A TRIBUNA 28, 29 E 30 DE JANEIRO DE 2023

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ESTADO DO RIO LIDERA RANKING DE TRAGÉDIAS NATURAIS NO BRASIL

De acordo com levantamento realizado pelo Anuário Brasileiro de Desastres Naturais, em 2010, dentre os estados com mais de 30 ocorrências de desastres naturais, o Rio de Janeiro aparece em primeiro lugar, concentrando 18% dos episódios. Dois cientistas da UFF fizeram um estudo que mostra como a configuração do relevo, a concentração demográfica aliada à ocupação desordenada em áreas de risco, a falta de planejamento urbano e o clima característico do local, fazendo desta uma das regiões que mais sofrem com desastres de origem natural no país P.5

SOB NOVA GESTÃO, CANTO DO RIO PODE SE TORNAR

SAF

UM

O

O

RELATÓRIO DA FENAJ DETALHA VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS

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LULA E GOVERNADORES DEFINEM PLANO COMUM PARA OBRAS NOS ESTADOS

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JORNALISTA CONTA EM LIVRO AS HISTÓRIAS DOS 70 ANOS DE CARREIRA

SAUDADES

DOS ANOS 80?

DOS ANOS 80?

CIDADES

MARICÁ HOSPITAL AMPLIA ATENDIMENTO A PARTIR DO DIA 1º

O Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara dará início quarta-feira aos atendimentos no setor de trauma.

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PÁGINA 6 Divulgação

RIO BONITO PRÉ-VESTIBULAR

SOCIAL OFERECE 140

VAGAS NA CIDADE

CABO FRIO

ESTABELECIMENTOS

SÃO NOTIFICADOS POR DESCARTE IRREGULAR

UM FUTURO DE UM FUTURO DE DECISÕES PRESENTES DECISÕES PRESENTES P.2 DE
NITERÓI COMPLETARÁ MEIO SÉCULO DE GERÊNCIA DO PDT PAINEL WWW.ATRIBUNARJ.COM.BR | ESTADO DO RIO DE JANEIRO | SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA, 28, 29 E 30 DE JANEIRO 2023 | ANO LXXXVIII | Nº 35.854 | R$ 2,00 | FECHAMENTO 23:00 - ACOMPANHA A EDIÇÃO Agência Brasil
OLHO NO FUTURO
RJ FORA DO CONTEXTO RJ DO RJ FORA DO CONTEXTO RJ DO POLÍTICO NACIONAL POLÍTICO NACIONAL Leonardo Oliveira Brito
Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil
PÁGINA P.2
4 P.2 O BRASIL RESISTE AO BRASIL RESISTE GOLPE E À BADERNA GOLPE À
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DESAFIOS AO PREFEITO DESAFIOS PREFEITO DE NITERÓI (IV) DE NITERÓI (IV)
TEMPO DE CADA UM
SAUDADES
SAUDADES
P.9 ÉÉ ÉÉ É UM A UM UM A UM ATRASO COMP TRASO TRASO COMP COMPARARARAR ARARARAR ARAR TT TT TVV VV V ABER ABER ABER ABER ABERTT TT TA COM STREAMING A COM STREAMING A A P.9
COMO NÃO SENTIR NÃO SENTIR COMO NÃO SENTIR NÃO SENTIR SENTIR SAUDADES DOS ANOS 80?
DOS ANOS 80?

JOURDAN AMÓRA

DESAFIOS

O vultuoso projeto "Niterói 450 anos", em execução pela equipe do prefeito Axel Grael, vai dar à excapital fluminense ampliando a atratividade para novos moradores e a exaltação da sua beleza natural e urbana para atração de milhares de novos visitantes.

Vamos rezar para o nosso padroeiro São João Batista proteger a nossa mobilidade urbana para que o progresso não represente para seus moradores o mesmo padecimento observado na cidade consagrada a Maria Aparecida da Conceição, com um povo sofrido fora dos limites do Santuário Nacional.

A àrea administrada pelos Irmãos Redentoristas tem 1.352. 763 m². É 10 vezes superior ao espaço da Avenida Rio Branco até a orla

Jourdan Amóra é Jornalista é Jornalista

Jourdan Amóra é Jornalista

Jourdan Amóra é Jornalista é Jornalista

PATRÍCIA TAVARES

da Baia de Guanabara.

Aqui estão extinguindo os estacionamentos e ampliando a ocupação do solo, sem medição do impacto urbano rotineiro.

O Santuário de Aparecida tem, em volta, área de 230 mil m², reservada para estacionamento de três mil automóveis, dois mil ônibus (podendo chegar a 5.370), 731 para motos e 590 para bicicletas. A diária de uma vaga começa a R$ 35,00, não havendo opções no miolo da cidade.

O conjunto turístico-religioso passou a contar com passarela elevada -ligando as duas igrejas - além de teleférico.

Se lá tem a navegabilidade pelo Rio Paraíba, Niterói não usa a sua orla para o transporte ou o turismo náutico.

MARÍLIA ORTIZ

Secretária de Fazenda de Niterói

UM FUTURO DE UM FUTURO DE UM FUTURO DE UM FUTURO DE UM FUTURO DECISÕES PRESENTES DECISÕES PRESENTES DECISÕES

O ano de 2022, sem dúvidas, foi um período permeado por intensos desafios políticos e econômicos. O período pandêmico e a guerra da Ucrânia deixaram rastros financeiros devastadores que ainda acompanharão por muito tempo a conjuntura de diversos países ao redor do mundo.

Ao longo dos últimos dez anos a Prefeitura de Niterói fortaleceu a sua área técnica estabelecendo diversas ações para uma melhor gestão e a modernização da cidade. E isso tem permitido à Niterói ser resiliente para atravessar períodos de crise. Não fosse a modernização dos sistemas, a reserva financeira e a qualificação técnica das equipes, teria sido impossível construir políticas em tempo recorde para mitigar os efeitos da pandemia, salvar vidas e garantir a segurança alimentar das famílias empobrecidas.

instagram: patricia.tavaresm

O TEMPO DE CADA UM O TEMPO DE CADA CADA

Cada uma tem uma percepção do tempo.

Quando você está feliz, o tempo passa rápido...

Quando você está fazendo algo que não aprecia muito, o tempo parece ficar arrastado.

O tempo é relativo, e cada pessoa possui o seu próprio tempo. Não existe cedo ou tarde, existe a possibilidade de cada um.

Muito tempo, pouco tempo, tempo ideal não existe...

Tudo vem no tempo que precisa vir...

Precisamos fazer a nossa parte, frente às circunstâncias e momentos, mas o desdobramento das coisas, a evolução de cada realização é feita através de cada possibilidade do tempo.

Nem antes, nem depois, no tempo que tiver que acontecer.

Não crie antagonismos e desgastes desnecessários lutando contra o tempo, crie uma força a favor de todo e qualquer tempo.

Hoje é o seu melhor tempo.

Não acredite que a vida é contra você, que o tempo está contra você; ao contrário, quando cria esse pensamento, esse sentimento, são suas atitudes que ficam contra o seu melhor tempo.

Cada um tem o seu tempo de realização, criação, melhor atuação.

Nada acontece por acaso, nada está fora de órbita.

O tempo é sábio.

Tudo flui para que possamos ter uma maior evolução, uma melhor condução a favor da nossa melhor vida.

Tudo o que não se realizou em algum momento, não era para ser. Tudo o que não aconteceu, independente do tanto que se esforçou, não era para acontecer.

Cada um de nós possui uma visão limitada, restrita de todas as circunstâncias e desdobramentos da vida. Mas as forças maiores, o poder ilimitado do universo sabe muito mais, possui uma visão ilimitada do todo e, muitas vezes, livra-nos de situações que terão consequências dificultadoras para nós.

Agradeça por tudo que não aconteceu. Agradeça sempre! Porque tudo que não ocorreu foi um livramento.

Agradeça por todos os acontecimentos, pois tudo que aconteceu trouxe amadurecimento, trouxe evolução, trouxe você a esse momento de agora.

A vida é sabia, o tempo é bom e sábio.

Existem muitas coisas que não conseguimos entender ainda e não compreendemos, mas não é por esse motivo que pensará que a vida está contra você.

Olhe para as infinitas possibilidades, para o ilimitado e queira ver a abundância em tudo, como o sistema do universo é ilimitado e não trabalha apenas para uma pessoa, não trabalha para pequenos grupos, mas funciona perfeitamente para o melhor de todos.

Existe muitas coisas que não vemos, mas que existem e interferem na dinâmica individual e do todo.

Amplie seu conhecimento, sua sabedoria, amplie sua visão e terá maiores chances de olhar adiante e descobrir a vastidão do universo e a vastidão de tudo aquilo que é concedido a você...

Crie melhores oportunidades de vivenciar cada experiência, crie maiores oportunidades de ver cada coisa, cada acontecimento. Expanda a sua consciência e a sua visão de mundo e suas experiências também se expandirão.

Nada é limitado, apenas quando a sua consciência, ou a sua visão estão limitadas, você limita suas experiências, suas vivencias...

Expanda-se e tudo a sua volta também se expandirá!

O tempo ilimitado é a sua forma de olhar e de ver além de tudo que está limitado...

Existe um tempo para cada um de nós, mas esse tempo não é ditado pelo cronológico, e sim pela possibilidade de interação maior ou menor que criamos a partir de nós mesmos... Ou seja, limitar ou expandir coisas, situações, experiências, não depende de algo externo, mas da capacidade de cada um de fazer "acontecer", de vislumbrar algo que não está apenas no tempo físico

Crie as suas próprias circunstâncias, crie o seu melhor tempo e viva mais tudo aquilo que pretende viver, tudo aquilo que faz muito bem a você.

Tudo isso também é fruto de um governo que projeta o futuro a partir de uma visão de longo prazo. Assim construímos o Plano Niterói que Queremos 2013-2022 e uma metodologia de gestão orientada por metas e resultados. Planos setoriais e institucionais são articulados a essa estratégia de planejamento mais ampla da Prefeitura. Na Secretaria de Fazenda construímos no ano passado um Plano Institucional Participativo com metas para quatro anos e carteiras de projetos que são renovadas anualmente.

A carteira de projetos de 2022 contou com 43 projetos distribuídos entre as 5 áreas de resultado. Soubemos concretizar nossas metas de maneira profícua, alcançando um desempenho de 85% das entregas pactuadas.

No âmbito da área de resultado "Arrecadação Eficiente" a receita dos impostos próprios foi, de modo geral, superior aos valores de 2021, com crescimento nominal de 14,5% , tendo como grande protagonista o ISS, que cresceu 27,5%. Resultado que demonstra a pujança da economia local e a perspectiva de crescimento sustentado da arrecadação própria em razão dos incentivos corretos ao setor privado.

MÁRIO SOUSA

Na área de resultado da "Gestão Fiscal" destaca-se o Fundo de Equalização da Receita, que terminou o ano com a quantia de R$760 milhões, refletindo os bons resultados alcançados pela política de aplicações financeiras. Também participamos da constituição do Fórum Nacional de Fundos Soberanos que conta com a participação de Niterói, Maricá, Ilhabela e o Estado do Espírito Santos para conformar princípios de governança comuns e dar maior segurança à institucionalidade de tais fundos de reserva aos entes subnacionais. Quanto à área de resultado "Modernização de Serviços com Foco no Cidadão" ressaltamos a implementação do PIX para pagamento dos tributos. Desde a implantação do PIX em outubro de 2022, foi possível arrecadar mais de R$6 milhões por meio dessa modalidade. Na área de resultado "Informação Qualificada e Transparente" o principal resultado foi a aprovação da prestação de contas de Niterói referente à 2021 por unanimidade pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE).

Por fim, a área de "Desenvolvimento Institucional" foi responsável ao longo de 2022 pelo aprofundamento da cultura organizacional através da gestão de conhecimento, pessoas e projetos na organização. Inauguramos em 04 de novembro, dia do Servidor Fazendário, o Centro de Memória da Fazenda - um museu permanente que resgata a história do Palácio Arariboia e valoriza a importância da instituição e dos seus servidores para a história da cidade. Diversas entregas se destacaram ao longo do ano por simplificar a relação dos cidadãos com a Fazenda e por promover melhorias na gestão fazendária, como a aprovação da Lei de Desburocratização do Alvará para empresas de baixo e médio risco; a disponibilização da Declaração de Informação Cadastral do Imóvel (DeCad); a digitalização

de mais cinco serviços da Fazenda no Portal de Serviços da Prefeitura de Niterói; a implementação do Plano de Contas da Contabilidade de acordo com as melhores práticas contábeis do setor público; e a avaliação de 300 imóveis públicos, considerados ativos financeiros do Município. Alcançar esses resultados não foi tarefa fácil, mas conduzidos por um planejamento bem definido e através de uma metodologia de aceleração e monitoramento dos projetos bem estruturada, chegamos ao fim do ano com a sensação de missão cumprida. Prêmios na área de governança e desburocratização como o Band Cidades Excelentes, o "Sebrae Prefeito Empreendedor" e o Índice de Concorrência dos Municípios do Ministério da Economia, no qual Niterói se destacou como primeiro lugar, nos dão a certeza do êxito de nossas ações.

Seguimos colhendo os frutos de uma gestão bem estruturada na Fazenda, que a todo momento tem respondido às demandas da sociedade e modernizado sua gestão. Tudo isso se faz possível, por termos um corpo técnico de excelência com pessoas engajadas e comprometidas com o plano estabelecido no início de cada ano.

O empenho para a construção de um município cada vez mais dinâmico e igualitário continua. Com a clareza de onde queremos chegar, sem perder de vista o ponto de partida, conduzimos uma gestão responsável, com objetivos alinhados e um olhar atento ao cidadão. Como aponta a reflexão de Peter Drucker: "planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com um futuro de decisões presentes", assim, a Fazenda constrói no presente, um futuro próspero e promissor a todos os niteroienses.

