JORNAL DO CONCELHO DE SILVES

Tunes
Messines Obras na Estrada do Furadouro
Novas viaturas para freguesias de São Marcos da Serra, Algoz e Tunes, Pêra e Alcantarilha
Geopalcos

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Messines Obras na Estrada do Furadouro
Novas viaturas para freguesias de São Marcos da Serra, Algoz e Tunes, Pêra e Alcantarilha
A Pedra do Valado é o maior recife rochoso costeiro a baixa profundidade em Portugal, com uma biodiversidade marinha única no mundo.
de PRR para Reabilitação, Conservação e Restauro das Muralhas e Porta da Almedina de Silves
Com espetáculos em Silves e São Marcos da Serra
Sunset Secrets
No Castelo de Silves, às quintas-feiras, ao cair do sol
Handsome
Festival Internacional de Turismo Criativo
Também em Silves e Messines
Silves acolheu, no dia 17 de maio, a 2.ª Assembleia Participativa sobre a revisão e atualização do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC 2030).
A Assembleia Participativa contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma; da ecretária de Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura Gouveia; do vice-presidente da CCDR Algarve, José Pacheco; do secretário executivo da AMAL, Joaquim Brandão Pires e, pela Agência Regional de Energia e Ambiente do Algarve (AREAL), António Mortal.
O painel da Assembleia Participativa foi moderado por Ricardo Canas.
De referir que esta sessão integra um périplo de assembleias participativas presenciais, realizadas em todo o território nacional, de maneira a complementar a auscultação prévia que ocorreu até ao passado dia 14 de abril, em formato online; tendo
como objetivos o envolvimento da sociedade civil no processo de atualização e revisão do PNEC2030; a sensibilização para os objetivos estratégicos do PNEC 2030; e a recolha de contributos que beneficiem a elaboração do projeto de atualização do PNEC2030.
A iniciativa contou com o apoio do Município de Silves e da CCDR Algarve.
O Plano Nacional Energia e Clima 2030 (PNEC 2030) é o principal instrumento de
política energética e climática para a década 2021-2030, rumo a um futuro neutro em carbono e surge no âmbito das obrigações estabelecidas pelo Regulamento da Governação da União da Energia e da Ação Climática, o qual prevê que todos os estados-membros elaborem e apresentem à Comissão Europeia os seus planos integrados em matéria de energia e de clima.
O PNEC inclui uma caracterização da situação
existente em Portugal em matéria de Energia e Clima, abrangendo cinco dimensões previstas no Regulamento da Governação da União da Energia e da Ação Climática: descarbonização, eficiência energética, segurança de abastecimento, mercado interno da energia e investigação, inovação e competitividade, bem como as principais linhas de atuação planeadas para o cumprimento dos diferentes compromissos.
O PNEC 2030 estabelece as
As praias do concelho de Silves, em Armação de Pêra e Pêra (Praia Grande), voltam a ter hasteada a Bandeira Azul, atribuída pela Associação Bandeira Azul da Europa, como comprovativo da qualidade. Terão também a Bandeira Dourada, atribuída pela associação Quercus.
Este ano, são 394 praias costeiras e 47 praias fluviais que têm a Bandeira Azul. No Algarve são 85 os galardões azuis distribuídos.
Na época balnear 2023, a Quercus atribuiu o galardão “Praia com Qualidade de Ouro” a 394 praias nacionais, menos 46 do que em 2022. Das 394 praias galardoadas, 328 são costeiras, 56 interiores e 10 de transição.
Todas as regiões do país
apresentam descidas no número de praias distinguidas, sendo a Região Norte a que registou a maior queda. No que se refere a distinções relativas à qualidade das praias, o concelho de Silves ficou de fora, juntamente com Lagos, Portimão, Lagoa, Loulé, Olhão e Castro Marim, da lista de praias com Zero Poluição, elaborada pela associação ZERO. Uma praia ZERO Poluição
é aquela em que não foi detetada qualquer contaminação microbiológica nas análises efetuadas às águas balneares ao longo das três últimas épocas balneares Segundo explica a associação, o facto de não estar incluída na lista, não significa que a praia não tenha uma qualidade de água excelente, mas basta ter havido uma única análise onde foi detetada a presença de microrganismos,
mesmo que muito longe do valor-limite, para deixar de poder ser considerada praia ZERO Poluição.
Este verão foram anunciadas 58 praias ZERO poluição em Portugal. Os concelhos com maior número de praias ZERO poluição são Albufeira e Aljezur com cinco praias, Tavira com quatro e Alcobaça, Faro, Porto Santo (Madeira), Sesimbra, Vila do Bispo e Vila do Porto (Santa Maria, Açores) com três. A cerimónia oficial de hastear da primeira Bandeira Azul decorreu na Praia do Mar, nas Caldas da Rainha, no dia 1 de junho. Em Silves, isso ocorrerá no dia 21 de junho.
metas nacionais para o horizonte 2030, de redução de emissões de gases com efeito de estufa (45% a 55%, em relação a 2005), de incorporação de energias renováveis (47%) e de eficiência energética (35%), interligações (15%), segurança energética, mercado interno e investigação, inovação e competitividade e concretiza as políticas e medidas para uma efetiva aplicação das orientações constantes do RNC2050 e para o cumprimento das metas definidas.
Adicionalmente, o PNEC 2030 estabelece metas sectoriais de redução de emissões de GEE, por referência às emissões registadas em 2005: 70 % no sector dos serviços; 35 % no sector residencial; 40 % no sector dos transportes; 11 % no sector da agricultura; 30 % no sector dos resíduos e águas residuais. Com 58 linhas de ação e 206 medidas para alcançar as metas estabelecidas, o PNEC
2030 inclui ainda medidas relativas ao mercado interno de energia e à segurança energética.
A operacionalização, coordenação, desenvolvimento e futuras revisões do PNEC 2030, é da responsabilidade do Grupo de Coordenação do PNEC 2030, cocoordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente e pela Direção-Geral de Energia e Geologia em articulação com as entidades previstas no Sistema Nacional de Políticas e Medidas (SPeM), no sentido de garantir a articulação do contributo nacional para cumprimento dos compromissos comunitários e internacionais e facilitar a execução das orientações de política constantes do PNEC 2030 ou determinadas pela Comissão para a Ação Climática (CAC).
Um espaço emblemático da vila de Armação de Pêra – a Lota - foi o local escolhido para uma apresentação pública com o tema “O Recife do Algarve – Pedra do Valado: um tesouro escondido a proteger”.
A sessão decorreu no dia 26 de maio, por ocasião do 24º Festival da Caldeirada e do Mar, que nesse dia se iniciava em Armação de Pêra, organizado pela Câmara Municipal de Silves.
A presidente da autarquia, Rosa Palma, deu as boas vindas aos presentes e deixou no ar a questão: “o que é este tesouro tão especial?”
A resposta foi dada por Jorge Gonçalves, investigador do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve, entidade que estuda há vários anos esta zona, entre o farol de Alfanzina e a Marina de Albufeira, até uma distância da costa com cerca de 50 metros de profundidade, abrangendo os municípios de Silves, Lagoa e Albufeira, na qual se encontra, junto a Armação de Pêra, a Pedra do Valado.
A Pedra do Valado é o maior recife rochoso costeiro a baixa profundidade em Portugal, com condições naturais muito singulares, que têm permitido o desenvolvimento de uma biodiversidade marinha única. É o que possui maior número de espécies com estatuto de conservação, com 889 espécies observadas, com 45 novos registos para a ciência em Portugal e onde foram encontradas 12 novas espécies para a ciência, a ní- vel mundial. É igualmente um local privilegiado para as ervas marinhas e jardins de gorgónias, com corais moles.
A par do seu interesse científico, é uma das áreas mais ricas e produtivas da região do Algarve, com muitas espécies com interesse comercial e que suporta muitas atividades económicas e modos de vida, como a pesca local.
Toda esta riqueza, como explicou Jorge Gonçalves, esteve seriamente ameaçada, em 2018, quando foi apresentado, para esta zona, um projeto de aquacultura, com uma área de 60m2. A sua imple-
mentação, significaria que “não haveria pesca nenhuma, nem atividades marítimo-turísticas”.
Foi então que surgiu o projeto da criação de uma área marinha protegida ao largo de Armação de Pêra, tendo como promotores o CCMAR, a Fundação
Oceano Azul, a Câmara Municipal de Silves, a Junta de Freguesia de Armação de Pêra e a Associação de Pescadores de Armação de Pêra, a que se juntaram posteriormente os municípios de Lagoa e Albufeira.
Aos objetivos de proteção da natureza aliaram-se os objetivos de defesa da pesca local, que vinha a sofrer um decréscimo, quer em volume de pesca desembarcada quer em número de embarcações e se tornara bastante dependente da pesca de uma única espécie, o polvo. O processo de constituição da área marinha protegida desenrolou-se durante dois anos, ao longo de mais de 60 reuniões, com a participação de 89 entidades, incluindo associações da pesca profissional e lúdica, representantes de empresas marítimo-turísticas, administração regional, local e central, centros de investigação científica, federações desportivas, autoridade marítima, agrupamentos de escolas, organizações não-governamentais e associações empresariais. Segundo o CCMAR, foram realizadas seis sessões presenciais, mais de 60 reuniões bilaterais, e uma sessão final de apresentação da proposta de zonamento e das bases
Nome:
Morada:
Código Postal:,
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para o regulamento desta área marinha protegida. Este é um processo que orgulha os seus promotores porque foi a primeira vez em Portugal, que um projeto desta natureza foi construído “de baixo para cima”, com a participação de todos os interessados, o que lhe permitirá, pensam, “funcionar, ao contrário do que aconteceu com as outras áreas marinhas protegidas, criadas a partir de gabinetes”, sem a participação dos locais. Em resultado de todo este trabalho, em maio de 2021, o dossier com a proposta de criação da primeira Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário (AMPIC) em Portugal, designada Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado. A proposta aguarda ainda uma decisão final.
O modelo proposto inclui a criação de uma área de proteção total de quatro quilómetros quadrados, a zona de maior biodiversidade marinha, onde estão proibidas a passagem e quaisquer atividades, com exceção de estudos científicos.
Está prevista também uma área de proteção parcial na crista do recife, com 16,5 quilómetros quadrados, para a salvaguarda de uma zona de interesse ecológico elevado, que une as duas áreas com mais importância para a biodiversidade marinha. Aqui serão apenas permitidas atividades não extrativas, sustentáveis e devidamente regulamentadas, como mergulhos e passeios.
A área de proteção comple-
mentar tem 135 quilómetros quadrados, abarca grande parte do recife rochoso e é onde vai ser permitida a pequena pesca artesanal. Serão ainda criadas zonas de proteção especial na costa, para proteção das ervas marinhas e poças de marés. Na zona exterior do recife, poderão operar todas embarcações
ções do vereador da Câmara Municipal de Silves, Maxime Sousa Bispo, do presidente da Associação de Pescadores de Armação de Pêra, Manuel João Prudêncio, da investigadora do CCMAR Mafalda Rangel e de alguns dos presentes, sobretudo pescadores. Das intervenções realizadas, destaca-se a chamada de atenção para a necessidade de intervenção na Ribeira de Alcantarilha que “era uma maternidade natural que alimentava a Pedra do Valado” , e que se encontra assoreada. Manuel João, da Associação de Pescadores, defendeu a preservação da riqueza desta área, uma realidade que os “pescadores já conheciam há muito tempo” e sublinhou que a defesa do ambiente tem que ser feita com equilíbrio, de forma a “garantir a sustentabilidade dos pescadores”. Afirmou que, ao contrário do que por vezes se diz, a “comunidade piscatória de
que “o grosso do peixe que é comercializado em Armação de Pêra venha de outras zonas do Algarve e até de Marrocos”.
