Sistema de Áreas Livres no Capão Redondo: a periferia conectada

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SISTEMA DE ÁREAS LIVRES NO CAPÃO REDONDO A PERIFERIA CONECTADA

Karina Mari Soares



Centro Universitário Senac Karina Mari Soares

Sistema de Áreas Livres no Capão Redondo: A periferia conectada

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção de grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Prof. Ms. Marcella de Moraes Ocke Müssnich

São Paulo 2018



Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Soares, Karina Mari Sistema de Áreas Livres no Capão Redondo: a periferia conectada / Karina Mari Soares - São Paulo (SP), 2018. 46 f.: il. color. Orientador(a): Marcella Ocke Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2018. Sistema de Áreas Livres. Espaços públicos. Arquitetura da paisagem. Praça. I. Ocke, Marcella (Orient.) II. Título



Agradecimentos Quero agradecer primeiramente a minha familia, que sempre me apoiou a seguir em frente e correr atrás dos meus sonhos, à minha orientadora, Marcella Ocke, que sempre foi paciente e me ajudou a evoluir durante esse ano, me dando espaço para pensar por mim mesma, às mulheres do meu grupo, que ouviram todas minhas angústias e por último, agradaço a Deus, por me acompanhar por esse caminho difícil, me dando forças e paciência para prosseguir.



A paisagem urbana compreendida enquanto materialidade, assim como o edifício, necessita do seu suporte estrutural, pois é quem garante a sua integridade no mundo físico. Dentre os diferentes sistemas que a compõem, o sistema de espaços livres pode e deve assumir este papel, de maneira a proporcionar equilíbrio e estabilidade. HULSMEYER (2014, p. 2)



Resumo

Cidades muito densas como São Paulo sofrem com a falta de espaços livres públicos que atendam a população de forma adequada ou, grande parte dos espaços existentes possuem pouca qualidade. Alguns localizados em “sobras” da cidade, acabam se tornando locais pouco conectados com a malha urbana. Devido a isso, é de extrema importância que haja, em uma cidade, um projeto que não só pense nos espaços livres, mas também em um Sistema de Áreas Livres, que realize o papel integrador entre esses espaços e que o caminhar pela cidade tenha qualidade ambiental, sensorial e seja acessível. O presente trabalho analisa e propõe um Sistema de áreas livres na Avenida Ellis Maas e na Avenida Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck, localizadas no distrito do Capão Redondo, periferia de São Paulo, conectando a Estrada de Itapecerica e a Av. Carlos Caldeira Filho, ambas de extrema importância na região e que são acesso ao Parque Santo Dias, que atualmente se encontra negligenciado e pouco utilizado pela população. A proposta apresenta melhorias pontuais ao longo das Avenidas e a criação de uma praça, que, além de espaço de convivência, funcionará como área de recepção das pessoas no Parque resultando na melhoria do fluxo local e oferecendo aos moradores e usuários das infraestruturas existentes uma área livre pública de qualidade, com lazer e segurança a todos. Palavras-chave: sistema de áreas livres, espaços públicos, arquitetura da paisagem, praça.

Abstract Big cities like São Paulo have been suffering because of the lack of open spaces that support the people or big areas without any quality for the users. Some are located in residual spaces becaming places unconected with the city. Due to this it’s really important that it is a project which thinks about those open spaces, also it should be thinking about the connection betwen it in an open spaces system that have the responsibility to provide a plesant walk, that should be accessible. The following work will analyze and suggest an Open Spaces System at the Ellis Maas Avenue and Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck Avenue, located in Capão Redondo district in the suburb of São Paulo connecting the Itapecerica Road and the Carlos Caldeira Filho Avenue, both really important in the zone, with the Santo Dias Park that is acctualy negletcted and forgotten. The proposal bring up improvments on those avenues and the creation of a square that will work as a living space and also is going to work as a large entrance to the park which will result in a better flow and will offer the people a public open space with quality, leisure and security. Keywords: open spaces system, open spaces, landscape architecture, square.



Sumário 1.Introdução 1.1 Justificativa 1.2 Objetivos 1.3 Metodologia

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2. História da área de estudo.

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3. Análise da área

3.1 Levantamentos iconográficos 3.1.1 Mapas 3.1.2 Fotos da área

4. Conceitos

4.1 Espaços públicos e residuais 4.1.1 Praça 4.2 Sistema de Espaços Livres 4.3 Infraestrutura verde

5. Referências de projeto

5.1 Zollhallen Plaza, Alemanha 5.2 Xuzhou Vanke Metropolis, China 5.3 Chelsea Flower Show, Inglaterra 5.4 Guia Global de Desenho de Ruas

6. Estudo de fluxos 7. Proposta

7.1 O espaço livre em sistema 7.1.1 A Praça

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8. Desenhos

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9. Maquete eletrônica

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10. Considerações finais

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Bibliografia

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1. Introdução A cidade de São Paulo teve seus primeiros parques instalados pontualmente no tecido urbano, sem pensar nas conexões que deveriam existir entre eles para melhor desenvolvimento do município. Além disso, há ainda a desvalorização do espaço público por parte do planejamento urbano e a priorização do espaço privado, gerando assim espaços livres públicos de pouca qualidade, ou como Huet (2001, p. 147) define “esse espaço vazio e preenchível tornou-se um espaço residual”, fazendo com que ambos se tornem espaços com pouca qualidade. É fundamental pensar a cidade em seus aspectos arquitetônicos e urbanísticos integrados, pois uma obra arquitetônica maravilhosa localizada em uma área que não a favoreça, pode fazer com que a mesma não atinja todo seu potencial. Um Sistema de Espaços Livres (SEL), segundo MACEDO (2010, p.3) é definido como “os elementos e as relações que organizam e estruturam o conjunto de todos os espaços livres de um determinado recorte urbano – da escala intra-urbana à regional”, ou seja, são as conexões feitas pela cidade pensando em todas as escalas de projeto e em todos os espaços livres, seja ele público ou privado. O melhor desempenho no dia a dia das pessoas, a imagem da cidade, as relações ente público e privado, o atributo cultural e a preocupação ambiental são destacados pelo autor como aspectos importantes em se constituir um SEL. O Poder Público é um dos grandes responsáveis pela situação que continua sendo criada na cidade de São Paulo pois, segundo Galender (2010, p. 1) “tem seu sistema de espaços livres informalmente estabelecido sem diretrizes gerais”. Dentro desse contexto de pensar a cidade rearticulando seus espaços livres, o seguinte trabalho propõe um Sistema de Áreas Livres que engloba os terrenos vazios na Av. Ellis Maas e toda sua extensão, além da Avenida Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck, visando conectar pontos importantes e de uso diário da população, como a Estrada de Itapecerica, a Av. Carlos Caldeira Filhos e o Metrô Capão Redondo Linha 5 Lilás, com áreas de grande importância, mas desconectadas, como o Parque Santo Dias e até mesmo a COHAB Adventista, que atualmente se encontram desgastados pelo tempo e pouco seguros, pois ambos não recebem cuidados e estão “escondidos” devido a sua falta de conexão com a cidade. Os locais possuem acessos limitados, fazendo com que lugares de grande potencial se tornem lugares pouco convidativos. Devido a isso, a proposta apresentada irá melhorar o caminhar da população por meio de pequenas mudanças, como o plantio de arborização viária, a realocação dos postes, os retirando da passagem livre, e alargamento das calçadas em alguns pontos de interesse. Além da elevação de dois cruzamentos que precedem a entrada no bairro, fazendo com que a velocidade seja reduzida nesse trecho e o pedestre seja priorizado. Por último, foram avaliados alguns espaços residuais e transformados em espaços livres públicos de lazer à população.

