Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo | Centro Universitário Senac
Allan Fredianelli Xavier
Complexo Multifuncional em Santo André
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Senac Campus Santo Amaro, como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Professor Orientador | Artur Forte Katchborian
São Paulo | Dezembro | 2018
AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por mais uma grande conquista em minha vida. Aos meus pais que sempre estão ao meu lado, por todo amor e dedicação a mim. Aos meus familiares por compreenderem minhas ausências nesta reta final do curso e por todas as energias positivas que me passaram durante este trabalho. À minha noiva Larissa por todo apoio, amor, carinho e me incentivar em buscar sempre meu melhor. Ao meu amigo Fabio Robba, pelas novas oportunidades, ensinamentos e compreensão durante estes momentos finais do curso. Aos novos amigos que a arquitetura me trouxe. À todos os professores que passaram em minha vida para que hoje eu possa desenvolver um trabalho deste nível, em especial aos professores do Senac Santo Amaro e ao meu orientador Artur Katchborian, por todos ensinamentos, dedicação, atenção e profissionalismo em seu trabalho.
A todos, meu sincero muito obrigado!
RESUMO O projeto é a proposta de um complexo multifuncional na várzea do rio Tamanduateí em Santo André, de modo a trazer para a região um equipamento de uso mistos implantados de forma equilibrada e que crie novas conexões com o tecido urbano existente. Nesta conexão foram considerados dois serviços de importância regional: O setor de transporte com a estação de trem e dois terminais rodoviários; e a Universidade Federal do ABC – Unidade Santo André (UFABC). Atualmente o terreno abriga uma fábrica têxtil desativada a mais de 8 anos e está entre a linha 10 turquesa da CPTM e a Avenida dos Estados, limitando o acesso via pedestre. Ele está inserido na área qualificada como Zona de Reestruturação Urbana, tornando este lote um grande potencial para desenvolvimento da cidade. O complexo multifuncional faz parte do parque criado para as novas conexões que transformarão o terreno em um local mais acessível ao caminhar e promover o desenvolvimento do comércio e serviço implantados no térreo dos edifícios, transformando o parque em uma área de grande movimento.
Palavras-chave | Conexões, Edifício Estudantil, Tecnologia, UFABC, Complexo Multifuncional.
COMPLEXO MULTIFUNCIONAL SANTO ANDRÉ
ÍNDICE 1 OBJETIVO 1.1 JUSTIFICATIVA 1.2 MÉTODO
2 CONCEITUAÇÃO 2.1 edifício multifuncional 2.2 permeabilidade urbana
3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS 3.1 Infinite free Iraq constitution proposal 3.2 campo universitário de Aalto
4 ESTUDOS DE CASO 4.1 Parque Tecnológico Nanjing Hongfeng 4.2 Città del sole 4.3 Conjunto nacional
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5 ANÁLISE DO LOCAL 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5
26 análise da área 28 terreno escolhido 29 Rhódia têxtil 31 gleba da prefeitura 31 UFABC e o défict de moradia para alunos 32
6 PROJETO 6.1 proposições iniciais 6.2 proposição final considerações finais bibliografia
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INTRODUÇÃO O presente trabalho de conclusão de curso se trata sobre um projeto de característica multifuncional próxima ao centro da cidade de Santo André –SP. O terreno do projeto está Localizado na Avenida dos Estados entre a estação de trem Prefeito Celso Daniel Santo André e a UFABC. Mesmo sendo um terreno enorme de 158,5 mil m² ele se encontra dentro de um espaço da região onde inviabiliza o acesso direto via pedestre e a relação que ele tem com a cidade é de certo modo uma “sobra” por conta de seus limites principais serem estabelecidos por duas barreiras físicas: Rio Tamanduateí e a linha férrea. A proposta do trabalho é também possibilitar que esta área tão grande da cidade possa se transformar em uma área de conexão e também se conectar com a cidade em volta dela, além disso o projeto viabiliza melhor aproveitamento do terreno para a cidade, uma vez que será um polo de geração de emprego e contará com residências, área para lazer e cultura. As conexões criadas foram: Estação – Complexo – UFABC e Complexo – Shopping Grand Plaza, ambas conexões são feitas através do parque e passarela, atravessado o rio Tamanduateí e a Linha férrea respectivamente. O projeto do conjunto conta com quatro edifícios: O Edifício de Moradia estudantil que deu origem a ideia do projeto; o Edifício Corporativo sendo o mais alto do conjunto; o Parque Tecnológico em formato circular e o edifício de gabinetes da prefeitura que abriga secretarias que atualmente funcionam em imóveis alugados pela cidade. O gabarito de altura segue um padrão baixo que varia de térreo +2 até térreo + 4 configurando blocos mais longos, diferente apenas no edifício corporativo onde a intenção foi subir o gabarito para embasamento + 20 andares e assim criar um marco no projeto.
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OBJETIVO JUSTIFICATIVA MÉTODO
1.0 1.1 1.2
1.0 OBJETIVO Projetar um complexo multifuncional em Santo André através da unificação de vários terrenos de uso industrial acrescido de pequena gleba de propriedade da Prefeitura municipal de Santo André, totalizando área de aproximadamente 158,5 mil m², localizado entre a estação de trem Prefeito Celso Daniel da linha 10-Turquesa e a UFABC, proporcionando maior desenvolvimento da região e melhora no fluxo dos alunos e usuários das futuras instalações do complexo. Fotomontagem autoral em base fotográfica do Google maps.
1.1 JUSTIFICATIVA
A escolha do tema a ser desenvolvido se deu através do primeiro contato com este tipo de projeto arquitetônico de edifício multifuncional que ocorreu no 7º semestre do curso de arquitetura e urbanismo do Senac, foi um dos projetos que mais me agradou desenvolver por conta dos estudos a serem feitos para organizar os fluxos e acessos dos diversos usuários dentro do edifício. Portanto o desenvolvimento deste trabalho de graduação desenvolverá ainda mais esta organização de fluxos e usos distintos dentro do mesmo território, promovendo uma melhor relação com os usuários que usem o complexo diariamente. Ao pesquisar sobre a região de estudo foi decidido que o projeto que agreguegaria mais o uso atual do terreno fosse feita da melhor forma por um projeto do tipo multifuncional, visto sua localização esquemática de fácil acesso via automóvel e transporte público, sua grande área para projetar mais de um edifício e estar posicionada ao lado de bairros residênciais que trarão desenvolvimento de emprego e infraestrutura para a região.
Projeto multifuniconal desenvolvido no 7º semestre. Arquivo pessoal do autor.
1.2 MÉTODO Para o desenvolvimento de ideias e especulações projetuais foi utilizado o levantamento de dados a partir de estudos de caso, referências e levantamento de dados do entono. A pesquisa sobre os estudos de caso foi feita de forma “horizontal” de modo a entender os mesmos pontos de cada projeto. Foram escolhidos três projetos e cinco características conforme pontos que seriam importantes para o desenvolvimento da proposição. Como resultado foi desenvolvida uma tabela comparativa de forma a facilitar a compreensão dos pontos em comum de cada projeto. Durante o processo de desenvolvimento também foram desenvolvidos muitos croquis para proposições diferentes de implantação, fluxos internos dos edifícios, desenhos de corte para entender as conexões feitas pelas passarelas e maquetes eletrônicas para estudo de volumetria, ambientes internos, externos e inserção do projeto no terreno.
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CONCEITUAÇÃO Neste capítulo foram feitas breves pesquisas para melhor entendimento de dois temas que são a base do projeto em estudo: Edifício multifuncional e Conexões urbanas.
EDIFÍCIOS MULTIFUNCIONAIS 2.1 PERMEABILIDADE URBANA 2.2
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2.1 EDIFÍCIOS MULTIFUNCIONAIS Constitui em um edifício ou um conjunto de edifícios que exercem funções distintas no mesmo território. Logo, neste caso qualquer construção que abrigue mais de uma função, seja habitação, estudo, trabalho, lazer ou cultura enquadram-se nesta nomenclatura. Com o passar do tempo a arquitetura multiuso tem evoluído, mas suas características e definições se mantém, são projetos com tipologias mais complexas e que demandam mais tempo de estudo do que os outros projetos monofuncionais, porque os diversos usos e funcionalidades precisam se conciliar e ao mesmo tempo segregar em diferentes pontos do projeto, criando fluxos separados e divisão
de público e privado constantes. A arquitetura multifuncional está se tornando mais presente nas cidades contemporâneas devido ao aumento significativo da população, Isto vale em especial para a mobilidade urbana que enfrenta um caos diariamente, o transporte público não dá conta da demanda e muitas vezes não oferece um serviço de qualidade, logo o uso do automóvel continua a crescer e gerar mais engarrafamentos, gastando cada vez mais o tempo das viagens pendulares. Portanto, os edifícios de uso misto podem ser considerados como um tipo de solução para o problema de mobilidade
dos grandes centros já que quanto menor for a distância que a pessoa precise percorrer para chegar ao trabalho, casa ou a algum serviço de sua necessidade, menor será o tempo de viagem e mais qualidade de vida ela terá. Unir usos diferentes no mesmo espaço, poupa o tempo além de potencializar o aproveitamento do território. Como o projeto trata-se de um conjunto de edifícios de usos distintos, a intensão foi propor uma situação de simbiose entre eles, de modo a cada função dentro do complexo ser uma somatória de benefícios e deste modo todos equipamentos juntos proporcionarem uma melhor experiência para o usuário.
