Boletim 97 abr 2014

Page 1

O Museu do Centro Cultural Mastodonte

Erik Brito e o proprietário do Parque, Sr. Dagoberto Genésio – SPA

O CENTRO TURÍSTICO E CULTURAL Mastodonte está organizando um museu, a coleção museológica é composta de réplicas de animais da megafauna pleistocênica e de fósseis encontrados na localidade Lagoa de Dentro, entre Campina Grande e Puxinanã. Há alguns meses o projeto estava sendo gestado pelo historiador Washington Luis de Meneses e, após seu trágico falecimento no último mês de março (ver o Boletim nº95), os serviços foram suspensos. Em abril, para dar continuidade a montagem do Museu, o empresário Dagoberto Genésio da Silva, proprietário do Parque, contratou o consócio da SPA Prof. Erik Brito para assumir a coordenação das atividades de montagem do Museu, a previsão é que já em fins do mês de maio o Museu esteja sendo inaugurado.


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

O Museu Sgt. Genésio terá uma área de passeio temática, em forma de caverna, composta de réplicas de animais da megafauna quartenária simulando um habitat pleistocênico (as réplicas dos animais estão sendo feitas pelo historiador e artista plático Vanderley de Brito, sócio da SPA). Após o passeio por entre os animais da megafauna, o visitante verá uma área reservada ao homem pleistocênico, onde serão expostas réplicas dos hominídeos da linha evolutiva do homo sapiens-sapiens em série cronológica (também trabalho escultório de Vanderley de Brito) e pinturas rupestres representadas nas paredes de pedra, para que o visitante possa entender o espírito cultural do homem primitivo. Mais adiante, numa outra ala destinada ao que restou do pleistoceno, organizada pelo consultor Djair Fialho, o visitante verá em estantes com iluminação dirigida as peças fósseis da megafauna que foram desenterradas na lagoa do Parque em meados de 1999 e também artefatos e utensílios indígenas da região. Encerrada a área destinada a museu, o visitante terá num auditório, onde assistirá um vídeo detalhando sobre o que foi o período pleistoceno. Conforme nos afirma o Prof. Erik Brito: “o Museu Sgt. Genésio está sendo montado respeitando ao máximo o que compreendemos do pleistoceno e será, sem dúvidas, um dos mais interessantes museus da Paraíba”.

ESTÁ ABERTO, ATÉ O DIA 24 de abril, edital de seleção para apresentação de propostas para recuperação de imóveis privados no centro histórico de João Pessoa, Paraíba. A ação, que é realizada em parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a prefeitura de João Pessoa e o Banco do Nordeste, visa à recuperação do patrimônio edificado, de propriedade particular, por meio da concessão de um financiamento sem juros para a população da área tombada. Podem ser financiadas obras de recuperação ou adequaç ão em fachadas ou coberturas, de estruturas, das instalações elétricas, hidrossanitárias e de prevenção de incêndio, bem como intervenções que visem melhor adequar os imóveis com relação às condições de insolação e ventilação. Também podem ser financiados os custos relativos à elaboração dos projetos de arquitetura e engenharia relacionados às obras propostas. Podem apresentar propostas pessoas que tenham a posse do imóvel (proprietários, inquilinos, promitentes compradores, comodatários, usuários por pelo menos 5 anos contínuos), parentes (mãe, pai, filhos e irmãos), cônjuges ou sócios de pessoas jurídicas que formalmente utilizam o imóvel. Os interessados devem procurar a Coordenadoria do Patrimônio Cultural de João Pessoa (COPAC), localizada na Praça Pedro Américo, nº 70 - 58010-340 – Centro. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (83) 32143206 / 3214-3108/ 3214-1395 ou pelo e-mail copac@joaopessoa.pb.gov.br. A ação de Financiamento para Recuperação de Imóveis Privados foi implementada na região Nordeste pelo IPHAN em 2011, após a experiência de sucesso do Programa Monumenta. Atualmente, está na fase de concessão de financiamentos e execução de obras em cinco cidades: Aracati, Fortaleza, Sobral e Viçosa, no Ceará, e Olinda, em Pernambuco. A expectativa é que sejam lançados ainda este ano editais em Parnaíba (PI), Marechal Deodoro (AL) e Goiana (PE). Fonte: Portal do IPHAN.

