CORPO, danรงa e movimento
Úlima Moreira de Souza
Espaço Cultural Corpo, Dança e Movimento
Centro Universitário SENAC 2018
CORPO, dança e movimento
Trabalho
de conclusão
de curso de
Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo produzido
sobre
a orientação
do
Professor Doutor Nelson Urssi. 02
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pelo apoio e dedicação ao longo de toda vida. Aos meus professores, por todo o suporte e aprendizado ao longo do curso, em especial ao Professor Doutor Nelson Urssi, orientador do presente trabalho. A o s m e u s a m i g o s e n a m o ra d o , p e lo companheirismo mesmo nos momentos mais difíceis dessa trajetória.
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RESUMO
A necessidade de se garantir o acesso, cada vez maior, a museus, bibliotecas, shows, peças, oficinas, entre outros, dá-se principalmente pelo interesse crescente da população. O lazer tornou-se cultural com o passar dos anos. Hoje, como incentivo, temos datas específicas para promoção eventos culturais, e é interessante observar a dinâmica que a cidade assume e o modo como as pessoas passam a habitá-la nessas ocasiões. Porém, infelizmente, não se pode afirmar que a distribuição destes equipamentos encontram-se de forma igualitária em toda a cidade de São Paulo. Baseado nisso, foi proposto com o presente trabalho a implantação de um espaço cultural associado à dança, que tem por objetivo agregar no cotidiano da região escolhida, levando cultura e entretenimento à população, sem que haja a necessidade de grandes deslocamentos.
Palavras- chave: Espaço multiuso, cultura, periferia, entretenimento, espaço público, diversidade.
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SUMÁRIO 1. Introdução ................................................................................................................................................................................................................. 6 2. Objetivos .................................................................................................................................................................................................................... 6 3. Fundamentação ................................................................................................................................................................................................... 7 3.1 A evolução da cultura e lazer na cidade de São Paulo – Séc. XX ............................................................................................ 7 3.2 O paulistano e sua relação com a cultura ........................................................................................................................................ 10 3.3 A cidade e a necessidade de espaços públicos .............................................................................................................................11 4. Justificativa ........................................................................................................................................................................................................... 14 4.1 O Bairro de Vila Nova Cachoeirinha .................................................................................................................................................... 14 4.2 Equipamentos culturais na zona norte de São Paulo .............................................................................................................. 15 5. Estudos de caso ................................................................................................................................................................................................... 16 5.1 Centro Cultural São Paulo ........................................................................................................................................................................... 16 5.2 SESC 24 de Maio ................................................................................................................................................................................................ 18 5.3 SESC Pompéia ................................................................................................................................................................................................... 22 5.4 SESC Pinheiros..................................................................................................................................................................................................24 5.5 Instituto Moreira Salles .............................................................................................................................................................................. 26 5.6 Japan House ...................................................................................................................................................................................................... 30 5.7 Centro de Arte Corpo .................................................................................................................................................................................... 32 5.8 Laban Dance Centre ..................................................................................................................................................................................... 34 6. Projeto ....................................................................................................................................................................................................................... 36 6.1 Terreno .................................................................................................................................................................................................................... 37 6.2 Topografia e Fluxos .........................................................................................................................................................................................38 6.3 Desenhos...............................................................................................................................................................................................................38 7. Conclusão e Considerações Finais ......................................................................................................................................................... 39 8. Referências Bibliográficas .......................................................................................................................................................................... 40 05
1 - INTRODUÇÃO Rica em diversidade cultural, a cidade de São Paulo detém de museus, parques, bibliotecas, locais para shows e centros culturais. Entretanto a distribuição desigual desses equipamentos dificulta o acesso de toda população. Localizados, regularmente, em bairros mais abastados, a cultura é usufruída por uma parcela pequena da sociedade. A realidade encontrada nas periferias demonstra que quando equiparados ao número de moradores, os equipamentos existentes nessas regiões não são suficientes. Tendo isso em vista, o presente trabalho procura debater o cenário cultural atual, qual foi o elemento motivador para chegar a essa condição e sobre a importância de uma distribuição mais igualitária desses equipamentos na cidade. A metodologia utilizada é a de pesquisa qualitativa, embasando-se em autores como Vladimir Bartalini, Isaura Botelho, Ricardo Ohtake, Maria Arminda e Beatriz Kara-José. Como produto final, será proposto um projeto arquitetônico de equipamento cultural com enfoque na disseminação da dança, inserido em um bairro periférico da zona norte de São Paulo.
