Jornal Terra Ruiva - Jornal do Concelho de Silves

www.imprensaregional.com.pt/terra_ruiva 1 Maio 2015 Maio de 2015 ANO XV - Nº 166 0.70 Euro Diretora: Paula Bravo

J O R N A L D O C O N C E L H O D E S I LV E S Silves

Algoz

Ampliação de cemitério

Etar desactivada pág 5

Ex- presidente da Junta de Freguesia de S. Marcos da Serra acusado de “abuso de poder” Disputa sobre um caminho na origem do problema

pág 5

Publicação Mensal

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL

Silves

Messines

Roubos preocupam

1ª Cãominhada da Cidade

pág 9

pág 12

Jovens das escolas do concelho a olhar cá para dentro Alunos identificam problemas e apontam soluções, em sessão da Assembleia Municipal Jovem p7

p2

Jovens estudantes de Silves e de Messines Brilham em concursos p 13

Delegação de Alcantarilha na Assembleia da República Quer ouvir o ministro da Saúde sobre a ambulância de emergência médica p 13

IGNITE SILVES procura Speakers Quem se atreve? p 10

Ter r a R ui v a pro mo ve Encon t ros c o m L ei to res E Exposição Comemorativa dos 15 Anos

p 20

Época balnar prestes a arrancar em Armação de Pêra Obras e limpezas preparam verão

p3

Pub.

teofilo@teofilo.com.pt

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Geral Maio 2015

Ex- presidente da Junta de S. Marcos da Serra Acusado de “abuso de poder”

O

ex-presidente da Junta de Freguesia de S. Marcos da Serra, José Folgado, foi acusado da “prática do crime de usurpação de coisa imóvel e do crime de abuso de poder” por factos praticados pelo mesmo durante o exercício do seu último mandato como presidente.

Foi-lhe imposta uma “medida de coação de prestação de termo de identidade e residência”.

A sentença foi conhecida por despacho do dia 11 de março e diz respeito a uma situação ocorrida a 7 de junho de 2013. Segundo a acusação, nesse dia, a mando do então presidente José Folgado, entraram numa propriedade privada, no sítio da Perna Seca, pessoal e uma máquina niveladora da Junta de Freguesia e procederam ao nivelamento e alargamento, em cerca de quatro metros, do caminho aí existente.

A existência deste atalho, que não se encontrava cadastrado pela Câmara Municipal, vinha sendo contestado pela proprietária do terreno que alegava que o mesmo era

usado, principalmente em época de caça por caçadores em motos e jipes, a qualquer hora da noite, provocando grande incómodo, por ser muito próximo da sua habitação. Afirma a acusação que José Folgado teria conhecimento das queixas da proprietária e do seu desejo de pôr termo ao caminho, mas ignorou essa pretensão. Ao contrário, acabou por dar as ordens para que o mesmo fosse alargado e nivelado, transformando-o num caminho com cerca de quatro metros de lado, que permitiria a passagem de mais e maiores veículos.

Ao aperceber-se do que estava então a acontecer, a proprietária do terreno e também o seu advogado, este através de contacto telefónico com o então presidente da Junta, tentaram opor-se à situação, mas foram ignorados e os trabalhos foram concluídos. As razões que terão levado José Folgado a tomar esta atitude, são claras para a acusação. Face a estes factos, a proprietária apresentou queixa contra o presidente da Junta, José Folgado. Apreciada em Silves pelo pro-

curador-adjunto, o mesmo decidiu pelo seu arquivamento, pelo que a acusação recorreu para Portimão.

Aí foi dada razão à queixosa e José Folgado acabou por ser acusado de três crimes: “dano”, “usurpação de coisa imóvel” e “abuso de poder”.

Terá ficado provado que José Folgado quis alargar e nivelar o caminho “para permitir nele a passagem dos demais proprietários confinantes da ofendida, não obstante saber que estava em terrenos que a estes não pertencia” e “ordenou tais trabalhos, e manteve o prosseguimento dos mesmos, usando da ascendência do cargo que à altura exercia, mas completamente fora do âmbito das competências que lhe estavam adstritas”.

Diz ainda que o arguido procedeu “ usando e abusando da utilização de máquinas e trabalhadores públicos em favor de um número restrito de particulares” e que “agiu sempre de forma livre, deliberada e consciente”, ainda que “sabendo que a sua conduta não lhe era permitida e que a mesma era punida por lei”.

A José Folgado foi imposta uma “medida de prestação de termo de identidade e residência”.

Entretanto, o advogado da queixosa recorreu novamente para o Procurador de Portimão, por considerar que o procurador-adjunto de Silves não deduziu nenhuma acusação contra o “crime de dano”, no que foi atendido, pelo que o processo irá ter desenvolvimentos.

À espera da decisão O Terra Ruiva falou com José Folgado, mas o ex-presidente da Junta de S. Marcos da Serra disse que preferia não fazer comentários, uma vez que tinha contestado a decisão do tribunal e “estou à espera da decisão”. Adiantou apenas que o “caminho existe desde sempre” e que a dita proprietária “só ao fim de alguns anos” é que “apareceu com as queixas”.

José Folgado confirmou também a existência de um abaixo-assinado, feito na altura dos acontecimentos, no qual os signatários solicitavam a intervenção no referido caminho, que consideravam de interesse pú-

José Folgado esteve vinte anos na Junta de Freguesia de S. Marcos da Serra

blico, por permitir um acesso mais fácil a várias propriedades. Ao que o Terra Ruiva apurou, esta é uma situação que divide a população em S. Marcos da Serra, havendo muitas pessoas que se pronunciam a favor de José Folgado e da sua intervenção no caminho e criticando a atitude da proprietária.

Em todo o caso, qualquer que venha a ser o desfecho deste caso, esta é uma situação invulgar no concelho de Silves, com um autarca sendo alvo de uma acusação criminal semelhante.

Paula Bravo

I Simposium da Pedra, D. Sebastião em Alcantarilha em Silves

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scultores de sete países estão a trabalhar, ao vivo, no Castelo de Silves, até ao dia 31 de maio, no decorrer do I Simposium da Pedra.

Este encontro, que se iniciou no dia 16 de maio, será preenchido com várias atividades dias de atividade, nomeadamente um concerto pela Orquestra e Jazz do Algarve, pelas 22h do dia 30 de maio, no Teatro Mascarenhas Gregório.

O evento é coorganizado pela Câmara Municipal de Silves, pela Busílis da Comunicação (Agência de Comunicação) e pelo Templo do Templo (oficina de estatuária e pintura que funciona num antigo armazém de mercadorias da estação ferroviária de Silves, aberta em 2010 e dirigida pelo escultor Villares Pires).

António da Cunha e Arlindo Arez representam Portugal neste encontro internacional, sendo o último algarvio e com obra visível nesta

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o dia do fecho da nossa edição, o rei D. Sebastião acabara de chegar à Vila de Alcantarilha, como mostra a foto ( de Luís Medeira).

Centenas de pessoas eram esperadas neste fim de semana ( 16 e 17 de maio) para assistirem à segunda recriação histórica da visita do jovem rei D. Sebastião à povoação de Alcantarilha em 1573.

A “Visita Régia de D. Sebastião a Alcantarilha” foi organizada e promovida pela Casa do Povo de Alcantarilha, Pêra e Armação de Pêra, em colaboração com a União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra, com o apoio da Câmara Municipal de Silves, Junta de Freguesia de Armação de Pêra e diversas instituições concelhias.

região (por exemplo, o Cristo que se encontra na Igreja das Ferreiras).

Gabriel Muñoz Ramírez (Costa Rica), Marcos Torandell (Espanha), María Trinidad Caminos (Argentina), Marta Fresneda (Espanha), Paul Popescu (Romenia), Ricardo Kersting (Brasil) e Vito Guardo (Itália) são os restantes participantes neste Simposium. Todos trabalharão ao vivo, podendo os visitantes deste espaço, apreciar o que vai sendo criado.

A escolha de Silves e do seu Castelo foi decisiva, já que a história serve, na perspetiva da organização, «um dos objetivos fundamentais deste projeto: reconquistar para a escultura em pedra o primado das mãos e do figurativo». Nesse sentido, também o tema a trabalhar pelos escultores – a cortiça -, reflete a importância dada a uma atividade que marcou a história recente da cidade.

Mais informações sobre o evento poderão em http://www.simposiumdapedra.com/.

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Informação Maio 2015

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Praias do concelho com Bandeira Azul

Num ano em que o Algarve atinge um novo recorde de praias e marinas com Bandeira Azul ( 85 praias e 4 marinas), as praias do concelho estão de novo incluídas na lista oficial divulgada pela Associação Bandeira Azul da Europa.

Para o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), «este é mais um registo notável nas bandeiras azuis, a antecipar a época alta do turismo algarvio, e não teria sido possível sem o habitual envolvimento dos municípios da região, que estão de parabéns». Desidério Silva considera que o Sol e Mar são «o maior produto turístico do Algarve e do país» e lembra ainda que, pelo quinto ano seguido, «a região está nomeado para Melhor Destino de Praia da Europa nos World Travel Awards, os óscares do turismo».

O Programa Bandeira Azul apresenta três vertentes: praias, marinas e embarcações de recreio, tendo como instrumento o galardão Bandeira Azul da Europa, atribuído anualmente mediante o cumprimento de um conjunto de critérios de natureza ambiental, de segurança e conforto dos utentes e de informação e sensibilização ambiental. .A RTA edita um Guia de Praias, que também está disponível para download gratuito em http://bit.ly/praias_algarve.

Guia das praias do Algarve disponível on-line

Preparativos para arranque da época balnear A época balnear de 2015 arranca oficialmente no dia 1 de junho e termina a 30 de setembro, embora as autarquias possam alterar estas datas, como algumas têm feito, como Albufeira, que já iniciou a 15 de maio e só terminará a 18 de outubro.

Por cá, nas últimas semanas, a Câmara Municipal de Silves e a Junta de Freguesia de Armação de Pêra têm divulgado a realização de uma série de trabalhos e obras, com vista à preparação do verão.

Equipa de voluntários para a limpeza da praia

Obras no Vale do Olival A execução de um caminho pedestre, de um passadiço sobre-elevado em madeira, a plantação de espécies ribeirinhas e a construção de dois açudes, são algumas das obras que visam a “recuperação e valorização ambiental da foz da ribeira do Vale do Olival, em Armação de Pêra” e que acabam de ser concluídas.

Segundo informa a autarquia “trata-se de uma intervenção cujo investimento é de 100 mil euros, sendo 70% do valor financiado a fundo perdido pelo programa PO Algarve 21 – Eixo 2 – Ações de Valorização do Litoral, e os restantes 30% suportados pelas Câmaras de Silves e Lagoa (15% cada).”.

Esta candidatura “incluiu, ainda, o projeto de execução técnica do Parque Urbano Nascente de Armação de Pêra, na margem direita da ribeira de Alcantarilha, perto do ex-campo dos Armacenenses (antigo “Estádio das Gaivotas”).”

Obras no Vale do Olival

“De referir que no decorrer da obra foram detetadas novas necessidades, pelo que foi solicitado ao Programa um reforço financeiro tendo em vista a realização de trabalhos adicionais como a execução de uma vedação de segurança, o prolongamento do caminho

pedestre até à praia e a repavimentação do espaço do antigo minigolfe. Estas intervenções, que se encontram em fase de concurso, rondam os 48.000 euros.

Minimizar o impacto da erosão na foz da ribeira, bem como o impacto ambiental

resultante das descargas de águas pluviais contaminadas e das descargas acidentais que ocorrem da Estação Elevatória de Esgotos são os principais objetivos das obras efetuadas”, acrescenta a nota da autarquia.

areia à praia”, duas máquinas pesadas de rastos procederam ao enchimento dos espaços adjacentes a restaurantes, apoios de praia, falésias e acessos.

Mário Godinho acrescentou ainda que a autarquia iniciou a limpeza das águas estagna-

das junto à ribeira de Alcantarilha/Armação de Pêra, bem como, a aplicação de larvicidas, no processo de combate à praga de mosquitos, de acordo com as orientações recebidas da Administração Regional da Saúde.

Limpeza e regularização do areal Já no dia 10 de maio, pelo segundo ano consecutivo, decorreu uma “Ação de Limpeza nas Arribas e Acessos à Praia de Armação de Pêra”, com a colaboração de muitos voluntários.

Esta foi uma iniciativa da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, com o apoio da Câmara Municipal de Silves, Agrupamento de Escolas Silves Sul, Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas de Armação de Pêra, Pêra e Alcantarilha, Agrupamento 0598- Armação de Pêra e Polis Apoteose.

Preparar as condições para o início oficial da época balnear, mas também “sensibilizar e alertar a população” para a importância e necessidade de adotar comportamentos que permitam preservar e valorizar aquele que é considerado por muitos o recurso natural mais precioso de Armação de Pêra - a praia”, foram os objetivos desta ação.

Também o areal de Armação tem estado a ser sujeito a trabalhos de regularização, com o objetivo de criar melhores condições de circulação a quem procura esta praia.

Os serviços camarários têm desenvolvido, nas últimas semanas, operações diárias de regularização do areal da praia de Armação de Pêra, à semelhança do ano transato. Duas máquinas pesadas de rastos, um dumper e os seus operadores, têm realizado a tarefa de reposição e regularização do areal na praia e respetivos acessos.

O setor de jardins da Câmara Municipal de Silves procedeu também à limpeza da arriba junto ao antigo mini-golfe. O vice-presidente da autarquia silvense, Mário Godinho, que assumiu a coordenação dos trabalhos, adiantou ao Terra Ruiva que já no início do mês de abril, na sequência do mau tempo que se fez sentir, concretamente, com “mar agitado de levante que roubou

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Informação Maio 2015

Editorial

Tomar Partido Paula Bravo

Baralhar e voltar a dar

O barco do emprego

Nos últimos dias, uma série de circunstâncias, a que chamamos “vida”, tem-me feito refletir na diminuição e envelhecimento da população do concelho, em especial nas freguesias de S. Bartolomeu de Messines, S. Marcos da Serra e Silves.

As ruas de prédios desabitados, muitos já ao abandono com tabuletas de “vende-se” que nunca serão cumpridas, são apenas uma dos rostos visíveis deste flagelo.

Algumas pessoas ainda não se aperceberam da dimensão do problema… há assuntos que nos escapam, pela sua complexidade ou porque parecem distantes do nosso quotidiano…

O problema da baixa natalidade e do envelhecimento da população atinge brutalmente a Europa mais bem instalada na vida.

Pergunto-me: o que poderemos fazer, à escala concelhia?

Algumas autarquias têm aplicado medidas de reforço à natalidade, concedendo subsídios aos casais que são pais… Incentivos que aligeiram as despesas do momento, mas que são ineficazes no combate ao problema.

Só a criação de emprego poderá reverter e até combater o declínio populacional. Mas como conseguir alcançar esse bem que todos os municípios perseguem?

A julgar pelos textos promocionais dos municípios, não há um único que não tenha um rico património natural e cultural, uma deliciosa gastronomia, gente do melhor e, claro, um mundo de “potencialidades”, numa “localização privilegiada”… Estando todos à procura do mesmo tesouro, a sorte só sorrirá aos audazes.

Olhando para dentro das nossas fronteiras, vemos que, descontadas as palavras, a autarquia tem estado alheada da economia geradora de emprego. Salvo algumas iniciativas e sucessos pontuais – que são a exceção – Silves dormita à sombra da riqueza do património e da agricultura, mas estes valores não têm correspondido a um maior número de empregos.

Atrair empresas para o concelho e criar melhores condições às que já cá estão é absolutamente

Francisco Martins

vital e não é tarefa que possa ser adiada. Não sendo a pessoa indicada para sugerir medidas concretas, no âmbito da fiscalidade e dos incentivos, vejo que é assim que outras autarquias “têm ido à guerra” e que nos últimos dois, três anos se têm concretizado investimentos significativos em cidades do interior. Como o caso do Fundão que conseguiu criar 500 empregos no seu parque empresarial. À partida, havia quem duvidasse que se conseguisse atrair jovens para o interior, mas apareceram em grande número, quando o emprego surgiu.