Abril de 2014

João Pessoa (PB) e IPHAN lançam edital para Recuperação de Imóveis Privados

2


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

UM GAROTO de sete anos achou uma pedra com uma pegada de dinossauro, quando brincava no quintal de casa, esta semana, no município de Sousa, no Sertão do estado, a 477 de João Pessoa. Matheus Dannylck, correu para dizer sobre sua descoberta ao pai, o fotógrafo Saullo Dannylck, que naquele momento não deu muita importância ao que o filho lhe dizia com voz eufórica, "papai achei uma pedra com 'buraco dos dedinhos'". Sem dar muita Portal Correio importância, Saullo prometeu que depois iria dar uma olhada no que o filho tinha encontrado. Achando que o pai não tinha dado muita importância ao que ele dissera, Matheus foi até o local onde tinha encontrado a pedra e a retirou para levar até Saullo. "Papai, eu tirei a pedra e trouxe para o senhor ver". Ao observar a peça que Matheus tinha mostrado, o fotógrafo percebeu que poderia tratar-se realmente de uma pegada de dinossauro e a encaminhou para o setor de reserva técnica do Monumento Natural do Vale dos Dinossauros, no município de Sousa, que já possui uma área de conservação, criada em 2002, com um dos mais importantes sítios paleontológicos do mundo. A peça deve ser analisada por um paleontólogo e após comprovada a originalidade, ficará em exposição e fará parte do acervo do museu do Vale dos Dinossauros. Além de Sousa, mais 29 cidades do Sertão da Paraíba fazem parte da área de conservação do sítio paleontológico que é uma das áreas com maior incidência de pegadas de dinossauros já encontradas no planeta. No mês de fevereiro deste ano, também no município de Sousa, o aposentado Luiz Carlos da Silva Gomes encontrou um fóssil que aparentemente seria de uma tíbia de dinossauro. O fóssil foi retirado de uma rocha na zona rural de Sousa e encaminhada para o Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal de Pernambuco, onde está sendo estudado. Em contato com a paleontóloga Aline Ghilardi, doutoranda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e colaboradora do Laboratório de Paleontologia (Paleolab) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a pesquisadora informou que esses tipos de vestígios são

Abril de 2014

Garoto acha pedra com pegada de dinossauro e paleontóloga diz: Sousa é passarela pré-histórica

3


comuns em Sousa, pois o município, assim como os demais que fazem parte do sítio paleontológico, tanto no Sertão da Paraíba como no estado vizinho do Ceará, estão incluídos nas bacias sedimentares com rochas portadoras de fósseis. Aline explicou que bacias sedimentares são áreas onde se acumularam sedimentos ao longo do tempo, que posteriormente são transformados em rocha, ajudando a preservar um registro de mudanças ambientais e ecológicas do passado, ou seja, "são como livros de registro de eventos pretéritos, cujas páginas são camadas de rochas". A paleontóloga informou que a idade das rochas na região de Sousa, correspondente ao período em que os dinossauros dominaram a terra, e o ambiente que ali existia favoreceram à preservação de vestígios fósseis, como pegadas. "Esses vestígios fósseis e as estruturas presentes nas rochas da região nos ajudaram a entender que entre 145 e 125 milhões de anos atrás, a região era coberta por lagos e rios e borbulhava de vida. Já foram encontrados ali não só registros fósseis de dinossauros, mas também de quelônios, crocodyliforme, plantas e diversos invertebrados", revelou. A paleontóloga contou que esses animais caminhavam nas bordas dos lagos e deixavam seus registros, assim como acontece na atualidade quando caminhamos por um substrato mole, como areia e lama, e deixamos nossas pegadas. Nova espécie - O material ósseo de dinossauro retirado de Sousa no início deste ano é único na região e trata-se de um osso longo, mas não se sabe ainda de qual parte dos membros e nem a identidade do dinossauro. A pesquisadora Aline Ghilardi informou que é o primeiro registro ósseo de dinossauro achado em Sousa e o mais antigo para o Cretáceo do Brasil. Ela acredita que possa ser uma nova espécie. "Certamente é um novo animal, mas dificilmente poderá receber um nome pois temos apenas um osso em mãos, o que não é suficiente, cientificamente falando, para caracterizar oficialmente uma nova espécie. Isso não o impedirá de ter um apelido informal...". Aline informou que o material ainda está em preparação para estudo no Paleolab e que a análise do achado terá a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) do campus do município de Areia. Com os estudos e a identificação do material ósseo encontrado em Sousa, finalmente um dos dinossauros locais terá sua identidade diretamente reconhecida e a pesquisadora disse que é por isso que a descoberta desse registro foi tão badalada. Ela informou que em locais aonde se preservam pegadas, dificilmente se preservam ossos, e por isso é que o osso encontrado em Sousa é tão especial e mostra o potencial da região para estudos futuros. "Estamos ansiosos para prosseguir com os estudos do osso e assim que esses forem concluídos e publicados, ele retornará para sua cidade de origem e para o museu do Vale dos Dinossauros, como obrigatoriamente deve ser quando a ciência se faz pensando no povo. Ali, poderá ser apreciado pelos cidadãos de hoje e de todas futuras gerações sousenses, inspirando, quem sabe, futuros cientistas", revelou. A pesquisadora revelou, ainda, que o sítio fossilífero de Sousa se destaca pela qualidade de preservação e quantidade de vestígios, como pegadas. Ela disse que se orgulha de ter em solo brasileiro o que chamou de 'essa maravilhosa passarela préhistórica' e alerta para sua preservação. "Se destruído esse patrimônio, nada poderá substituí-lo, pois nada será igual. As pegadas de Sousa são um instante sem correspondentes preservado no tempo, se isso for perdido, será perdida irrecuperavelmente uma página da história da vida em nosso planeta