Acesse o Relatório Institucional da Fazenda de Niterói de 2022 por meio do QR Code abaixo.

Jornalista, escritor e Diretor de Teatro

BRASIL RESISTE AO RESISTE AO BRASIL RESISTE AO RESISTE AO

GOLPE E À BADERNA GOLPE E À BADERNA GOLPE E À BADERNA GOLPE E À BADERNA GOLPE

Com medidas cirúrgicas, Lula rechaçou a tentativa de golpe com as invasões, depredações, baderna e atos violentos em Brasília. Houve um freio aos ímpetos criminosos que agiam contra a Democracia.

Diversos golpistas já foram autuados e presos, e segue, em curso, as ações do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal para enquadrar judicialmente os autores intelectuais, as lideranças e empresários que fomentaram e financiaram a invasão dos patrimônios públicos, num total desrespeito ao estado democrático, à Constituição e ao resultado das urnas.

O Brasil não é uma republiqueta à mercê de um ex-presidente que levou o país à degradação ética e civilizatória, com ataques diários aos jornalistas, agressões às mulheres, desqualificação da ciência, depredação do meio ambiente, disseminação das Fake News e a responsabilidade por mais de 700 mil mortes pela Covid 19.

O Presidente Lula, legitimamente eleito, com sua liderança incontestável, tomou as medidas cabíveis decretando a intervenção em Brasília, e o Supremo Tribunal Federal, através do Ministro Alexandre Moraes, decretou a prisão do Secretário de Segurança de Brasília, afastou o Governador de Brasília por suspeição de apoio aos atos e negligência na área da Segurança, além de solicitar uma rigorosa investigação dos financiadores da baderna e da tentativa de golpe.

Estadistas dos principais países do mundo se manifestaram à favor de Lula e repudiaram os golpistas. Com apoio e ação de todas as instituições legítimas como o STF, o Senado, a Câmara Federal, o Tribunal Superior Eleitoral, a Associação Brasileira de Imprensa, a Federação Nacional de Jornalistas e as forças sindicais, o Brasil resistiu e rechaçou o golpe articulado por grupos extremistas da direita. A FENAJ e os Sindicatos de

Jornalistas assinaram documentos repudiando os atos terroristas em Brasília e se solidarizaram com profissionais agredidos durante as coberturas.

Para a Fenaj, os jornalistas brasileiros no exercício de seu trabalho profissional têm sido vítimas de intimidações e agressões por membros e apoiadores desse grupo político violento e antidemocrático. São centenas casos registrados nos últimos anos, quase uma dezena apenas na primeira semana deste ano de 2023.

A Fenaj e os Sindicatos exigem apuração e rigorosa punição dos responsáveis por este grave atentado à democracia brasileira, incluindo financiadores e realizadores. Este não é um ato isolado de criminosos que tentam destruir a ordem democrática com violência e vandalismo. Sem dúvida, há financiadores que envolvem empresários, políticos e policiais, além da negligência do Governador de Brasília e do Secretário de Segurança.

É vergonhoso, ultrajante, intolerável este ataque à Democracia. O momento exige reflexão, união de todas as forças progressistas do país em apoio ao governo de Lula, em defesa do Estado Democrático, mas também o rigor da lei contra os criminosos.

Não podemos deixar brechas para fascistas, terroristas e criminosos que agem pela volta da barbárie e da ditadura!

Fundado em 26 Novembro de 1936 em 26 Fundado em 26 Novembro de 1936 em 26 A TRIBUNA é uma publicação da Editora Esquema Ltda CNPJ: 30.108.948/0001-26 www.atribunarj.com.br DiretoriaDiretoria Diretoria: Jourdan Amóra Eva de Lourdes Santana Amóra Gustavo Santana Amóra Editor:Editor: Editor: Marcelo Macedo Soares EndereçoEndereço Endereço: Rua Professor Heitor Carrilho, 350F, Centro, Niterói - RJ - Cep: 24.030-230 TT Telefelef elefelef elefones: ones: ones: (021) 2719-1886 / 2621-4986 Whatsapp: Whatsapp: (021) 97848-4642 Assinatura: assinaturaatribuna@gmail.com assinaturaatribuna@gmail.com TT T rimestral rimestral R$ 126,00 126,00 R$ 126,00 126,00 Semestral Semestral Semestral Semestral R$ 252,00 252,00 AnualAnual AnualAnual R$ 504,00 504,00 ADJORI-RJ 2 SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA, 28, 29 E 30 DE JANEIRO DE 2023
AO PREFEITO DESAFIOS AO PREFEITO DESAFIOS AO PREFEITO DESAFIOS AO PREFEITO DE NITERÓI (IV) DE NITERÓI (IV) DE NITERÓI

CHANCELER BRASILEIRO REFORÇA COMPROMISSO COM FORTALECIMENTO DA OMC

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou na sexta-feira (27), por telefone, com a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala. Entre outros assuntos, eles trataram da proposta brasileira de reuniões anuais da OMC.

Segundo o Itamaraty, a medida visa a “aprimorar a capacidade da organização de responder a crises e a ampliar o engajamento dos membros, contribuindo para o processo de reforma e revigoramento da organização”.

Vieira também reafirmou o compromisso do Brasil com o fortalecimento e a modernização do Sistema Multilateral de Comércio e da OMC e assegurou o comprometimento do governo brasileiro com a ratificação do Acordo sobre Subsídios à Pesca, que estabelece novas regras comerciais para o setor.

NITERÓI COMPLETARÁ MEIO SÉCULO DE GERÊNCIA DO PDT

Desde que perdeu a condição de capital de estado, há 47 anos, o eleitorado niteroiense só elegeu um prefeito considerado conservador, o médico Waldenir de Bragança, pelo PSD, e outro do MDB “amaralista”, Moreira Franco, que não residia na cidade.

No regime militar os prefeitos de cidades como Niterói, que era capital, foram nomeados.

O último deles, Ivan Fernandes de Barros, seguido do engenheiro niteroiense Ronaldo Fabrício, escolhido em decorrência da fusão, governando até 1977 com muita eficiência.

Três deles tentaram o cargo de governador e só Moreira Franco chegou lá quando o Palácio do Ingá já não era usado como sede de governo e nem foi transferido para a Prefeitura. Em 2002, Jorge Roberto entrou na disputa, o mesmo fazendo Rodrigo Neves, vinte anos depois.

DINASTIA SILVEIRISTA

Jorge Roberto, bonjesuense ainda morador em Niterói, opositor de Walsdenir de Bragança, foi eleito em 1989 e governou até 1993. Não havendo direito à reeleição, indicou o arquiteto João Sampaio para sucedê-lo.

Voltou a ser prefeito em

MUDANÇA ADMINISTRATIVA

1997, reelegendo-se em 2001. Para concorrer a governador, renunciou em 4 de abril 2002, em favor do seu vice, o petista Godofredo Pinto, que se reelegeu para o mandato de 2005 a 31 de dezembro de 2008.

Jorge Roberto voltou pela quarta vez (2009-2012) encerrando um ciclo de 33 anos.

A VEZ DO NEVISMO

Rodrigo Neves chegou à Prefeitura pela legenda do PT em 2013. Com a perda dos direitos políticos de seu amigo Lula, chegou a militar no PV, mas filiou-se ao PDT de Brizola para o novo mandato, de 2017 a 2020, pela legenda. Atraiu do PV o ambientalista Axel Grael, que foi seu vice e se tornou prefeito pelo PDT no pleito de 2020 e agora tem Rodrigo Neves na sua equipe. Um dos dois será candidato para o período 2024-2028.

A ERA FLUMINENSE

Filho de um governador falecido precocemente, Jorge Roberto viveu dois anos da sua infância no antigo Palácio do Ingá. Fez o que o pai, Roberto, não conseguiu: manter a dinastia silveirista embora fosse consagrado como um bom prefeito que tirou de Niterói a imagem de aldeia ou de cidade provinciana.

O segundo Silveira a ocu-

VOLTA INDEFINIDA

Se conseguir o direito de permanência nos EUA durante 180 dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro não precisa ter pressa para retornar ao Brasil, onde a poeira do vandalismo em Brasília precisa ter reduzida da carga de ódio que o ameaça.

O mais importante para ele é saber os caminhos dos processos em anda-

mento, especialmente no STF.

O mais pesado está nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta em maio, quando será substituído por Nunes Marques, que chegou àquela Corte por escolha de Bolsonaro.

Não é afastada a hipótese dele se declarar alvo de ação política que possa gerar o direito de pleitear asilo político.

Antes mesmo de Rodrigo Neves aceitar a indicação para assumir a Secretaria Executiva, o prefeito Axel Grael havia admitido a necessidade de fazer uma “mexida” em seu secretariado. A manutenção do esquema de entrega de cargos importantes a pessoas indicadas por titulares de mandatos impulsionou a decisão por mudanças.

Perderam poder de influência, Chico D´Ângelo, Waldeck Carneiro e Comte Bitenrourt, em função dos resultados eleitorais.

Até então influente na Secretaria de Assistência Social, a agora ex-vereadora Verônica Lima, sente que, como deputada estadual merece ter influência em quatro importantes secretarias municipais, mesmo sendo do PT, que está esvaziado em Niterói.

par o Palácio do Ingá foi o sereno Badger “para completar o mandato do irmão Roberto, falecido em desastre de helicóptero. Mas não completou: foi deposto pelo regime militar para ceder lugar ao general Paulo Torres.

O último político fluminense ocupante do Palácio do Ingá foi o cearense integralista Raymundo Padilha.

EM REUNIÃO COM GOVERNADORES, LULA

DEFINE CRIAÇÃO DE PLANO COMUM DE OBRAS

Durante

o encontro, ficou definida ainda a criação de uma comissão para discutir ICMS com o STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os governadores dos 26 estados e Distrito Federal decidiram na sexta-feira (27) pela criação de um conselho de diálogo federativo, batizado de Conselho da Federação, e de um plano de investimento de obras comuns do governo federal, estados e municípios. As informações são do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após a reunião realizada nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto.

Segundo Padilha, o conselho será uma mesa permanente com a representação do governo federal, por meio do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin, seis representantes dos governos estaduais, incluindo um de cada consórcio regional, e seis representantes das entidades nacionais de prefeitos, que são a Frente Nacional de Prefeitos, a Confederação Nacional dos Municípios e a Associação Brasileira de Municípios.

“Será um instrumento único e inovador para discutirmos as agendas comuns”, explicou Padilha. O grupo deve ter reuniões regulares, além das reuniões ampliadas com os 27 governadores.

OBRAS

Já o plano de investimento de obras será conduzido pelo ministro da Casa Civil da Presidência, Rui Costa. Entre os dias 3 a 10 de fevereiro, os governadores deverão encaminhar seus projetos prioritários.

A diretriz, segundo o ministro, é retomar as mais de 10 mil obras paralisadas pelo país, nas áreas da educação, saúde e infraestrutura social (moradia e saneamento) e investir em projetos que possam ser executados nos próximos quatro anos, principalmente aqueles no âmbito da transição ecológica e que impactem no desenvolvimento local e regional. Ainda não há estimativa de valores, mas os

PARTICIPARAM do encontro os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal sentação de um plano e do desempenho dos estados na realização dos procedimentos.

recursos para isso deverão ser de fontes diversas, como de políticas de financiamento, parcerias público-privadas, concessões e até emendas parlamentares.

A partir de 13 de fevereiro, serão conduzidas reuniões bilaterais com cada governador, para fechamento das propostas, conduzidas pelo ministro Rui Costa com a participação do ministério interessado. A ideia é ter essa carteira de obras definida até o final do mês que vem.

Padilha destacou que haverá respeito e valorização dos consórcios públicos construídos pelos governos estaduais e municipais e que o governo federal vai participar das reuniões dos fóruns regionais. Os presentes na reunião manifestaram a importância em resgatar ferramentas que facilitem uma gestão compartilhada dos recursos públicos e que favoreçam o desenvolvimento regional.

MOVIMENTO PELA VACINAÇÃO

A ministra da Saúde, Nísia Trin-

dade, também participou da reunião e, segundo Padilha, propôs o lançamento de um movimento nacional pela vacinação. A ideia é mobilizar o conjunto da sociedade em torno do tema para que o Brasil volte a alcançar bons índices de imunização.

O presidente Lula pediu apoio dos governadores para que campanhas públicas e busquem parcerias diversas para dar publicidade a essa pauta. “Vacina é algo de interesse coletivo de saúde pública, precisamos combater o negacionismo e as fake news”, disse o ministro.

Além disso, o Ministério da Saúde vai lançar um programa nacional emergencial para redução das filas de diagnósticos e cirurgias no Sistema Único de Saúde. Serão destinados R$ 600 milhões para estados e municípios, com antecipação de R$ 200 milhões em fevereiro. Segundo Padilha, a complementação dos recursos será feita de acordo com a apre-

ICMS

A principal pauta dos governadores, levada à reunião, foi a perda de arrecadação dos estados com a redução das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um tributo estadual que incide sobre combustíveis e outros serviços essenciais. No ano passado, foram aprovadas duas leis complementares que alteraram a sistemática de cobrança do ICMS sobre combustíveis e estabeleceram um teto para o imposto, levando à “queda brutal na receita dos nossos estados”.

A estimativa é que, somente em 2022, após a entrada em vigor das legislações, as perdas de arrecadação nos cofres dos estados ultrapassaram R$ 33,5 bilhões.

Segundo Padilha, não foi tratada a recomposição das alíquotas,

mas será constituída uma comissão de governadores, sob a liderança do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para dialogar sobre o tema no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF).

Tramitam na Corte duas ações que questionam a constitucionalidade das duas leis complementares e tem um grupo técnico em andamento para construção de um acordo. “Estamos subindo o nível com uma comissão de governadores no diálogo com ministros do STF que são responsáveis pela condução desse tema”, disse Padilha.