Também o incentivo ao empreendedorismo é de grande importância, quando se quer fixar jovens nas nossas terras, bem como a habilitação de mais recursos aos candidatos a emprego. Neste sentido, realça-se a existência do Gabinete do Empreendedorismo Local (GEL) da Câmara, criado em novembro de 2014, que se juntou ao Gabinete de Inserção Profissional (GIP) que existe desde 2009.

O que não me parece tão bem é a forma “acomodada” como estes gabinetes parecem funcionar. Aposto já aqui que metade da população nunca ouviu falar dos mesmos… Sendo Silves um concelho tão grande, não seria interessante a descentralização destes serviços pelas freguesias?

Pode parecer que não, mas faz diferença a muita gente ter de gastar dinheiro numa viagem até Silves… Aqui ao lado, em Albufeira, já se descentralizou e os técnicos percorrem todas as freguesias, fazendo aconselhamento e dando informações.

Se queremos criar emprego no concelho, temos de ser mais dinâmicos, olhar o presente e o futuro numa perspetiva integrada, fazer ver aos “acomodados” que, ou remamos todos no mesmo sentido, ou nos afundamos todos juntos. O declínio de Silves tem-se acentuado e, se não se inverter, muito em breve a nossa situação será verdadeiramente difícil. Voltando à imagem do barco… a água já nos tapa os pés…

A Troika foi embora mas ainda continua por cá a infernizar a vida dos portugueses, através da imposição das suas políticas, zelosamente aplicadas pelos executores internos, obsessivamente, assentes na austeridade e empobrecimento, na fúria privatizadora, no ataque aos bens e serviços públicos e castração dos direitos dos cidadãos nas áreas do trabalho, saúde, educação e segurança social.

Se em relação a quem nos (des)governa não há margem para dúvidas quanto ao futuro, anunciando-se corte de 600 milhões nas pensões e a manutenção em doses elevadas da austeridade, no que respeita ao PS e a António Costa, a apresentação recente do relatório ” Uma Década para Portugal”, redigido por doze economistas próximos do partido, também nos alimenta a desconfiança, de que a alternativa não passaria de alternância, tais são as semelhanças entre ambas as forças políticas do bloco central. “Uma Década para Portugal” está muito mais à direita do PS do que seria de esperar” ( João Pereira, Semanário Expresso, 25.04.15). A austeridade é para manter. As diferenças entre governo e o partido da rosa centram-se nos ritmos de redução da sobretaxa do IRS que representam menos de um quarto do brutal aumento de impostos perpetrado em 2013 (700 milhões em 3 200 milhões de euros), na redução da TSU para trabalhadores e empesas e na reposição mais rápida dos salários da função pública, mantendo-se até às calendas o congelamento das suas carreiras, o congelamento de pensões e a manutenção do fator de sustentabilidade e a idade da reforma.

Uns e outros, prosseguirão com as privatizações. Uns e outros não tocarão nos privilégios e taxas de rendibilidade obscenas das parcerias público-privadas que sugam milhares de milhões de euros anuais aos contribuintes. De políticas económicas diferentes e necessárias ao

aumento da produção nacional, à substituição das importações e ao incremento das exportações, no fundo a raiz estrutural do problema português, nem uma palavra.

Mas a indefinição, a confusão e a desconfiança reforçam-se quando António Costa afirma que o relatório atrás referido não é uma bíblia para si, reservando-se o direito de aceitar umas medidas e orientações, e rejeitar outras, ao sabor das conveniências, a que se soma, as promessas lançadas em anteriores atos eleitorais, invariavelmente incumpridas, aplicando-se o contrário do prometido, ao chegar ao governo.

E este comportamento tem sido extensivo aos dois protagonistas da cena política portuguesa. Em suma, torna-se pertinente questionar como é possível uma verdadeira alternativa à coligação de direita, aceitando-se completamente o quadro da Troika, as regras do Tratado Orçamental e o atual figurino do Euro que coartam a soberania nacional e nos colocam num autêntico “colete de forças”? É como tentar fazer a quadratura do círculo!

Apostila – Com o pretexto da defesa dos princípios da coesão social

e territorial, do aumento da eficiência e da sustentabilidade económico-financeira, o governo pretende efetivar a fusão e verticalização dos sistemas de água, forçar a alienação das redes de distribuição de água em baixa (geridas pelos municípios) aos sistemas em alta (geridos pela Águas de Portugal) para mais tarde facilitar a sua privatização.

A ERSAR (entidade reguladora) é utilizada como “cavalo de Troia” junto dos municípios, obrigando-os a cumprir com as suas medidas sob pena de monstruosas sanções financeiras, mormente, na adoção de novo regulamento tarifário, condicionando-os também no acesso ao novo programa comunitário para investimentos no setor, violando grosseiramente a autonomia do Poder Local. A subida prevista nos tarifários para os próximos cinco anos é de mais de 14% no caso das águas residuais e de 24% na água para consumo. O acesso à água é um direito humano básico que deve ser assegurado por serviços públicos sustentáveis e de qualidade mas não é essa a opinião dos governantes que preferem proporcionar mais um negócio de milhões aos grandes grupos privados.

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Ficha Técnica

Directora: Paula Bravo.

Redacção: Francisco Martins, José Carlos Xavier. Director Financeiro: Francisco Martins (TLM- 918 700 152).

Colaboradores: António Eugénio, António Guerreiro, Aurélio Nuno, Carlos Vargas, Eugénio Guerreiro, Estela Louçã, Gabriela Martins, Helena Pinto, José Manuel Vargas, Maria José Grade da Encarnação, Maria Lúcia Santos, Maria Luísa Anselmo, Mónica Gonçalves, Paulo Silva, Rogélio Mena Gomes, Teodomiro Neto, Vera Gonçalves. Redacção, Administração e Publicidade: Rua da Fábrica, nº 3; 8375 - 147, S. Bartolomeu de Messines, TLM: 962856922, e- mail: terraruiva@gmail.com, www.imprensaregional.com.pt/terra_ruiva. Design gráfico e pré-impressão: Bruno Cortes. Impressão: FIG-Indústrias Gráfica, S.A. - Coimbra. Periodicidade: Mensal. Tiragem: 1500 exemplares.

Propriedade: Associação de Desenvolvimento do Concelho de Silves “Pé de Vento” – NPC 504606867. Registado no Instituto de Comunicação Social com o número 123511. Depósito Legal nº 153123100. Os artigos de opinião são da responsabilidade dos seus autores.

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José Manuel Lima Cabrita SÓCIO-GERENTE

FARO – Rua Aboim Ascensão, 34 – telef.: 289 894 400 / 4 – Fax: 289 894 401 FARO – Av. 5 de Outubro, 16 – telef.: 289 894 410 MESSINES – Rua Heróis de Mucaba, 28 – telef.: 282 333 300 / 282 333 305–Fax:282 333 309 QUARTEIRA – Av. Mota Pinto, 8 – telef.: 289 389 526

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Concelho Ampliação do cemitério de Silves Estão a decorrer as obras de ampliação do cemitério de Silves. A intervenção ronda os 79.200 euros e terminará no início do segundo semestre de 2015, informa a Câmara Municipal.

A ampliação será efetuada “numa área de 4792 m2, a nascente do cemitério e contempla a demolição do muro atual localizado junto à referida zona, e a construção de um novo que delimite a zona intervencionada, dando, assim, lugar a um espaço único”.

ETAR do Algoz vai ser desativada

Já se iniciaram os trabalhos de ligação da freguesia Algoz/ Tunes ao Sistema de Águas Residuais de Albufeira, Lagoa e Silves.

As obras devem decorrer até ao final deste ano e irão permitir a desativação da atual ETAR do Algoz “propriedade do Município de Silves, infraestrutura que à presente data possui um grau de tratamento deficiente e com sucessivas violações do seu normativo de descarga, com os graves problemas ambientais daí resultantes”, segundo a empresa Águas do Algarve, entidade responsável pelas obras.

“Este investimento irá ainda possibilitar assegurar a drenagem dos efluentes gerados pelos aglomerados populacionais existentes entre Algoz e Montes Raposos (incluindo Vale de Margem), conduzindo-os para a Estação Elevatória EE8 (Montes Raposos) e assim integrados no Sistema de Águas Residuais de Albufeira Poente e desta forma sujeitos a tratamento na ETAR de Albufeira Poente”, acrescenta a Águas do Algarve.

900 participantes apoiaram Banco Alimentar

A última edição do Silves Tour, promovida pela Câmara Municipal, de Silves (CMS), no dia 3 de maio, contou com mais de 900 par ticipantes, entre marchantes e ciclistas, e também mamãs e filhos, na vertente 1.ª Mini Mamã.

O valor angariado com a venda de t-shirts foi de 3665 euros, verba esta destinada ao apoio do Banco Alimentar Contra a Fome – Algarve (BA Alg). Paralelamente ao evento desportivo, a CMS lançou nas escolas do concelho uma campanha de recolha de alimentos que angariou cerca de 120 kg de bens alimentares.

Presente no local esteve, também, o Instituto Piaget, que garantiu a realização de um rastreio da pressão arterial, medição frequência cardíaca e o índice de glicose no sangue.

A Câmara Municipal de Silves agradece a todos aqueles que participaram e/ou contribuíram para o sucesso desta iniciativa, ato que irá permitir um reforço no apoio do Banco Alimentar contra a Fome – Algarve a cerca de 8.000 famílias algarvias.

Informação Maio 2015

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O que é o ECVET O Sistema Europeu de Créditos do Ensino e Formação Profissionais, frequentemente referido como ECVET, é um quadro técnico para a transferência, reconhecimento e (se for o caso) acumulação de resultados individuais de aprendizagem, tendo em vista a obtenção de uma qualificação.

Orientadas por uma Recomendação a nível europeu, as ferramentas e a metodologia do ECVET incluem uma descrição das qualificações em termos de unidades dos resultados da aprendizagem, um processo de acumulação e transferência e uma série de documentos complementares como, por exemplo, acordos de aprendizagem, transcrições pessoais e guias de utilizador. O ECVET visa facilitar o reconhecimento, de acordo com a legislação nacional, dos resultados de aprendizagem, num quadro de mobilidade, para efeitos de obtenção de uma qualificação.

O ECVET tem como objetivo apoiar a mobilidade dos cidadãos europeus, facilitando a aprendizagem ao longo da vida (aprendizagem formal, informal e não formal) e proporcionando uma maior transparência em termos de experiências de aprendizagem individual, tornando mais atrativa a deslocação entre diferentes países e diferentes ambientes de aprendizagem.

Ao nível dos sistemas, o ECVET tem como objetivo melhorar a compatibilidade entre os diferentes sistemas de ensino e formação profissional (EFP) existentes em toda a Europa e as suas qualificações. Da perspetiva da mobilidade geográfica, o ECVET tem como objetivo facilitar a validação, o reconhecimento e a acumulação de aptidões e conhecimentos adquiridos durante uma estadia noutro país tendo em vista garantir que tais experiências contribuem para a realização das qualificações vocacionais

Benefícios do ECVET para a aprendizagem ao longo da vida No contexto da reestruturação económica, em que certos sectores estão em declínio enquanto outros têm dificuldades em recrutar colaboradores devidamente qualificados, existe uma grande necessidade de mão-de-obra flexível. Espera-se que as pessoas tenham a capacidade, bem como as oportunidades, para continuar a aprender e a desenvolver novos conhecimentos, aptidões e competências. A aprendizagem ao longo da vida tem como objetivo facilitar a transição entre diferentes trabalhos, empresas ou sectores, bem como a transição do desemprego ou inatividade para o emprego. É vista como uma forma de melhorar a correspondência entre a procura e a oferta no mercado laboral bem como de apoiar a inclusão social.

- O ECVET é uma ferramenta que pode ajudar na aprendizagem ao longo da vida melhorando a transferência, o reconhecimento e a acumulação do que foi aprendido no passado, independentemente do ambiente de aprendizagem. Pode facilitar o desenvolvimento de percursos de aprendizagem flexíveis e individualizados ao longo da vida que permitam às pessoas adquirir conhecimentos, aptidões e competências e, em última instância, uma qualificação.

- O ECVET suporta uma série de cenários de aprendizagem e para o aprendente individual, incluindo: - Aprendentes que pretendam atualizar ou melhorar as suas qualificações através do estudo em tempo parcial.

- Aprendentes que pretendam estudar para obter qualificações adicionais que complementem ou acrescentem algo às que já detêm.

- Aprendentes que procuram qualificações para progredir na carreira.

Objetivos do ECVET - Aprendentes que regressem a programas de educação e - Mobilidade das pessoas em formação; - Validação dos resultados das aprendizagens realizadas ao formação. longo da vida; Como funciona o ECVET? - Transparência das qualificações; - Confiança mútua e cooperação entre os atores da educa- O ECVET baseia-se numa série de componentes técnicas, princípios e objetivos comuns centrados no reconhecimento ção e formação profissional na Europa. de resultados de aprendizagem dos cidadãos europeus no âmbito do ensino e formação profissionais, independentePorquê utilizar o ECVET? mente do contexto de aprendizagem, localização ou metodologia.

Benefícios do ECVET para a mobilidade geográfica O ECVET funciona em conjunto com o Quadro Europeu Apesar da mobilidade no ensino e formação profissional de Qualificações (QEQ) para permitir uma maior transpa(EFP) já estar a acontecer, a ambição política da UE é au- rência das qualificações europeias, promover a mobilidade mentar significativamente tanto os números como a dura- de trabalhadores e estudantes e facilitar a aprendizagem ao longo da vida. ção dos intercâmbios de mobilidade. Desenvolver e aperfeiçoar O ECVET junta um grande número de entidades, a nía mobilidade geográfica no EFP implica criar uma série de vel nacional e europeu, com vista a encorajar a uma maior atividades e mecanismos de suporte adequados ao grupo implementação e utilização, particularmente no que toca à alvo de aprendentes do EFP incluindo, por exemplo, apren- mobilidade para fins de aprendizagem. dizagem de línguas, apoio financeiro e reconhecimento de aprendizagem. O reconhecimento da aprendizagem e da transparência do que os aprendentes alcançaram no estrangeiro são ambos elementos cruciais para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da mobilidade no EFP. - O ECVET foi concebido como um de uma série de instrumentos europeus (outros incluem o Europass e o Quadro Europeu de Qualificações) que têm como objetivo o melhoramento do reconhecimento e da transparência.

- O ECVET proporciona um quadro para a avaliação, validação e reconhecimento de resultados da aprendizagem, bem como uma série de instrumentos e ferramentas comuns capazes de apoiar a qualidade na mobilidade.

- O ECVET promove a integração da mobilidade nos percursos de aprendizagem existentes.

- O ECVET apoia a valorização de competências chave (como, por exemplo, conhecimentos de línguas estrangeiras ou competências interculturais) em conjunto com as de orientação mais técnica - ou vocacional.

- O ECVET contribui para o desenvolvimento de uma linguagem comum para utilização das diferentes partes interessadas de EFP e promove a confiança mútua na comunidade EFP mais ampla.

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Opinião Maio 2015

Consultório Jurídico

Eugénio Guerreiro

Direito a mentir Direito ao silêncio

Há algum tempo atrás, João, leitor do Terra Ruiva, em jeito de sugestão alvitrou: “Gostaria que num dos próximos números do Terra Ruiva fosse abordada a questão, que não consigo compreender, dos réus em Portugal terem o direito de mentir e terem o direito de ficar calados em tribunal sem que isso lhes cause quaisquer problemas.”

Comecemos por uma precisão. João falou em “réus” mas percebe-se que estava a situar a questão no âmbito dos processos criminais em que o termo equivalente, o termo próprio,

Utilidade Marginal

António Eugénio

Algarve: terra do sol, mar e calhaus

O Algarve, para todos os efeitos, é uma região privilegiada. É uma região com uma elevadíssima componente turística e é visitada por milhões de turistas anualmente, que aqui gastam milhões de euros. São conhecidas as filas e filas de turistas e visitantes que se acumulam para fazer as mais pequenas tarefas mundanas. Queremos ir à padaria? Metemo-nos na fila.