2 - OBJETIVOS O presente trabalho tem como objetivo desenvolver um projeto de equipamento de uso cultural voltado para dança, corpo e estudo do movimento na região periférica da Zona Norte da cidade de São Paulo, no bairro de Vila Nova Cachoeirinha. A escolha do local deu-se por resultado da leitura sobre a disparidade de distribuição de equipamentos culturais pela cidade e a carência de tais em regiões periféricas, onde há um maior número populacional. A proposta final deste estudo é um projeto arquitetônico de um espaço multiuso onde a população tenha acesso, não apenas a aulas, mas ao uso do local para lazer e entretenimento, acesso a exposições e apresentações. 06
3 - FUNDAMENTAÇÃO Para auxiliar na elaboração deste Trabalho de Conclusão de Curso, foram feitas pesquisas, visitas e leituras para entender as necessidades e a espacialidade de um centro cultural. Foi notado que para debater tal assunto, uma leitura da cidade no séc. XX e como a população vem tratando a cultura desde então, seriam relevantes para justificar a proposta e entender, mesmo que superficialmente, sobre os motivos da cidade de São Paulo ter o cenário cultural atual.
3.1 - A evolução da cultura e lazer na cidade de São Paulo – Séc. XX Desde o seu surgimento, a cidade de São Paulo cresceu consideravelmente, e com isso, aspectos não apenas físicos, mas também culturais, passaram e ainda passam por mudanças para melhor atender a população. Porém, quando falamos de cultura, temos que ter em mente que não se trata de algo engessado, como ressalta Vladimir Bartalini em Paisagem e Cultura em São Paulo: “[...] é preciso advertir sobre os riscos de se falar da cultura de uma determinada cidade, como se ali vigessem valores homogêneos, compartilhados por toda a população quando, na verdade, as classes e os segmentos de classes sociais produzem um mosaico cultural nem sempre coeso, aliás até conflitante no caso das grandes metrópoles. ”. O multiculturalismo de São Paulo faz com que a metrópole tenha desde bairros consolidados por imigrantes e considerados verdadeiros redutos da cultura e culinária, até museus destinados a debater e difundir culturas estrangeiras e locais. O que acaba levantando as questões: O que podemos considerar cultura? Em algum momento ao longo dos anos, o que acreditamos que hoje é cultura, já teve seu conceito diferente? 07
Rio Tietê
Com o desenvolvimento da cidade em meados do sec. XIX a preocupação inicial era com a urbanização e as construções dos edifícios, pois eles seriam a identidade de São Paulo, enquanto que o lazer e a cultura ficavam por conta das áreas verdes remanescentes, como conta Bartalini neste parágrafo: “O crescimento da cidade e seu embelezamento levado a efeito de modo mais intensivo a partir da virada do século XIX para o XX, teve como conseqüência a eliminação dos espaços ainda rústicos que existiam no interior ou nos arredores da cidade e, portanto, a restrição de usos associados às manifestações informais e espontâneas que ali ocorriam. Esperava-se um comportamento mais formal do público nos novos jardins e parques da área central, relegando para as periferias distantes as expressões mais descontraídas do lazer junto ao “verde”. Pode-se dizer que nestas áreas, abandonadas pelo poder público, praticavam-se atividades de lazer hoje típicas dos parques como jogos, passeios, banhos de sol, piqueniques, enfim, o lazer informal”.
