Um adeus ao nosso sócio Pedro Nunes Filho
18 de abril de 1944 23 de janeiro de 2017
a Sociedade Paraibana de Arqueologia informa o falecimento de seu sócio efetivo Pedro Nunes Filho, ocorrido na manhã de 23 de janeiro de 2017 na cidade do Recife. Autor de livros como "Guerreiro Togado", "Cavalo Alazão", "Caatinga Branca", "Cariris Velhos", “Testemunho de um Tempo (crônicas)” e “Mundo Sertão”, Pedro Nunes era um grande expoente da cultura caririzeira. Nascido na cidade de São José do Egito, mas criado pastorando cabras no Cariri de Mogiquy, na Paraíba, se formou em Direito no ano de 1971 e era sócio também do Instituto Histórico e Geográfico do Cariri - IHGC. Pedro Nunes era um vaqueiro das letras sertanejas, como conceituou seu editor da Jabre, um observador arguto das cores, cheiros e sabores do universo caririzeiro. Como um misto de historiador e poeta, escreveu com maestria a História da revolta na década de 30 da família Santa Cruz na Alagoa do Monteiro. Abaixo transcrevemos uma crônica de confrade Thomas Bruno relatando o encotro com Nunes em sua propriedade em Aldeia (Recife-PE):
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COM PESAR QUE
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Encontro em Aldeia Thomas Bruno OLIVEIRA Mestre em História, Sócio da SPA e IHCG
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(dia 13 de julho de 2007) visitei o escritor Pedro Nunes Filho em sua confortável residência no bairro de Aldeia, distante poucos quilômetros do centro do Recife-PE. Além da visita ao ilustre amigo, empreendi pesquisas bibliográficas na UFPE e em arquivos públicos da cidade, além de visitar parentes. Pedro Nunes é Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFPE e um profundo conhecedor das crenças e costumes do interior paraibano, mais precisamente dos ‘Carirys Velhos da Parahyba’ onde cresceu na Fazenda Mugiqui (no lendário município de Alagoa do Monteiro). Para Pedro Nunes: ‘... a Fazenda Mugiqui era meu mundo, meu sonho, meu único universo. Lá, rodeado por serras misteriosas, cresci livre e feliz, andando de carneiro, caçando com baladeira, armando fojos, quixós e arapucas, tomando banho de açude e de riachos, correndo atrás de borboletas, subindo em árvores e encantado com mistério da existência.’ Todo este conhecimento do cotidiano caririzeiro está sintetizado em suas obras ‘Caatinga Branca’ e ‘Guerreiro Togado: fatos históricos de Alagoa do Monteiro’, publicados em 1995 e 1997 respectivamente. Pedro Nunes é o mais novo membro da Sociedade Paraibana de Arqueologia (da qual sou um dos diretores) e desde então vem disponibilizando esforços em contribuição com as ações da SPA principalmente no município de Prata-PB (antigo distrito de Monteiro). Na oportunidade, Pedro foi presenteado com as mais recentes publicações da arqueologia paraibana. No encontro, fui afortunado com diversas histórias sobre o insondável interior da Paraíba, algumas transmitidas por seu pai e tios e outras recolhidas da oralidade popular em suas andanças pelas cidades de Prata, Monteiro, Ouro Velho, Camalaú, São José do Egito-PE, Teixeira e tantas outras que foram trilhadas pela tranqüilidade e olhar sereno deste talentoso pesquisador. São histórias de botija, de ‘cabôco brabo’, de pedras encantadas e outras lendas que permeiam o imaginário popular. Conversamos muito sobre Balduíno Lélis, Pe. João Jorge Rietveld, Vanderley de Brito (grandes pesquisadores da nossa pré-história e nossos amigos em comum) e sobre o patrimônio arqueológico da Paraíba, sobretudo dos sítios pré-históricos que se encontram na serra da Matarina em Prata, nas cercanias das fazendas de seus familiares. Em Aldeia, agraciado pelo gostoso clima proporcionado por uma frondosa floresta de mata atlântica, pude ser bem recebido pelo amigo Pedro Nunes e sua simpática esposa. Ótima oportunidade para trocar experiências e aprender com este experiente pesquisador, que deleitando-se em sua rede, não me poupou de sóbrios e valorosos conselhos que serão úteis em minha caminhada.