Opinião

Maria José Grade da Encarnação

Maio de 2015

Não posso deixar de começar este pequeno texto, sem dar conta da situação que vivem milhares de emigrantes que, saindo dos seus países de origem, buscam uma vida melhor. É, de facto, uma questão que nos deve deter o pensamento e olharmos para todos aqueles que preferem enfrentar a morte a ficar nas suas terras.

Este não é um assunto novo. Talvez para os políticos europeus seja uma grande maçada, mais evidente agora com os últimos naufrágios e a tenebrosa contabilidade de mortos que o Mediterrâneo tem clamado.

Mas como alguns se recordarão, esta questão mereceu uma forte chamada de atenção por parte do Papa Francisco. Lembro que a sua primeira viagem apostólica foi à Ilha de Lampedusa, em Julho de 2013, onde, com determinação, co-

Coluna Jurídica

O Terra Ruiva conta com a colaboração do advogado Eugénio Guerreiro que se disponibiliza a responder a questões dos leitores.

Tem uma dúvida jurídica?

Quer uma opinião sobre algum caso que o preocupe? Envie-nos a sua questão.

é o de “arguido”. O termo “réu” aplica-se especialmente nos processos cíveis e não tem a mesma conotação negativa de “arguido”. Por exemplo, António apresentou uma queixa-crime contra Mário acusando este de lhe ter furtado um veículo. Mário será constituído “arguido” e será julgado por um tribunal criminal pela prática do crime de furto. Porém, se António pretende queixar-se de Mário por este não ter, por exemplo, cumprindo um contrato consigo, nesta hipótese, já terá que instaurar um processo num tribunal cível pedindo que o “réu” Mário seja condenado a cumprir esse contrato.

Neste processo cível, tanto o “autor” António como o “réu” Mário podem ser chamados a depor em julgamento, e, se isso suceder, ambos estão obrigados a falar com

verdade, caso contrário poderão ser acusados do crime de falsas declarações. Todavia, naquele primeiro caso, no processo-crime, as coisas não se passam da mesma forma. Se António for chamado a depor, sê-lo-á na qualidade de testemunha, e, como tal, está obrigado a falar com verdade. Diversamente, Mário, como arguido, apenas está obrigado à verdade quanto à sua identidade e quanto aos seus antecedentes criminais. Para além disso, a nada mais está obrigado, pode remeter-se ao silêncio, e, falando, não está obrigado a dizer a verdade, sem que isso o possa penalizar. De facto, não é exigível ao arguido o cumprimento do dever de verdade que é exigível às testemunhas, mas isso não é um direito a mentir propriamente dito.

Com efeito, uma coisa é não ser exigível dizer a verdade e outra é reconhecer ao arguido um direito a mentir. São coisas diferentes.

Reconhecer ao arguido um direito a mentir significaria que o tribunal, ainda que sabendo que ele mentia, teria que ter em conta favoravelmente o seu depoimento aquando da decisão. Mas como inexiste um direito a mentir nesses termos conferido, o que acontece é que o tribunal avaliará a credibilidade do depoimento, e, concluindo que o arguido mente, desconsiderá-lo-á na formação da sua decisão. Quanto ao direito ao silêncio, ou seja, o direito do arguido de recusar falar, o que daí decorre é apenas e tão só que o tribunal não pode tomar isso negativamente na sua decisão, mas, isso também não o pode favorecer.

Isto é, se houver produção de prova demonstrativa da responsabilidade do arguido, o facto deste se ter remetido ao silêncio não o poderá prejudicar, mas também em nada o beneficiará.

Se começámos com uma precisão, terminemos com outra. É generalizado o uso de pronomes possessivos quanto às testemunhas, por exemplo, as “minhas” testemunhas, as “nossas”, as “vossas”, as “suas”, etc.. Ora, as testemunhas são, meramente, indicadas pelas partes, pelo réu, pelo arguido, pelo autor, pela defesa, pela acusação, etc. mas isso não pode nem deve adstringir o depoimento das mesmas em função dessa “posse”. Em rigor, as testemunhas não são de ninguém, são, apenas e tão só, testemunhas da “verdade”.

Queremos ir ao multibanco? Está apinhado. Praias tão repletas que não há espaço para mais um pano do pó, quanto mais uma toalha. Os hotéis estão a abarrotar de gentes que anseiam por se banharem nas quentes águas da costa algarvia.

Há festas e eventos para todos os feitios por todo o Algarve; nomes sonantes da música entretêm jovens e não tão jovens em festas ostentosas. Isto parece-vos familiar?

Claro que sim. Mas só durante 3 meses. No resto do ano o Algarve continua a ser uma região fantástica para se viver, mas perde muito do seu fulgor económico. Á medida que os meses avançam para o inverno, a taxa de desemprego sobe galopantemente, atingindo quase 20%. Os hotéis, lojas e restaurantes fecham ou reduzem a actividade. A

região torna-se um pálido reflexo do seu cintilante verão.

Nada disto, no entanto, parece ter sido tido em conta na recente reclassificação de municípios de baixa densidade, empreendida pelo governo central. Esta reclassificação, que premeia os municípios considerados como de “baixa densidade” com uma taxa de majoração nos fundos comunitários, ignora 11 dos 16 municípios do Algarve. Muito sucintamente, isto significa que uma parte bastante significativa do Algarve recebe menos dinheiro do que o resto do país, porque é “mais desenvolvida”.

Aparentemente estamos bem de saúde e não sabíamos.

A análise empreendida nesta reclassificação sofre de enormes enviesamentos: para já, é feita ao

nível do município, o que faz, por exemplo, com que S. Marcos da Serra seja classificado no mesmo saco que Armação de Pêra. É absolutamente gritante colocar estas duas zonas em igualdade de condições quando são tudo menos isso, o que representa um erro crasso nos resultados. Não admitir a presença de um Algarve “interior” e inferir que todo o Algarve é o mesmo em toda a sua largura é um grosseiro erro. Uma análise territorial mais fina, ao nível das freguesia teria sido mais fidedigna e acima de tudo, justa.

O carácter sazonal do Algarve deve ser também alvo de análise: uma avaliação anual não corresponde à verdade do que se passa na região. Se de verão, realmente as condições económicas e de oferta

de emprego melhoram, a verdade é que no resto do ano, são do pior que se veem no país, com elevadíssimas taxas de desemprego. Numa economia regional extraordinariamente virada para o turismo, os fundos perdidos com a reclassificação poderiam incentivar a uma diversificação da economia, de forma a reduzir o estigma da sazonalidade no Algarve.

Já ouvimos muitas vezes os nossos dirigentes regionais admitirem uma certa dificuldade em explicarem estes problemas ao poder central. E porque não teriam? Quando o “poder central” se desloca ao Algarve é no pico do verão, quando tudo está a funcionar a mil. Tanto quanto sabem, o Algarve é sol, praia e turistas o ano todo.

locou a mão nesta enorme chaga que trás para a porta da Europa o trágico resultado de guerras muito próximas de nós. “Perdemos o sentido da responsabilidade fraterna e esquecemo-nos de como chorar os mortos no mar” dizia então o Papa Francisco. À data, apenas os habitantes daquela ilha eram directamente atingidos com este problema.

Dois anos depois e, após, muitos milhares de mortos, os líderes europeus acordaram para esta terrível questão: como resolver esta situação que não abranda? É um problema de acolhimento dos emigrantes na Europa? É uma questão de integração de todos que buscam uma vida melhor? Vamos cercar a Europa com forte muralha? Seguramente são questões que atravessaram o espírito de todos os líderes. Talvez a solução mais simples seja a última; talvez a mais urgente seja a primeira; seguramente, a mais consciente, a terceira.

Porém, nenhuma destas soluções resolve o verdadeiro problema: os países de origem dos emigrantes não reúnem condições, sejam económicas, sociais ou de segurança, para terem os seus nacionais.

Se fomos tão lestos para aplaudir a

primavera árabe, tão exultantes pelas mudanças nos regimes no norte de África e próximo oriente, como foi possível não compreender que estas alterações nos diversos sistemas políticos trariam este trágico desfecho?

Este é um problema global, que tem de ter uma resposta internacional. Dar verbas a Itália para acolher os emigrantes é muito pouco, é alimentarmos a indiferença. Temos de ir mais longe, temos de perceber como podemos ajudar os países de origem dos emigrantes. A solução terá de passar por aqui, senão o Mediterrâneo continuará a ser um imenso cemitério de desesperados que apenas querem uma vida melhor.

Assunto diferente, mas ainda dentro do Mediterrâneo, a Grécia. Como se recordarão, o primeiro-ministro grego e o seu ministro das finanças avançaram com posições de grande força e alguma intransigência junto da União Europeia e, sobretudo, na comunicação social. Curiosamente, tudo está a mudar e Tsipras retirou poderes a Varoufakis. Como se costuma dizer: entradas de leão, saídas de sendeiro. O certo é que os gregos continuam a resistir com grandes

balões de oxigénio e continuam a querer manter um status quo que os arrasta cada vez mais para o fundo.

Doutra parte, olhando para o nosso país e para a alternativa que o PS quer ser ao actual governo, apenas poderemos concluir que as diferenças são poucas e que, na verdade, apenas se mudam nomes, já que as realidades permanecem idênticas.

Setembro e Outubro serão, com

certeza, meses quentes, onde se discutirão pequenas alterações de forma, já que, e até onde li, a substância será muito igual.

A todos um feliz mês de Maio, que sempre começa com uma tranquila partilha da natureza com o homem e de confraternização entre estes.

Que o espírito desse “dia de maio” se mantenha em nós.

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Informação Maio 2015

Assembleia Municipal Jovem identifica problemas do concelho E propõe soluções

Vinte e oito jovens representantes de várias escolas do concelho participaram no Projeto Assembleia Municipal Jovem- que culminou com a realização de uma sessão plenária na sede da Assembleia Municipal de Silves.

Fica um retrato do Concelho de Silves, através dos olhos e vivências de alguns dos seus jovens…

O

s trabalhos foram conduzidos pelo Presidente da Mesa, Joshua Defreville, da Escola Secundária de Silves, acompanhado pela 1º e 2º Secretários da Mesa, Jéssica Silva, da mesma escola e Ana Guerreiro , da E.B. 2, 3 do Algoz Os alunos trabalharam em cinco grupos, com temas diferentes: - Grupo Laranja (Escola E.B. 2,3 João de Deus) – Tema Cidadania; - Grupo Azul (Escola E.B 2.3 Dr. António da Costa Contreiras) – Tema Ambiente; - Grupo Vermelho (Escola E.B. 2,3 de Algoz) – Tema Turismo e Reabilitação Urbana; - Grupo Verde (Pólo de Formação Profissional de Silves) – Tema Equipamentos; - Grupo Amarelo (Escola Secundária de Silves) – Tema Vandalismo; - Grupo Cor-de-rosa (Escola E.B 2,3 Dr. Garcia Domingues) - Tema Acessibilidades e Barreiras Arquitectónicas.

No final, foi coligida uma lista de problemas mas também de soluções para alguns casos identificados Problemáticas /fragilidades identificadas pelos jovens  Vandalismo (grafitis, danificação da via pública, sinais de trânsito);  Poluição Ambiental;  Sinalética danificada nas freguesias;  Transportes escolares danificados e os motoristas não possuem o perfil adequado;  Saúde: - Transportes de saúde (Alcantarilha/Pêra) não asseguram o percurso aos utentes das freguesias; - Falta de condições do Centro de Saúde de São Marcos da Serra (falta de Médicos/técnicos nesta extensão de saúde);  Condições das estradas (são necessárias lombas, recuperação de calçadas e rebaixar/levantar passeios);  Casas/prédios em ruínas/degradadas  Revitalizar e dinamizar o cinema de Silves;  Recolha de lixo (nas zonas periféricas, a recolha do lixo é muito demorada/tardia);  Na freguesia do Algoz os camiões do Armazém Jerónimo Martins passam pelo centro da vila, danificando a estrada e passam em frente das Escolas, o que coloca em risco a segurança das crianças/jovens; É

também necessário criar condições para que os camionistas possam descansar em segurança;  As casas de banho das escolas do Concelho de Silves estão

namização dos espaços municipais (Casa Museu João de Deus e Museu do Traje);  Melhoramento das condições das paragens de

Os participantes na sessão da AMJ 2014/2015

muito danificadas, (portas sem fechadura, loiças partidas, paredes pintadas/riscadas, vidros partidos);  Os espaços de lazer/parques infantis, são poucos e os que existem estão danificados;  Acessibilidades: - Os acessos para pessoas com mobilidade reduzida à praia de Armação de Pêra são poucos; - Os principais espaços municipais não são acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida;  Existência de poucos espaços verdes em Armação de Pêra;  As bibliotecas escolares estão pouco apetrechadas em termos de recursos (livros);  Alargamento da praia de Armação de Pêra (facilitar os acessos à Praia Grande);  Criação de Hortas Comunitárias;  Criação de mecanismos de apoio à população idosa;  Criação de museus/ espaços juvenis em casas devolutas;  Os espaços noturnos na cidade de Silves são poucos;  Criação de condições para as caravanas que ocupam a zona das Piscinas Municipais; - Criação de balneários, casas de banho públicas, esgotos/recipientes próprios para depósito das cassetes das caravanas, etc.); - Criar-se condições para taxar a utilização do espaço;  Criação de perímetro de segurança em torno das casas devolutas/degradadas;  Diminuição das taxas municipais a pagar pelos feirantes;  Reimplementação do Fórum de Educação e Desporto;  Criação de mais equipamentos desportivos e reabilitação dos equipamentos existentes no Concelho;  Melhor aproveitamento e di-

autocarro existentes no Concelho;  Melhoria do serviço de recolha/apoio aos animais abandonados no Concelho de Silves;  Colocação de contentores de recolhe de roupa/ objetos para doação em Armação de Pêra.

O que é a Assembleia Municipal Jovem?

O Projeto Assembleia Municipal Jovem “visa estimular nos jovens do Concelho de Silves valores para uma cidadania consciente, crítica e participativa na sociedade, dando-lhes a oportunidade de conhecer o funcionamento do sistema democrático e decisório português e uma aproximação aos principais Órgãos de Poder Político Local, proporcionando-lhes a possibilidade de expor as suas opiniões, os seus anseios e as suas necessidades de forma correta, segundo as regras de funcionamento de uma Assembleia Municipal”.

O número de representantes de cada estabelecimento de ensino é estimado com base na proporção do número total de alunos das escolas existentes no Concelho de Silves, sendo a edição do projeto AMJ 2014/15 composta por 28 jovens representantes e respetivos professores, nomeadamente: 5 jovens da E.B 2,3 Dr. Garcia Domingues; 5 jovens da E.B 2,3 Dr. João de Deus; 5 jovens da E.B 2,3 Dr. António da Costa Contreiras; 5 jovens da E.B 2,3 Do Algoz; 6 jovens da Escola Secundária de Silves; 2 jovens do pólo de Formação Profissional de Silves.

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Opinião

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Maio 2015

Até que a voz me doa

Luísa Anselmo

Os meninos de Alcoutim e o indiano Bunker Roy

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ue maravilhosa obra construiu o indiano Bunker Roy, perfumada pela fraternidade e pela solidariedade. Emocionou-me e fez-me cair em lembranças e reflecções.

Lembrei-me do tempo que exerci em Alcoutim, região longe dos grandes meios e, na época, com pouquíssimos recursos. Um dia, o então Presidente da Câmara, o chamado Sr. Moura, convidou-me para o ajudar, dizendo-me, com alegria, que lhe tinham concedido a Escola Primária de Monte Gordo, para nas férias grandes, levar

Opacidades e Copos de Cristal

António Guerreiro

SERVIDÃO

G

osto de hambúrgueres.

Não estou falando daqueles adelgaçados hambúrgueres com ligeiro sabor a carne que vulgarmente se denomina de comida de plástico, numa tradução portuguesa de comida rápida.