2.2 PERMEABILIDADE URBANA Pelo dicionário Michaelis, permeável é aquilo que “pode ser atravessado, transpassado”. Pode-se dizer que no campo da arquitetura e urbanismo, permeavél tem o caráter de qualificar projetos e espaços. O termo composto “permeabilidade urbana” estimula a pensar na cidade de uma maneira mais integrada definindo espaços construídos com maior integração ao espaço público e a visibilidade que este espaço tem com o exterior. Uma construção permeável estimula a passagem de pessoas através das áreas livres de circulação e descanso pela naturalidade que este espaço se conecta com o espaço público externo. Um edifício permeável se mistura com a rua e a rua se mistura com o edifício, uma situação de parceria onde os dois lados saem ganhando. O espaço com fluxo de pessoas constantes acaba gerando ambientes mais seguros e beneficiando os residentes do edifício e quem usa o espaço para circulação. Tais características acontecem, por exemplo, em dois projetos da cidade de São Paulo, o MASP e o Copan. Vão do MASP com feira de antiguidades que acontece aos domingos. Fonte| Google imagens
A permeabilidade urbana que o MASP tem é o conhecido “vão livre do MASP” que foi a solução que a arquiteta Lina Bo Bardi teve em manter a vista para o centro da cidade, premissa feita pela prefeitura quando doou o terreno para a construção do museu. Hoje o vão abriga espaço para cultura, feira de antiguidades, pequenos shows e também serve de ponto de encontro para grupos de pessoas. Já o Edifício residêncial Copan, tem no térreo a galeria de comércio e serviços que acompanha a inclinação do terreno e consequentemente da calçada, levando o pedestre a atravessar aquele pedaço da quadra através dos corredores internos do edifício. Para o morador tais características são positivas, possibilitando a oferta de serviços muito próxima da residência, diminuindo a necessidade de deslocamento na cidade.
Galeria no térreo do Edifício Copan. Fonte| Google imagens
A permeabilidade esteve presente desde o início do desenvolvimento do projeto, usar o terreno para a travessia a pé dos estudantes até universidade e também a travessia no parque e entre os edifícios, gerando passagens entre eles e criando o mínimo possível de barreiras visuais ao nível do pedestre. Tudo leva ao fator de aumentar o fluxo de pessoas, aumentando consequentemente a segurança e criar um espaço que vai além das passagens, mas numa área de lazer e descanso ao longo de todo o conjunto.
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS INFINITE FREE IRAQ CONSTITUTION PROPOSAL
3.1
CAMPO UNIVERSITÁRIO DE AALTO
3.2
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3.1 Infinite Free Iraq Constitution Proposal
Arquitetura | Manhal Al Habbobi Ano do projeto | 2011 Localização | Bagdá, Iraque
Este projeto foi vencedor do concurso para a nova Secretaria de desenvolvimento Geral do Conselho de Ministros de Bagdá feito em 2011, condensa mais de dez mil anos de civilização contando fielmente a sua história através da arquitetura do edifício. O conceito do design evoluiu de estudos lógicos embasados em 2 passos: O ato de governar e a constituição. A unificação dos dois passos concluindo que o projeto deve refletir a “infinita e livre constituição do Iraque”. A partir desta constatação, o arquiteto busca relações históricas da cultura e da arte antiga da mesopotâmia para referenciar os edifícios e desta maneira conseguir contar a história de forma poética pela arquitetura. Vista artística aérea de autoria de Manhal Al Habbobi. Fonte| Archdaily.com
“O conceito do design evoluiu de estudos lógicos embasados em 2 passos: O ato de governar e a constituição” 10
Na imagem ao lado o arquiteto mostra como usou o símbolo sumério do infinito para dar forma ao vazio do edifício central e mais notável do projeto. Ele desloca para cima uma aresta do símbolo criando uma moldura e logo após, extrudando esta forma cria-se o volume.
No próximo passo é feita a subtração deste volume dentro de um cubo que representa, segundo o arquiteto, o código da solidariedade e para finalizar, a pele do edifício remete a uma das formas mais primitivas de escrita feitas em tabuletas de argila, a chamada escrita cuneiforme, desenvolvida pelos sumérios e usada a mais de 3 mil anos. Esta forma de escrita foi criada pela necessidade da administração dos palácios e templos em registrar as cobranças de impostos, a quantidade de cabeça de gado e as primeiras leis.
Vista artística aérea de autoria de Manhal Al Habbobi. Fonte| Archdaily.com
O que me chamou atenção neste projeto foi o modo como o volume cilíndrico central traz um equilíbrio em conjunto a mistura de formas retas e curvas ao longo do eixo central. Esta mistura de formas foi projetada ao longo da conexão entre a UFABC e a estação.
Perspectiva artística. Autoria de Manhal Al Habbobi. Fonte| Archdaily.com
“Passo 2 “ trecho da conceitualização do projeto. Autoria de Manhal Al Habbobi. Fonte| Archdaily.com
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3.2 Campo universitário de Aalto
Arquitetura | Luca Peralta Ano do projeto | 2012 Localização | Otaniemi, Helsinki, Finlândia
O Projeto concebido pelo escritório italiano Luca Peralta Studio – Design and Consulting propõe uma nova centralidade e uma nova hierarquia de espaços no terreno. Um grande loop com três entradas generosas que absorvem e repaginam o modo de chegada dos pedestres no campus. Os usuários podem chegar pelas duas estações de metrô adjacentes, por dois pontos de ônibus, andando ou vindo de bicicleta. A ideia é tornar o vazio central em um grande parque como um “coração verde” livre de carros.
“A ideia é tornar o vazio central em um grande parque como um “coração verde” livre de carros.”
As diferentes áreas exigidas do programa foram organizadas dentro de um único edifício que pode funcionar também como oito anexos independentes e altamente interligados, cada um tem suas escadas, elevadores, banheiros e saídas de emergência. A forma orgânica do edifício cria um vazio central de caráter público que funciona 24h por dia e fica livre para estudantes, membros do corpo docente e os cidadãos comuns transitarem por ele.
O edifício é composto por seis entradas principais, sendo três grandes portais que dão acesso ao parque central e fazem conexão direta ao entorno e mais três entradas voltadas para ao centro do vazio onde estão concentrados os restaurantes e as áreas comerciais.
Implantação com indicação dos acessos. Autoria de Luca Peralta Studio - Design & Consulting. Fonte| lucaperalta.com
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Perspectiva 3D de uma entrada para o parque central. Autoria de Luca Peralta Studio - Design & Consulting. Fonte| lucaperalta.com
A escolha deste projeto como referência foi pela semelhança com a situação do meu terreno, a proximidade que ele tem com o transporte públido e a relação deste espaço com a Universidade, o parque central livre de carros é uma característica que meu parque terá, onde os fluxos serão feitos a pé, outro ponto que me chamou atenção foi o modo com que o arquiteto indica as entradas do campus através do próprio edifício, aproveitando a altura da “fita” que faz o volume do prédio e criando um grande arco convidativo de entrada.Esta característica foi utlizada como referência para o projeto do parque tecnológico que conta com três entradas que acontecem abaixo das passarelas do edifício.
Perspectiva 3D do parque central. Autoria de Luca Peralta Studio - Design & Consulting. Fonte| lucaperalta.com
Elevação ilustraturva. Autoria de Luca Peralta Studio - Design & Consulting. Fonte| lucaperalta.com
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ESTUDOS DE CASO
Os projetos a seguir serviram de base para a estruturação e desenvolvimento do meu projeto de conclusão de curso, junto com os dados e análise do local que serão abordados no próximo capítulo.
Foram escolhidos três projetos: Parque Tecnológico Nanjing Hongfeng, na China; O complexo multifuncional Citta del Sole, em Roma e o Conjunto Nacional em São Paulo. O estudo de caso foi desenvolvido como se fosse uma tabela individual de cada projeto com os seguintes itens de estudo: localização e entorno; conexões e permeabilidade urbana; usos e funções; estrutura e materialidade, e por fim, volumetria. Desta maneira consegui ter ao final um documento que analisa os projetos de forma horizontal.
PARQUE TECNOLÓGICO DE NANJING HONGFENG 4.1 CITTÀ DEL SOLE 4.2 CONJUNTO NACIONAL 4.3
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4.1 Parque Tecnológico de Nanjing Hongfeng - Edifício A1
Arquitetura | One Design Ano do projeto | 2014 Localização | Nanjing, China Área do Projeto | 54 mil m²
Este estudo de caso trata a respeito apenas sobre o Edifício A1 que faz parte de uma série de prédios do complexo de tecnologia de Nanjing Hongfeng.