Na sua opinião, a implementação da AMPIC deveria ser complementada com outras iniciativas, em Armação de Pêra, como a criação do Museu do Mar, do qual se fala há muitos anos, e de uma biblioteca temática, relacionada com o mar, no antigo Mercado Municipal, “edifício centenário que está a servir de arrecadação, depois de ter sido desmontado em Silves, e transportado para Armação”.
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de pesca, mas por toda a área protegida são excluídas o arrasto, a ganchara e a xávega. Ficam também proibidas as atividades de aquacultura, dragagens comerciais e a alimentação de praias, a não ser por razões de necessidade extrema e segurança da costa.
Medidas compensatórias Após a apresentação do projeto e de uns vídeos sobre o Parque Marinho, seguiu-se um debate com as participa-
Armação de Pêra tem mais jovens e pescadores do que há dois anos atrás” e que tem de ser defendida, nomeadamente através das “medidas compensatórias” que estão previstas aquando da implementação da AMPIC. Uma das medidas, deveria ser a requalificação da Lota de Armação de Pêra, que, a funcionar, iria “melhorar o preço do pescado” e rendimento dos pescadores. A situação atual, da Lota encerrada, faz com
Da parte do Município de Silves, interveio o vereador Maxime Sousa Bispo, que elogiou este “projeto inovador e pioneiro”, no qual o Município participa “desde a primeira hora” e cuja primeira conquista foi “conseguir travar o projeto de aquacultura” previsto para a zona. O vereador falou da necessidade de “acautelar” os interesses dos pescadores que, “num primeiro momento” poderão registar “eventuais perdas económicas” que terão de ser contrariadas com “medidas compensatórias”. Da parte do Município, disse, este está “empenhado em criar condições para apoiar a comunidade”, nomeadamente através de medidas como a recente aquisição de um novo trator, ou da requalificação dos abrigos de pesca, um projeto a iniciar em breve, estando igualmente em conversações com a Docapesca, com vista à requalificação da Lota. Mas não deixou de sublinhar que se é verdade que não se pode corrigir “erros urbanísticos do passado”, o facto é que em Armação existe um “capital natural, acrescido e único” com a possibilidade de lhes contrapor um “destino turístico ambiental e distinto”.
O desafio, acrescentou o vereador, é o de firmar o concelho de Silves, com Armação de Pêra e Pêra (incluindo a Ribeira de Alcantarilha e a Lagoa dos Salgados), como um concelho comprometido com a defesa da AMPIC e com o legado a deixar às gerações vindouras.
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Editorial Paula Bravo
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Muitas são as vozes que se têm insurgido contra o facto do edifício do Cineteatro Silvense se encontrar à beira da ruína, bem no meio da cidade, colocando já em causa a segurança pública. E ainda são mais aqueles que se lembram e recordam com nostalgia os filmes e espetáculos que por ali passaram e que marcaram épocas das suas vidas…
O futuro do Cineteatro Silvense esteve há dias em discussão, numa tertúlia em Silves, na qual várias pessoas
Tomar
Partido Francisco Martins Economista
Aexecução do vasto pacote financeiro colocado à disposição de Portugal, constituído pelo que resta do Programa 2020, pelo Plano de Recuperação de Resiliência (PRR) e o novo Quadro Comunitário Portugal 2030, representa um desafio único para a competitividade, a transição climática e o desenvolvimento do país. São cerca de 50 mil milhões
defenderam que a Câmara Municipal tem obrigação de recuperar o edifício e transformá-lo num novo pólo cultural na cidade. O que levanta uma questão: quanto custaria isso e a quem serviria? Pessoa mais informada do que eu e que já fez as contas, diz-me que uma obra dessa envergadura não custaria menos de um milhão de euros, para recuperar o edifício em ruínas e converte-lo num espaço aberto ao público, obedecendo a todas as novas exigências. Além de que –pormenor importante – seria necessário que a Câmara conseguisse adquirir o Cineteatro, que é pertença de algumas dezenas de investidores, alguns deles em parte incerta e sem qualquer interesse manifesto na sorte do cineteatro.
Pondo de parte esse pormenor
de euros que implica um ritmo de execução de mais de 7 mil milhões por ano, notoriamente um objetivo altamente exigente, se comparado com os últimos quadros comunitários que foram executados à média de 2,5 mil milhões por ano. É requerido neste processo, articulação e foco, desburocratização e agilização na criação dos procedimentos por parte do governo e entidades gestoras, que conduzam à operacionalização dos instrumentos, implementação dos regulamentos específicos, publicação dos Avisos de Concurso e submissão das candidaturas. Sendo que nesta última fase terão prioridade e vantagem os beneficiários que previamente se prepararam
fundamental (da enorme verba que a Câmara teria de investir) levanta-se a outra questão. E para quê/ para quem? Sejamos francos. Qualquer cidadão que frequente os espaços e iniciativas culturais na cidade sabe que o público, salvo raríssimas exceções, se resume a escassas dezenas de pessoas. Não é só em Silves que isto acontece, mas é um facto. A indignação, os gostos e os emojis que pululam nas redes sociais não se transportam para a realidade. Exponho mais um caso. Esta semana vi umas fotos que dão conta da derrocada da Ermida de Sant’Ana, na freguesia de São Bartolomeu de Messines. A última vez que por lá passei, o telhado estava já a desabar, com buracos abertos, este inverno completou a destruição. A consternação foi geral. Muita emoção nas redes
sociais, ai que pena… Ai que desperdício, pensei eu. Lembro-me bem quando, há algumas décadas atrás, no mandato do presidente José Viola, a Câmara, embora não fosse da sua competência, recuperou a ermida que se encontrava abandonada há muito, por insistência do pároco de Messines, pessoa empenhada na recuperação do património religioso da freguesia. Falecido o padre Brito, a vida avançou noutras circunstâncias e a ermida encontra-se de novo em ruína. E claro, há um movimento de cidadãos para que a Câmara faça as obras de recuperação… E quando se fala em património religioso no concelho, não há como escapar ao tema da Sé de Silves. Os silvenses lembrarão quando, há alguns anos, o padre Carlos Aquino, teve que interromper
os serviços religiosos, caíram bocados do telhado na rua e embora não fosse da competência da Câmara, a presidente Isabel Soares procurava mecenas privados que financiassem as obras, enquanto a Igreja e o Estado se alheavam da situação…
E veja-se, nos dias de hoje, quem tem estado a zelar para as obras de manutenção e recuperação dos principais monumentos da cidade, do Castelo, às muralhas, passando pela Ponte Velha. Mais uma vez, o esforço, o empenho e o financiamento (total ou parcial) tem sido da Câmara de Silves.
Dirão: não faz mais do que a sua obrigação. E há muita verdade nessa observação. Mas pergunto: e quem paga a conta? E mais: é justo que o faça? Quem lida com um orçamento, se coloca num
lado terá de tirar de outro –é a regra. Onde tirar e onde colocar são decisões que cabem ao poder político que num determinado momento dirige o município. Mas, muitas vezes, os executivos não têm escolha: ou agarram ou deixam cair.
E terão de tomar essa decisão sabendo que seja uma ou outra escolha, de uma forma ou de outra, serão sempre criticados e julgados. Quanto a nós, cidadãos, cabe-nos analisar, tentando não nos deixarmos conduzir por nostalgias pessoais ou ambições que só servem o nosso tempo. Porque, o que queremos, é futuro construído com rigor, com as contas certas e justas. Para que uns não tenham de pagar pela negligência de outros.
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com a contratação e elaboração dos projetos técnicos, sem os quais não haverá aprovação de candidaturas ou lançamento de concursos públicos para a execução de empreitadas e investimentos.
O Município de Silves encontrar-se-á neste patamar de exigência, visto ter lançado elevado número de candidaturas a financiamento comunitário, destacando-se do seu conjunto, um bom número de projetos na sua maturação máxima, i.e., projetos de execução, vários deles em fase de concurso público, outros com obra executada ou com obra em curso, que é demonstrativo de eficiência no aproveitamento das oportunidades de
financiamento externo e na alavancagem do investimento municipal. No Plano de Ação submetido recentemente à Associação de Municípios do Algarve (AMAL), no âmbito do Portugal 2030, o Município de Silves integrou 50 projetos no valor global de 27,8 milhões de euros, abarcando eixos e áreas como a eficiência energética, o ciclo urbano da água, o sistema de higiene pública, o património cultural e natural e a proteção civil. Numa das componentes (cultura e património) das candidaturas ao PRR o Município de Silves alcançou assinalável êxito ao garantir financiamento comunitário para a obra de Reabilitação, Conservação
e Restauro das Muralhas e Porta da Almedina de Silves (2, 2 milhões de euros). É elucidativo que o projeto de execução das “Muralhas de Silves” foi concluído em 2017.
Uma das condições para uma boa gestão autárquica pressupõe dinâmica, visão e eficiência na obtenção de meios financeiros externos, precedido, necessariamente, de programação e planeamento.
Apostila – O ex-Ministro da Educação do tempo da troika (2011-2015), Nuno Crato, tem dado à costa para criticar a falta de professores nas escolas. Até aqui tudo muito bem, não fosse o facto de Nuno Crato ter afirmado durante o seu consulado na Educação que tínhamos professores a mais e
que a redução era inevitável. E neste aspeto foi consequente. Foi com ele no ministério que o número de professores foi reduzido em 30 mil, ou seja, em 20% do total! Acrescendo ainda que o ex-primeiro-ministro do seu governo, Passos Coelho (PSD), convidava na altura os professores desempregados a “abandonarem a sua zona de conforto” e a “procurarem emprego noutro sítio”! Objetivamente, são estes os políticos que descredibilizam e afastam os cidadãos da política e da defesa da Democracia, levando-os a pensar (erradamente) que são todos iguais.
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António Eugénio, António Guerreiro, Aurélio Nuno Cabrita, Fabrice Martins, Francisco Martins, Helena Pinto, José Alberto Quaresma, José Manuel Vargas, Miguel Braz, Mónica Gonçalves, Paulo Penisga, Ricardo Camacho, Sara Lima, Teodomiro Neto, Tiago Brás.
Redação: Rua da Fábrica, nº3; 8375-147 S. Bartolomeu de Messines - Tlm – 96 285 6922
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Os artigos de opinião são da responsabilidade dos seus autores.
O Município de Silves concluiu recentemente a pavimentação de três caminhos, localizados em Várzea da Figueira, a norte e a sul da EN 269-1, na freguesia de Tunes, numa extensão de 1,3 km.
“A pavimentação dos caminhos em betuminoso contemplou a construção de rede de drenagem e passagens hidráulicas, para além da instalação de sinalética rodoviária, num investimento que ascendeu a 227 mil euros”, informa a autarquia. “Este novo investimento vem melhorar os níveis de bem-estar, mobilidade e segurança rodoviária, bem como o desenvolvimento da atividade empresarial, integrando-se na estratégia mais geral de reabilitação e modernização da rede viária em todo o concelho de Silves.”
