DIÁRIO MINDELACT EDIÇÃO [2021] ESPERANÇA a par e passo, o evento dos afetos
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ARTICULISTAS CONVIDADOS CAPLAN NEVES E DJAM NEGUIM FOTOGRAFIAS QUEILA FERNANDES E HELDER PAZ MONTEIRO "CV Matrix 46"
@Queila Fernandes, todos os direitos reservados
DIA 9, DOS CORPOS Djam Neguim
(Una) Começamos a correr. Na verdade, ela. Mas nós, também! Corremos contra o tempo, a destempo. O tempo do Homo- Vírus. O ser U-na-no!! (Duas) A media invade. É o quarto poder. E o que pode o corpo que dança? Corpo-é-media -do-seu-tempo. CORPO É PODER!!! (Três) Branco, quase puro. E depois, vermelho. A sala inunda-se. A cura. Pedaços de cura. Vozes descuradas. Barulhos de vida! (Quatro) As peças se amontoam. Castelos, ou muros. E outras vozes. Há U-na-nos e a estória dos seus medos.
"UNA"
@Queila Fernandes, todos os direitos reservados
(Cinco) E-létrica,E-rupção. Des-nuda-mento. .... transe. (Seis) São várias telas. Pode ser cinema. Espelho teu, Espelho teu, Quem foi ao teatro não morreu! (Una com o Todo) Perto de nós. Saberemos conviver com o vírus. Quem manda no invisível?
"UNA"
@Helder Paz Monteiro, todos os direitos reservados
Ser-se culto é menos uma questão de escolha do que de acesso. A história da humanidade nos tem demonstrado que a cultura, tanto materializa a infinita inventividade humana como a mais excruciante exclusão. Onde o conjunto de cadeias causais que nos governam permite algum espaço de liberdade, ela não existe minimamente para a maioria dos seres humanos, no que se refere a possibilidade efetiva de participar, plenamente, da cultura humana. Por Capan Neves
"CV Matrix 46"
@Queila Fernandes, todos os direitos reservados
Num país como o nosso, numa cidade como a nossa, que um cidadão médio, apaixonado pela ação cénica, possa ter acesso a uma significativa amostra da riqueza, diversidade e inventividade do teatro do mundo, é uma verdadeira subversão dos determinismos que nos governam. Obrigado Mindelact. Ao cair do pano, Mindelact2021 nos brindou, outra vez, com um desses espetáculos onde a beleza, a força e a inventividade humana se materializam. Sob o pano de fundo da migração, do cabo-verdiano, da enxada para a trolha, da rispidez da terra para acritude do cimento, a peça reflete, em última instância, o condão da arte para conferir sentido aos mais árduos gestos humanos e espremer a beleza das tetas do inferno. Tal como o cabo-verdiano que vê as larvas da sua dor metamorfosear-se em artísticas borboletas esvoaçantes, não teria Sísifo sorrido ante a visão de sua tarefa nos movimentos de Raiz di Polon? Sim, é de um espetáculo cabo-verdiano que se trata. De uma borboleta crioula cujos anos podem ser contadas as dezenas, que pousou nas flores de muitos mundos e que só agora, o Mindelact soube trazer aos meus olhos. Obrigado Mindelact.
"CV Matrix 46" @Queila Fernandes, todos os direitos reservados
Diário Mindelact Coordenação Caplan Neves Texto Diário 09 Djam Neguim e Caplan Neves Fotografias Queila Fernandes e Helder Paz Monteiro
"Terra-Sôdade" @Queila Fernandes, todos os direitos reservados
OBRIGADO!
@Queila Fernandes, todos os direitos reservados