Além disso, Lula convidou os governadores para se mobilizarem e participarem da discussão da reforma tributária que já ocorre no Congresso Nacional.

CARTA DE BRASÍLIA

Durante o encontro Lula e os governadores assinaram a Carta de Brasília, um documento onde reforçam o compromisso com o estado democrático de direito e com a estabilidade institucional e social do país. Após os ataques golpistas do dia 8 de janeiro, governadores vieram a Brasília em solidariedade aos chefes dos Três Poderes.

“A democracia é um valor inegociável. Somente por meio do diálogo que ela favorece poderemos priorizar um crescimento econômico com redução das nossas desigualdades e das mazelas sociais que hoje impõem sofrimento e desesperança para uma parcela significativa da população brasileira”, diz carta.

Segundo o texto, o encontro desta sexta-feira ratificou o desejo por um pacto federativo eficiente e cooperativo, que supere os entraves econômicos do país. “Todos os nossos esforços serão orientados pela agenda do desenvolvimento para superarmos o desemprego, a inflação, a fome e a pobreza em uma agenda integrada e negociada permanentemente”, finaliza.

3 SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA, 28, 29 E 30 DE JANEIRO DE 2023 PAINEL painel@atribunarj.com.br

CANTO DO RIO PODE VIRAR SOCIEDADE ANÔNIMA, DIZ A NOVA PRESIDENTE DO CLUBE

Primeira mulher a ocupar o cargo, Maria Cícera Araújo da Silva fala sobre seus projetos para o tradicional clube

Desafio. Essa é a palavra que move a alagoana Maria Cícera Araújo da Silva, ou só Maria Cícera, 55 anos, a nova presidente do clube Canto do Rio. Ela, que é a primeira mulher que ocupa essa função, recebeu a reportagem de A TRIBUNA para falar de seus planos e projetos como gestora do Cantusca, como é carinhosamente chamado.

"Nossa primeira missão é colocar o Canto do Rio em ordem", assegurou.

Ao chegar a sede do Canto do Rio, na Rua Visconde de Rio Branco, em São Domingos, somos recebidos por Alenílson, que é o funcionário mais antigo do clube. Com mais de 40 anos de serviços prestados, ainda lembra dos bons tempos.

"O Canto do Rio é a minha casa, é a minha história"

Da recepção, ele nos leva a Maria Cícera. Eleita por aclamação no último dia 5 de outubro para um mandato de três anos, ela começou a frequentar o Canto do Rio ainda muito jovem por causa de seu namorado, hoje marido, Valdemir, que já era frequentador do clube. Morando no bairro de Santa Cruz, na cidade do Rio, ela se associou ao clube, mudou para Niterói, para hoje, mais de 30 anos depois, ser a nova presidente.

Apesar da empolgação da vitória, a nova presidente já viu que não terá vida fácil e conta que ao assumir a administração percebeu que terá que resolver questões estruturais e dívidas antigas, das quais, segundo ela, terá um diagnóstico completo do valor total nos próximos meses. Ela, que atuou como vice social em gestões anteriores, não imaginava que a situação poderia ser tão grave.

"Hoje o Canto do Rio não passa por uma boa fase, mas acabou essa política de gastar mais do que arrecada. Meu primeiro e talvez o principal projeto é apagar os incêndios a medida que forem surgindo. E são muitos. A cada dia surge algo. A piscina infantil foi a minha primeira preocupação. Ela está interditada e passando por manutenção, até por conta da colônia de férias que acontece aqui. A piscina adulta está passando por reformas, o salão nobre vai ser reformado também, estou cuidando do cartão de visita para que a gente possa receber melhor o associado para aí depois continuarmos reformando o clube", explicou.

Resolvendo problemas, busca encontrar soluções. Uma delas pode ser um investimento financeiro de grande porte no time de futebol. Hoje tocado pela empresa Plural Sports, o futebol do Canto do Rio pode receber uma injeção de recursos para que seja criada um desmembramento entre o clube e o futebol, criando uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Essa conversa passaria ainda por conversas internas do clube e a própria mudança de estatuto, mas a presidente garante que já há a iniciativa.

"Esse é o nosso objetivo. Conversas já começaram, não dá para dar maiores detalhes nesse momento mas a nossa ideia é a vinda de uma parceria para que o Canto do Rio volte a ter um time profissional de futebol para disputar quem sabe, o Campeonato Carioca novamente, jogar contra os grandes e também, como equipe de futebol ganhar o certificado de clube formador, já que formamos, por exemplo o Vinicius Jr. A gente acredita que esse ano ainda essas conversas avancem", assegurou a presidente.

No futebol, o Canto do Rio tem história, já que formou o tricampeão do mundo, Gérson Nunes de Oliveira, o Canhotinha de Ouro. O craque do Real Madrid, Vinícius Jr. jogou futsal no clube entre 2007 e 2010, antes de seguir rumo ao Flamengo.

MARIA CÍCERA, primeira mulher a presidir o clube, está buscando investimentos da iniciativa privada

CAMPEONATO CARIOCA

A história do Cantusca começa no dia 14 de novembro de 1913, quatro garotos entre 10 e 11 anos de idade se reuniram em Niterói e fundaram o Canto do Rio FootBall Club, entidade focada no futebol infantil. Seu primeiro presidente foi Hugo Mariz de Figueiredo. Surgiu ali o Canto do Rio, no recanto da Praia de Icaraí, ou no final da praia, como se costuma dizer, na área conhecida como Canto do Rio. O seu campo de jogo era o próprio areal.

O Canto do Rio marcou época no Campeonato Carioca - então só da cidade do Rio de Janeiro - entre as décadas de 1940 e 1960. Embora coadjuvante na maior parte daquele período, o Cantusca também teve seus momentos de brilho, seus talentos revelados e até seus nomes de seleção brasileira. Chegou a levantar taça no Maracanã superando os rivais do outro lado da baía de Guanabara. Até ver ser fechada a brecha na legislação que o permitia competir no torneio vizinho - e abandonar por muito tempo o futebol profissional.

A capital do antigo estado do Rio - que compreendia todo o atual menos, obviamente, a cidade do Rio de Janeiro - era Niterói, cidade que completava a lista das dez mais populosas do país de acordo com o Censo de 1940.

Com apenas a baía de Guanabara a separando da cidade do Rio de Janeiro, Niterói vivia, porém, muito mais próxima desta do que do restante do estado da qual era capital. Havia entre os clubes de Niterói um bloco de elite, o "Grupo dos Seis", formado por Barreto, Byron, Canto do Rio, Fluminense, Niteroiense e o rubro-negro Ypiranga. O Cantusca e o tricolor Fluminense Atlético Clube (não confundir com o carioca) faziam o clássico da Zona Sul.

Mas embora considerado um dos grandes da cidade, o Canto do Rio não chegava a ser um dos mais vitoriosos. Em 1940 havia conquistado apenas dois campeonatos da cidade, em 1933 e 1934 (este, num ano de dissidência de ligas e, por conseguinte, divisão de forças). Em 1953, ganhou o Torneio Início, disputado em 5 de julho no Maracanã. O torneio servia de apresentação dos times para o campeonato principal e reunia todas as equipes num mesmo dia e local disputando partidas eliminatórias de duração reduzida (na

VÔLEI

Por outro lado a parceria com a equipe de vôlei Niterói Vôlei Clube gera frutos positivos ao clube, que utiliza para os jogos da Superliga B, o Ginásio Antônio Bastos Filho.

"É uma parceria onde a equipe Niterói Vôlei arca com o aluguel do ginásio, além de que estão fazendo reforma na quadra. Com o que é arrecadado pelo clube, ganhamos 30%. Os outros 70% são usados por eles para a manutenção do time, custos e tudo mais"

Ainda que tenha pego uma situação muito difícil, Maria Cícera conta que está buscando cada vez mais retomar o crescimento do Cantusca mas que as atividades seguem a pleno vapor.

"Hoje o clube funciona de terça a domingo, de 9 às 17 horas. Temos os nossos parceiros, além do vôlei e da Plural Sports, que toca o futebol, temos Futsal, temos aulas de ballet, ginástica, dança de salão, natação, artes marciais e Pilates".

No Basquete, que não tem previsão de volta, o Cantusca ganhou o estadual feminino 3 vezes, em 1979, 1982 e 1983.

ocasião, dois tempos de 10 minutos). Em caso de empate, a vaga era decidida em séries de três pênaltis. O Cantusca superou São Cristóvão, Flamengo e Bangu nas penalidades, antes de decidir o título contra o Vasco.

Após a fusão dos estados do Rio e da Guanabara, originando o atual estado do Rio de Janeiro em 1975, o Canto do Rio ensaiou vários retornos ao futebol profissional. Disputou a terceira divisão estadual em 1985, oscilou entre a segunda e a terceira de 1989 a 1995 e jogou esporadicamente a Série C entre 2007 e 2018. Houve um ensaio de volta em 2021, mas dois dias antes do início do Campeonato Carioca, o clube desistiu da competição.

CARNAVAL - Uma das marcas do Canto do Rio é o Carnaval. Seu bloco, o Bloco do Cantusca, e o tradicional Baile da Tropicália são marcas registradas fazendo parte da memória e da história da cidade.

Mas só o bloco vai para a rua. O Baile não acontecerá.

"Esse ano o Bloco do Cantusca sai dia 18 de fevereiro, no sábado de Carnaval. Também terá uma festa matinê aqui no clube, no domingo, dia 19. Só a tradicional Festa da Tropicália, que seria uma semana antes, que não vai acontecer esse ano".

Para recuperar financeiramente o clube, a presidente vai buscar meios de aumentar as receitas além de ir pagando as dívidas. Hoje o Canto do Rio sobrevive através dos seus 255 associados em dia, além de 199 sócios remidos, que apesar de não pagarem mensali-

dade, pagam o título e taxas extras. Outra fonte de receita vem através da locação de espaços. Hoje parte do prédio está cedido a um colégio particular. Esse valor que entra no clube sustenta os salários dos funcionários, paga as contas urgentes de luz, de água e ajuda a reorganizar as finanças.

Para Maria Cícera é fundamental deixar os salários em dia e não gastar mais do que arrecada. Assim, segundo ela, com muito trabalho e muita fé, o Canto do Rio poderá voltar aos seus melhores dias.

"Tenho muita fé e muita esperança que chegaremos a dias melhores aqui. Talvez já no ano que vem você vai voltar aqui e ver uma nova realidade. Mas com muita fé em Deus, que é maior, a gente trabalhando, tudo vai dar certo", concluiu.

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LEONARDO OLIVEIRA BRITO
O TIME do Canto do Rio de 1956, com craques como Veludo, Eli do Amparo, Zequinha e Orlando Pingo de Ouro
O GINÁSIO Antônio Bastos Filho é usado pelo Niterói Vôlei Clube para mandar os jogos da Superliga B

PETRÓPOLIS, na Região Serrana, completamente alagada em 1925

EM FEVEREIRO de 2021, mais de 200 pessoas morreram com as fortes chuvas que atingiram a cidade

ESTADO DO RIO LIDERA DESASTRES

NATURAIS NO BRASIL, APONTA ESTUDO DA UFF

Levantamento mostra fatores que ao longo do tempo contribuíram para inúmeras tragédias

Locomotiva do populismo, caçadores de votos, ninhos de corrupção. Os desastres naturais no Brasil elegem e enriquecem muita gente que faz vista grossa (e até cultua) para o crescimento deformado das cidades (ocupação de encostas, morros, margens de rio). Depois vem a tragédia e, na sequência, os remendos super faturados vendidos como margarina nos programas eleitorais da TV em véspera de eleição.

Muita gente já foi pega no bote e presa embolsando verbas de emergência, mas como no Brasil em geral meliante só cai para cima, eles voltam com carinha de santo, são reeleitos e metem a mão de novo. Adoram decretar calamidade pública que permite, entre outras benesses, contratar sem licitação e sem limite de verba. É o Caribe dos batedores de carteira risonhos e bem vestidos.

De acordo com levantamento realizado pelo Anuário Brasileiro de Desastres Naturais, em 2010, dentre os estados com mais de 30 ocorrências de desastres naturais, o Rio de Janeiro aparece em primeiro lugar, concentrando 18% dos episódios.

O primeiro dilúvio ocorreu em 1756. Em 1860, D. Pedro II - o melhor governante brasileiro - reclamou das inundações com o administrador de Petrópolis (uma espécie de prefeito) que, se aproveitando do temperamento doce do imperador, foi empurrando com a barriga e nada foi feito.

Em seu diário de viagens, datado de 5 de janeiro de 1862, dom Pedro II, imperador do Brasil, escreveu: "Ontem de noite houve grande enchente. Subiu três palmos acima da parte da Rua do Imperador do lado da Renânia; acordou o Câmara (sic), e um ho-

mem caiu no canal, devendo a vida a saber nadar e aos socorros que lhe prestaram. Conversei hoje com o engenheiro do distrito; pouco se fez do ano passado para cá. Os estragos que fez a enchente levaram 2 meses a reparar, segundo me disse o engenheiro. Falei-lhe sobre a vantagem de introduzir na colônia a cultura da amoreira e criação do bicho-da-seda".

Dois cientistas da UFF estão estudando esses desastres naturais. A pós-graduanda em Geografia, Marina Aires, e o pesquisador e professor do Departamento, Jorge Luiz Fernandes Oliveira, fizeram um estudo que mostra como a configuração do relevo, a concentração demográfica aliada à ocupação desordenada em áreas de risco, a falta de planejamento urbano e o clima característico do local, fazendo desta uma das regiões

que mais sofrem com desastres de origem natural no país.

Apesar do maior volume de chuvas estar mais concentrado no período do verão, ele também pode acontecer em outros períodos do ano. De acordo com os pesquisadores, o estado do Rio de Janeiro é influenciado por fenômenos atmosféricos que, dependendo das suas características e intensidades, também podem deflagrar desastres, a exemplo dos chamados "Sistemas Frontais", da Zona de Convergência do Atlântico Sul e da atuação de ciclones extratropicais e subtropicais.