O Município de Silves ofereceu à Junta de Freguesia de São Marcos da Serra e às Uniões de Freguesia de Algoz e Tunes
A Joelette é uma cadeira concebida originalmente no final dos anos 80 do século XX por Joël Claudel, um guia de montanha que queria que o seu sobrinho, que sofria de miopatia, pudesse desfrutar dos grandes espaços naturais.
A Joelette pode ser usada para transportar crianças ou adultos que contem com o auxílio de pelo menos dois acompanhantes, que asseguram a condução. Esta cadeira pode circular em qualquer terreno por onde uma bicicleta de montanha seja também capaz de passar. A cadeira é desmontável e cabe na bagageira de um automóvel.
A Joelette foi adquirida pela Associação Almargem, entidade gestora da GR13 – Via Algarviana, no âmbito da candidatura Via Algarviana – (Des)envolvendo o interior do Algarve ao abrigo do programa Valorizar”, Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior, financiado pelo Turismo de Portugal. Recorde-se que a GR13 –Via Algarviana, cuja entidade gestora é a Associação Almargem, liga Alcoutim ao Cabo de São Vicente, numa extensão de cerca de 300 quilómetros, percorrendo os territórios de baixa densidade do Algarve. Neste momento, além do seu eixo principal, inclui uma grande rede de rotas complementares.
Os percursos estão distribuídos por 13 concelhos, entre os quais o de Silves.
A Infraestruturas de Portugal tem aberto um concurso público para Empreitada de Linha do Sul e alargamento da Estrada Municipal, (Bairro do Furadouro), na freguesia de São Bartolomeu de Messines.
O preço-base é de 600 mil euros.
A concretização desta obra poderá vir a resolver os problemas existentes nesta estrada municipal, frequentemente apontada como perigosa, quer para viaturas, quer para peões.
“Trata-se de um percurso bastante perigoso e onde já ocorreram diversos acidentes. Por outro lado, quando as viaturas se encontram no cimo da lomba, os condutores têm de recorrer a manobras difíceis e perigosas, fazendo marcha atrás durante trajetos extensos”.
Nesta estrada circula “trânsito com uma certa frequência, pois além de servir os residentes da área e zonas limítrofes, é a via que dá acesso à Barragem do Funcho”.
Para o BE, “a situação da via estreita pode ser resolvida com o recurso a sinais luminosos (semáforos), ou então procedendo ao seu alargamento ao longo da linha férrea, como estava previsto em 2004, mas nunca concretizado pelas entidades competentes”.
A falta de soluções, apesar de muitas reclamações dos moradores da zona, levou também o presidente da Junta de Freguesia de S. Bartolomeu de Messines, à época, João Carlos Correia, a defender a colocação de semáforos neste troço da estrada, considerando ser esta a solução mais viável e económica para resolver a situação de perigo que existe no Furadouro e que já resultou em vários acidentes, alguns dos quais com gravidade. Esta situação foi criada com a supressão da passagem de nível do Furadouro e, logo na altura, em 2003, os moradores levantaram esse problema dizendo que as obras da REFER, iriam criar “mais um troço de alto risco e sem margem de alargamento, dada a sua apertadíssima localização ainda mais rente à linha e ladeado por uma incrível e perigosa escarpa, mesmo a pique, onde se encontra a capela”.
Mais tarde, a REFER veio falar no alargamento da via, (para o lado da linha férrea) e na construção de uma passagem superior para peões, mas nem uma obra nem outra foram executadas.
OVI Encontro de Ciclomotores terá lugar no dia 11 de junho, organizado pela Associação Rodas Lentas de Silves.
A concentração será junto da Fissul, em Silves, pelas 9h. Pelas 10h tem início o passeio que termina, pelas 13h, com um almoço aberto a todos os participantes.
O evento tem o apoio da Câmara Municipal de Silves e Junta de Freguesia de Silves.
e de Alcantarilha e Pêra, três viaturas ligeiras para a recolha de monos e verdes, num valor que ascendeu a 170 mil euros. “O investimento da autarquia representa um reforço adicional aos Autos de Transferência e Contratos Interadministrativos de Delegação de Competências que foram estabelecidos para o mandato autárquico 2022-2025 (1 milhão 321 mil euros / ano), dando melhores condições às freguesias para a prestação do serviço de limpeza e higiene urbana e recolha de monos. O presente investimento integra um pacote mais vasto que inclui a oferta de mais três viaturas, atingindo o valor global de 370 mil euros”, informa a autarquia.
A Via Algarviana já tem disponível para empréstimo, uma cadeira Joelette –um veículo monorroda para turismo inclusivo. “O objetivo é que cada vez mais pessoas com mobilidade reduzida possam ter os benefícios físicos e mentais da prática do pedestrianismo no território Via Algarviana e a experiência da beleza destes espaços naturais”, informa a Associação Almargem.
A cadeira Joelette está disponível, desde o dia 23 de maio, e pode ser requisitada, gratuitamente, por pessoas individuais, associações, instituições ou empresas de animação turística.
Em 2018, os deputados do Bloco de Esquerda, João Vasconcelos e Heitor Sousa, questionaram o Ministério do Planeamento e Infraestruturas, sobre a perigosidade da estrada do Furadouro, na freguesia de São Bartolomeu de Messines.
No seu documento, que o Terra Ruiva publicou, sublinhavam que a referida estrada municipal tem uma passagem muito estreita, que não permite o cruzamento de viaturas, junto à capela de S. Pedro, num percurso de cerca de 100 metros, caracterizado por uma lomba muito acentuada (subida e descida muito inclinadas) que retira a “completa visibilidade aos condutores”.
Mais informações através do 967 600 627, ou associacaorodaslentassilves@gmail.com . As inscrições são no local, no dia do passeio.
Opinião
Soltar Fabrice Martinsas
amarras GestorEm 1789, Benjamin Franklin escreveu uma carta na qual afirmou que “neste mundo, nada é certo, excepto a morte e os impostos”. Uma frase que perdurou por séculos e que nos dias de hoje é absolutamente lapidar. Exemplo disso mesmo é a carga fiscal que tem subido ao longo dos anos em Portugal, atingindo recordes sucessivos nos últimos anos, enquanto o rendimento médio líquido estagnou. Após atingir os 35,3% de toda a riqueza produzida em Portugal em 2021, no ano passado, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a carga fiscal aumentou para os 36,4% do PIB, cifrando-se numa recei-
Opinião
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O que é o direito de propriedade?
Odireito de propriedade é um direito real por excelência e refere o código civil que “o proprietário goza de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso, fruição e disposição das coisas que lhe pertencem, dentro dos limites da lei e com observância das
ta fiscal de 87,1 mil milhões de euros em 2022, ou seja, foram arrecadados mais de 11 mil milhões de euros face a 2021 (75,6 mil milhões de euros). Nos impostos directos (como o IRS - Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Singulares, o IRC - Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Colectivas, o IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis ou a Taxa Social Única, entre outros) a receita aumentou 24,1%, enquanto que nos impostos indirectos (IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado, o ISV - Imposto Sobre Veículos, o Imposto de Selo, o ISPImposto sobre os Produtos Petrolíferos, entre outros) o acréscimo registado foi na ordem dos 12,2%.
Talvez já tenha ouvido falar no dia da libertação dos impostos, uma data que varia de ano para ano e marca o momento a partir do qual os portugueses saldaram as suas contas com o Fisco. Costuma ocorrer durante o mês de
Junho, o que quer dizer que durante metade do ano tudo o que trabalhou, todas as horas pagas até aquela data não foram para si ou para a sua família, foram para pagar impostos. Certamente que se víssemos que os serviços públicos do Estado são de qualidade e que os cidadãos e empresas conseguem em tempo útil, de forma eficiente, resposta às suas necessidades esse seria o preço a pagar. Contudo, não se vislumbram melhorias nos serviços públicos. Aliás, fica sempre por se perceber em que é que o Estado gasta o dinheiro dos contribuintes quando diariamente somos confrontados com a transversal falta de meios e de condições nos diferentes serviços públicos. É, por isso, impossível não recordar aqui o que disse certo dia a senhora Margaret Thatcher: “Nunca esqueçamos esta verdade fundamental: o Estado não tem fonte de dinheiro senão o dinheiro que as pessoas ganham por si mesmas e para si mesmas.
Se o Estado quer gastar mais dinheiro, somente poderá fazê-lo emprestando de sua poupança ou aumentando os seus impostos. Não é correcto pensar que alguém pagará. Esse alguém é você. Não há “dinheiro público”, existe apenas o dinheiro dos contribuintes”.
Acresce que nas palavras da Comissão Europeia, em Portugal, o sistema fiscal é “complexo e pouco transparente” e os “pré-pagamentos (como as retenções na fonte e os pagamentos por conta) estão frequentemente acima da obrigação fiscal anual final dos contribuintes, resultando em custos crescentes para os contribuintes”, ou seja, aquilo que é descontado nos salários e rendimentos obtidos para fins de IRS é mais do que seria suposto daí que após a entrega da declaração anual de rendimentos, haja lugar a reembolsos mas com uma agravante é que, entretanto, os portugueses foram impedidos de usufruir de parte do
seu rendimento mensal devido a este encargo.
Para as empresas o cenário não é melhor. Enquanto que a nível global se pretende fixar um IRC mínimo na casa dos 15%, por cá as empresas são confrontadas com uma taxa de 21% enfraquecendo-as, colocando-as numa posição de desvantagem quando inseridas num contexto internacional perante empresas estrangeiras que pagam um IRC mais baixo nos seus países. Um IRC elevado afasta o investimento estrangeiro que prefere outras paragens com taxas mais atractivas e empresas com outra capacidade financeira podem apostar na inovação, atração de talentos e colaboradores qualificados, contribuindo assim para o êxodo de profissionais qualificados de Portugal para outras latitudes. Como se tal não bastasse, ainda se discutem mais impostos sobre lucros extraordinários num país onde as empresas já são tributadas pelos seus lucros e
existe uma derrama estadual que é um adicional sobre lucros significativos.
A pouca competitividade da economia Portuguesa também se explica pelo sistema fiscal, pela instabilidade legislativa nesta matéria que reduz a confiança e capacidade de planeamento aos agentes económicos assim como pelos elevados custos de contexto no cumprimento das obrigações fiscais. Repensar seriamente a fiscalidade para tornar o sistema menos complexo e mais eficaz, requer mudanças significativas nas regras fiscais e na extensa legislação avulsa. Portugal tarda em soltar-se das amarras e asfixia os contribuintes com impostos, enquanto paga o preço pela inacção. A política deveria ser um exercício sobre o futuro, do que queremos atingir como país e de como lá chegar, pois o futuro pertence-nos e somos nós que o construímos.
restrições por ela impostas.” Contudo, não existe uma definição concreta de propriedade, e a doutrina apresenta várias definições, porém, de forma simplificada, traduz-se na ideia de que a propriedade consiste na relação de subordinação de uma coisa face ao proprietário ou à proprietária. Os direitos reais encontram-se localizados, por coincidência ou não, no livro central do Código Civil. Curiosamente, olhando para o Código Civil, conseguimos verificar a existência de normas que regulam toda a vida humana, desde o seu inicio até ao fim, como se tratasse
de um caminho que se inicia com o nascimento, que corresponde à aquisição da personalidade jurídica e termina com a morte, onde se dá o fim da personalidade jurídica, e consequentemente, a transmissão para aqueles que lhes é concedido pela lei. O Registo Predial, em Portugal, surge sobretudo a partir do Código de Napoleão (século XIX), tendo ganhado uma maior relevância no nosso país ao longo do século XX, mas a grande manifestação que ainda hoje se contempla, dá-se a partir de 1984, essencialmente com o aparecimento doprincípio da legitimação de direitos.
