Jornal Terra Ruiva - Edição de Maio 2023 N.254

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JORNAL DO CONCELHO DE SILVES

Para Alcantarilha, SB Messines, Algoz e SM Serra

As candidaturas ao Programa de Apoio às Dinâmicas Sociais e Económicas (PADSE) nas Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) destas freguesias encontram-se abertas até ao dia 30 de junho.

Entrevista Dina Santos

“Tentei

que cada

fosse sentir feliz na envolvência destes romances de ficção”

Castelo de

recebe "feiticeiros" no VII Harry Potter Meet

Filipe Sustelo e Jorge Coelho

Barmen do concelho em competições internacionais a representar Portugal

Inaugurações no Museu Municipal de Arqueologia de Silves e no Museu do Traje, em Messines

1 Maio 2023 Terra Ruiva
Silves Festa
Caracol
Messines Festival da Caldeirada e do Mar
Armação de Pêra
Pub. p11 p15 p15 p16
Mostra de Papas de Milho em
do
em
em
Silves
Silves Criminalidade subiu Ambiente Praias de novo com Bandeira Azul Pêra Obra no Bairro das Fontaínhas p15 p7 p5 p7 História Os 90 anos de Armação de Pêra
Programa PADSE com candidaturas abertas
Publicações Periódicas ctt Taxa Paga Portugal contrato DE02312023GSB2B/JAN AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL www.terraruiva.pt Maio de 2023 ANO XXIII - Nº 254 0.70 Euro Publicação Mensal | Diretora: Paula Bravo Prioritário
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leitor se
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Conta de Gerência de 2022 da Câmara Municipal de Silves foi aprovada

AConta de Gerência da Câmara Municipal de Silves relativa ao ano de 2022 foi aprovada na sessão da Assembleia Municipal realizada em 27 de abril, com os votos a favor da bancada da CDU (12) e a abstenção dos eleitos do PSD (8), PS (6) e do membro do Chega.

Os documentos foram aprovados previamente em reunião de câmara no dia 17 de abril, com os votos a favor da vereação da CDU (4) e a abstenção dos vereadores do PSD (2) e PS (1).

De acordo com o Relatório de Gestão, o Município de Silves transita de ano com um saldo positivo na ordem dos 22 milhões de euros, na ótica da Contabilidade Orçamental e compromissos assumidos no valor de 17 milhões de euros, enquanto na óptica da Contabilidade de Gestão (Patrimonial), o Resultado Líquido do Exercício ascendeu a 6,1 milhões de euros.

As receitas orçamentais atingiram 69 milhões de euros, correspondendo a um grau de execução superior a 90%. As despesas totalizaram 47 milhões de euros (61% do previsto), no qual se inclui as despesas de capital (investimento) no montante de 12,5 milhões de euros.

Fatores externos

Na extensa “Nota Introdutória” que antecede o Relatório de Gestão são salientados alguns fenómenos negativos de natureza macro que condicionaram o desempenho do município, nomeadamente a pandemia de Covid-19, o recrudescimento da guerra na Ucrânia com a consequente escalada de preços e a implementação do processo de descentralização de competências por parte da Administração Central.

A autarquia ultrapassou as dificuldades externas

No Relatório de Gestão é realçado que não obstante aquelas condicionantes “a autarquia conseguiu ultrapassar as dificuldades, promovendo uma política municipal mobilizadora, mantendo o investimento público em alta, fruto de uma gestão planeada, eficaz e eficiente e do bom aproveitamento dos fundos comunitários e/ou nacionais e doutros fundos externos”.

Adiantando que “em tempo de dificuldades, revelou-se fundamental a aplicação do regulamento municipal de apoio social a pessoas e famílias carenciadas ou em situação de vulnerabilidade, que comparticipa

despesas em domínios como a habitação, a saúde, a educação e o apoio a cidadãos portadores de deficiência, e ainda o programa ABEM com a participação do Município de Silves, que aliado à ativação do Fundo de Emergência Social, tornou a política social mais robusta e consistente … e renovou as medidas de apoio à economia local”.

Política Fiscal

O Município de Silves manteve a adopção da taxa mínima de IMI e a aplicação do IMI familiar, com redução para agregados com 1, 2 e 3 descendentes. Não aplicou a derrama sobre os lucros das empresas, nem a taxa municipal de direitos de passagem. Manteve também em vigor a implementação de políticas fiscais verdes, particularmente na área do urbanismo, visando influenciar a sociedade civil, no desenvolvimento de práticas amigas do ambiente.

Programas PAIAC, PAMAD, PAIIS , PAAJU e Bombeiros

Em 2022 os programas PAIAC, PAMAD, PAIIS e PAAJU e as Corporações dos Bombeiros Voluntários do concelho de Silves foram recetores de 1,5 milhão de euros (1,2 milhões de euros no ano anterior). A despesa assumida com as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários do concelho de Silves atingiu 878 mil euros.

Educação

Na esfera da Educação e de acordo com o Relatório de Gestão desenvolveram-se as obras de remodelação e ampliação das Escolas EB1 de Silves e de Alcantarilha (2,7 milhões de euros). A intervenção estendeu-se à ação social escolar, abarcou as refeições escolares, transportes escolares, componente de apoio à família, auxílios económicos e bolsas de estudo. A autarquia apoiou economicamente o projeto “Milage Aprender +”, o Programa

PART e o “Speak Out”, no âmbito de um protocolo estabelecido com a Universidade do Algarve e os Agrupamentos de Escolas, tendo sido lançado um Guia da Oferta Educativa do Município de Silves.

Cultura

No Relatório de Gestão é dado destaque a eventos culturais como por exemplo: “Feira Medieval”, “Mostra da Laranja”, Sunset Secrets/ Quintas do Castelo, Lado B, Jazz nas Adegas, Dia do Município, Comemorações do 25 de abril, Comemoração do Poeta João de Deus, Atividades de Natal, Cinema ao Ar Livre, espetáculos protocolados com a Orquestra Clássica do Sul e a Orquestra de Jazz do Algarve. Enfatiza-se o apoio substancial que o Município de Silves concedeu às associações culturais no âmbito do programa PAIAC, quer no seu financiamento direto, quer através de apoio logístico.

Urbanismo e desenvolvimento económico

No plano do urbanismo o Relatório destaca a implementação das áreas de reabilitação urbana de Silves, Alcantarilha, São Bartolomeu de Messines, Algoz, São Marcos da Serra, Pêra e Tunes, que beneficiam de incentivos fiscais e apoios financeiros para a reabilita- ção do edificado. É também referido que o Município de Silves se encontra envolvido na elaboração de seis planos de pormenor com efeitos registais para acolher projetos de habitação, atividades económicas e indústria, com vista a potenciar o desenvolvimento económico e social do território.

Rede de Abastecimento de Água

De acordo com o Relatório o município prosseguiu com a intervenção qualificada na reorganização, consolidação e modernização tecnológica

do sistema de abastecimento de água em todo o concelho, elaborando projetos, concretizando obras e submetendo candidaturas aos fundos comunitários. Designadamente ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tendo por base a execução do Plano Estratégico de Controlo e Redução de Perdas, a 10 anos (2017-2027), que é direcionado para o controlo e redução das perdas de água, o controlo e gestão de caudais e a máxima eficiência hídrica e energética, dando combate aos efeitos das alterações climáticas. A autarquia considera que os vários indicadores na gestão do sistema, registam melhorias graduais (água não facturada, perdas reais de água, número de roturas e falhas no abastecimento).

Ambiente

Na esfera do ambiente a autarquia salienta o desenvolvimento pioneiro no Algarve da promoção da compostagem comunitária, inicialmente direcionada às Freguesias de São Marcos da Serra e de São Bartolomeu de Messines, e à extensão da campanha de compostagem doméstica em todo o concelho de Silves. O Município de Silves foi nomeado, no âmbito da candidatura ao concurso “Municípios do Ano, Portugal 2021”, com o projeto “Silves a compostar da serra ao mar”.

Conclusão

No Relatório de Gestão salienta-se que todo o esforço do executivo municipal permanente tem sido marcado pelo objetivo de servir melhor as comunidades e as populações, que é consubstanciado numa relação próxima com todos, cidadãos, empresas e instituições, num quadro de defesa da melhoria do serviço público e de exercício da ação autárquica, de forma organizada e planeada, com critério e visão integrada do território, preservando as finanças locais equilibradas.

Obra concluída em 2022

- Construção do Polidesportivo de Tunes (2.ª Fase)

- Valorização e beneficiação da Rua Atrás dos Muros em Silves

- Requalificação do Mercado Municipal de Silves

- Dispositivos de Controlo e Redução de Perdas no Sistema de Abastecimento de Água no concelho de Silves

- Extensão das redes de abastecimento de água e saneamento à Fonte João Luís, Azinhalinho e Marreiros, no limite da freguesia de São Bartolomeu de Messines

- Requalificação Urbana do Largo 1.º de Maio em Pêra

- Reparação do passadiço dos Salgados à Praia Grande (nascente)

- Pavimentação e abastecimento de água às Ferrarias no Algoz

- Pavimentação do caminho em Vale da Horta e Água Velha, em São Marcos da Serra

- Construção de escadaria no Cano (São Bartolomeu de Messines)

- Fornecimento e instalação de Hidropressora na zona alta do Algoz

- Reabilitação de arruamentos do Poço Deão (Silves)

- Substituição de condutas localizadas na Ladeira da Bernarda (São Bartolomeu de Messines)

- Reforço da adução de água à zona nascente de São Bartolomeu de Messines

- Abastecimento de água à Amendoeira (São Bartolomeu de Messines)

- Pavimentação de caminho de Messines de Baixo

- Pavimentação de caminho em Venda Nova/Poço Deão (Silves)

- Pavimentação do caminho de Faxelhas - 2.ª Fase (Silves)

- Pavimentação de arruamentos no Bairro da Caixa d´Água (Silves)

- Construção de espaço de lazer no Bairro da Caixa d´Água (Silves)

- Abastecimento de água ao sítio das Cabeças em Silves

- Reabilitação da Estação Elevatória de Esgotos de Poço Deão em Silves

- Extensão da rede de saneamento no Poço Deão (Silves)

- Colocação de conduta pressurizada no Monte da Jóia em Silves

- Instalação de parque de lazer na margem direita do Rio Arade, junto à Ponte Rodoviária em Silves

- Instalação de Coreto em Alcantarilha

- Extensão da rede de água ao Cerro das Taipas (São Bartolomeu de Messines)

- Pavimentação do caminho do Joinal e extensão da rede de água (São Bartolomeu de Messines)

- Pintura exterior do Bairro J.J. Duarte (Silves)

- Repavimentação do troço inicial da estrada da Fonte João Luís (São Bartolomeu de Messines)

- Fecho de armazém no Estaleiro da Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines

- Pavimentação do caminho de Montes Grandes (Silves)

- Reordenamento do trânsito na Rua Cândido dos Reis em Silves

- Instalação de slide e baloiço na Zona Ribeirinha de Silves

Obra transitada para 2023

- Requalificação e ampliação da Escola EB1 de Silves

- Requalificação e ampliação da Escola EB1 de Alcantarilha

- Requalificação do Bairro do Progresso (Silves)

- Reabilitação de pavimento na rua da praia, junto à lota, em Armação de Pêra

- Pavimentação da estrada da antiga Alicoop, no limite com o concelho de Lagoa

- Construção de parque verde urbano na Quinta dos Arcos em Armação de Pêra

- Reabilitação Urbana na Vila de Pêra

- Requalificação do Mercado Municipal de São Bartolomeu de Messines

- Abastecimento de água ao Vale Figueira (São Bartolomeu de Messines)

- Pavimentação de caminho na Várzea da Figueira em Tunes

- Reabilitação e conversão do Mercado de Alcantarilha em Centro de Exposições

- Reabilitação da Casa do Forno em Silves, para Casa-Mãe dos Vinhos e outros Produtos Locais

- Requalificação Urbana da Baixa de Armação de Pêra - 1.ª Fase

- Construção da Ecovia do Litoral Sul - Pêra e Armação de Pêra

- Pavimentação, abastecimento de água e saneamento no Monte dos Jaimes (São Bartolomeu de Messines)

- Pavimentação da estrada das Fontainhas, Rua do Emigrante e Rua da Nora (São Bartolomeu de Messines)

- Recuperação e restauro do Setor Sul das Muralhas da Almedina de Silves

2 Terra Ruiva Maio 2023 Geral

Relatório CPCJ de Silves

2%

das crianças e jovens do concelho receberam acompanhamento

AComissão de Proteção de Crianças e Jovens de Silves apresentou no passado dia 27 de abril, na última sessão da Assembleia Municipal de Silves, o Relatório de Atividades relativo a 2022.