O que chama a atenção, segundo os pesquisadores, não é exatamente a concentração do fenômeno nesse período do ano, mas o aumento dos registros de desastres naturais com o passar do tempo.

Segundo Marina e Jorge, o primeiro registro oficial da ocorrência de um episódio de chuva intensa com fortes rajadas de vento seguida de inundações e desabamentos em toda a cidade do Rio de Janeiro data de 1756. O registro seguinte de um incidente similar ocorreu apenas no ano de 1811.

Um longo intervalo de décadas também separou esse evento do que o sucedeu no tempo, no ano de 1864. Os pesquisadores destacam que a diminuição desse intervalo ocorre no século XX, sobretudo a partir da década de 1950 e com uma nova intensificação nas décadas de 1990 e 2000, período a partir do qual a frequência de incidentes com essa proporção passou a ser anual, passando a acontecer, inclusive, mais de duas vezes ao ano.

As razões por trás do aumento do

fenômeno estariam relacionadas, de acordo com os pesquisadores, com o crescimento populacional, a ocupação desordenada dos solos urbanos, o intenso processo de industrialização, assim como a impermeabilização dos solos, o desmatamento, o assoreamento dos corpos de água, a concentração de calor e a poluição ambiental.

Segundo o The Emergency International Disaster Database, que está relacionado ao Centre for Research on the Epidemiology of Disasters (CRED), organização que concentra estudos sobre a ocorrência de desastres em nível internacional, nos últimos 20 anos de dados (1998 - 2018) a categoria do desastre natural mais registrado foi o hidrológico, seguido do meteorológico, geofísico e biológico. Com relação à classificação dos tipos de desastres, os deslizamentos foram os mais registrados, seguidos das tempestades, e de outros tipos, como epidemias, secas e terremotos.

Mesmo com o passar dos séculos, portanto, e com o advento de novas tecnologias, principalmente no sentido de previsão de tempo, mapeamentos de áreas de risco, papel da Defesa Civil e engajamento da população, os pesquisadores sinalizam que eventos como esses seguem causando inúmeros prejuízos econômicos, sociais, ambientais.

E, apesar de as inundações serem os processos que produzem as maiores perdas econômicas e os impactos mais significativos na saúde pública, são os deslizamentos que geram o maior número de vítimas fatais. Segundo eles, "este fato justifica a concepção e implantação de políticas públicas municipais específicas para a gestão de risco de deslizamentos em encostas", finalizam.

UFRJ vai saber onde o Rio é mais quente

O corpo amolece, sensação de prostração, uma quase tonteira, humor alterado, o desejo de encontrar com urgência um lugar com ar condicionado ligado. Quando o ser humano está exposto a uma sensação térmica de 50 graus, definitivamente não se sente bem

Ainda assim o verão é cultuado e desejado por muitos, mas, final, ele faz mal a saúde? Para responder o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Geografia do Clima (GeoClima/UFRJ) desenvolve o projeto Observatório do Calor do Rio de Janeiro.

A iniciativa é uma parceria com a agência norte-americana de Administração Oceânica e Atmosférica e integra o Heat Watch 2022. Seu objetivo é mapear o calor e compreender o impacto das altas temperaturas na saúde do carioca, principalmente neste verão, que já bateu recordes.

De acordo com o Centro de Operações Rio (COR), por meio do Sistema Alerta Rio, a cidade registrou, em 15/1, temperaturas acima dos 40ºC em Irajá e a sensação térmica bateu 54ºC

na Zona Norte, recorde no verão. Aliás, dados do COR mostram que, já neste ano, a sensação ficou acima dos 50ºC por três dias seguidos.

Segundo a professora Núbia Beray, coordenadora do GeoClima, dias mais quentes estão sendo cada vez mais frequentes por causa das mudanças climáticas. A docente destaca que a ocupação do solo e o relevo da cidade também são fatores para o aumento da temperatura no Rio, já que a urbanização cria ilhas de calor, locais em que as altas temperaturas ficam concentradas, como em Irajá. No bairro, as superfícies esquentam até 47ºC no verão e 33ºC no inverno, de acordo com o Sistema Alerta Rio.

"É uma área muito impermeabilizada, asfaltada, cheia de concreto, de edificações e, sobretudo, com pouco verde urbano: um dos locais que tem a menor arborização e a menor cobertura vegetal do município", explica Núbia Beray.

Por isso, o projeto Observatório do Calor percorrerá 26 locais da Zona Oeste, Zona Norte e Zona Sul para

A INICIATIVA é uma parceria com a agência norte-americana de Administração Oceânica e Atmosférica e integra o Heat Watch 2022

entender melhor o comportamento do calor na superfície dos espaços da cidade. Os carros, disponibilizados pela Prefeitura do Rio e pelos voluntários, receberão sensores para captar dados atmosféricos. É possível se inscrever como motorista, que deverá seguir uma rota determinada, ou como navegador, que ajudará no caminho e na proteção do equipamento. Serão fei-

tas medições pela manhã, tarde e noite para verificar a temperatura e a umidade do ar no Rio. O GeoClima quer relacionar esses dados com o relato dos cariocas que se expõem ao calor intenso neste verão. O projeto conversou com profissionais da limpeza urbana, ambulantes e pessoas em situação de rua para saber como eles lidam com o calor. To-

dos se sentem desconfortáveis. No caso dos lixeiros, a professora Núbia destaca que, apesar de protegidos pela roupa, a exposição não é adequada.

"Ela preserva da incidência de raios solares, mas até certo ponto. Ao mesmo tempo, essa roupa vai gerar um calor interno, porque é uma vestimenta pesada. Então você se protege, mas fica desconfortável porque começa a aumentar sua temperatura corporal, e um dos mecanismos de ter uma regulação é o suor. Com isso, você começa a perder água."

O calor excessivo e a pouca umidade também podem agravar doenças respiratórias, cardiovasculares e renais. Para minimizar o calor sentido na cidade, algumas alternativas são aumentar as áreas de sombra, com o plantio de árvores, e instalar bebedouros em prédios públicos para que a população não sofra com desidratação.

A professora Núbia Beray acredita que o Observatório do Calor será fundamental para que a Prefeitura do Rio possa desenvolver políticas públicas a partir do levantamento das áreas mais quentes da cidade. Para ser

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LUIZ ANTONIO MELLO
Divulgação / Museu Imperial
Arquivo – Tânia Rêgo-Agência Brasil
Arquivo O RIO DE JANEIRO concentra quase 18% dos desastres naturais de todo o país

CÉLIO JUNGER VIDAURRE

CIDADES HOSPITAL CHE GUEVARA TERÁ

RJ FORA DO CONTEXTO

RJ FORA DO RJ FORA DO CONTEXTO

NACIONAL

RJ FORA DO RJ POLÍTICO NACIONAL POLÍTICO NACIONAL POLÍTICO NACIONAL POLÍTICO

Foi o tempo em que o Rio de Janeiro se apresentava nos pleitos eleitorais com figuras de real importância na vida nacional. Certamente, por ser a Capital Federal da Velha e da Nova República, daqui surgiam os grandes nomes para o eleitorado escolher quem iria dirigir o país. Mesmo com a política do “café com leite” protagonizada por mineiros e paulistas, o Rio de Janeiro sempre aparecia no cenário, ora com Ruy Barbosa, ora com Nilo Peçanha, com militares dos tamanhos dos Generais Juarez Távora e Henrique Teixeira Lott, Marechais como Castelo Branco, Paulo Torres e Odílio Denys e outros, sendo que a maioria era oriunda de outros estados, mas radicados na Cidade Maravilhosa.

Os exemplos dessas personalidades da Velha e da Nova República não foram traduzidos ou espelhados nos homens públicos de hoje, pois, com raríssimas exceções, o que existe de positivo nesta fase em que vivemos é de doer, com a quantidade de governadores presos que deixou os fluminenses confusos para escolherem os seus representantes na última disputa em 2022. Para complicar ainda mais a cabeça de nossa gente, o ano começou com o novo governo instalado em Brasília tendo como Ministra do Turismo a senhora Daniela do Waguinho, mulher do conhecidíssimo Prefeito de Belford Roxo. Não dá para aprovar esta excrescência de escolha. Poucos, muito poucos, se salvam neste momento em que vivenciamos esses episódios desagradáveis de nossa política, pois, tirando um Eduardo Paes, um Alessandro Molon e outros poucos e, em Niterói, o atual Prefeito Axel Grael que, pelo menos, não é oriundo da Câmara de Vereadores da Cidade e, portanto, não tem passado de história negativa, quando assim, traz boas perspectivas futuras, além de ser originário de família de campeões olímpicos e de grande tradição na cidade, ou seja, tem tudo para dar certo com a experiência e vem adquirindo

ATENDIMENTO DE TRAUMA

como o executivo principal do Município, apesar de, no seu entorno, “faça-me um favor”.

Como, em termos nacionais podemos presenciar uma grande renovação para 2026, já que Lula e Bolsonaro, acredita-se, não mais concorrerão, um por motivo de idade e saúde, e o outro por, certamente, ficará inelegível. Seria o momento exato para um fluminense mostrar o seu talento e se colocar frente a frente com os brasileiros votantes, todavia, como já se disse, essa figura não existe por enquanto. E, se olharmos bem, toda liderança jovem surgida ultimamente, talvez por coincidência, é filho ou mulher de político corrupto. Nosso estado vem pagando um “tributo” muito caro com essa classe política dominante no momento. Isso há de mudar.

As atuações dos últimos governos do estado deveriam ter sido mais inteligentes. Em Niterói, berço de grandes talentos que já se foram, anda, com essa promessa surgida com Grael, com possibilidades de ter a oportunidade num futuro próximo de evidenciar dias melhores, desde que se livre desse entorno de “bocas grandes” , cuja prática, toda a cidade já conhece muito bem. Como se vê, nossa agenda, apesar de tortuosa, tem ânimo de bom futuro, pois, até o que parece sem solução, na verdade, a solução poderá acontecer. Verdadeiramente, se vê, após o último pleito de 2022, os derrotados procurando espaços para sobreviverem na política, mesmo sabendo não ser uma tarefa fácil e, principalmente, porque sabem de seus passados não recomendáveis e, por isso, não tiveram o êxito que pretendiam. De qualquer forma, mesmo sem previsão de julgamento, as expectativas são alvissareiras com respeito à dignidade aos direitos fundamentais. O time dos fluminenses é limitado, porém, os poucos e restantes, ainda deixaram esperanças de alguma vitória na próxima disputa.

NÃO É POSSÍVEL GANHAR SEM SABER PERDER NÃO POSSÍVEL GANHAR SABER E NÃO É POSSÍVEL ACER É POSSÍVEL ACER ACERTT TT TAR SEM SABER ERRAR. AR SEM SABER AR

Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político. Publica seus artigos em 11 jornais diários e 16 semanários

A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde, dará início na próxima quarta-feira (01/ 02) aos atendimentos no setor de trauma do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí. O serviço irá receber pessoas com lesões físicas diversas de média a alta complexidade, oriundas de remoção por ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), do Corpo de Bombeiros e das unidades da Rede de Urgência e Emergência da cidade — o que inclui o Hospital Conde Modesto Leal, no Centro, a UPA 24h de Inoã e a Unidade de Pronto Atendimento Santa Rita, em Itaipuaçu.

O espaço é totalmente equipado para acolher pacientes com efetividade, possuindo estrutura de referência que inclui quatro leitos direcionados a adultos, um leito pediátrico e uma sala amarela, que conta com seis leitos adultos e três pediátricos de retaguarda, todos seguindo os padrões de excelência da área. O hospital terá ainda uma sala cirúrgica exclusiva para a realização dos procedimentos atendidos pelo trauma, com equipes de diversas especialidades prontas para realizar cirurgias geral, ortopédica, vascular, pediátrica, bucomaxilofacial e neurocirurgia.

A abertura do setor de trauma do Hospital Dr. Ernesto Che Guevara permitirá que os pacientes que sofrerem acidentes de trânsito, por exemplo, sejam atendidos com mais rapidez. Isso se deve, principalmente, pelo hospital estar às margens da Rodovia Amaral Peixoto, a RJ-106, que corta a cidade de ponta a ponta, garantindo respostas mais ágeis àqueles com quadros que exigem mais atenção em toda a cidade.

Para a secretária de Saúde, Solange Oliveira, o novo trauma fará toda a diferença para trazer mais resolutividade aos casos mais complexos, principalmente por estar em uma unidade hospitalar com equipamentos de referência e localização privilegiada.

O ESPAÇO é totalmente equipado para acolher pacientes com efetividade, possuindo estrutura de referência “O início das atividades do novo setor é um marco importante, fazendo parte de um momento em que toda a rede de saúde de Maricá se reestrutura, um esforço contínuo dos gestores da cidade. Com isso, oferecemos equipamentos modernos e profissionais experientes para o atendimento imediato de pacientes que sofreram algum tipo de trauma, otimizando também o fluxo do Hospital Conde Modesto Leal, que é a referência de emergência e porta aberta do município. A partir dessa entrega, ambos os hospitais ganham mais fôlego para acolher com qualidade e agilidade os moradores, de acordo com a complexidade de cada caso”, concluiu. A subsecretária da Rede de Urgência e Emergência, Juliana Nogueira, falou da importância do serviço para a cidade. “Existir uma unidade de atendimento aos pacientes vítimas de trauma, seja por acidentes, afogamentos, queimaduras, agressões e uso de armas de fogo e/ou branca, é uma exímia estruturação da linha de cuidado do trauma do município de Maricá, colocando-o em destaque na região e no Estado”, destacou.

Comércios são notificados por descarte irregular de lixo em Cabo Frio

Divulgação

A Prefeitura de Cabo Frio não tem medido esforços para garantir a limpeza e o ordenamento da cidade. Uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente e Saneamento esteve no Centro, na última terça-feira (24), para averiguar denúncias de descarte irregular de lixo na esquina das Ruas 13 de Novembro e Jorge Lóssio.