De forma simples, este princípio representa a necessidade de alguém que se diz proprietário de um bem imóvel, para que o possa vir a transmitir ter de justificar essa mesma titularidade. Nem sempre é fácil provar essa titularidade, principalmente, porque antes desse ano, não era obrigatório o registo e muitos prédios não se encontravam registados. Nesse ano, passamos a ter uma obrigatoriedade de registo,em algumas partes do país, mais precisamente nos concelhos onde já vigorava o cadastro geométrico (sobretudo da linha do Tejo para baixo).
O legislador estabeleceu uma forma que indiretamente “obrigasse” ao registo das propriedades, criando uma norma que impedisse a transmissão de direitos ou a constituição de encargos sobre imóveis sem que os mesmos estivessem inscritos a favor da pessoa de quem se adquire o direito ou contra quem é constituído o encargo. E com esta situação surge a dúvida? É obrigatório o registo de todos esses negócios jurídicos que se deram antes da entrada em vigor deste preceito? Nos casos em que o titular do bem quer transmitir o bem ou que constituir
FREGUESIA DE SÃO BARTOLOMEU DE MESSINES
CONCELHO DE SILVES
Cemitério Municipal de São Bartolomeu de Messines Sepulturas abandonadas
EDITAL Nº1/2023
Carla Isabel Loureiro Viegas Benedito, Presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines, Concelho de Silves. --------------------------------------------------TORNA PÚBLICO,em cumprimento da deliberação tomada em reunião de Junta de Freguesia de 09 de fevereiro de 2023 e de acordo com o artº 43 do Regulamento dos Cemitérios de S. Bartolomeu de Messines, consideram-se que as sepulturas abaixo descritas, se encontram em estado de presumível abandono, porquanto não são objeto de obras de conservação, beneficiação ou simplesmente limpeza e arranjo, há mais de 10 (dez) anos:-------------------------------------------------------
Cemitério Coval Inumação
Cemitério Novo 264
10/04/1988
Cemitério Novo 271 ___----------
Identificação da pessoa sepultada
AlphonseDecoen
Assim, todos os interessados que pretendam reivindicar os seus direitos sobre tais sepulturas, ficam notificados para, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data do presente Edital, apresentarem, na secretaria da sede da Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines, documentos comprovativos dos direitos relativos a tais sepulturas sob pena de, findo o prazo concedido, serem declarados prescritos a favor da Freguesia, nos termos do disposto do artigo 44º do referido Regulamento.
Para os devidos efeitos se publica este edital e outros de igual teor que vão serafixados nos lugares de estilo, publicados em jornal do concelho e na página eletrónica da Junta de Freguesia.
05 de junho de 2023- A Presidente da Junta de Freguesia, Carla Isabel Loureiro Viegas Benedito (Publicado no jornal Terra Ruiva, Edição nº 255, de 08 de Junho de 2023)
encargos, é necessário este registo para que possa ser titulado o negócio jurídico. Existe, contudo, exceções à regra, como é o caso das partilhas, a expropriação, a venda executiva ou os prédios que se situam em área onde não tenha vigorado o registo obrigatório e se dê o primeiro ato de transmissão posterior a 1 de outubro de 1984. Sendo um assunto que requer um elevado conhecimento técnico, recomenda-se que procure um profissional habilitado. O Solicitador é um profissional que lhe poderá ajudar em todo o processo.
OCurso de Artes Visuais da Escola Secundária de Silves completa 25 anos de existência. As bodas de prata assinalam, na opinião dos professores e alunos, “um percurso com muitas recordações e aprendizagens”. Durante estes 25 anos a escola teve 32 turmas e calcula-se que cerca de 800 de alunos terão recebido formação nesta escola. No âmbito das comemorações do 25º aniversário, do curso, o grupo 600 - Artes Visuais organizou uma série de eventos durante o mês de maio, entre os quais, destacamos: a recolha de uma série de testemunhos de ex-alunos
do curso e também de professores que lecionam e lecionaram as turmas de artes. Estes testemunhos deram origem a um documentário que foi publicado nas redes sociais da instituição. Integrado na Semana Cultural do Agrupamento foi inaugurada uma exposição que pretende ilustrar com trabalhos e fotografias estes 25 anos e que estará patente no átrio da ESS, até final deste ano letivo. Associando-se a esta comemoração realizou-se também uma conferência, “D´ARTE vaia … em retrospetiva”, evento que assinalou a implementação do projeto
do Plano Nacional das Artes no nosso agrupamento. Estiveram representadas neste evento várias entidades (Curso de Artes da ESS, coordenadora do projeto Plano Nacional das Artes do Agrupamento, a Câmara Municipal de Silves, a Direção Regional da Educação e o Comissariado do Plano Nacional das Artes); Procedeu-se ao lançamento do livro “25 anos do Curso de Artes Visuais”, editado pela Câmara Municipal de Silves (CMS), que pretende, através do arquivo fotográfico dos professores de artes, construir uma narrativa consequente e amplamente
ilustrada da história do curso desde a sua fundação até à atualidade, recordando alunos, professores, espaços, visitas de estudo, exposições e trabalhos realizados no âmbito deste curso.
Ainda com o patrocínio da CMS, foi feita a edição de um conjunto de 25 postais, de trabalhos dos alunos de artes representativos de cada um dos anos, desde 1997 à atualidade.
Os alunos de artes ao longo do 2º e 3º período realizaram ainda várias atividades performativas e vídeos na escola.
Pretendeu-se envolver alunos de outras turmas e cur-
sos, nomeadamente do curso profissional de Multimédia que participaram com a realização de cartazes, postais animados e vídeos promocionais.
O curso de Artes Visuais da
Escola Secundária de Silves está implementado, tem um corpo docente estabilizado, oferece boas instalações e hoje representa um dos cursos referência da oferta formativa deste agrupamento. Continuarão a existir práticas artísticas convencionais, pintura, música, teatro, mas esperemos que as artes do futuro consigam movimentar uma nova realidade continuando a estimular o valor experimental e imaginação dos nossos alunos e professores. Vivam as Artes.
(Texto: Margarida Boto)
AAssociação IN LOCO abriu concurso para o apoio à renovação do parque de tratores agrícolas, que está aberto até 31 de junho.
As candidaturas apresentadas devem prosseguir os seguintes objetivos: Melhorar as condições de vida, de trabalho e de produção dos agricultores; Contribuir para o processo de modernização e capacitação das empresas do setor agrícola; Aumentar a segurança dos operadores de máquinas agrícolas e melhorar a eficiência energética dos equipamentos.
Os investimentos decorrem nas explorações agrícolas para aquisição de tratores de rodas, utilizando custos simplificados com base em tabela normalizada de custos unitários publicada na OTE n.º 182/2023.
Apenas são elegíveis os tratores de rodas adquiridos
após a data de submissão da candidatura, mediante abate de tratores de rodas com pelo menos catorze anos que, à data de 31.12.2022, se encontrem registados em nome do beneficiário.
O investimento elegível deve ser igual ou superior a 1 000 euros e inferior ou igual a 50 000 euros.
No caso das freguesias de São Bartolomeu de Messines e São Marcos da Serra, os apoios são concedidos sob a forma de subsídio não reembolsável, no valor de 50%. Tratando de um anúncio em que o investimento elegível é determinado com base numa tabela normalizada de custos unitários, não é necessário apresentar orçamentos.
A data limite para apresentação do pedido de pagamento é 31 de dezembro de 2024.
Este apoio é no âmbito da operação “Pequenos investi-
ASociedade Filarmónica Silvense organiza, em junho, dois concertos. O primeiro será no dia 11 de junho, na Sé de Silves, pelas 19h30, com Maat Saxophone Quartet.
A entrada é livre.
O segundo será um Recital de Piano e Saxofone, no dia 24 de junho, no Teatro Mascarenhas Gregório, às 21h30.
A entrada é feita mediante um donativo livre. Ambos os eventos contam com o apoio do Município de Silves e Junta de Freguesia de Silves.
mentos na exploração agrícola” da Medida 10 - LEADER do PDR2020 e insere-se no âmbito da Estratégia de Desenvolvimento Local para o Interior do Algarve Central, da qual a Associação In Loco é a entidade gestora. Os Anúncios e demais informação relevante, nomeadamente legislação, formulários, orientações técnicas que incluem as listas de documentos a apresentar, estão disponíveis no portal do PORTUGAL 2020, em www.pt-2020.pt, no PDR 2020 em www.pdr-2020.pt, ou no sítio do GAL “Interior do Algarve Central” em www.in-loco.pt.
Esclarecimentos junto do Contact Center do PDR2020, a contactar através do n.º 800 500 064, ou na Associação IN LOCO através do telefone 289 840 860 ou correio eletrónico dlbc@ in-loco.pt
Os santos populares vão ser festejados no Enxerim, nos dias 9,
OSudoeste Retail Park, em Alcantarilha, celebra o seu 1º aniversário e tem preparado um programa com vários eventos, a decorrer entre junho e setembro.
O programa terá início no dia 10 de junho, data do aniversário, incluindo “várias surpresas” e um concerto com a banda algarvia The Drifters, a partir das 18h30. No dia 17 de junho, a partir das 14h, vai decorrer um Desfile Canino que incluirá um concurso com três moda-
lidades: Obediência, Beleza e Agilidade.
A Pet Outlet, especialista em animais de estimação, será a promotora desta iniciativa, orientada para toda a família. Para informações e Inscrições no concurso: petoutlet.
alcantarilha@gmail.com
No dia 8 de julho, haverá um encontro de carros da Associação Americancars Algarve, que promete fazer as delícias dos amantes deste tipo de automóveis.
Entre junho e setembro, todas as semanas, a Papelaria
OPoidesportivo do Grupo Desportivo e Cultural do Enxerim- GDCE é o palco da “White Party” que ali terá lugar no dia 24 de junho, das 19h30 às 02h.
A festa começa com a atuação de “deejay Cabrita” (19h30-22h), prossegue com “Deelight” (22h-24h) e segue com “Carox” (0h-02h). Conta ainda com a participação de Mónica Pereira (dança e fogo).
O dress code pede que os presentes tragam vestida uma
peça de roupa branca. As entradas têm um custo de 2€ (sócios) e de 4€ (não sócios).
O evento é organizado pelo GDCE, com o apoio da Câmara Municipal de Silves, Junta de Freguesia de Silves, Crédito Agrícola Terras do Arade e Silves Futebol Clube.
Arco Íris, vai organizar vários ateliers e workshops para crianças, mas também adultos. Informações e inscrições em papelariaarcoiris.pt Entre junho e agosto, a Naterial By Leroy Merlin vai organizar vários sunset events, que prometem animar as tardes do Sudoeste Retail Park. Estão também a ser preparadas várias iniciativas e promoções especiais, nas lojas existentes neste espaço, durante os meses de verão.