Abril de 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

4


- e uma das mais maravilhosamente preservadas, um dos contos mais bem escritos", desabafou. Centro paleontológico local - Uma das coisas que mais chocaram a pesquisadora Aline Ghilardi foi o fato do sítio de Sousa não possuir um paleontólogo. Nem no museu, aonde a coleção de fósseis é gerida, existe um profissional. "Todo o patrimônio paleontológico está nas mãos de órgãos não diretamente ligados à Paleontologia, e por mais que existam pessoas que se esforcem, elas não são profissionais da área. A gestão desse patrimônio exige a presença de um paleontólogo", reclamou. Aline Ghilardi mostrou também a necessidade de um centro paleontológico local. Ela disse que um campus avançado da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e um Instituto Federal de Educação estão sendo construídos em Sousa e isso poderia ser aproveitado para a contratação de um ou mais paleontólogos e para a formação de um núcleo de pesquisas paleontológicas na região. A pesquisadora citou ainda a possibilidade um curso de graduação em Biologia ou Geologia para formar estudantes para auxiliar nas pesquisas. Na opinião de Aline Ghilardi, um centro paleontológico local garantiria a realização contínua de pesquisas com os fósseis e rochas da área e ainda a melhor gestão do patrimônio paleontológico de Sousa e região. Ela acredita que a permanência do material fóssil na localidade aonde foi coletado sem dúvida contribuiria para sua preservação. "Quem quer que quisesse estudar esse material, de qualquer universidade do Brasil ou do mundo, teria que se remeter a esse centro. Já está na hora de Sousa amadurecer a esse ponto", opinou. Diversidade - Aline Ghilardi informou que as pegadas encontradas em Sousa são algumas das mais bem preservadas do mundo e que o local abriga um dos sítios paleontológicos mais importantes do Brasil, considerando a idade de seus depósitos. Os achados fósseis lá encontrados ajudam a completar as páginas da grande história de vida no planeta Terra e a compreender sua evolução e mudança ao longo do tempo. "Eles têm nos ajudado entender a distribuição e a diversidade de animais que existiram nessa região, em especial os dinossauros". As pegadas encontradas no sítio paleontológico de Sousa, de acordo com a especialista, indicam a presença de alguns tipos de dinossauros que ainda não foram detectados no registro fossilífero do território brasileiro por meio de evidências diretas como ossos e dentes. "Esse é o caso dos dinossauros ornitísquios, por exemplo, que inclui uma série de dinossauros herbívoros especializados, como os ornitópodes e os thyreophora. Isso amplia a diversidade de dinossauros que habitaram o nosso território no passado e ajuda a entender o cenário faunístico da América do Sul durante o início do Cretáceo (entre 145 e 125 milhões de anos atrás), quando nosso continente e a África ainda eram unidos e os animais migravam de um lado para o outro com relativa facilidade". Patrimônio precisa ser preservado - Na opinião da paleontóloga Aline Ghilardi, o patrimônio paleontológico de Sousa deveria receber mais atenção. Ele disse que muito dinheiro foi investido ali para a construção de um parque, mas que só isso não basta. É preciso que a população seja conscientizada da importância do patrimônio que a rodeia. "As pegadas fazem parte do cotidiano da população, mas as pessoas não entendem ainda porque elas devem ser arrancadas e levadas para museus. Todos se aproveitam da fama dos dinossauros para avivar o comércio local, mas ninguém entende o seu real