Após constatar a irregularidade, os fiscais da Secretaria de Meio Ambiente notificaram seis estabelecimentos comerciais do entorno, entre bares, restaurantes e depósitos.

Com a notificação, os comerciantes se comprometem a depositar os resíduos exclusivamente em frente ao estabelecimento, devidamente acondicionados, e nos dias e horários previamente informados pela Comsercaf. Em caso de reincidência, os estabelecimentos notificados poderão ser multados.

O descarte indevido de lixo é prejudicial ao meio ambiente, e também uma questão de saúde pública, visto que os resíduos orgânicos inadequadamente descartados podem atrair animais vetores de doenças.

Saquarema ganha novo posto de saúde

A Prefeitura de Saquarema está convidando a população para a cerimônia de inauguração do novo posto de Estratégia de Saúde da Família - ESF do bairro Jardim Ipitangas. A unidade, que ganhou o nome do Vereador Eusébio Souza de Faria, em forma de homenagem póstuma, representará mais um grande avanço na saúde pública da região.

A ESF conta com amplos consultórios de especialidades médicas, além da sala de atendimento odontológico, cole-

tas para exames laboratoriais, aplicação de vacinas e acompanhamentos para diabéticos, hipertensos, gestantes (prénatal) e recém-nascidos. A unidade também dispõe de equipes de Agentes Comunitários de Saúde, que trabalharão preventivamente com visitas e atendimentos domiciliares às famílias cadastradas dos bairros de atuação, além de Médicos de Saúde da Família, que visitarão os pacientes que não podem ir à unidade de saúde.

O Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara se tornou referência em cirurgias gerais e de diversas especialidades na cidade, incluindo vasculares, urológicas, ortopédicas, dermatológicas, ginecológicas, bucais e de mastologia. A unidade não possui atendimento de emergência com porta aberta. Todos os procedimentos são marcados pela Central de Regulação do município ou encaminhados pelos serviços de urgência e emergência.

As referências para atendimento de emergência clínica e por demanda espontânea (porta aberta) no município são as seguintes: Hospital Municipal Conde Modesto Leal, no Centro, UPA 24h de Inoã, e Unidade de Pronto Atendimento Santa Rita, em Itaipuaçu.

Marcos Victoriano, diretor geral do Hospital Dr. Ernesto Che Guevara, ressaltou o simbolismo da entrega do setor de trauma para trazer mais resolutividade a casos mais complexos, além de diminuir as demandas desse tipo direcionadas ao Hospital Conde Modesto Leal, que continuará sendo a referência para casos de emergência por demanda espontânea.

Rio Bonito terá 140 vagas para o Pré-Vestibular Social

Já estão abertas as inscrições para o curso de Pré-Vestibular Social (PVS), da Fundação Cecierj, que acontecem até 20 de março de 2023 pela internet. O Polo Cederj, em Rio Bonito, conta com 140 vagas disponíveis para os alunos da cidade. Ao todo, são mais de quatro mil vagas do curso extensivo presencial em diversos polos no Estado do Rio de Janeiro e duas mil vagas para curso on-line.

O Pré-Vestibular Social (PVS) é voltado para as pessoas que desejam ingressar no ensino superior e participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas não têm condições de pagar por um curso preparatório particular.

AS INSCRIÇÕES

Para fazer a inscrição gratuita, o candidato deve preencher o formulário disponível no site (https:// www.cecierj.edu.br/pre-vestibular-social/estude-no-

pvs/), que poderá escolher entre polos com aulas presenciais ou on-line.

O processo de inscrição é feito em duas etapas. Sendo a primeira, o envio da documentação: CPF, documento oficial de identificação (RG, CNH ou Carteira de Trabalho) e comprovante de escolaridade. Já a segunda, é o sorteio público no dia 5 de abril. Quem é cadastrado no Cadastro Único conta com reserva de vagas, mediante apresentação obrigatória do comprovante.

AS AULAS

Em Rio Bonito, as aulas presenciais acontecem todo sábado, das 09h às 18h, no Colégio Municipal Mauricio Kopke (Centro) e serão realizadas de 15 de abril a 2 de dezembro de 2023. Já para os alunos que optarem por estudar de maneira online, as instruções de acesso serão enviadas aos alunos no dia 17 de abril.

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Novo serviço conta com estrutura totalmente equipada para atender casos de média a alta complexidade
Centro
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SEIS estabelecimentos no
receberam termos
A ESF conta com amplos consultórios de especialidades médicas, além da sala de atendimento odontológico Divulgação

RJ CONCENTRA 6,25% DOS CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS NO BRASIL

Dados da Fenaj apontam que, em 2022, profissionais de imprensa foram agredidos, diariamente, ao menos uma vez

O cerceamento à liberdade de imprensa é uma realidade no país. Na última quarta-feira (25), a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) divulgou o Relatório da Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil - 2022. De acordo com os dados, no ano passado, registraram-se 376 casos de agressões a profissionais e veículos de comunicação no país: um por dia. Com 18 casos, o Estado do Rio de Janeiro representa 6,25% dos números totais, em todo o país.

Ainda segundo o relatório, o expresidente, Jair Bolsonaro, em seus quatro anos de governo, foi "o principal autor de ataques a veículos de comunicação e jornalistas":

"Em 2022, repetindo a mesma posição ocupada nos três anos anteriores, ele foi o responsável pessoal por 104 ocorrências (27,66% do total), a maioria delas, tentativas de descredibilização da imprensa (80), mas também por 24 casos de agressões diretas a jornalistas", aponta o levantamento.

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Mário Sousa, o relatório dá uma dimensão desta "nociva realidade". Ele destrincha as "várias formas de violência", como assédio, intolerância e preconceitos, tanto nas redações como em coberturas nas ruas. Na avaliação de Souza, o relatório mostra, "mais uma vez", que no

OS NÚMEROS, apesar de elevados, são menores que os de 2021, ano recorde desde o início da série histórica

governo de Bolsonaro aumentou, consideravelmente, a violência contra os jornalistas, "com suas falas grosseiras"; especialmente em relação às profissionais mulheres:

"No estado, o Sindicato dos Jornalistas, além de denunciar o elevado número de agressões, tem apresentado esta realidade em con-

gressos e a encaminhado às instituições de Direitos Humanos. O Rio tem um elevado número de assassinatos de jornalistas que nunca foram esclarecidos".

Vale lembrar que, em outubro de 2022, A TRIBUNA noticiou que, no dia 20 daquele mês, o pastor David Rezeno Gomes foi preso em flagrante por policiais da DHNSGI (Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí), por crime de falso testemunho, na investigação sobre a morte do jornalista Robson Ferreira Giorno.

Executado em maio de 2019, no bairro do Boqueirão, Giorno estava na porta de casa, por volta das 22h, quando foi alvejado por tiros. Dono do jornal "O Maricá", ele era pré-candidato à Prefeitura daquele município, em 2020, pelo partido Avante. A publicação e o jornalista vinham denunciando políticos suspeitos de envolvimento com casos de corrupção e irregularidades na cidade.

Outro caso, ocorrido no estadoque também mereceu destaque em A TRUBUNA, foi o do jornalista Romário Barros, assassinado em 2019, também em Maricá. Dono do portal de notícias Lei Seca Maricá (LSM), ele foi morto nas imediações da Lagoa Araçatiba, quando foi atingido por tiros, depois de entrar no seu car-

PARA MARIO SOUSA, o relatório dá uma dimensão desta nociva realidade

ro. Na ocasião, a Polícia Militar (PM) informou que foi acionada para um desaparecimento, mas que, minutos após ser chamada, o corpo de Romário foi encontrado dentro do próprio veículo por um amigo, que avisou a PM do sumiço do jornalista.

O presidente do sindicato estadual avalia, também, que há uma "certa invisibilidade" sobre a realidade violenta no interior, "que não tem grandes corporações de mídia e ausência dos poderes públicos".

MUDANÇAS

De acordo com o levantamento, os números, apesar de elevados, são menores que os de 2021, ano recorde desde o início da série histórica, feita pela federação, quando foram registrados 430 casos. Apesar da queda de 12,53%, em relação ao ano anterior, o relatório constata que as agressões diretas a jornalistas tiveram crescimento, em todas as regiões do país.

O relatório aponta que a descredibilização da imprensa voltou a ser a violência mais frequente, em 2022, apesar de ter diminuído em 33,59%, em comparação com o ano anterior. Foram 87 casos de ataques genéricos e generalizados, que buscaram desqualificar a informação jornalística. Em 2021, foram 131 episódios.

CENTRO-OESTE É O FOCO DA VIOLÊNCIA

Pelo terceiro ano consecutivo, o Centro-Oeste concentrou o maior número de casos de atentados à liberdade de imprensa: dos 376 episódios registrados (excluídos 99 em que não se aplicou o critério regional), 98 ocorreram na região, representando 26,06% do total. Ela foi a única região em que houve queda nos registros da violência contra jornalistas, em razão da diminuição dos ataques do então presidente Jair Bolsonaro e das Censuras na EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Nas outras quatro regiões, o número de casos aumentou.

O Distrito Federal foi a unidade federativa campeã em números de casos, com 88 ocorrências (30,57%). Neste quantitativo, estão incluídos os 52 episódios de censuras, registrados na EBC, que representam 88,14% do total da categoria.

O Sudeste, que durante anos foi a campeã em casos de violência contra jornalistas, manteve-se como a segunda região mais violenta para o exercício da profissão, mesma posição ocupada nos dois anos anteriores: 82 ocorrências (28,47% do total). Novamente, o estado de São Paulo foi o mais violento da região e o segundo, em todo o Brasil, com 48 casos (16,67% do total), três a mais que em 2021. O número de ocorrências também cresceu no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. No primeiro, foram 18 casos e, no segundo, 10. Em ambos os estados, houve um crescimento nominal, de seis episódios, em comparação com 2021.

Ainda na Região Sudeste, o Espírito Santo foi o estado da região com menor número de agressões contra jornalistas: seis casos - dois a mais que os quatro, registrados em 2021. De acordo com a presidente da Fenaj, Samira de Castro, esse resultado pode ser explicado pela tensão política no país. "A sociedade passa nesse momento de tensionamento político a questionar as instituições estabelecidas. A imprensa é uma dessas instituições. Então, a gente precisa de um discurso institucional que valorize o jornalismo profissional a partir de agora, para poder a própria sociedade entender, que quando ela agride um jornalista, ela está retirando dela mesma o direito de ser informada".

Botafogo volta atrás e agora quer ficar no Caio Martins

Em março de 2021, em entrevista ao jornal A TRIBUNA, o presidente do Botafogo, Durcesio Mello, anunciou que o clube não renovaria a concessão do Estádio Caio Martins, em Icaraí, Zona Sul de Niterói. O atual vínculo vencerá na próxima terça-feira (31). Entretanto, o clube voltou atrás e quer permanecer no estádio.

O Botafogo corre contra o tempo para estender o vínculo. Ouvido novamente pela reportagem, Durcesio Mello confirmou os rumores de que o alvinegro quer tornar o relvado niteroiense a casa do futebol feminino do clube. O presidente do Botafogo afirmou que está em tratativas com o Governo do Estado para conseguir a renovação.

"Temos o projeto de levar o futebol feminino para lá. Estamos tentando extensão do contrato de cessão de uso", garantiu o presidente.

Durcesio também comentou sobre os constantes rumores de que o complexo, atualmente subutilizado, poderia ser transformado em um centro comercial,

por meio de uma parceria públicoprivada. O presidente admitiu que isto atrapalharia o projeto do futebol feminino botafoguense, mas disse não acreditar que uma iniciativa do tipo prospere.

"Com certeza atrapalharia, mas já tentaram antes. Poderia ser um obstáculo para a gente, mas a Prefeitura e Associação de bairro são contrárias", afirmou.

A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Esportes e Lazer e perguntou sobre o atual estágio da concessão e também se existem eventuais projetos de utilização do Complexo. No entanto, até o fechamento deste texto, o órgão estadual não havia se manifestado.

REESTRUTURAÇÃO

No final da semana passada, o clube anunciou uma série de mudanças em seu departamento de futebol feminino. Gláucio Carvalho assumiu o cargo de Coordenador Técnico, deixando o posto de treinador da equipe principal para Gustavo Roma, que estava no Sub-20. A categoria fica sob comando de Leo Goulart, que atuou durante três anos como auxiliar téc-

ATUAL CONTRATO de concessão vencerá nos próximos dias

nico das Gloriosas. No último dia 10, as equipes profissional e Sub-20 do futebol feminino do Botafogo se reapresentaram no Estádio Caio Martins, para

a preparação da temporada de 2023. Para seguirem no espaço, as Gloriosas dependem que o clube acerte a renovação do uso. Na última temporada, o futebol feminino Alvine-

gro marcou o Campeonato Carioca com dois títulos, sendo um deles de forma inédita com a categoria Sub-20 e o Bicampeonato da equipe profissional.

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CRIADO POR NITEROIENSE, PÓ REVELADOR DE DIGITAIS É USADO EM QUASE TODO O BRASIL

Perito criminal e doutor em Química, Rômulo Facci busca condições para produção em larga escala

Em 2019, o policial civil niteroiense e então doutorando em Química pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Rômulo Facci, iniciou o desenvolvimento de um pó revelador de impressões digitais. Quase quatro anos depois, 20 estados já utilizaram o material para investigações, mas o agora doutor esbarra na dificuldade para encontrar um local adequado para realizar a produção.

O produto é inédito no Brasil.

Oficialmente, as polícias brasileiras usam um pó importado dos Estados Unidos, cujo valor é de, em média, R$ 2,5 mil. O pó desenvolvido por Rômulo custa R$ 144 para ser produzido, cada kg, e comercializado a R$ 800, contando com margem de lucro, custos de funcionamento da indústria e impostos. Quase 70% mais barato. O químico comentou sobre os avanços de sua criação até o momento.