In Loco abre concurso de apoio para a Renovação do Parque de Tratores Agrícolas
Sudoeste Retail Park, em Alcantarilha, com eventos a celebrar o 1º aniversário16, 23 e 30 de junho. A iniciativa é da Associação Amigos do Enxerim e as festas decorrem no Parque de Lazer do Enxerim. A entrada é livre.
Oprograma Geopalcos – Arte.Ciência.Natureza, uma ação do aspirante Geoparque Algarvensis, numa ação conjunta de Loulé, Silves e Albufeira, “semeando Arte e Cultura pelo território do aspirante Geoparque Algarvensis, um candidato a património mundial da UNESCO”, arrancou este ano mais cedo, a 20 de maio, e prolonga-se até ao final de junho. O programa passa por Silves e São Marcos da Serra. Em 2023, o Geopalcos - iniciativa bianual do aspirante Geoparque Algarvensis- cruzará artes visuais, música, dança, cinema, performance e partilha cultural e de conhecimento, descentralizando múltiplos eventos ao longo do interior dos concelhos, e envolvendo sempre que possível as comunidades locais.
A 17 de junho, em Silves, no Moinho do Rodete, pelas 21h30, há espaço para um concerto incrível que junta – de novo – Vítor Bacalhau e Ricardo Martins, eles que em 2021 tocaram juntos numa pedreira em Silves e que agora se chamam Terra Sul. Desta vez, à música juntam a dança, com a participação da Associação Cultural Dancenema. Um espetáculo em que os corpos vão poder exprimir no palco as ondas sonoras deste casamento entre a guitarra portuguesa e a guitarra Blues.
A 24 de junho, um sábado, o município de Silves recebe o concerto de João Frade com a Aenigmaticus Orchestra. Desta vez, o acordeonista e a sua banda tocam em São Marcos da Serra, no Largo da Igreja, às 21h00.
É também em Silves, na antiga capital muçulmana do Algarve, que, no ambiente mágico do Castelo, fecha o Geopalcos 2023, a 29 de junho, com a Orquestra de Jazz do Algarve, num evento que retoma os Sunset Secrets, em que o saxofonista Luís Miguel apresentará “Time Wheel Trio”, concerto que apresenta uma fusão única de jazz main stream e contemporâneo, Neste espetáculo, a improvisação é a chave e cada membro da banda contribui com o seu estilo e sensibilidade musical para criar uma música complexa e dinâmica.
Para mais informações sobre o projeto e para conhecer o programa completo, com os eventos em Albufeira e Loulé, visite geoparquealgarvensis.pt .
ODia Internacional dos Museus, comemorado a 18 de maio, foi a ocasião escolhida pelo Município de Silves para inaugurar dois novos núcleos, um no Museu Municipal de Arqueologia, em Silves, o outro no Museu do Traje e da Tradição em São Bartolomeu de Messines. O Museu de Arqueologia passou a ter um novo módulo na exposição principal, dedicado aos fragmentos dos palácios da alcáçova. Numa vasta área localizada a nascente do Castelo de Silves, várias campanhas de investigação arqueológica culminaram com a descoberta de estruturas de uma habitação do Período almóada (1121 – 1269), que se comporia por dois pisos, um jardim interior e um complexo de banhos e se julga ser um Palácio, outrora morada de altos dignatários muçulmanos. Edificado durante o domínio almóada este Palácio foi habitado durante pouco mais de um século. Após a ocupação cristã, e por manifesta incompatibilidade de
modo de vida, levou ao seu abandono após incêndio que o devastou.
Quem visitar agora o Museu Municipal de Arqueologia de Silves poderá “sentir-se como se num dos palácios da Alcáçova estivesse, tomando contacto com alguns dos mais expressivos elementos arquitetónicos e ornamentais
que caracterizavam e ornamentavam esses palácios e que agora se poderão observar e fazer transportar para os ambientes palacianos da época.”
Já no Museu do Traje e das Tradições, foi inaugurado o Núcleo do Latoeiro, construído a partir do espólio oferecido à Câmara Munici-
Na inauguração do Núcleo do Latoeiro, a presença da família pal de Silves, por António da Silva Nascimento, o “senhor Raúl”, como era conhecido aquele que é considerado o “último latoeiro” do concelho.
Durante várias décadas, António da Silva Nascimento dominou com mestria e criatividade o manuseamento do latão, executando não só
os utensílios habituais mas também inventando diversas peças, sendo presença habitual nas feiras e eventos do concelho. Uma parte significativa do seu espólio pode agora ser visto no Museu do Traje e das Tradições. Este museu está instalado numa casa de arquitetura tradicional (1887), à entrada
da Vila de Messines e expõe uma vasta coleção de trajes e objetos etnográficos recolhidos pelo Rancho Folclórico de de Messines, maioritariamente dos primeiros anos do séc. XX, que mostram as artes e os ofícios da freguesia, bem como diferentes tipologias de peças de vestuário.
seio da sociedade anónima, proprietária do espaço, pois não havendo iniciativa e consenso dificilmente a situação poderá ser desbloqueada. Dos dois sócios maioritários, um tem vontade de avançar, tem um projeto que contempla a manutenção da vertente cultural. O outro, remete-se ao silêncio.
sublinhando que tal situação é insustentável e quem de direito terá de assumir responsabilidades.
Decorreu no passado dia 26 de maio, na Biblioteca Municipal de Silves, a tertúlia debate organizada pelos Amigos de Silves, com o tema Cineteatro Silvense - Memórias do Passado, Perspetivas de Futuro. A sessão foi animada, contando com ampla partici-
pação. Se as memórias são tranquilas e repousam mais ou menos vivas nas recordações evocadas por alguns dos presentes, já no que concerne às perspetivas de futuro para o edifício do Cineteatro as opiniões ganharam ânimo e até alguma polémica.
O principal problema está no
José Manuel Coelho Guerreiro
Materiais Eléctricos
Instalações Eléctricas
Electrobombas - Ferramentas
Mini-Mercado
Assim, com este impasse, a degradação do edifício continua a cada dia que passa. Porém, os responsáveis autárquicos presentes na sessão, o vereador Maxime Sousa Bispo e o presidente da junta de freguesia, Tito Coelho, chamaram a atenção para os problemas de segurança que se colocam, como aconteceu ainda recentemente com a queda de vidros do edifício;
O tema em debate foi adquirindo amplitude de discussão quando se falou de política cultural e da pertinência ou não da manutenção da função cultural do Cineteatro na cidade. Aí, entre os participantes houve quem tivesse referido que a cidade já tem alguns espaços culturais que permitem eventos, questionando a criação de um novo, se muitas vezes há escassez de público nos que já existem. Também a questão: se o município tem ou não uma política cultural, sustentada numa programação regular, consistente e inovadora foi referida. Também se falou da
maior mobilidade nos dias de hoje, com a facilidade de deslocação a concelhos vizinhos para usufruir de outros géneros de oferta cultural mais contemporânea (dança, teatro, concertos).
Contudo, a auscultação das intervenções permite concluir que a maior parte gostaria de ver recuperado um espaço com profundo significado na História da cidade.
Tendo o apresentador e moderador da sessão, Paulo Penisga, questionado em jeito de conclusão: “Já pensaram que quando se trata da construção de mais um hipermercado, aceitamos demasiado facilmente a sua instalação, não começamos a falar de problemas de estacionamento e se haverá clientes ou
não...Cabe também ao poder político, penso, exercer uma função pedagógica, de mudança de mentalidades, e decidir de forma clara e convicta, numa perspetiva cívica e cultural, o que é melhor para a cidade, para os que a habitam e visitam. Silves tem a oportunidade única, se houver reabilitação do cineteatro, de acolher no coração urbano um novo equipamento cultural, não apenas para exibir cinema, mas como sala/auditório para artes de palco que exigem maior dimensão e meios técnicos, capaz de acolher novas propostas e mais público, revitalizando e tornando atrativa essa zona da baixa”.
Areprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para o Património Cultural prevê mais 40 milhões de euros de investimento e intervenções em 29 monumentos, sítios arqueológicos e museus, revelou o Ministério da Cultura.
Segundo o Ministério, os 40 milhões de euros que resultam da reprogramação juntam-se aos 150 milhões inicialmente previstos para a reabilitação do património cultural e as novas 29 intervenções acrescem às 49 já programadas.
Entre as 29 intervenções acrescidas à lista inicial encontram-se as obras de recuperação das Muralhas e Porta da Almedina de Silves, com um investimento previsto de 2,2 milhões de euros.
O Projeto de Conservação do Sistema Defensivo da Almedina de Silves – Conservação, Restauro e Requalificação foi concluído em julho de 2017 mas, dada a sua envergadura e elevado custo, aguardava financiamento, que a Câmara Municipal de Silves finalmente conseguiu obter.
O referido projeto, que o Terra Ruiva consultou, compreende vários trabalhos que passam fundamentalmente pela consolidação estrutural das muralhas mas também inclui elementos de valorização arquitetónica e uma beneficiação do sistema de iluminação que valorize este património.
Este processo terá acompanhamento arqueológico ao longo da intervenção, para garantia da preservação de peças de valor cultural que possam vir a ser encontradas.
Quanto aos trabalhos de conservação, eles serão orientados com o objetivo principal de manter o material original, em particular quando se tratar de taipa, bem como respeitar e conservar a estratificação das intervenções anteriores de consolidação.
Os trabalhos foram distribuídos por três sectores, localizados a norte, oeste e sul da antiga Almedina de Silves e compreendem vários tramos de muralha e torres, nomeadamente;
Sector Norte: Inclui os tramos de muralha entre a rua
D. Afonso III e a muralha norte do castelo de Silves. É constituído por seis torres (7, 8, 9, 10, 11 e 12) e por doze tramos de muralha (N1 a N12), com uma extensão total de, aproximadamente, 267 m.
Sector Oeste: Compreende os tramos de muralha entre a rua Bernardo Marques, junto à Câmara Municipal, e a rua
D. Afonso III. É constituído por três torres (4, 5 e 6) e 8 tramos de muralha (O1 a O8), com uma extensão total de, aproximadamente, 145 m.
Sector Sul: Este sector foi dividido por duas zonas. A primeira zona compreende os tramos de muralha entre o Museu Municipal de Arqueologia e as Escadas do Mirante, incluindo as torres 16 e 17. A segunda zona compreende a Torre 3 e 2 e o tramo de muralha adjacente, localizado na Rua Bernardo Marques, junto à Câmara Municipal e Praça do Município.
A história
Segundo a descrição que terá sido deixada por um cruzado que participou na conquista da cidade em 1189, o sistema defensivo de Silves seria composto de, pelo menos, quatro fortificações: a Alcáçova, onde se localizava o castelo e ainda algumas residências; a Muralha da Almedina, a que se acedia por quatro portas; a Couraça e, por fim, a Muralha dos Arrabaldes, com traçado desconhecido, que se estenderia até ao rio.
O Sistema Defensivo da Almedina de Silves é essencialmente constituído por muralhas e torres, construído com taipa e alvenaria em grés de Silves. Também grande parte das muralhas e torres que cercavam a medina de Silves foram edificadas com taipa, que vem resistindo até os dias de hoje.
No período cristão, as muralhas islâmicas da Alcáçova e da Almedina foram reutilizadas, apresentando uma forma poligonal, com contornos muito irregulares nas partes mais acidentadas do terreno, de modo a ajustar-se à topografia.