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1.1 Justificativa Houve momentos durante o curso de Arquitetura e Urbanismo em que foram estudadas várias áreas de São Paulo (em sua maioria no Centro) que já vêm roubando a atenção de estudiosos e arquitetos urbanistas, o que me despertou uma inquietação sobre o motivo pelo qual bairros periféricos, como Capão Redondo e suas problemáticas, não estarem sendo levantadas. Além de serem muito populosos, possuem problemas visíveis nas diversas escalas de estudo, englobando desde as calçadas inadequadas à favelas espalhadas em áreas de risco. Nascida e criada no bairro, mesmo antes de ter os fundamentos adquiridos com o curso, sempre notei a carência e descaso com o espaço livre público da região. O local de estudo dessa pesquisa é muito conhecido também por ser uma área pouco segura, trazendo não só desconforto àqueles que fazem o percurso, seja a pé ou por meio de automóvel, como também torna o lugar pouco convidativo à mudanças futuras. O descaso com as áreas livres torna os lugares mais perigosos e áreas com essa característica são logo esquecidos ou deixadas em segundo plano pelo Poder Público e um desinteresse de investimento pelo poder privado, fazendo com que gere um ciclo onde as pessoas só vão começar a usar o espaço público ao se sentirem seguras, mas para isso, o mesmo precisa ser atrativo à população, portanto deveriam estar em boas condições para recebê-los. Infelizmente também não há uma comunidade organizada que possa fomentar possíveis intervenções para esse local.

[…] o morador de São Paulo sente-se desprotegido, descobre a cidade como uma arquitetura de medos, labirinto de pequenas e sutis violências, enche as ruas de inimigos sem fisionomia: denúncia crítica dos desencontros profundos, das contradições da metrópole e do mundo racionalizado, orgnizado. (MAGNOLI, 2006. p. 149) Esta pesquisa identificou uma dessas áreas livres para ser uma praça. A escolha se deu pelo fato de que o terreno já teve esse tipo de uso, coletivo e de lazer, onde antes funcionava um pequeno parque de diversões ( Imagem 1), mas que hoje em dia se encontra abandonado (Imagem 2). Além disso, o terreno terá a função de ligação entre o SEL que será desenvolvido durante o trabalho com o Parque Santo Dias, que tem um papel de grande importância no meu TCC.

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Imagem 1 - Datada de 2010, a imagem mostra o antigo parque que funcionava no terreno.

Imagem 2 - Estado atual do terreno.

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1.2 Objetivo

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Propor um Sistema de Espaços Livres que conecte a região mais carente de infraestrutura do Distrito do Capão Redondo, que é compreendida a partir do fim da linha do metrô em direção às áreas mais periféricas, com o resto da cidade, tratando o espaço público como grande responsável por essa conexão. Para isso, serão objetos de estudo e projeto toda extensão da Avenida Ellis Maas e alguns terrenos nela localizados, a Av. Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck e por fim, o Parque Santo Dias, reconhecido como grande potencialidade, também será considerado no projeto, buscando criar conexões que facilitem seus acessos. Resultando tanto em conexões internas do distrito: Avenidas – terrenos vazios – Parque, quanto em conexões na escala macro da cidade, fazendo com que o bairro se torne um lugar agregador à cidade. O projeto será direcionado baseado em três premissas fundamentais para atender às necessidades específicas do local, o transformando em um espaço seguro e de qualidade, são elas: • Melhoria do trajeto das pessoas na área: pode parecer óbvio, mas é um dos fatores mais importantes a serem tratados, pois como disse a Arquiteta Gabriela Callejas no seminário da WRI – Ruas completas (23/03/2018), há necessidade de ruas mais caminháveis, pois torna o lugar não só acessível, mas também mais atrativo a caminhar e consequentemente mais seguro. A Avenida Ellis Maas claramente necessita de tais mudanças, pois durante todo o percurso a pé, a qualidade e largura das calçadas se tornam evidentes a qualquer um que por ali esteja passando. Além de ser uma avenida muito movimentada, com diversos pontos de ônibus que se espalham por toda sua extensão, o que mais uma vez se faz presente a necessidade de um projeto que supra essas necessidades. Outra avenida a ser estudada é a Av. Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck que possuem calçadas de tamanho adequado, mas que devido ao seu isolamento se torna perigosa àqueles que necessitam fazer o percurso a pé, fazendo com que vire uma avenida quase exclusiva para carros. • Espaço livre como espaço das pessoas (apropriação do espaço público): por vezes a população chega à conclusão de que a praça malcuidada perto de casa é propriedade do governo e por isso, não dá o devido valor àquela área de tanto potencial. A partir do momento em que é projetado um espaço de qualidade para as pessoas, elas se sentem convidadas a usá-lo, o que por consequência faz com que haja maior cuidado por parte da população. Por isso, um espaço público bom, é aquele que tem uso, se tornando assim, ponto de interesse para todos. • Destaque ao Parque Santo Dias: a criação de uma praça terá como função não só de mais um espaço público na cidade, como também deverá desempenhar o papel de chamar atenção ao


Parque Santo Dias, que tem seus acessos mal localizados fazendo com que haja pouco uso do local, o que por consequência o torna inseguro aos usuários. Com a inserção de uma praça que faz divisa com o parque, a praça será também um convite às pessoas a entrarem para fazer caminhadas com maior conforto ambiental dentro desta grande mata, que é remanescente de Floresta

Imagem 3 - Situação da calçada na Av. Ellis Maas.

Imagem 5 - Terreno abandonado que será destinado à praça.

Imagem 4 - Poste no meio da calçada e grande muro.

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1.3 Metodologia Este Trabalho de Conclusão de Curso supre as necessidades locais relacionadas ao espaço público, visando a melhoria da qualidade de vida do usuário e foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas, que teve um papel mais teórico e investigativo, tendo como principal objetivo o estudo de conceitos levantados previamente em textos como os escritos pela equipe do Quapá e alguns livros, que esclarecerem algumas questões relacionadas ao uso e importância do espaço público e todos os outros aspectos que englobam o tema. Algumas pequisas foram direcionadas à história da área e foram realizadas por meio de sites governamentais como, EMPLASA, o site da Prefeitura, além de outras mídias, como entrevistas com moradores antigos realizada por uma rede televisiva e noticias encontradas durante o processo. A pesquisa iconográfica foi feita com o auxilio de alguns sites de caráter público, principalmente o Geosampa, de onde foram retirados os mapas, além do Google maps que teve grande importância para o levantamento de imagens aéreas e antigas, que auxiliaram nas comparações realizadas durante o trabalho. Foram, também, tiradas fotos durante as visitas ao local, que serviram para mostrar os fluxos e a dinâmica da área. A visita ao local foi parte chave para a realização da pesquisa, pois é assim que fora melhor entedida a dinâmica da área e suas reais necessidades - por meio da experimentação. Ajudando então, com a elaboração do projeto de forma mais humanizada. Estudos de casos foram realizados para auxilar no desenvolvimento do projeto, onde a busca de referências serviu de base para a resolução das problemáticas encontradas durante o estudo, fazendo é claro, suas devidas adaptções de acordo com as necessidades. Enfim, quando todas as etapas metodológicas foram concluidas, o projeto teve início, utilizando cada estudo como base principal para que o resultado final atenda as necessidades das pessoas, tornando o espaço público não somente uma área de passagem e medo, mas sim um lugar onde todos possam utilizar da melhor forma possível, o transformando em um ponto positivo do dia-a-dia de cada um que por ali passa, pois é isso que o espaço público deve fazer, tornar cada caminhar e estar do lado de fora, uma situação agradável.

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2 História da área de estudo De acordo com Grigório de Jesus (presidente da Associação de moradores) em entrevista ao G1 (2013), o nome Capão Redondo surgiu devido à antiga mata que predominava na região e o seu formato arredondado. A formação do bairro é caracterizada pela vinda das pessoas da área mais urbanizada de São Paulo para caça e pesca, muito populares na região. Um dos marcos do início da urbanização do bairro é a criação do Seminário Adventista em 1915 (atual UNASP). A partir de então, de acordo com FATORELLI (2015) a área só cresceu e com a chegada de energia elétrica em 1917 que atraiu o interesse monetário e foram instalados serviços e comércios no decorrer dos anos, além das diversas moradias que se localizam, muitas vezes, em áreas irregulares e/ou de risco. Segundo a EMPLASA (2012), a mancha urbana de São Paulo atinge a região nos anos 50 (Imagem 6), tendo suas primeiras ocupações localizadas nas imediações do Parque Santo Dias e um crescimento desenfreado a partir daí.