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A ÚLTIMA SEXTA-FEIRA
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ARTIGO 1 __________________________________________________________________ A papisa Joana Juvandi de Souza SANTOS Pós Doutor, Prof. da UEPB e Presidente da SPA
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uma papisa na Igreja Católica. Desconfiava disso. Recentemente estive em Portugal para iniciar as pesquisas em algumas estruturas militares do período medieval e moderno, que servirá para fornecer subsídios comparativos para os estudos que estamos a realizar na Paraíba. Mas isso é uma outra história. Na viagem, tive acesso a um excelente livro que trata dos dois mil anos de papas. Espanto? Nem tanto quando me deporei com as histórias de dois papas: São Leão IV (847855), que governou a Igreja Católica do Ocidente (já no Oriente era o patriarca de Constantinopla quem mandava), e o papa Bento III (855-858), sendo este último o sucessor de São Leal IV. Nesse intervalo de tempo, existiu sim um Antipapa, Anastácio (855-855), que foi nomeado por uma ala discendente do papado “oficial” e apoiado pelos francos, que o elegeu, colocando, inclusive o legitimo papa, Bento III, na prisão. Depois tudo volta ao normal e Bento III reassume o poder. De onde então vem essa história da papisa Joana? Trata-se de uma lenda medieval que não surge nesse período em que São Leão IV e Bento III governaram a Igreja. Essa lenda começa a aparecer por volta do século XIII, dizendo que Leão IV teria sucedido a suposta papisa Joana, esta teria se travestido de homem e enganado a todos em Roma por cerca de dois anos com o nome de João, o inglês. Ainda segundo a lenda, foi descoberta apenas quando, grávida, pariu um filho durante uma procissão e o povo, enfurecido com o engano, linchou a papisa e o filho recém- nascido. Segundo Roberto Monge (2016), a primeira menção desta lenda encontra-se na obra Chronica Universalis, escrita pelo Monge dominicano Jean de Mailly, no ano de 1250 e em 1260, o também Monge dominicano Mantino, o Polaco, registrou o fato mitológico em Chomica de Romanis Poutificibus Imperatoribus, e em 1362 essa lenda foi retomada por Boccacio, na obra De Mulieribus. Em suma, é bem provável que, de fato, a papisa Joana nunca tenha existido, talvez apenas nas cabeças fabulosas de algumas mentes brilhantes do medievo europeu. Obra consultada: MONGE, Roberto. Dois mil anos de papas. Trad. Maria do Carmo Abreu. Lisboa: Casa das Letras, 2016.
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ÃO EXISTIU
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O Tanque do Navalha
Tanque do Navalha - SPA
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limpar tanques e velhas lagoas nas zonas rurais para aumentar sua capacidade hídrica destes reservatórios naturais e nestas limpezas ordinariamente encontravam-se muitos ossos fósseis de uma megafauna que existiu em toda a América do Sul durante o Pleistoceno, como ainda hoje são encontrados na Paraíba vestígios fósseis destes grandes mamíferos quaternários. No ano de 1889 num grande tanque existente no sítio Navalha, região a noroeste de Campina Grande, na época em terras de João Marinho Falcão, quando se retirava os entulhos do tanque de pedra a dois metros de profundidade foi encontrada uma grande quantidade de ossos fossilizados. Na ocasião o estudioso paraibano Irinêo Joffily, que foi chamado para ver o tanque, enviou um bloco com uma parte de uma mandíbula com dentes do animal para o Instituto Archeologico e Geographico de Pernambuco, cuja comissão examinadora, que era formada por Maximiano Lopes Machado e João Batista Regueira da Costa, concluiu ser um maxilar fóssil de Megattherium, uma espécie de preguiça-gigante que viveu em nossas caatingas quando o clima era bem mais ameno. Até bem recentemente não se tinha ainda a atual localização deste Tanque do Navalha referenciado por Joffily em seu livro “Datas e Notas sobre a Paraíba”, mas há poucos dias o ativista cultural da cidade de Soledade, José Tiago Pereira, localizou este tanque na área rural do município e o fotografou. Certamente o animal, fragilizado pelas mudanças climáticas do fim do Pleistoceno, veio beber água no reservatório de pedra, que talvez estivesse com pouca água obrigando-o a descer, mas depois de saciar a sede não conseguiu escalar as paredes íngremes do reservatório granítico, vindo a falecer neste pelas consequências do confinamento forçado. (
