Boletim da SPA Nº125 ago 2016

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Lançamento de publicações celebra 80 anos do IPHAN

O RIO DE JANEIRO é roteiro das comemorações de 80 anos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No próximo dia 03 de agosto, o Paço Imperial sediará o lançamento de duas publicações que ressaltam a magnitude e complexidade do patrimônio cultural brasileiro. O evento que ocorrerá às 17h30 apresenta à comunidade carioca a Coleção Lina Bo Bardi, de Marcelo Ferraz, e o livro Preservação do Patrimônio Edificado: A Questão do Uso, do arquiteto Cyro Corrêa Lyra.


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Uma conversa com os autores também faz parte da programação e será aberta pela presidente do Iphan, Kátia Bogéa. O bate papo será mediado pelo Diretor do Departamento de Patrimônio Material do Iphan, Andrey Schlee, e contará também com outros diretores e técnicos do Instituto. Coleção Lina Bo Bardi Responsável por inovações estéticas na arquitetura nacional, a obra intelectual e profissional de Lina Bo Bardi estava em consonância com a herança libertária dos movimentos de vanguarda do início do século XX. Ela participou ativamente da produção cultural do país, ao lado de nomes como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Athos Bulcão, Burle Marx, Portinari, o escultor Landucci e outros. A coletânea sobre o trabalho da arquiteta ítalo-brasileira aborda seus principais projetos, a exemplo dos paulistanos: Museu de Arte de São Paulo (MASP); Teatro Oficina e Sesc Pompeia, além de própria residência, conhecida como Casa de Vidro, tombada pelo Iphan em 2007. O Museu de Arte Moderna da Bahia e a Casa de Cultura, em Recife são outras obras que revelam os traços de Bo Bardi. Com seis exemplares, a publicação bilíngue (português e inglês) foi feita em parceria com a Edições Sesc São Paulo e o Instituto Lina Bo P.M Bardi, e traz depoimentos e escritos de Lina a respeito de seus projetos, somados às análises contemporâneas e farta ilustração. O leitor pode conferir textos, croquis, aquarelas, desenhos, fotos, reproduções de maquetes e construções.

O uso cotidiano da obra arquitetônica é objeto de indagação na primeira parte do livro que examina a importância dada ao assunto na história da preservação, destacando a experiência francesa, que influenciou a organização da proteção do patrimônio no Brasil, passando ainda pela utilização do patrimônio edificado nas resoluções internacionais. A segunda parte aborda a experiência brasileira por meio de uma revisão da história da ação federal de preservação do patrimônio construído, abrangendo a formação teórica e prática do arquiteto de patrimônio. O autor traz ainda uma síntese da ação e do

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Preservação do Patrimônio Edificado: A Questão do Uso A outra publicação lançada faz parte da Coleção Arquitetura do Iphan e chama atenção para um aspecto central da política de preservação do patrimônio cultural nos dias de hoje: a intensificação e atualização do uso e da apropriação de monumentos e sítios urbanos protegidos. Em oito capítulos, o arquiteto Cyro Corrêa Lyra trata desde a reutilização do patrimônio edificado até a revitalização na obra de arquitetura, passando por uma exploração da experiência brasileira.

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pensamento sobre o patrimônio e encerra a segunda parte do livro apresentando dois exemplos de requalificação urbana da orla marítima: o projeto do parque do Flamengo e o projeto Porto Maravilha, ambos na cidade do Rio de Janeiro. Mais informações: Portal IPHAN

IV Encontro da SAB Nordeste

NO EVENTO, o confrade Juvandi de Souza Santos irá organizar o Simpósio 11 com o título: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE ESTUDOS DA ARTE RUPESTRE NO NORDESTE BRASILEIRO, em parceria com Sebastião Lacerda. Mais informações: http://www.sabnordeste.com.br/index.php

NO DIA 27 DE AGOSTO uma equipe da ‘Perdidas Ilusões Produtora’ esteve no município do Ingá registrando imagens da Pedra do Ingá, de superfície e aéreas, e entrevistando nosso consócio Prof. Vanderley de Brito sobre este monumento arqueológico e seus enigmas. O presidente da SPA, Prof. Erik Brito, a convite da Produtora SPA também esteve presente na Pedra do Ingá e prestou colaboração ao projeto. O trabalho é para uma mini-série que será vinculada no canal Brasil, tendo por título “O velho mundo novo buscando a literatura cantada”, que busca registrar um inventário da cultura popular escrita falada e esculpida na Paraíba. A equipe de filmagens vem há dias percorrendo o Cariri, o Pico do Jabre e o Pajeú pernambucano captando imagens e realizando entrevistas para o documentário. (