O mesmo tem como objetivo “explanar o trabalho realizado pela CPCJ no âmbito das respostas de prevenção e proteção dos direitos das crianças”, dando a conhecer “uma parte relevante da realidade infanto-juvenil e familiar do concelho de Silves, no que respeita às situações de risco e de perigo”. O conhecimento dessa realidade permite também “uma análise crítica que estimule e mobilize a comunidade na procura incessante da concretização dos

direitos da criança”. O referido documento foi apresentado por Catarina Castela, psicóloga do Município de Silves destacada para a CPCJ, sendo a atual presidente. Intervindo na Assembleia Municipal, em resposta a questões colocadas, Catarina Castela falou das dificuldades sentidas pela CPCJ de Silves para o desenvolvimento da sua missão, lembrando que a maioria dos seus membros são pessoas destacadas por entidades e instituições, que fazem trabalho voluntário e as que estão a tempo inteiro (2) fazem-no apenas dois dias por semana. Uma situação que deriva da própria constituição das CPCJ, a nível nacional, e que faz

com que estas não tenham pessoas em número suficiente “para fazer o trabalho de prevenção”. No caso específico da CPCJ de Silves, como foi sublinhado pela vice-presidente da Câmara de Silves, Luísa Conduto Luís, a autarquia disponibilizou a sua técnica para exercer funções a tempo inteiro na CPCJ, mas isso não acontece em todos os municípios, ainda mais agora que as autarquias estão a ser sobrecarregadas com o atendimento social, que era feito pela Segurança Social e que passou a ser da competência das câmaras municipais. De acordo com os dados divulgados, no ano de 2022, a CPCJ de Silves teve 375 processos abertos, tendo ins-

truído 352 e arquivado os restantes. Os casos chegaram ao conhecimento da CPCJ principalmente através da autoridade policial (122), Ministério Público (90) e estabelecimentos de ensino (63).

A grande maioria das crianças e jovens acompanhados são de nacionalidade portuguesa (270), havendo ainda provenientes do Brasil (15), Moldávia (6), Índia (5), Bulgária (5) e outras, no total de 49 processos. Quanto às idades, a maioria tem entre os 11 e 17 anos, com prevalência do sexo masculino (53,5%). As problemáticas que levam à intervenção da CPCJ são variadas, mas a maioria tem a ver com a existência de

violência doméstica, a assumpção de comportamentos desviantes, a negligência, o absentismo escolar e ainda maus tratos. Devido a estas situações, 9 crianças foram colocadas em acolhimento residencial, junto a outros familiares.

As problemáticas principais também variam nas freguesias do concelho: em Alcantarilha destaca-se a negligência e exposição a comportamentos desviantes; no Algoz, maus tratos de violência doméstica; em Pêra, a violência doméstica; em Tunes, o absentismo escolar, em São Marcos da Serra, a negligência. Em São Bartolomeu de Messines, o que assume mais expressão é o número de casos de comportamentos

desviantes, mas em Silves e particularmente em Armação de Pêra é expressivo o número de casos de violência doméstica.

Uma realidade que o relatório destaca afirmando que “desde 2019 que a violência doméstica é o problema com maior expressão, verificando-se um aumento significativo dos comportamentos desviantes em 2022, comparativamente aos outros anos”. Em sentido inverso, verifica-se um decréscimo dos casos de negligência. Em conclusão, em 2022, do total da população infanto-juvenil do concelho, 2% da mesma recebeu o acompanhamento/intervenção por parte da CPCJ de Silves.

OMunicípio de Silves está a proceder à revisão da Estratégia Local de Habitação (EHL) pelo que recebe, até ao dia 29 de maio, intenções de pré-candidatura ao 1º Direito- Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, gerido pelo Instituto de Habitação e da Reabilitação Urbana, para ajudar pessoas que vivem em condições habitacionais indignas e que não têm meios

financeiros para aceder a uma habitação adequada. Podem candidatar-se pessoas individuais ou agregados, com nacionalidade portuguesa, ou, sendo estrangeira, que apresentem certificado de registo de cidadão comunitário, ou título de residência válido no território nacional, que vivam em situação habitacional indigna e em carência financeira. São considerados quadros de

carência financeira famílias cujo rendimento mensal seja inferior a 1.921,72€ e que detenham um património mobiliário (depósitos bancários mações, obrigações, certificados de aforro e outros) de valor inferior a 28.825€. As despesas elegíveis a financiamento abrangem a reabilitação de frações ou de prédios, a construção de prédios, aquisição de frações ou de prédios para destinar

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a habitação e ainda a aquisição de terrenos destinados à construção de habitação. Os interessados deverão apresentar a sua intenção de pré-candidatura junto do sector de Ação Social do Município, na Rua João de Deus, 19, em Silves. Os telefones 282440800 e 282 440831 estão disponíveis para mais informações.

Para assinar o Terra Ruiva recorte o cupão anexo e envie-o preenchido para a nossa redacção. Pode efectuar o seu pagamento (15 euros) através de cheque ou transferência bancária, através do IBAN: PT50 0045 7120 4017 1566 6531 4 (CCAM) - (Ao proceder à transferência bancária indique o nome do assinante)

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3 Maio 2023 Terra Ruiva
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Geral
Município de Silves está a receber pré-candidaturas para apoio a habitações

Opinião

Editorial Paula Bravo

Anda tudo à vontadinha Jornalista

Limitados e até esmagados pelas circunstâncias do dia a dia, imersos em problemas de juros a subir, inflação, carências graves no Serviço Nacional de Saúde, na educação, nas forças policiais e militares e na justiça, esgotados pelos noticiários que se empenham, cada um mais do que o outro, em encontrar casos e casinhos que comprovem ao povo que a política perdeu credibilidade, somando tudo isto às

Tomar Partido Francisco Martins Economista

Valores de abril não são passado, são presente!

Abril e Maio são meses marcantes na história contemporânea do nosso país, dos últimos 49 anos. Antes de tudo, o inesquecível 25 de abril de 1974 e o 1.º de maio de 1974 com um milhão de pessoas nas ruas de Lisboa, que propulsionaram profundas transformações socioeconómicas e políticas em Portugal, a construção da Democracia, a participa-

crises pessoais de cada um, sobra pouca margem para pensarmos em problemas que consideramos frequentemente de segunda linha.

E no entanto… e no entanto… “as coisas” estão a acontecer, independentemente das nossas circunstâncias.

Há poucos dias, a associação Zero, divulgando os estudos relativos à pegada ecológica de cada país, mostrou que, a 7 de maio, Portugal esgotou os recursos disponíveis para todo o ano. (A Pegada Ecológica avalia as necessidades humanas de recursos renováveis e serviços essenciais e compara-as com a capacidade da Terra para fornecer tais recursos e serviços). Dito de uma forma muito direta, andamos por aqui a deixar uma tal PegadÃO que, se cada pessoa no planeta vivesse como uma pessoa média portuguesa, seriam necessários 2,9 pla-

ção cívica e a mobilização popular nunca antes vividas em torno da aliança Povo/ MFA, e um intenso e frenético confronto de propostas e projetos políticos durante o período da revolução portuguesa, que se prolongou até ao 25 de novembro de 1975. As conquistas fundamentais obtidas com a revolução permanecem consagradas na Constituição da República Portuguesa, aprovada em 2 de abril de 1976, não obstante as sete revisões realizadas, fazendo da mesma, uma das mais progressistas do mundo. Não por acaso, pese as quase cinco décadas passadas, as comemorações do 25 de abril desenvolvem-se com pujança e participação assinaláveis, suscitando a adesão da população, dos mais idosos aos mais jovens.

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P.J.G.

netas para sustentar a Humanidade.

E no entanto… e no entanto, no que respeita às questões ambientais, andamos quase todos a fazer de conta que ainda não é para hoje. Veja-se o caso da seca e da falta de água. Na verdade, “ainda aí tudo à vontadinha”, com a água, como se não estivéssemos a viver sob recordes de temperaturas, com ondas de calor em abril (que de águas nada teve), e como se o país não estivesse em seca severa, em 80% do seu território. Particularmente atingida é a zona do Barlavento Algarvio, sim. Mas quem foi por nestes últimos feriados à praia viu o que se pode ver em todo o verão… Onde existem duches, bicas ou afins, é ver como a água desperdiçada corre pelo chão, ou como se lavam esplanadas e ruas sem qualquer cuidado, como

Os valores de abril não são passado, são presente. Que valores ou conquistas são estes?

A resposta está plasmada na Constituição da República: direitos, liberdades e garantias cívicas, direitos sociais universais no acesso à educação, ao serviço nacional de saúde universal, geral e tendencialmente gratuito e a uma segurança social públicas; mas também o direito à habitação, a políticas que conduzam ao pleno emprego, ao trabalho com direitos e garantias, a salários e pensões dignos, a uma velhice com dignidade e qualidade de vida; eliminação dos latifúndios; combate efetivo à corrupção e especulação, que integrava o Programa Inicial do Movimento das Forças Armadas, no capítulo das medidas imediatas, que foi lido na noite de 25

se regam jardins… E este é apenas um exemplo… No ano passado, a agricultura algarvia, incluindo a do concelho de Silves, sofreu cortes no abastecimento de água, as autarquias tomaram medidas preventivas e de poupança, e num golpe de sorte, bem mais do que premeditado, foi possível manter o abastecimento da rede pública. Mas, este ano, todos os indicadores apontam para uma situação mais complicada, até porque, como todos sabemos, tardam – e muito – as prometidas e anunciadas medidas de fundo… Os últimos estudos prevêem não só a continuidade da seca no território português, e especialmente a Sul, como vão dizendo que nos próximos anos, em cada 10 haverá 7 de seca… Este desleixo (?) ambiental repercute-se em muitas áreas. Num país tão cheio de

de abril de 1974; ou ainda o objetivo programático de se assegurar o primado do Estado de Direito democrático e caminhar para uma sociedade socialista, no respeito pela vontade do povo português, que consta do seu preâmbulo. Todo este conjunto de valores e conquistas reúnem o propósito único de assegurar o bem-estar geral e não apenas de alguns, promovendo e defendendo o Estado Social, e garantir a justiça social. É óbvio que muitos dos direitos constitucionais não são plenamente cumpridos, sendo necessário lutar por eles. Políticas de direita e o neoliberalismo dominante, têm contrariado ao longo dos anos, muito do que são os preceitos constitucionais e os ideais de abril.

sol, as estatísticas mostram que temos uma taxa extremamente baixa de utilização de painéis solares, na ordem dos 3%. O que significa que “97% das pessoas em Portugal que podem ter um painel solar em casa ainda não o têm”. No citado estudo sobre a Pegada Ecológica (disponível para consulta no site da Zero), mostra-se que a nossa posição, tão desequilibrada, se deve fundamentalmente ao consumo de alimentos (consumimos cerca de 3 vezes mais proteína animal do que deveríamos) e à mobilidade (área em que o gosto bem português de levar o carro para todo o lado, idealmente até à porta, é agravado pela carência de transportes públicos). Por outro lado, o nosso modelo de consumo continua assente na ideia de “usar e deitar fora”, enquanto o ideal seria

Democracia sem justiça social e a defesa da qualidade de vida de famílias e trabalhadores, dos direitos dos jovens, das mulheres, de todos, independentemente da sua origem étnica e identidade de género, periga a própria Democracia. É esta a raiz do facto da Democracia se encontrar ameaçada pelo populismo e a extrema-direita xenófoba e neofascista, que cavalga oportunisticamente tudo o que é contestação social, revolta dos trabalhadores, corrupção, injustiça ou escândalo nacional. Passados 49 anos volta a ser necessário a união de todas as forças democráticas, mantendo acesa a chama do 25 de abril de 1974.