Localização e Entorno O parque tecnológico está localizado no extremo leste do município de Nanjing na China, local voltado para desenvolvimento econômico e tecnológico. O terreno fica entre duas linhas férreas de constante fluxo, uma de transporte de carga e a outra para o transporte de passageiros de alta velocidade.
Implantação do parque tecnológico em meio a duas linhas férreas. Fonte| Archdaily.com
Conexões e Permeabilidade Urbana O complexo do parque tecnológico é composto por diversas quadras que são divididas por ruas para acesso de veículos. Como o terreno está entre duas linhas de trem, os ruídos externos são constantes e para amenizar este problema os prédios foram posicionados paralelamente as linhas, desta maneira cria-se um “cinturão urbano” conforme o projeto diz. Este cinturão é um grande vazio central entre os prédios e tem o caráter de ser mais silencioso por conta da barreira feita pelos prédios conforme a figura ao lado e serve de área de passagem, descanso e lazer dos usuários.
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1-Relação do Edifício com a linha férrea, criando uma barreira antiruido. 2-conceito cinturão urbano Fonte| Archdaily.com
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1 2 Usos e Funções Como principal uso o edifício tem salas de pesquisas, escritórios e laboratórios voltados para o campo da tecnologia. Há um outro prédio menor e separado do parque tecnológico que abriga a cafeteria e central de informações
1- volume superior com brise metálico horizontal. 2-revestimento WPC acima e GRC abaixo. Fonte| Archdaily.com
Paineis de WPC como brise. Fonte| Archdaily.com
Estrutura e Materialidade O edifício tem estrutura metálica com pilares espaçados em 10 metros com exceção nas áreas de circulação vertical onde a medida diminui para adequação das escadas e elevadores. A materialidade da pele que cobre as fachadas é feita com uma mescla de dois materiais diferentes mais uma camada de vidro: o primeiro é o composto plástico de madeira (WPC) que é um material 100% a prova d’água, imune a cupins, reciclado, antirruído e de alta resistência para ambientes externos; e o segundo é o painel de malha de vidro reforçado com concreto (GRC) material leve, resistente e também antirruído. Os painéis verticais de WPC deste projeto tem duas cores, marrom claro e escuro, eles são fixados verticalmente com as cores de forma aleatória e perpendiculares a fachada, criando brises que possibilitam a entrada mais controlada da iluminação solar. Os painéis GRC que são mais largos também são presos na fachada verticalmente com ângulos aleatórios resultando uma fachada com aspecto cinético no conjunto. O prédio da cafeteria e informações foi feito brises delgados de aço inoxidável fixados horizontalmente.
Volumetria O conjunto é formado por blocos retangulares, sendo o principal com térreo + 4 pavimentos. Na parte superior do edifício existem três salas de reuniões empilhadas de forma irregular. A volumetria destes blocos de salas de reunião cria pátios de descanso entre os blocos posicionados de forma quase ortogonal com o bloco base principal.
Perspectiva axonométrica do edifício. Fonte| Archdaily.com
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4.2 Città Del Sole
Arquitetura | Labics Ano do projeto | 2016 Localização | Roma, Italia Área do Projeto | 13,5 mil m²
“Fruto de um concurso da Prefeitura feito em 2007, consiste em uma intervenção de caráter urbana”
Localização e Entorno O projeto acontece em uma grande quadra que pertence a um bairro consolidado e próximo ao centro de Roma. Fruto de um concurso da Prefeitura feito em 2007 consiste em uma intervenção de caráter urbano para criar uma nova centralidade através de usos mistos e um sistema de espaços públicos. Tem proximidade com a estação de metrô “Repubblica” e Estação ferroviária “Roma Termini” uma das maiores da Europa. Planta de sítio. Fonte| Archdaily.com
Conexões e Permeabilidade Urbana Como premissa do concurso, o terreno precisaria ser um espaço de fluidez e porosidade, portanto muitas passagens foram feitas no térreo de forma a travessar a quadra e acessar o centro da cidade histórica facilmente de quem vem pelo bairro. São três embasamentos que tocam o chão do terreno, e é através destes blocos que as passagens de uso exclusivo de pedestres são feitas. Graças a baixa diferença de nível entre as ruas do entorno, poucos degraus em alguns pontos são necessários para resolver o desnível, fazendo com que a travessia seja feita de forma suave ao longo da quadra.
Térreo com escadarias e passagens. Fonte| Archdaily.com
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Usos e Funções
perspectila ilustrativa do térreo elevado e volumetria. Fonte| Archdaily.com
O programa é articulado em diferentes níveis. Começando pelo térreo, nota-se a presença de três edifícios construídos, sendo o primeiro o único edifício existente, localizado na ponta esquerda da quadra utilizado como biblioteca pública e os outros dois edifícios servindo de embasamento, cada um com dois níveis e abrigam salas para escritórios, salas de uso público e acesso para circulação vertical dos blocos superiores. Toda cobertura do embasamento é de acesso público e se conecta com as passagens do térreo através de longas escadas. Nos blocos de cima estão mais três edifícios, o primeiro na esquerda acima da biblioteca conta com dois níveis de salas de escritório, logo em seguida o edifício central abriga luxuosos apartamentos duplex chamados de “urban villas” e por último dois blocos de nove andares de apartamentos.
Corte longitudinal e Planta térreo. Fonte| Archdaily.com
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Estrutura e Materialidade As estruturas dos blocos são de concreto armado e marcadas pelos altos pilares que sustentam os blocos superiores e as vezes cortam a escada que dá acesso ao topo do embasamento. Outro pilar de destaque é o que abriga a circulação vertical que sai do prédio existente onde fica a biblioteca publica. Todo projeto remete a cores em tons de cinza de modo a contrastar com o bairro vizinho mais colorido. Seus brises verticais de alumínio primeira vista podem parecer dispostos de forma aleatória, porém nota-se um padrão que é repetido linearmente em volta dos ofícios do embasamento, nos escritórios e nos apartamentos duplex. Este tipo de revestimento externo permite a incidência de luz solar de forma difusa e externamente passa a sensação de algo formal e luxuoso, agregando sintonia com as formas retas não ortogonais que os edifícios foram projetados. No edifício residencial de nove andares a escolha do revestimento externo foi diferente, todos os apartamentos contam com varanda e brises móveis que dão movimento a fachada conforme o uso dos moradores.
Fotos externas que evidenciam o contraste de cor e os pilares analisados no texto. Fonte| Archdaily.com
“Todo projeto remete a cores em tons de cinza de modo a contrastar com o bairro vizinho mais colorido.” Fotos externas que evidenciam o contraste de cor e os pilares analisados no texto. Fonte| Archdaily.com
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Volumetria Os blocos de edifícios nasceram através de estudos feitos pelos arquitetos usando linhas que são referenciadas pelas ruas e edifícios existentes do entorno como mostra a figura abaixo, estas retas também formaram espelhos d’água no térreo, alguns jardins centrais e diferenças de níveis com escadas e rampas que dão a livre passagem pela quadra. A forma final do conjunto é harmoniosa e a repetição constante dos brises verticais evidenciam os ângulos criados pelas retas durante o processo de desenvolvimento dos volumes. A sobreposição dos blocos criam cheios e vazios agradáveis e convidativos para os usuários. O bloco mais alto do conjunto se trata de uso habitacional e possui nove andares acima do embasamento e os outros dois blocos superiores tem cada um, dois andares com um generoso pé direito. Os grandes vãos também favorecem para a sensação de leveza dos blocos.
Foto externa do conjunto de edifícios. Fonte| Archdaily.com
“Os blocos de edifícios nasceram através de estudos feitos pelos arquitetos usando linhas que são referenciadas pelas ruas e edifícios existentes do entorno.”
Estudo utilizado pelos arquitetos para desenvolvimento dos blocos do conjunto de edifícios. Fonte| Archdaily.com
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4.3 Conjunto Nacional
Arquitetura | David Libeskind Ano do projeto | 1955 Localização | São Paulo, Brasil Área do Projeto | 14,6 mil m²
“A primeira Cúpula Geodésica a ser construída na América Latina”
Localização e Entorno O Conjunto Nacional foi um dos primeiros grandes edifícios modernos multifuncionais implantados na cidade de São Paulo. Todo projeto ocupa uma quadra inteira e tem acesso pelos quatro lados, fazendo frente com a Rua Augusta; a Alameda Santos; a Rua Padre João Manuel e a entrada principal pela Avenida Paulista, uma das mais importantes e conhecidas avenidas de São Paulo. Em 2004 o edifício foi tombado pelo Condephaat Foto do projeto visto da Av. Paulista. Fonte| Archdaily.com
Conexões e Permeabilidade Urbana
É fácil chegar até o Conjunto Nacional usando o transporte público, tanto de metrô pela linha 4 amarela que atravessa parte da Avenida Paulista, como as diversas linhas de ônibus que passam por lá, mas falando do edifício em si, o térreo foi feito de modo a ser uma extensão completa da calçada, tanto que foi usado a mesma paginação e o mesmo mosaico português. Pela imagem ao lado, podemos ver a relação do espaço público e privado no térreo bem como os fluxos internos que conectam as ruas. Este espaço reservado ao público é destinado para diversas finalidades: passeio e acessibilidade à galeria interna; acesso a circulação vertical pela rampa helicoidal
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Plana baixa do Térreo com indicação das áreas públicas e privadas. Fonte| Meirelles
característica do projeto que está engastada no núcleo de elevadores e devido ao grande fluxo de visitantes, este espaço público tem constantes exposições de arte e cultura.