Gosto de um hambúrguer de duzentas gramas de carne de vaca mediamente passada pela chapa do grelhador. Se o hambúrguer é servido no prato, acompanhado de

Partilhas

Susana Amador

Planta a Mudança

Q

uando somos apelidados da geração mais informada de sempre, pelo menos com mais acesso à informação, é difícil compreender que o que acontece é um afastamento da juventude face aos temas centrais da vida em sociedade.

A participação política é vista como distante e como algo que não merece muita atenção porque “são

as crianças de Alcoutim, a gozar a praia, uns dias bons. Já tinha conseguido as camas, e, entre outras coisas, ainda necessitava de lençóis e de bibes. E lá fomos a Olhão e comprámos o que necessitava e, claro, os tecidos para 160 lençóis e 80 bibes. Era muito bom. Havia crianças em Alcoutim que nunca tinham visto uma praia. Sucedeu até que quando chegaram à praia, um dos miúdos, mais deslumbrado, gritou:- Que lindo é o mar, onde está a praia?

Bem, mas antes, tínhamos levado os tecidos para Alcoutim, e eu pensei:- E, agora, eu sei cortar os tecidos, mas preciso de ajuda para cozer isto tudo. E fiz apregoar que precisava do auxílio de todas as mães, e não só, para me ajudarem na cozedura.

Aqui, na aplicação da ideia e resultado foi para mim grande revelação e deslumbramento, mesmo perturbador, no bom sentido: o grande entusiasmo e entrega daquelas mulheres. A maioria chegava do

seu duro dia de trabalho, no campo, e corria para a pensão, onde eu estava, e lá levavam os embrulhos para cozer, em máquina própria ou emprestada, com uma alegria que me fascinava e me fazia crer na possibilidade de um mundo melhor. Quanto coisa mudaria para melhor, se cada um de nós estimulasse o seu lado bom e sufocasse o seu lado mau, ambicioso, indiferente. Quantas vezes, criminoso. E outras reflecções foram surgindo:Tristemente, o abandono em que o nosso país está caindo, a perigosa desertificação espalhando-se, empobrecendo-nos. Portugal tem boa terra, fecunda, mas diz-se já que 80% está abandonada. Cada região deveria ser olhada com interesse, caso contrário, verte-se em lugar triste, negro, abandonado, onde viver não é viver; e lá me veio outra reflexão, a municipalização do ensino no país, no estado em que está, cada vez com menos recursos, parece-me muito perigoso. É como irem apagando o Sol, e sem

Sol onde existirá vida em qualquer comunidade?

Desculpai-me, afinal, comecei falando do indiano Bunker Roy e, depois, perdi-me. Nasceu em Rajasthan, na década de quarenta do século vinte. Quando acabou a Universidade, visitou seu o país, e entrou numa aldeia, e aí estacou, impressionado:- não havia eletricidade; minguava a água; faltava assistência médica; as crianças não tinham escola, logo de manhã cedo tomavam conta dos gados. Regressou a casa, logo depois da visita, e disse à mãe, fina e de casta:- Vou abrir cinco poços, numa aldeia!

A mãe ficou varada, e respondeu:O quê? Porque precisas disso?

Como podes suportar viver com essa gentinha? De aldeia, vejam só…Temos dinheiro, podes ir estagiar para onde quiseres, até para a América…(até deixou de lhe falar…)

Mas, Bunker Roy largou tudo e foi para a aldeia e criou uma escola extraordinária, a que chamou Uni-

versidade dos Pés Descalços, onde preparou mulheres e homens, do meio rural, provocando grande entusiasmo naquela gente pelo saber, preparou-os bem no conhecimento da obtenção da energia solar, do artesanato, na obtenção da água e seu bom aproveitamento; na medicina, incluindo, formou dentistas.

Aproveitou o trabalho das avós, uma delas destacou-se como importante dentista; e criou uma escola de noite, para as crianças que começou, consta, com sete mil e tal crianças. Não ficou por aqui, dando alegria de viver naquela aldeia, formou um grupo bem preparado, e foi dar conhecimentos noutras aldeias.

Repito, que maravilhosa obra fez Bunker Roy, no sentido da fraternidade sentida e da solidariedade escolhida, verdadeiramente. Ah, sim, e com esperança vibrante, vivida e transmitida. E já alguém disse:-“A esperança é como a enchente na primavera, fecunda os campos.”

arroz branco, de salada, de batatas fritas ou de ovo a cavalo (naturalmente na carne), ou da combinação de dois ou mais destes acompanhamentos, não tenho qualquer dificuldade em devorar com gosto o repasto, sem sujar a indumentária nem consumir uma avantajada quantidade de guardanapos de papel. Mas, se o hambúrguer é servido no pão (redondo acompanhando o formato da carne) com os molhos habituais e outras iguarias tais como pimentos, bacon e/ ou ovo, então fica logo a descoberto a minha incapacidade social de comer com elegância e com o mínimo consumo de guardanapos de papel. Resolvi este problema, observando a graciosidade de uma colega professora (aposentada) enquanto comia um hambúrguer no

pão de faca e garfo.

sumo desmoderado de papel e da figura de labrego social. Comemos todo o hambúrguer sem sujar as mãos, com a elegância necessária para qualquer banquete ministerial. É útil saber saborear um simples hambúrguer numa comezaina institucional.

sencial na sua rejeição de Deus.

Relatou-me com emoção a cena em que o Philip Carey (figura central do romance) reza a Deus, com toda a sua fé, para acordar no dia seguinte curado da deficiência física com que nascera (com um pé boto). Ao confrontar-se com a eternidade das limitações impostas pelo seu corpo, o jovem descobre que a normalidade é a coisa mais rara no mundo e apaixona-se pela arte e pela literatura. Como referia o meu colega, os romances são capazes de responder às nossas inquietações, às inquietações de juventude e de idade adulta.

todos farinha do mesmo saco” e “eu sozinho não mudo grande coisa”.

Não deveria ser ao contrário? Tender naturalmente para que, com o acesso à informação, houvesse uma maior consciencialização do papel político de cada um? E compreender que, se existem injustiças com as quais não se quer corroborar, a nossa palavra ainda conta, quer seja quando vamos pôr uma cruz no boletim de voto, ou no dia-a-dia quando se quer transformar algo?

Ao falar-se em cidadania e participação política, regra geral, só se pensa no acto de ir votar, por vezes, mesmo, sem consciência do que realmente representa, mas é muito mais para além disso.

Para começar, devemos todos, en-

quanto comunidade, ser capazes de educar futuros adultos com consciência política e de, alguma forma, cidadãos predispostos para uma maior participação e sentido de comunidade. A apreensão de que cada um de nós é um agente de mudança, ajuda a que a própria mudança aconteça, não só a nível nacional como a nível local. Porque todos somos agentes políticos capazes de operar mudanças se assim o desejarmos, o papel político do cidadão não é reduzido, como alguns o fazem crer. As ferramentas estão ao nosso alcance, só precisamos de compreendê-lo.

Se pensarmos localmente, no nosso concelho, é fácil concluir que existe um fraco associativismo entre os jovens. Silves não tem uma

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Silves

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Portanto, o hambúrguer é servido no pão (dentro de um prato ou travessa ou caixa de cartão), acompanhado de batatas fritas e/ou salada, com ou sem molhos. Solicita-se um talher (de metal ou de plástico), neste caso, composto apenas por um garfo e uma faca, e ataca-se discretamente o hambúrguer.

Se a sandes (soa estranho uma sandes de hambúrguer, mas tecnicamente trata-se de uma sandes) for excessivamente alta, aconselho a retirar a parte cimeira do pão e, seguidamente, iniciar a manobra de retalhar, com o garfo e a faca, o restante petisco. Corta-se uma primeira fatia, apanhando nesse mesmo talho, pão, carne e os restantes ingredientes. Deste modo, estamos livres das nódoas na roupa, do con-

Numa das minhas tentativas de comer um hambúrguer no pão com elegância social, numa hamburgueria junto ao Campus da Penha da Universidade do Algarve, tive a companhia de um colega com o qual almoço regularmente.

A nossa conversa fluía, enquanto elegantemente tragávamos os hambúrgueres, sobre a construção da personalidade e a existência de Deus. O meu amigo revelou como a «Servidão Humana» de W. Somerset Maugham tinha sido esproeminente Associação de Jovens, quando existem exemplos, pelo país fora, de grupos de amigos que se unem em torno de uma ideia e criam um projecto associativo. E porque não começar por aí? As associações são espaços de excelência para o exercício da cidadania e a apreensão de valores democráticos, essenciais para uma maior consciência política e disseminação de uma cultura da mesma. Não é só da criação de uma geração politicamente mais consciente que se trata, mas também da construção de seres humanos melhores, capazes de fazer o pouco a que cada um compete, para mudar o seu pequeno mundo. Compreender o papel e poder que cada um de nós possui é o principal passo, que ajudará a

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Ando inquieto com a violência doméstica, com a violência entre os jovens, com as mortes no mediterrâneo, com a permanente ausência de Deus. caminhar em direcção ao combate às atrocidades que se cometem por esse mundo fora. É que o amanhã pertence aos seres humanos que criarmos hoje, não queremos nós que o futuro nos sorria e que consigamos construir um mundo melhor? A educação é um ponto importante na construção destes mesmos actores políticos.

Não só de redes sociais se faz a vida, é preciso sair, sair da zona de conforto e meter mãos à obra na construção do que queremos que o futuro seja. Cada um de nós pode fazer a diferença, juntos ainda somos mais fortes, mas se é para começar que se comece pelas revoluções interiores, porque essas é que escasseiam.

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Informação Maio 2015

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PCP questiona Governo sobre direitos dos trabalhadores da Alisuper O deputado algarvio Paulo Sá, do PCP, questionou o Governo sobre uma série de problemas que afetam os direitos dos trabalhadores dos supermercados Alisuper.

Segundo o deputado, estes têm tido salários em atraso e ainda há funcionários que continuam com dívidas, do empréstimo feito em seu nome, a pedido do anterior proprietário.

A

questão dos salários em atraso (que têm estado a ser pagos, embora tardiamente) já tinha sido levantada pelo PCP que afirma que “em finais de março, após a ação inspetiva da Autoridade para as Condições do Trabalho ( ACT) foi regularizado o pagamento do salário de fevereiro e março”. Contudo, “ainda está em atraso o subsídio de férias de 2014 (dos trabalhadores que optaram por receber este subsídio de uma vez só, e não em duodécimos)”.

Relativamente a “esta situação de salários em atraso foram pedidas duas ações inspetivas à ACT, uma à Unidade Local de Faro e outra à

Unidade Local de Portimão”, mas “apesar de já terem decorrido alguns meses, ainda não são conhecidas as conclusões dessas ações”.

Sobre o empréstimo, o PCP lembra que o anterior proprietário, José António Silva, decidiu em 2007, proceder a uma recapitalização da empresa recorrendo a um empréstimo do BPN. Mas o empréstimo foi “pedido em nome dos trabalhadores” muitos dos quais se afirmaram posteriormente coagidos a aceitar essa situação, como foi denunciado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal.

Como foi do conhecimento público, após a insolvência da Alicoop, o

BPN exigiu que fossem os trabalhadores a pagar a dívida e alguns foram até sujeitos a penhoras.

O atual proprietário, o Grupo Nogueira, comprometeu-se a assumir essa dívida ao BPN (atualmente BIC). Contudo, de acordo com a denúncia do PCP, “a dívida continua em nome dos trabalhadores, alguns dos quais já nem sequer trabalham na Alisuper”.

Segundo o deputado Paulo Sá, “subsiste ainda o problema das indemnizações aos trabalhadores. A Assembleia de Credores aprovou o pagamento de 20% das indemnizações devidas aos trabalhadores, pagas em prestações trimestrais, durante 6 anos, com início dezoi-

to meses após a reabertura da primeira loja da rede Alisuper. A responsabilidade pelo pagamento destas indemnizações foi atribuída ao Grupo Nogueira”.

Mas, esse prazo já decorreu e “uma parte dos trabalhadores ainda não começou a receber as suas indemnizações”. Aos restantes trabalhadores é exigido “que se desloquem trimestralmente a Silves para receber as indemnizações. Caso pretendam evitar essas deslocações e receber tudo de uma vez, o Grupo Nogueira “propõe-se pagar apenas um quarto da indemnização aprovada na Assembleia de Credores (ou seja, apenas 5% da indemnização prevista na lei).”

O PCP cita, como exemplo,“o caso de uma trabalhadora cujo valor trimestral da indemnização é de 16 euros; residindo no concelho de Vila Real de Santo António, a sua deslocação de ida-e-volta a Silves custa mais do que os 16 euros da indemnização trimestral, pelo que para receber a indemnização tem que pagar!”

Assim, o Grupo Parlamentar do PCP questionou o Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social sobre estas questões, para que as mesmas sejam acompanhadas por este organismo.

Nova Reunião para ZIF Messines Norte

N

o dia 30 de maio, pelas 16h, na Foz do Ribeiro ( restaurante D. Odília) será realizada uma reunião de Audiência Final, no âmbito da criação da Zona de Intervenção Florestal (ZIF) nas freguesias de S. Bartolomeu de Messines e S. Marcos da Serra (ZIF Messines Norte).

Esta reunião surge na sequência da tentativa de se constituir uma ZIF nestas freguesias, um processo que já tem concluídas as fases de Consulta Prévia e Pública, que contou

com a participação dos proprietários das zonas abrangidas.

Assim, nesta última fase do projeto “ vão ser apresentados e explicados os elementos de consulta pública e respondidas as questões levantadas por escrito durante este período”.

Será também, mais uma oportunidade para os proprietários que queiram ainda “esclarecer as suas dúvidas”, conforme a informação divulgada pelo Núcleo Fundados da ZIF.

Campanha de vacinação da raiva e identificação eletrónica O calendário previsto é o seguinte:

D

e 1 de junho a 6 de julho decorre no Concelho de Silves a campanha anual de profilaxia da raiva e de outras doenças.

Além da vacinação, será realizada também a da identificação eletrónica.

A ação, da responsabilidade da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), terá como responsável o médico veterinário municipal, Luís de Sousa Aleixo.

Além dos documentos do animal, os detentores dos animais a vacinar/chipar deverão fazer-se acompanhar do seu Cartão de Cidadão ou do B.I. e n.º de contribuinte.

As taxas previstas são: cinco euros para a vacina da raiva; 13 euros para a colocação do chip; e um euro para o boletim sanitário.

Nas instalações do Canil Municipal de Silves, é possível efetuar a vacinação antirrábica e a identificação eletrónica todas as terças-feiras às 9h.

Roubos preocupam presidente da Junta de Messines

O

s assaltos e atos de vandalismo que têm ocorrido nos últimos meses na freguesia e em particular na vila de S. Bartolomeu de Messines, foram temas abordados pelo presidente da Junta, na última Assembleia de Freguesia, realizada no dia 28 de abril.

Na referida reunião, o presidente João Carlos Correia revelou a sua “preocupação” com o elevado número de roubo e atos de vandalismo que se têm verificado, com o consequente prejuízo quer para os habitantes afetados, quer para a Junta de Freguesia já que muitos dos atos de vandalismo recaem sobre equipamentos públicos que têm depois de ser limpos e reparados.

O presidente adiantou também Pub.

que tem expressado a sua preocupação, por diversas vezes, às entidades de segurança locais e que também já o fez ao Comando da GNR de Faro, lamentando a ausência de respostas eficazes até porque, como disse, uma grande parte dos suspeitos destes atos “são pessoas conhecidas da população e das autoridades”.

Nos últimos tempos, como o Terra Ruiva apurou, têm sido constantes os roubos de portões de ferro e de alumínio, havendo até relatos de moradores do Bairro da Barrada, que, só numa única noite, ficaram com menos seis portões. A mesma situação tem ocorrido em Silves, particularmente no Enxerim, com o roubo de portões e portadas, causando grandes prejuízos à população.