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Gravações na Pedra do Ingá para uma minisérie de documentário

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Tombamento da Casa de Chico Pereira A PROMOTORIA de Justiça Cumulativa - 7a Promotoria de Justiça Meio Ambiente e Patrimônio Social, através da promotora Mariana Neves Pedrosa Bezerra (em 05 de março de 2015), solicitou ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (IPHAEP) uma análise sobre um possível tombamento da casa onde morou o justiceiro Francisco Pereira Dantas, filho de Nazarezinho/PB e um Divulgação dos maiores ícones do banditismo social do Nordeste. O pedido foi analisado por nosso consócio, o antropólogo Carlos Alberto Azevedo, que emitiu parecer favorável, uma vez que várias Ongs e associações culturais que pesquisam o fenômeno do banditismo social rural manifestaram-se em prol do restauro da casa do sítio Jacu e considerando todos os aspectos que envolvem esta propriedade, desde a importância da personalidade que viveu no local para o contexto histórico nordestino e paraibano. O cangaceiro Chico Pereira foi um representante do movimento de luta e resistência no interior do Sertão nordestino e a edificação em si é um remanescente arquitetônico de um estilo de vida rural específico daquela região sertaneja, que de fato merece o tombamento a fim de preservá-lo em sua estrutura física e como lugar de memória.

VÂNDALOS PICHARAM as paredes da igreja de Nossa Senhora do Rosário em Pombal. Conforme apurou a imprensa as pichações aparentam ter motivações políticas e supostamente deve ter sido feita por menores. Em contato, padre Ernaldo lamentou o ocorrido e pediu a conscientização das pessoas para que fatos como esse não voltem a ocorrer. Padre Ernaldo disse que as providências já foram adotadas e que a pichação já foi retirada da parede. A pena para quem for pego pichando muros ou paredes de prédios públicos segundo o artigo 65 da Lei nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998, é de detenção e multa para os infratores. “pichar, ou, por outro meio, conspurcar edificação ou monumento urbano pode culminar em pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. E se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada, em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de seis meses a um ano de detenção e multa”. Fonte: HW Comunicação.”

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Vândalos picham paredes da igreja do Rosário em Pombal

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ARTIGO 1 __________________________________________________________________ Pesquisas sobre os indígenas Cariri são retomadas na Paraíba Juvandi de Souza Santos e Flávio Moraes

DEPOIS DE DOIS ANOS sem grandes atividades de pesquisas em sítios arqueológicos que remetem ao grupo linguístico/étnico/cultural Cariri, as atividades voltam a tona no Cariri paraibano. No último dia 5 de agosto, pesquisadores visitaram uma necrópole indígena, possivelmente Cariri, no município de Boqueirão, para averiguação de a mesma apresentar condições de sofrer Serra da Tesoura - SPA intervenção arqueológica. Os professores Juvandi Santos (LABAP/UEPB/ Universidade de Coimbra) e Flávio Moraes (Universidade Federal de Alagoas/Universidade de Coimbra), estão analisando a possibilidade de escavar essa e outras necrópoles na Paraíba. Para o prof. Juvandi, o seu principal interesse é o de buscar elementos da cultura material desse grupo humano que passará a reforçar a tese levantada a partir do ano de 2009 acerca da existência de grupos humanos Tapuias distintos que habitaram a Paraíba no período do contato. A literatura do período e contemporânea afirma que Cariri e Tarairiú eram, em verdade, o mesmo grupo. Os resultados das pesquisas preliminares já dão conta que são grupos diferentes com características físicas e culturais distintas. Material arqueológico em superfície - SPA Agora, o Prof. Flávio Moraes busca o modus vivendi dos Cariris, o quotidiano (menu alimentar, doenças etc.), através de análises de ossos e dentes humanos coletados em novas escavações. A primeira dessas escavações deverá ser realizada em novembro ou dezembro do ano em curso. O LABAP/UEPB dará todo o apóio técnico necessário fornecendo equipamentos e infra estrutura básica para análise do material. A próxima fase, no momento, será encaminhar toda a documentação para obtenção da permissão do IPHAN. Atividade que já está em franco andamento..