Apostila - O Município de Silves, único no Algarve, de maioria CDU, cumpriu

optar por ter menos mas de melhor qualidade, apostando no conceito de redução, reutilização, troca, compra em segunda mão… (A circularidade dos materiais em Portugal é de apenas 2,2%, quando a média comunitária está quase nos 13%). Trazer para cima da mesa as questões ambientais e colocar-lhes um carimbo “URGENTE” não é fácil para decisores e cidadãos, quando tantas outras questões nos surgem como vitais para a nossa qualidade de vida. Mas teremos de o fazer, mais tarde ou mais cedo… Por agora, como se mostra, andamos ainda à vontadinha, mas já a viver de crédito. E esse, como sabemos, mais tarde ou mais cedo, esgota-se.

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Colaboradores: António Eugénio, António Guerreiro, Aurélio Nuno Cabrita, Fabrice Martins, Francisco Martins, Helena Pinto, José Alberto Quaresma, José Manuel Vargas, Miguel Braz, Mónica Gonçalves, Paulo Penisga, Ricardo Camacho, Sara Lima, Teodomiro Neto, Tiago Brás.

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com distinção o programa das comemorações do 49.º aniversário do 25 de abril, dignificando e valorizando mais uma vez o maior acontecimento do século XX português ao realizar um conjunto de eventos, destacando-se pela qualidade artística e mobilização popular, o concerto com João Pedro Pais, junto ao Complexo das Piscinas Municipais, que encheu por completo a sua zona fronteira, trazendo a Silves milhares de pes- soas. É bom relembrar que o Poder Local é justamente uma das maiores e mais bem conseguidas conquistas do 25 de abril, erigindo-se como um dos seus principais pilares, com papel determinante no desenvolvimento do território das freguesias e concelhos do Portugal democrático.

Periodicidade: Mensal

Tiragem: 1500 exemplares

Diretora: Paula Bravo

Tlm. 96 285 6922

Diretor Financeiro: Francisco Martins

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Os artigos de opinião são da responsabilidade dos seus autores.

4 Terra Ruiva Maio 2023
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Concelho

Estrada da antiga Alicoop a Lagoa foi repavimentada

O Município de Silves concluiu recentemente a empreitada de repavimentação da estrada que liga o local da antiga Alicoop até ao limite do concelho de Silves, na freguesia de Silves, sítio dos Urzais, numa extensão de 4,5 km. O valor da obra ascendeu a 550 mil euros.

uma obra de reabilitação que ascendeu a 40 mil euros.

A Câmara Municipal de Silves afirma que esta obra “insere-se na estratégia mais geral do município de reabilitação, conservação e valorização do património histórico-cultural, sendo que, com esta intervenção, foi melhorada a mobilidade e a segurança dos transeuntes, bem como as condições de exercício da atividade económica no local.”

Autoridade Marítima Nacional monitorizou grutas e faixas de risco do litoral

A Autoridade Marítima Nacional, em articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente e com os Serviços Municipais de Proteção Civil de Lagoa e de Silves, efetuou recentemente a avaliação anual de situações de risco no litoral algarvio, nomeadamente as grutas e faixas de risco das zonas balneares na área de jurisdição da Capitania do Porto de Portimão.

“Trata-se de uma obra de natureza estruturante, cuja estrada liga dois concelhos, com registo de forte fluxo rodoviário, que se enquadra na estratégia mais geral de reabilitação gradual da rede viária em todo o concelho de Silves”, considera a autarquia.

Concluído caminho em Armação de Pêra

O Município de Silves concluiu recentemente uma obra de pavimentação de caminho na zona da Torre, na freguesia de Armação de Pêra, numa extensão de 1,1 km, na continuidade de outros trabalhos efetuados na mesma zona.

“Estes trabalhos de avaliação e monitorização têm como objetivo fazer o levantamento do estado geológico das grutas e arribas da costa com o objetivo de identificar fendas ou anomalias que possam colocar em risco a segurança de pessoas, embarcações marítimo-turísticas e de particulares”, informa esta Autoridade.

Garrett e Rua da Escola Velha, cujo investimento global ascende a 1,2 milhão de euros.”

“A empreitada geral encaminha-se para o seu final - decor-

“A pavimentação do caminho em betuminoso contemplou a construção de rede de drenagem e passagens hidráulicas, para além da instalação de sinalética rodoviária, num investimento que ascendeu a 120 mil euros.

Esta nova obra vem melhorar os níveis de bem-estar, a mobilidade e a segurança rodoviária da população, integrando-se na estratégia mais geral de reabilitação da rede viária em todo o concelho de Silves”, informa a autarquia.

Estrada Messines-Algoz com marcas rodoviárias

A estrada entre Messines e Algoz – EM 264 foi recentemente intervencionada com trabalhos de reposição das marcas rodoviárias.

“Estas ações de avaliação e monitorização das zonas de risco são realizadas anualmente após o inverno, período onde se verificam os picos de atividades dos agentes mesológicos, nomeadamente precipitação intensa ou concentrada agitação marítima de tempestade, sendo que as inspeções às grutas são realizadas pelo terceiro ano consecutivo.”

Silves participa no projeto FRISCO

O Município de Silves acolheu, nos dias 20 e 21 de abril, uma campanha de amostragem realizada no âmbito do projeto FRISCO – Gestão dos riscos de contaminação da qualidade de água induzidos pelo fogo.

rendo atualmente na Rua Alexandre Herculano, no troço entre a EN 125 e o desvio para o Bairro das Fontainhas - e envolve a remodelação integral das infraestruturas de abastecimento de água, saneamento, drenagem de águas pluviais, telecomunicações, iluminação pública, mobiliário urbano, passeios e pavimentos.

Trata-se de uma obra de importância fundamental para a requalificação do centro urbano da vila de Pêra”, considera a Câmara Municipal de Silves.

BioSmart com sistema de inibição de odores em Messines

A BioSmart, empresa que construiu e explora na freguesia de São Bartolomeu de Messines, o EcoParque Algarve, uma unidade de tratamento de orgânicos, anuncia que já tem em funcionamento “um completo sistema de sequestração e purificação de odores”.

Segundo a empresa, esta solução, que procura dar resposta a queixas que têm sido registadas, foi aprovada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e “garante a sequestração de eventuais odores nas pilhas de compostagem, bem como em todos os veículos de transporte, permitindo ainda a renovação do ar no interior do pavilhão e o encaminhamento dos gases odoríferos para tratamento num Lavador de Gases e num Biofiltro.” Foi também instalado,” num local da freguesia, um equipa-

Um trabalho executado pela Câmara Municipal de Silves, com o objetivo de melhorar as condições de segurança naquela via. Segundo a autarquia esta obra teve um custo de 19 mil euros.

Escadinhas do Castelo foram reabilitadas

As escadinhas de acesso ao Castelo de Silves e o passeio contíguo na Rua do Castelo, junto ao Café Inglês, foram alvo de

“Compreender e mapear quais os principais tipos de combustível presentes no concelho foi o principal objetivo desta campanha realizada por investigadores do Instituto Superior de Agronomia (ISA) e da Câmara Municipal de Silves, através do seu Serviço Municipal de Proteção Civil e Florestas, permitindo o intercâmbio de conhecimento e fomentando as tão necessárias sinergias entre o mundo académico e o operacional”, informa a autarquia.

De salientar que o projeto FRISCO, financiado pela Fundação para Ciência e Tecnologia e liderado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, “pretende desenvolver ferramentas para a quantificação do potencial de contaminação de massas de água decorrente de incêndios rurais e metodologias para minimizar o risco e mitigar as consequências, sendo a bacia hidrográfica da albufeira de Odelouca uma das áreas de estudo.”

Pavimentado Bairro das Fontainhas, em Pêra

Foi concluída recentemente a obra de pavimentação dos arruamentos do Bairro das Fontainhas, na vila de Pêra, “que se integra na empreitada mais vasta da Reabilitação e Requalificação Urbana da Rua Alexandre Herculano, Rua Almeida

mento para medição contínua dos níveis de odores, permitindo uma gestão e monitorização constantes” e iniciada “a instalação de um lavador de gases e de um sistema de Biofiltro que complementará as outras ações já executadas, e com resultados comprovados e verificados pela Comissão de Acompanhamento criada para o efeito.”

“As obras realizadas tornaram estanque o pavilhão de compostagem e a instalação de toda esta tecnologia permite controlar e monitorizar, segundo a segundo, a qualidade do ar em toda a instalação e no local exterior ao próprio EcoParque”, acresenta a BioSmart, um empresa do Grupo NOV Ambiente & Energia.

5 Maio 2023 Terra Ruiva
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Opinião

Opinião

Foi apresentado em Março passado um estudo realizado para a Região de Turismo do Algarve cujo objectivo foi traçar o perfil do turista cultural no Algarve. O turismo cultural é, de acordo com a Organização Mundial de Turismo (OMT), «um tipo de atividade turística na qual a motivação essencial dos visitantes é conhecer, descobrir, experienciar e consumir as atrações/produtos culturais, tangíveis e intangíveis, dum destino cultural. Estas atrações/produtos relacionam-se com um conjunto de

Opinião

Benefícios

Solicitadora

fiscais nas áreas de reabilitação urbana

Escritura

características intelectuais, espirituais e emocionais de uma sociedade, compreendendo artes e arquitetura, património histórico e cultural, património gastronómico, literatura, música, indústrias criativas e as culturas vivas com os seus estilos de vida, sistemas de valores, crenças e tradições.»