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Informação Maio 2015

Ignite Silves procura “speakers”

Silves é a cidade escolhida para receber a 13ª edição do Ignite Algarve. O evento terá lugar no dia 26 de junho, às 19h30, no Teatro Mascarenhas Gregório e as inscrições estão abertas até 31 de maio.

A questão é : Quem se atreve?

A

ideia que está na base deste evento consiste em reunir no mesmo espaço vários oradores que falarão durante cinco minutos sobre um tema que escolheram.

“Temos 5 minutos de…coragem, inspiração, partilha de conhecimento, desafios sociais, ideias de negócio, num ambiente de convívio entre amigos! Os temas são de escolha livre e propostos pelos oradores que se inscreverem”, adianta a organização.

Até ao momento, o Ignite Algarve “já fez mexer São Brás de Alportel, Loulé, Faro, Tavira, Almancil, Portimão e Albufeira. Vamos nas 12 edições, 150 oradores e muitas cen-

tenas de participantes na plateia.”

O Ignite Algarve “ é gratuito e promovido pela equipa Worklovers, com a ajuda de patrocinadores e equipas de voluntários locais. Cada edição reúne cerca de 14 apresentações e a diversidade de temas é fascinante. No mesmo evento já se falou de amor, vegetarianismo, partos naturais, economia, religião e ciência, marketing, arquitetura, burocracia, arte e cultura, jornalismo e mentiras, desporto e mudanças pessoais… de tanta coisa! Para além destas partilhas, temos ainda uma apresentação de 5 minutos para uma causa social, mais 5 para uma surprise talk e outros 5 minutos para o Sponsor. ”

Em Silves, esta iniciativa conta também com o apoio da Associação Liláz e da Câmara Municipal.

As inscrições devem ser feitas em: www.ignitealgarve.com Causas Sociais Além de “promover a partilha descontraída de aprendizagens”, este evento procura, em cada edição, identificar uma instituição ou projeto social para apoiar.

As causas escolhidas são divulgadas aos participantes que são convidados a pagar entrada de forma solidária, através da oferta de alimentos, roupa ou outros bens que as instituições indiquem.

Para tal, a organização convida também os participantes no Igni-

te Algarve a indicar a instituição “cujo trabalho desenvolvido mereça a atenção de todos”.

Origem do Ignite O Ignite nasceu em 2006 em Seattle e desde então milhares de apresentações de 5 minutos já foram realizadas nos quatro cantos do planeta.

Atualmente existem comunidades de entusiastas em Paris, Munique, Budapeste, Los Angeles, Londres, Berlim, Nova York, Beijing, Boston, etc.

Chegou a Lisboa e ao Porto em 2009 e ao Algarve em 2012.

Fechado ao Sábado Closed Saturday

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CONCURSO PARA VENDA DE IMÓVEIS O CA Messines abre concurso público para a venda dos seguintes imóveis: - VERBA 1 - Moradia V2 destinada a habitação, em condomínio fechado com piscina, na Urbanização Quinta dos Caliços, Lote A1, nº C3, freguesia e concelho de Albufeira. Encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo nº 19698 fracção C e descrita na Conservatória do Registo Predial de Albufeira sob o nº 7430 - VERBA 2 – Fracção autónoma T1 (2º andar) destinada a habitação, c/ lugar de estacionamento (no exterior), no prédio urbano sito na Quinta das Parreiras, Lote 26, freguesia e concelho de Portimão. Encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo nº 15776 fracção J e descrita na Conservatória do Registo Predial de Portimão sob o nº 2458 - VERBA 3 – Fracção autónoma T2 (2º andar) destinada a habitação, no prédio urbano sito na Rua 5 de Outubro, Nº 4, união das freguesias de Algoz e Tunes, concelho de Silves. Encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo nº 2 fracção D e descrita na Conservatória do Registo Predial de Silves sob o nº 587 - VERBA 4 – Fracção autónoma T2 (r/c) destinada a habitação, no prédio urbano sito na Rua 5 de Outubro, Nº 4, união das freguesias de Algoz e Tunes, concelho de Silves. Encontra-se inscrito na matriz predial urbana sob o artigo nº 2 fracção A e descrita na Conservatória do Registo Predial de Silves sob o nº 587 REGULAMENTO DO CONCURSO As propostas devem ser apresentadas em carta fechada (registada com AR) com indicação no envelope “Concurso para venda de imóveis”, e indicação da VERBA a que concorre.

A abertura das propostas será feita no dia 12 de Junho pelas 12:00 horas na sede da Caixa Agrícola na presença dos concorrentes.

As propostas terão que respeitar os seguintes valores mínimos: - VERBA 1 – cento e sessenta e dois mil euros (162.000 €) - VERBA 2 – cinquenta e nove mil e quinhentos euros (59.500 €) - VERBA 3 – setenta e cinco mil euros (75.000 €) - VERBA 4 – setenta mil euros (70.000 €) A forma de pagamento será a seguinte: - 10% com a adjudicação e assinatura do contrato promessa de compra e venda; - o remanescente no acto da celebração da escritura de compra e venda, que será celebrada num prazo máximo de 30 dias após adjudicação.

O CA Messines poderá financiar a aquisição das fracções em condições a definir previamente com os potenciais interessados.

Encontram-se à disposição, na sede do CA Messines, os documentos para eventuais esclarecimentos.

As visitas aos imóveis por parte dos interessados deverão ser agendadas com os serviços da Caixa Agrícola, através de: Telefone: 282 333 200 | Fax: 282 330 104 | E-mail: sbmessines@creditoagricola.pt

S. Bartolomeu de Messines | Rua da Liberdade, 50 | Telefone: 282 333 200 - Fax: 282 330 104 O Conselho de Administração: (Carlos Vargas Mogo) | (José Carlos Santos) | (José Manuel Alves) S. Marcos da Serrra | Rua da Igreja | Telefone: 282 361257 - Fax: 282 361 192 Pub.

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Desporto

Desporto Maio 2015

Sarau Gímnico Casa do Povo de Messines

No dia 23 de maio, a partir das 16h, decorrerá na Casa do Povo de Messines mais um Sarau Gímnico, que, à semelhança do que tem acontecido em anos anteriores, irá reunir centenas de atletas.

A organização do evento é da Ginástica da Casa do Povo de Messines, com o apoio da Junta de Freguesia de S. Bartolomeu de Messines, Câmara Municipal de Silves, Agrupamento Escolas Silves e Agrupamento de Silves Sul, bem como de algumas empresas.

XXV Festival Gímnico “Cidade de Silves”

O XXV Festival Gímnico “Cidade de Silves” terá lugar no dia 23 de maio, às 20h30, no Pavilhão Mário José (Silves Futebol Clube).

Trata-se de uma iniciativa da Junta de Freguesia de Silves, que conta com a participação de diversas classes de ginástica do Algarve.

A entrada é livre.

coleira, trela e açaime se necessário. A organização distribuirá sacos higiénicos a todos os participantes, os quais terão de limpar os dejetos dos seus animais. É obrigatório que todos os participantes se façam acompanhar dos documentos dos seus animais, no caso de alguma eventualidade.

VII Passeio Equestre

O Grupo Aventura e Desporto Alcantarilha-Gare promove, no dia 24 de maio, o VII Passeio Equestre.

A concentração está marcada para as 8h45, na Fonte de Louzeiros (escola), segue-se o passeio, a partir das 9h45, até às 13h, altura em que haverá um almoço convívio.

As inscrições podem ser feitas através dos contactos: 917 827 004 ou 965 836 406.

3ª Maratona BTT Algoz

No dia 14 de junho, realiza-se a 3ª Maratona BTT Freguesia Algoz-Tunes, com percursos de 20, 40 e 60km.

A concentração é feita junto à EB 2,3 do Algoz e a partida será às 9h.

VII Sarau Gímnico Enxerim

No dia 30 de maio, Silves recebe o VII Sarau Gímnico organizado pelo Grupo Desportivo e Cultural do Enxerim.

O Sarau de Iniciação e Formação decorre no Pavilhão Mário José ( Silves Futebol Clube), às 16h30, com a participação de classes de ginástica de toda a região. A Gala decorre das 20h30 às 23h.

1ª CãoMinhada em Silves

No dia 24 de maio, em Silves, realiza-se uma a 1ª Cãominhada Cidade de Silves. A partida é às 10h, no Largo das Piscinas Municipais e a participação é aberta a pessoas com ou sem cães.

Sendo um evento solidário, todos aqueles que quiserem associar-se poderão fazê-lo através da oferta de um alimento / ração para cão que será entregue à Associação Cadela Carlota - Associação de Proteção de Animais. De referir que a Cãominhada tem também o apoio da Paws 4 Pets.

A CãoMinhada é aberta à participação geral, mas requer inscrição prévia. (282 440 270; desporto@cma-silves.pt, ou nas piscinas) Os participantes na CãoMinhada são totalmente responsáveis pelos seus animais. Os cães devem estar em boas condições de saúde, e terão de ser devidamente equipados com

As inscrições devem ser feitas através do site: www.apedalar. com

1º Aniversário do Encontro de Veículos Clássicos

No dia 3 de maio, comemorou-se o 1º aniversário do Encontro de Veículos Clássicos de Armação de Pêra, com a presença de 145 viaturas, entre carros e motas.

Este encontro, que se realiza no 1º domingo de cada mês, no largo do Mini-Golfe, reúne dezenas de viaturas clássicas, de todos os géneros, de carros desportivos aos mais clássicos e também motas.

Foto de Diogo Correia

A participação é gratuita e não necessita inscrição, basta aparecer e estacionar. No final dos encontros há um almoço, para quem se inscrever.

Estes encontros iniciaram-se em Armação de Pêra por iniciativa de Sérgio Costa, um entusiasta de veículos clássicos, e têm continuado, com um êxito crescente, com o apoio da Junta de Freguesia de Armação de Pêra e do seu presidente Ricardo Pinto, do vereador Rogério Pinto, e de Vítor Simões (Tozé).

A iniciativa, além de proporcionar o convívio entre os participantes, tem trazido a Armação de Pêra muitos visitantes que acabam por dinamizar o comércio local, incluindo durante o inverno.

500 atletas no Passeio Rota da Água

Cerca de 500 atletas, de várias faixas etárias e oriundos de vários concelhos da região, participaram na segunda edição, do Passeio Rota da Água, no dia 10 de maio, repartidos em duas modalidades desportivas – Marcha e BTT. A saída dos atletas verificou-se às 9h, na praça Al Mutamid, para um total acumulado de mais de 100 km percorridos em As inscrições são feitas através do site: www.apedalar.com e a participação tem um custo de 15€ com almoço, 10€ sem almoço e 6€ para acompanhantes.

As inscrições podem ser feitas até ao dia 10 de junho.

1º Passeio BTT Freguesia de Armação de Pêra

No dia 20 de junho realiza-se o 1º Passeio BTT Freguesia de Armação de Pêra, com dois percursos: 15km e 35 km.

As inscrições estão abertas até ao dia 17 de junho e têm um

plena natureza, num fantástico dia de sol.

Esta iniciativa, organizada pela Águas do Algarve, S.A., contou com a parceria na organização do Clube Xelb, e com o apoio no Município de Silves.

Motas em passeio em Messines

O passeio convívio organizado pelo Moto Clube Antigos Aceleras Messinenses, no dia 10 de maio, reuniu cerca de 130 participantes.

O passeio decorreu na Vila de Messines e por vários locais da freguesia, terminando num almoço convívio.

custo de 5 rodas sem almoço e de 10 rodas com almoço.

A concentração é feita às 8h30, junto à Lota.

Sociedade Maio 2015

Adriana Gonçalves vence final do Speak Out Challenge

Ana Napoleão vence Prémio Literário

A

Aluna da E.B 2,3 Dr. Garcia Domingues

A

aluna Adriana Gonçalves, da Escola E.B 2,3 Dr. Garcia Domingues, de Silves foi a vencedora do Speak Out Challenge 2015, promovido pela Fundação Jack Petchey Portugal, com o tema Talento.

Na final deste que é o concurso de oratória para jovens mais importante em Portugal, participaram mais duas alunas do concelho: Beatriz Baptista, da EB 2,3 Dr. Garcia Domingues; e Mariana Martins, da EB 2,3 João de Deus, de S. Bartolomeu de Messines.

No Auditório Municipal de Albufeira, que recebeu esta final, estiveram presentes 15 jovens, dos 14 aos 16 anos, representando 13 estabelecimentos de ensino dos alunos de Silves, Albufeira e Loulé.

Estes jovens foram escolhidos entre mais de meio milhar de alunos que participou nas eliminatórias que decorreram nas várias escolas.

Este projeto, que teve início em Portugal no ano letivo 2008/9, consiste numa formação para os jovens entre os 14 e os 16 anos aprenderem a falar em público, seguida de um concurso, o Speak Out Challenge. O projeto tem sido desenvolvido pela Fundação Jack Petchey, nos concelhos de Al-

Adriana Gonçalves, na final

bufeira, Loulé e Silves.

No entanto, esta poderá ter sido a última edição deste concurso, já que, nesta ocasião, a presidente da Fundação, Helen Fannell, informou os presentes que esta entidade terminará a sua ação em Portugal, embora esteja prevista a criação de uma nova associação, a

Beatriz Baptista

Prime Skills, para dar continuidade a este e outros projetos apoiados pela Jack Petchey.

I Mostra da Juventude Escol(h)as com Futuro

N

o dia 29 de maio realiza-se em Silves a I Mostra da Juventude – Escol(h)as com Futuro.

O evento decorre das 10h às 22h, na Fissul, e destina-se principalmente aos alunos das escolas do concelho de Silves, com o objetivo de os colocar a par das “ofertas/ respostas” educativas existentes no Concelho de Silves.

“Captar e fixar a população juvenil

do Concelho de Silves e possibilitar-lhes o acesso às diversas áreas de futuro, quer ao nível educativo (ensino básico, secundário e universitário), ao nível formativo/ profissionalizante (IEFP, Centros Formativos), quer mesmo ao nível da sua integração profissional (GNR, Exército, entre outras), criando sinergias com as principais entidades ligadas ao saber e envolvendo todas as entidades, ofertas

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formativas e educativas locais” é a finalidade desta Mostra que está a ser preparada pelo Sector da Juventude da Câmara Municipal de Silves. É esperada a presença de diversas entidades educativas e formativas que irão também prestar as informações necessárias aos jovens alunos.

A entrada é livre e aberta a toda a população.

jovem messinense, Ana soluções: ou é por que não era Napoleão, aluna do Co- bom escultor, se é que nascemos légio de Vilamoura, foi a das pedras, ou é porque não convencedora do 1º Prémio Literário siderava as pedras, que somos nós, na Categoria Poesia/Prosa, Ensino merecedoras de paz.» - os passos Secundário, na X Edição do Concurso Literário Sophia de Mello Breyner Andresen.

O trabalho premiado tem o título de “Memorial de Sócrates Esfomeado” e parte de uma “Reflexão” acerca de “Marinheiro sem Mar” um poema de Sophia de Ana Napoleão na entrega do prémio Mello Breyner, da obra “Mar Novo”, publicado em correm nas calçadas evitando o 1958. meu redor «A primeira solução O Concurso é promovido pelas não a discutirei, porque não enCâmaras de Lagos e de Loulé, tendo nada de escultura, agora de através das suas Bibliotecas Muni- paz, paz profunda, ó isso sim! Paz cipais, e tem como principal obje- profunda é viver sem demasiadas tivo incentivar para a leitura, entre preocupações, e atenção que não os mais jovens, das obras daquela digo deveres: é ser livre. E por isso conhecida escritora. sei que Deus não quis que fôsseForam admitidos a concurso vá- mos livres, se não, porque nos teria rios trabalhos de poesia, prosa ou dado um estômago que nos lemensaio, e ilustrações, que incidiam bra da fome? Será que ele também sobre a obra literária de Sophia de tem um? Porque nos teria dado a Mello Breyner Andresen. pele que nos lembra do frio? Será que ele também o sente? Porque nos teria dado os ouvidos para ou“Memorial de Sócrates Esfomeado” vir essas palavras feias? Será que a ( Excerto) ele ninguém diz? Porque nos teria «Pois sim, também eu sei filoso- dado os olhos que nos deixam ver far, uma imagem do presente não os dedos que apontam? Será que simboliza um passado, não restrin- ele não os vê? Tivesse-nos feito ge quem poderemos ter sido» - os antes de sabão, para que fôssemos olhos em volta não sabem o que lavando todo o feio, e ao ver a nosprocuram, ou do que fogem. «Re- sa tarefa cumprida sempre que nos cordo-me dos livros da catequese movíamos, não nos importaríamos “Deus criou o homem à sua ima- de morrer ao sermos gastos pela gem e semelhança”, “Amén”. Pois fealdade dos outros» - alguém se bem, então eu não compreendo assoma de uma varanda.» a quantidade de defeitos que pôs em nós, e para tal também tenho ( Nota: O texto de Ana Napoleão andado à procurar de causas, ten- será publicado na íntegra na nossa do chegado brilhantemente a duas edição on-line).