“Desenvolvemos o pó, fizemos a formulação dele, as diversas composições até chegar na final. Isso demorou dois anos. Depois foi a descrita da patente, o que levou mais um ano. Depois começamos a produzir em larga escala para fornecer aos estados que estavam solicitando. Muitos estavam com escassez de recursos. A gente entregou para 20 estados aproximadamente 0,5 kg. Foi amplamente elogiado”, disse. Inicialmente, a produção era realizada no antigo laboratório da UFF em Charitas, Zona Sul de Niterói. Entretanto, segundo Rômulo, o espaço acabou sendo fechado devido a danos estruturais. Sem alternativas, o cientista montou um laboratório em sua própria casa para não paralisar a produção. Rômulo afirmou que busca por parceiros que o ajudem a viabilizar um novo espaço adequado para a indústria química.

“Participamos de um processo de incubação de empresas na UFF e tiramos o primeiro lugar. Começamos a produzir em escala industrial, mas, infelizmente, [o prédio] começou a desmoronar. A Defesa Civil interditou o prédio. Nosso CNPJ de indústria química também não andou. Nosso plano é oferecer esse pó até 70% mais barato aos estados. Estamos

Repercussão

RÔMULO é perito criminal e doutor em Química pela UFF buscando outros parceiros, investidores e locais para poder produzir”. Sem poder contar com a antiga estrutura, o químico precisou se adaptar. Com a ajuda do auxiliar de

laboratório Gefferson Delcore, Rômulo construiu os próprios equipamentos para manter a produção. Entre eles estão uma mesa kline, em maior escala, usada para peneirar o

Do que é feito

Rômulo explicou de que materiais o pó é feito. A “receita”, já patenteada, leva, em cerca de 60% de sua composição, rejeito industrial siderúrgico. O descarte é somado à “goma laca”, resina vegetal usada para fabricar verniz. Entretanto, não basta apenas misturar. Foram anos de pesquisa até chegar à quantidade ideal de cada produto.

“Ele é feito de rejeito industrial, então 60% dele é feito de lixo. Isso barateia muto o custo. A goma laca é uma resina vegetal utilizada para fazer verniz. Ela que dá aderência ao pó. Se colocar muita goma na formulação do pó, ele gruda tanto que não dá para ver a impressão digital. Se colocar pouco, gruda pouco. Uma das etapas do estudo foi ver a quantidade de goma laca que tem que ser utilizada”, contou.

pó, além de um novo liquidificador, usado para triturar o material bruto.

“Inicialmente, quando a gente fazia alguns gramas, usávamos liquidificador de casa mesmo. Quando au-

mentamos a escala, ele quebrou e vimos que precisávamos de um liquidificador industrial. Para peneirar a gente usava uma malha de padaria e mesa kline de agitação. Ela começou a apresentar desgaste. Inventamos uma outra máquina para peneirar, feita a partir de uma máquina de lavar roupas”, explicou.

SURGIMENTO DA IDEIA

O químico contou que a ideia de desenvolver o pó partiu de seu orientador de doutorado, o professor Wagner Felippe Pacheco. Além do pó já patenteado, batizado como “regular”, Rômulo continua trabalhando no desenvolvimento de outros dois tipos: o pó magnético, cujo pincel possui um ímã e ele é utilizado para revelar impressões digitais em paredes; e o pó vermelho, empregado quando a superfície é preta, para dar contraste.

“Meu orientador me propôs essa ideia. Eu estava trabalhando com resíduo de tiro de arma de fogo. Esse trabalho ganhou prêmio de Honra ao Mérito no VI Encontro Nacional de Química Forense. Aceitei desenvolver o pó e não paramos só nele. Desenvolvemos o pó magnético e também o magnético vermelho”, destacou.

Em 2019, quando a ideia foi divulgada pela primeira vez, a repercussão fez com que o trabalho de Rômulo ficasse conhecido em todo o Brasil, inclusive proporcionando prêmios ao químico. Além do custo mais baixo em relação ao importado, o perito também explicou porque o pó desenvolvido por ele é mais eficiente.

“Tive uma grande repercussão na mídia. Passou em quase todos os canais de televisão aberta. Eu ganhei um prêmio do Instituto de Perícias e Assistentes Técnicos (INPAT), ganhei um Prêmio Edmond Locard. Ele é mais eficiente justamente por causa da goma laca. É muito aderente às impressões digitais, inclusive as mais antigas, mais difíceis de serem aderidas”, contou.

Embora mais de três anos tenham se passado desde o início do desenvolvimento, Rômulo tem a ciência de que ainda há bastante a avançar para se chegar ao ideal. Contudo, ele faz questão de demonstrar gratidão por tudo o que conseguiu até hoje por conta da repercussão de sua invenção.

“Eu espero conseguir um local para produzir o pó revelador. Isso vai ajudar a polícia a identificar criminosos e vai ajudar a economia, diminuindo a necessidade de importação de produtos. Conheci muita gente, ganhei livros de peritos, tive benefícios com isso e consegui defender minha tese de doutorado com isso”, concluiu.

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Esperança
RÔMULO conta com a ajuda do auxiliar de laboratório Gefferson Delcore PÓ custa cerca de 70% a menos do que o importado VÍTOR D’AVILA Fotos: Vítor d’Avila

COMO NÃO SENTIR SAUDADES DOS ANOS 80?

Foi no final dos anos 1990 que um maremoto de nostalgia trouxe os anos 80 de volta ao protagonismo cultural, social do Rio. Lembro bem, festas como a Ploc ficavam lotadas de gente, vestidas como nos anos 80, dançando, ouvindo músicas, se comportando como se vivessem sob o manto daquela década. O curioso é que a maioria dos frequentadores sequer era nascida no auge da magnética década.

COMO NÃO SENTIR SAUDADES?

O curioso é que os 80 foram considerados pelos grandes economistas como "a década perdida". A inflação alcançou patamares insanos de quase 2000% ao ano ao final da década, perdurou por muitos anos e resistiu a várias tentativas de estabilização da economia.

Entre 1986 e 1994, foram sete tentativas. Diversas vezes, a população viu os preços e os salários sendo congelados, a moeda ser substituída por outra, as prateleiras ficarem vazias, as filas nos supermercados se formarem e o dinheiro perder seu valor do dia para a noite.

Mas quem tinha mais de 15 anos naquela época sentiu algo novo, algo bom, revolucionário no ar. Algo que foi batizado, há milênios, de "liberdades individuais". Também por isso, os 80 marcaram tanto porque as pessoas em geral - jovens de classe média em particular - perceberam que valia tudo, tudo era permitido e assim nascia a chamada cultura marginal (poemas, jornais impressos em mimeógrafos à álcool), o linchamento de tabus como beijo na boca em desconhecida, sexo livre, muita risada.

COMO NÃO SENTIR SAUDADES?

Eram tempos analógicos. Quem quisesse falar com alguém tinha que telefonar, falar "alô, como vai", ou ir à caça da pessoa em redutos sensacionais como o Circo Voador, Crepúsculo de Cubatão, Metrópoles, Let it Be. O Rio de janeiro fervilhava, aproveitando que a ditadura militar estava vestindo o pijama depois de promover anistia e o fim da censura.

Flávio Ricco

START

Gravações de “Verônika”, nova série do Globoplay, terão início em 6 de fevereiro. Criada por José Junior, tem direção-geral de Silvio Guindane e Vera Egito.

Participações de Mariana Ximenes, Belo, Roberta Rodrigues, Ícaro Silva, Marcello Melo Jr., Maria Ceiça e Letícia Spiller, entre outros.

TÁ COM JEITO

“Vai na Fé”, nova novela das sete, na Globo, em seu comecinho ainda, já mostra que tem um gás diferente, capaz de mexer com o horário.

Rosane Svartman, a sua autora, que também é diretora e cineasta, sabe como poucos fazer a leitura desse horário e, ao seu lado, conta com um time muito bom de colaboradores.

POR ENQUANTO

Renata Sorrah, Wilma, mãe e empresária de Lui Lorenzo (José Loreto) já surge como um dos principais destaques de “Vai na Fé”.

Mas tem mais gente boa aparecendo, casos de Sheron Menezzes, Carolina Dieckmann, Mel Maia e José Loreto, entre outros.

CHAPA BRANCA

SBT e Band irão repetir o que já fizeram em tantos outros carnavais. Serão transmissões que terão respaldo, retaguarda, logística e dinheiro de algumas prefeituras.

COMO NÃO SENTIR SAUDADES?

Com o Estado recolhido/acuado, não havia controle e a falta de controle total de atos, palavras, comportamento jogou no colo daqueles jovens a liberdade de escolher o seu destino. Tudo que bandões como U2, Smiths, The Cure, cantavam em suas músicas a partir da embrionária senha do Sex Pistols que, em 1977, disse "danese!, faça você mesmo".

A geração 80 fez, botou a mão na massa e foi em frente. Encontrou abrigos e abismos, como cantou Lobão mais tarde. Todo mundo pegava todo mundo porque não era proibido existir, nem ser incoerente, nem ser doido. Só não valia ser varrido para os armários da decrepitude dos conservadores.

COMO NÃO SENTIR SAUDADES?

COMO NÃO SENTIR SAUDADES?

Nos anos 80 cultuava-se, e como, a amizade, a camaradagem, o ir e vir em bandos para Saquarema, Búzios, Visconde de Mauá. A egolatria era desprezada, os bandos atravessavam as noites e amanheciam exaustos nas padarias caçando média e pão com manega. Tudo regado ao som mágico da Rádio Fluminense FM que foi o megafone dos sonhos dessa geração que não pensava em amanhã, mas du-

rou, durou, durou. Tecnicamente, o rock dos 80 era inferior ao dos 60 e parte dos 70, mas usava o mesmo dialeto, mistura de festas, paixões relâmpagos, as bandas transformaram aquela gigantesca massa em protagonistas das suas obras. Uma geração que agia como se não houvesse amanhã, um mote que virou verso que Renato Russo usou em "Pais e Filhos", clássico da Legião Urbana.

Contato desta coluna: desta coluna: luizantoniomello@gmail.com luizantoniomello@gmail.com luizantoniomello@gmail.com

UM ATRASO QUERER COMPARAR TV COM SERVIÇOS DA TV PAGA E STREAMING

Hoje é possível assistir televisão de maneiras as mais diferentes, assim como a ela, no mesmo campo, vieram se juntar outras opções bem importantes no decorrer dos anos, casos da TV paga e o streaming.

E por ser a mais procurada e alcançar maior penetração, naturalmente a TV aberta também é aquela mais falada e até criticada.

Absolutamente normal pela sua repercussão, porém assim como ela, a televisão por assinatura e os serviços oferecidos pelo streaming têm inúmeras virtudes, que devem ser ressaltadas, mas também não deixam de expor os seus defeitos ou problemas de maneira muito frequente.

Entre eles, conteúdos que deixam a desejar, repetições, travamentos e séries, na expectativa de continuidade, com começo e sem um final.

Em suma, e o que deve ser salientado, é que são meios absolutamente diferentes entre si. Que vieram

• O grupo Demônios da Garoa marcou presença nas filmagens do longa “Dá Licença de Contar”, sobre Adoniran Barbosa.

• "A reconstrução do ‘Eu’ é possível após um trauma amoroso?” é o tema do “The Love School”, neste sábado na Record, com Renato e Cristiane Cardoso.

• Na Globo, como título de novela, explica-se: “Fuzuê” será o nome de uma loja de propriedade do personagem do Edson Celulari.

• O Paramount+ transmitirá, no

MAIARA WALSH E CIRILLO LUNA nos bastidores da série “Reis”, da Record TV

a se somar na vida das pessoas, onde não existe melhor ou pior e que dispensam qualquer necessidade ou tentativas de comparações, sempre das mais

BATE-REBATE

dia 9 de fevereiro, Boston River (Uru) x Zamora (Ven) válido pela fase preliminar da Libertadores...

• ... E no dia 23 do mesmo mês, Deportivo Maldonado (Chi) x Fortaleza (Bra). Partidas de ida e volta.

• Está confirmada a terceira temporada de “Arcanjo Renegado” no Globoplay. Rita Guedes é uma das protagonistas.

• Catia Fonseca só vai voltar com o “Melhor da Tarde”, ao vivo, na Band, no dia 6. Segunda-feira da outra semana.

descabidas. Todos têm seus lugares devidos e perfeitamente delineados. E, no fundo, no fundo, até se completam.

• Ator André Lamoglia está comprometido com as gravações da sétima temporada de “Elite”, da Netflix.

• GNT anuncia para março mais uma nova temporada do programa de Claude Troisgros e Batista. Gravando.

• Em seu programa deste sábado, às 19h30, na TV Aparecida, Amanda Françozo receberá convidados para falar sobre planejamento financeiro. Ela ainda vai entrevistar o ator e cantor Sebastian e o também cantor Léo Maia.

Como não sentir saudade de uma curta era, quando o outro era muito mais importante, o Rio era a melhor cidade do planeta, o leque musical era fantástico, a mulherada ocupava o rádio, via Fluminense FM, o fascismo - de direita e esquerdanão passava de um fóssil que julgávamos exterminado.

Esse breve relato nasceu depois que assisti, semana passada, ao show de Evandro Mesquita & The Fabulous Tab, banda que ele mantém além da Blitz. Plateia super lotada sorvia o repertório de clássicos dos Stones, Led Zeppelin, Bob Dylan (com versões mudadas) e uma da Blitz... quando o som da Blitz invadiu o lugar a década de 80 entrou e jogou sobre nós um edredon de banduendes por acaso estrelados.

SEGUINDO O COMBINADO

A Globo, na produção de novelas e séries, tem chamado vários atores e atrizes que durante muito tempo foram seus contratados. Já são muitos desses casos. Evidente que, como toda regra, há exceções por aí. Não se incluem, por exemplo, os que saíram “atirando” ou reclamando.