Este tipo de turismo é reconhecido pela OMT e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) como um «dos segmentos com maior potencial de crescimento num mercado turístico marcado pelas experiências, aquisição de conhecimento e crescimento pessoal» e que tem vindo a ganhar cada vez maior importância. Os resultados do estudo apresentado apontam que apesar das férias constituírem o principal objectivo de visita ao Algarve, com destaque para a vertente Sol e Praia (36,8%), os

Odireito à habitação constitui um direito fundamental que tem ganho visibilidade público nos tempos recentes, fruto dos problemas conjunturais existentes. Isto porque a concretização deste direito nem sempre é fácil, sobretudo, por questões económicas, sociais, estruturais e até históricas. Vejamos situações como aglomerado de pessoas a viverem em ruas, atingindo, até, um nível de pobreza extremo.

turistas que indicam motivações de índole cultural nas suas várias vertentes (touring, urbano, vínico e gastronómico, educativas/criativas) representam 41,5% das motivações das férias dos turistas inquiridos, superando assim as motivações para turismo de natureza, bem-estar e turismo desportivo.

Não obstante, o Algarve é visto maioritariamente como “um destino para passear, fotografar e/ou ver lugares interessantes e incomuns”, em detrimento de uma região para “aprender muito sobre a cultura e o património”. Apesar disso, uma vez na região, 97% dos turistas inquiridos tinham visitado ou pretendiam visitar uma atração cultural no Algarve durante a sua estadia, demonstrando uma procura activa por participar em eventos ou visitar atracções culturais. Os inquiridos avaliaram ainda de forma satisfatória (7,44 numa

O direito à habitação resulta no dever da habitação ser adequada e fisicamente idónea à dignidade da pessoa. Daí que, a partir do programa do XVII Governo constitucional, tenham sido aprovadas medidas que se enquadram na reabilitação de áreas que necessitam de uma urgente requalificação e revitalização urbana. A partir da criação do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, em 2009, foram instituídas medidas destinadas à

Extrato

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada em vinte e oito de abril de dois mil e vinte e três, exarada a folhas 31 e seguintes do Livro de Notas para escrituras diversas número 4, deste Cartório Notarial pela qual: JOÃO ANTÓNIO MARTINS RODRIGUES, NIF 141 216 204 e mulher, MARIA ADÉLIA MENDES MARTINS, NIF 141 216 212, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de São Bartolomeu de Messines, concelho de Silves, onde residem no Largo 25 de Abril, número 1, no lugar de Amorosa, DECLARAM que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel: Prédio URBANO, composta de uma morada de casas de habitação com diversos compartimentos e quintal, com a superfície coberta de sessenta e três metros quadrados e a superfície descoberta de quarenta e cinco metros quadrados, área total de cento e oito metros quadrados, situado no sítio da Amorosa, na freguesia de S. Bartolomeu de Messines, concelho de Silves, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 2041, descrito na Conservatória do Registo Predial de Silves sob o número DEZASSEIS MIL DUZENTOS E SESSENTA E CINCO/S. Bartolomeu de Messines com aquisição registada a favor de Norberto Carolino, casado, residente no lugar de Amorosa, na invocada freguesia de São Bartolomeu de Messines pela Apresentação onze, do dia vinte de março de mil novecentos e cinquenta e um. Que o referido prédio, foi por eles adquirido em mil novecentos e setenta e oito, por compra que dele fizeram a Maria Manuela Machado Martins Catarino e marido, António Martins Catarino, casados sob o regime da comunhão geral, residentes na Rua Clube União Banheirense número11, primeiro direito, 2835-078 Baixa da Banheira, por Escritura Pública exarada a folhas quarenta e cinco verso e seguintes, do Livro de Notas para Escrituras Diversas número D-CATORZE, do Cartório Notarial de Silves. Por sua vez estes, Maria Manuela Machado Martins Catarino e marido, António Martins Catarino, no ano de mil novecentos e setenta e um, haviam adquirido por doação o prédio acima identificado aos avós dela doadora, Norberto Carolino e mulher, Amália da Conceição Machado, tendo, no entanto, esta transmissão sido meramente verbal, inexistindo, portanto, título formal que a comprove. Que, em consequência da compra que efetuaram, eles justificantes estão na posse e fruição do mencionado prédio, em nome próprio, há mais de vinte anos, com aproveitamento de todas as utilidades do mesmo, nomeadamente fazendo as necessárias reparações ao longo do tempo, pintando-o, praticando os demais atos normais de defesa e conservação da propriedade, pagando as contribuições e impostos respeitantes, tudo isto ininterruptamente, sem violência ou oposição de quem quer que seja e à vista de toda a gente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade. Que esta posse não titulada, de boa-fé, contínua e pública conduziu à aquisição do direito de propriedade do mencionado prédio por usucapião que invocam para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo. Está conforme. Cartório Notarial de Almodôvar, a cargo da Notária, Maria de Fátima da Cruz Guerreiro, aos vinte e oito de abril de dois mil e vinte e três.

A Notária, Fátima Guerreiro Conta nº 59

(Publicado no jornal Terra Ruiva, edição nº 254, de 16 de Maio de 2023)

escala de 1 a 10) as actividades culturais em que participaram, um resultado que merece reflexão para apontar o caminho tendo em vista a melhoria da experiência proporcionada.

Importa salientar que o turista cultural tende a despender mais dinheiro no destino, em média um total de €1.359,00 durante o período de permanência na região (cerca de dez noites), mas apresenta também um perfil exigente pelo alto nível de qualificações (ensino superior) que, regra geral, detém. Os inquiridos revelaram ainda que são os lugares patrimoniais, galerias e museus as maiores atrações culturais, ao invés de concertos de música ou eventos mas tal poderá dever-se ao perfil etário mais velho dos turistas que responderam ao inquérito.

A nossa região detém um importante e diversificado

reabilitação de prédios urbanos situados em áreas identificadas como urgentemente intervencionadas para reabilitação urbana. Entre essas medidas, destacam-se medidas fiscais para os titulares que procedam à reabilitação destes prédios urbanos, nomeadamente: i) isenção em sede de IMI, por um período de 3 anos, a contar do ano da conclusão das obras (inclusive), podendo este benefício ser renovado, a requerimento do proprietário, por mais

capital patrimonial que vai de edifícios arquitectónicos a sítios arqueológicos, para além de uma riqueza paisagística excepcional. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o concelho de Silves é o concelho algarvio que concentra mais bens patrimoniais da região (21%), um total de 39 (30 monumentos e 9 sítios) em 182. De monumentos megalíticos como os menires do Monte Roma, em Silves, e de Vale Fuzeiros-Vilarinha, a Necrópoles, à Sé de Silves, ao Castelo de Silves, ao Museu Municipal de Arqueologia, à Casa Museu João de Deus ou ao Museu do Traje, à Fortaleza de Armação de Pêra, à Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica, a Igrejas, são muitos os pontos de interesse, e estes são apenas alguns exemplos.

O Algarvensis, aspirante a geoparque mundial da UNESCO, (o único geoparque a sul do rio Tejo)

cinco anos, desde que se trate de um imóvel afeto a habitação própria permanente ou se encontre afeto a arrendamento para habitação permanente; ii) isenção de IMT, desde que o adquirente inicie as respetivas obras no prazo de três anos a contar da data de aquisição.

Contudo, a atribuição destes benefícios fiscais está dependente de requisitos, designadamente que os prédios urbanos ou frações autónomas tenham sido concluídos há

pretende ser um importante elemento diferenciador para o desenvolvimento do interior dos municípios de Loulé, Silves e Albufeira, e terá certamente um papel muito relevante a desempenhar no intercâmbio cultural e científico, na promoção dos territórios mas também no desenvolvimento socioeconómico sustentável, por via das histórias que conta, muito antes dos dinossauros aparecerem, e que nos trazem até aos dias de hoje, bem como das experiências que proporciona. Há muito para aprender, ensinar e descobrir, experimentar, vivenciar. Temos os ingredientes e os recursos para criar uma resposta emotiva de tal forma positiva que leve os turistas a repetir, a contar aos seus amigos e familiares, e a recomendar a visita ao Algarve que tanto tem para oferecer.

mais de trinta anos e que as intervenções que lhe sejam feitas permitam que o seu estado de conservação fique dois níveis acima do que anteriormente estava tendo, no mínimo, o nível Bom, nos termos do Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de dezembro.

Para estas e outras informações e um acompanhamento jurídico de todo o processo, o Solicitador é um profissional habilitado que o poderá orientar em todo o processo.

Maxime Sousa Bispo, na qualidade de Vereador Permanente da Câmara Municipal de Silves, com o pelouro do ordenamento do território e urbanismo, Torna público o pedido de licenciamento de alteração do alvará de loteamento n.º 05/2003, emitido em 02 de setembro de 2003, sito em Horta Acima, Freguesia de São Bartolomeu de Messines, requerido por Vítor Manuel dos Santos Damas.

A alteração proposta visa:

A junção dos lotes n.ºs 16 e 17 num único lote, passando os parâmetros urbanísticos definidos no alvará em causa para os dois lotes a concentrar-se no novo lote n.º 16/17, acrescentando a possibilidade de integrar um piso em cave, destinado exclusivamente a estacionamento automóvel, com uma área de construção afeta à cave de 90,00 m2

De acordo com o despacho do signatário de 23 de março de 2023, procede-se à abertura de um período de discussão pública, nos termos do artigo 27.º do Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, com as posteriores alterações legais, e do artigo 56.º do Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação do Município de Silves.

Mais se informa que o período de discussão pública é de 10 dias, conforme disposto no artigo 22.º do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação, e que os interessados podem consultar o processo relativo à presente alteração da operação de loteamento na Secção de Apoio Administrativo da Divisão de Ordenamento e Gestão Urbanística desta Câmara Municipal, durante as horas normais de expediente, mediante marcação prévia.

As reclamações, observações ou sugestões deverão ser apresentadas por escrito até final do mencionado período.

Câmara Municipal de Silves, aos 29 de março de 2023

O Vereador Permanente da Câmara Municipal de Silves (por delegação de competência, de 26 de Outubro de 2021)

6 Terra Ruiva Maio 2023
MUNICÍPIO DE SILVES CÂMARA MUNICIPAL EDITAL N° 31/2023
Maxime Sousa Bispo Edital

Praias do concelho com Bandeira Azul

As praias do concelho de Silves, em Armação de Pêra e Pêra voltam a ter hasteada a Bandeira Azul, atribuída pela Associação Bandeira Azul da Europa, como comprovativo da qualidade. Este ano são 394 praias costeiras e 47 praias fluviais que vão ter a Bandeira Azul. No Algarve são 85 os galardões azuis que serão distribuídos. A cerimónia oficial de hastear da primeira Bandeira Azul vai decorrer na Praia do Mar, nas Caldas da Rainha, no dia 1 de junho.

Município de Silves galardoado com o selo do Movimento Cuidar dos Cuidadores

O Município de Silves foi galardoado com o selo do Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais pelo seu projeto “Vem bater à minha porta”. O reconhecimento permitiu ao Município integrar a Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais (RACCI), composta, em 2023, por cerca de quatro dezenas de municípios que adotam as melhores práticas e medidas de apoio em benefício dos cuidadores informais.

De referir que esta é a 2.ª edição da RACCI, promovida pelo Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais, que se destina a distinguir, divulgar e amplificar as melhores práticas levadas a cabo ou formalmente por municípios e freguesias portugueses nesta área, através da atribuição de selos de mérito. Apoiado pela Merck, no seguimento do projeto corporativo global “Embracing Carers”, este Movimento conta com dezenas de associações portuguesas que têm como objetivo concretizar projetos capazes de ajudar, na prática, quem cuida, seja do marido, da mulher, de um filho, do pai, da mãe. Quanto ao projeto “Vem bater à minha Porta” é uma iniciativa implementada pelo Município de Silves, desde o início de 2022, através dos Polos de Educação ao Longo da Vida, com o objetivo de estimular a memória e dar resposta ao isolamento da população mais idosa no concelho. Através da realização de visitas domiciliárias, técnicas do Município dinamizam jogos com recurso a imagens temáticas de tempos livres, animais de estimação, memórias e de curiosidades, ponto de partida para o estímulo e exercitação das capacidades intelectuais e de expressão dos seniores.