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Doutor em Arqueologia, Professor da UEPB. Sócio efetivo da SPA. / Doutorando em Arqueologia (Coimbra)

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Niède Guidon comunica a Unesco sua saída do Parque Nacional Serra da Capivara, no sudeste do Piauí

unidade de conservação. É uma situação constrangedora para o Ministério do Meio Ambiente (MMA) que é o responsável pela gerência ambiental no Brasil. Aparentemente o presidente do ICMBIO, Rômulo Mello, não entendeu a determinação do ministro Sarney Filho durante reunião com Niéde Guidon e, depois de quase três meses, não conseguiu, sequer, assinar a renovação do contrato de cogestão com a FUMDHAM. Sarney Filho deve ser fortemente bombardeado nos próximos dias por ter permitido a saída de Niéde Guidon da administração do parque nacional brasileiro com melhor infraestrutura e gerência do Brasil. Para os ambientalistas é um escândalo que o ministro venha a São Raimundo Nonato exatamente na abertura da semana no meio ambiente e não tenha conseguido resolver coisas básicas para o parque, como uma simples assinatura de um termo de cogestão já existente desde a década de 1990. O resultado foi que além de não enviar verbas, estrutura, viaturas e muitas outras necessidades do parque, o ICMBIO não teve a responsabilidade (ou seria competência) de manter esse convênio com a FUMDHAM impedindo que a instituição possa receber recursos para manutenção do parque. Hoje pela manhã uma decisão do juiz federal que tinha bloqueado 4 milhões da União para manutenção do parque e terminou dando uma decisão contrária a liberação dos recursos, exatamente em função do ICMBIO não ter assinado a cogestão com a FUMDHAM, foi a pá de cal nas últimas esperanças de Niéde para conseguir pagar os funcionários. Amanhã, quarta-feira, dia 17 de agosto de 2016, os turistas que estejam em São Raimundo Nonato ou em trânsito para a cidade que é a porta de entrada da reserva, não poderão mais entrar no parque. Os condutores de visitantes que sobrevivem com os recursos de seu trabalho ficarão impedidos de acompanhar os visitantes. Isso certamente vai causar uma crise na economia local que já enfrenta uma forte seca.

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saoraimundo.com

QUASE TRÊS meses após a visita do ministro do meio ambiente, Sarney Filho, ao Parque Nacional Serra da Capivara, nenhuma ação prática foi tomada pelo órgão ambiental e a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), acaba de determinar a paralisação de todos os serviços sob sua responsabilidade na

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Diversas autoridades já estão se mobilizando para contornar a situação, mas o escândalo já está tomando as páginas e telas dos principais sites e jornais do país e até do exterior. Com essa decisão, o Brasil assume perante o mundo inteiro que não tem capacidade e competência para manter um parque do nível da Serra da Capivara. Agora à pouco Niéde Guidon comunicou a UNESCO sua saída do parque e todo o Patrimônio Cultural da Humanidade ficará em risco, sujeito aos caprichos e agressões de um parque no papel, como quase todas as unidades de conservação do país. Ou seja, o pensamento do ICMBIO é: Se não podemos manter o exemplo que é a Capivara, então vamos deixá-lo exatamente como os outros parques nacionais, largados, entregues à própria sorte.

Sarney Filho em visita a Serra da Capivara - saoraimundo.com

Por André Pessoa (saoraimundo.com)

Sete dias depois, mediante a repercussão negativa, o Ministro Sarney Filho prometeu destinação de R$ 900 mil para o Parque Nacional, conforme matéria do Portal 180 graus: “Ficamos acertados de que haverá uma gestão do Ministério, através do ICMBio e do Iphan, e do Estado, além da Fundham, o que vai permitir termos as condições para a criação de um fundo que garantirá a segurança permanente para a gestão e funcionamento do parque. Podendo haver a captação de recursos de outras fontes”, afirmou Wellington Dias, Governador do Piauí. A previsão para aplicação deste aporte financeiro é imediata. O objetivo é trabalhar o planejamento emergencial a partir deste mês, em uma perspectiva de que uma solução definitiva seja efetivada até o final do ano.