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Á MUITO TEMPO É COMUM
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10 anos da SPA
Sócios fundadores em reunião - SPA
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outubro de 2006, os quatro idealistas, Vanderley de Brito, Juvandi de Souza Santos, Thomas Bruno Oliveira e Sheila Dias Farias se reuniram na cidade de Campina Grande para criar a Sociedade Paraibana de Arqueologia. Naquele momento era uma ideia bem menos pretenciosa, pensava-se apenas em criar um órgão para associar os pesquisadores paraibanos interessados pela preservação e estudos dos bens arqueológicos do Estado numa confraria. Mas a coisa naturalmente foi crescendo e a SPA foi crescendo e adquirindo reconhecimento, criando meios de divulgar os assuntos relacionados à arqueologia local e cada vez mais se firmando no cenário da arqueologia nacional. Em outubro passado a SPA, de modo muito discreto, completou dez anos de atuação. Sem nunca falhar com seus compromissos, estará organizando já o seu X Encontro da SPA em fevereiro próximo, este já é o seu Boletim Informativo número 130,
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Á POUCO MAIS DE DEZ ANOS, no dia 11 de
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que vem há dez anos relatando tudo que se passa, mês a mês, no campo da arqueologia, da espeleologia, do meio ambiente, da paleontologia e do patrimonial na região. Como órgão democrático, a cada dois anos há eleições de Diretoria e quatro presidentes, todos historiadores, já estiveram a frente desta instituição procurando, cada um a seu modo, dinamizar e otimizar as ações da SPA. O primeiro foi Vanderley de Brito, que esteve a frente da SPA por dois mandatos, o segundo a assumir foi o confrade Thomas Bruno Oliveira, que também exerceu dois mandatos a frente do órgão, o terceiro foi o jovem Erik Brito, que permaneceu por um mandato, e agora temos o confrade Juvandi de Souza Santos que, assim que tomar posse do Maracá, comandará os destinos da SPA por dois anos daqui em diante.
Ex-Presidentes na ordem cronológica e Presidente atual (Vanderley, Thomas, Erik e Juvandi) - SPA
Nas oscilações de cada cenário, foram dez anos de muita luta, obstáculos, conquistas e derrotas vivenciadas, sobretudo, com muita boa vontade e bom humor, tanto dos sócios fundadores quanto das diretorias e dos associados, pois só dessa forma uma instituição de fins filantrópicos consegue se manter ativa e respeitada por tanto tempo. Desse modo, queremos parabenizar hoje não apenas os fundadores, que se reuniram recentemente para um balanço de nossas atividades, mas todos que ao longo deste tempo contribuíram para a que a SPA pudesse cumprir seu papel no compromisso de zelar, proteger, estudar e divulgar o patrimônio arqueológico da Paraíba. Hoje temos História pra contar.
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8ª Edição de “A Pedra do Ingá”
nosso Boletim Informativo nº 02 anunciava o lançamento do livro “A Pedra do Ingá: itacoatiaras na Paraíba”, de nosso consócio Vanderley de Brito, e ao longo dos anos foi noticiando gradativamente o lançamento das demais edições que se seguiam e hoje, dez anos depois, noticiamos o lançamento da 8ª edição desta obra, que será realizado no mês de fevereiro durante o 10º Encontro da SPA. Não é fácil manter ativo um livro técnico de arqueologia por tanto tempo e tantas edições e este já é, sem dúvidas, o livro de arqueologia que atingiu o maior número de edições no Brasil. Para que se possa entender o processo histórico desta obra, salientamos que não se tratam de reimpressões, pois cada edição deste livro é cuidadosamente revisada e atualizada, com números de páginas diferentes e a partir da sétima edição o livro retirou o subtítulo “Itacoatiaras na Paraíba” por entender, a luz de novos estudos, que o termo “Itacoatiara” seria inapropriado para denominar inscrições rupestres incisas em rochas.