Até 1881 1882 a 1914 1915 a 1929 1930 a 1949 1950 a 1962 1963 a 1974

1975 a 1980 1981 a 1985 1986 a 1992 1993 a 1997 1998 a 2002 2003 a 2010

Imagem 6 - Expansão da mancha urbana atingindo a área nos anos 50.

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No ano de 1957, a Estrada de Itapecerica foi asfaltada e era a principal conexão entre a cidade de Santo Amaro com outras cidades como Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu e Embu das Artes. De acordo com um artigo publicado no Jornal Diário de São Paulo (2011), entre os anos 60 e 70 o bairro adensou muito, com a vinda de uma população nordestina para o estado de São Paulo e com o surgimento de grandes bairros como Parque Fernanda, Jardim Comercial, Jardim da Rosas e Parque independência. E em 1979 a fazenda pertencente ao Seminário Adventista perde grande área para a COHAB Adventista. A partir da década de 90 surgiram algumas infraestruturas muito importantes para o desenvolvimento do distrito, como a inauguração do Parque Santo Dias em 1992, a instalação da Av. Carlos Caldeira Filho em 1994, a chegada do Terminal Capelinha em 2000 e finalmente, em 2002, a inauguração da Linha 5 Lilás do metro, que até então, ia desde a estação Capão Redondo até o Largo Treze, mas com sua extensão, a linha metroviária hoje em dia chega até Moema, com previsão de finalizar a linha em Dezembro de 2018. Segundo o site da Prefeitura de São Paulo ( 2013), em 1990 foi criada a Associação de Moradores em prol do Parque Ecológico Santo Dias, que como o próprio nome diz, queria transformar aquele grande pedaço de remanescente de mata atlântica em algo para a sociedade respeitando a preservação do local, nascendo em 1992, o Parque Santo Dias. O grande problema nisso, é que mesmo que haja algum lazer no pouco que pode ser ocupado, o parque se tornou perigoso, devido às suas entradas mal localizadas e aos usuários de droga que frequentam a área. A chegada do metrô transformou o bairro, trazendo interesse imobiliário para área. A data é marcada pela chegada de alguns condomínios e a valorização do valor da terra, o que é bom para o desenvolvimento econômico do bairro, mas por consequência a aparição de mais muros e desigualdade social se torna cada vez mais evidente. Hoje em dia, com uma população de quase 300 mil habitantes, o Distrito do Capão Redondo ainda possui diversos problemas sociais causados pelo crescimento desordenado da área, o que antes era nada mais que um refúgio para as pessoas se tornou um dos bairros mais cinzas de São Paulo, contando apenas com o Parque Santo Dias como um “respiro” da cidade.

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3. Análise da área Localizada em um bairro muito populoso, a área de estudo desse TCC sofre com grandes problemas relacionados à infraestrutura, como a falta/ negligência de espaços públicos e o descaso com o viário, que se encontra em péssimas condições, não só de dimensão, mas de cuidados, tornando o caminhar mais difícil. Além da falta de arborização urbana, que torna toda a Avenida Ellis Maas, uma avenida árida e com grande desconforto térmico. Portanto, calçadas estreitas e mal projetadas, falta de arborização urbana e espaços públicos inexistentes ou malcuidados, somados ao grande fluxo a pé e de automóveis coletivos e individuais, fez que a área se tornasse uma grande problemática a ser tratada. Se tornando um grande desafio fazer com que os problemas sejam sanados para que o desenvolvimento atinja a região e a devida infraestrutura seja algo comum para os moradores, e não tenham que percorrer grandes distâncias para obter.

Dados Localização: • Zona sul de São Paulo • Prefeitura Regional: Campo Limpo • Distrito: Capão Redondo Área aproximada do terreno da praça: • 30.029 m²

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3.2 Levantamentos iconográficos 3.2.1 Mapas A partir da analise do mapa abaixo (Imagem 7), nota-se que a região é predominantemente residencial horizontal, variando de baixo a médio padrão, seguido de pequenos comércios e serviços espalhados no decorrer da Avenida Ellis Maas, também com gabarito baixo. Essa tipologia mostra o grande potencial para o desenvolvimento de espaços livres de qualidade, que além de servir de lazer para as pessoas residentes, atuará positivamente na vida dos comerciantes locais.

Res. horiz. baixo padrão Res. horiz. médio/ alto padrão Res. vertical baixo padrão Res. vertical médio/ alto padrão Comércio e serviços Indústria e armazéns Res. e Com./ serviços Res. e Ind./ armazéns Com./ serviços e Ind./ armazéns Garagens Equip. públicos Escolas Terrenos vazios Outros Sem informação

Imagem 7 - Mapa de uso e ocupação do solo, com área de estudo demarcada com linha tracejada.

O mapa (Imagem 8) indica a grande quantidade de pontos de ônibus no entorno e a limitação do metrô, que tem seu ponto final antes de atingir a região estudada, além de uma ciclovia que acaba antes de realmente conectar a algum ponto de interesse.

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Imagem 8 - Mapa de transportes, com área de estudo demarcada com linha tracejada

A arborização viária, como indica o mapa abaixo (Imagem 9), é escassa na Avenida Ellis Maas, a tornando uma avenida árida e com enorme desconforto térmico, dificultando o caminhar nesse trecho. Já a Av. Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck possui maior quantidade de arborização viária, porém quase não há uso de pedestres na mesma, pois é uma avenida considerada perigosa, devido aos extensos muros que a cercam.

Imagem 9 - Mapa da arborização viária, com área de estudo demarcada com linha tracejada.

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3.2.2 Fotos da área O terreno, que um dia já foi uma parquinho, hoje se encontra abandonado gerando um ruído na cidade, porém tem sua localização em ponto de extremo interesse. Como mostra a Imagem 10, uma grande mata faz divisa com o terreno, sendo esta mata o Parque Santo Dias.

Imagem 10 - Foto de parte do terreno, com o Parque Santo Dias ao fundo.

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Assim como o parque, outro aspecto importante da localização do terreno é o grande fluxo de pessoas e automóveis (coletivos e particulares) na área, como mostra a Imagem 11, mesmo com pouco movimento devido ao horário, sempre estão circulando pessoas pela avenida.

Imagem 11 - Av. Ellis Maas em horário de pouco movimento e frente do terreno destinado à praça.

As duas imagens a seguir (Imagens 12 e 13 ) mostram que mesmo que haja um grande fluxo diário de pessoas na Av. Ellis Maas, a mesma não é nenhum pouco confortável ao caminhar, pois há a presença de grandes muros e mostra um grande descaso com as calçadas, que quando tem o tamanho adequado, tem um poste no meio da mesma.

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Imagem 12 - Encontro da Av. Ellis Maas com a Av. Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck, também o fim da ciclovia que vem desde a Av. Carlos Caldeira Filho.

Imagem 13 - Grande muros e calçadas mal projetadas são cenários comuns na região.

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A tipologia do entorno imediato da praça é clara: gabarito baixo, serviços e comércios pequenos, além de algumas instituições, como a igreja e o colégio, como mostra a Imagem 14.

Colégio

Estacionamento

Igreja

Imagem 14 – Tipologia da Av. Ellis Maas.