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O uso das várzeas dos rios e chácaras periféricas à cidade possibilitou que a população ainda usufruísse, aos fins de semana, do lazer informal, e com isso, a preocupação em projetar locais adequados para prática de atividades dentro da área urbana, não era urgente. O resultado disso, como conta Bartalini, foi a despreocupação com o espaço público de lazer: “ O primeiro grande parque projetado com esta finalidade não seria inaugurado antes de 1954, quando São Paulo já era a cidade mais rica e populosa do Brasil. Depois disto, mais vinte anos foram necessários para que novos parques fossem implantados. ”. Com isso podemos afirmar que a primeira mudança na forma de tratar a cultura, ocorria. Aludida a outras cidades bem-sucedidas de modelo europeu, São Paulo, adotou um padrão de lazer para seus moradores, e os mesmos tiveram de se adequar. Em vista que o cenário de lazer e cultura público era desconsiderado pela política urbana, a cidade passou a oferecer opções privadas para a população. Teatros e cinemas foram construídos com a finalidade de criar um novo âmbito, mais adequado ao projeto de cidade planejada que tinham para São Paulo na época. Podemos observar que ao fazer isso, São Paulo passou por uma segregação cultural, onde o acesso ao lazer era destinado a parcela da população que pudesse arcar com os seus custos. Essa forma de tratar a cultura, comumente encontrada nos dias atuais, gerou um reflexo de como as pessoas utilizam dos espaços públicos e culturais existentes.
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Rua 15 de Novembro
Viaduto do Chá
3.2 - O paulistano e sua relação com a cultura A partir da leitura que tivemos sobre como de deu o desenvolvimento cultural e de lazer no final do séc.XIX e início do séc.XX em São Paulo, podemos analisar qual é a relação do paulistano com o mesmo cenário na atualidade. Isaura Botelho relata sobre isso em Os equipamentos culturais na cidade de São Paulo: um desafio para a gestão pública: “A se considerar a cidade de São Paulo do ponto de vista da distribuição de equipamentos públicos e privados de cultura, poderíamos dizer que o quadro que se apresenta não é surpreendente. O que se revela é uma cidade desequilibrada onde há uma baixa correspondência entre crescimento urbano e a distribuição dos equipamentos culturais [...]. ” A constante despreocupação por parte do poder público em relação ao acesso cultural da população, fomentou um cenário injusto, onde os menos abastados encontram menos incentivos e opções na cidade. Equipamentos como centros esportivos e culturais, museus, teatros entre outros, se localizam em maior número nas regiões centrais, onde já se encontra um consumo cultural, enquanto que nas periferias, o número é bastante reduzido. Outro ponto importante a ser abordado são os deslocamentos gerados pela má distribuição. Enquanto que o as regiões central e oeste, concentram maior quantidade de modais de transporte público, nas outras regiões a realidade é diferente. A dificuldade encontrada pela população nos deslocamentos até os pontos de maior acesso cultural e seu custo, faz com que haja um desestímulo. Podemos então relacionar a dificuldade de acesso por parte da população à um suposto “desinteresse” pela cultura e lazer. O cotidiano de grande parte dos paulistanos, por motivos que não cabem serem debatidos aqui, impossibilita que se tenha maiores espaços de tempo ócio, assim condicionando-os a fazerem apenas o necessário para a sobrevivência na cidade.
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Mapa de distribuição de Equipamentos Culturais Públicos em São Paulo
Para que haja uma mudança significativa, muitos aspectos do planejamento precisam ser revisados e modificados, porém como estímulo inicial para a redução da desigualdade encontrada, a implantação de equipamentos públicos voltados para cultura e lazer nas regiões periféricas já ajudaria a sanar algumas questões.