Abril de 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

5


significado e importância. Acredito que para preservar o patrimônio paleontológico daquela região deveria ser feito um amplo esforço de informação e sensibilização junto à população", ratificou. A paleontóloga acredita que um caminho seria a realização de oficinas, cursos e palestras nas escolas e ainda a distribuição de cartilhas didáticas, promoção de livros e filmes sobre o tema e a visita direta à população para que as pessoas se sintam incluídas no processo. "Se não for assim, o tema 'dinossauro' acaba virando piada", opinou. Ela citou ainda as universidades locais e regionais, aliadas ao poder público, como promotores de projetos focando essa linha de ação e disse que a UFPE, através do Paleolab, que é coordenado pela professora Alcina Alcina Barreto, tem realizado projeto no interior de Pernambuco com objetivo de preservar o patrimônio paleontológico do Araripe e que os resultados têm sido muito positivos. MPF moveu ação para impedir destruição - Há dois anos, o Ministério Público Federal ajuizou ação contra o Dnit e Sudema por conta da destruição de cercas feitas com pedras que tinham pegadas de dinossauros no município de São João do Rio do Peixe. De acordo com o MPF, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) havia identificado a importância do sítio paleontológico de 2,5 quilômetros de cercas com placas de rochas feitas há mais de cem anos pela população local para delimitar propriedades. Essas cercas foram destruídas para a construção da rodovia federal BR 405, sem que sua importância cultural fossem analisadas e levadas em conta. Em outubro do ano passado, num Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre MPF e Dnit e Sudema, os dois órgãos se comprometeram a cumprir medidas para a regularização do processo de licenciamento ambiental de três obras, realizadas sem a devida autorização do Iphan, em áreas de preservação, e também compensar pelos danos causados ao patrimônio arqueológico e paleontológico nacional. As obras são as seguintes: pavimentação da BR 434/PB (trecho Uiraúna e Poço Dantas) do km 0,0 ao km 18,0; pavimentação da BR 426/PB (trecho Piancó, Santana dos Garrotes e Nova Linda) do km 65,60 ao km 95,5; e obras de implantação e pavimentação BR 405/PB (trecho São João do Rio Peixe e Marizópolis) do km 36,5 ao km 54,5. Entre as medidas compensatórias pela destruição dos sítios paleontológicos, o Dnit terá que realizar obras visando a socialização, regularização do uso turístico e educação patrimonial em sítios arqueológicos e paleontológicos na área do Vale dos Dinossauros e ainda fazer um levantamento dos sítios paleontológicos da área denominada Vale dos Dinossauros em 20 municípios da Paraíba. A área tombada pelo Iphan e que soma cerca de 700 quilômetros quadrados é penalizada pela de falta de estudos, mapeamento e proteção. O descaso pode ser verificado na própria Reserva Técnica do Museu do Monumento Natural do Vale dos Dinossauros. Os achados com vestígios de pegadas são armazenadas de forma amontoada, com peças sobre peças, sem nenhuma organização. Fonte: Portal Correio / Luciana Rodrigues.

Abril de 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

6


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

Revitalização do prédio do Cine-Teatro de Sumé O VICE-PREFEITO de Sumé, Éden Duarte, cobrou na última segunda-feira (28), ao Instituto do Patrimõnio histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP), celeridade na aprovação do Projeto de Revitalização do Cine-Teatro de Sumé. Éden se reuniu com os dirigentes do IPHAEP, em João Pessoa, para tratar sobre a revitalização do projeto que necessita da aprovação prévia do PMS Instituto. “O projeto está cadastrado e em análise no Ministério do Turismo, porém, quando as verbas forem liberadas, R$ 3,5 milhões, será necessário que o IPHAEP o tenha aprovado previamente, uma vez que o prédio está cadastrado naquele Instituto”, disse. Éden também esteve mais uma vez na Cagepa cobrando providências urgentes quanto à regularização do abastecimento d’água em Sumé, devido à falta d’água que tem sido frequente na cidade. O vice-prefeito ainda compareceu na Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan) pedindo agilidade no início da reforma da cadeia pública local e o início das obras da nova unidade prisional do município. “Na reunião, a Suplan nos informou que já houve a licitação para a reforma da cadeia. A empresa ganhadora foi a Construtora Santa Júlia. Falta agora a Secretaria de Administração Penitenciária descentralizar os recursos para a obra ser iniciada. Quanto à nova unidade prisional, a SUPLAN está finalizando a análise dos projetos complementares para poder licitar”, disse Éden. Fonte: Ascom/Andréa Duarte.