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4 Conceitos 4.1 Espaços Livres Em geral, um dos papéis mais atribuídos ao espaço livre é o de propiciar recreação. Às atividades de “não-trabalho” corresponde um espectro variado e diversificado que não tem nada a ver com os eventuais equipamentos que venham a ser, eventualmente, postos em um lugar. (MAGNOLI, 2006. p.182) Como o próprio nome diz, um espaço livre de edificações é resultado de como se configura a parte edificada da cidade, tendo formas fisicas diferentes, dependendo sempre de onde está localizado o construído, gerando diferentes dinâmicas ao local, ou como MAGNOLI (2006. P. 182) escreve, “diferentes configurações físicas correspondem diferentes oportunidades, alternativas, “espaços”. Entretanto, um espaço livre deveria ser pensado de forma singular e não ser somente a sobra do edificado ou viário, transformando os espaços livres em rotatórias ou em frentes de lote, mal pensados e de pouca qualidade. Um espaço livre pode ser público ou privado e muitas vezes é confundido como sendo somente as áreas verdes, mas é muito maior que isso, englobando, também, as ruas e as calçadas. É fundamental considerar a questão ambiental, mas também a necessidade de áreas para atividades culturais como convite para usar estes espaços, como Macedo cita:

compreende-se a importância dos espaços não vegetados para inúmeras práticas de relevância cultural: das feiras às festas populares, das manifestações políticas à valorização de determinadas paisagens e patrimônios culturais. MACEDO (2010. P. 5). Das calçadas aos grandes parques da cidade, o espaço aquilo que além de livres de edificação, deverá ter qualidade e infraestrutura o tornar a cidade um lugar convidativo e menos perigoso para o cidadão circular por ela todos os dias, principalmente aqueles que fazem seus

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livre é tudo suficiente para que tem que trajetos a pé.


4.1.1 Praça

É um espaço de reunião, construído para e pela sociedade, imbuída de significados, marcos centrais da constituição de trajetos, ponto de chegada e partida, concentração e dispersão. Consiste em espaço para pedestres e é palco representativo da dimensão cultural e histórica da cidade, além de abrigar, frequentemente, o comércio formal e o informal, como as feiras populares, coloniais, de artesanato, entre outras (FONT, 2003).

Como Font cita, as praças são aqueles espaços em que as pessoas se reunem, podendo gerar diversos tipo de dinâmica, pois a mesma está sempre dentro do tecido urbano. Com grande potencialidade para encontros e lazer, além de ser espaço para feiras e mercados ao ar livre, as praças possuem uma grande função cultural e social dentro de uma sociedade Segundo TAGLIANI (2017), as praças podem ser classificadas em três tipologias: - - -

Praça seca: quase sem árvores, com grandes pisos impermeáveis. Praça mista: pisos permeáveis e impermeáveis na mesma proporção. Praça úmida: predominância de pisos impermeáveis.

A autora também cita “o paisagismo - que é uma das áreas da Arquiteura & Urbanismo - visa planejar, justamente, espaços como esse, onde há a interação máxima das pessoas com o meio externo, de uso coletivo.”, por isso os profissionais da área tem a responsabilidade de criar praças, visando a qualidade de vida urbana de todas as pessoas que fazem uso do espaço público e quando bem projetada tem o potencial de revitalizar toda uma região, trazendo mais segurança e lazer às pessoas. Local de extrema importância social, as praças em uma cidade, por menores que sejam, podem influenciar diretamente no cotidiano das pessoas, positivamente ou negativamente e devido a isso, é crucial que sejam bem projetadas, bem cuidadas e usadas.

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4.2 Sistema de Áreas Livres

Ruas, largos, praças, páteos, quintais, jardins privados e públicos, parques, avenidas, entre os mais freqüentes tipos de espaços livres, formam o sistema de espaços livres de cada cidade, de cada metrópole ou dos novos territórios urbanos, próprios da recente reestruturação produtiva, exópoles, megalópoles, metápoles, ou,simplesmente, territórios de urbanização difusa. (QUEIROGA, 2007)

Os espaços livres em sistemas, como cita TARDIN, Raquel (2008. P. 46) “é o representado por um conjunto de elementos de distintas escalas, susceptiveis de estabelecer relações de distintas naturezas”, ou seja, as calçadas devem ter o tamanho ideal e levar a algum lugar, as praças e parques devem ter qualidade e de fácil acesso à população e assim por diante. Uma cidade conectada é uma cidade mais segura e por consequência, um lugar mais usado pelas pessoas. Um bom sistema das áreas livres é o caminho para tais resultados. Como MACEDO, Silvio (2010. P. 4) coloca, “o conceito de sistema de espaços livres adotados se sobrepõe, contendo e ampliando o conceito usual de áreas verdes frequentemente utilizado no país”, ou seja, além das áreas verdes, que são dotadas de grande importância, há também outras preocupações, que muitas vezes são mais realistas e adequadas ao local em questão. O autor também seleciona alguns aspectos do porquê um SEL adequado é importante e interfere diretamente em diversos aspectos, como no desempenho da vida cotidiana, na paisagem urbana, deve englobar tanto a esfera pública, quanto a privada, além de ser fundamental na questão ambiental, atuando diretamente na drenagem local. De acordo com Queiroga 2007, um Sistema de espaços livres nada mais é que o conjunto das espacialidades públicas de uma determinada área e a relação entre seus elementos, podendo se justapor a outros sistemas existentes.

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4.3 Infraestrutura verde

A infraestrutura verde é de grande importância à cidades grandes como São Paulo, que sofre com enchentes em época de chuvas intensas, pois ela engloba diversas formas para ajudar na drenagem, além de conforto ambiental em uma cidade extremamente cinza e poluída. O Guia Global de Desenho de Ruas (2016) cita seis tipos de sistemas de drenagem, como as valas de infiltração, que retardam o fluxo de água e retêm sedimentos. Os jardins de chuva, que utilizam um tipo especial de solo filtrante. O piso permeável, que permite que a água atravesse o piso e vá diretamente para o solo. A arborização urbana, que além de propiciar sombra e a melhoria do ar, aumenta a área de pisos permeáveis, consequentemente diminuindo os pisos impermeáveis. Os canteiros, que aumentam o espaço para as raízes das árvores e assim como a arborização urbana aumenta a quantidade de pisos permeáveis. Por último, a irrigação passiva, que direciona as águas pluviais para as áreas ajardinadas. O livro também cita que a infraestrutura verde gera outros benefícios, além da sua importância ambiental, trazendo melhorias ao meio ambiente, traz também benefícios sociais, onde o projeto paisagístico ajuda a caracterizar a cidade, atuando no resfriamento urbano e a melhoria na qualidade do ar. E econômico, pois com a diminuição da temperatura e o menor impacto dos sistemas hidricos trazem consigo o menor consumo energético e menor custo de manutenção dos esgotos.

A infraestrutura verde em ruas urbanas complementa os sistemas tradicionais de drenagem de águas pluviais por canalização. A vegetação, o solo e os processos naturais capturam e infiltram ou evaporam as águas de chuva antes que ingressem nas galerias. NACTO (2016) A infraestrutura verde teve grande importância para o desenvolvimento do projeto, sendo utilizada em todo recorte do trabalho visando melhorar a qualidade de vida das pessoas. A arborização viária é um item que mudará muito a paisagem urbana, além de pisos permeáveis e canaletas de drenagem inseridas na praça, sendo esses três itens os principais responsáveis por auxiliar no conforto térmico e na prevenção de enchentes na área de estudo.

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5. Referências de projeto Foram selecionados quatro referências para auxiliar na deste TCC, onde três são estudos de caso e a outra um livro, são elas:

elaboração

do

projeto

• Guia Global de Desenho de Ruas (2016): livro que trata das melhores formas de se projetar ruas e calçadas priorizando o pedestres, trazendo qualidade e segurança. • Zollhallen Plaza, Alemanha (2013): uma praça predominantemente impermeável, onde a questão da drenagem foi bem resolvida com aberturas e cortes no piso, resultando em um belo desenho. • Xuzhou Vanke Metropolis, China (2017): uma praça seca, mas o maior interesse é na forma como foi setorizada, criando espaços de estar rebaixados e um playgroung não usual, além de valorizar a água por meio de espelhos d’água. • Chelsea Flower Show, Inglaterra (2011): neste jardim, o ponto de interesse está voltado aos caminhos d’água que guiam o pedestre até a água.