QUASE CERTA

Na Globo, porque ela ainda não retornou de uma viagem de férias, ninguém bate o martelo, mas nesta altura já se pode considerar como certa a presença de Dira Paes em “Fuzuê”, novela das 19h, do Gustavo Reiz.

Maria Navalha é o nome da personagem.

MANDOU RECADO

“Vai ser incrível! Esse programa é para ser feito por mulheres muito inteligentes”.

Cláudia Raia, num post a Gabriela Prioli, após a apresentadora comentar sua ida e a de Bela Gil para o “Sai Justa”, do GNT.

FINAL Hoje tem futebol na Globo. A partir das 16h30, direto de Brasília, Flamengo e Palmeiras jogam no Mané Garrincha, em disputa da Supercopa do Brasil.

Narração de Cleber Machado.

CINEMA

“Desapega”, dirigido por Hsu Chien e protagonizado por Glória Pires, chega às salas de exibição em 9 de fevereiro. O filme, com leveza, trata sobre o vício em compras e a ansiedade da separação.

PROGRAMAÇÃO NORMAL

Neste domingo, programação unificada em toda rede na Record. Sem transmissão de jogo no campeonato paulista, o programa “A Hora do Faro” será exibido das 15h45 às 19h45.

SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA, 28, 29 E 30 DE JANEIRO DE 2023
C´ EST
LUIZ ANTONIO MELLO
Colaboração: José Carlos Nery
FINI -
Musicais com Jão, Felipe Araujo e Di Ferrero são algumas atrações do “Altas Horas”, do Serginho Groisman, na Globo, depois de “Travessia”. Mas o programa também tem entrevistas com Carolina Dieckmann, Gigante Leo e Luísa Arraes. Ficamos assim. Mas terça-feira tem mais. Tchau!
Reprodução
Manoella Mello Divulgação

PROFESSOR DESTACA IMPORTÂNCIA DO

TRABALHO MANUAL PARA A MARCENARIA

Digo de Assis atua há 15 anos, lecionando a técnica milenar da madeira em Niterói

Um artista prático. Pode-se definir, assim, o trabalho do marceneiro que, a partir de um bom desenho, é capaz de fazer coisas úteis para o lar, sem perder a ternura jamais - com um toque de leveza estética -, ao encantar o usuário de um banco, uma mesa, uma estante ou um armário.

Atuando há 15 anos em São Domingos, Niterói, a escola particular de marcenaria "Coisas de Madeira", do marceneiro Diego de Assis, é a única em atuação na cidade, transmitindo aquelas e outras formas de se trabalhar, na técnica milenar em madeira.

"A marcenaria está muito ligada ao artesanato, que não diminui essa ideia, em termos de arte. Isso depende muito da desenvoltura de cada pessoa. Mas, de fato, a construção de móveis e objetos de utilidade é um ofício cuja estética se ergue na construção de um objeto", ilustrou Diego.

VALORES

Diego de Assis recomenda um tempo mínimo de seis meses ao estudante interessado em aprender marcenaria, desenvolvendo entre dois e três projetos. "A maioria das pessoas permanece entre um e dois anos aqui, quando ela já sai formada para montar uma oficina", destacou, ilustrando o fato de um grupo de alunos terrem montado uma oficina próxima à casa dele, na rodoviária de Niterói.

O curso mensal da escola "Coisas de Madeira" é de R$ 780, numa aula semanal de duas horas e meia. "O aluno precisa também investir numa montagem paralela da própria oficina. Não é um curso de treinamento, onde estou todos os dias com a pessoa, repetindo exercícios. Os alunos precisam repeti-los em casa".

MATERIAIS

Para começar a atuar, o estudante precisa de uma bancada de marceneiro, que é a ferramenta principal; além das ferramentas manuais que utiliza, no início do curso - como a plaina, o formão e a serra de costa. Posteriormente, vai adquirindo o equipamento elétrico: uma serra circular, para se ter um desenvolvimento mais rápido do trabalho. Em relação à segurança,

Diego alerta: "Para se atuar com a serra, é necessário se atentar à segurança, em primeiro lugar. Evitar as mãos próximas à lâmina; usar empurradores; evitar uso de luvas, que podem puxar as mãos e engatar na serra. Uso de óculos de segurança, sempre; abafador de ouvido, porque a pessoa fica exposta a ruído; e atenção total sobre o que está fazendo".

RENDA - Segundo Diego, todo começo é "modesto"; mas um bom marceneiro, com cinco anos de estrada, hoje em dia, com trabalho, pode ganhar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil mensais, num mercado de trabalho de poucos profissionais - já que a competição "é com a indústria, que diminui muito o valor de um móvel". "A renda de um marceneiro é boa, mas o material de marcenaria é caro e é difícil encontrar bons artesãos, que façam um bom trabalho. Atuando para uma empresa, com carteira de trabalho assinada, o marceneiro ganha muito menos que isso", comparou.

ATUANDO há 15 anos em São Domingos,a escola “Coisas de Madeira” é a única em atuação na cidade

Para o professor, um trabalho mais manual é importante para o estudante obter uma desenvoltura maior. Isso porque o objeto eletrônico, ao mesmo tempo em que facilita, "pode mascarar os detalhes". Ele ressalta a importância do desenvolvimento manual para que o aluno amplie a percepção e a habilidade sobre o que está fazendo. Diego compara a atuação do marceneiro à do fotógrafo:

"Você acha que um fotógrafo, que tem um número limitado de chapas para gastar um filme, terá uma criatividade maior, pensando mais sobre a foto, ou uma pessoa com o celular, que pode disparar milhares de fotos? É um processo similar. Você desenhar um quadrado, usando um mouse de computador, é diferente de se construir um quadrado, utilizando instrumentos de desenho. A importância disso é do ponto de vista didático. Aqui, praticamos de tudo. É marcenaria prática e impraticávelum termo que pouca gente conhece -, apenas com ferramentas manuais".

O COMEÇO

Diego de Assis foi influenciado pelo pai, que tinha uma oficina de joias em casa, e o tio, que fazia molduras para a mãe, uma artista plástica. Mais à frente, ele fez cursos, como o de luteria - construção de instrumentos musicais.

Formado em Desenho Industrial pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Assis começou a dar aulas de marcenaria como instrutor do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), na refinaria de Manguinhos, no Rio. Ali, atuou durante cinco anos. Extinto o projeto - e morando em Niterói - resolveu continuar, dando aulas particulares.

"Surpreendentemente, a coisa deu certo e despertou bastante interesse na época. Tenho mantido essa escola, durante todo esse tempo. É a minha função principal", disse o profissional, que é dedicado apenas ao ensino, trabalhando de segunda a sexta, sem tempo de fazer móveis sob encomenda.

Atualmente, nos seus cursos livres, Diego conta com 15 alunos adultos; mas a capacidade da oficina é de oferecer aulas para até 30. Em cada horário, ele atende, no máximo, a três estudantes.

De acordo com o marceneiro, a pessoa que faz o curso com ele já sai preparada para atuar no mercado de trabalho:

"Isso depende da intenção do aluno. Como é um curso livre, alguns vêm aprender marcenaria para montar a sua própria oficina, sem compromisso profissional. Há também os que têm a intenção de montar uma oficina profissional, a fim de entrar no mercado de trabalho".

ALGUMAS das ferramentas que são utilizadas durante as aulas e na produção das peças

TODAS as peças são produzidas manualmente, de forma artesanal

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ANDRADE
SAULO
DIEGO DE ASSIS: o pai que tinha uma oficina de joias em casa, e o tio, fazia molduras para a mãe, uma artista plástica Fotos Saulo Andrade

OS GRANDES CINQUENTÕES DA HISTÓRIA DO ROCK

O ano de 1973 não poderia ser menos especial. Foi uma senhora safra, apesar da primeira grande crise do petróleo

O final dos anos 1960 e o começo dos 70 foram um período especial para a história do rock. Foram lançados grandes álbuns de todas as vertentes. E como o mercado brasileiro na época lançava os discos com atraso, com vinil vagabundo (fino como papel higiênico), capas de quinta categoria, muita gente optou em investir nos importados, já naquela época, de alta qualidade, 180 gramas. O ano de 1973 não poderia ser menos especial. Foi uma senhora safra, apesar da primeira grande crise do petróleo ter prejudicado muito a produção do vinil, matéria prima do LP. Aqui, uma seleção de grandes álbuns que até hoje são atuais e fundamentais para quem gosta de rock.

Led Zeppelin - Houses of the Holy - Segundo o jornal britânico New Musical Express, o quinto álbum de estúdio do Led Zeppelin, marca um ponto de virada musical para o grupo. Começaram a mergulhar em mais camadas e técnicas de produção e por isso apanhou da crítica. "Houses Of The Holy", que foi lançado em 23 de março de 1973, foi reavaliado anos depois e considerado um verdadeiro clássico.

vá-lo, foram para a Nigéria em busca de um paraíso viajandão. Mas encontraram um calor insuportável, insetos gigantes, estúdios pré históricos e uma bandidagem. Apesar disso, as ideias funcionaram e resultaram em temas de libertação para o álbum.

Bruce Springsteen - Greetings from Asbury Park, N.J. Lançado em 5 de janeiro de 1973 foi o álbum de estreia responsável pelo enorme sucesso de Bruce Springsteen, que até aquele momento ainda era desconhecido. O álbum ganhou grande destaque ao longo daquele ano e as letras chegaram a ser comparadas com as de Bob Dylan. Atualmente, Springsteen coleciona prêmios como vinte Grammys, quatro American Music Awards e um Oscar.

Lou Reed - Berlin - A volta a saúde mental como tema central de um álbum. O álbum mostra a história de um casal que luta contra vícios e abuso e destacando temas como saúde mental, violência doméstica e uso de drogas. Lou Reed sempre pegou pesado. Lançado em 5 de outubro de 1973 não agradou os fãs e a crítica. No entanto, após ser reavaliado anos depois, ganhou seu lugar em diversas listas de clássicos.

Pink Floyd - The Dark Side of the MoonLançado em março de 1973 o álbum é um marco na história da música. Criado por Roger Waters, o álbum conceitual foi uma viagem desconfortável as nossas faces ocultas, que traz a loucura como ingrediente fundamental. Foi uma revolução, também, na engenharia de som, a cargo de Alan Parsons. Waters conseguiu transformar os efeitos do estéreo em mensagem paralela, cheia de frases subliminares.

David Bowie - Aladin Sane - É o sexto álbum de estúdio do brilhante David Bowie, foi lançado em 13 de abril de 1973. Ele veio logo após o enorme sucesso de "The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars", de 1972, e foi o primeiro álbum que Bowie lançou como um verdadeiro rock star.

The Who - Quadrophenia - O álbum duplo foi lançado em outubro de 1973, é a cáustica segunda ópera rock dos britânicos do The Who. Muitos consideram a obra prima do Who, rivalizando com "Tommy" e "Who´s Next". O compositor, guitarrista, cantor, tecladista Pete Townshend concebeu e dirigiu Quadrophenia. Inventou uma história sobre Jimmy, um participante do movimento mod que tenta encontrar seu caminho de vida. Além disso, o protagonista da história sofre de personalidade quádrupla (quadrophenia), cada uma delas associadas a um integrante da banda.

Paul McCartney and The Wings - Band on the Run - É o terceiro álbum do Wings e o quinto álbum de estúdio de Paul McCartney após a separação dos Beatles. Para gra-

Black Sabbath - Sabbath Bloody SabbathNunca um abanda de rock gravou tão alto e pesado. Quinto álbum de estúdio da banda de heavy metal inglesa Black Sabbath, "Sabbath Bloody Sabbath" usou sintetizadores. O álbum foi lançado em dezembro de 1973.

Iggy Pop and The Stooges - Raw Power - Considerado um dos arquitetos do punk rock, Iggy Pop e banda chegaram a esse terceiro álbum o meio de uma crise. A banda havia se separado tecnicamente na época, no entanto, quando Iggy Pop fechou um contrato solo com a Columbia, eles voltaram para fazer o memorável Raw Power, lançado em 7 de fevereiro de 1973.

The Faces - Ohh La La - Considerado um dos melhores discos do ano, o clima na banda britânica The Faces não estava muito bom quando "Ooh La La", seu último álbum de estúdio, foi lançado. Rod Stewart, um dos integrantes da banda, já havia iniciado sua carreira solo, o que fez o público enxergar os outros integrantes do grupo como sua banda de apoio. Dizem que Stewart não se importava com o álbum e que perdeu as duas primeiras semanas de gravação, além de sempre criticá-lo com a imprensa.

Mostra Fluminense de Fotografia será aberta neste sábado

A Sociedade Fluminense de Fotografia abre neste sábado, dia 28, às 15 horas a sua primeira exposição do ano. A Mostra Fluminense de Fotografia, reúne na Galeria Octávio do Prado, 53 imagens de 40 fotógrafos, retratando o rico patrimônio cultural material e imaterial do estado do Rio. A exposição é fruto de uma convocatória que procurou sensibilizar fotógrafos profissionais e amadores de todos os 92 municípios do Estado do Rio.

Patrocinado pela Secretaria de Cultura e Economia Solidária do Estado do Rio, dentro da lei de retomada cultural do Rio de Janeiro, a Mostra Fluminense de Fotografia contará, ainda, com palestras e oficinas sobre fotografia, todas gratuitas e que acontecerão na sede da SFF.

"A convocatória superou as nossas expectativas. Recebemos mais de 800 fotografias de prati-

camente todas as regiões do Estado e a curadoria foi feita por dois renomados fotógrafos que são o Joaquim Paiva e o José Diniz", afirma Antonio Machado, presidente da SFF e anfitrião do encontro.

Ele lembra que a instituição está comemorando 79 anos de atividades ininterruptas. "Somos uma instituição que desde a sua fundação, nunca interrompeu as suas atividades. Nossa sede foi construída com a finalidade específica de abrigar galerias de exposições e salas para o estudo e discussão da arte fotográfica. Com certeza somos hoje uma das mais longevas instituições de fotografia do país", acrescenta.