O PESQUISADOR Luiz Carlos da Silva Gomes recebeu moção de aplausos na Câmara Municipal de Sousa-PB, Casa Legislativa “Otacílio Gomes de Sá”. A homenagem ocorreu na sessão ordinária realizada na terça-feira, dia 11 de março, por propositura de iniciativa do Vereador Daniel Pinto da Nóbrega Gadelha (OFF. CMS/GP/Nº 070/2014) e teve como motivo a última descoberta fóssil feita por este pesquisador na cidade. “Agradeço a moção de aplausos proposta pelo vereador Daniel Pinto da Nóbrega, no plenário da Câmara Municipal de Sousa, aprovada por unanimidade de seus pares”, afirmou Luiz Carlos em sua página de rede social.

Abril de 2014

Homenagem na Câmara Municipal de Sousa para Luiz Carlos

7


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

ARTIGO ____________________________________________________________________ Que venha a copa do mundo e que se dane a Arqueologia!

Ainda não entendi o porquê de não ter me acostumado com o descaso com as pesquisas científicas do e no Brasil. Acho que é pura teimosia, pois, as aberrações são tantas (falta de verbas etc.) que já virou rotina. Notícias nos meios de comunicações em que aparece que pesquisas são interrompidas, que o equipamento quebrou e não existe recurso para o Equipe da SPA em visita ao Parque Nacional Serra da Capivara - SPA conserto etc., mas a notícia que chegou a meu e-mail esta semana é estarrecedora. Oriunda da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), no dia do trabalhador, primeiro de maio, é demais. Ou será simplesmente ridícula? Vejamos o teor: " O IPHARJ (Instituto de Pesquisas Históricas e Arqueológicas do Rio de Janeiro), comunica que por motivo de força maior (relativo ao Parque Nacional da Serra da Capivara que NÃO RECEBE recursos para sua manutenção há meses), a Profa. Dra. Niède Guidon (FUMDHAM) solicitou o adiamento da palestra programada no IPHARJ para o dia 13 de maio, como parte da 12ª Semana Nacional de Museus". Em síntese, a palestra foi adiada ou simplesmente não ocorrerá em tão importante Congresso porque faltam recursos para o deslocamento da Profa. Niède Guidon. Em suma, isso é o descaso total com a Educação e a Ciência no Brasil. Garanto que não estão faltando gordas diárias para aqueles que se deslocam para averiguar a situação dos campos/estádios/arenas para a Copa do Mundo, especialmente para apressar a conclusão das faraônicas obras bilionárias (nada contra a copa, mas tudo contra os corruptos que estão se aproveitando dela). Primeiramente deveríamos sediar em nosso território uma reestruturação educacional e científica, melhorar a qualidade de vida da população mais carente e, se sobrasse dinheiro, aí sim, poderíamos nos preocupar com a Copa do Mundo, as Olimpíadas etc. Os caros amigos já perceberam que países como Noruega, Escócia etc. não estão nem aí para Copa, mas apresentam índices elevadíssimos nos campos da Educação, Ciência e Tecnologia etc.?? Mas privar o país de uma palestra de uma das arqueólogas mais bem conceituadas do planeta e deixar que um dos melhores parques arqueo/paleo/espeleológicos do mundo padeça por falta de recursos, é simplesmente ridículo, se não fosse cômico.

Abril de 2014

Prof. Dr. Juvandi de Souza Santos Arqueólogo

8


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

ARTIGO ____________________________________________________________________ A submersão do histórico povoado de Pedro Velho