Usos e Funções
Vista interna da galeria. Acabamento do piso igual a calçada. Fonte| Archdaily.com Autor da imagem| Daniel Lima
O complexo caracteriza-se pela multifuncionalidade com diferentes usos na mesma estrutura. Entre os usos estão: Residencial, comercial, serviços e lazer. A divisão dos usos é feita por duas lâminas, a lâmina horizontal que é o embasamento do edifício e ocupa toda a projeção da quadra abriga a galeria comercial, a segunda lâmina é vertical e ocupa apenas uma parte da projeção do embasamento, nela estão os usos residencial de serviços. Na cobertura da lamina horizontal fica a área de lazer, nela podemos destacar o paisagismo de Burle Marx e a primeira cúpula geodésica a ser construída na américa latina, a cúpula tem o revestimento feito com placas de plástico e lã de vidro que possibilitam a entrada de luz e ilumina a circulação vertical e a rampa ao centro do embasamento. Já no subsolo de dois níveis fica a área de estacionamento.
Estrutura e Materialidade
Corte Rua Augusta . Fonte| Google Imagens
Cúpula e rampa central. Fonte| Arquitetura e Construção. Autor| Andres Otero
A estrutura principal é feita com concreto armado e alguns pontos conta com vigas de transição, como no anel de sustentação da cúpula e na base do bloco da lamina horizontal, distribuindo a carga para grandes pilares no térreo. Também se nota a diferença de estrutura para o bloco da lamina vertical, ele tem seu próprio padrão estrutural conforme mostra o corte ao lado. A Lamina vertical é mais característica pelo uso do vidro nas duas maiores faces , tendo as finas laterais mais fechadas com aberturas somente para pequenas janelas. A rampa helicoidal ao centro do térreo fica engastada no núcleo rígido de elevadores e suas vigas de sustentação são espaçadas a cada 1 metro, a rampa não encosta sua lateral no núcleo justamente para permitir a passagem da iluminação que vem da cúpula e ilumina todos os andares do bloco. A materialidade do conjunto é bem diversificada com tons claros e escuros, o piso do térreo é a continuação da calçada em mosaico português, a parede da circulação vertical tem um acabamento mais rustico e áspero em tons de marrom que combinam com o piso do primeiro andar da lamina horizontal.
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Volumetria O edifício é dividido em dois blocos principais, uma lamina horizontal e a outra vertical. As lâminas são parecidas se comparadas no mesmo sentido, ambas têm o volume de um grande retângulo extrudado com pouca altura. As lâminas são empilhadas de forma ortogonal entre si e para não dar a sensação de algo muito pesado tocando o térreo, o bloco horizontal fica sobre pilotis. Nele há brises de concreto armado em forma de grelha que percorre quase todo o perímetro, aumentando a sensação de horizontalidade do bloco, o mesmo conceito de grelha aparece como fechamento nas salas do primeiro andar conforme mostra a figura ao lado.
Vista interna do mezanino com as grelhas que remetem ao acabamento da lâmina horizontal da fachada. Fonte| Google Imagens
Existem mais dois blocos retangulares menores na cobertura desta lâmina junto a cúpula geodésica de 27 metros de diâmetro, estes blocos quebram um pouco a linearidade do conjunto. Ambos os blocos são característicos pelos pilares que surgem da cobertura da lamina horizontal e sobem até a cobertura deles. No bloco da esquerda a face voltada para a avenida Paulista é fechada, criando uma inversão de papeis com o volume principal que é mais “vazado”. A cúpula não pode ao nível do térreo por pedestres, o que fica reservado para os moradores ou para aqueles que entram na galeria e/ou subam a rampa.
Vista externa dos blocos na cobertura da lâmina horizontal . Fonte| Google Imagens
Vista interna da Cupula e Vista externa lateral. Fonte| Google Imagens
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ANÁLISE DO LOCAL Neste capítulo são apresentados os estudos referentes a região e o terreno escolhido para o projeto. Estes estudos ajudaram para o embasamento da proposição, fluxos e usos que foram contemplados no programa do projeto.
ANÁLISE DA ÁREA 5.1 O TERRENO ESCOLHIDO 5.2 RHODIA TÊXTIL 5.3 GLEBA DA PREFEITURA 5.4 UFABC E O DÉFICIT DE MORADIA PARA ALUNOS 5.5
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5.1 Análise da Área
Localizado na Avenida dos Estados às margens do rio Tamanduateí e próximo ao centro de Santo André, o terreno tem uma área de aproximadamente 158,5 mil m² e faz parte da operação urbana “Eixo-Tamanduateí” que é um projeto em criado em 1997 que tem como objetivo a reestruturação das áreas lindeiras à várzea do Tamanduateí ao longo da Avenida dos Estados e da antiga estrada de ferro “São Paulo Railway” que ligava Santos e Jundiaí, estas áreas sofrem o impacto do processo de êxodo industrial.
Fotomontagem autoral sobre base do Goole Maps.
O principal motivo da escolha do terreno está nos usos próximos a ele citados anteriormente, a UFABC, a estação de trem e os terminais rodoviários. Todos são fortes motivos para fazer com que o terreno tenha um uso melhor para agregar as potêncialidades deles e do projeto na cidade. Outros usos de destaque que estão próximos do terreno são: Grand Plaza Shopping sendo um dos mais movimentados de Santo André; o parque Celso Daniel, cerca de 64mil m² que possui dezenas de atrações para crianças e atividades físicas com academia ao ar livre, playground e quadras de futebol; e dois grandes supermercados, o Carrefour e o Sam’s Club
Fotomontagem autoral sobre base do Goole Maps.
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5.2 O Terreno Escolhido
Fotomontagem autoral sobre base do Goole Maps.
O terreno faz frente com a Av. dos Estados, a Av. Antônio Cardoso que dá acesso ao centro de Santo André e também coma a Rua Visconde de Taunay que leva até a entrada dos ônibus para o terminal rodoviário leste e para a saída de trás da estação de trem por onde os alunos da UFABC atualmente esperam o ônibus com fretamento exclusivo para alunos da universidade que os levam até o campus, conforme indicado abaixo.
Por estar inserido na área de Reestruturação urbana, o projeto deve seguir a tabela de Parâmetros Urbanísticos ao lado. A taxa de permeabilidade não está presente na tabela, portanto conforme pesquisa, foi encontrado no Artigo 25, I, c da Lei 8869/06 que determina 15% de taxa de permeabilidade para terrenos com mais de 1mil m² inseridos nas bacias críticas. Parâmetros urbanisticos para uso e ocupação do solo . Fonte| Prefeitura de Santo André
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Atualmente o lote é murado em toda sua extensão da Av. dos Estados como mostram as figuras abaixo e só é possível ver o que há dentro dele quando se passa pelas portarias, que são duas ou quando sobe-se o viaduto sentido centro. É possivel ver o logotipo da Linde Group em algumas contruções, esta empresa alemã pruduzia gases industriais, mas durante muitos anos neste terreno funcionou a fábrica Rhodia Têxtil que será apresentada a seguir.