Programa PADSE com candidaturas abertas

Para Alcantarilha, SB Messines, Algoz e SM Serra

As candidaturas ao Programa de Apoio às Dinâmicas Sociais e Económicas (PADSE) nas Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) de Alcantarilha, São Bartolomeu de Messines, Algoz e São Marcos da Serra encontram-se abertas até ao dia 30 de junho.

“O PADSE visa contribuir para a melhoria das condições de funcionalidade do edificado localizado nas ARU em apreço e, assim, revitalizar social e economicamente estas áreas de reabilitação, designadamente incutindo novas dinâmicas no aglomerado em atividades de comércio, serviços, artesanato ou manufaturação, e incentivando a ação das associações, coletividades e sociedades sem fins lucrativos. Neste programa a comparticipação do Município de Silves fixa-se em 20 % do valor das obras realizadas.

O máximo da despesa elegível varia de acordo com a tipologia dos trabalhos comparticipáveis definidos em regulamento do programa”, informa a autarquia.

“Acresce referir que, para além do mencionado, as operações urbanísticas de reabilitação urbana localizadas em ARU podem beneficiar dos seguintes benefícios fiscais: dedução à coleta em sede de IRS, tributação das mais-valias à taxa de 5%, tributação dos rendimentos das rendas à taxa de 5%, IVA a 6% na aquisição de material de mão-de-obra para as empreitadas de reabilitação, isenção da taxa municipal de urbanização, isenção de IMI, isenção do IMT na aquisição de imóveis destinados a intervenções de reabilitação urbana, isenção do IMT na primeira transmissão onerosa subsequente à intervenção de reabilitação urbana e isenção da taxa de ocupação do espaço público por motivo da execução da operação de reabilitação urbana.” Todos os documentos inerentes ao processo de candidatura, assim como os respetivos regulamentos, estão disponíveis para consulta e download no portal do Município de Silves, devendo as candidaturas ser formalizadas através do endereço de correio eletrónico reabilitacao. urbana@cm-silves.pt

Criminalidade sobe em Silves

No ano de 2022 a criminalidade no concelho de Silves teve um ligeiro aumento, com mais 95 participações às autoridades do que no ano anterior. De acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), divulgado recentemente, no ano de 2021 registaram-se, no concelho, 1.573 participações, enquanto no ano de 2022 este número passou para 1.668.

Esta tendência crescente acompanha os números da região algarvia onde a criminalidade geral aumentou, com o registo de 23.906 crimes comunicados às autoridades, o que perfaz uma subida de 15%. No mesmo sentido vão os números da criminalidade violenta, com 876 participações registadas em 2022, contra as 707 em 202, o que representa um aumento de 23,9%. No que respeita ao distrito de Faro os crimes mais participados no quadro da criminalidade violenta são os de roubo por esticão, roubo na via pública, extorsão, ofensa à integridade física e violação (sendo este o que teve maior aumento, de 81%, com 49 casos participados).

Na criminalidade geral, os crimes mais frequentes foram o de condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 g/l, ofensa à integridade física voluntária simples; furto de veículo motorizado, furto oportunidade de objeto não guardado, tráfico de estupefacientes, burla informática e de comunicações.

Destaca-se a descida de crime em três categorias: “Furto em edifício comercial ou industrial com arrombamento, escalamento ou chaves falsas”, “Furto em veículo motorizado” e “Condução sem habilitação legal”.

A nível nacional, em 2022 foi registado um aumento da criminalidade geral na ordem dos 14,1%, com mais 42.451 participações relativamente a 2021, enquanto em comparação com 2019 ( o último ano “normal”) verificou-se uma subida de 2,5%.

7 Maio 2023 Terra Ruiva Geral Pub. Pub. Pub. Pub.

LADO B traz MIRAMAR a Silves Com os guitarristas Frankie Chavez e Pixe

Ainiciativa LADO B da Câmara Municipal de Silves, prossegue no dia 19 de maio, pelas 21h30, com os MIRAMAR no Teatro Mascarenhas Gregório, em Silves.

MIRAMAR são um duo de guitarras formado pelos músicos Frankie Chavez e Peixe, que conta já com dois discos editados - Miramar (2019) e Miramar II (2022). Frankie Chavez e Peixe conheceram-se em 2015, num concerto dos They’re Heading West, tendo nascido de imediato a vontade de fazerem um projeto juntos. O que viria a acontecer dois anos mais tarde, quando Peixe (guitarrista dos Ornatos Violeta e dos Pluto) foi convidado para a terceira edição do Guitarras ao Alto, um festival que junta duo de guitarristas para criarem um

espetáculo inédito. Dessa conjugação surgiria o álbum Miramar, nascido de uma residência artística a quatro mãos feita numa vivenda em frente à praia, com o mesmo nome, situada no concelho de Vila Nova de Gaia. “O seu espetáculo ao vivo é uma viagem; uma estrada que se percorre de forma contemplativa e que ora serpenteia até ao cume da mais alta montanha, ora se deixa ir planante, pelo calor preguiçoso do deserto, mas sempre a levar mais longe o som daquelas cordas que ressoam em diferentes caixas, com ou sem eletricidade, e sempre como se os dois aqui fossem apenas um.

À música junta-se a projeção de vídeos tema a tema, envolvendo e transportando o público para um espaço imaginário para além da tela,

numa experiência sinestética que se espera única e marcante.”

Os ingressos para o espetáculo podem ser adquiridos na bilheteira online BOL, e nos locais habituais de venda (FNAC, Worten, CTT,EI Corte Inglês e Pousadas de Juventude), com o custo associado de 10 euros. Podem, ainda, ser adquiridos no próprio dia do espetáculo, no local, a partir das 20h00, caso haja disponibilidade de bilheteira. Relembra-se que a rúbrica Lado B, promovida pelo Município de Silves, procura apresentar ao público uma versão mais descontraída e intimista dos artistas. Ao concerto, por norma, associa-se uma breve conversa como forma de aproximar o público ao artista.

Vânia Calado

8 Terra Ruiva Maio 2023 Geral Pub. Rua Tenente Coronel Jorge Vargas mogo, Lt H 20 8375-132 S. B. Messines Tel/Fax: 282 339 262 Tlm.: 925 208 347 eugeniosantoslda@gmail.com www.eugeniosantos.com GPS: 37 256 754 - 8 288 159 OFICINA DE SERRALHARIA E DROGARIA Pub. Pub.
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9 Maio 2023 Terra Ruiva Publicidade
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Filipe Sustelo, de Pêra e Jorge Coelho, de Messines, em competições internacionais

Filipe Sustelo e Jorge Coelho, ambos naturais do concelho de Silves, irão estar presentes em competições internacionais, em resultado das suas prestações no Concurso Nacional de Cocktails Classic & Flairbartending que ocorreu no Estoril, no final de abril.

Na categoria “Competição Clássico”, Filipe Sustelo alcançou o 1º lugar, pelo que irá representar Portugal no campeonato do mundo “IBA World Cocktail Championship 2023, considerada a maior reunião dos melhores Cocktail e

Messinense Luana Furtado vai representar Portugal No Miss Teen Globe Internacional

Luana Furtado, jovem de 16 anos, residente em São Bartolomeu de Messines, será a representante de Portugal no concurso Miss Teen Globe 2023, que se realiza de 2 a 8 de julho, no Paraguai.

O convite para esta representação surge na sequência dos prémios que Luana Furtado ganhou, nomeadamente o título de Miss Teen Algarve pela CNP Portugal – Concurso Nacional de Beleza pelo Bem e, posteriormente, de 2ª Dama Miss Teen Portugal.

Em ofício enviado ao Terra Ruiva, a Organização CNB Portugal - Associação Solaris confirma que “a Miss Teen Algarve 2022 – Luana Furtado, será aclamada Miss Teen Globe Portugal 2023 e participará na final do Miss Teen Globe 2023”

Por essa razão, a jovem procura agora apoios para que possa estar presente na competição internacional no Paraguai, uma deslocação que implica despesas com deslocação e estadia, além de gastos com roupas, como um traje português e vestidos.

Flair Bartenders do mundo. Nesta competição, que irá decorrer em Roma, Itália, de 28 de novembro a 2 de dezembro, estarão concorrentes de 64 países.

Filipe Sustelo, que é natural da freguesia de Pêra, estudou até ao 9º ano no CEF de Mesa e Bar da Escola EB 2,3 do Algoz. Atualmente trabalha no Tivoli Marina, em Vilamoura. Já Jorge Coelho, natural de São Bartolomeu de Messines, alcançou no Estoril o 2º lugar na categoria “Competição Flair” e o título de “Melhor Cocktail de Flair”. Assim, irá representar Portugal no Concurso Concurso Panamericano de Cocteleria 2023, “Classic” & “Flairtending”.

Quer Filipe Sustelo, quer Jorge Coelho, são membros da Associação Barmen Algarve, dirigida há vários anos por João José Encarnação, do Algoz, conhecido professor e formador.

Homenagem aos médicos João Estevens e Ilídio Gonçalves

O Rotary Clube de Portimão está a organizar uma Gala de Homenagem aos médicos João Estevens e Ilídio Gonçalves.

João Estevens, natural de São Bartolomeu de Messines, é distinguido com o prémio “Profissional do Ano”, enquanto Ilídio Gonçalves, messinense por “afinidade”, recebe o “Prémio Carreira”. Ambos os médicos especialistas, João Estevens, em Medicina Interna e Ilídio Gonçalves em Otorrinolaringologia, além de exercerem no Hospital do Barlavento e em unidades privadas de saúde, mantêm consultórios em São Bartolomeu de Messines, e fortes ligações à comunidade.

A Gala de Homenagem terá lugar no dia 26 de maio, pelas 19h30, no Hotel Penina. As reservas podem ser feitas até ao dia 24 de maio, através do email: rotary.clube.portimao@gmail.com

Museu de Arqueologia de Silves e Museu do Traje em Messines

Vão inaugurar novos núcleos de interesse

No Dia Internacional dos Museus, que se comemora a 18 de maio, o Museu de Arqueologia de Silves, que tem estado encerrado nas últimas semanas para remodelação, abre com um novo espaço dedicado à exposição de fragmentos dos palácios da alcáçova. Estes elementos foram encontrados em escavações levadas a efeito no Castelo de Silves, que revelaram a existência de vários palácios, construídos entre os séculos XI e XII, na época em que a cidade era dominada pelos muçulmanos.

A inauguração deste novo módulo está marcada para as 18h, e a entrada é livre. Uma hora depois, às 19h, no Museu do Traje e das Tradições, em São Bartolomeu de Messines é inaugurado o Núcleo do Latoeiro, composto por espólio doado ao Município de Silves, pela família de António da Silva Nascimento, o último latoeiro de Messines. Nascido em 1929, este deu continuidade a uma tradição familiar na arte da latoaria, fazendo os mais diversos objetos e máquinas, muitas por si inventadas. Após o seu falecimento, em 2013, e obedecendo à sua vontade expressa, uma parte significativa da sua oficina foi oferecida ao Município e é agora mostrada ao público, no Museu do Traje e das Tradições.