Não se dá muita importância à antiga povoação de Pedro Velho, situada numa região entre os municípios de Aroeiras e Natuba, no agreste paraibano, mas esta povoação já consta registrada num documento de 1757 descrito por Domingos Monteiro da Rocha, como um “sítio na ribeira do Paraíba situado duas léguas acima da Barra de Natuba”, e é possível que esta povoação seja bem anterior ao arraial de Boqueirão, que muitos dizem ser o mais antigo povoado do interior da Paraíba além da Borborema. Creio que Pedro Velho remonte a segunda metade do século XVII, tendo sido fundado no território da Data de terras do herói da Pátria André Vidal de Negreiros por certo Pedro Gomes Velho que, como sugere o testamento deste herói da Patria, era seu amigo. Portanto, esta povoação seria anterior a chegada de Antônio de oliveira Ledo ao Cariri paraibano (1663) e certamente guardava Povoação de Pedro Velho, em 2004, sendo gradativamente engolida pelo açude de Acauã– SPA muitos elementos arquitetônicos estilo rural do período colonial ainda por serem levantados e estudados. Digo no pretérito porque, infelizmente, este patrimônio arquitetônico não mais poderá ser registrado, pois no inverno de 2004 o sítio histórico Pedro Velho, á época distrito de Aroeiras, foi totalmente submerso pelas águas do Rio Paraíba devido a barragem de Acauã contruída pelo Governo de José Maranhão entre 1999 e 2002. O apego da população ao lugarejo era tamanho que grande parte da população, despejada pelo O açude de Acauã que inundou o atigo povoado histórico Governo do estado e abandonada a de Pedro Velho– SPA própria sorte, resistiu a mudança compulsória para a Vila Nova construída a título de indenização um amontoado de casas minúsculas pré-moldadas eruidas conjuntas em lugar desolado, e, com apoio do pároco do município de Aroeiras Rômulo Remígio Viana, a população resistente só deixou para a bandonar o povoado quando as águas já estavam ocupando as ruas. Dentro de poucos dias o povoado, com suas antigas casas, igreja e cemitério, já estava totalmente submerso, representando uma perda irreparável para a História. A propósito, perda também para minha História familiar, pois meu bisavô Francisco Cosme de Brito faleceu de tuberculose neste povoado em princípios do século XX e desceu à sepultura no cemitério local, que, desrrespeitosamente, também foi submerso com seus supultos.

Abril de 2014

Prof. Vanderley de Brito Historiador

9


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

Chamada de artigos para Revista Tarairiú

A REVISTA ELETRÔNICA TARAIRIÚ (issn 2179-8168) é uma publicação do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB (LABAP/UEPB), com sede em Campina Grande-PB, e surge como um novo meio de divulgação de pesquisas nos seguintes campos científicos: 1. História do povoamento pré-histórico e histórico da América Latina; 2. Arqueologia; 3. Paleontologia. 4. Espeleologia. As pesquisas e debates científicos nestas áreas compõe o objetivo da Revista que publica artigos inéditos, resenhas e entrevistas redigidos em português, inglês, espanhol ou francês. De periodicidade semestral, a Revista Tarairiú recebe contribuições em fluxo contínuo, de acordo com as Normas para Submissão. Para o próximo número, o prazo para envio é 30 de junho. Tarairiú possui Qualis B4 e sua denominação foi escolhida como uma homenagem a grande parte dos indígenas que habitaram os sertões nordestinos, sobretudo o interior da Paraíba, que foram os índios de vários grupos Tarairiú.

O Prof. Dr. Pedro Paulo Abreu Funari, esteve no Campus I da UFPB em João Pessoa para a abertura do IV Seminário de História e Cultura Histórica, P. Funari na Pedra do Ingá – Silvano Fidelis que aconteceu entre os dias 11 e 13 de Março de 2014. Na oportunidade, o doutor em arqueologia autor de livros como ‘Arqueologia’ (2002) e ‘Pré-História do Brasil’ (2002), proferiu a palestra "PATRIMÔNIOS: CONEXÕES HISTÓRICAS". Na companhia de Silvano Fidelis e Raphael Péricles (alunos do Programa de Raphael, Funari e Silvano no Museu – Silvano Fidelis Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade Federal da Paraíba), o Professor Funari visitou na quinta feira (13/04) o sítio arqueológico Pedra do Ingá. Além de ter ficado impressionado com a arte rupestre encontrada do local, afirmando nunca ter visto nada parecido, parabenizou o cuidado e a preservação existente.

Abril de 2014

Pedro Paulo Funari na Pedra do Ingá

10


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

Convênio entre a Prefeitura de Sousa e o Ministério do Turismo trará melhorias ao Vale dos Dinossauros Por Luiz Carlos da Silva Gomes Colaborador da SPA

