARTIGO 1 __________________________________________________________________ Granja Santana: Um Lugar de Memória Carlos Alberto Azevedo Antropólogo, Vice-Presidente da SPA, Sócio Efetivo do IHGP.
EM QUALQUER CIDADE do mundo, grande, média ou pequena há lugares que são por si mesmos uma referência cultural, acenam para a memória identitária, histórica. Esses lugares, "Lugares de memória" - a expressão é de Pierre Nora: Les Lieux de Mémoire podem ser tanto um sítio histórico importante, como também uma fazenda. São lugares preservados pela população local, pois ela sente a necessidade de salvaguardar os lugares de memória. De certa forma, o(s) lugar(es) de memória são bens patrimoniais, estão inseridos num espaço onde houve acontecimentos relevantes que marcaram uma época. No caso em pauta, temos a antiga Granja, localizada no bairro de Miramar, que serviu (e serve ainda) de residência oficial para muitos governadores do estado da Paraíba. Nela residiram João Agripino, Ernâni Sátiro, Ivan Bichara, Tarcísio Buriti, Wilson Braga, Ronaldo Cunha Lima, Cícero Lucena, Antônio Mariz, Cássio Cunha Lima, José Maranhão e Ricardo Coutinho. Quase todos esses homens públicos participaram ativamente da nossa história política e social, da ditadura à redemocratização. Como se sabe, a Granja Santana tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba - IPHAEP, em 2010, foi palco de muitos encontros políticos que, de certa forma, decidiram o rumo da Paraíba. Só por ter sido residência oficial de políticos importantes ela tem aura - detém àquela força de certos e determinados lugares singulares. Assim, ela faz parte já da nossa memória histórica e política. A Granja Santana tornou-se um "Documento /Monumento" (Le Goff, História e memória, 1996). O solar onde o presidente João Pessoa viveu apenas alguns meses, na Praça da Independência também é "Documento /Monumento".
Sabe-se que os lugares de memória não devem ser avaliados apenas pelas suas características arquitetônicas originais, isto é, os imóveis que estão no entorno e o seu estilo - o que define o seu reconhecimento é a ação histórica que se desenvolveu na área, pois também devemos preservar o "Documento /Monumento" - a memória do lugar.
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Muito semelhante à Granja Santana é a Granja do Torto, em Brasília: um "Documento /Monumento" vivo que conta parte da história política brasileira. Serviu de morada para ex-presidentes como João Goulart e tantos outros. Hoje é a residência da presidente Dilma Roussef. Na Granja, Dilma recebe estadistas estrangeiros e faz algumas reuniões ministeriais importantes.
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Instituto Histórico e Geográfico de Serra Branca celebra um ano de fundação
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NA NOITE DE SÁBADO (dia 23 de janeiro) o Instituto Histórico e Geográfico de Serra Branca “Casa Dias Borba” realizou sessão solene celebrando seu primeiro ano de fundação. O evento ocorreu na Escola Wasconcelos Brandão, no centro de Serra Branca, e contou com a presença de várias autoridades no campo das Ciências Históricas e Geográficas, bem como professores da UFPB e UFCG. A cerimônia contou também com a presença da secretária de Assistência Social do município Janeide Franco e da secretária de Educação Maria José Bezerra que não pode comparecer e foi representada pela sua filha Petrushka Bezerra, dentre outros sócios presentes.
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Na oportunidade foram nomeados e declarados empossados os membros que vão ocupar as 65 primeiras cadeiras da Academia da instituição. Para cada uma das 65 cadeiras, os fundadores escolheram os respectivos patronos, homenageando personalidades que marcaram a história e cultura serrabranquense, antes da fundação da Academia. O IIHHGGSSBB presidente da instituição afirma que posteriormente este número pode vir a crescer. Ao final da solenidade, o técnico em construção civil André Braz fez a tão esperada apresentação do projeto de reforma/restauro do “Casarão das Borba”, futura sede do IHGSB. A reunião foi presidida pelo presidente da Instituição, o IIHHGGSSBB professor José Pequeno (professor Zezito). Fonte: ihgsb.com
NA ÚLTIMA SEMANA de janeiro, dia 27, os assessores de parlamentares, Vaumik Ribeiro e Tércio Dantas, do Senado Federal, visitaram a Sede Administrativa do Geopark Araripe. Ambos estavam de passagem pelo município do Crato, devido a agenda de reunião com a Reitoria da Universidade Regional do Cariri, cujo objetivo foi discutir alguns projetos da URCA. Após a Visita dos assessores parlamentares Vaumik Ribeiro e Tércio reunião, foram convidados a conhecer a Visita dos assesDsoarnetasspdaorlaSmeneandtoarFeesdVearaulm–ikGReiobpeairrok eArTaérricpieo Dantas do Senado Federal – Geopark Araripe Sede do Geopark Araripe e entender um pouco sobre o Parque que abrange um território com mais de 3 mil km² e que envolve 6 municípios do Estado do Ceará. Os assessores foram recebidos pelo Diretor Executivo do Geopark Araripe, Sr. Francisco Idalécio Freitas e pelo Prof. Doutor em Paleontologia da URCA, Antonio Álamo Feitosa Saraiva. Fonte: GeoNews 2ª edição 2016
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Geopark Araripe Recebe Visita de Assessores de Parlamentares
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ARTIGO 2 __________________________________________________________________ Artefatos de pedra lascada na Paraíba Vanderley de Brito Historiador, Sócio fundador da SPA.