A Couraça e a terceira cerca islâmica não foram preservadas no período cristão, em consequência da redução da população, e acabaram por desaparecer.
A muralha da Alcáçova, com planta poligonal, é composta por 11 torres quadrangulares, duas das quais albarrãs, salientes do pano da muralha, mas com comunicação garantida através de passagem superior. No interior da Alcáçova destaca-se a cisterna da Moura, datada do século XI, com de 10 metros de
altura e área de 820 m². As alterações realizadas no Castelo nos períodos de D. Fernando e D. João I não desvirtuaram a sua conceção geral muçulmana. No entanto, as intervenções realizadas no século XX (décadas de 30 e 40) destruíram, entre outros elementos, os restos do Palácio das Varandas.
O sistema defensivo da Almedina de Silves servia para proteger o seu interior, centro urbano composto por um labirinto de ruas estreitas.
Em árabe moderno, a palavra medina significa simplesmente “cidade”. O acesso à Almedina era realizado por quatro portas: porta da Azóia, a poente, destruída no século 19; porta do Sol a nascente; porta da cidade, a sudeste e porta do “arco em ferradura”, a sudoeste.
A antiga medina ocupava uma área com forma trapezoidal, que se estendia nas encostas nascente, sul e poente da elevação atualmente coroada pelo Castelo e desde a sua parte alta até meia encosta.
A medina teria 300 m de comprimento máximo, no sentido norte-sul, e 320 metros de largura, no sentido nascente-poente, ocupando uma área que equivaleria, aproximadamente, a 6,5 hectares, sendo cercada por altas muralhas de pedra e taipa.
A iconografia disponível de Silves, embora antiga e pouco diversificada, permite a identificação de alguns dos elementos do sistema defensivo da cidade.
Ao longo da história, o Sistema Defensivo da Almedina de Silves tem sido danificado pela ação dos agentes meteóricos, pelos sismos e pela negligência humana, tendo sido demolidos importantes sectores, dando lugar ao alargamento ou a construção de acessos, bem como para edificação de espaços públicos ou privados.
Entre as principais obras que contribuíram para a destruição do sistema defensivo contam-se as realizadas no século XIX, como a abertura e alargamento da rua do Castelo, com a destruição dos restos da Porta do Sol, ou a destruição da muralha da medina voltada a sul, em decorrência da construção do edifício que atualmente sedia a Câmara Municipal de Silves. Na mesma altura, foi também derrubado outro tramo da muralha, para construção da atual Rua Bernardo Marques.
Ainda no final do século
XIX, terá sido parcialmente demolida a torre albarrã situada a nascente da porta da medina, hoje junto ao Museu Municipal de Arqueologia, tendo sido reabilitada após intervenção arqueológica. No século XX, foram arrasados os restos da torre poligonal que defendia a denominada Porta da Azóia, situada no topo norte do setor poente das muralhas da medina e fazendo parte da couraça. As intervenções ocorridas no passado, levadas a cabo principalmente nas taipas, em trabalhos de recalçamento ou reconstrução, realizados com alvenaria de pedra, uma vez que a intenção principal era recuperar a estabilidade es-
trutural e, consequentemente, o caráter funcional defensivo. Excetuando alguns casos isolados, só na segunda metade do século XX é que as intervenções em construções históricas foram submetidas a critérios próprios da disciplina de restauro.
No início do século passado, a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais promoveu o restauro das muralhas do Castelo, intervindo no sector norte da muralha da medina, numa extensão de 60 m. Nos anos oitenta, consolidaram-se algumas torres, de pedra e taipa, também sobre responsabilidade da DGEMN.
A torre albarrã, localizada junto ao Museu Municipal de Arqueologia, foi restaurada, numa primeira fase, nos anos oitenta, tendo-se seguido outra intervenção na década de 90. Foi ainda recuperado, na mesma altura, o tramo de muralha anexa à torre, sob responsabilidade do Arq. Mário Varela Gomes. Mais recentemente, em 2021, a Câmara de Silves realizou obras de restauro e conservação da muralha adjacente à torre 4 da Almedina, junto ao edifício da autarquia. De referir que as muralhas da Almedina de Silves, com as suas 17 torres, são um dos cinco monumentos nacionais que a cidade possui.
OMunicípio de Silves informa que o segundo concurso público que foi lançado para a execução da empreitada de “Conservação e Restauro da Ponte Velha de Silves” tem proposta de adjudicação no montante de 654 mil euros.
A autarquia recorda que já foram desativadas as infraestruturas hidráulicas que atravessavam a ponte, nomeadamente a adutora de abastecimento de água e o coletor de drenagem de águas residuais domésticas, no âmbito da empreitada das “Travessias Rodoviárias, das condutas de água e saneamento, sob a Ponte Nova” que foi concluída em 2020 (440 mil euros). A autarquia esclarece que as obras na Ponte Velha envolvem trabalhos de reabilitação, conservação e reforço estrutural, impermeabilização e repavimentação do tabuleiro, pintura, iluminação, limpeza e corte de vegetação e regularização do leito, não beneficiando neste momento de qualquer financiamento pela tutela do Património Cultural, pese os esforços que prosseguirão no sentido de obter comparticipação comunitária através do Programa Portugal 2030.
O Município de Silves refere que este importante investimento integra a estratégia mais geral do Município de Silves no âmbito da conservação, restauro, salvaguarda e valorização do património histórico-cultural, sendo que neste caso, estamos perante um ex-libris da cidade de Silves, que foi classificado como “monumento de interesse público” em 1 de abril de 2020.
“Conservação e Restauro da Ponte Velha de Silves”
Crónica
José Alberto Quaresma EscritorOPessoa, o Joaquim, também poeta, que me perdoe. Roubar-lhe parte de um verso, e adulterá-lo, não é apropriado. Decorreu apenas um mês desde que partiu para fazer companhia, ao outro Pessoa, o Fernando.
Não é dos dois que hoje que- ro falar. É de um outro, muito mais antigo. Estou grávido de esperança dele. Já sinto deslaçar o rolhão mucoso dos dias. Apesar da seca extrema
Partilhas
Helena Pinto Psicóloga ClínicaJunho começa com uma comemoração muito importante, o “Dia da Criança”. Deve ser um dia que nos remeta para as memórias da nossa própria infância, rever o caminho percorrido até aqui, o que foi importante, o que nos marcou, de forma positiva ou negativa, o que nos ajudou a crescer.
e poucos borrifos de chuva, estão prestes a rebentar-me as águas.
A gravidez tem sido longa e atribulada. Só entre covidados e descovidados foram dois anos tolhido de movimentos. Quando chegar a hora, uma prenhez tão longueira poderá despejar para a lama dos dias um paquiderme. Espero que não. Que saia um moço jeitoso. É apenas um desejo.
Este rebento dos meus amores esconsos começou a ser concebido em 2019. Mas há décadas que fervilhava no sangue. Sim. Um ser, que poderia ser um filho ou um bisavô postiços, pode ser amado. Antes até de nascer para nós, ou que tenha existido há muito. Confuso? Parece.
Décadas atrás, privei com ele a escarafunchar em letras
para aprender a ler. Mais tarde, descobri-lhe a musicalidade da sua poesia. Com os versos debaixo de olho, esganicei melodias na companhia trôpega da guitarra. Ainda fiz muitas, umas líricas, outras melancólicas, algumas burlescas, não poucas satíricas.
Se aquelas quase faziam chorar, outras despregavam cascalhadas de riso escarninho. Todas espevitavam securas, rapidamente afogadas por mines, rodadas entre amigas e amigos.
Quando se é empurrado para a festa, a gente deixa-se ir. É melhor seguir o balanço do que enfrentar ventania contrária. A festa é o que melhor nos consome. Pelo menos, distrai-nos, por curtos momentos, da miséria dos tempos.
Quando, resolvi engravidar de esperança o assunto passou a ser mais sério. Impelido para a aventura, não podia deixar de levá-la até ao fim. Os compromissos, comprometem-nos. Não há como fugir.
Foram longos meses e anos em intimidades com um nascituro. Aparentemente fácil, mas muito difícil na desordem que me governa a cachimónia.
O nascituro escondia-se nos pormenores. Desaparecia em vestígios equívocos. Os rumores sacolejavam-me a tola de incertezas. Os pontapés no ventre da esperança aumentavam de cadência. Tiravam-me o sono. Ânsias atrás de ânsias.
Que Diabo! Ainda tens idade para ter ânsias? Claro. Com um nascituro na barri-
ga? Quem não as tem? Ainda se existisse no mercado um barrigómetro para aferir se, na empreitada genesíaca, estava a ter mais olhos que barriga!?
Às vezes, o nascituro parecia querer sair-me pelos bofes fora, sem estar completo. Não é que lhe faltasse uma perninha, uma orelhinha, um dedinho ou dois.
O medo do grávido de esperança não era esse. É que não viesse com a alma toda ou a maior parte dela. A alma límpida, tolerante, inteligente, talentosa, culta. E dedicada a todos, sobretudo aos mais humildes.
Eu sei que um nascituro não tem personalidade jurídica porque ainda não nasceu. Nem o progenitor, por ora,
não pode ser acusado de malformações do feito.
Mas o feito, bem ou mal formado, está aí prestes a assomar. Não sei como se vai apresentar à sociedade. Bem vestido, nas suas roupagens bem cartonadas, sei que não deslustrará. O resto logo se verá.
Foi concebido para ser melhor conhecido. E revelado o muito ainda desconhecido. Raros defeitos. Infinitas virtudes. Não é Fernando, nem Joaquim.
Tem outro nome. Sempre o teve. João. Não sei se será de Deus ou do Diabo.
Esta reflexão, deve-nos fazer pensar também sobre a forma como estamos a ser pais. Que memórias estamos a construir com as nossas crianças? Que mais marcou a vida dos nossos filhos? Como se vão lembrar de nós?
De que forma os estamos a ajudar a crescer? O quanto contribuímos para a pessoa em que se estão a tornar?
Estas questões fazem-me lembrar a história da borboleta, que volto a partilhar convosco (posso já o ter feito em outro contexto): Reza assim a história:
“Um homem observou, horas a fio, uma borboleta esforçando-se para sair do casulo.Ela conseguiu fazer um pequeno
buraco, mas seu corpo era grande demais para passar por ali. Depois de muito tempo, ela pareceu ter perdido as forças e ficou imóvel.
O homem, então, decidiu ajudar a borboleta:com uma tesoura, abriu o restante do casulo,libertando-a imediatamente. Mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas.
O homem continuou a observá-la, esperando que, a qualquer momento, suas asas se abrissem e ela levantasse voo.Mas nada disso aconteceu.
Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas, incapaz de voar.
O que o homem – em sua gentileza e vontade de ajudar – não
compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura é o modo escolhido pela natureza para exercitá-la e fortalecer suas asas, dando origem ao primeiro ato de autonomia e capacidade de vencer obstáculos.”