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Detalhe:

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Pesquisa genealógica entre túmulos e mausoléus NO DIA 07 de agosto S PA o consócio Vanderley de Brito foi até o município de Boqueirão, distante 30km de Campina Grande, para realizar pesquisas de ordem genealógica no cemitério de Nossa Senhora do Carmo, desta cidade. Entre cruzes e túmulos o pesquisador andou sistematicamente por todas as quadras do campo santo, formado por estreitas alamedas que mais parece um labirinto da morte. O objetivo desta pesquisa foi registrar os túmulos dos membros da família Cosme de Brito, cujo processo de genealogia vem sendo objeto de estudo deste pesquisador há quatro anos, já constando mais de 4.000 pessoas registradas, todas descendentes diretas de um único ancestral (José Cosme Pereira de Brito) que viveu na região do Cariri na primeira metade do século XIX. Conforme relata o pesquisador, um cemitério, além de ser uma rica fonte de dados para a pesquisa genealógica e para o entendimento do perfil social de uma região, também guarda muita coisa curiosa, como o sepulcro de uma mulher chamada Maria Cosme de Brito Macedo, sujo epígrafe acusava que teria falecido no dia de seu aniversário, em 15 de março de 1992, exato dia em que completava 76 anos. Grande parte dos membros já falecidos da família em estudo está sepultada no município de Boqueirão, pois esta cidade polarizava a região rural que foi berço da família (sítio Ramada), mas o pesquisador lamenta pelo fato do antigo cemitério da cidade, construído em 1867 pelo missionário Padre Ibiapina, cujas ruínas ainda estão de pé e onde jazem os mais antigos membros da família, não ter mais referências escritas nos túmulos.

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Expedição à antiga Igreja de Alhandra-PB

NO DIA 15 DE AGOSTO o presidente da SPA e o consócio Vanderley de Brito foram até o município de Alhandra, distante 160km de Campina Grande, para um estudo e levantamento fotográfico na igreja da cidade e nas ruínas do antigo convento anexo, que foi incendiado em 1840. Segundo os estudos de Vanderley de Brito, publicados no livro SPA “Missões na Capitania da Paraíba”, esta antiga edificação remonta os princípios do século XVII e é obra dos padres jesuítas que estavam ligados ao Colégio de Olinda, tendo servido ao projeto de catequese indígena sob a denominação de Missão de Nossa Senhora do Assunção de Urutagui, em terras à época pertencentes à jurisdição da capitania de Itamaracá. Ainda segundo o pesquisador, não se sabe o ano exato da fundação desta Missão, mas a mesma já figurava em 1610 no Catálogo da Companhia de Jesus com o nome de Assunção. Não há registros de até quando os padres jesuítas se mantiveram nesta missão, certo é que em 1729 a mesma já estava sob administração dos padres oratorianos e na relação das Missões de 1746 era registrada como aldeia de Nossa Senhora da Assunção de Arataguí, pertencendo à freguesia de Taquara, capitania de Itamaracá, com índios de língua geral e missionário oratoriano. A igreja foi reformada no século XVIII pelos oratorianos e o objetivo da pesquisa foi identificar na estrutura do tempo características arquitetônicas que se pudesse associar a ordem jesuíta, com base na igreja de Nossa Senhora do Livramento que também foi uma obra dos inacianos quase do mesmo período. Segundo os pesquisadores há muitas semelhanças na cantaria e na distribuição do prédio, assim como é claramente perceptível que ambas as edificações atende a um mesmo modelo. Fator que reforça a tese de que os jesuítas foram os construtores não do convento como também da igreja que ainda hoje serve a liturgia católica.

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ARTIGO 2 __________________________________________________________________ Arqueologia Como Ação Política Colaborativa em Comunidades Tradicionais: remeiros, beiradeiros e sua relação com o patrimônio arqueológico no Submédio São Francisco. Sebastião Lacerda Doutorando em Arqueologia na UFS.

Portanto, essa pesquisa surgiu inicialmente da necessidade em relacionar patrimônio cultural/arqueológico, com a dinâmica e entendimento do mesmo por parte desses grupos ribeirinhos que, em muitos casos, terminam por resgatar em suas redes de pesca, nas plantações locais ou nas suas incursões pelas caatingas ao longo de grotas,