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Á EXATOS 10 ANOS
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Todas com ISBN independentes remetidos pela Biblioteca Central, às duas primeiras edições foram lançadas pela JRC Editora, a 3ª e 4ª edições foram lançadas pela Editora da Universidade Federal de Campina Grande, a 5ª e 6ª edições saíram pela Maxgraf Editora e as edições de número sete e oito tiveram o Erik Brito como editor. A 8ª Edição desta obra vem muito mais amadurecida do que a edição piloto, são mil exemplares, com 139 páginas, incluindo ilustrações, notas e referências bibliográficas, mas mantendo o prefácio de Thomas Bruno Oliveira desde a primeira edição. Dividido em oito capítulos, quinze subcapítulos, além do prólogo, considerações finas e referências bibliográficas, num primeiro momento o livro trata descritivamente do monumento arqueológico, sobre seu atual estado de conservação, as medidas turísticas em ação neste monumento. Num segundo momento, Vanderley disseca as inúmeras teorias já aventadas sobre suas inscrições e quem seriam seus executores, como historiador monta a estrutura histórica da Pedra do Ingá, como pesquisador de campo demonstra sua filiação ao universo da cultura petróglifa, com análise comparativa a suas congêneres na Paraíba e, por fim, na reunindo todas suas impressões, realiza uma análise do conjunto e dos sinais rupestres existentes na rocha do riacho Bacamarte. Escrito com os rigores da cientificidade, sem qualquer sensacionalismo, o livro “A Pedra do Ingá” de Vanderley de Brito é sem dúvidas o estudo mais completo e responsável sobre este intrigante monumento petróglifo paraibano. Não é à toa que perdura por dez anos com aceitação no mercado.
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ARTIGO 2 __________________________________________________________________ Em defesa da arte dos grupos periféricos Carlos Alberto AZEVEDO
(CARTA ABERTA A JOÃO DORIA, prefeito de São Paulo): Poucos sabem, senhor prefeito, que o Governo da Paraíba, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP) solucionou, em parte, o problema da grafitagem e pichação no Sítio Histórico Urbano da Capital. Durante o Fórum Permanente de Ciência e Cultura, dedicado à arte de rua (arte urbana), realizado no tradicional Lyceu Paraibano, em João Pessoa; debateu-se a intervenção artística em Centros Históricos através do grafite. Contando com a presença de diversos grafiteiros, arquitetos, arte-educadores, sociólogos, antropólogos e historiadores. Como vimos, senhor prefeito, houve diálogo. Não declaramos guerra aberta contra os grafiteiros e pichadores, como o ex-prefeito Jânio Quadros fez em São Paulo (1980) - e, agora, a repressão aos artistas de rua se repete na sua gestão. Em João Pessoa, prefeito, houve um diálogo intenso com os grupos periféricos, com as diversas "tribos urbanas" que usam a cidade como "tela". Desse diálogo, nasceu A Carta do Lyceu Paraibano (2016) que salientou a responsabilidade dos grafiteiros perante o Sítio Histórico Urbano. Trata-se de um documento patrimonial - a primeira carta brasileira sobre grafitagem. Disciplina a intervenção artística em Centros Históricos. Por que não houve diálogo com os artistas de rua em São Paulo? O que houve aí foi uma guerra travada entre a prefeitura e os artistas de rua. O palco da batalha foi na Av. 23 de Maio. Apontaram várias pistolas de pulverizante para "apagar" os grafites e as pichações, muitos desses grafites eram obrasprimas da arte urbana. Cadê os grafites dos Gêmeos, de Eduardo Kobra, de Zezão? Senhor prefeito, a 23 de Maio "(era) o maior mural a céu aberto da América Latina, com 5,5 quilômetros de extensão". E o senhor, em poucos dias, destruiu esse patrimônio cultural... Depois disso tudo, promete construir um "grafitódromo" - como disse João Wainer (diretor do documentário "Pixo" - 2010) "é por si só um contrassenso". Prefeito João Doria, venha a João Pessoa com seu secretário de cultura André Sturm, para conhecer os nossos belíssimos grafites, obras-primas de arte de rua.