“Em contrapartida a Miss Teen Luana Furtado estará disponível para ações de promoção dos seus apoiantes, bem como toda a organização compromete-se usar dos seus meios de comunicação para divulgação dos mesmos.”

Para mais informações ou apoios, estão disponíveis os contactos da mãe da jovem: Contacto:933683086 ; email: t_patricia_pinto@hotmail.com

Sociedade Columbófila de Messines recebeu Medalha Dourada da Federação

A Sociedade Columbófila de Messines foi distinguida com o Diploma e a Medalha Dourada da Federação Portuguesa de Columbofilia, pelos relevantes serviços prestados à modalidade. As distinções foram entregues pelo presidente da Federação, José Luís Jacinto, ao presidente da Columbófila de Messines, Luís Silva, por ocasião do 65º aniversário desta associação, fundada a 14 de abril de 1958.

Estiveram também na festa de aniversário, as presidentes da Câmara Municipal de Silves e da Junta de Freguesia de S. Bartolomeu de Messines, Rosa Palma e Carla Benedito, respetivamente. Ambas destacaram o trabalho desenvolvido pela Sociedade Columbófila de Messines ao longo dos seus 65 anos e reforçaram o apoio que as entidades que representam têm prestado à associação e à modalidade.

10 Terra Ruiva Maio 2023
Geral
Filipe Sustelo Jorge Coelho Luana Furtado
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Entrega da Medalha de Ouro no 65º aniversário - Foto de José Carlos Rosa

Dina Santos

A professora da escola alemã dizia “Com essa imaginação um dia ainda vai escrever um livro” e o tempo deu-lhe razão.

Dina Santos apresenta agora o seu terceiro livro da coleção “Maria”, com aventuras alegres e destemidas, em que o amor está sempre presente.

No dia 13 de maio esteve na Biblioteca Municipal de Silves, no dia 4 de junho irá estar presente na Feira do Livro em Lisboa, dando visibilidade a um projeto literário e de vida que pretende continuar a desenvolver.

-  A Dina Santos está a apresentar o seu terceiro livro… mas para quem não a conhece, quem é a Dina?

Então, a Dina é aquela pessoa que como tantas outras com sonhos, objetivos e que de uma maneira ou outra tenta realizá-los de uma forma descontraída, respeitando sempre os ensinamentos adquiridos ao longo da sua caminhada, mas principalmente adquiridos no seu seio familiar, com valores de humildade e de respeito pelo próximo.

Sou casada, mãe de dois rapazes, nascida na Alemanha (Hamburg, 1971), e com muito orgulho filha de pais emigrantes, mudei-me para Portugal em 1982.

-  Quando não está a escrever, que profissão exerce?

Empresária agrícola com formação técnica na especialidade dos frutos subtropicais na empresa familiar há mais de três décadas, licenciada em Gestão de RH exerço ainda o papel de coordenadora na área da saúde nas clínicas CLIPSA e ainda formadora em prestação de serviços de Desenvolvimento Pessoal.

- Na sua biografia diz que achou deliciosa a ideia de escrever romances de forma leve e sedutora… como surgiu essa ideia?

Desde pequena que gosto de ler e escrever. Já a minha professora da escola alemã quando lia as minhas composições dizia “Menina! Com essa imaginação um dia ainda vai escrever um livro.” Muitas vezes pedia para lê-las para a turma, julgo que foi aí que iniciei a motivação da escrita. Mas depois com a transição e adaptação da língua para a portuguesa, senti que a escrita ficou adormecida e fechada num baú.

Só mais tarde, com a morte da minha mãe, que provocou um estrondo enorme e abalou a minha pessoa, senti a necessidade de reformular tudo, de realizar projetos anteriores que estavam parados ganhando uma nova força e com isso, partilhar

um novo alento e dar asas à imaginação. Relativamente ao género de escrita, a minha querida mãe não ia gostar que os meus projetos fossem muito sisudos, também ela tinha a sua alegria e adorava ver as filhas felizes e com um sorriso em tudo o que faziam. Como tal, acredito que ela quereria que manifestasse a boa disposição nas histórias da “Maria” com aventuras alegres e destemidas.

E ao lançar-me neste projeto, tentei acreditar que cada leitor se fosse sentir feliz na envolvência destes romances de ficção, em que o título principal é e será sempre “Maria”, em homenagem à minha mãe.

-  Os livros que escreve… podemos dizer que são aqueles que quase todas as raparigas liam e lêem, “livros de amor”? De facto, eu fui uma dessas raparigas, sim. E sempre senti que as raparigas e mulheres têm uma sensibilidade diferente para o romantismo, julgo que somos mais sensíveis e mais apuradas que o género masculino, ou então com mais dificuldade de esconder essa característica. Os rapazes provavelmente adquiriram uma armadura em relação à demostração desses sentimentos, talvez porque nas gerações anteriores terem tido incontidos preconceitos que essa demonstração de sentimentos não seriam as mais indicadas em relação ao ho-

mem e etc… não quero falar muito sobre isso, pois é um assunto que dava pano para mangas.

Sei, que sou muito observadora por natureza e não

vossa consideração e análise.

- Não tem receio que esse tipo de livros seja muitas vezes conotado com uma ideia de literatura “menor”? Como analisa essa ideia?

Tive esse receio quando lancei o primeiro livro, sim. Foi uma aventura para mim, pois não sabia qual seria o resultado. Mas, a resposta foi muito positiva e a editora também teve um papel importante, sempre me motivou para continuar dizendo que os romances “Maria” têm potencial para crescer e que há público para este tipo de obras, tanto que está à venda também fora de Portugal. Outra das motivações tem sido convites recebidos, para eventos e feiras do livro, agora também fui convidada para estar na 93º Feira do Livro em Lisboa (Parque Eduardo VII), para uma sessão de autógrafos no dia 4 de Junho, vai ser a minha terceira presença lá, no ano passado não pude ir por motivos familiares.

gosto de antecipar pensamentos, mas acredito que essa sensibilidade da mulher para o amor, deve-se talvez ao facto de termos a possibilidade de gerar um ser humano dentro de nós, de termos sentido a proteção e o amor das nossas mães. Quer queiramos quer não, acho que toda a mulher já sentiu na pele que somos um ser um pouco mais frágil, mais fácil de ser julgado e atingido. Embora atualmente tenhamos adquirido as ferramentas necessárias para nos defendermos de preconceitos que foram estimulados durante anos e anos a fio.

Ou então, simplesmente por sermos umas sonhadoras por natureza, e agirmos mais por emoção do que por protocolos, regras e leis. Acreditamos no Amor e de uma maneira ou outra, num final feliz…. Não sei, deixo à

Atualmente, não tenho receio algum, há gostos para todo o tipo de leitura e isso tem de ser respeitado, há quem goste escrita científica, autobiografias, história, ficção, poesia, contos e etc… essa diferença, não deve de forma alguma rotular um escritor como sendo mais ou menos banal, com maior ou menor conhecimento, todos nós temos a nossa inteligência, capacidades e valor quer no mercado da escrita, quer em outro mercado seja ele, profissional ou pessoal.

Vejamos, ainda relativamente à consideração de literatura “menor”, existem escritores nacional e mundialmente conhecidos, cujo abordagem literária é inclusivamente díspar de livro para livro por exemplo José Saramago, analisando a sua extensa obra bibliográfica tem livros baseados em contos literários, tem livros que refletem temas opinativos de caracter profundo, tem livros autobiográficos, tem livros com frases longas

sem pontuação, frases curtas com pontuação e etc… e não é por isso que cada livro é conotado, como menor ou maior valor. No meu ver, impulso inspirador do escritor deve ser prezado, sempre. Em relação ao meu tipo de escrita, se sempre gostei de ler romances e livros de aventuras, fazia sentido escrever algo que estivesse à vontade e que me divertisse e que gostasse, daí esta classificação de livros serem classificados como romances de amor, com aventuras divertidas, inesperadas, sedutoras e sempre com um animal de estimação. No entanto, também gosto de poesia e contos infantis, quem sabe talvez ainda vá criar uma coleção de contos para crianças ou editar um livro de poesia, que por sinal em 2021, fui convidada e fiz parte de um volume de antologia em que o tema era “Liberdade”, não tenho participado mais em antologias de poesia porque o meu tempo é pouco (infelizmente) para me dedicar a esta vertente poética, que gosto muito.

-  E as “suas” mulheres protagonistas? Parecem ser mulheres com capacidade para “dar a volta” às situações, independentes? Revê-se nelas?  As Marias das minhas obras são fruto da minha imaginação, todas as histórias são diferentes com aventuras diferentes, procuro sempre cativar o leitor se sou bem-sucedida não sei, mas quem leu diz que sim. E eu quero acreditar que sim, só assim faz sentido continuar este projeto - coleção de livros “Maria”.

Se eu me revejo nelas? A Maria é uma mulher meiga, gentil, divertida, amante de animais e que joga com algumas defesas, dando sempre a volta às situações, não é mulher de desistir fácil. Sim, nessa parte posso dizer que temos semelhanças. Quanto às aventuras que ela é levada por arrasto em busca do amor, não de todo, não

me revejo nelas. Ela, é muito mais aventureira e corajosa do que eu e que muitas de nós.

Quaisquer episódios expressos no livro não são memórias da autora, mas sim criações narrativas que embelezam o seu conteúdo.

É tudo fruto de uma imaginação que me diverte imenso a escrever e que flui sem eu dar conta, acredito piamente que essa fluidez também aconteça nos outros escritores.

Na minha humilde opinião não devemos classificar o escritor com a semelhança das personagens das suas obras. Então vejamos, se fosse assim os escritores de romances criminais seriam julgados como psicopatas assassinos, não concordam?

-  E depois deste livro, quais os projetos para o futuro? É uma pergunta pertinente, o futuro só a Deus pertence. Mas o objetivo deste projeto é continuar a coleção “Maria”. Este é um sonho que não quero deixar morrer, é importante para mim e quero que fique eternamente presente, como a minha mãe fica e ficará para sempre no meu coração.

-  Para os nossos leitores que estejam interessados em conhecer a sua obra, onde a podem encontrar? No meu caso é uma honra adquirirem diretamente a mim ou nas minhas redes sociais com autografo. Brevemente sairá um site “MARIA”, onde podem adquirir e acompanhar o desenvolvimento deste traçado.

Podem ainda adquirir diretamente à editora Grupo editorial Atlântico (Chiado books), Fnac, Bertrand, Wook, Amazon, Porto Editora, algumas Livrarias tradicionais, entre tantas outras.

Agradeço à editora Grupo Editorial Atlântico que tem feito um excelente trabalho na distribuição e divulgação das minhas obras.

11 Maio 2023 Terra Ruiva Entrevista
“Tentei acreditar que cada leitor se fosse sentir feliz na envolvência destes romances de ficção”
Dina
Santos O mais recente trabalho foi apresentado no dia 13 de maio

Geografias

Espiões

Esta crónica é classificada.

No âmbito das minhas funções de dirigente na Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve participei em duas pequenas formações com o SIS, Serviços de

Informações de Segurança da República Portuguesa. O objetivo destas formações era compreendermos a espionagem e a contraespionagem existente nos meios académicos e empresariais, relacionados nomeadamente com conhecimento patenteado.