3.3 - A cidade e a necessidade de espaços públicos Para compreender a necessidade de gerar espaços públicos na cidade, precisamos debater quais são as funções sociais implícitas que estão vinculadas. Em meio as desigualdades, a cultura assume um papel preponderante nas dimensões social e econômica, gerando um interesse do governo sobre seu potencial de mercado e a inclusão social, resultando em políticas culturais com objetivos variados. 11
Para o Ministério da Cultura, as instituições e equipamentos culturais “são locais de trocas e de disseminação da cultura e contribuem para democratizar e para integrar populações, tanto de áreas periféricas como centrais, pois oferecem aos cidadãos acesso a bens e serviços culturais” (MinC, 2013, p.90). Para isso, é necessário que se haja um comprometimento em desenvolver e construir espaços, além de zelar pela manutenção desses locais. Essa preocupação também é expressa na Constituição Brasileira de 1988, como é mostrado no artigo 215: “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. ” (BRASIL, 1988). Sendo assim, os espaços públicos têm um caráter livre, do qual não há distinção de raça, credo ou classe social atrelados, onde todos os indivíduos têm a mesma vivência do espaço e a possibilidade de ir e vir. Isto posto, a criação de espaços públicos é uma necessidade não apenas física da cidade, mas também social. Segundo Ricardo Ohtake em A Cultura na Cidade:
“O espaço físico da cidade é uma base onde os habitantes dela vão desenvolver todo o seu potencial humano. Existe nesse potencial o que individualmente cada um pode realizar, mas a própria existência da cidade traz todos a terem uma vida em comum, o que a torna extremamente interessante. “
Centros culturais são locais de criação artística e de encontro entre oferta cultural e público, são espaços capazes de influenciar e qualificar as relações interpessoais e são capazes de mobilizar a cadeia produtiva de cultura, podendo interferir no comércio e turismo, além de possuir potencial de dinamizar os territórios dos quais estão inseridos. Podemos afirmar que a criação de espaços públicos de qualidade, interferem indiretamente na vida de sua população de forma individual e coletiva, acrescendo ao conjunto de hábitos cotidianos da população. Além disso, são ambientes com grande potencial de disseminação de práticas e conteúdos educacionais, o que lhes confere possibilidade de influência na construção de valores e nos padrões de sociabilidade vigentes, possibilitando uma cidade melhor para todos. 12
Em resumo, a importância de equipamentos culturais na cidade engloba a inclusão social na cadeia produtiva de cultura, principalmente da população excluída, a produção de atividades não-comerciais e de circulação de bens simbólicos com poder aglutinador de pessoas, inaugurando e consolidando novos polos de convivência pela cidade e a contribuição no processo de crescimento profissional da classe artística, promovendo oportunidade em espaços adequados à construção do diálogo entre artista e público.
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Avenida Paulista
4 - JUSTIFICATIVA 4 . 1 - O B a i r ro d e V i l a N o va Cachoeirinha Vila Nova Cachoeirinha está localizada na região periférica da zona norte de São Paulo, e passou por seu primeiro loteamento no ano de 1941. Desde então, o bairro cresceu e passou por diversas mudanças. Habitado inicialmente pela colônia nipônica, teve seu primeiro centro comercial localizado no Largo do Japonês, onde as famílias que moravam nas chácaras mais próximas vendiam o que produziam. O bairro foi batizado com seu nome em menção a uma pequena cachoeira localizada próximo, onde hoje encontra-se, a Av. Inajar de Souza. Devido a construção dessa avenida, a cachoeira teve de ser aterrada e o córrego Cabuçu, que acompanha o trajeto da via até a confluência com o Rio Tietê, foi tamponado. Moradores mais antigos contam que próximos aonde hoje há construído o hospital da região, havia, além da cachoeira, outros dois lagos que recebiam as famílias para lazer nos finais de semana. Atualmente a região é predominantemente residencial, com pequenos centros comerciais que atendem as necessidades básicas da população. Há uma boa distribuição de transporte, saneamento básico e a presença de equipamentos públicos, principalmente destinados à área da saúde. A metodologia utilizada é a de pesquisa qualitativa, embasando-se em autores como Vladimir Bartalini, Isaura Botelho, Ricardo Ohtake, Maria Arminda e Beatriz Kara-José. Como produto final, será proposto um projeto arquitetônico de equipamento cultural com enfoque na disseminação da dança, inserido em um bairro periférico da zona norte de São Paulo.
14
4.2 - Equipamentos culturais na zona norte de São Paulo A insuficiente presença de equipamentos públicos na zona norte de São Paulo, onze no total segundo site da prefeitura, levantou a questão de acesso da população periférica à cultura. Sendo deles, apenas cinco centros culturais, não comportam a demanda de população residente da região. A implantação de locais de estadia e aprendizado interfere indiretamente na qualidade de vida, segurança e acesso da população.Resultante de um mau planejamento, o cenário atual necessita de modificações básicas, iniciando pelo aumento inserção de equipamentos culturais.
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Biblioteca de São Paulo
SESC Santana
5 - ESTUDO DE CASO Para melhor entendimento de partido arquitetônico, programa de necessidades e possibilidades de uso de espaços e suas atividades, foram selecionados oito diferentes equipamentos culturais, que vão desde museus, até espaços que visam o desenvolvimento profissional da população que dele usufrui.