A Mostra fica em cartaz até o dia 26 de fevereiro e pode ser vista de segunda a sexta das 9h às 17 horas e aos sábados das 9h às 13 horas.

A Sociedade Fluminense de Fotografia fica na Rua Doutor Celestino, 115, Centro de Niterói. EXPOSIÇÃO

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acontece na Sociedade Fluminense de Fotografia
Divulgação
LUIZ ANTONIO MELLO

JORNALISTA RUJANY MARTINS LANÇA O LIVRO ‘VI, OUVI, VIVI’

Publicação relata 70 anos de vida dedicada ao jornalismo no rádio, TV e em diversos jornais

Aos 85 anos de idade – 70 deles de serviços dedicados à imprensa do estado do Rio de Janeiro e do Brasil -, o jornalista Rujany Martins tem, definitivamente, muita história para contar. Ele está lançando, na terçafeira (31), às 19h, no Teatro Municipal de São Gonçalo, o livro “Vi, Ouvi, Vivi”, onde conta a experiência obtida, em sua longa relação com o jornalismo e os bastidores da notícia.

Tudo começou na era de ouro do rádio – onde Rujany trabalhou durante 30 anos. De lá, foi para a televisão e, depois, passou a se dedicar, por 20 anos, à mídia impressa. Tudo isso numa época em que não existia faculdade de Jornalismo.

“Quando começaram a abrir as faculdades, a minha turma foi chamada para dar aulas. Não fui professor, mas fiz algumas palestras, enquanto se formava o corpo docente, de especialistas”, lembra.

Entre 1969 e 1970, foi sub-chefe do Departamento de Esportes da Rádio Tupi. À época, segundo Rujany, já havia um padrão profissional e um bom salário. Mas o jornalista passou por um conflito com a direção da rádio: um desentendimento prejudicaria a ele e a seu parceiro, o locutor esportivo Doalcey Bueno de Camargo, “estrela da nossa equipe”:

“Naquele momento, estávamos em vias de sermos sacrificados. Eu me desentendi com a direção da empresa à época - o jornalista Luiz Brunini, uma eminência parda do rádio. Desse desentendimento, resultou o meu desligamento da emissora. Eram tempos duros para a imprensa brasileira. O mercado de trabalho estava muito restrito, por causa do golpe militar de 1964, que praticamente acabou com a Rádio Nacional. A úni-

ca chance foi ir para a Rádio Globo, que estava no auge”.

Apesar de ter recebido o convite para atuar num novo ambiente de trabalho, a coisa não vingou. No livro, ele conta o episódio, em detalhes, sobre o que foi a única emissora de rádio - das grandes do Rio - que não chegou a trabalhar. Desempregado e desiludido, o jornalista rompeu com o rádio e as pessoas do rádio.

O governador da época, Geremi-

as de Mattos Fontes (31 de janeiro de 1967 a 31 de março de 1971), que fora seu colega no Colégio São Gonçalo, convidou Rujany para trabalhar na administração:

“Ele já havia me convidado para trabalhar no governo, mas a minha situação no rádio era tão boa, que não me interessei. Desempregado, topei a parada. Abandonei o rádio e a carreira, porque fui trabalhar em turismo. Dediquei-me de tal forma que

comecei a fazer, em 1971, um curso de nível superior, na UCP (Universidade Católica de Petrópolis). Não cheguei a me formar como ‘turismólogo’, um termo horroroso, mas fiz até o terceiro ano, na UCP. Acabou o governo do Geremias e entrou Raimundo Padilha: todos fomos demitidos. Eu já estava, também, trabalhando no jornal O Fluminense”.

TRANSIÇÃO A partir de O Fluminense é que veio “a grande mudança” para Rujany: ele saiu da história de mídia eletrônica para começar uma carreira na mídia impressa. Entrou através do superintendente da empresa, Ephrem Amóra, irmão do jornalista Jourdan Amóra, diretor de A TRIBUNA. “No Fluminense, tive todas as oportunidades. Cresci. Trabalhei no Departamento Comercial da empresa. Ao mesmo tempo que fazia alguma coisa de jornalismo, dediquei-me muito à área comercial. Por sorte, foi um momento de crescimento da empresa. O prédio da rodoviária foi inaugurado. O jornal sofreu uma transformação técnica muito grande. Saiu da impressão em tipografia para off set Tinha uma equipe da melhor qualidade: jornalistas de primeiro time, que haviam saído da Última Hora. Nomes como Pinheiro Júnior, que trabalhou com Samuel Wainer.”, detalhou.

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SAULO ANDRADE RUJANY MARTINS conta no livro diversas histórias colhidas ao longo de sua carreira

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A SECRETARIA MUNICIPAL DE FAZENDA, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o disposto no Artigo 52 e 54 da Lei Complementar nº 101 de 04 de maio de 2000, manda publicar o Relatório Resumido de Execução Orçamentária do 6º Bimestre de 2022 e o Relatório de Gestão Fiscal do 3º Quadrimestre de 2022.

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DELIBERAÇÃO – CMS 015-2021/2023

O CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE RIO BONITO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais e regimentais, e CONSIDERANDO o que dispõe o Capítulo II e o artigo 14, & 3º, de seu Regimento Interno; CONSIDERANDO as decisões da Plenária do Conselho Municipal de Saúde, em reunião ordinária no dia 06 de Dezembro de 2022;

DELIBERA:

Art. 1º -Fica aprovado o Plano Municipal de Saúde 2022/2025 – em face das RESSALVAS constantes da Ata da referida reunião, devendo no prazo de sessenta (60) dias, a Secretaria Municipal de Saúde fazer as adequações propostas e enviar a este Conselho para em Plenária, fazer uma nova leitura e a votação definitiva, quando será expedida Nova Deliberação. Art. 2º -Este ato entra em vigor a partir desta data, revogadas as disposições em contrário.

Rio Bonito, 25 de janeiro de 2023 José Balbino Presidente

Vivian Raquel dos Santos Fatá Vieira Secretária Geral

PORTARIA/SECSA Nº 002/2023

Concede Revalidação de Licença de Funcionamento de Estabelecimento que menciona A Vigilância Sanitária do Município de Rio Bonito, Estado do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições legais, e considerando a Resolução SES nº 1058, de 07 de novembro de 2014,

RESOLVE:

Art. 1º - Conceder Revalidação de Licença de Funcionamento ao estabelecimento abaixo:

Empresa: IMAGE CORP RADIOLOGIA E ULTRA SONOGRAFIA LTDA-

EPP

Endereço: Rua João Carmo, n° 110-Sl anexa ao Hospital Regional Darcy Vargas– Centro - Rio Bonito - RJ

CNPJ: 01.122.669/0001-19

Processo: 6456/2022

Atividades: Serviços de tomografia.

Art. 2º - Registre-se e Publique-se. Rio Bonito, 27 de janeiro de 2023. Cíntia Machado Souto Secretária Municipal de Saúde Matrícula 8960845

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TERRA YANOMAMI: GARIMPO ILEGAL CAUSOU ALTA DE 309% NO DESMATAMENTO

No intervalo entre outubro de 2018 e dezembro de 2022, o desmatamento resultante do garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Yanomami aumentou 309%, de acordo com levantamento elaborado pela Hutukara Associação Yanomami. Em dezembro de 2022, último mês do governo de Jair Bolsonaro, a área devastada era de 5.053,82 hectares, ante 1.236 hectares detectados no início do monitoramento.

Conforme o Instituto Socioambiental (ISA), a entidade estabeleceu um comparativo com os números coletados pela equipe do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas), constatando uma curva maior de crescimento no período. A diferença se deve à qualidade dos equipamentos utilizados. Enquanto o satélite usado pelo MapBiomas, o Landsat, processa dados com inteligência artificial, o sistema da Hutukara tem alta resolução espacial, o que permite maior precisão e a cobertura de perímetros que, por vezes, deixam de ser captados. Outro fator destacado pelo ISA é a alta frequência de visitas à Terra Indígena, por parte da associação representativa dos yanomami, o que influencia no trabalho de acompanhamento e registro.

Pelo cálculo do MapBiomas, as comunidades yanomami terminaram os anos de 2020 e 2021 com 920 e 1.556

hectares de floresta a menos. A entidade yanomami, por sua vez, avalia que as perdas foram, respectivamente, de 2.126,64 e 3.272,09 hectares.

MALÁRIA

De acordo com o presidente da Urihi Associação Yanomami, Junior

Yanomami, o problema do garimpo extrapassa a questão ambiental e é raiz de outras consequências, como o bloqueio ao atendimento de saúde. Há algumas semanas, a TI Yanomami tornou-se centro das atenções da imprensa e do governo federal, com a difusão de denúncias

sobre a condição de saúde da população local. Fotografias de crianças e adultos yanomami têm inundado as redes sociais e impactado os usuários, devido à magreza dos corpos, que, segundo a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), mostra a omissão do governo Bolsonaro diante

de inúmeros apelos ignorados. Além da desnutrição infantil, outra contrariedade já bem conhecida dos yanomami é a malária, doença tratável. De acordo com o balanço da Hutukara, somente durante o governo Michel Temer, foram registrados 28.776 casos da doença. Desse total, 9.908 casos correspondem a 2018, e, no ano seguinte, início do governo Bolsonaro, a soma saltou para 18.187. Em 2020, a entidade contabilizou 19.828 casos e, em 2021, 21.883 casos.

Para o líder yanomami, autoridades de segurança pública são fundamentais enquanto o cerco de garimpeiros aos indígenas e a profissionais de saúde permanece. “Não adianta a gente mandar médicos. Garimpeiros vão intimidar com fuzil, submetralhadora. Exército, Polícia Federal tem que combater forte, punir, responsabilizar essas pessoas que estão destruindo a vida, o rio”, afirma Junior.

Famílias e empresas pagaram juros mais altos

As famílias e as empresas pagaram taxas de juros mais altas em dezembro do ano passado, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas ontem (27) pelo Banco Central (BC). A taxa média de juros para pessoas físicas no crédito livre chegou a 55,8% ao ano, elevação de 10,8 pontos percentuais (p.p.) no ano, com destaque para o aumento em crédito pessoal consignado (+5,1 p.p.).

Nas contratações com empresas, a taxa livre cresceu 3,4 ponto percentual ao ano, alcançando 23,1% ao ano. O destaque ficou para as elevações em capital de giro de longo prazo (+2,9 p.p.) e desconto de duplicatas e recebíveis (+4 p.p.). Com isso, a taxa média de juros das concessões de crédito livre teve alta de 8,2 p.p. nos últimos 12 meses e chegou a 42% ao ano em dezembro.

No crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado, que tem regras definidas pelo governo, é destinado basicamente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

Segundo o BC, em 2022, o crédito livre às famílias atingiu R$1,8 trilhão, o que significou crescimento de 17% no ano, após variação de 23% em 2021.

“Destaca-se a expansão das modalidades crédito pessoal não consignado; crédito consignado para servidores públicos, para aposentados e pen-

sionistas do INSS; aquisição de veículos; e cartão de crédito. Em dezembro, houve expansão de 0,2%, com destaque para consignado de servidores públicos, aquisição de veículos e cartão à vista. Destaca-se ainda o efeito sazonal da redução em modalidades como cheque especial e cartão rotativo”, disse o BC. Já o crédito livre para empresas alcançou R$1,4 trilhão no ano passado, expansão de 9,9% no ano, desace-

lerando da variação de 17,4% em 2021. Neste período, destacam-se os crescimentos nas modalidades de duplicatas e outros recebíveis, aquisição de veículos e capital de giro com prazo superior a 365 dias.

As reduções na modalidade de capital de giro até 365 dias, repasse externo e antecipação de faturas de cartão também apresentaram destaque. Em dezembro houve expansão de 2,7% no crédito livre a empresas, em

especial para desconto de duplicatas e recebíveis.

Em 2022, o crédito direcionado atingiu R$ 2,2 trilhões, elevação de 14,3% no ano, acelerando após crescimento de 10,9% em 2021. As pessoas jurídicas apresentaram expansão de 8,1% no ano (após retração de 0,3% em 2021), enquanto as famílias cresceram 17,9% (após alta de 18,5% no ano anterior). No mês, o crédito direcionado variou 1,3%, com cresci-

A crise que afeta as comunidades da Terra Indígena Yanomami levou o governo federal a decretar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combate à desassistência sanitária dos povos que vivem na região. No sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de Estado visitaram Roraima para acompanhar a situação dos indígenas. mento de 0,9% para empresas e 1,6% para famílias.

INADIMPLÊNCIA E ENDIVIDAMENTO

A inadimplência do crédito geral situou-se em 3% em dezembro, aumento de 0,7 p.p. em relação ao final de 2021. No crédito livre, esse indicador aumentou 1,1 p.p. em 2022, encerrando o ano em 4,2%, enquanto nas operações direcionadas houve estabilidade em 2022, finalizando em 1,2%. O endividamento das famílias com operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou 49,5% em dezembro, com queda de 0,2 p.p. no mês e elevação de 0,3 p.p. em doze meses. O comprometimento de renda aumentou 0,2 p.p. no mês e 1,8 p.p. em doze meses, situandose em 28,2%.

CRÉDITO AMPLIADO AO

SETOR NÃO FINANCEIRO

Em 2022, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 14,8 trilhões, o que representa 150,1% do Produto Interno Bruto (PIB), aumento de 8,5% no ano, ante 13,9% em 2021, destacando-se os crescimentos dos empréstimos do sistema financeiro nacional, 14,2%, e dos títulos públicos, 14,1%. No mês de dezembro, o crédito ampliado ao setor não financeiro cresceu 0,6%, com os empréstimos e financiamentos e os títulos públicos variando 1,3% e 0,4%, respectivamente.

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