5.1 Guia Global de Desenho de Ruas: Este livro tem como objetivo mostrar as melhores formas de se projetar o espaço público (ruas e calçadas), visando sempre a priorização do pedestre de forma que a cidade se torne um lugar mais seguro e agradável a todos. Devido a isso e ao fato do meu projeto ter como premissa a criação de um Sistema de Áreas Livres, este livro será de grande importância para que o resultado se torne o melhor possível, trazendo soluções como faixas elevadas em cruzamento movimentado, lombo-faixas, arborização viária, dimensionamento de calçadas, ciclo faixas, entre outros. Essas soluções foram estudas e adaptadas ao meu Trabalho, resultando num viário de qualidade e bem conectado tanto com os espaços livres de lazer, quanto com as infraestruturas existentes.

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O Guia global de desenho de ruas concentra-se nos muitos papéis que as ruas desempenham nas cidades e os benefícios que ótimos desenhos de ruas podem ter sobre a qualidade de vida de uma cidade. (SADIK-KHAN 2016)


Imagem 15 – Imagem retirada do livro Guia Global de Desenho de Ruas, como referência de projeto para o cruzamento encontrado na área de estudo.

5.2 Zollhallen Plaza, Alemanha: Um projeto realizado pelo Grupo Ramboll e extremamente sensível à água, mas que resultou em uma praça predominantemente impermeável, mostra que é possível realizar praças de diversas formas e ainda sim se preocupar com questões mais do que comuns do dia a dia, como a chuva. Ou, como no caso da Zollhallen, que tem como preocupação chuvas com duração de 10 anos, ou até mesmo um dilúvio de 100 anos, levando em consideração aspectos de drenagem, o uso sustentável da água e a melhoria da qualidade da água do nosso lençol freático.

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Imagem 16 – Praça predominantemente impermeável, com algumas áreas com pisos destinados à drenagem de água circulados em vermelho.

A zona de armazenamento de água é a zona principal para infiltração e a topografia da praça trabalha a favor disso, tendo seu caimento em direção às áreas permeáveis do projeto, onde será coletada e armazenada em casos de grandes períodos de chuva, sem precisar do uso do sistema de esgoto.

A praça, desenhada pelo Atelier Dreiseitl, é um belo exemplo de urbanismo sensível à água – tão sensível, na verdade, que eles foram capazes de desconectar o sistema de esgoto da praça. (VAN DE PUTTE, 2015)

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No caso de chuvas regulares, as superfícies permeáveis e o plantio nela inseridos são responsáveis pela absorção da água utilizando técnicas de infraestrutura verde mais simples do que nos outros casos, em que a quantidade de água é maior. Essa técnica será adaptada e inserida no meu projeto, onde a área de plantio das árvores será responsável por parte da drenagem, além dos caminhos d’água, que mais que estética, serão os mecanismos de drenagem responsáveis por levar a água da rua ao córrego, diminuindo os riscos de alagamento da área.

Imagem 17 - Detalhe da área permeável da praça.

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Localizada em uma área de possíveis alagamentos e com ligação a um córrego, a praça que foi projetada no meu TCC tem como função ajudar na drenagem local, com pisos mais permeáveis e sustentáveis. Além de cumprir sua função social, questão que a Zollhallen Plaza também atende com qualidade. Um projeto consciente, que encontra o equilíbrio entre seco e permeável de forma que seja possível a realização de eventos no grande piso central, ao mesmo tempo em que não prejudica toda uma área com riscos de enchentes e é esse resultado que eu busquei alcançar no meu trabalho.

Imagem 18 - Grande piso seco, possibiltando a realização de eventos.

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5.3 Xuzhou Vanke Metropolis, China: Projeto realizado pela Waterlily Studio, que tem como principal partido criar um espaço que atenda a diferentes públicos, onde jovens podem ir as compras, os idosos podem usufruir da área de descanso e as crianças possuem uma grande área de playground para brincar, e o programa realizado mostra exatamente isso, uma praça setorizada por seus usos, onde nenhum deles se sobrepõe ao outro. O espaço livre passa a ser então, um lugar único que integra o espaço interno da edificação com o espaço livre.

Imagem 19 - Área de estar abaixo do nível da praça.

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Imagem 20 - Playground mais dinâmico, que foge da configuração comum encontrada em diversas praças e parques.

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Imagem 21 - Presença da água por meio de uma fonte trazendo interação para as crianças.


Localizada ao lado da estrada principal que atravessa o centro da cidade e integra vários meios de transporte, a praça se encontra em uma área bastante comercial e por isso, umas das premissas do projeto é transformar esse espaço em uma área de comércio ativo, priorizando lojas e serviços menores, quando relacionados aos grandes shoppings que existem na cidade. Assim como o terreno destinado à praça proposta nesta pesquisa, a Xuzhou Vanke Metropolis também está inserida em uma área comercial, dando bastante importância a comércios menores, também encontrados na área de estudo. A forma como a praça foi setorizada (estar, passeio e playground) e como cada parte foi resolvida, como o estar rebaixado e o playground que não segue aquele padrão visto na maioria das praças, também é de grande interesse para o projeto deste TCC.

5.4 Chelsea Flower Show, Inglaterra: Projeto realizado por Thomas Hoblyn em 2011 para o Festival das flores, na Inglaterra, em que ele cria esses caminhos que levam até a água, resultando em três canais d’água que se cruzam com uma forma orgânica e natural, de fácil leitura. Depois do evento, o jardim foi transferido para o Eden Project. Devido à importância da água como um dos pontos de interesse no meu projeto, o uso de caminhos d’água semelhantes ao deste jardim tem como objetivo guiar as pessoas até a água, mais uma vez ressaltando sua importância em uma cidade e transformar a imagem de um córrego sujo e malcuidado em um belo aspecto construtor da paisagem.

Imagem 22 - Caminhos d’água que se entrelaçam e chegam até um espelho d’água.

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6. Estudo de fluxos

Imagem 23 - Estudo de fluxos.

A partir da análise da área, foram localizados dois fluxos principais, sendo eles o fluxo intenso de automóveis coletivos e particulares e pedestres e um outro mais exclusivamente para o uso de automóveis, além de uma ciclovia que termina antes de realmente conectar com alguma coisa, tornando seu uso quase inexistente. Foi identificada a necessidade de duas novas conexões principais, uma conectando a Av. Ellis Maas ao Parque Santo Dias e outra conectando a Av. Ellis Maas com a Av. Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck, que atualmente conta com uma enorme barreira entre elas: o estacionamento do metrô. Tentando assim, aumentar o uso de pedestres na avenida, tornando-a menos perigosa. Foram encontradas, também, algumas potencialidades na área, como o terreno encontrado para criação da nova praça e dois novos fluxos, um deles destinado ao maior uso de pedestres na Av. Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck e um outro que sugere a continuação da ciclovia, agora realmente conectando a algum lugar.

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BOSQUE (SOMBRA)

PLAYGROUND

PONTO FOCAL

DECK (APROX. ÁGUA)

EVENTOS

ESTAR (ÁREA DE ESPERA)

0

10

30

60

Imagem 24 - Primeiro estudo de zoneamento da praça.

A príncipio, o terreno da praça foi divido em cinco principais usos, definidos em esquema de bolhas e localizados onde tivessem mais interesse, como a área de eventos que faz divisa com um grande muro, destinado a murais de arte e a área de estar, inserida ao lado do ponto de ônibus existente, com o intuito de facilitar a espera dos pedestres. O deck tem como principal função a aproximação das pessoas com a água, tentando com isso valorizar o córrego e influenciar na melhoria do mesmo, já o playground foi colocado como forma de atender as crianças do bairro, que possui muitas escolas mas não tem áreas de lazer de qualidade, além de incluir o fluxo de conexão entre a avenida e o Parque Santo Dias – já identificados na Imagem 23 - e os caminhos internos da praça. Posteriormente, a área destinada ao bosque foi retirada e unificada ao playground (Imagem 35).

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7. Proposta

CONECTAR COM O PARQUE SANTO DIAS

MELHORIA NOS CAMINHOS/ FLUXOS TERRENO VAZIO = FUTURA PRAÇA Imagem 25 - Diagrama gráfico sintetizando os principais objetivos do projeto.