5.1 - Centro Cultural São Paulo Localizado no bairro da Liberdade, zona central de São Paulo, foi projetado pela equipe dos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles. Com fácil acesso, próximo à estação Vergueiro do metrô, foi um dos primeiros centros culturais multidisciplinares do país, e conta com biblioteca, acervos e coleções, salas de exposição, salas de estudo, espaços para apresentações de artes visuais, cinema, dança, literatura e teatro. O local também foi projetado com uma extensa área externa arborizado, de uso livre, o que resulta em uma interação por parte da população, distinta das encontradas em outros centros culturais.
Centro Cultural São Paulo
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Área interna - Centro Cultural São Paulo
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Plantas Baixas - Centro Cultural São Paulo
Área destinada à estudo e leitura - Centro Cultural São Paulo
5.2 - SESC 24 de Maio Localizado no bairro da República, zona central de São Paulo, foi projetado pela equipe do escritório MMBB e pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Próximo à estação República do metrô, o prédio com revestimento espelhado recém-inaugurado, comporta em seu programa: piscina, áreas de alimentação, área de convivência, biblioteca, salas multiuso, oficinas, áreas de exposição, salas para prática de atividades física além de consultórios odontológicos. Sua programação atende a diversas faixas etárias, e apesar de algumas serem pagas, o valor costuma ser acessível à população em geral. Seu programa de credenciamento possibilita que trabalhadores da área de comércio e serviço possam obter descontos em atividades, cursos e shows.
SESC 24 de Maio
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ร rea interna - SESC 24 de Maio
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Plantas Baixas - SESC 24 de Maio
11ยบ andar (Lanchonete) - SESC 24 de Maio
Plantas Baixas - SESC 24 de Maio
Plantas Baixas - SESC 24 de Maio
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Plantas Baixas - SESC 24 de Maio
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Cortes - SESC 24 de Maio
5.3 - SESC Pompéia Localizado no bairro da Vila Pompéia, zona oeste da cidade de São Paulo, teve seu projeto pensado pela arquiteta Lina Bo Bardi. Onde atualmente funciona seu complexo cultural, havia uma fábrica de tambores, que lhe conferiu o nome de Fábrica da Pompéia. Sua arquitetura de característica fabril foi mantida e comportou adequadamente todo o programa previsto pela rede SESC. Composto por restaurante, lanchonete, teatro, espaço para shows, oficinas, deck, piscina aquecida, biblioteca, quadras e consultórios odontológicos, seus espaços funcionam de forma multifuncional, recebendo diferentes layouts para exposições ou funcionando como área de convivência.
SESC Pompéia
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SESC Pompéia
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Área Externa - SESC Pompéia
Área de Convivência - SESC Pompéia
Planta Baixa - SESC Pompéia
Corte - SESC Pompéia
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5.4 - SESC Pinheiros Localizado no bairro de Pinheiros, zona oeste da cidade de São Paulo, seu projeto tem autoria do arquiteto Miguel Juliano. Seu programa, similar ao padrão dos outros equipamentos de mesma rede apesar de instalado em um edifício verticalizado, comporta: piscina, oficinas, áreas de alimentação, áreas de exposição, biblioteca, teatro, auditório, estacionamento, quadras poliesportivas, ginásios e consultórios odontológicos. Por se tratar de um prédio, seus espaços têm destinação mais engessada, possibilitando pequenas alterações de layouts expositivos, mas não uma característica de multifuncionalidade espacial.
SESC Pinheiros
24
Ginรกsio - SESC Pinheiros
25
Planta Baixa - SESC Pinheiros
Comedoria - SESC Pinheiros
Corte - SESC Pinheiros
5.5 - Instituto Moreira Salles Localizado no bairro da Bella Vista, zona central da cidade de São Paulo, foi projetado pelo escritório de arquitetura Andrade Morettin Arquitetos. Seu programa, de característica museográfico, comporta biblioteca, café, livraria, cinema e salas de exposições. Seu térreo elevado possibilita uma vista panorâmica da Avenida Paulista, atraindo diversos turistas ao equipamento. Seu diferencial construtivo dá-se pela fachada recuada dos vidros que fazem o fechamento dos primeiros andares abaixo de seu térreo. Sua circulação vertical, localizada à lateral do edifício, permite circular pelos andares sem que interfira nas exposições.