O PROJETO: Este projeto resulta do Convênio nº. 7794887/2012 assinado pela Prefeitura Municipal de Sousa-PB, junto ao Ministério do Turismo. Fui informado pela Secretara Municipal de Turismo de Sousa, que os recursos financeiros necessários à execução do projeto (R$-2 milhões), já se encontram em disponibilidade na Caixa Econômica Federal. São estas as finalidades do projeto: - Construção de centro de apoio ao turista incluindo: auditório com capacidade para mais de 120 lugares com equipamentos para exibição de vídeos e documentários alusivos ao Monumento Natural Vale dos Dinossauros e temas afins; - Acesso dos turistas a rede Wi-Fi; - Construção de novas passarelas. - Salão para exposições; - Banheiros; - Lanchonete com mesas e cadeiras. Para que o projeto seja executado carece ainda de aprovação por parte do Governo do Estado da Paraíba/SUDEMA. Mas acreditamos que a SUDEMA venha a concordar com a execução do mesmo por parte da Prefeitura Municipal de Sousa, pois, afinal de contas são investimentos que vão contemplar o VALE DOS DINOSSAUROS, beneficiando diretamente ao povo paraibano e turistas vindos de todas as partes do Brasil e do exterior para ver as pegadas de dinossauros que são as mais bem preservadas do mundo, na opinião de paleontólogos. Com a construção do novo auditório com capacidade para mais de cem lugares, os pais poderão trazer seus filhos ao Parque dos Dinossauros, em Sousa, para assistirem filmes e vídeos contando a história dos dinossauros.

Abril de 2014

Vale dos Dinossauros - SPA

11


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

Obras na Ponte sobre o Riacho Bacamarte são finalizadas No dia 24 de abril o consócio Vanderley de Brito esteve na município de Ingá e constatou que a ponte sobre o riacho Bacamarte na rodovia PB 066, que dá aceso á cidade, já estava pronta e com tráfego normalizado. Não temos informação sobre Ponte refeita - SPA a data em eu a ponte foi liberada, mas é certo que foi entre março e abril, porque até 28 de fevereiro, última visita do pesquisador ao município, ela ainda não tava pronta. A ponte teve sua estrutura danificada no inverno de 2011 quando deu uma grande cheia no riacho Bacamarte chegando, inclusive, a submergir a Pedra do Ingá. Desde então, a prefeitura local fez um desvio provisório (ponte molhada) ao lado da ponte para permitir o acesso à cidade e, por sorte, desde então não se registrou aumento significativo da pluviosidade local que viesse a destruir esta ponte alternativa. As obras de restruturação da ponte, do Governo do Estado, vinham caminhando lentamente e o risco de chuvas fortes era sempre eminente.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, junto a especialistas do Instituto Weizmann, encontrou o registro arqueológico mais antigo sobre o uso do fogo pelo homem pré-histórico, como aquecimento e para cozinhar. Apesar de a prática estar mais associada ao homem moderno, a descoberta dos novos vestígios remetem há 300 mil anos, a SeuHistory evidência mais antiga encontrada até hoje. Dentre outros fatores, o achado revela que os homens pré-históricos já contavam com este avanço fundamental para seu desenvolvimento: eram sedentários, organizados socialmente e dotados de grande capacidade intelectual. As provas até agora indicavam que os antepassados do homem, naquela época, ingeriam alimentos crus. Os resultados da investigação foram recentemente divulgados. Os trabalhos de escavação, porém, foram iniciados em 2000, na caverna de Qesem, a 12 quilômetros a leste do centro de Tel Aviv. Ali, os cientistas encontraram um enorme depósito de cinzas

Abril de 2014

Encontrada mais antiga das evidências do domínio do fogo pelo homem

12


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

de madeira, com montes de terra queimada e ossos de animais, sugerindo uma imensa cozinha paleolítica. As diversas análises com as mostras retiradas do local permitiram deduzir que, ali, em um buraco de dois metros de diâmetro, a madeira era queimada e os alimentos, cozidos. Nas proximidades do local, também foram encontradas quantidades de ferramentas de pedra e utensílios de sílex, utilizados para cortar carne de cavalo ou cervo, entre outras, que indicam uma vida grupal organizada. Em torno do local, ocupado pelo fogo no centro, a caverna conta com um interior dividido em áreas diferentes, muito semelhante às casas modernas, outra indicação de que há 300 mil anos o homem já tinha um senso comunitário. Esse tipo de descoberta representa uma grande virada na concepção moderna de desenvolvimento humano. Pois, apesar da suposição científica de que as grandes mudanças de comportamento teriam ocorrido a partir do domínio de fogo, há 400 mil anos, até hoje não havia provas arqueológicas. Fonte: SeuHistory.com

Desde o início do ano, a estudante Jordânia Alyne vem visitando vários sítios arqueológicos de inscrições rupestres no município de Pedra Lavrada, na companhia da pesquisadora local Priscila Dias, em função do projeto de iniciação científica, desenvolvido no âmbito do Curso de Geografia da Universidade Federal de Campina Grande, que tem como objetivo evidenciar e mapear os potenciais turísticos das áreas do Seridó paraibano para definição das Priscila e Jordânia - Priscila zonas turísticas em diferentes setores. A principal fonte de informações das pesquisadoras para iniciar o trabalho de campo foi um relatório parcial do PROCA entregue à Prefeitura local sobre as atividades de levantamento de campo neste município desenvolvidas no ano de 2003 e dados repassados pelo consócio Vanderley de Brito. No mês de janeiro as pesquisadoras visitaram para fins de novo levantamento os sítios rupestres Pedra do Solon, Quixaba e Serra das Flechas, neste último, infelizmente, elas constaram atos de vandalismo recente sobre as pinturas rupestres. Neste mês de abril, as pesquisadoras visitaram os cinco sítios de pinturas rupestres do complexo Cantagalo, próximo à sede do município, e também as gravuras rupestres do sítio Tanque do Retiro.

Abril de 2014

Pesquisas em Pedra Lavrada-PB

13


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

Comissão do sesquicentenário de Campina Grande é instalada Em solenidade realizada em seu gabinete de trabalho, no Palácio do Bispo, o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, instalou na tarde desta terça-feira, 15, a comissão encarregada da organização das comemorações do Sesquicentenário da cidade. Além de auxiliares da administração municipal, e representantes dos mais diversos segmentos da sociedade, participaram do evento os ex-prefeitos João Jerônimo da Prefeito Romero Rodrigues - PMCG Costa e Félix Araújo Filho. Também esteve presente o vice-prefeito de Campina Grande, Ronaldo Cunha Lima Filho. Após a assinatura do decreto, instituindo a comissão, o prefeito Romero Rodrigues destacou a importância do momento, afirmando que, por si só, a instalação da comissão já representa um marco para a história da ‘Rainha da Borborema’. “Todos os participantes e os demais ex-gestores deram as suas parcelas de contribuição para o desenvolvimento da cidade”, disse o prefeito. Na ocasião, ele lembrou que não haverá distinção, de qualquer natureza, e que até a comissão será apartidária, para a qual foram convidados todos os exprefeitos vivos. Romero Rodrigues, que será presidente da Comissão do Sesquicentenário, escolheu o ex-prefeito João Jerônimo como presidente de honra. Segundo Romero, essa é uma forma de reconhecimento ao trabalho de João Jerônimo, único remanescente do centenário de Campina Grande. A professora Yara Macedo foi designada como coordenadora geral da Comissão. Sob seu comando será realizada, nesta quarta-feira, 16, às 10h, no Teatro Paulo Pontes, a primeira reunião de trabalho para apresentações de sugestões da programação das atividades que marcarão os 150 anos. Fonte: Redação PMCG

Neste mês de abril o professor Damião Ramos Cavalcanti assume a presidência da Fundação Casa de José Américo - FCJA, nomeado pelo governador do Estado Ricardo Coutinho. Professor da Universidade Federal da Paraíba, desde 1973, onde prestou uma larga folha de serviço como docente e dirigente, Damião Cavalcanti - Divulgação Damião Ramos participou também da criação da UEPB em Guarabira, da UNIPÊ e da FESP em João Pessoa e por um curto período presidiu o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba IPHAEP.

Abril de 2014

Novo presidente da FCJA

14


Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nº 97 - issn 2176-1574

“Making of” da SPA A ideia de que a ciência arqueológica é uma atividade rigorosamente e invariavelmente austera não é verdadeira. É certo que as conclusões científicas são rigorosas nos processos de coleta de dados, experimentações e fundamentação, mas, necessariamente, os agentes da arqueologia não são extremistas como a Guarda da Rainha. A pesquisa de campo exige certo bom humor e companheirismo, não é possível se aventurar no campo com suas adversidades inúmeras e hostilidades naturais sem estes atributos. Pensando nisso, a SPA criou uma brincadeira na rede social facebook chamada Making of da SPA, onde se reúne fotos dos agentes da SPA em campo para fazer brincadeiras com quadrinhos e balões para mostrar que a arqueologia é uma ciência humana e, também, bem humorada. Eis um dos quadrinhos, protagonizado pelos pesquiadores Juvandi de Sousa Santos, Vanderley de Brito e Thomas Bruno Oliveira, que, entre outros, fez sucesso na rede social.

Abril de 2014

– Mapa de atuação da SPA em Abril de 2013 –

15


Abril de 2014

Boletim Informativo da Sociedade Paraibana de Arqueologia - Nยบ 97 - issn 2176-1574

16


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.