UFABC à esquerda da foto, terreno de estudo à direita. Fonte| Google Street view
Portaria Av. do Estado . Fonte| Google Street view
Vista Av. Antônio Cardoso. Fonte| Google Street view
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Ainda é possível ver a logomarca da antiga fábrica. Fonte| Google Street view
Portaria Av. Antônio Cardoso. Fonte| Google Street view
Vista da ponte sobre Rio Tamanduateí. Fonte| Google Street view
5.3 Rhodia Têxtil O terreno abrigava a indústria Rhodia textil que teve sua fundação ali em 1929, na época chamada de Rhodiaceta que produzia fios artificiais de acetato que mais tarde se torna a Rhodia Têxtil em Santo André. A fábrica produzia o fio de acetato de celulose a chamada seda artificial que era novidade no mercado que até então era dominado por fios naturais principalmente de algodão. Em 1935 começa a fabricação de lingeries com a marca Valisère, feitas com os fios artificiais e desde então foram criados novos fios como por exemplo o fio pneu, fio de poliamida e o mais recente de 2014 sendo o fio Amni Soul Eco que é o primeiro fio a ser fabricado com poliamida biodegradável permitindo rápida decomposição quando descartadas em aterros sanitários. Atualmente a empresa não exerce mais atividades neste terreno, ela transferiu para outra unidade na Avenida dos Estados,6144 com uma área de 350mil m² e encontra-se funcionando. Vista aérea da fábrica no início das atividades no local. Fonte| Rhodia.com.br
5.4 Gleba da Prefeitura Em 08 de dezembro de 2010 a prefeitura de Santo André publicou o decreto de desapropriação de uma parte do terreno pertencente à Rhodia, cerca de 8mil² para a construção do Poupatempo que até o momento contava apenas com uma unidade no ABC, em São Bernardo. Em troca da área, avaliada em R$ 8,4 milhões, a Prefeitura de Santo André anunciou que iria conceder à empresa abatimento de IPTU por 30 meses. O processo ficou ocioso por anos devido a alguns impasses, entre eles, do terreno estar possivelmente contaminado devido ao uso de produtos químicos no processo de fabricação dos fios. Cronologicamente, após o decreto feito pela prefeitura, algumas notícias publicadas por jornais da região seguiram o processo sobre o futuro Poupatempo. Em 2012 foi publicada a notícia que o terreno estava livre de contaminação através de um laudo feito pela Cetesb e o plano de construir o Poupatempo estava de pé, porém não foi o suficiente para a prefeitura ter posse do terreno. Até 2015 existem registros que o processo ainda ocorria e que a área não havia sido liberada por suspeitas de superfaturamento, portanto a partir desta demora
a ideia inicial de construir o Poupatempo ali ficou para trás e passou a fazer parte do complexo do shopping Atrium onde teve sucesso e funciona hoje. Nessa época a prefeitura de Santo André era a primeira colocada na região do ABC em gastos com aluguéis de salas comerciais. Estas salas tinham a finalidade de abrigar secretarias que não cabiam no edifício da prefeitura, neste momento já se cogitava em transferir algumas destas secretarias para o terreno já que o Poupatempo não seria mais necessário. Os gastos hoje chegam a mais de R$ 8 milhões por ano e a meta da atual gestão é diminuir de 54 salas alugadas para 46. Como a primeira ideia de uso para o terreno foi descartada, a prefeitura buscou novas alternativas para utiliza-lo e então em 2016 o terreno foi cadastrado na SPTEC e passou a ter um novo uso, abrigar um parque tecnológico. A nova definição de uso para o terreno segue as diretrizes do plano diretor de Santo André de 2014 sobre a criação e incentivo de geração de emprego e tecnologia na área centrais da cidade.
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5.5 UFABC e o Déficit de moradia para alunos. A UFABC surgiu a partir do projeto de lei feito pelo expresidente Luiz Inácio Lula da Silva em Julho de 2005 para cumprir a meta do governo federal na expansão do ensino público gratuito e de qualidade. Foi escolhida a cidade de Santo André por estar em uma das regiões de maior importância econômica no país. Em Agosto do mesmo ano, o prefeito de Santo André João Avamileno Enviou à câmara municipal o projeto de lei para doação do terreno localizado na Avenida dos Estados onde funcionavam as antigas secretarias de Serviços e Obras da Prefeitura, a câmara aprovou a lei em 8 de setembro de 2005 viabilizando o terreno para a UFABC. Este terreno também está dentro do eixo Tamanduateí, portanto a doação do terreno para o uso educacional reforçou a proposta de revitalização desta região.
“Hoje são mais de 9 mil alunos matriculados nesta unidade”
O projeto arquitetônico e urbanístico do campus foi elaborado através de um concurso público promovido pelo MEC e organizado pela direção do instituto de Arquitetos do Brasil - IAB e teve o escritório Libeskindllovet Arquitetos SS Ltda como vencedor da licitação, que aproveitou bem os 76,9 mil m² do terreno para a implantação do projeto do novo campus.
Vista aérea da UFABC unidade de Santo André. Fonte| HCON engenharia
A quantidade de alunos que almejam entrar na universidade é muito grande, hoje são mais de 9 mil alunos matriculados nesta unidade e pessoas de todos os lugares do estado e até do país tentam uma vaga para estudar alí. O terreno da Universidade tem localização privilegiada e próxima a transporte público, porém para alguns alunos a distância é muito longa e cansativa, consumindo muitas horas do dia apenas em deslocamento, sobrando pouco tempo para estudo e trabalho. A universidade não tem um lugar projetado especialmente para moradias dentro do campus, mas arrumou uma maneira de ajudar alguns destes alunos que tenham baixa renda comprovada e que morem longe, através da bolsa moradia conforme a tabela indica.
Tabela de bolsas Socioeconomicas. Julho de 2018 Fonte| Pró-reitoria de planejamento e desenvolvimento institucional
A bolsa Moradia é destinado às despesas com habitação de estudantes em condições de vulnerabilidade social e econômica, que necessitem morar fora de seu domicílio familiar para estudar na UFABC. A tabela acima foi atualizada em julho de 2018 e contempla 253 alunos nesta situação. O valor de R$ 300 é depositado diretamente na conta corrente do aluno e tem contrato de 6 meses de duração.
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Meu projeto de conclusão de curso foi concebido a partir da proposta de aumentar a oferta de moradias para estudantes que moram longe da UFABC possibilitando mais conforto, qualidade de vida e mais tempo de sobra para estudar e trabalhar. Também Garantir apartamentos fixos para a UFABC aumentar a oferta deste tipo de bolsa. No capítulo a seguir será explicado a evolução desta ideia até o projeto atual.
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6
PROJETO
PROPOSIÇÕES INICIAIS 6.1 PROPOSIÇÃO FINAL 6.2
34 34
35
6.1 Proposições iniciais. 1º Estudo
2º Estudo Após algumas conversas com meu orientador, percebi que desta forma estaria ignorando o restante do terreno não usando ele com todo seu potencial. Os estudantes no final das contas estariam chegando até a faculdade da mesma forma que hoje, andando pela a Av. dos Estados ou aguardando o ônibus gratuito da Universidade passar na saída da estação, quando na verdade o terreno por estar no meio do caminho deveria ser o principal fluxo.
Croqui de estudo de fluxos e volumetria.
Desta forma, contemplar o terreno por completo para o projeto oferece benefícios não só para os estudantes, mas para a cidade também, dando a chance de projetar um complexo de edifícios multifuncionais em conjunto com um grande parque no centro da cidade, proporcionando o desenvolvimento econômico e social.
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Fotomontagem autoral sobre base do Goole Maps.
A passagem dos alunos até a UFABC seria feita pela própria calçada da Rua Visc. de Taunay, Av. Antônio Cardoso e a travessia do Rio Tamanduateí pela Av. dos Estados.
Fotomontagem autoral sobre base do Goole Maps.
A ideia inicial contemplava apenas em edifícios residenciais com comércio no térreo e de uso exclusivo dos estudantes. Por ser um terreno enorme e utilizar toda a área disponível para fazer habitação seria de certa forma exagerado, o projeto não ocuparia todo o terreno, apenas uma fatia como mostra a figura ao lado e estaria mais próxima da estação de trem.
Croqui de estudo de setorização de usos e fluxos internos.
Então comecei a organizar aonde os usos estariam localizados no terreno e a relação deles com o caminho central. Utilizei de muitos croquis e alguns estudos volumétricos em 3D para ir estudando as tipologias e implantações que me agradavam, escolhi apenas alguns croquis para explicar o processo criativo. O programa básico se resumia em: edifícios residenciais que abrigarão os estudantes, edifício corporativo para empresas; comércios e de serviços que estarão localizados no embasamento do residencial e corporativo; edifício com centro cultural e salas para secretarias da prefeitura; um parque tecnológico que hoje encontra-se cadastrado na SPTEC, por fim a união de todos os edifícios através de um grande parque servido de área de lazer e fluxos para os usuários do complexo. Além disto, o parque servirá de conexão entre a estação de trem e a UFABC através de passarelas elevadas que facilitam a chegada do estudante que usa o trem diariamente para estudar.
“...Volumetria do conjunto, algo parecido com o início do projeto do estudo de caso Città Del Sole.” Nos estudos do croqui acima foi onde percebi a grandiosidade do terreno e que quaisquer retângulos na folha resultavam em enormes prédios!
Croqui de estudo de setorização de usos e fluxos internos.
Optei por traçar linhas guia referenciadas pelas passagens que eu queria criar e a partir delas ter a volumetria do conjunto, algo parecido com o início do projeto do estudo de caso Città Del Sole. Como produto, cheguei em uma série de blocos retos não ortogonais e separados entre si como mostra a figura ao lado.