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Com o objetivo de melhorar não só o espaço público, mas a qualidade de vida em seu entorno, o projeto foi de grande importância para a sociedade, que atualmente se encontra excluída das infraestruturas que atingem apenas partes da cidade de forma desconexa e inapropriada, mais uma vez salientando a desigualdade que afeta a periferia de São Paulo. O meu Trabalho de Conclusão de Curso faz, então, com que essa área seja valorizada pelos moradores e por aqueles que possivelmente passem por lá, pois o espaço público, quando com qualidade, tem esse poder. Acredita-se que as melhorias planejadas para a área, mais a praça que foi inserida em um local muito denso e com poucos espaços públicos de qualidade, trouxe consigo esse desenvolvimento, tendo o seu terreno, no passado, destinado a esse mesmo tipo de uso, além de se encontrar em frente ao Parque Santo Dias. Uma área que já possui potencial para serviços e comércios pequenos, poderá crescer trazendo renda para a população residente, aumentando seu poder aquisitivo, podendo talvez, diminuir a desigualdade social. A questão ambiental é muito presente no meu TCC, que lida com problemas de drenagem em uma avenida que tem histórico de alagamentos, como a implementação de micro drenagem no decorrer da mesma, além de utilizar a praça para escoamento de água, pois o fundo de seu terreno acaba no Córrego Água dos Brancos (Imagem 26), um córrego problemático que também foi tratado em todo o recorte do trabalho.


Imagem 26 - Mapa da hidrografia, com perimetro de estudo demarcado com tracejado.

A praça em si, não tem um aspecto muito verde, porém sempre pensando em pisos mais permeáveis e árvores que sejam adequadas a esse tipo de piso. A ideia de uma praça com menor área destinada a grama veio da importância e da tipologia do Parque Santo Dias, que também tem seu limite colado ao terreno destinado a praça, que se tornou um “hall” de entrada ao parque - remanescente de mata atlântica que se encontra 95% protegido e atualmente possui um caráter inseguro para a população, por isso é pouco usado. Entendendo isso e a importância do parque, a praça é não só um ponto de lazer à população, agregando valor e qualidade de vida ao bairro, mas chama a atenção de um lugar extremamente importante para o desenvolvimento sustentável da área e do mundo.

p. 45


7.1 O Espaço Liv re em Sistema Utilizando os espaços livres (viário e terrenos vazios), o seguinte trabalho conecta os diversos pontos de interesse da área ( Imagem 27) por meio de melhorias das avenidas e trazendo os terrenos vazios como áreas potenciais para inserção de espaços públicos de qualidade para a população.

Imagem 27 - Marcação de terrenos vazios antigos e novos que foram intervidos.

Terrenos ocupados

Terrenos vazios

1 Favela - Futura HIS (especificações na planta geral adjacente)

A Praça

2 Favela - Futura escadaria

B Pequena praça - academia

3 Favela - Futuro pocket park

C Faixa elevada - entrada do bairro

4 Terreno Est. Metrô - Futura área para quadras

D Cruzamento elevado - entrada do bairro

Nova rota para automóveis particulares Faixa exclusiva para ônibus / continuação da ciclovia

p. 4 6

Conclui-se de que há a necessidade do prolongamento da ciclofaixa e devido ao limitedo dimensionamento do viário, uma nova rota de automóveis particulares é sugerida, mantendo por um trecho somente a faixa de ônibus, para que seja possível a inserção de ciclofaixa.


Após dada a devida atenção às calçadas e estabelecendo o pedestre como prioridade, as avenidas a serem trabalhadas se tonaram muito mais agradáveis a quem quer que passe por elas. Entendendo o viário: De acordo com a análise de área, foram realizados alguns cortes para definição de tipologias de viário para entender suas necessidades básicas e realizar estudos a fim de desenvolver possibilidades de um viário mais adequado e confortável para o caminhar.

Imagem 28 - Marcações de tipologias para estudo. 0

100

• A: em frente ao terreno vazio destinado à praça, com calçadas mais estreitas e postes mal localizados, ocupando a faixa livre.

2.4 Imagem 29 - Corte AA

9.7

2.0

P. 47


• B: também se encontra em frente ao terreno vazio, mas com calçadas um pouco mais largas e conta com a presença de um ponto de ônibus.

Imagem 30 - Corte BB

2.0

9.7

4.4

• C: esse trecho sofre com um grande muro pertencente ao estacionamento do metrô.

1.9

9.6

2.3

Imagem 31 - Corte CC

• D: com apenas três pistas, esse trecho também é influenciado pelo grande muro do estacionamento do metro.

P. 48

2.2 Imagem 32 - Corte DD

10.0

1.8


• E: com tamanho adequado, mas pouco utilizado pelo pedestre, esses trecho faz fronteira com o Parque Santo Dias de um lado e com o outro lado do muro do estacionamento do metrô, tornando-o hostil. Conta com uma ciclofaixa.

4.9

8.7

1.0

7.3

1.0

7.7

3.6

Imagem 33 - Corte EE

7.1.1 A Praça A praça foi dividida em cinco principais usos: • Estar: próximo ao ponto de ônibus existente, mas rebaixado com relação ao nível da rua, a área poderá ser usada por aqueles que estiverem utilizando a praça por lazer ou por quem estiver esperando o ônibus ou alguém. • Eventos: destinado a eventos temporários, relacionados à arte e cultura (exposições, apresentações), além da possibilidade de food trucks nesta área da praça. O local onde foi inserido na praça, foi escolhido devido ao fato de estar ao lado de uma parede cega, que poderá ser, no futuro, preenchida por grafites ou outros tipos de apropriações. • Playground: a praça se encontra em local residencial, cercado de escolas e com grande deficiência em espaços públicos, o que sugere demanda, mostrando a necessidade de uma área de qualidade destinada às crianças da região. • Deck: também voltado ao estar, o deck também tem como objetivo aproximar as pessoas da água, fazendo com que a mesma seja valorizada. • Pontes: foram localizadas de acordo com os niveis e a necessidade de, mais uma vez, conectar os espaços livres de forma que por meio dessas mudanças, melhore-se também a vida e o cotidiano das pessoas que utilizarem a praça, tanto encurtando distancias, quanto no ESTAC. conforto ambiental.

METRÔ

P. 49


Aspectos pontuais como os caminhos e espelho d’água, também terão a função da valorização da água, desta vez, buscando o pedestre da calçada para dentro da praça e de dentro da praça, até o córrego.

Processo de desenvolvimento da praça: Como base para o primeiro desenho (Imagem 34) foi utilizado o zoneamento com o estudo de fluxos (Imagem 24) e resultou em desenhos de piso e caminhos, além do posicionamento inicial de algumas árvores.

0

10

30

60

Imagem 34 - Primeiro croqui da praça, setorizada, mas com áreas ainda muito grandes e poucas árvores.

P . 50


Evoluindo o projeto, chega-se a um resultado um pouco diferente, porém com a mesma premissa inicial (Imagem 35), agora com o bosque removido e o playground que se estende até o fim do terreno, aproveitando as curvas de nível pré-existentes para a “construção” dos brinquedos. Há também aspectos como desenho de piso e posicionamento das árvores já avançadas em relação ao primeiro desenho (Imagem 34). Onde antes havia um grande deck, agora se encontra um deck menor no nível da praça e um outro no nível do córrego para que as pessoas possam se aproximar da água.

0

10

30

60

Imagem 35 - Desenvolvimento do desenho, já com as escalas ajustadas.

P. 51


Após avaliação, uma terceira possibilidade projetual surgiu (Imagem 36), trazendo agora árvores maiores e a mudança na cor dos caminhos. Houve também a mudança nos caminhos d’água, onde antes a água era aparente e desenhado em diagonais, agora também usa a grelha de pisos como base para a criação do caminho d’água, com um piso de cor diferente do geral e abrindo somente em algumas partes para que a água ainda seja notada. Outra mudança em relação ao desenho anterior (Imagem 35) foi a inserção de alguns bancos em outras partes da praça.