As crianças são de alguma forma como as borboletas. Necessitam do casulo, que é a barriga da mãe, para se desenvolverem até estarem prontas sair e, num primeiro esforço de sobrevivência, saírem e iniciarem o seu voo pela vida. Cuidar com amor, criando um ambiente tranquilo enquanto a criança está no “casulo” é fundamental para que as suas primeiras
Construções c/ Própria/Empreitadas
Escritório: Rua José Falcão, 9 - r/c8300-166 Silves - E-mail: finobral.lda@sapo.pt
memórias (físicas/”o sentir”) construídas sejam positivas. Depois necessitamos de estar ao lado e deixar crescer, para que as asas se fortaleçam e lhe permitam fazer os voos que escolher. Estar ao lado, não é fazer por ela, é dar suporte, é demonstrar em cada gesto e cada palavra esse suporte e esse amor, dar-lhe a certeza que é amada, importante e suficiente por aquilo que ela é, acreditar e ajudá-la a desenvolver as suas capacidades. É ajudar a levantar quando cai, mas deixar caminhar. É dizer “Tu consegues! Eu estou aqui se precisares, mas tu consegues.” Algumas vezes, um esforço extra é justamente o que nos prepara para o próximo
obstáculo a ser enfrentado. Quem se recusa a fazer este esforço, ou quem tem uma ajuda errada, termina sem condições de vencer a batalha seguinte, e jamais consegue voar até o seu destino.
O ingrediente fundamentar, a melhor prenda que podemos dar aos nossos filhos é, mais do que qualquer bem material, o nosso tempo, e durante esse tempo,verdadeiramente ESTAR PRESENTE!
O bom exemplo, constitui o melhor e mais eficaz sistema de educar os filhos!
Partilhe as suas opiniões, sugestões, …helenamapinto@gmail. com
Na publicação anterior, foram analisadas algumas disposições do testamento de Geraldo Pais que, pela sua raridade, constituem um importante contributo para o conhecimento de Silves Medieval.
Neste artigo, alargamos a análise a outros aspectos que, sendo de âmbito regional e mais geral, importam ao contexto históricoda sede da diocese e capital do reino do Algarve.
Igreja de Santa Maria de Porches
A carta de doação do castelo de Porches por D. Afonso III, em Fevereiro de 1250, ao seu chanceler D. Estêvão Eanes, incluía a doação do direito de padroado da igreja ou igrejas a edificar.O foral de Porches, outorgado por D. Dinis, em 20 de Agosto de 1286, foi em boa parte decalcado do foral de Silves de 1266 e não informa sobre a igreja, mas é de supor que já estivesse edificada e fosse do padroado régio, pois é nessa condição que surge num documento datado de 28 de Abril de 1289, em que D. Dinis apresenta Miguel Pires, escrivão de Loulé, como prior de Santa Maria de Porches à confirmação do bispo de Silves (TT, Gav. 19-4-3, fl. 9v.).
O testamento de Geraldo Pais vem confirmar a existência da antiga igreja de Santa Maria de Porches:
“Item mando que dêem a Santa Maria de Porches uma savã (sabana, lençol) e vinte soldos para lavrarem (bordarem) em ela alguma cousa para frontal (de altar)”.
Após esta notícia de 1318, há um longo hiato documental e a primeira igreja de Porches só reaparece, com o nome de Nossa Senhora de Porches, em documentos de meados do séc. XVI (Tombo do Almoxarifado de Silves, 1553; carta do capitão Pedro Silvaà rainha D. Catarina, 14 deJunho de1559). O documento de 1559 precisa a localização da igreja no sítio onde foi levantada a fortaleza de Nossa Senhora da Rocha. Esta designação irá substituir a de Nossa Senhora de Porches, ainda coexistindo as duas cerca de 1600 “a fortaleza que tem dentro a igreja de Nossa Senhora de Porches ou da Rocha”(Henrique Sarrão, História do Reino do Algarve). Entretanto, nas primeiras décadas do século XVI, é edificada uma nova igreja num lugar mais afastado do litoral a que se chamou Porches Novo, por oposição a Porches Velho, núcleo populacional primitivo progressivamente abandonado, a ponto de não subsistirem vestígios medievais evidentes, caso do citado “castelo de Porches”. Hospital dos Meninos de Loulé A menção mais antiga conhecida de um hospital medieval em Loulé data de 1410 e consta de um livro existente no Arquivo Municipal (Livro dos Órfãos, 1408-1412, Liv. 1, fl. 12v), referência essa
que só nos permite saber da sua localização na praça da vila, perto de uma fonte. Depois, em 1471, temos notícia da fundação do hospital de Nossa Senhora dos Pobres, sem que os documentos nos possibilitem estabelecer relação com a notícia anterior. O testamento do deão de Silves, em 1318, vem informar-nos da existência de um “hospital dos meninos”: “Item, ao hospital dos meninos de Loulé 40 soldos”. Os hospitais de meninos inocentes,
nhecidos documentos sobre o convento de S. Francisco anteriores a 1408, o investigador João Miguel Simões tinha deduzido que a fundação do cenóbio franciscano teria ocorrido em meados do séc. XIII (cf. O Convento da Graça…, 2008, p. 19-23) e, recentemente, Jorge Palma apontou para a edificação do convento por volta de 1330. O testamento de Geraldo Pais corrobora a certeza da presença da comunidade franciscana no início do sé-
testamentária foi idêntica:
“Item aos frades de Tavira três libras que digam uma missa oficiada por minha alma”
Igrejas, Conventos e instituições de assistência, de Lisboa
Da extensa relação de doações no testamento do deão de Silves, destacamos as que foram feitas a instituições religiosas de Lisboa:
“Item mando aos Frades Pregadores de Lisboa cinco libras e se lhes prouguer (= aprazer) digam uma missa oficiada por
Bárbara de Lisboa um morabitino. Item à confraria dos mercadores de São Francisco de Lisboa quatro libras. Item ao hospital de São Vicente de Lisboa vinte soldos. Item para a obra da Sé de Lisboa quarenta soldos. Item a Roncesvales vinte soldos. Item para tirar (= resgatar) cativos de Portugal dez libras”.
Romarias, Peregrinações
Têm muito interesse as referências às romarias e peregrinações mais comuns nesse início do séc. XIV e também o hábito de pagar a peregrinos de substituição.
“Item mando que filhem uma arroba de cera e façam uma imagem e ponham-na em São Geraldo de Braga e aquele que a levar vá em romaria e faça por mim uma missa e meta meia libra de cera em candeias e comprem-lhe seu afã (= trabalho) aquele que lá for. Item mando que vá um homem por mim a Santa Maria de Rocamador e vá por Santa Maria de Vila Sirga e por Santiago e por São Vicente[…] e faça cantar em cada uma destas igrejas senhas (= várias) missas por minha alma e meta em candeias senhas meias libras de cera em cada igreja”.
A terminar
pobres, órfãos e enjeitados, foram criados nos séculos XIII e XIV em algumas cidades e vilas (por ex. Lisboa, Santarém) para assistência á infância desvalida, pelo que a notícia de um desses hospitais em Loulé assume particular interesse e significado. Convento de S. Francisco de Loulé Apesar de não serem co-
culo XIV: “Item aos frades menores desse lugar três libras para pescado que digam uma missa oficiada por minha alma”.
Convento de S. Francisco de Tavira
Tal como para Loulé, não se pode precisar a data de fundação do convento, sendo de supor que tenha acontecido na mesma altura. A dotação
minha alma. Item aos Frades Menores de Lisboa cinco libras e digam uma missa oficiada por minha alma. Item às donas de Chelas três libras para pescado. Item a frei Lourenço Soares de São Lourenço três libras. Item a frei Afonso de Santa Marinha três libras. Item a frei João da Veiga quarenta soldos. Item à obra da Trindade de Lisboa trinta soldos. Item a Santa
Não cabendo no âmbito deste breve artigo a análise detalhada de todo o testamento de Geraldo Pais, deixamos o convite para a sua leitura integral (disponível online), em “TestamentaEcclesiaePortugaliae (1071-1325), pp. 384-391.
Testamento de Geraldo Pais, Deão de Silves (1318) (conclusão)
Uma série de iniciativas preenche o programa preparado pelo Município de Silves no âmbito das Jornadas Europeias de Arqueologia, que decorrem nos dias 16, 17 e 18 de junho.
A participação é livre.
“O Coração do Museu” - No Museu Municipal de Arqueologia, dia 16 de junho, com sessões às 10h e às 16h30.
Os participantes são convidados a visitarem a reserva de materiais no museu, como
as cerâmicas, os metais, os líticos, entre outros, de forma a enriquecer o conhecimento daquele que é o trabalho técnico orientado para exposição e divulgação, que começa numa escavação arqueológica e termina numa vitrina. A visita é acompanhada por um arqueólogo e uma técnica de Conservação e Restauro.
“Dia Aberto no Bairro do Progresso” – No Bairro do Progresso, Dia 17 de junho, com sessões às 10h e às 17h.
A atividade decorre ao ar livre, na escavação do Bairro
do Progresso, onde se poderá observar aquela que é a sequência de trabalhos correspondentes a uma escavação arqueológica. É também um pretexto para falar acerca da história da cidade, bem como sobre as novas descobertas de arqueologia medieval islâmica existentes na cidade de Silves. As pessoas são convidadas a observar as diversas tarefas inerentes à profissão, incluindo trabalhos de escavação, registo gráfico e fotográfico.
Circuito Arqueológico da Amo-
rosa-Pedreirinha- Amorosa, dia 18 de junho, 10h Este circuito inclui a visita a duas necrópoles Alto Medievais com sepulturas escavadas na rocha, a passagem pelas ruínas de um monumento megalítico e pelo sítio do Monte Rosso que, segundo antigos relatos, terá sido explorado em época romana. Para inscrições: 282 440 800; patrimoniocultural@cm-silves.pt
Aprimeira edição do Festival Internacional de Turismo Criativo, que decorre de 21 a 24 de junho, em vários pontos do Algarve, quer dar a conhecer uma forma mais ativa de contactar com a cultural local e aposta numa programação que inclui workshops de artesanato, experiências gastronómicas, conversas criativas, exposições e encontros B2B.
“A palavra inglesa Handsome significa bonito e remete para a ideia de mãos na massa (hands on). É assim o turismo criativo. Uma maneira de promover o que cada cultura tem de maravilhoso nas suas expressões identitárias e que os turistas podem experienciar ativamente.
Nos workshops de artesanato e experiências gastronómicas partilham-se saberes e sabores do Algarve e pode-se experimentar, entre outros, a fazer o milenar doce fino, a modelar uma taça em forma de flor de amendoeira ou ter uma iniciação ao corte do presunto…”
Além dos workshops nos ateliers de artesãos e experiências gastronómicas em restaurantes, quintas, adegas e doçarias, a programação inclui uma tarde de oficinas abertas ao público a decorrer no Museu Regional de Faro, conversas e apresentações sobre turismo criativo, sessões de networking entre profissionais do sector e uma exposição de peças de design e artesanato.
A abertura do Festival acontece no dia 21 de junho no Centro Educativo Cerro do Ouro (Albufeira) com
a apresentação do Projeto “Algarve Craft & Food” e é animado com uma “Roda de Entrelaçados”, um momento participativo envolvendo vários mestres artesãos das técnicas de entrelaçados vegetais do Algarve. Nessa altura, acontece a primeira conversa criativa dedicada ao tema “Território, Cultura e Turismo de Experiências”.
A 23 de junho, o Museu Regional de Faro irá acolher o evento de encerramento do projeto Algarve ALGARVE CRAFT & FOOD.