Instituto Moreira Salles
26
Térreo Elevado - IMS
27
Plantas Baixas - IMS
Andar Expositivo - IMS
Plantas Baixas - IMS
28
SESC PompĂŠia
Plantas Baixas - IMS
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Cortes - IMS
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5.6 - Japan House Localizado no bairro de Bela Vista, zona central da cidade de São Paulo, seu projeto tem autoria do Kengo Kuma em parceria com o escritório paulistano FGMF. Seu programa é constituído por salas de exposição, biblioteca, café, restaurante, loja e espaços onde ocorrem workshops. O objetivo do espaço é promover a disseminação da cultura japonesa atrelada ao fator tecnológico. Além desta unidade, há mais duas com o mesmo propósito, uma em Los Angeles e outra em Londres.
Japan House
30
Entrada - Japan House
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Plantas Baixas - IMS
Andar Expositivo - Japan House
5.7 - Centro de Arte Corpo Localizado em Nova Lima, Minas Gerais, o projeto foi selecionado em um concurso do qual foram apresentados mais de 160 trabalhos, e é um complexo para artes e dança do qual organiza o seu programa em quato espaços contruídos em etapas. Sua arquitetura permite que o público transite entre as praças confome a necessidade do uso cotidiano e o seu programa constituído por auditório, foyer, loja, café, galeria, salas, biblioteca, quadra, piscina, depósito e estacionamento, corresponde às demandas programáticas variadas.
Centro de Arte Corpo
32
Maquete EletrĂ´nica - Centro de Arte Corpo
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Plantas Baixas e Corte - Centro de Arte Corpo
5.8 - Laban Dance Centre Localizado na cidade de Deptford, em Londres, é a maior escola de dança conteporânea do mundo. Suas fachadas curvadas em vidro translúcido, criam uma atmosfera de um brilho pálido pelos ambientes. Seu programa com a temática de paisagem urbana é constituído por pátios internos, corredores, áreas de convivência, tudo isso envolvendo o teatro principal que é o coração do projeto.
Laban Dance Centre
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Lanchonete - Laban Dance Centre
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Plantas Baixas e Corte - Laban Dance Centre
Ă rea de ConvivĂŞncia - Laban Dance Centre
6 - PROJETO Como já sabemos, os equipamentos culturais têm papel importante nas diretrizes de política pública, auxiliando na redução de problemas de acesso aos bens, serviços e valores culturais, além de colaborar na redução do desequilíbrio na distribuição, a fim de democratizar o acesso à cultura. Ao promover ações culturais diversas, os equipamentos culturais geram fruição de seus espaços, aprendizados e práticas artísticas, além de garantir abrangência em seu público. Baseando-se nisso, a proposta do presente Trabalho de Conclusão de Curso é projetar um equipamento cultural de importância local e regional, com espaços de caráter multiuso, capaz de promover e disseminar atividades e conhecimento sobre a dança e suas vertentes para diversas faixas etárias, e que possibilite o desenvolvimento de exposições e apresentações. Como partido arquitetônico, foi pensado um complexo de três prédios interligados por uma extensa cobertura que tirasse proveito da horizontalidade do terreno escolhido, possibilitando conexões entre espaços internos e externos da edificação e utilizando de iluminação natural. Fazer conexões entre as duas avenidas que se encontram paralelas ao terreno gerando com isso um novo fluxo de passagem permeando a quadra também foi um elemento crucial para o projeto. O equipamento está situado em um terreno de 11.770 m², onde a construção térrea ocupa uma área de 6.840 m² e seu subsolo conta com mais 3.340 m² de apoio, totalizando 10.181 m² de área construída.
Croquis s/ escala
36
6.1 - Terreno - Localiza-se entre duas avenidas servidas por 20 linhas de ônibus, que ligam a terminais e as regiões oeste e central. - Área de uso predominantemente residencial; - Presença de pequenos polos comerciais que atendem as necessidades básicas da população residente; - Ausência de equipamentos culturais na região;
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Foto Aérea - Terreno
6.2 - Topografia e Fluxo - O terreno contém dois acessos, dos quais fazem frente a duas avenidas de fluxo intenso na região e apresenta uma topografia plana com exceção da lateral nordeste do terreno onde existe um aclive de 10m.