Devido aos enormes edifícios, apelidei as áreas coloridas de “vilas” e pensei em transformar cada uma em um conjunto de edifícios menores para aumentar a permeabilidade e a conexão entre os usos. No lado direito do croqui ao lado é possível ver algumas das tentativas de subdivisão de uma vila em edifícios menores. Esta ideia começou a me fazer pensar se os pequenos blocos estavam de fato transformando todo o terreno em um complexo de usos mistos ou apenas uma série de blocos espalhados no terreno. Croqui de estudo de setorização de usos e fluxos internos.
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3º Estudo Foi então que decidi condensar mais o programa básico e assumir os grandes edifícios, mas agora interliga-los com passarelas que criariam um segundo térreo exclusivo para as conexões e fluxo entre os blocos, é possível ver esta evolução na mesma figura, do lado esquerdo superior. Junto com esta nova proposta me veio a intenção de transformar todo o complexo em um desenho mais orgânico, se opondo ao antigo estudo e dando um certo movimento nas longas passarelas e edifícios. Os conjunto de prédios lembram curvas de nível, a passarela fica a 6 metros de altura e nesta cota todos os edifícios são conectados por ela, inclusive a UFABC pois a passarela atravessa a Avenida Dos Estados dando conexão direta ao térreo do Campus.
Croqui do 3º estudo .
Neste estudo a ideia do parque ganhou mais força e me fez pensar que ele deveria ser um parque para a cidade e estaria ao redor dos edifícios também, não só ao centro. Desta dorma todos os predios fazem parte do parque e o parque se abre para a cidade.
Estudo de volumetria em 3D.
4º Estudo Este estudo foi desenvolvido ao final do TCC1 e é de todos apresentados aqui, o que mais se assemelha ao projeto final. Nesta proposta o parque tecnológico funciona como uma grande engrenagem que conecta os estudantes com a UFABC e aos outros edifícios por passarelas que nascem de seu volume cilíndrico. Durante este percurso, os usuários têm acesso a dois grandes blocos lineares no sentido longitudinal do terreno, estes blocos são divididos em uso privado, semipúblico e público. Para promover mais comodidade aos usuários e moradores do complexo que usam o carro como principal meio de transporte, foi criada uma rua perimetral dentro do terreno de forma a não interferir na segurança dos pedestres que usam parque e por ela ter acesso aos bolsões de estacionamento.
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Estudo de volumetria em 3D.
Considerando que esta região sofre alagamentos durante fortes chuvas, o projeto conta com um vale para captação desta água e posteriormente o tratamento e reutilização da mesma para dentro do complexo. O vale na verdade é o próprio caminho que corta o parque ao meio no nível do térreo, ele fica em uma cota mais baixa e quando cheio de água, pode ser atravessado pelas passarelas.
Até este momento, todo estudo, dedicação e pesquisas feitas serviram de base para chegar até o meu projeto de conclusão de curso que será apresentado a partir do próximo tópico. Finalizando aqui a primeira etapa, o TCC1.
Perspectiva 3D autoral elaborada ao final do TCC1.
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COMPLEXO MULTIFUNCIONAL EM SANTO ANDRÉ O parque e as novas conexões.
40
41
O projeto do parque significa a junção de todo o complexo multifuncional com a cidade, trazendo uma área agradável de se caminhar e estar. A partir deste pensamento surge o principal fluxo estabelecido no projeto, uma longa fita curva laranja sobre os caminhos retilíneos do parque.
O desenho do parque foi inspirado em placas eletrônicas onde os circuitos são retilíneos e objetivos, Este percurso cinza criado é o responsável pelos fluxos entre edifícios e não possui plantio de árvores, após esta etapa foi criado um terceiro piso em cor amarela que permeia parcialmente o piso cinza, neste piso acontecem as áreas de descanso, comércio e acesso aos edifícios, por se tratar de uma área para estar, possui plantio de árvores e em conjunto com as árvores do gramado, faz sombra durante o percurso no parque.
Este contraste é proposital e destaca a conexão complexo - UFABC. Diariamente muitos alunos que utilizam o trem para chegar até a faculdade precisam esperar um ônibus vir busca-los na saída da estação e leva-los até a Universidade, A proposta desta passagem é fazer com que estes alunos não dependam dos ônibus, mas que possam fazer essa travessia por dentro do parque e a pé, pois cruza todo o terreno e possui uma passarela no final para a travessia do Rio Tamanduateí.
Uma futura passarela será projetada próxima ao Parque tecnológico e irá conectar o complexo até o estacionamento do Grand Plaza Shopping que está do outro lado da linha férrea, esta conexão facilitará a chegada a pé até o shopping, pois sem esta passarela, os pedestres necessitariam obrigatoriamente sair do complexo e andar no viaduto
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5
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A
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B
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PLANTA PLANTADE DESÍTIO SÍTIO
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100 100
200 200
500 500
para atravessar a ferrovia, com a passarela a integração dos usuários do shopping e do complexo é feita de forma mais rápida e segura.
Foi criada uma nova rua que começa na Avenida do Es tado beirando o limite norte do terreno e acompanhando a linha de trem até chegar na Rua Visc. De Taunay, a rua tem mão única apenas no trecho entre a Av. do Estado e o primeiro acesso ao bolsão de estacionamento próximo ao edifício corporativo, desta forma é possível acessar de carro ao complexo também pela rua Rua Visc. De Taunay. Toda fachada em frente a linha férrea foi projetada para área de estacionamento e de serviços como caminhão de coleta de lixo. No total são 588 vagas disponíveis para os usuários e estão separados em 5 bolsões.
Ao norte do parque foi criada uma praça seca responsável por promover eventos a céu aberto como apresentações e food trucks, o piso em cor vermelha marca esta área de maior encontro de pessoas. Também foi implantado este piso vermelho nos jardins em frente ao Edifício estudantil, nesta situação o piso surge como uma extensão do piso principal laranja, nesta áreas foram projetados longos bancos curvos em formato de fita que surgem com um leve talude dos jardins. Nesta área a presença de árvores é maior e cria espaços de convivência e descanso. Do lado leste foi criado um grande bosque no limite do terreno, ele serve para bloqueio de barulho da Av. do Estado, esta barreira fecha o parque e mantem o centro mais silencioso e agradável.
Para facilitar o embarque e desembarque de passageiros que utilizem serviços de transporte como taxi e Uber foi criada uma rua local mais próxima dos edifícios, criando recuos que possibilitam a parada do veículo mais próximo as entradas de cada prédio.
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FUTURA PASSARELA B
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PLANTA TÉRREO PARQUE 0
100
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500
4343
MORADIA ESTUDANTIL Este prédio foi a origem de todo o projeto do complexo, proporcionar moradia de qualidade, servida de transporte público de fácil acesso e perto do local de estudo principalmente para alunos que moram longe da Faculdade. Atualmente existem muitos edifícios residenciais em bairros vizinhos a UFABC que alugam quartos ou apartamentos inteiros para alunos deste nicho, sem contar os alunos que se enquadram na seção de bolsas socioeconômicas e recebem um subsídio financeiro e/ou empréstimo de algum equipamento para que este estudante não tenha influência que prejudique sua permanência na Universidade. Portanto, projetar um edifício deste porte e nestas condições, agrega ao aluno e a Universidade em diminuir o deslocamento pendular durante a semana.
44
45
A implantação deste edifício tem um significado no conjunto, ele fica no meio do terreno entre o edifício corporativo e o Parque tecnológico, justamente porque ele é a transição entre morar e trabalhar; morar D e aprender / desenvolver, essa relação pode ser vista também traves da largura destes dois edifícios laterais que tiveram origem a partir da medida do vão entre os bicicletários , 30 metros, e o fato deste volume do bicicletário ser avançado é para dar a sensação de que os três prédios são peças que se encaixam, como mostra a figura ao final da página.
B
A A
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C
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O edifício é composto por 4 blocos de moradia e um bloco central de eventos e área de convivência, cada bloco de moradia tem sua própria circulação vertical, suas lavanderias, seu bicicletário e administração, ou seja, são independentes, mas ocupam o mesmo prédio e dividem fluxos e usos como por exemplo os dois cubos das extremidades do edifício, neles estão as salas de estudo, biblioteca comunitária, sala multiuso e multimídia. Cada cubo deste atende dois blocos de residência e, portanE to, é conectado a elas por passarelas. O bloco central conta com uma grande estrutura de concreto revestida parcialmente com vidro u glass e serve de espaço de convivência com arquibancadas e um auditório com capacidade para 144 pessoas. É possível atravessar entre os blocos residenciais pelas passarelas e escadas e elevador que ficam no bloco central, unificando todos os alunos neste grande hall.
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3
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7
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No térreo do edifício ficam as entradas dos alunos e dos funcionários para cada bloco residencial, também F operam 24 lojas e 4 restaurantes que transformam este espaço em um pequeno mall e traz movimento constante para o edifício e o complexo pois está integrado diretamente com o parque e a conexão estação – UFABC.