É relativamente frequente na Paraíba achados de utensilagem obtidas a partir do lascamento de pedra. O conjunto destes achados em contexto dá-se o nome genérico de indústria lítica, um local onde encontram-se desde simples lascas não retocadas até requintadas pontas de projétil que revelam a habilidade técnica destes artesãos préhistóricos e a importância destes artefatos para a vida cotidiana num passado remoto. Esta indústria primitiva produzia facas, raspadores, buris, furadores, percutores, e pontas de projétil, feitas por pressão ou desfechos de golpes sobre matéria-prima variável, que podia ser o quartzo, o quartzito, o sílex, a calcedônia, o arenito silicificado e outras rochas silicosas. Pois a matéria-prima precisava ser abundante, acessível, dura e adequada para produzir gumes cortantes. Dentre estas, na Paraíba a pedra mais utilizada para a manufatura de lascamento foi a calcedônia, um mineral constituinte de rocha. Sua escolha deve-se a grande riqueza de jazidas deste material na região e, assim como o sílex, também é perfeita para a manufatura deste instrumental. Leon Clerot afirma que na região dos Tabuleiros da Paraíba esta matéria é abundante e que as diversas galerias subterrâneas existentes nesta região são minas de sílex da indústria lítica pré-histórica. Os blocos selecionados, os quais chamamos de núcleos, eram feridos num determinado ponto de percussão através de um percutor (geralmente seixos de arenito silicificado) ou pressionados com um objeto pontudo para destacar sucessivos fragmentos a serem retocados, principalmente as bordas, de maneira apropriada afim de transformar ou ajustar suas formas e torna-los implementos com bordas cortantes e resistentes para serem utilizados como pontas de flechas ou lanças elaboradas com pedúnculos, gumes denticulados ou foleáceos, e outros objetos com propriedade de carnear a caça.
Até o presente já identificamos sítios de indústria lítica nos municípios de Cabaceiras, Boa Vista, Campina Grande, Algodão de Jandaíra e Cuité. Por serem sítios que exige acurada perícia para sua identificação, pois a inexperiência pode tomar por artefatos fragmentos de pedra produzidos por fenômenos naturais, estes achados tornam evidente que numerosos grupos de caçadores pré-históricos povoaram o território paraibano.
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Estes artefatos remontam os mais antigos grupos humanos que se instalaram no território, que caracterizavam-se por serem caçadores e coletores nômades. Assim, a arqueologia, para compreender esta indústria lítica, estuda os implementos esporádicos de sobras de lascamento que são os percutores, os núcleos e a utensilagem, para tentar sistematizar os dados e estabelecer paradigmas.
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Chamada de artigos para Revista Tarairiú
A REVISTA ELETRÔNICA TARAIRIÚ (issn 2179-8168) é uma publicação do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB (LABAP/UEPB), com sede em Campina Grande-PB, e surge como um novo meio de divulgação de pesquisas nos seguintes campos científicos: 1. História do povoamento pré-histórico e histórico da América Latina; 2. Arqueologia; 3. Paleontologia. 4. Espeleologia. As pesquisas e debates científicos nestas áreas compõe o objetivo da Revista que publica artigos inéditos, resenhas e entrevistas redigidos em português, inglês, espanhol ou francês. De periodicidade semestral, a Revista Tarairiú recebe contribuições em fluxo contínuo, de acordo com as Normas para Submissão. Para o próximo número, o prazo para envio é 30 de julho de 2016. A Revista Tarairiú possui Qualis B4 e sua denominação foi escolhida como uma homenagem a grande parte dos indígenas que habitaram os sertões nordestinos, sobretudo o interior da Paraíba, que foram os índios de vários grupos Tarairiú.
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– Mapa de atuação da SPA em 2015 –
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