O propósito destas formações enquadrava-se na missão destes serviços, como referido na página web da organização, «ao SIS compete a produção de informações de segurança para apoio à tomada de decisão do Executivo, numa perspetiva preventiva, procurando antecipar fenó-

Partilhas

Síndrome de Burnout – “Atingi o meu Limite!”

Maio, mês que se inicia com a comemoração do Dia do Trabalhador, é um bom mês para falarmos de Burnout, tema tão importante e cada vez mais uma realidade que afeta muitas pessoas e é transversal à maior parte das profissões.

“Não aguento mais!” ou “Atingi o meu limite!” podem ser os desabafos de quem sofre da chamada Síndrome de Burnout, já classificada como doença ocupacional, desde o dia 1º de janeiro de 2022, que muitos conhecem como a síndrome do esgotamento profissional. Foi incorporada à lista das doenças ocupacionais reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

menos, conhecendo a priori as ameaças que se colocam à segurança coletiva e antecipando a tutela do Estado relativamente à investigação criminal».

Os formadores eram simpáticos agentes e/ou funcionários destes serviços e não se apresentaram como nenhum 007 português. Como podemos consultar na referida página do serviço, «sobre os agentes e funcionários do SIS recaem especiais deveres e obrigações (dever de sigilo, atividade em regime de exclusividade e total disponibilidade), a que acrescem

aos deveres profissionais comuns a todos os funcionários da Administração Pública portuguesa (isenção, zelo, obediência, lealdade e correção)».A formação foi, no essencial, uma troca de informações e de curiosidades sobre o mundo da espionagem internacional em meios académicos, muito distante daquele que vivemos no nosso dia a dia na universidade do Algarve. Um dos aspetos abordados na dimensão de curiosidades, segundo contive, que considero mais interessante e que não corresponde de todo ao

meu, ao nosso, imaginário, foi que para os serviços de inteligência (de todo o mundo) é muito pouco relevante denunciar os espiões, tal como vemos nos filmes de espionagem, mas, pelo contrário, é relevante acompanhar os seus movimentos e desenhar a rede de todos os seus contactos. O objetivo não é denunciar os espiões, é deixar andar para se atolarem na revelação das ligações nacionais e internacionais, e desvendar as redes de espionagem.

Quando estes serviços foram chamados a um dado minis-

tério estava-se mesmo a ver que o ministro ia continuar no seu cargo, para progressivamente ir destapando as ligações com os restantes membros do governo. Neste caso, ao contrário do nosso imaginário em que a funcionária da cafetaria é uma perigosa agente ao serviço de uma potência internacional, o alvo de todas as nossas desconfianças estava sentado no banco dos assessores do ministro e transportava-se de bicicleta a pedal.

A Síndrome de Burnout pode surgir como resposta à exposição a um stress laboral crónico, perante o qual a pessoa sente que não tem estratégias adaptativas para lidar. A definição deste conceito tem vindo a sofrer transformações, sendo, no entanto, consensual que é “uma resposta prolongada a stressores físicos e emocionais crónicos que culminam em exaustão e sentimentos de ineficácia» (Maslach et al., 2001), ou “uma resposta à pressão emocional crónica resultante do envolvimento intenso com outras pessoas no meio laboral” (Teixeira, 2002).

Apesar de poder ser desencadeada em qualquer tipo de atividade profissional, verifica-se uma maior predisposição para esta síndrome em profissionais de ajuda ou que impliquem o contato diário com pessoas a quem prestem determinado serviço (profissionais de saúde, professores, serviço social, entre outros), dada a elevada responsabilidade e exigência profissional e o maior envolvimento emocional.

De acordo com alguns autores a síndrome de Burnout

pode ter três etapas de evolução:

1. Exaustão emocional sensação de sobrecarga e desgaste, de exaustão física e emocional. Perceção de falta de energia para levar a cabo as atividades profissionais (e pessoais). O trabalho passa a ser visto como algo penoso e doloroso.

2. Despersonalização/ desumanização - assumir de uma atitude mais distanciada na prestação de cuidados. Contactos mais impessoais e sem afetividade e pouco empáticos e humanizados com o outro. Barreiras cognitivas e emocionais em relação ao trabalho, àqueles a quem se presta serviços, aos colegas, aos superiores e à instituição.

3. Baixa realização profissional - sensação de descontentamento e desmotivação com o trabalho, que conduzem à perceção de perda de sentido e interesse e consequente sensação de que o trabalho

se tornou «um fardo». Como resultado, o investimento é cada vez menor, a sensação de realização profissional também e a eficácia fica muitas vezes comprometida.

Podemos dividir a síndrome de burnout em dois tipos:

• Burnout ativo: é o primeiro estágio da doença, em que o funcionário ainda mantém um comportamento assertivo e tenta sair da situação. É capaz de mostrar uma atitude positiva, controlar a raiva, aceitar críticas e não perder o controlo;

• Esgotamento passivo: é neste momento que aparecem os sentimentos de apatia. O funcionário já abandonou a atitude positiva e não faz nenhum esforço para tentar reverter a situação.

Dois dos sintomas mais comuns são a depressão e a ansiedade. Mas há muitos mais: Sentimento de fracas-

so e impotência; Exaustão emocional; Frustração; Baixa autoestima; Falta de concentração; Pouca realização pessoal; Baixo rendimento; Estado permanente de nervosismo; Comportamentos agressivos; Dor de cabeça, taquicardia ou insónia; Absenteísmo no trabalho; Tédio; Impaciência e irritabilidade; Comunicação deficiente.

O principal gatilho para a síndrome de burnout são as más condições de trabalho. Altos níveis de stress crónico, sobrecarga de trabalho, pouca autonomia, falta de reconhecimento, maus relacionamentos pessoais e falta de suporte são apenas alguns dos fatores de risco que podem levar um trabalhador a sofrer de síndrome de burnout ou síndrome de esgotamento profissional.

A má organização na empresa e falta de controlo, as dinâmicas de trabalho disfuncionais (estilos de liderança pobres, pouco apoio, pouca atenção dos superiores, burocracia excessiva ou deficiências na definição do trabalho) têm uma influência muito negativa no humor

dos trabalhadores. Assim, como uma má adaptação ao trabalho, seja porque o trabalho não atende aos seus interesses ou porque não possui as habilidades necessárias, é outro motivo que pode afetar o estado emocional de um trabalhador. As expectativas num trabalho específico também são importantes, pois às vezes não coincidem com a realidade e fazem com que não haja uma boa adaptação ao ambiente de trabalho. É aí que podem começar a aparecer os primeiros sintomas de ansiedade ou apatia, por exemplo. É possível prevenir o burnout? Muito trabalho necessita ser feito quer ao nível das empresas, quer a nível pessoal, mas é um processo sobre o qual é urgente agir. Falaremos sobre isso na próxima edição.

Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade em sobreviver a tudo de ruim. (Buda) Partilhas as suas ideias, opiniões, sugestões,…. helenamapinto@gmail.com

12 Terra Ruiva Maio 2023
Geral
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Psicóloga Clínica
Pub. Ú MONCHIQUEIRO Grelhados Mercado Múnicipal Tel.: 282 44 21 42 Silves Pub.

(1292-1296), tendo atingido a dignidade de deão com os bispos D. João Soares Alão (1297-1312) e D. Afonso Anes (1313-1331). Viria a falecer em 1319.

É desde há muito conhecida a escassez de documentos medievais para a história de Silves. Por razões nunca bem esclarecidas, além dos capítulos de Cortes dos séculos XIV e XV, publicados por Alberto Iria, são raras as fontes históricas que chegaram até nós com informação relevante para esse período da vida da cidade, com destaque para o Foral de 1266 e para o Livro do Almoxarifado (meados do séc. XV).

Neste contexto, assume particular importância a descoberta e publicação de um extenso testamento de Geraldo Pais, deão da catedral de Silves, datado de 20 de Maio de 1318 (in Testamenta Ecclesiae Portugaliae (10711325), Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, 2010, pp. 384-391) e de que, afortunadamente, se conservou uma cópia em pública forma, feita em 1335, em Lisboa, e depositada no Arquivo Distrital de Braga (Col. Cronológica, nº 326). Esta cópia já não tinha sido feita directamente do original, mas sim de outra cópia, feita em Silves, a 3 de Dezembro de 1319, a pedido de Gonçalo Pais irmão e testamenteiro do deão.

O documento que nos propomos aqui analisar parcialmente, nos aspectos em que o seu contributo historiográfico se afigura mais significativo, importa não só à história de Silves medieval, mas também doutras povoações algarvias e de aspectos vários da vida religiosa na época, dada a riqueza informativa do seu conteúdo (referências mais antigas e inéditas,

confirmação e correcção de dados).

Quem foi Geraldo Pais?

Geraldo Pais, deão (cónego que presidia ao cabido da Sé), era bacharel ou licenciado em Decretos (direito canónico), tendo estudado em França. Era filho de um Paio Peres Surdo, vizinho de Lisboa, falecido antes de 1299,

A Sé, a “obra da igreja nova” O testamento do deão tem diversas referências à Sé, com dotações especificadas de verbas e também o legado de uma cruz de prata. Para completa execução da sua vontade testamentária, Geraldo Pais dispôs que os executores do testamento vendessem alguns bens de raiz, em Lisboa e no termo, assim como duas moradas em Silves. E para garantir a continuidade da administração da capela que pretendia instituir em sua honra na Sé, mandou que os testamenteiros “comprem possessões tantas em Silves ou no Algarve que possam render

rem ter, hajam isto que lhes eu mando adiante em este meu testamento. E se não quiserem ter, mando que me soterrem nas Mártires e quando virem meus testamenteiros que me podem levar que me levem a Lisboa e me soterrem a par de Mestre Fernando se o cabido de Lisboa quiser e haja a Igreja de Lisboa isto que eu mando por razão desta minha sepultura.

E se o cabido de Lisboa não aprouguer [aprazer], mando que me soterrem em São Vicente de Fora, ante o altar de São Bernardo que fez dona Maria, minha madre e hajam isto que eu mando”.

“E que quando a capela for feita que digam aí a missa da terça em aquele dia que lhes aprouguer. E seja o altar à honra de Santa Maria Madalena e de S. Geraldo”.

“Item mando para a obra de

antes de 1279, como se atesta por uma lápide funerária, encontrada durante as obras de restauro de 1940 e de que se conservou um molde em gesso, depositado no Museu de Lagos, em que se pode ler:

Era Mª CCCª XVIIª AQUI

JAZ DOMINGOS JOH(a)

NA(ni)S MEESTRE QUE

FUNDOU ESTA OBRA. A Ponte Velha

A julgar pela “maldição” que o bispo Álvaro Pais teria lançado em 1349 de que nunca se veria a ponte acabada, a sua construção já se teria iniciado algum tempo antes. O testamento de Geraldo Pais informa-nos que em 1318 só existia a intenção de a construir: “Item, mando se quiserem fazer a ponte de Odiarade dez libras em ajuda e se não dêem-nas meus testamenteiros em vestir pobres vergonhosos”. Podemos assim situar o começo da obra em finais do reinado de D. Dinis (1279-1325) ou no início do reinado de D. Afonso IV (1325-1357).

edificada (sobre ruínas?) em finais do séc. XV ou inícios do séc. XVI, pelo que o testamento do deão, em 1318, ao propor a ermida como alternativa ao seu enterramento na Sé (citação acima) e ao fazer doação de uma vestimenta: “Item mando uma vestimenta a São Miguel e a outra a Santa Maria dos Mártires”, vem comprovar que, pelo menos, no início do séc. XIV, a ermida de Santa Maria dos Mártires estava erguida e com condições para a prática dos actos religiosos. Quanto à ermida de São Miguel, mencionada no séc. XV (Livro do Almoxarifado) e que sendo arruinada no terramoto de 1755, nunca voltou a ser levantada, restando a designação Cerro de S. Miguel, ficamos agora a saber, com a notícia de 1318, que era uma das mais antigas ermidas de Silves.