Homenagem à professora - Soledade Ramos

N

o dia 29 de abril, o Agrupamento de Escolas de Silves prestou uma sentida homenagem à professora Maria Soledade Reis Ramos (professora Sol) que faleceu recentemente, de forma inesperada.

A cerimónia que contou com a presença da direção do Agrupamento, do seu presidente, prof.

João Gomes e restantes elementos, da presidente e do vice-presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma e Mário Godinho, de muitos professores, funcionários, alunos e amigos, decorreu no Auditório da EB 2,3 Garcia Domingues, em Silves.

Um grupo alargado de alunos dirigidos pelas respetivas professoras de Educação Musical, participou na sessão de homenagem, cantando vários temas. Os discursos proferidos pelo professor João

Gomes, prof. Daniel e outros intervenientes, realçaram o importante percurso da professora Sol, na qualidade de diretora da EB 2,3 de Silves durante vários mandatos, salientando a sua postura de grande profissional do ensino e excelente diretora, vincando as suas qualidades humanas e a forma amiga, simples e pedagógica com que lidava com as pessoas e enfrentava os problemas.

Foi sublinhado pelos oradores as funções que exerceu como Coordenadora do Grupo de Voluntariado do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, prova do seu profundo humanismo e amor ao próximo.

A ação cívica da professora Sol estendeu-se também à área da política local, tendo desempenhado o cargo de vereadora permanente da Câmara Municipal de Silves com o

pelouro da Cultura e Educação no mandato autárquico 1986-1989, nas Listas da CDU, sob a presidência de José Viola, e mais tarde, membro da Assembleia Municipal de Silves.

No final da cerimónia foi descerrada uma lápide à entrada do auditório da EB 2,3 Garcia Domingues que ficará, a partir de agora, com o seu nome.

FM

O professor João Gomes, diretor do Agrupamento, intervindo na homenagem

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História

História

Maio 2015

Vera Gonçalves

O Bairro J. J. Duarte

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oão José Duarte, filho de João Duarte e de Isabel de Encarnação Freire, nasceu a 27 de janeiro de 1880, em Lagoa, e faleceu no dia 24 de outubro de 1960, em Silves.

Foi, juntamente com o seu irmão Lino José Duarte, estudar farmácia para a Escola de Farmácia de Lisboa. Concluído o curso, em 1905, estabeleceram-se em Silves com a “Farmácia Duarte & Irmão”, situada na Rua do Pelourinho, atual Rua 5 de Outubro.

Republicano convicto, em 1908, foi eleito vereador à Câmara Municipal de Silves, pelos republicanos, assumindo o pelouro responsável pela iluminação pública, das águas e do cemitério da cidade.

Abandonou o cargo em finais de 1909.

Foi o primeiro Administrador do Concelho republicano, nomeado a 10 de outubro de 1910, cargo que exerceu até 11 de março de 1911; e mais tarde entre 24 de setembro de 1915 e 27 de outubro de 1916.

Exerceu o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Silves, em 1912 quando, a 5 de junho, Abílio Brás Machado pediu exoneração, e em 1919, por breves dias, sendo destituído (lavrando em ata, na última sessão por si presidida, um violento protesto) na sequência da tomada de poder de Sidónio Pais.

Foi, também, Vice-Presidente da Câmara entre 1913 e 1915 e depois em 1917.

Em 1920 assumiu o cargo de chefe de Secretaria da Câmara Municipal de Silves, que desempenhou até maio de 1931, data em que foi exonerado das suas funções em consequência do processo disciplinar que o Administrador do Concelho lhe instaurou. Seria destituído por resolução do Conselho de Ministros baseada na “cooperação direta ou indireta na preparação, apoio ou adesão ao movimento revolucionário contra o governo constituído”.

Para além das atividades políticas e partidárias João José Duarte foi um extraordinário impulsionador e empreendedor tendo ao longo da sua vida se dedicado a vários ofícios e afazeres, diversificando os ramos de atividade a nível indus-

trial, comercial e cultural.

Fundou o jornal “Notícias de Silves” no ano de 1908, que, apesar da curta duração de seis meses, fazia um ataque aos monárquicos, denunciava e criticava a situação do operariado silvense, bem como defendia os seus interesses.

A par da “Farmácia Duarte & Irmão” administrou, durante quase trinta anos, entre 1921 e 1948, o Teatro Mascarenhas Gregório; dedicou-se à indústria corticeira, constituindo a “Duarte & Granadeiro, C.ª Lda.”. e a “Sociedade Geral de Cortiças C.ª Lda.”; fundou uma fábrica de refrigerantes conhecidos por “pirolitos” e a primeira fábrica de gelo da cidade.

No ano de 1948, quando deixou de explorar o Teatro Mascarenhas Gregório, inaugurou o Cine Esplanada, um novo Cinema ao ar livre situado no jardim municipal.

A sua produção poética, poesias e textos, foi publicada nos diversos jornais locais, nomeadamente, no Notícias de Silves, em O Silvense e no Voz do Sul. João José Duarte era uma figura conhecida e respeitada por todos os silvenses. Pertencia ao grupo dos eminentes vultos da esfera republicana local juntamente com o Dr. Francisco Vieira, o Dr. Samora Barros, Henrique Martins, Dr. João Vitorino Mealha e Julião Quintinha, de quem era amigo privilegiado. Republicano de alma e coração foi um marcante oposi-

tor ao “Estado Novo”, apoiando os movimentos e organizações de oposição à ditadura salazarista, sendo, por isso, juntamente com a sua família, inúmeras vezes vigiado pela PIDE e considerado o principal oposicionista de Silves.

A notícia da sua morte foi recebida pela população com a maior tristeza e noticiada pela imprensa local e regional. Ao seu funeral assistiram pessoas de todas as classes sociais, de todo o concelho de Silves e de vários pontos do Algarve com Julião Quintinha a proferir o elogio fúnebre.

Passados 14 anos do seu falecimento e depois da reviravolta política que o País sofreu com o 25 de abril de 1974, na reunião ordinária da Comissão Administrativa do Concelho de Silves, realizada no dia 7 de agosto de 1974 e presidida pelo Dr. João Ventura Duarte, e à qual compareceu o Sr. Comandante Fernando Ventura Duarte (ambos filhos de João José Duarte), expressou este último, o desejo de doar ao Município 8000 metros quadrados de terreno que possui

entre as Ruas do Castelo e Cândido dos Reis, em Silves, onde antigamente funcionavam as instalações fabris da Sociedade Geral de Cortiças. Esta doação tinha como finalidade a construção de um bairro de habitações para trabalhadores de menores recursos económicos, sem habitação própria na cidade, designadamente operários, trabalhadores rurais e funcionários municipais ou públicos e ao qual seja fosse dado o nome do seu pai “João José Duarte”.

O Arquiteto José António Martins Cabido ficou encarregue da elaboração do anteprojeto do plano de urbanização e arranjo urbanístico do lote de terreno cedido ao Município pelo Comandante Fernando Ventura Duarte.

Contemplando, aproximadamente, 50 fogos, de características económicas, uma creche e zona verde. O projeto foi aprovado, por unanimidade, na reunião da Comissão Administrativa de 16 de outubro de 1974.

No dia 2 de novembro de 1974 foi realizada a escritura de doação de lote de terreno destinado à construção de um Bairro de Habitações para trabalhadores de menores recursos económicos , estando presentes o Comandante Fernando Ventura Duarte e esposa, Maria Clotilde Caldas de Vasconcelos Duarte e o Dr. João Ventura Duarte, na qualidade de Presidente da Comissão Administrativa do concelho de Silves. O lote de terreno doado confina “de norte com a Rua do Castelo, de Sul com a Rua Cândido dos Reis, de nascente com Avern & Bukual (Corks) Limited, e de poente com Joaquim António da Silva e outros” e é composto com a “área aproximada de cinco mil quatrocentos noventa e oito metros quadrados”.

Tendo sido aceite o projeto, por parte da Secretaria de Estado da Habitação e Urbanismo, foi deliberada a execução. O financiamento para a construção foi garantido pelo Fundo de Fomento da Habitação através de empréstimo reembolsável em 18 meses.

Em novembro de 1977 foi adjudicada à firma Edifélix – Edifícios e Materiais de Construção Civil, Lda., a empreitada de construção de infraestruturas. Com as obras praticamente concluídas, três anos depois do seu início, na reunião de Câmara realizada a 14 de fevereiro de 1978, foi deliberado mandar colocar placa com o nome do bairro “Bairro João José Duarte”, dando cumprimento a uma das condições expressas na escritura de doação.

Concluído o bairro, entre julho e outubro de 1979 procedeu-se a elaboração de escrituras de transmissão por venda pela Câmara Municipal de Silves dos apartamentos do Bairro João José Duarte aos diversos moradores.

Cinco anos depois da generosa oferta de doação de um terreno destinado à construção de um bairro de casas de renda económica ou de renda resolúvel foi cumprido esse desejo favorecendo as classes não privilegiadas e de menores recursos económicos, nomeadamente os operários, trabalhadores rurais e funcionários públicos que passaram a ter uma habitação própria na cidade.

João José Duarte, um dos maiores republicanos democráticos de Silves que lutou arduamente contra o salazarismo promovendo-lhe forte oposição e resistência, foi um cida-

dão ativo e diligente pelo progresso da sua cidade, sem nunca esquecer as classes operárias e a pobreza. O seu nome encontra-se ainda hoje perpetuado na memória dos silvenses, bem como pelos habitantes do bairro “João José Duarte”.

Bibliografia DUARTE, Maria João Raminhos, Silves e o Algarve: uma história de oposição à ditadura, Edições Colibri, Lisboa, 2010 Agradecimento à Dra. Maria João Raminhos Duarte pela cedência das fotografias de João José Duarte, seu avô.

Exposição sobre “O Bairro J.J. Duarte”, nos Paços do Concelho

A

figura de João José Duarte é o tema central da Exposição do Arquivo Municipal de Silves que pode ser vista nos Paços do Concelho,

até ao final de maio. A exposição é acompanhada por fotos e vários documentos alusivos ao Bairro de Habitação João José Duarte.

Sociedade

Sociedade História de Silves em BD

A História de Silves será retratada em banda desenhada, numa publicação que irá ser lançada pela Câmara de Silves este ano. José Garcês, reconhecido desenhador, pintor e autor de banda desenhada é o autor.

sar os 100 poemas. As obras devem ser enviadas para a Arandis Editora até ao dia 10 de junho de cada ano, sendo o vencedor anunciado no dia 3 de setembro. A obra vencedora será publicada. ( O regulamento completo do Prémio pode ser consultado no nosso site)

Nuno Campos Inácio apresentou novas obras em Alcantarilha Como informa a autarquia, esta publicação visa “a promoção e divulgação da História da cidade de Silves”, particularmente junto das escolas e das camadas mais jovens.

O autor, José Garcês, é apresentado como um “marco icónico da Banda Desenhada Portuguesa, artista com vasta e reconhecida obra, premiada e homenageada por diversas vezes”.

De acordo com a Presidente da Câmara, Rosa Palma, “a aquisição e consequente publicação por parte desta edilidade será um contributo muito importante para o enriquecimento da divulgação da História da cidade de Silves e do seu território”.

José dos Santos Garcês lançou, em 1944, o primeiro número de “O Melro”, considerado o primeiro fanzine português. Iniciou a sua atividade profissional na BD em “O Mosquito”.

Gradualmente foi-se afirmando como um dos mais notáveis autores da era pós-Bordallo Pinheiro e de uma escola que, influenciada pela “golden age” norte-americana, construiu aquela que se considera a época de ouro da banda desenhada portuguesa.

O seu trabalho foi representado na quase totalidade das revistas de BD portuguesas. Das inúmeras publicações, destacam-se quatro volumes da História de Portugal em BD, que foi campeão de vendas da BD nacional.

José Garcês foi, por diversas vezes, agraciado.

Apresentação da obra “Esquiço” de Elsa Graça

No dia 23 de maio, pelas 16h30, é apresentada a obra “Esquiço” de Elsa Graça. O evento decorre na Casa da Cultura Islâmica, de Silves, e conta com as presenças dos oradores Guiomar Palmeiro e Mostafa Zekri.

A obra é publicada pela Chiado Editora.

Elsa Graça é o nome próprio de Elsa Lopes Mendonça, nascida em Silves, em 1965. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e “desde então advogou tudo em que acreditou”. “Desde cedo escreveu, mais não seja petições e contestações, ao lado um livro em branco que ia preenchendo, no intervalo dos prazos para cumprir e filhos para amar”. Afastados os prazos, “chamou a si uma paixão”, apresentada na sua obra “Esquiço”.

Prémio de Poesia Manuel Neto dos Santos

A Arandis Editora anunciou a criação do Prémio de Poesia Manuel Neto dos Santos que será formalmente apresentado no dia 30 de maio, pelas 17h, no auditório da Caixa de Crédito Agrícola de S. Bartolomeu de Messines.

Este prémio surge como “homenagem” ao poeta alcantarilhense, que “festeja os seus 25 anos de atividade literária”.

O prémio destina-se a todos os poetas de língua portuguesa e as obras a concurso terão de ser inéditas e não ultrapas-

Nuno Campos Inácio apresentou, no dia 19 de abril, em Alcantarilha, os seus novos trabalhos, relacionados com a história desta freguesia.

“Alcantarilha: História e suas Gentes” é um “apontamento histórico da freguesia de Alcantarilha, com 208 páginas e 220 imagens de Alcantarilha, a esmagadora maioria anterior aos anos 1960”.

A outra obra, “o Índice Geral de Casamentos do Algarve – Alcantarilha” com 531 páginas, contém o índice alfabético dos 4182 casamentos celebrados na freguesia de Alcantarilha entre 1606 e 1905. Contém ainda um índice por apelidos e um índice toponímico. Sendo uma obra principalmente destinada a genealogistas, investigadores e historiadores, contém a edição fac-similada do livro Alcantarilha - História e suas Gentes”.

O autor agradece também aos “investigadores e escritores que apoiaram a elaboração destas obras: João Marcos, Vasco Reys, José Manuel Vargas, Manuel Neto dos Santos e Sérgio Brito”.

Os livros foram editados pela Arandis, com o apoio da Câmara Municipal de Silves e União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra, e enquadram-se no Projeto Genealogia do Algarve que Nuno Campos Inácio vem desenvolvendo há alguns anos.

Exposição Internacional de Cartoon na Sociedade

A Exposição Internacional de Cartoon “Os direitos dos trabalhadores a traço de humor”, que reúne trabalhos de 112 artistas de 39 países, pode ser vista na Sociedade de Instrução e Recreio Messinense até ao dia 13 de junho.

Trata-se de uma exposição na qual os cartoonistas e caricaturistas retratam as “grandes questões que têm vindo a atingir milhões de trabalhadores e que se prendem com áreas como a luta pela dignidade do trabalho, a exploração de seres humanos, o desemprego ou a luta dos trabalhadores como fator de rutura e mudança da vida dos povos”.