0

10

30

60

Imagem 36 - Muito próximo do desenho final, com as árvores posicionadas e de tamanho adequado.

P. 52

Mantendo a premissa inicial de projeto, a praça ainda segue a ideia de principal conector do viário com o Parque Santo Dias, além de seu zoneamento interno, que visa a melhoria do cotidiano de todos os moradores e pedestres que fazem uso da área, por meio de área de estar, eventos e playground localizados de forma que cada espaço se torne um facilitador para a vida das pessoas. Para o desenho final, apresentado na Ampliação 1, algumas mudanças foram feitas, as arquibancadas, áreas rebaixadas e espelho d’água receberam outro desenho, mas mantiveram o partido inicial. Outra ponte foi adicionada conectando a praça não só ao parque, mas também as habitações localizadas no fundo do terreno. A cor do piso foi trocada para o laranja e a ciclovia foi inserida como continuidade da existente, adentrando o parque.


8. Desenhos


Arborização viária: foram locadas árvores adequadas para viário e fora da faixa livre por todo o recorte de projeto. Ciclofaixa: identificadas em vermelho, foram prolongadas até o parque, mais uma vez dando a ele sua devida importância. Quadras: parte do terreno do estacionamento do metrô foi usado para a inserção de três meia quadras, que fazem parte do sistema, gerando mais uma área de lazer aos usuários. * DESENHO EM ESCALA 1:1000 - ANEXO AO VOLUME

Entrada do parque

AMPLIAÇÃO 1

Proposta nova entrada ao parque


Entrada do parque

AMPLIAÇÃO 6 AMPLIAÇÃO 4

AMPLIAÇÃO 5 AMPLIAÇÃO 3

AMPLIAÇÃO 6 AMPLIAÇÃO 4 AMPLIAÇÃO 2

AMPLIAÇÃO 5 AMPLIAÇÃO 3

AMPLIAÇÃO 2


Pontes conectoras

PLAYGROUND DECK

Arquibancadas e Áreas rebaixadas

EVENTOS

ESTAR

Caminhos drenantes Ciclovia

AMPLIAÇÃO 1

P. 5 6

0

10

30

60


Pequena praça: com grande potencial, o terreno se encontra ao lado de uma academia e com terreno plano. Entende-se o local como um ponto conector para o sistema proposto. Devido a sua localização e tamanho, foram intalados equipamentos de academia ao ar livre, algumas mesinhas e bancos.

0

10

30

60

AMPLIAÇÃO 2

Ponto de ônibus: em alguns pontos de ônibus da Av. Ellis Maas foi realizado o alargamento da calçada para melhoria de fluxo de pessoas a pé, neste caso o aumento da via também foi pensado, melhorando o fluxo na área. Longe da faixa de pedestres pré-existentes, as pessoas sempre se colocavam em risco atravessando a rua em meio aos carros, o que foi motivo para a instalação de uma nova faixa em frente ao ponto de ônibus.

AMPLIAÇÃO 3

p. 57


Escadaria: após avaliação da área e devido ao grande desnível, foi concluido que uma escadaria seria um ótima solução para conectar a avenida com as habitações, facilitando a vida dos moradores que antes tinham que caminhar mais para chegar em casa. Além disso, com essa nova rota, acredita-se que a Av.Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck, antes perigosa e vazia, agora terá melhor movimento de pessoas, trazendo mais olhos em direção à ela. AMPLIAÇÃO 4

Pocket park: assim como a escadaria, este terreno surgiu após sugestão de remoção da favela para HIS adequada e próxima à região, buscando aproveitar todo o espaço público possivel, foi criada essa pequena praça, que nada mais é que um piso seco, o que possibilita diversos usos, onde as pessoas podem ir somente para sentar, quanto para brincar.

p. 58

0

10

30

60

AMPLIAÇÃO 5


AMPLIAÇÃO 6

Cruzamento elevado: localizado na entrada do bairro, a elevação da via juntamente com a faixa de pedestre cruzada (com fase de parada total para os carros) salienta a priorização do pedestre, diminuindo a velocidade dos automóveis, tornado a passagem mais segura e rápida para os pedestres.

p. 59


CORTE AA

CORTE BB

0

p. 60

10

30


Este corte mostra algumas especifidades da praça, como as canaletas para escoamento de água, a relação com o entorno e o Parque Santo Dias e a área de estar, que conta com áreas rebaixas e arquibancadas.

Este corte mostra a relação da praça com o viário, além da iluminação - agora localizadas fora da faixa livre - e mais uma vez mostra a relação com o construído do entorno. Além da intenção de um muro destinado a grafites, que como proposto, se localiza ao lado da área de eventos em geral, podendo contar também, com eventos relacionados a arte. A relação do parque com a praça fica muito claraa neste corte, mostrando a ponte que os conecta. O córrego também se faz presente, valorizando a água.

p. 61


CORTE DD

CORTE CC

Mostra a conexão das habitações localizadas no fundo do terreno com a praça, por meio de uma ponte menor e por estarem no mesmo nível, não houve a necessidade de criar uma rampa para atravessar.

CORTE EE

Este corte mostra esquematicamente o funcionamento das canaletas de escoamento que levam a água até o córrego, tendo impotância para drenagem, para a valorização da água, além de trazer um aspecto estético para praça. Mostra novamente a relação com o construído do entorno.

0

p. 62

10

30


Na parte de trás do terreno haviam pequenos deníveis, que sofreram algumas alterações em forma, mas foram mantidos ao invés de deixar todo o terreno plano. Esse corte mostra como funciona os níveis do playground, com a inserção de uma ponte, fazendo com que as crianças interajam com os brinquedos e a topografia.

CORTE FF

Pequena praça ao lado da academia (ampliação 2), que conta com diversos bancos e com muro de arrimo pré existente ao fundo do terreno, além de alargamento da calçada devido a ponto de ônibus, que antes se localizava em frente a academia e foi realocado para frente da praça, possibilitando que a praça seja utilizada também, para quem estiver esperando o ônibus.

p. 63


CORTE GG

CORTE HH

0

p. 64

10

30


Mostra a disposição do terreno nas extremidades do viário (ampliação 3). À esquerda o terreno do estacionamento do metrô e à direita, o gabarito baixo predominante na região. Além disso, nessa área, também houve o alargamento da calçada e da rua devido a ponto de ônibus pré existente, melhorando o fluxo de pessoas e de automóveis, onde o ônibus parado não atrapalha os demais automóveis.

Agora na Av. Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck, onde a problemática vinha mais pelo fato de ser uma rua pouco convidativa ao caminhar, este corte mostra algumas mudanças propostas, como a escadaria e a faixa de travessia por cima do córrego (ampliação 4), sempre privilegiando o melhor para o pedestre.

p. 65


CORTE II

CORTE JJ

0

p. 66

10

30


Mais uma vez, o córrego aparece nesse corte, dessa vez mostrando ele aberto. Mostra também a pequena área de piso seco ao lado de um grande morro (ampliação 5) que antes era uma favela, mas que serão realocadas em HIS sugerida* no projeto, gerando mais espaços livres que trouxeram mais qualidade aos residentes e pedestres. * HIS - 513 moradores: - 2 prédios - 4 andares - 20 aptos por andar ( 80 pessoas) Total = 160 famílias / 640 pessoas

Já neste corte (ampliação 6), a faixa elevada proposta e seu funcionamento aparecem, estando na mesma altura que a calçada, que se encontra a 0,12m acima do nivel da rua, resultando em uma inclinação de 5% para os carros.

p. 67


9. Maquete eletrĂ´nica

1

Imagem 37 - Render geral do projeto


2

3


1 Praça:

Imagem 38 - Maquete eletrônica da praça, com pontes de acesso ao parque e a rua que faz fundo com o terreno. .


Imagem 39 - Maquete eletrônica da praça, mostrando o Parque Santo Dias ao fundo.