Topografia do terreno
Fluxo do terreno
6.3 - Desenhos Para melhor leitura do projeto, os desenhos (plantas, cortes, fachadas e croquis) encontram-se em anexo ao final deste volume.
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7 - CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a leitura dos materiais de fundamentação, dos quais auxiliaram na escolha do local e justificaram a importância de um projeto voltado para o meio cultural em São Paulo, além das pesquisas realizadas para obter maior conhecimento sobre programas, dimensões e formas de promover atividades através de espaços multidisciplinares e multifuncionais, foi proposto uma edificação capaz de suprir a necessidade local e regional de um espaço cultural. Localizado em uma região de fácil acesso, o equipamento comporta desde salas de aula para uso cotidiano até um auditório para uso em dias de apresentações. O projeto busca não somente trazer a função de entreter a população, mas também agregar positivamente na construção de seu carater cultural, propondo que a atuação da mesma seja cada vez mais presente. Assim, a relação deixa de ser apenas uso e passa a ser pertencimento.
39
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Análise Espacial e Gestão de Equipamentos Públicos de Educação, Segurança e Lazer. Disponível em: < https://bit.ly/2JLr6WC >.Acesso em – 22 abr. 2018 A importância dos Espaços Públicos: Uma Introdução. Disponível em: < https://bit.ly/2LhhPv4 >. Acesso em – 01 jun. 2018 ARMINDA, Maria. Metrópole e cultura o novo modernismo paulista em meados do século . Disponível em: < https://bit.ly/2A216Xd > Acesso em – 14 mar. 2018. AYRES, Andreia Ribeiro e SILVA, Luana dos Anjos. Equipamentos culturais e acesso à cultura: convergências entre a política cultural do município do rio de janeiro e o plano nacional de cultura. Disponível em < https://bit.ly/2M2iOeO >. Acesso em – 07 jul. 2018 BARTALINI, Vladimir. Paisagem e cultura em São Paulo. Disponível em: < https://bit.ly/2LxqN6s >. Acesso em – 14 mar. 2018. BOTELHO, Isaura. Os equipamentos culturais na cidade de São Paulo: um desafio para a gestão pública. Revista de Estudos regionais e urbanos. São. Paulo; Editora Annablume, n. 43-44, 2004. GESSI, Hennan. A Difusão do lazer na Cidade de São Paulo: O caso do Parque Shanghai (1937-1968) .Disponível em: < https://bit.ly/2ObenzZ >. Acesso em – 01 jun. 2018 IZUMI, Livia Regina Midori. Políticas públicas para a cultura em São Paulo: Uma reflexão sobre a ocupação dos espaços públicos, os equipamentos culturais e as manifestações culturais nas ruas da cidade. 2014. 26f. Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação – CELACC/ECA-USP, São Paulo, 2014
40
KARA-JOSÉ, Beatriz. A associação entre Cultura e Política Urbana na produção de desigualdades socioespaciais no Centro de São Paulo. Disponível em: < https://bit.ly/2JRdM2O >. Acesso em – 24 mar. 2018. NEVES, Fernando Henrique. Planejamento de equipamentos urbanos comunitários de educação: algumas reflexões. Disponível em: < https://bit.ly/2LCUn7t >. Acesso em – 28 mai. 2018. OHTAKE, Ricardo. A cultura na cidade. Disponível em: < https://bit.ly/2Luh8xK >. Acesso em – 16 mar. 2018. SANTOS, Fabiana Pimentel e DAVEL, Eduardo Paes Barreto. Gestão de Equipamentos Culturais e Identidade Territorial: Potencialidades e Desafios. Disponível em < https://bit.ly/2t6Y0vh >. Acesso em – 07 jul. 2018
Vila Nova Cachoeirinha completa 81 anos. Disponível em: < https://bit.ly/2A1XTa7 >. Acesso em – 8 abr. 2018.