A organização é da Sociedade de Instrução e Recreio Messinense, com o apoio do PCP e da HUMORGRAFE, que conceberam e realizaram a exposição.

Sociedade de S. Marcos da Serra reabre

A Sociedade de Recreio e Instrução de S. Marcos da Serra informa os sócios e amigos que passou a estar aberta, no seguinte horário: às terças e quin-

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tas-feiras, a partir das 18h; às sextas-feiras a partir das 19h; e aos sábados a partir das 14h.

Esta abertura corresponde a um esfoço que a direção da coletividade tem estado a fazer para voltar a “erguer” esta casa, após a mesma ter estado encerrada vários anos.

“A Porta” na Foz do Ribeiro O Grupo de Teatro Penedo Grande apresenta a peça “A Porta”, de Rogélio Mena Gomes, na Foz do Ribeiro, no dia 23 de maio.

O espetáculo será às 16h, no restaurante da D. Odília.

Este é o segundo espetáculo que o Grupo apresenta num sítio da Freguesia de Messines, numa itinerância com o apoio da Junta de Freguesia de S. Bartolomeu de Messines.

“O Marinheiro”, na Ermida de S. Pedro, no Furadouro “O Marinheiro”, de Fernando Pessoa, é a peça de teatro que o Grupo de Teatro Penedo Grande irá apresentar no dia 13 de junho, na Ermida de S. Pedro, no Furadouro, em S. Bartolomeu de Messines.

O espetáculo irá decorrer às 16h, na Ermida, recentemente restaurada pelo Crédito Agrícola de Messines, e destina-se a comemorar o nascimento do poeta ( nascido a 13 de junho de 1888).

“Segredos” de Chi Pardelinha

A Casa Museu João de Deus, em Messines, acolhe até ao dia 6 de junho a exposição “Segredos”, da artista plástica Chi Pardelinha.

A iniciativa integra a programação da TEIA – V Bienal de Poesia do Concelho de Silves.

Os trabalhos de Chi Pardelinha “centram-se em imagens de mulheres que transmitem, sobretudo, emoções de tranquilidade, paz, poesia ou encanto (apesar de feitas de silêncios que se impõem acima de quaisquer argumentos), num ambiente onde se, por um lado, gostam de absorver o mundo exterior, por outro, anseiam por um fortíssimo enriquecimento espiritual”.

Chi Pardelinha (Maria Teresa de Freitas Gomes Pardelinha), nasceu em 1956. Obteve a instrução em desenho e pintura, na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa.

Inicia a sua atividade docente em 1976 até 2012, que exerce paralelamente à pintura. Em 1981 é convidada a fazer parte do grupo de artistas plásticos “Artever”. Foi membro de L`Académie Européenne des Artes. Em 2011 cria com outros artistas plásticos o “Coetus Novem” .

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História

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Arquivo Histórico

José Manuel Vargas

O Pelourinho de Silves

R

econstruído há cerca de 20 anos, o pelourinho de Silves é hoje um monumento tão familiar aos visitantes da velha capital do reino do Algarve que poucos se darão conta de que aquele símbolo da autonomia e jurisdição municipal pouco tem a ver com o pelourinho demolido em 1878 e quase nada com um presumível pelourinho manuelino que deve ter sido levantado depois da atribuição do foral de 1504.

A descrição mais antiga que se conhece do pelourinho de Silves foi escrita por Pedro P. M. Júdice, em 1911, na sua obra “Atravez de Silves, I Parte: Sé, Castello, Cruz de Portugal e Pelourinho”: “Estava situado na actual praça do município, aproximadamente no vértice do ângulo que a sueste forma o rectângulo do actual passeio. Foi retirado desse lugar em 1878. Quando se fez a construção da estrada de Mac-Adam que vem de S. bartolomeu de Messines. (…) Consistia o pelourinho de Silves num pedestal quadrado

Palavra puxa Palavra

Teodomiro Neto

Marina Cortes

MARINA era uma “joaninha” muito estimada pela prole de quatro irmãos: José, António, Isidro e Manuel.

A sua beleza mediterrânica assemelhava-se a qualquer Claudia Cardinali, assim os jovens se enamoravam nesse platonismo próprio das jovens idades, também pela simpatia e simplicidade dessa jovem.

Vivíamos, nesse tempo da minha lembrança, fins de quarenta, a memória recente da última guerra mundial, ainda as consequências do racionamento, em que o país era uma tripla penúria: miséria, silêncio e medo. Uma ditadura peninsular, em que Portugal se asfixiava em continuidade.

Marina tinha uma condição social média: os seus irmãos eram jovens de ofícios, a mãe doméstica e o pai um respeitável gestor agrícola.

Messines era, nesse tempo, diferen-

de 2 metros de lado, sendo a parte superior de cantaria e a inferior de alvenaria. Tinha este pedestal três degraus. A coluna de cantaria, de secção quadrada, implantada verticalmente sobre esta base, apresentava-se como que deprimida ao centro de um lado e outro, e teria de altura 2,5m, não incluindo o capitel, que era também de cantaria, o qual poderia ter 30 cm de altura. No ponto de implantação do capitel havia quatro peças de ferro recurvadas e formando cruzeta, e cada uma delas era terminada por uma argola. Sobre o capitel estava uma coroa real, e sobre esta uma espécie de cutelo de ferro. (…) Há anos, os restos deste pelourinho foram levados para o museu arqueológico lapidar Infante D. Henrique de Faro, onde estão depositados, por conta da Câmara Municipal de Silves” O depósito no Museu de Faro terá ocorrido depois de 1899, pois os restos do pelourinho não constam do pormenorizado catálogo do museu, editado nesse ano. Um inventário nacional dos pelourinhos, publicado em 1933, mencionava a existência do pelourinho de Silves no Museu de Faro, sem especificar que se tratava de fragmentos. E como havia uma foto da coroa de remate colocada sobre uma coluna, em Silves deduziram que o pelourinho estava completo e trataram de requerer, por diversas vezes, que fosse de novo entregue à câte do restante concelho de Silves, com um comércio que satisfazia as necessidades das restantes freguesias periféricas, causando inveja à cabeça do concelho, a secular cidade de Silves. As profissões tradicionais mantinham-se, se bem que a corticeira abalara para a periferia de Lisboa, dando-se o êxodo quase toral dessa profissão de cariz contestador.

Ainda os que, resumidamente, se agarraram em pequenos fabricos, de dois ou três operários, ou simplesmente o próprio a trabalhar por sua conta, formavam um núcleo de voz persistente, sonhando democracia e trabalhando por ela.

A juventude vivia nessa circunstância de abalar ou resistir às circunstâncias, sem futuro e com sonhos.

Marina, sempre foi uma jovem irradiante, gostava e praticava o teatro possível, na sua terra, em grupo amador, sempre nessa consistência cultural. Lembro-a em duas acções de cultura teatral. “A Recompensa” ( peça escrita em 1938) da autoria de Ramada Curto, uma peça realista, num idealismo republicano, em que a representação foi posta em cena por um grupo de jovens, de vanguarda e de homens maduros da esquerda marxista, como o comer-

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mara. Em resposta a esses pedidos, o conservador do museu (desde 1915) Justino de Bivar Weinholtz informava em 1944: “Em todas as ocasiões que a câmara pediu para lhe ser entregue o pelourinho, tem sido respondido que existem uns ferros e uma coroa real real que deve ser mais moderna e esclarece-se que a foto só pode ter sido da coroa sobre ma pequena coluna romana vinda de Ossónoba” e mostrava-se disponível para entregar os fragmentos à câmara de Silves (Voz do Sul, nº 1223, 1944).

por vestígios de fixação dos ferros de sujeição; - a plataforma da base era inteira de cantaria e não com moldura; - sobre a coroa havia um cutelo de ferro, cuja reconstituição não se tentou fazer, apesar de se obser-

Em data que não Coroamento do podemos precisar, os pelourinho (Museu fragmentos foram fiMunicipal, 1986) nalmente devolvidos à câmara de Silves e a coroa de varem os vestígios da sua inserção remate do pelourinho esteve vários no topo da coroa e de haver outros anos em exposição no museu mu- pelourinhos com espigões e cutenicipal, sem a devida identificação. los (Vila do Conde, Nisa, antigos pelourinhos de Coimbra e Cabeço Quando se procedeu à reconstitui- de Vide). ção, considerou-se a descrição de Pedro P. M. Júdice, sem no entanto Apesar dos reparos que se podem se observarem alguns pormenores: fazer à reconstituição, o pelouri- a coluna de cantaria era provavel- nho de Silves é um monumento mente uma peça única e certamen- único no Algarve, pois quase todos te de lioz ou demármore, sendo os outros da região desapareceram muito duvidoso que fosse de grés; (Albufeira, Alcoutim, Alvor, Cace- o fuste tinha uma reentrância a la, Faro, Loulé, Olhão, Portimão, meio, ou por desgaste da pedra ou Tavira) ou estão ainda mais inciante José Dionísio, homem muito silencioso e respeitado em Messines, creio de origem de Santa Clara ( Baixo Alentejo).

Mariana, muito jovem, vestiu a personagem de Teresa, na peça de Ramada Curto. Ainda a vi numa récita, em benefício, para custar um busto em honra de João de Deus.

Marina cria amizades, ganha consciência política. Toma contacto com jovens do MUD- Juvenil. Alguns messinenses, tal como o médico Edgar Neto, Sidónio Pacheco e sua mulher, a Loínha, Aparício Neto, entre outros militantes e simpatizantes. O Penedo Grande servia como espaço aberto e livre para esses encontros.

Marina, ora vai a Silves, onde se encontra com a sua amiga Josefa, militante do MUD, ora a Josefa vem a Messines. Tendo sempre o Penedo Grande em auditório natural para as discussões e preparações que o Movimento organiza. A se-

nhora Isabelinha, sua mãe, dá todo o consentimento aos encontros, e o senhor Cortes ( pai), homem que vinha do republicanismo, dá o apoio que a filha deseja, sendo a subida para o Penedo Grande feita nos cuidados necessários para evitar denúncias à Pide ( Polícia Política do Estado Novo).

Foi nessa circunstância e nessas cumplicidades, que Maria conhece o seu futuro marido, o militante Manuel Madeira ( natural de Messines), que fora levado em tenra idade, para as “fronteiras” de Marina Cortes Faro/Olhão. O futuro poeta de reconhecimento, nesses encontros cria a paixão pela sua conterrânea, com quem viria a casar, em 1953.

Os mundos, os nossos, divergiram em espaços geográficos. Já Marina Cortes se havia diluído no meu presente do início do século XXI, quando, no dia 19 de Junho de 2002, estando eu a pronunciar-me em conferência, sobre uma figuPub.

completos (Aljezur, Castro Marim, Monchique), além de que o outro exemplar que chegou até nós, o de Lagos, é uma reconstituição pouco criteriosa e mesmo fantasiada.

Por outro lado a singularidade do pelourinho de Silves consiste no

Fuste, capitel, remate e ferragens

facto de não se conhecer outro caso de coroa real a servir de remate e de apresentar elementos de duas épocas distintas: o coroamento é do século XVIII (reinado de D. Maria I) e a cruzeta de ferros com ganchos e argolas é característica do séc. XVI e comum nos pelourinhos manuelinos.

Por tudo isso, o pelourinho de Silves, ainda que distante da sua versão ou versões originais, é um monumento raro que valoriza ainda mais o património da histórica cidade. ra da cultura portuguesa, Augusto Lyster Franco, o escritor, jornalista e professor, finda a conferência, um casal se aproxima, e pergunta: “Não nos reconhece?” . Que não, digo.

Num sorriso que reganha o tempo, Marina Cortes Madeira aperta-me a mão e diz-me simplesmente: Eu sou a Marina Cortes, de Messines e apontando para o companheiro, acrescentando: Aqui, é o meu marido, o Manuel Madeira.

Foi um reencontro, mais com Marina, que recuperara, num hiato de cerca de cinquenta anos. E foi por pouco tempo… Ainda nesse ano, Marina acabava o seu tempo de vida. Mas o reencontro, nesse carregar de anos que logo se dissipou, foi uma plenitude, como se fora ontem, nesse dia, nesse mês, nesse ano do meio século XX, logo recuperado, no segundo ano do novo século, nesse reencontro da vida e da morte.

Marina Cortes foi um admirada Mulher, sempre… sempre, nos caminhos da democracia. Sempre fiel aos seus princípios. Com seu marido e filha temos tido e recuperado muitas e admiráveis memórias.

P.S. Agradeço a foto de Marina Cortes, cedida pela filha, a Professora Natércia Cortes Madeira, que tão gentilmente a cedeu para a Terra Ruiva.

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Sociedade Maio 2015

Reviver o Passado

Aurélio Nuno

Henrique Maufroy de Seixas

O

nome de Henrique Maufroy de Seixas é sobejamente conhecido por todos aqueles ligados ao mundo da náutica. Distinto colecionador e fotógrafo foi ainda um benemérito e excelso investigador, a ele se deve grande parte do levantamento e preservação das embarcações portuguesas.

Através de uma equipa de artífices, que recrutou ao Arsenal do Alfeite, reuniu uma magnífica coleção de

miniaturas de barcos construídos à escala, preservando pormenores de ordem tecnológica e artística. Esta constitui uma característica que marca toda a sua coleção, de grande qualidade, o modelo em escala é uma réplica perfeita do original, além de lhe estar associado pormenores de contexto.

Para garantir esta perfeição recorria a diversas fontes de informação, desde documentos escritos, a orais, recolhidos em longas conversas com pescadores e oficiais da Marinha, bem como de imagens, ou ainda através da aquisição de miniaturas. A paixão pela atividade marítima atravessou toda a sua vida permitindo-lhe reunir um importantíssimo acervo náutico.

Apesar de diferentes autores o considerarem natural do Algarve, concretamente de Silves e de nesta cidade ter falecido, tal não

tem veracidade. Henrique Mau- nha” ocupava então dois andares da froy de Seixas nasceu em Lisboa, sua residência, construída com esse na freguesia das Mercês em 15 de objetivo. O legado Maufroy Seixas abril de 1886, como atesta o livro veio enriquecer sobremaneira o de batismos daquela paróquia, e na espólio da Marinha, vindo a contribuir decisivamencapital viria a falecer, te para a criação do na sua residência na Museu da Marinha, Rua de D. Estefânia, nos Jerónimos, inaufreguesia de São Segurado oficialmenbastião da Pedreira, te a 15 de agosto de a 21 de fevereiro de 1962. Nas diferentes 1948, sendo sepultado salas encontram-se em jazigo, no segundo modelos provenientes cemitério. da sua coleção, sendo À data da sua morte que em reconhecilegou em testamento, mento de tão elevado ao Ministério da MaHenrique Seixas (Foto ato de benemerência rinha, as suas coleções de modelos de navios do Museu da Marinha) foi atribuído o seu nome à sala que dese embarcações, fotografias, desenhos, planos e outros taca alguns dos modelos mais emdocumentos, de valor incalculável, blemáticos do seu espólio, como a bem como o palácio Seixas, em galeota grande e o bergantim real, Cascais. O seu “Museu de Mari- embarcações de recreio da Casa

Deputados recebem delegação de Alcantarilha

A

questão da permanência da Ambulância de Emergência Médica em Alcantarilha foi, mais uma vez, o motivo da deslocação a Lisboa de um conjunto de cidadãos que exige que o assunto seja levado a debate a plenário da Assembleia da República, com a presença do ministro da Saúde.

A delegação foi composta por Analídio Braz, presidente da Assembleia Municipal de Silves; Carlos Baptista, delegado sindical do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas( STFPSSRA); Maria Eugénia, representante da Comissão de Utentes de Silves; e Michael Henchy, representante da comunidade estrangeira radicada no concelho de Silves.

Os mesmos foram recebidos pelos deputados eleitos pelo Algarve: Elsa Cordeiro, deputado do PSD, Paulo Sá, deputado do PCP, Mi-

N

Real. A sua coleção destaca-se ainda pelo considerável espólio de fotografias, cerca de vinte mil exemplares, onde além das suas próprias películas têm relevo outras de importantes fotógrafos portugueses, como Benoliel, Eduardo Portugal e Horácio Novaes, as quais doou à Marinha e às autarquias de Lisboa e Cascais.