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A presente nota tem a intenção de divulgar o Projeto de Pesquisa intitulado Arqueologia Como Ação Política Colaborativa em Comunidades Tradicionais: remeiros, beiradeiros e sua relação com o patrimônio arqueológico no Submédio São Francisco. Trata-se de um projeto independente que busca subsídios para compreensão dos processos sociológicos, antropológicos, históricos e principalmente arqueológicos de interação entre comunidades tradicionais e patrimônio cultural, em cursos do Submédio São Francisco e em zonas do Lago de Sobradinho, noroeste da Bahia. Os resultados preliminares desse trabalho foram apresentados na VIII Reunión de Teoría Arqueológica de América del Sur – TAAS, ocorrida em La Paz, Bolivia, entre os días 23 a 27 de Maio do presente ano. O apoio financiero para participação no evento foram em partes concedido pelas agências de fomento a pesquisa brasileiras FAPITEC/SE, CAPES, pela AEA – Association Environmental Archaeology do Reino Unido, e pelo Banco Central da Bolívia através do próprio Congresso TAAS. A investigação tem a coordenação geral do pesquisador Sebastião Lacerda da Universidade Federal de Sergipe (AEA/CAPES/PROARQ-UFS), em parceria com a pesquisadora Dra. Suely Amâncio-Martinelli (DARQ/PROARQ/UFS) e da arqueóloga Morgana Ribeiro (FLORAM/UNOPAR). Entre os objetivos, destacam-se: caracterização do patrimônio arqueológico ribeirinho localizados em áreas de interface entre zonas terrestres e aquáticas; Compreensão através dos diferentes processos da dinâmica e vivência realizada entre remeiros e beiradeiros que ocupam esses nichos ecológicos; Resgatar atributos de identidades através das relações construídas, forjadas, apropriadas e abandonas na unidade de pesquisa. No que tange a justificativa de trabalho, enfatizamos a necessidade de pesquisas de Arqueologia Colaborativa e Arqueologia Regional para resgate, compreensão e divulgação do patrimônio do Submédio São Francisco.

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boqueirões e afloramentos rochosos, vestígios que demonstram e constatam a passagem, interação ou permanência de grupos no passado. É justamente a possibilidade de compreender a relação e importância dessa arqueologia regional e sua interação, ou seja, seu viés colaborativo, que esse trabalho vem sendo orientado e pensado. Construindo “pontes” entre pesquisador e comunidade, estaremos resgatando, protegendo e incentivando uma nova geração de indivíduos preocupados com o seu legado. Trata-se de construir uma arqueologia de gente para gente no sentido do que Randall MacGuare considera (1999). Incentivando essa colaboração, estaremos permitindo que esses indivíduos atuem como sujeitos ativos no próprio resgate e construção de sua história local/regional.

Exposição fotográfica na UFCG Cajazeiras

NO DIA 24 DE MAIO, a Profa Dra. Uelba Alexandre (Profa de Pré-História na UFCG Campus Cajazeiras) organizou a exposição fotográfica ‘Sítios arqueológicos do sertão: PB, CE e RN’ com alunos da graduação de História da Instituição. A exposição visa compartilhar conhecimentos acerca do patrimônio arqueológico presente nos limites desses estados, tendo em vista que a cidade de Cajazeiras dialoga com toda essa região lemíntrofe.

NO DIA 09 de julho, a rádio Campina FM (93.1) teve como tema do Debate Integração a importância da preservação do patrimônio de Campina Grande e da difusão de sua história. Para o debate foi convidado o confrade historiador Me. Thomas Bruno Oliveira. Também integraram a mesa redonda a então Presidente do Instituto Histórico de Campina Grande IHCG Maria Ida Steinmuller, a Vice-Presidente Profa Dra. Juciene Ricarte Cardoso e o historiador Allisson Pereira. O programa de duas horas de duração, que possui grande audiência, teve significativa repercussão na cidade. Para ouvir o áudio, acesse: Campina FM.

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Preservação do Patrimônio é tema de Debate em rádio

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Reunião para debater os 10 anos da SPA

Thomas, Vanderley e Erik - SPA

NO DIA 10 DE AGOSTO, ocorreu uma reunião extraordinária da Direção da SPA, em Campina Grande, onde estiveram presentes o presidente Erik de Brito e os confrades Thomas Bruno Oliveira e Vanderley de Brito. A reunião se deu para a realização de um balanço dos dez anos da SPA, a ser completados no próximo mês, e estudar a possibilidade e argumentos para a edição de um Boletim Especial rememorativo histórico sobre as principais atividades de pesquisas e institucionais desenvolvidas pelo órgão ao longo de uma década de existência.

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– Mapa de atuação da SPA em Agosto de 2016 –

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