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Antropólogo, Sócio da SPA e do IHGP
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Iphaep inaugura, em Campina Grande, o primeiro Posto de Atendimento
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DIÁLOGO COM A POPULAÇÃO, para reforçar a presença do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) na Serra da Borborema. A partir desta ideia, que é pioneira no Estado, foi inaugurado o primeiro Posto de Atendimento do Iphaep. A solenidade aconteceu na manhã desta quinta-feira (2), na Casa da Cidadania de Campina Grande. “Com 45 anos de existência, o Instituto do patrimônio estadual finalmente viabiliza um sonho: a regionalização de seus serviços”, revelou a diretora executiva do Iphaep, Cassandra Figueiredo. “Inicialmente, temos a presença de duas atendentes, que vão promover o acesso/diálogo constante dos proprietários de bens tombados ou que estejam em áreas de Centro Histórico e o Iphaep, no sentido de acelerar os processos para além de João Pessoa, onde está localizada a Sede do Instituto”. Mas, segundo Cassandra Figueiredo, o Posto de Atendimento do Iphaep terá sua atuação ampliada, já nos próximos meses, com a presença de uma pedagoga e a implantação de um projeto de educação patrimonial. “Queremos que o proprietário do bem ou aqueles que trabalham com patrimônio – material ou imaterial – tenham mais subsídios para entender a legislação vigente. Nossa proposta é que, junto com a equipe do Iphaep, eles possam proteger a memória de Campina Grande e cidades de entorno”. Presente à solenidade de inauguração do Posto de Atendimento, o promotor do Meio Ambiente e Patrimônio Social de Campina Grande, José Eulâmpio Duarte, salientou que o serviço vai reforçar os entendimentos entre o Ministério Público e o Iphaep, no sentido de preservar o patrimônio histórico, artístico e arquitetônico de Campina Grande. TODAS AS REGIÕES- Durante a solenidade, estiveram presentes o gerente operacional e o subgerente da Casa da Cidadania de Campina Grande, respectivamente Anderson Almeida e Luiz Antônio. Eles destacaram: “Este serviço é um marco para a cidade”. Já as representantes do IAB/PB, em Campina Grande, Aída Pontes e Beatriz Brito, sugeriram que o Iphaep faça um intercâmbio com as universidades locais, no
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sentido de selecionar estudantes que se interessam pelo tema patrimonial e desejam se engajar nos trabalhos de atendimento ao público. A diretora do Instituto do Patrimônio estadual, Cassandra Figueiredo, disse que o Posto de Atendimento de Campina Grande vai atender, além do município, outras quatro cidades – São João do Cariri, Bananeiras, Areia e Alagoa Grande. Ela anunciou, ainda, que, até dezembro, um segundo Posto de Atendimento do Iphaep será inaugurado: desta vez, será no Alto Sertão da Paraíba, no município de Cajazeiras, para contemplar a população local e àquelas pessoas que residem em São João do Rio do Peixe, Sousa, Pombal e Princesa Isabel. “A partir do momento em que for efetivada instalação dos dois Postos de Atendimento (Cajazeiras e Campina Grande), o Iphaep contemplará as quatro mesorregiões do Estado da Paraíba: Sertão, Borborema, Agreste e Mata Paraibana”, disse a gestora do patrimônio estadual. OBJETIVOS – A gestora do patrimônio estadual explicou que a ideia de instalar um Posto de Atendimento no interior do Estado surgiu, inicialmente, “em atendimento a solicitação da população, que nem sempre possui condições de se deslocar de sua cidade para obter informações ou mesmo abrir um Processo na capital. Depois, percebemos a necessidade do Iphaep em prestar atendimento próximo aos usuários, escutando e encaminhando suas demandas”. São objetivos do Posto de Atendimento, da Casa da Cidadania do Açude Velho: conceber acessibilidade ao Iphaep, dos proprietários moradores, de todos os municípios, para informação, orientação e denúncias; organizar junto aos proprietários a documentação correta e necessária para abertura de Processos; enumerar e comunicar à Sede as denúncias referentes a imóveis protegidos; e planejar vistorias a partir de um cronograma advindo das necessidades/denúncias nos Postos de Atendimento. O atendimento vai acontecer de segunda a sexta-feira, dentro do horário de funcionamento da Casa da Cidadania. O trabalho está sendo efetivado por Júlia Araújo de Melo e Maria do Socorro Nunes, servidoras lotadas na Secretaria estadual da Educação, que foram treinadas pela equipe do Iphaep. Fonte: Paraiba.pb.gov.br
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Peças de antigas armas afloram na Fortaleza do Cabedelo
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17 DE JANEIRO nosso consócio Erik Brito foi chamado à Fortaleza de Santa Catarina, no município de Cabedelo, para verificar um material bélico que foi casualmente encontrado pelo zelador e guia turístico da Fortaleza, Robson Alves, enquanto limpava mato num setor interno da fortificação. Esta limpeza de mato trouxe à tona muito material, revelando um pequeno pedaço da história da Paraíba, que trouxe a superfície fragmentos de armas, como, guarda-mato, cão, canos com alça de mira e projéteis de chumbo, muito possivelmente datados do século XVII. Este material, conforme orientação de nosso consócio, foi enrolado em papel e acomodado em caixa, passando a integrar o acervo museológico da Fortaleza, mas antes de serem expostos seria necessário que o IPHAN destacasse uma equipe especializada para a higienização e catalogação das peças que, devido o longo tempo que estiveram enterradas, já estão muito enferrujadas e fragilizadas. DIA
– Mapa de atuação da SPA em Janeiro de 2017 –
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