Henrique Seixas foi um colecionador meticuloso, fotógrafo e museólogo lisboeta, que por abnegação legou ao estado, e como tal a todos nós, uma inestimável e única coleção.

Aurélio Nuno Cabrita Nota. Agradecemos a inestimável colaboração de José Manuel Vargas, Vera Gonçalves, António Seixas Louçã e Noémia Neves Anacleto.

Registos Publicados os trabalhos dos “Urban Sketchers”

Os “Urban Sketchers” (desenhadores de rua), estiveram em Silves e Messines, em abril, num encontro nacional. Com blocos de deseBarragem do Funcho são exemplos desses trabalhos, divulgados por esta entidade.

guel Freitas, deputado do PS; e André Figueiredo, deputado do PS, nomeado relator da petição na Comissão Parlamentar da Saúde.

A referida delegação foi entregar mais 856 assinaturas que somam à petição já entregue (com 3475), que reclama a permanência da ambulância de emergência médica no concelho, e particularmente em Alcantarilha.

Perante a delegação, os deputados

do PS, PSD e PCP manifestaram a sua preocupação com que está a acontecer na região, em termos de cuidados de saúde, e o deputado Paulo Sá afirmou que o assunto da ambulância já foi por si levantado, com uma interpelação ao Governo.

Os deputados concordaram em que é necessário que o ministro da Saúde se pronuncie sobre o caso, de uma forma clara.

Premiado projeto de parque rural canino em Messines

a freguesia de S. Bartolomeu de Messines, está a ser criado um parque rural canino que deverá estar concluído no próximo outono. O projeto da “Quinta dos Patudos” foi uma das 10 ideias premiadas, entre os 235 concorrentes a nível nacional, no concurso “Todos Queremos um Bairro Melhor” promovido pela EDP e pela revista Visão, com o

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alto patrocínio da Presidência da República.

A ideia premiada consiste em aproveitar um terreno agrícola, situado a meio caminho entre Messines e Paderne, para “criar um parque para exercitar e socializar cães com supervisão técnica adequada e para realizar seminários e workshops de educação e treino de cães e outras atividades envolvendo animais”.

O projeto de criação do parque rural canino “Quinta dos Patudos”, que foi o mais votado pelos utilizadores da Comunidade EDP, foi premiado pelo júri do concurso com um prémio monetário, no valor de 2.000€, que será integralmente utilizado na implementação da ideia. Este foi, também, o único projeto da região do Algarve premiado neste concurso.

Silves- por Pedro Cabral

nho, lápis e tintas, percorreram as ruas, as vielas e foram ao encontro das paisagens, dos pormenores e das pessoas.

O resultado dos seus trabalhos está acessível a todo o público, no blogue que mantém: http:// urbansketchers-portugal.blogspot.pt.

Os Urban Sketchers são um grupo de autores que desenham em diários gráficos as cidades onde vivem, os sítios por onde viajam e encontram-se para desenhar de vez em quando. Formaram a Associação Urban Sketchers Portugal, cuja programação e demais informação pode ser encontrada no referido blogue.

Via Algarviana na Freguesia de Messines

A Via Algarviana está a proceder a pequenas melhorias no percurso da Freguesia de Messines. A colocação de uma mesa de piquenique junto à Ermida de Sant’Ana e um novo painel interpretativo junto ao parque de merendas da

António Pereira na rua de Armação de Pêra

No rescaldo do Bay Art Fest, que decorreu em Armação de Pêra, na rua Dr. Henrique Gomes, o poeta

armacenense António Pereira fita agora quem passa, na rua quase à beira mar.

A Polis Apoteose organizou, com a colaboração de várias entidades e voluntários, e o cidadão Dinis Neto cedeu os prédios, onde agora estão o poeta e uma figura muito conhecida, o pescador Geninho…

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Geral

Agenda

Óbitos

Maio 2015

Eventos

Ismael Elias Luís

Exposições Exposição “O bairro J.J. Duarte” - Nos Paços do Concelho, até 31 de maio. De segunda a sexta feira das 9h às 17h.

Exposição “No caminho do Lince Ibérico”, no Castelo de Silves, diariamente das 9h às 17h.

Exposição Internacional de Cartoon – Na Sociedade de Instrução e Recreio Messinense, até dia 13 de junho, diariamente ( exceto às segundas feiras)

Construções c/ Própria/Empreitadas Escritório: Rua José Falcão, 9 - r/c 8300-166 Silves - E-mail: finobral.lda@sapo.pt Pub.

Exposição de retrato a óleo – De Manuela Craveirinha, na Biblioteca Municipal de Silves, até 30 de maio. De segunda a sexta feira das 10h às 18h30; sábado, das 14h às 18h30.

Exposição “ Segredos - De Chi Pardelinha, na Casa Museu João de Deus, até ao dia 6 de junho, das 10h às 18h.

Exposição Os Signos do Quotidiano”, no Museu Municipal de Arqueologia, todos os dias, das 10h às 18h.

Casa Museu João de Deus - Exposição Permanente sobre João de Deus, em Messines. Com Espaço da Biblioteca, Espaço Multimédia e Ludoteca, onde são organizadas várias actividades, das 10h às 13h e das 15h às 18h. Encerra aos sábados, domingos e feriados.

Faleceu no passado dia 2 de Maio do corrente com 71 anos de idade, Ismael Elias Luís. Natural da freguesia e concelho de Portimão.

Residente na Vila de S. B. de Messines há algumas décadas, após o regresso de Angola no pós-25 de Abril de 1974, era uma pessoa afável, muito considerada e respeitada por todos aqueles que com ele conviveram. Exercia há bastantes anos as funções de fisioterapeuta.

Cidadão social e politicamente ativo, esteve ligado durante muitos anos a várias colectividades da terra, designadamente, à Sociedade de Instrução e Recreio Messinense, Bombeiros Voluntários de S. B. de Messines e União Desportiva Messinense, bem como, foi militante e dirigente do PSD local.

O Jornal “Terra Ruiva”, que apoiou e patrocinou, endereça as mais sentidas condolências à viúva, filhos, noras, netos e restantes familiares.

Escritura

Encontro de Veículos Clássicos em Armação de Pêra – No 1º domingo de cada mês, junto ao Mini Golfe.

Pub. Sito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em Setúbal

Pub.

José Manuel Coelho Guerreiro

Pub.

Pub.

Certifico, para efeitos de publicação que no dia doze de Maio de dois mil e quinze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação a folhas 120 do livro 279 – A, de escrituras diversas na qual: Maria José Alves Romão Boaventura, casada com José Carlos Gaspar Boaventura, sob o regime de comunhão de adquiridos, residente na Rua Doutor Mário Sacramento, número 15, rés-do-chão, Póvoa de Santo Adrião, em Odivelas, contribuinte número 149 530 340, justificou a posse, invocando a usucapião, do seguinte imóvel: Prédio misto, com a área de três mil seiscentos e oitenta metros quadrados, sito em Torre – Cabeços, freguesia de São Bartolomeu de Messines, concelho de Silves, que confronta do norte com Estrada, do sul e Poente com José Manuel e do nascente Manuel Guerreiro, composta a parte rústica de cultura arvense de sequeiro, alfarrobeiras, amendoeiras e oliveiras, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 153 da Secção IS, e a parte urbana de rés-do-chão, para habitação, com a área de noventa metros quadrados e logradouro com a área de duzentos e trinta metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1774, ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Silves.

Está conforme.

Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em Setúbal, 12 de Maio de 2015 A Notária, Maria Teresa Oliveira Conta registada sob o número 762

Materiais Eléctricos Instalações Eléctricas Electrobombas - Ferramentas Mini-Mercado

(Publicada no jornal Terra Ruiva, Edição nº 166, de 19 de Maio de 2015)

Rua poeta António Aleixo, n. 20 | 8375 S. Bartolomeu de Messines | Tel. 282 339 173

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Fax: 282 330 626

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Geral

Escritura

Escritura

CARTÓRIO NOTARIAL A CARGO DA NOTÁRIA MARIA MARGARIDA FRESCO BORLINHA HENRIQUES, SITUADO NA RUA CRUZ DE PORTUGAL À PROJECTADA DIOGO MANUEL, BLOCO A, EDIFICIO ARADE, LOJA 3 C, SILVES. CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do disposto no artigo cem, número um do Código do Notariado, que em vinte e um de Abril de dois mil e quinze, foi exarada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, lavrada a folhas setenta e sete verso do Livro de Notas número cento e quarenta e nove, deste Cartório, a cargo da Notária Maria Margarida Fresco Borlinha Henriques, na qual ANTÓNIO JOSÉ DA SILVA e mulher OLÍMPIA DA CONCEIÇÃO SACRAMENTO DA SILVA, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais respectivamente da freguesia de Alcantarilha, concelho de Silves e da freguesia de Porches, concelho de Lagoa-Algarve e residentes habitualmente na Rua Dr. José Diogo Mascarenhas, número 13-A, União das freguesias de Alcantarilha e Pêra, concelho de Silves, contribuintes fiscais números 159 070 139 e 121 661 016, foi dito que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrém, do prédio urbano, lote de terreno destinado à construção urbana, sito na Rua 13 de Maio, União das freguesias de Alcantarilha e Pêra, concelho de Silves, com a área de mil e cem metros quadrados, a confrontar do norte, com via de acesso à zona comercial, do sul, com Rua 13 de Maio, do nascente, com “Garagem Vieira” e do poente, com António Galego, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Silves, e inscrito na respectiva matriz predial, em nome do justificante marido sob o artigo rústico 3 701, com o valor declarado igual ao patrimonial tributário de 50 560,00 Euros.

Que os justificantes adquiriram o lote de terreno, por meio de compra verbal, nunca reduzida a escritura, feita a João Pedro Bitorres Cabrita e mulher Maria Teresa Mendonça Cabrita, casados no regime da comunhão geral de bens e residentes em Alcantarilha, no ano de mil novecentos e oitenta, e em data e mês que não podem precisar.

Que declararam que o referido lote de terreno, está situado no perímetro urbano de Alcantarilha e não está nem esteve alguma vez integrado em zona, objecto de loteamento urbano.

Que desde esse ano possuem o dito lote de terreno para construção urbana, em nome próprio, exercendo todos os direitos de proprietários, tratando-o, procedendo à sua limpeza, conservando-o, e pagando os respectivos impostos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente e com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o imóvel por USUCAPIÃO, não tendo todavia dado o modo de aquisição documentos que lhes permitam fazer prova do seu direito de propriedade perfeita.

Está conforme o original.

Silves, vinte e um de Abril de dois mil e quinze A Notária Maria Margarida Fresco Borlinha Henriques Registado sob o nº 116 Emitido recibo.

(Publicado no jornal Terra Ruiva, edição nº 166, 19 de Maio de 2015)

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JUSTIFICAÇÃO Ana Rita da Silva Palma, Notária do Cartório Notarial sito em Lagoa (Algarve), na Rua Município de S. Domingos, Lote 7, rés-do-chão direito, CERTIFICA narrativamente, para efeitos de publicação, que neste Cartório, no dia de hoje, de folhas cento e vinte e sete a folhas cento e vinte oito verso do Livro de notas para Escrituras diversas número Cento e dezanove - A, foi lavrada uma escritura de justificação notarial, na qual: - José Gregório do Carmo Nunes, NIF 101 632 959, e mulher Hermínia Maria Boto Duarte do Carmo Nunes, NIF 101 632 967, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia e concelho de Silves, residentes na Estrada Nacional 124, no Enxerim, Silves.

Declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do PRÉDIO RÚSTICO situado em Torre e Cercas, na freguesia e concelho de Silves, composto por alfarrobeiras, cultura arvense e oliveiras, com a área de seis mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar, do norte com Sociedade de Agricultura Torre, Lda, do sul com José António das Neves, do nascente com o próprio e outro e do poente com o próprio, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Silves, inscrito na respetiva matriz predial rústica, em nome de Emília da Conceição – cabeça de casal da herança de, sob o artigo 8 da secção AP da freguesia de Silves ( que provém do antigo artigo 3.982 da avaliação de mil novecentos e sessenta e cinco).

Que, o referido prédio não se encontra descrito na respetiva Conservatória do Registo Predial de Silves e do mesmo não têm qualquer título formal que sirva de base ao registo em seu nome.

Que, adquiriram e entraram na posse do prédio, já no estado de casados um com o outro, no ano de mil novecentos e setenta, em dia e mês que não podem precisar, por compra verbal feita a Emília da Conceição, já falecida, solteira, maior, residente que foi em Canhestros, em Silves, sem que, todavia, tenha sido lavrada a competente escritura pública, inexistindo portanto título formal que a comprove.

Que, desde então, data em que se operou a tradição material do supra identificado prédio ( ano de mil novecentos e setenta) até hoje, os justificantes passaram a desfrutar o dito prédio como coisa própria, autónoma e exclusiva, como seus exclusivos proprietários, dele retirando as vantagens de que é susceptível, nele efetuando as tradicionais culturas da região, lavrando, semeando e tratando das árvores, cultivando-o, usufruindo, portanto, de todos os seus frutos e rendimentos, passaram a cuidar da conservação e limpeza do mesmo e a suportar os seus encargos, enfim, nele praticando os atos materiais correspondentes ao direito de propriedade plena na convicção de não lesarem o direito de outrem, convictos de serem os verdadeiros e legítimos proprietários do referido imóvel e como tal sempre por todos foram reputados, pelo que possuem o dito prédio em nome próprio há mais de quarenta e quatro anos, sem violência ou a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início e à vista de toda a gente, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento e acatamento de toda a gente.

Que, deste modo, esta posse pública, pacífica e contínua, de boa fé, conduziu à aquisição do direito de propriedade do mencionado prédio por USUCAPIÃO, que invocaram para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo.

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Vai conforme o original.

Lagoa (Algarve), vinte de Abril de dois mil e quinze A Notária Ana Rita da Silva Palma Conta registada sob o nº 425/2015 (Publicada no jornal Terra Ruiva, Edição nº 166, de 19 de Maio de 2015)

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Geral Maio 2015

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Terra Ruiva promove Encontros com Leitores Com Exposição Comemorativa

“Pincéis à Solta”, na Sociedade de Messines

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o âmbito da comemoração do seu 15º aniversário, assinalado em abril, o Terra Ruiva – Jornal do Concelho de Silves irá promover uma série de Encontros com os Leitores.

O primeiro será em Silves, cidade onde foi apresentada publicamente a primeira edição do nosso jornal. Iremos depois realizar um encontro em todas as freguesias do concelho, terminando, no final do ano, em S. Bartolomeu de Messines, vila onde o jornal se encontra sedeado.

O Encontro em Silves está marcado para o dia 19 de junho, às 21h, no Teatro Mascarenhas Gregório.

Na ocasião, iremos relembrar muitos dos temas abordados ao longo dos últimos 15 anos, através de uma Exposição com algumas das primeiras páginas que publicámos.

O objetivo destes encontros é o de proporcionar um maior conhecimento sobre os nossos leitores, ao mesmo tempo que se promove a partilha de experiências e de opiniões, entre os leitores e aqueles que fazem o Terra Ruiva.

Será também uma oportunidade para se discutir algumas questões relacionadas com a imprensa regional e local, as dificuldades e as potencialidades, os fracassos e os sucessos…

O Terra Ruiva convida à participação de todos os leitores, anunciantes, amigos e a população em geral.

E NCONTR O S C OM

L EIT O RES

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Atelier de Pintura – Pincéis à Solta – terá lugar no dia 6 de junho, às 10h, na Sociedade de Instrução e Recreio Messinense.

O atelier destina-se a crianças dos 5 aos 10 anos e será coordenado por Carminda Fiadeiro e Jorge Correia.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas na Sociedade ou através do email: sociedademessines@gmail.com A iniciativa insere-se nas comemorações do Dia Mundial da Criança.

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