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PLANTA TÉRREO CROQUI ESQUEMÁTICO DE CONEXÃO VOLUMÉTRICA ENTRE OS EDIFÍCIOS
DETALHE BRISES E BLOCO CENTRAL. RENDER AUTORAL
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PERSPECTIVA INTERNA DO BLOCO CENTRAL. RENDER AUTORAL
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A B
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8
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FF
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B
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A
B
A
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PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16.
LOJA A= 113,90M² LOJA A= 95,90M² RESTAURANTE A= 236,40M² HALL CENTRAL CIRCULAÇÃO VERTICAL ELEVADOR ACESSO AUDITÓRIO BANHEIRO ÁREA DE CONVIVÊNCIA SALA MULTIMÍDIA BIBLIOTECA COMUNITÁRIA ACESSO À ARQUIBANCADA PASSARELA SALA DE ESTUDO ARQUIBANCADA
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B
C
PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO
A
B
VIII
III
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V VI VII
AMPLIAÇÃO ACESSO PRINCIPAL TÉRREO
X
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I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII
I
II
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BICICLETÁRIO ACESSO FUNCIONÁRIOS ACESSO ALUNOS RECEPÇÃO ADMINISTRAÇÃO COPA BANHEIRO ELEVADORES ESPERA / DESCANSO LAVANDERIA COMPARTILHADA ESCADA DE EMERGÊNCIA ACESSO AOS APARTAMENTOS ACESSO AO CUBO
XIII XII
AMPLIAÇÃO CIRCULAÇÃO VERTICAL ANDAR TIPO.
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PLANTA TERCEIRO PAVIMENTO
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PLANTA QUARTO PAVIMENTO A
C
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0
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Já o bloco residencial é composto por quatro andares de apartamentos de estrutura metálica, cada um com 10 unidades habitacionais tipo de 10 m x 6,20m, estas unidades podem se transformar em 4 possibilidades de layouts diferentes conforme plantas da página ao lado, desta forma o projeto pode ser alterado caso a UFABC necessite aumentar a oferta de quartos disponíveis. Todos os layouts de apartamento foram projetados com 4 janelas na face externa em conjunto aos com brises metálicos perfurados e um nucleo hidráulico de banheiros e cozinha.
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O esquema ao lado mostra o tipo de apartamento em cada andar e a capacidade total de alunos seguindo esta configurção de apartamentos, que é o mesma apresentada nas plantas anteriores.
0
primeiro e segundo pav.
terceiro pav.
quarto pav.
A
B
C
B
A
D
C
D
D
Apartamento induvidual
E
E
E
Apartamento Casal
F
F
F
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A
B
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PLANTA COBERTURA
A
B
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Apartamento Família
104 Aptos Individuais = 416 pessoas 16 Aptos Casal = 64 pessoas 16 Aptos Família = 64 pessoas 24 Aptos Acessíveis = 48 pessoas C
Capacidade total nesta configuração = 592 pessoas
Apto. Individual - Max 4 pessoas 0
5
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Apto. Casal - Max 4 pessoas Apto. Família - Max 4 pessoas Apto. Acessível - max 2 pessoas
Apartamento Acessível 0
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CROTE CC
CROTE BB
CROTE AA
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0 4,50
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16,50
0
0 4,50
13,50 16,50 10,50 13,50 7,50 16,50 10,50 4,50 13,50 7,50 10,50 4,50 0 7,50
16,50
25
25
25
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25
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51 51
CROTE FF
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6,12
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13,50
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4,50 16,50
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4,50 13,50
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13,50 0 10,50 20,00
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20,00 7,50
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20,00
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7,50
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7,50 16,50 4,50 13,50
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4,50 16,50
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16,50
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25
25
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25
DETALHE BRISES E BLOCO CENTRAL. RENDER AUTORAL
EDIFÍCIO CORPORATIVO
52
53
C
C
6
1
6
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8
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4
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A
5
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5
5
5
5
5
5
A
A
A
13
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15
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B
B
5
B
16 17
B
5 18
5
5
C
PLANTA TÉRREO
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17.
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RECEPÇÃO ELEVADORES E ESCADA - ESCROTÓRIOS ELEVADOR EXCLUSIVO AO NÍVEL SOBRE LOJA ESCADA PARA O NÍVEL SOBRE LOJA LOJA A= 103,00M² BANHEIRO E VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS ADMINISTRAÇÃO SALA MULTIUSO DEPÓSITO DML PASSAGEM CONTROLADA PASSARELA ÁREA DE CONVIVÊNCIA CAFÉ ADM SALAS DE REUNIÃO BANHEIRO JARDIM
C
PRIMEIRO PAVIMENTO
0
5
15
Este edifício tem a característica de trazer para o conjunto o setor de trabalho e comércio, com o total de 160 salas corporativas e 12 lojas de 110m² cada, sendo o prédio mais alto de todo o conjunto ele é um marco no complexo e possibilita a vista da área central da cidade. O edifício é elaborado por dois volumes, um longo retângulo forma o embasamento composto por dois níveis de pé direito de 4,50m cada e a torre de escritórios com um formato de quadrado com arestas e vértices arredondados tem 20 andares e 3,00m de pé direito colocada sobre uma das extremidades do embasamento. No nível térreo estão as lojas e a recepção do prédio, as lojas estão na parte sul do embasamento e foram divididas em duas fileiras de 6. A recepção fica mais próxima ao estacionamento e está do lado oposto às lojas, ela conta com sala de espera e a circulação vertical para as salas comerciais.
A
B
B
Vista do térreo, lojas e parque. Render autoral.
A
Vista do jardim interno - sala de reunião. Render autoral.
C
C
COBERTURA
Detalhe do brise metálico. Render autoral.
Do lado externo à recepção encontra-se a escada e elevador de uso exclusivo ao primeiro pavimento, este nível do embasamento foi dividido em dois lados, um de uso privado responsável pelo funcionamento das salas corporativas e administração do edifício como um todo, já o outro lado de uso público destinado para as salas de reunião e o café com área de convivência entre os usuários. A ligação entre esses dois usos é feita por uma passarela com controle de usuários, garantindo que não haja a possibilidade de alguém não autorizado acessar a circulação vertical, porém libera a passagem daqueles que trabalham e aos visitantes do prédio em usar o ambiente público sem a necessidade de descer até o térreo.
55
C
O andar tipo dos escritórios é composto por 8 salas sendo elas em 2 tamanhos diferentes: Salas de esquinas com 63,50m² e as salas centrais com 54,20m². As salas são divididas por drywall e, portanto, há a possibilidade de ampliar as salas, podendo então se configurar em mais 3 tamanhos: duas salas centrais com 109,90m²; uma sala de esquina e uma central com 109,90m² e Duas salas de esquina com 127,80m.
19
19
20
20 21
20
O primeiro pavimento do embasamento tem o acabamento em painéis de vidro + brise metálico perfurado na área pública e é fechado com painéis de concreto na área privada em suas faces pararelas ás lojas, porém aberta na face voltada para o lado oposto das salas de reunião. A torre possui o revestimento de caixilharia de alumínio com os vidros espelhados em cor preta, uma interrupção dos caixilhos ocorre no local dos banheiros das salas de esquina, este detalhe surgiu para completar o acabamento da torre com aço corten e iluminação em led para identificação do complexo de noite.
20
19
19
PLANTA ANDAR TIPO
22
21
23
24
PLANTA ANDAR TIPO COM SALAS INTEGRADAS
C
0
5
15
SALA COMERCIAL ESQUINA A= 63,50M² SALA COMERCIAL CENTRAL A= 54,20M² ACIRCULAÇÃO A= 35,00M² SALA ESQUINA UNIFICADA A= 127,80M² SALA CENTRAL UNIFICADA A= 109,90M² C SALA ESQUINA + CENTRAL UNIFICADA
19
19
20
20 21
0
5
15
20
20
19
CORTE AA
56 56
0
5
CORTE BB
15
0
5
15
19
19 20 21 22 23 24
Vista externa. Render autoral.
74,50 72,00
BRISE EM CHAPA METÁLICA PERFURADA COBERTUA DE VIDRO SOBRE JARDIM
12,00 9,40 4,50 0
CORTE CC
0
5
15
57 57
PARQUE TECNOLÓGICO
58
59
0,00 0,00
0,00
0,00 0,00
0
5
15
PLANTA TÉRREO
30 0
4
2
3 6
5 1
2
5
2
4
2
5
4
6 1 6
2
4 2
6
2 1
4
legenda
2
2
4
5 2
4
5
6 4
5
4
2
2
2
2
0
1. 2. 3. 4. 5. 6.
60 60
ACESSO SALA DE AULA / CURSOS EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA SALA MULTIUSO SALA MULTIMÍDIA SALA DE DESCANSO
15
30
Este programa entrou para o complexo multifuncional através de uma pesquisa sobre o local 4 2 2 3 do projeto, em 2016 o terreno foi credenciado no 6 5 Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTEC), 1 então a inclusão deste equipamento para o conjunto 2 2 5 foi benvinda 2e agrega ainda mais para os alunos e 2 4 5 os cidadãos,2 pois a principal função deste parque 4 6 tecnológico é formar ambientes favoráveis para as startups, como 1incubadoras, aceleração e coworking com a presença de grandes empresas.