41
Anexos
IRA VIE
UI RA CA NG
A VIEIR
BRASIL
ES LOP
RUA
CANG UIRA
SO AFON
L
GENER
AL
PENHA
NSO AFO
PENHA
S LOPE
RU A
BRASIL
E AV
NID
A
A AVENID
RUA
RUA
GEN
ERA
IMPLANTAÇÃO ESCALA 1:500
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO
EQUIPAMENTO CULTURAL
ESCALA 1:1000
CORPO,
dança e movimento
01/05 PLANTA DE FLUXOS ESCALA 1:750
CROQUIS SEM ESCALA
FLUXO PRINCIPAL FLUXO SECUNDÁRIO FLUXO TERCIÁRIO FLUXO RESULTANTE DA ORGANIZAÇÃO E DO USO DO EQUIPAMENTO
Úlima Moreira de Souza ORIENTADOR: Prof. Dr. Nelson Urssi ALUNA:
D AMBIENTES
6 3
3
2
4
A
7
7
4
2
2
A
4
2 5
6 3 4 4
2 3
2
2
2
2
2
Área Expositiva Multifuncional Salas de aula
3
W.C. Acessível
4
W.C.
5
Depósito de limpeza
6
Elevadores
7
Escadas
8
Informações e Loja
9
Foyer
10
Auditório
11
Biblioteca
12
Sala Técnica
13
Camarim
14
Depósito
15
Área para Carga e Descarga
16
Café
17
Secretaria
18
Administrativo e Coordenação
19
Refeitório Funcionários
20
Sala de Funcionários
21
Sala de Reuniões
22
Sala dos Professores
23
Diretoria
24
Arquivo
25
Vestiário
1
2
2
5
1 2
2
2
6
2 5
7 2
2
D
2 C
EQUIPAMENTO CULTURAL
CORPO,
E
6
B
dança e movimento
1 2
7
8
10
9
C
7 B
6 6
PLANTA BAIXA - TÉRREO E
ESCALA 1:200
02/05 Úlima Moreira de Souza ORIENTADOR: Prof. Dr. Nelson Urssi ALUNA:
AMBIENTES
6
12 D
4
3
25
A
5 6
7
4
25
7
A
24
23
4
11
3
21 22
1 20 19 7
18
1
Área Expositiva Multifuncional
2
Salas de aula
3
W.C. Acessível
4
W.C.
5
Depósito de limpeza
6
Elevadores
7
Escadas
8
Informações e Loja
9
Foyer
10
Auditório
11
Biblioteca
12
Sala Técnica
13
Camarim
14
Depósito
15
Área para Carga e Descarga
16
Café
17
Secretaria
18
Administrativo e Coordenação
19
Refeitório Funcionários
20
Sala de Funcionários
21
Sala de Reuniões
22
Sala dos Professores
23
Diretoria
24
Arquivo
25
Vestiário
6
17
5
C
D
EQUIPAMENTO CULTURAL
E
13 6
B
1
16
4
2
7
3
C
B
15
4 6 6
dança e movimento 14
7 3
CORPO,
4
E
PLANTA BAIXA - SUBSOLO ESCALA 1:200
03/05 Úlima Moreira de Souza ORIENTADOR: Prof. Dr. Nelson Urssi ALUNA:
VISTA 1 ESCALA 1:200
VISTA 2 ESCALA 1:200
VISTA 3 ESCALA 1:200
EQUIPAMENTO CULTURAL
VISTA 4 ESCALA 1:200
CORPO, danรงa e movimento
VISTA 5 ESCALA 1:200
04/05 ร lima Moreira de Souza ORIENTADOR: Prof. Dr. Nelson Urssi ALUNA:
VISTA 6 ESCALA 1:200
740
740
740
735,8
735,8
CORTE A - A ESCALA 1:200
740
740
740
740
739,1
735,8
735,8
CORTE B - B
CORTE C - C
ESCALA 1:200
ESCALA 1:200
EQUIPAMENTO CULTURAL
CORPO, danรงa e movimento
740
740
740 740
740
740
05/05
735,8 735,8
CORTE D - D
CORTE E - E
ESCALA 1:200
ESCALA 1:200
735,8
ร lima Moreira de Souza ORIENTADOR: Prof. Dr. Nelson Urssi ALUNA: