Joias culturais do Brasil e do mundo
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egado a céu aberto de 300 anos de ocupação do vasto território das Minas e dos Gerais e de intensa urbanização, o patrimônio cultural mineiro é o maior do Brasil, destacando-se entre os 212 bens materiais tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Estado, quatro, inscritos na seleta Lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco): a cidade histórica de Ouro Preto, que celebrou 40 anos do seu reconhecimento internacional em 2020; o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas (1985); o Centro Histórico de Diamantina (1999); e o Conjunto Moderno da Pampulha (2016). De Ouro Preto à Pampulha, essas conquistas são fruto de uma longa jornada de construção de políticas de preservação do patrimônio cultural brasileiro, que teve como ponto de partida a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual Iphan, e a instituição dos livros de tombo1 em 1937. Presidido durante 30 anos pelo escritor, advogado e jornalista mineiro Rodrigo Melo Franco de Andrade, o instituto dedicaria atenção especial ao patrimônio mineiro, sendo dessa época, considerada “heroica”, o tombamento dos conjuntos urbanos e arquitetônicos de Congonhas, Diamantina, Mariana, Ouro Preto, São João del-Rei, Serro e Tiradentes, e da obra-prima de Antônio Francisco Lisboa, 1 Os livros de tombo foram instituídos pelo Decreto Lei nº 25, de 1937. São eles: Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; Livro do Tombo Histórico; Livro do Tombo das Belas Artes; e Livro do Tombo das Artes Aplicadas.
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