2
2 2
5
5
15
30
6
4
5
4
O terreno2 se 5alarga na parte sudeste devido a 2 4 6 Av. do Estado, 2sobrando uma grande área em que a 2 1 4 implantação em formato circular se encaixou de maneira 2 6 5 4 harmoniosa. Simplificando a volumetria, este prédio 4 2 fita de 30 metros pode ser entendido como uma 2 grande 2 de largura com térreo + 2 pavimentos, todos com 4,50m de pé direito, que foi curvado em um círculo de 180 metros de diâmetro, criando uma praça interna e tendo uma das pontas a relação de conexão com o edifício estudantil comentado no capítulo anterior. 0
5
15
30
A
B A
C B
C
D
D
A
A
D
D
B
4,50 4,50
B
A
4,50 4,50
B
B
C
C
A
4,50 4,50
C
C PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO 0 A
B
72 72
72
72
8
8
8
7 2
8
10 1
13
3
9 510
410
7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.
6 10
7 2 27
65 5 10 10 10 10
10
278
30
12
410
12
11
12
8 8
1
9
510
1
10 105 105 106 6 10
12
12
105 12 10
10 10 10 10 6 105 4 10 10 6 10 13 4 5 4 7
4 2 7 7
27 27
1
2 8 2 7 2 2 7 2 7 7 7
LABORATÓRIO MULTIUSO PESQUISA ONLINE DEPÓSITO SALA MULTIUSO ÁREA DE CONVIVÊNCIA EXTERNA PASSARELA CENTRAL PASSARELA DE CONEXÃO ENTRE BLOCOS
104 10
104 27
1 8
106
105
27
47
13
11 106
72
8 27
10
10
10 410 410 72 510 72 510 610 2 610 7 2 7 4 7 4 13 7
72
13
7 7 4 2
10 1
30
15
C
7 4
legenda
Os acessos estão virados para o centro da praça e centralizados em cada bloco, no térreo ficam 20 salas divididas em multiuso, descanso e multimídia e mais 16 salas de aula para cursos que podem ser ministrados tanto pela prefeitura como pelo Parque tecnológico, ao entrar em algum dos blocos fica clara a relação do pé direito triplo em conjunto a luz natural devido as claraboias.
B
3
7 2
15
C A
Para dar mais permeabilidade ao acessar a praça e ao parque ele foi repartido em 3 blocos, unidos por passarelas que acompanham a circunferência e se desenvolvem no primeiro e segundo pavimento, logo abaixo das passarelas fica a entrada para a praça interna. Outra passarela no primeiro pavimento liga os 3 blocos de modo central, criando uma área de encontro no centro da praça gerando sombra no térreo para possíveis apresentações e ao nível da passarela é criado o ponto de encontro com bancos e vegetações para os usuários do parque teológico.
5 0 5
47
13 47
27
27 27
47
27
27
8
8
0
5
15 0
5
30 15
30
61 61
D
D
9,00 9,00
B
D
B
D
A
A
A
9,00 9,00
9,00
B
C
C
C
C 0
5
15
PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO
30
0
15 9 14
14
No primeiro pavimento ficam o total de 48salas, 9 14 divididas em salas de estudo, multiuso e laboratórios 14 15 para que dão suporte as startups. O 15segundo Pavimento ficam as salas de startups, configuradas em dois tamanhos, sendo 42 salas de 43,40m² e mais 48 salas de 60,10m². todas com vista para o parque e com possibilidade de ampliação.
15
15
15
14
14
legenda
15
14
14. ESCRITÓRIO STARTUP TAMANHO G. A= 60,10M² 15. ESCRITÓRIO STARTUP TAMANHO P. A=43,40M²
62 62
30
15
14
15
15
Para manter a parte central de cada bloco bem iluminada, o primeiro e o segundo pavimento utilizam apenas as 14 bordas da laje para 3as salas e circulação.
14
3
5
0
5
15
30
15
15
Os blocos são revestidos com painéis de vidro e 14 brises de chapa metálica perfurada, pintadas em dois 15 tons de azul, um em cada face do brise de modo ao observador ver a gradação da cor14conforme o edifício vai arredondando. as passarelas elevadas não possuem o brise e são revestidas apenas com painéis de vidro. 0
5
15
30
D
D
A
B
13,50
A
13,50
B C 13,50
C PLANTA DE COBERTURA 0
5
15
30
DEGRADÊ DE AZUL NOS BRISES. RENDER AUTORAL.
63
6464
CORTE CC
CORTE BB
CORTE AA
0,00
4,50
9,00
13,50
CORTE DD 0
5
5
5
0
5
5
0
0
0
15
15
15
15
15
30
30
30
30
30
0,00
4,50
9,00
13,50
65
EDIFÍCIO DE SECRETARIAS
66
B
B
1
4
3
A
1
3 2
2
A
A
2
2
3 2
2
A 2
2
2
2
4
3
2
2 2
2
2 2
2 2
2 2
2 2
2 2
2 2
2 2
2
2 2
2
2 6
2
2
2 2
2
2
7
5
6
2
6
6
7
5
8
8
B
PLANTA TÉRREO
0
5
B
15
A cidade de Santo André não consegue alocar todas as secretarias da prefeitura dentro do paço municipal e precisa alugar imóveis espalhados pelo centro para que algumas delas funcionem. Então foi destinada uma pequena parte do parque para implantar um simples edifício de pavimento térreo com 20 salas para secretarias, sala de reunião e sala de arquivos. Desta forma as novas salas poderão diminuir parcialmente os gastos mensais com salas alugadas, uma vez que este edifício é de propriedade da prefeitura. Do lado oposto as salas, uma grande marquise faz sombra no parque e pode ser usada como área para eventos.
CORTE BB
PLANTA DE COBERTURA
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
0
5
15
MARQUISE - ÁREA COBERTA PARA O PARQUE SALA DE SECRETARIA BANHEIROS DEPÓSITO SALA DE REUNIÃO ARQUIVOS RECEPÇÃO ACESSO
CORTE AA
0 2
3
5
0 2
3
5
6766
CONSIDERAÇÕES FINAIS Desenvolver este complexo de edifícios como último projeto do curso foi de grande realização pessoal. Resolver o excesso de área útil para construção durante o processo de projeto e desenvolvimento não foi como esperado no início da ideia, porém o resultado mostrou-se satisfatório. O projeto ficou dentro do CA mínimo de 0,40 com um total de 95.268 m² de área construida e traz uma alternativa para este terreno sem uso a mais de 8 anos, preso entre as barreiras Rio Tamanduateí e linha férrea em um complexo multifuncional com moradia, desenvolvimento tecnológico, econômico, de trabalho e finalizando com o grande parque para a cidade. As conexões criadas foram fundamentais para o projeto criar vida e integrar o terreno de melhor forma ao seu redor, promovendo o fluxo de pedestres para a região conforme as pesquisas feitas no início deste caderno. Um conjunto deste porte de edifícios é de grande relevância para a cidade de Santo André e steu desenvolvimento, trazendo benéficos para a população local e para aqueles alunos que moram longe. Também atrai investidores e grandes empresas para o parque tecnológico, impulsionando cada vez mais infraestrutura para a cidade.
68
BIBLIOGRAFIA http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.122/3483 http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-29112010-083628/en.php https://wikihaus.com.br/permeabilidade-urbana-integra-predios-e-espaco-publico/ http://www.urukia.com/the-revival-story-of-mesopotamia/ https://www.archdaily.com.br/br/786657/parque-tecnologico-nanjing-hongfeng-edificio-a1-one-design http://www.santoandre.sp.gov.br/portalservico/Alvara/ControleUrbano/Avisos/Purbanisticos.aspx http://www3.santoandre.sp.gov.br/portaldotransito/index.php?option=com_ weblinks&view=category&id=14&Itemid=32 https://www.archdaily.com.br/br/871268/citta-del-sole-labics http://www.lucaperalta.com/project_detail/7/_green_heart_aalto_university_campus_helsinki_finland http://www.mauanews.com.br/noticia-22033.html http://www.abcdoabc.com.br/santo-andre/noticia/posse-area-livre-contaminacao-viabiliza-implantacaopoupatempo-santo-andre-1978 https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=333569 https://www.reporterdiario.com.br/noticia/539163/terreno-da-rhodia-vai-abrigar-parque-tecnologico/ https://www.dgabc.com.br/Noticia/1711856/parque-tecnologico-recebe-credenciamento-definitivo https://www.dgabc.com.br/Noticia/2817217/area-da-rhodia-completa-7-anos-sem-uso http://www.santoandre.sp.gov.br/portalservico/Alvara/ControleUrbano/Avisos/Purbanisticos.aspx https://www.labics.it/project/129 http://propladi.ufabc.edu.br/informacoes/ufabc-em-numeros
69
70