A ideia do Handsome Festival surge na sequência do projeto ALGARVE CRAFT & FOOD dinamizado em parceria pela Região Turismo do Algarve, a Tertúlia Algarvia – Centro de Conhecimento em Cultura e Alimentação Tradicional do Algarve, e a QRER - Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade. Um dos resultados deste projeto é um catálogo de programas de turismo criativo que possibilitam aos visitantes da região, nacionais e estrangeiros, conhecer de forma experiencial o valiosíssimo património histórico e cultural, relacionado com ao artesanato e gastronomia da região.
Os programas de turismo criativo do catálogo são agora apresentados, e experimentados, em primeira mão no Handsome Festival, na estreia de um evento que a sua promotora, a QRERCooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade, pretende voltar a editar pela importância que assume na promoção de um tipo de turis-
mo social e ambientalmente responsável que otimiza e valoriza os recursos da região.
O Projecto Algarve Craft&Food (https://algarvecraftandfood.pt) é uma iniciativa promovida pela Região de Turismo do Algarve em parceria com a Tertúlia Algarvia e a Cooperativa QRER, financiada ao abrigo do Programa Operacional CRESC Algarve 2020, contando ainda com o apoio e colaboração do aspirante Geoparque Algarvensis. A entrada nas atividades do Handsome Festival é livre, mas sujeita à lotação de lugares disponível e as inscrições abrem em breve.
O programa completo está disponível no site https:// www.handsome.pt
ATIVIDADES EM SILVES
Workshop de Cerâmica-
Taça em forma de flor de amendoeira
Dia 22 de junho, das 10h às 13h / Atelier LL, Messines Com a ceramista Lília Lopes que se dedica a esta atividade há mais de 20 anos e gosta de receber pessoas no seu atelier e de lhes transmitir a paixão que tem pela cerâmica. Esta atividade é inspirada nos frutos da região e consiste em modelar e pintar uma pequena taça em forma de flor de amendoeira.
- Workshop de olaria – Trabalho sobre a roda
Dia 22 de junho, das 15h às 18h / Casas da Ribeira N 107, Quinta Simões, Silves Com o ceramista José António Simões que partilhará a arte de modelar peças em barro na roda.
-Workshop Doce Fino, um milénio de herança & tradição
Dia 22 de junho, das 15h às 18h, na Doçaria do Sul, Silves Esta experiência gastronómica e artística, permitirá ao participante colocar as mãos na massa para modelar as figuras de uma forma semelhante à modelação em barro, conhecer a base da técnica gastronómica com orientação de uma doceira local e aprender algumas das diferentes técnicas de pintura dos doces. Termina com um chá e degustação dos bolos elaborados.
telling associado a um produto. Exploraremos como as histórias desenvolvem identidades que representam os locais e os produtos e determinam a percepção dos sítios. Levaremos o participante a
- Oficina: A laranja e uma história sobre globalização e o poder das palavras Dia 23 de junho, das 10h às 13h/ Doçaria do Sul, Silves No Algarve, em tempos passados, as árvores de Natal, eram decoradas com laranjas, demonstrativo da importância deste citrino na cultura local. O intuito desta oficina é a construção de um story-
conhecer a importância histórico-cultural deste fruto e visitar um território em que a laranja é rainha. O concelho de Silves possui alguns dos melhores pomares de laranjeiras sendo promovida como “capital da laranja”. Teremos a oportunidade de visitar um pomar de família na cidade e de elaborar a famosa torta de laranja.
- Degustação de Vinagres Dia 23 de junho, das 10h às 13h / Fateixa Vinagres, Quinta Santo António, Silves Vinagres produzidos a pensar na valorização e promoção de frutos, vegetais e ervas aromáticas da região Algarvia, com um enorme potencial para produzir produtos com características singulares. Os vinagres são produzidos utilizando frutos seleccionados com a maturação ideal, através de um dos processos mais antigos de produção, o método de “Orleães”. Este é um processo lento e tradicional de elaboração de vinagre. Este processo permite obter um produto final com características organolépticas peculiares devido à presença de álcool residual que favorece a formação de ésteres e outros compostos voláteis. A acetificação decorre em barricas de carvalho preparadas para este efeito. Os vinagres assim obtidos apresentam uma componente aromática muito intensa, um aspecto límpido mas com a presença de alguns sedimentos e uma complexidade de diversos sabores, possibilitando uma utilização muito diversificada.
“Rostos do Mercado” é o tema da Exposição Fotográfica de Rui Luz que se encontra no Mercado Municipal de Silves.
A inauguração, que ocorreu a 3 de junho, contou com a presença do músico João Afonso, do autor, Rui Luz, do presidente da Junta de Silves, Tito Coelho e de Telma Caroço, da Câmara de Silves, além de muitos amigos e familiares.
Esta Exposição estará patente durante todo o mês de junho, no Mercado, das 8h às 13h. A mesma é promovida pela Junta de Freguesia de Silves com o apoio da Câmara Municipal de Silves.
Rui Luz: Fotógrafo amador, filho de Silves, capital das terras do grés, concelho de que seus pais são originários e onde, mais tarde, o próprio, constituiu família com sua mulher, também ela com raízes Silvenses.
A sua vivência está muito marcada pela cidade, onde fez os estudos e integrou as camadas jovens do Silves Futebol Clube, e veio a ter dois filhos que, no verão quente de 2022, aumentaram a família com dois netos, motivo de alegria para todos.
Licenciado em Gestão, pela Universidade do Algarve, trabalhou quase sempre na Banca que deixou em 2017. Com mais tempo livre, passou a interessar-se pela fotografia, integrando grupos de fotógrafos em passeios fotográficos e outros eventos ligados à fotografia. tornou-se um grande entusiasta da arte fotográfica, tendo depois frequentado diversos cursos, presenciais e online.
A descoberta da fotografia trouxe-lhe uma outra forma de olhar o mundo, passando a estar muito mais atento ao que o rodeia e descobrindo coisas novas. A máquina fotográfica passou a ser uma extensão de si próprio, levando-a quase sempre consigo, onde quer que vá. Passou a registar tudo o que lhe parecesse interessante.
Tem um gosto eclético, o que o faz fotografar de tudo um pouco. O seu estilo tem evoluído, primeiramente o seu foco de interesse incidiu na paisagem rural, mas sobretudo na paisagem urbana, tendo vários registos de ruas e arquitectura Silvense.
Gosta de fotografar animais, sobretudo cães, mas o que lhe dá maior satisfação é fotografar pessoas. Não esconde que a fotografia a preto e branco é uma das suas grandes paixões, tendo participado em Março de 2023, com dez fotografias de sua autoria no livro/álbum «A arte de Fotografar a preto & Branco/ vol11 » da editora GOD Publishing.
Tirar e divulgar fotografias está, hoje, ao alcance de todos, sendo que para isso basta ter um telemóvel. Entende que essa facilidade não retira o interesse à fotografia, mas sim constitui um desafio. Cada pessoa é única na sua forma de ver e entender o que o rodeia, por isso fotografa, não apenas por prazer mas também com a preocupação estética e filosófica de mostrar aos outros a sua forma particular de interpretar o mundo.
O Município de Silves recebe a exposição “Por um ambiente de paz”.
A mostra estará patente no Edifício dos Paços do Concelho, até 30 de Junho, entre as 9h e as 17h. O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), em parceria com a Peace and Art Society e a Biblioteca da Universidade do Algarve têm promovido a digressão da exposição “Por um ambiente de paz”, por vários Municípios do Algarve.
A iniciativa surge integrada num ciclo de exposições anteriormente realizadas, entre 2018 e 2021, no Algarve, intituladas “Artistas pela Paz” e “Pela Paz, contra as armas nucleares”, onde foram apresentadas imagens que procuravam sensibilizar para os perigos das armas nucleares.
A exposição “O Lince na Península – Conectar Territórios e consolidar populações” foi inaugurada no Consulado Geral de Portugal, em Sevilha.
A exposição visa dar a conhecer em Espanha e em Portugal o trabalho feito, em curso e que será feito num futuro próximo, no âmbito da conservação do Lince-ibérico, estando prevista a sua itinerância pelos 13 municípios que integram a CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, por três municípios do Algarve: Alcoutim, Tavira e Silves e Lisboa. A exposição foi desenvolvida pela CIMBAL, parceira do projeto LIFE Lynxconnect, com o apoio técnico e científico do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O censo de lince-ibérico na Península relativo a 2022, recentemente tornado público, identificou 1 668 exemplares em liberdade na Península Ibérica.
A evolução está a ser positiva, tendo o lince passado do nível de “criticamente em perigo” para “em perigo”. Mas para se atingir o objetivo de tornar a população de Lince-ibérico autossustentável entre 2035 e 2040, alcançando uma população ibérica entre 700 a 750 fêmeas reprodutoras num total de 3 500 exemplares, é preciso continuar o trabalho de conservação no terreno e nos centros de reprodução, e também o esforço de comunicação junto do público. A colaboração e articulação política, administrativa, técnica e científica desenvolvida conjuntamente entre Portugal e Espanha, desde 2004, que permitiu que em 2022 fossem ultrapassados o milhar e meio de exemplares de lince-ibérico em liberdade, não teria o sucesso amplamente reconhecido a nível mundial, se não tivesse sido precedida e acompanhada por uma forte sensibilização e envolvimento das populações, dos responsáveis locais e da sociedade em geral, incluindo os media.
No âmbito do Dia Internacional da Biodiversidade, o Município de Silves inaugurou a expo- sição / instalação “Louvor às Árvores” de Manuela de Rocha, na Casa-Museu João de Deus (CMJD), em S.B. Messines.
A exposição/instalação estará patente até 27 de julho (das 10h00 às 18h00).
“Desta exposição/instalação fazem parte peças que têm uma linguagem muito singular e orgânica, as quais guiam a arte e inspiram a colecionadora a trabalhá-las. Cavalos-marinhos, tartarugas, lagartos, dinossauros, gambuzinos e outros seres da Natureza que saem por magia de troncos toscos e feios.”
A artista, Manuela de Rocha nasceu na Serra da Estrela, a qual trocou pelo Algarve e pela montanha da serra de Monchique.
Vive há 14 anos na Serra de Silves, na Vilarinha em São Bartolomeu de Messines, local onde a partir da sua coleção de achados do ecossistema construiu o projeto “Oficina da Natureza”.
Desde cedo que despertou para as questões ambientais, para a riqueza da terra mãe, e, é com essa consciencialização e respeito pela natureza que tem produzido as suas obras arte, os materiais utilizados são simples; goivos, limas, tintas de água e corantes naturais, os achados (madeiras, pedras, etc.) é que lhe conduzem a arte e a criatividade.
Processo criativo através do qual pretende despertar no outro, a valorização, e a proteção do território e do meio ambiente.
Ocastelo de Silves acolhe mais uma edição dos Sunset Secrets – Quintas do Castelo, de 29 de junho a 27 de julho.
Concertos, dança, massagens de relaxamento, apresentação de produtos locais e regio-
nais, num ambiente descontraído, ao final da tarde, entre as muralhas do Castelo são o grande atrativo deste evento que tem alcançado grande sucesso nas suas várias edições. No primeiro sunset haverá um concerto de jazz com o
Time Wheel Trio (Orquestra de Jazz do Algarve).
O Castelo abre as portas para o evento, todas as quintas-feiras, a partir das 18h30 e encerra às 23h. As entradas estarão à venda na plataforma BOL. A lotação do recinto é de 600 pessoas.