As duas imagens mostram claramente a relação da praça com o entorno, além das conexões propostas com o parque e as habitações que se encontram no mesmo nivel da praça, mas que devido ao córrego, há a necessidade de pontes para acesso.

P. 71


Imagem 40 - Maquete eletrônica da praça, agora mostrando a área de estar proposta.


Imagem 41 - Maquete eletrônica da praça, mostrando a área de espera por outro ângulo, mostrando também o ponto de ônibus e a ciclofaixa que adentra a praça.

Já nessas imagens, a área de estar está em foco, mostrando aspectos importantes, como as arquibancadas, as áreas rebaixadas, a ciclofaixa e o ponto de ônibus. Além da disposição das ávores que são responsáveis pelo sombreamento do espaço. Sendo essa a área da praça com mais bancos.

P. 73


Imagem 42 - Maquete eletrônica da praça, com o caminho em destaque e a ciclofaixa que o acompanha. Mostra também, os morrotes pertencentes ao playground de fundo.


Imagem 43 - Maquete eletrônica da praça, agora com destaque ao playground e os morrotes que configuram o espaço. O espelho d’água e os caminhos auxiliadores a drenagem também aparecem.

Em destaque agora se encontra o playground, que conta com uma ponte para que as crianças possam interagir com os diferentes níveis da praça, gerando uma dinâmica diferente do que seria um playground plano, o que justifica a escolha em manter esse “morrotes” pré existentes no terreno. O espelho d’água e os caminhos drenantes também aparecem.

P. 75


Imagem 44 - Maquete eletrônica da praça, mostrando as grandes palmeiras localizadas na frente do projeto e que configuram elegância à praça.


Imagem 45 - Maquete eletrônica da praça, mostrando a área de eventos, com maior área de piso seco e menor quantidade de árvores.

Área destinada a eventos ligados a arte, onde os grandes muros que fazem divisa com o terreno são telas para artistas pintarem murais. A pouca quantidade de árvores se dão ao fato dessa área ser palco de eventos, onde poderão receber foodtrucks, palestras, entre outros. E também, para que os muros não fossem cobertos por vegetação e os murais estarem sempre expostos.

P. 77


Imagem 46 - Maquete eletrônica da praça, mostrando novamente a área de estar, mas com ênfase no caminho que chega no Parque Santo Dias ao fundo.


Imagem 47 - Maquete eletrônica da praça, agora por outro angulo mostrando o pequeno deck que se aproxima do nível do córrego e o entorno da praça.

As imagens tem como propósito mostrar não só os caminhos e a relaçao com o Parque, mas a conexão das pessoas com o córrego prevista e o funcionamento dos caminhos d’água que além de ajudar na drenagem local, propiciam um detalhe estético muito interessante à praça.

P. 79


2

Escadaria:

Imagem 48 - Maquete eletrĂ´nica da escadaria e da rampa de acesso.


Imagem 49 - Maquete eletrônica da rampa de acesso, com pequenas áreas de estar sombreadas.

Mais do que acesso, as rampas contam com pequenas áreas de estar com mesinhas, as tornando mais que uma área de passagem, um local em que as pessoas possam passar um tempo e descansar, servindo princiapalmente, aos moradores do entorno imediato.

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Imagem 50 - Maquete eletrĂ´nica da escadaria e da rampa de acesso.


Imagem 51 - Maquete eletrônica da rampa de acesso, mostrando a relação com o entorno.

Mostra o potencial de mirante, com esse grande piso no final da escadaria e a relação com o entorno. Agora mais distante, as pequenas áreas de estar também aparecem, com as pequenas árvores ao lado para propiciar sombra.

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3

Pequena praça - academia:

Imagem 52 - Maquete eletrônica da pequena praça, mostrando área de mesinhas.


Imagem 53 - Maquete eletrônica da pequena praça, mostrando os equipamentos de academia ao ar livre.

Localizada ao lado de uma academia, a pequena praça conta com equipamentos de academia ao ar livre, normalmente destinadas a pessoas da terceira idade. Conta também com mesinhas e bancos, mais uma vez sendo sombreadas por algumas árvores.

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10. C onsiderações finais O bairro do Capão Redondo teve seu desenvolvimento muito acelerado e se transformou de uma área com muita mata para uma área extremamente cinza, com poucos espaços livres públicos de qualidade. E já nas primeiras análises foram notadas as carências que o bairro possui, como a falta de cuidado com o viário (calçadas e ruas) e a falta de áreas livres de lazer aos moradores e pedestres. Tem-se como grande preocupação o pedestre e a sua relação com a cidade, resultando num projeto totalmente voltado ao bem estar das pessoas, melhorando caminhos e por meio do projeto consciente de pequenos espaços livres, os conectando, não só na escala do bairro, mas trazendo a área como ponto de interesse ao resto da cidade, que atualmente a vê como um lugar perigoso. Com simplicidade no desenho e nenhuma mudança muito radical na área, o meu TCC traz então, possibilidades para o bairro, como a melhoria no viário em um trecho muito utilizado, mas que é visível a falta de preocupação com as calçadas e por consequência com as pessoas que ali transitam. Ele abrange também a valorização do existente, como o Parque Santo Dias e sua nova entrada que será realizada por meio do desenvolvimento de uma praça em um terreno vazio. Além de terrenos que foram transformados em pequenas praças com diferentes usos, mais uma vez agregando valor ao bairro, além de propiciar aos moradores espaços livres públicos de qualidade. Com pessoas utilizando a rua e as praças, um lugar antes perigoso, torna-se mais seguro e por fim, melhora a imagem do bairro perante o resto da cidade, atraindo mais desenvolvimento à área.

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Imagem 1: Google Street View. Imagem 2: Google Street View. Imagem 3: Autoria própria. Imagem 4: Autoria própria. Imagem 5: Autoria própria. Imagem 6: EMPLASA, 2012. Imagem 7: GEOSAMPA. Imagem 8: GEOSAMPA. Imagem 9: GEOSAMPA. Imagem 10: Autoria própria. Imagem 11: Autoria própria. Imagem 12: Autoria própria. Imagem 13: Autoria própria. Imagem 14: Autoria própria. Imagem 15: Guia Global de Desenho de Ruas, 2016 Imagem 16: https://land8.com/how-zollhallen-plaza-is-ready-for-a-100-year-flood/ Imagem 17: https://land8.com/how-zollhallen-plaza-is-ready-for-a-100-year-flood/ Imagem 18: https://land8.com/how-zollhallen-plaza-is-ready-for-a-100-year-flood/ Imagem 19: http://www.waterlilystudio.cn/hyzp_xzdlcwk Imagem 20: http://www.waterlilystudio.cn/hyzp_xzdlcwk Imagem 21: http://www.waterlilystudio.cn/hyzp_xzdlcwk Imagem 22: http://www.thomashoblyn.com/portfolio/show_gardens/chelsea-2011


Imagem 23: Autoria própria. Imagem 24: Autoria própria. Imagem 25: Autoria própria. Imagem 26: GEOSAMPA. Imagem 27: Google Maps/ Alterações próprias. Imagem 28: Autoria própria. Imagem 29: Autoria própria. Imagem 30: Autoria própria. Imagem 31: Autoria própria. Imagem 32: Autoria própria. Imagem 33: Autoria própria. Imagem 34: Autoria própria. Imagem 35: Autoria própria. Imagem 36: Autoria própria. Imagem 37: Autoria própria. Imagem 38: Autoria própria. Imagem 39: Autoria própria. Imagem 40: Autoria própria. Imagem 41: Autoria própria. Imagem 42: Autoria própria. Imagem 43: Autoria própria. Imagem 44: Autoria própria. Imagem 45: Autoria própria. Imagem 46: Autoria própria. Imagem 47: Autoria própria. Imagem 48: Autoria própria. Imagem 49: Autoria própria. Imagem 50: Autoria própria. Imagem 51: Autoria própria. Imagem 52: Autoria própria. Imagem 53: Autoria própria. Todos os desenhos são de autoria própria.

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