Apenas miúdos

Just a small town boy

Johnny Cougar

Éramos apenas miúdos numa pequena cidade de província. A sul, no Algarve. Tu, entre tantos outros. Mas às vezes lembro-me de ti. Mais sonhador, difícil de conter nos limites da previsível oferta diária.

Quando Abril chegou e o país libertou, a adolescência despertava turbulenta em ti. Como se a emoção da multidão se confundisse com a revolução do teu corpo.

e de Dona Maria, falecida em 1308. Neto materno de Domingos Martins e irmão de Gonçalo Paise de Maria Pais, tinha vários sobrinhos e muitos afilhados, mencionados no seu testamento. Era proprietário de bens de raiz, herdados dos pais, na Azóia (Santa Iria da), Verdelha e Manjões, no termo de Lisboa. Ao que parece, pôr referências no testamento, já seria cónego da Sé, no tempo dos bispos D. Frei Bartolomeu (1268-1292) e de D. Frei Domingos Soares

Ainda no ciclo preparatório, sentados nos bancos dos pré-fabricados contentores sala, saíamos para a rua a manifestar-nos, desafiados pelos mais velhos da escola técnica/liceu que atravessavam o jardim irrompendo escola adentro. Lembro-me de com a Lurdes Mealha e uns poucos mais abandonarmos as aulas, apesar do olhar de censura de quem nos ensinava, pois o apelo era demasiado irresistível. E seguíamos naquela imensa e festiva corrente de vida pelas ruas até ao centro. De mãos dadas, com as raparigas mais crescidas e de formas mais atrativas, que nos recebiam felizes, achando graça nos teus cabelos louros que enrolavam entre os dedos. As hormonas saltando ao ritmo das palavras de ordem.

cento e dez libras” de foro ou renda anual, com que se pagaria aos capelães que rezariam as missas por sua alma. Das passagens do testamento com informações relativas à Sé, destacamos: “Mando meu corpo à igreja de Silves e rogo o bispo e o cabido que lhes praza de me soterrarem direito onde sê o escrito [lápide sepulcral com inscrição] da mulher de Pero Navarro e me leixem aí fazer um altar cercado de gridizelas[grades] e já isto me prometeu o bispo e o cabido. E se me isto quise-

E como Silves não chegasse, Portimão, cidade vizinha do litoral, também era destino. Corria o rumor de que iam cercar a sede da PIDE. E de comboio e à boleia, mais sedentos de emoção, partíamos sem saber bem ao que íamos. Apenas conscientes da novidade do que vivíamos. Aí, ao sabor do acaso, dei por nós num grupo de pessoal mais velho, (talvez levados pela politizada irmã do Arménio, namorado da minha irmã), que estava a ocupar uma casa devoluta.

Em Silves, a notícia da morte do Dr. Mealha, diretor da escola e da Mocidade, pai da minha entusiástica colega de turma e um dos amigos do café Havaneza do meu pai, pairava como uma triste sombra sobre a alegria estudantil. Vá-se lá saber porquê,

Sé de Silves (lacuna no suporte, verba omissa) esta obra da igreja nova e não em al [outra coisa]”.

Sobre a “obra da Sé”, as informações constantes no testamento de Geraldo Pais vêm confirmar que a sua edificação estava em curso no reinado de D. Dinis, como já era sabido pelo privilégio dado por aquele rei ao bispo de Silves, em 1320, para que gastasse mil libras nas obras da sua igreja. O início da obra foi, certamente, no governo de D. Afonso III e

não aguentou a pressão, pôs fim à vida.

Na escola preparatória, as aulas ganhavam em abertura ao mundo e no modo de estar informal e mais próximo entre alunos e professores. Numa sala disposta em U, com o professor descontraidamente sentado numa das mesas, discutíamos o Brasil colonial passando fotocópias de gravuras dos engenhos de açúcar com os negros a trabalhar, falando de escravatura e da injustiça da exploração do homem pelo homem.

E a Visual, o professor José Gameiro, sim, esse mesmo, o fundador e durante muitos anos diretor do museu municipal de Portimão, fez-me um muito perfeito desenho do panteão comunista (com os filósofos Marx e Engels, criadores do socialismo cien-

A primeira referência à ponte data de 1439, nas Cortes de Lisboa, em que os representantes de Silves afirmaram; “uma ponte de pedra que nos caiu de uma grande cheia e somos postos em trabalhos e grandes despesas”. Em 1473, nas Cortes de Évora, os enviados de Silves informaram estar “a ponte de novo de pé” Podemos então deduzir que a reconstrução terá ocorrido em meados do século XV e assinale-se que no Livro do Almoxarifado (c. 1451-1453” surge a localização “além da ponte, a caminho para S. Miguel”.

As ermidas de Santa Maria dos Mártires e de São Miguel Embora uma tradição, referida por Rui de Pina, nos diga que a ermida de Nossa Senhora dos Mártires (designação actual) foi construída a seguir à conquista de Silves aos Mouros, em 1189, e nele se conservem algumas pedras tumulares de lavor medieval, não é conhecida documentação escrita que ateste a sua existência nesse período, sendo geralmente aceite que foi

tífico, e os líderes políticos Lenine, Estaline e Mao Tsé-Tung).

Nos bancos do jardim, discretamente protegidos pelas frondosas pimenteiras, hoje desaparecidas da geografia sentimental desse espaço, o amor despertava inocente e suculento no entre abrir dos lábios entre ti e a Fatinha.

Lado a lado, sentados, o tremor da vida nos primeiros arrepios da pele.

A primeira namorada a sério, daquelas que nos visitam quando estamos doentes e que, apesar de sermos tão novos, fez questão de falar com a minha mãe quando me comecei a dispersar.

E outros caminhos se faziam desvios por explorar: do snooker aos flippers da casa de jogos do Marinho, onde a música da jukebox por vezes

A Albergaria de Silves e a Candeia da Mercê Duas das informações inéditas e mais antigas conhecidas dizem respeito à Albergaria de Silves: “Item, mando à Albergaria de Silves um maravedi” e a uma outra instituição assistencial, singularmente designada “Candeia da Mercê” e que seria também uma albergaria ou hospital, em que se providenciava aos pobres e peregrinos, além dum tecto para pernoitar, lenha para se aquecerem e uma candeia para se alumiarem:“Item, mando à Candeia da Mercê uma cocedra e uma almocela e um chumaço [um colchão, uma manta ou coberta e uma almofada]”

No próximo número concluir-se-á a análise do testamento do deão Geraldo Pais, particularmente com as informações inéditas sobre a igreja de Santa Maria de Porches, o Hospital dos Meninos de Loulé, os conventos de S. Francisco de Loulé e de Tavira, bem como sobre várias igrejas, conventos e instituições de assistência de Lisboa e ainda acerca das romarias e peregrinações.

ganhava mais intensidade; as revistas para adultos quase clandestinamente vendidas na papelaria Serrano; os cigarros avulsos comprados no Zé Fraqueza e religiosamente guardados numa pequena bolsa para serem fumados às escondidas; no cinema os filmes que os pais proibiam mas também viam; os primeiros roubos de chocolates e livros. O namoro a perder o amor no estertor fugaz de outros andamentos. Percorrido por mais sábias mãos. As espigas precocemente amadurecidas no corpo de Maio tingidas de femininas papoilas.

E outras e outros amigos –a amizade, outro nome do amor, um caminhar a um tempo caloroso e arriscado. Afinal, éramos apenas uns miúdos.

13 Maio 2023 Terra Ruiva Geral
A Sé, a Ponte Velha e outros aspectos de Silves medieval, no testamento do deão Geraldo Pais (1318).
Cidade de Silves

Aurélio Nuno Engenheiro do ambiente

Armação de Pêra tornou-se sede de freguesia há 90 anos

A10 de abril de 1933, os armacenenses viam satisfeita uma velha aspiração, o «Diário do Governo» publicou o decreto de elevação da aldeia a sede de freguesia. No contexto nacional aquele dia encerrou ainda uma outra particularidade, foi o último dia da «Ditadura Militar», dado que a 11 de abril entrou em vigor a Constituição de 1933, e com ela iniciava-se o Estado Novo.

Os armacenenses vinham a mobilizar-se com vista à sua autonomia pelo menos desde 1926. A 16 de dezembro daquele ano apresentaram, na sessão da Câmara de Silves, um abaixo assinado, pedindo a criação de uma freguesia com sede naquela aldeia, com a consequente separação da freguesia de Alcantarilha. No ano seguinte, Pedro Mascarenhas Júdice, no periódico «Folha de Alte», na edição de 15 de setembro de 1927, sobre Armação de Pêra escrevia: «tem condições de vida própria independentemente das suas condições de praia de banhos; é uma das mais importantes povoações do concelho de Silves». Dispunha de uma empresa de pesca, de fábricas de conserva de peixe, casino, médico e estação de correios.

Além disso, a praia era das mais frequentadas da região, «principalmente pelos habitantes do concelho de Silves e Alentejo».

Nos anos seguintes é através de Mário Lyster Franco, correspondente do «Diário de Notícias», que as pretensões dos armacenenses são repetidamente elencadas naquele diário lisboeta.

A 14 de fevereiro de 1930, a convite da Comissão de Iniciativa de Armação de Pêra, foi a povoação visitada por várias personalidades, entre as quais José Martinho Simões, diretor geral da Administração Política e Civil e secretário-geral do Ministério do Interior, acompanhado por João Pereira Matos Cruz e José Martins Ribeiro, chefes da mesma repartição, que propositadamente se deslocaram de Lisboa. Integraram

«momento da partida, sido levantados muitos “vivas” à futura freguesia de Armação de Pêra».

O convite da Comissão de Iniciativa de Armação de Pêra às entidades e o apoio dos armacenenses durante a visita à aldeia revestiu-se num retumbante sucesso.

a comitiva o governador civil de Faro, tenente Matias de Freitas, secretário-geral do Governo Civil, José António dos Santos, e o jornalista Mário Lyster Franco.

O objetivo era inteirarem-se in loco da «justiça que assiste este lugar do concelho de Silves, que quer ser feito sede de freguesia». A receção e estadia dos convidados foi largamente difundida na edição de 20 de fevereiro do «Diário de Notícias», pela pena de Lyster Franco: «À entrada da povoação aglomerava-se imenso povo. Mal foram avistados os automóveis, queimaram-se muitos foguetes, exteriorizando-se a satisfação de todos os habitantes nos mais pequenos detalhes. Satisfação pelo honroso da visita e pela esperança de que em breve Armação de Pêra veria satisfeita a sua maior e mais antiga aspiração – ser freguesia». A comitiva percorreu depois e de forma pausada as ruas da povoação. Esta encontrava-se engalanada, pendendo de alguns prédios colchas de seda. À passagem dos convidados «ouviam-se estrondosas salvas de palmas e muitos “vivas”. E, assim, por entre uma verdadeira chuva de flores, que das janelas eram lançadas sobre os visitantes, estes percorreram parte de Armação de Pêra, merecendo-lhes particular atenção o chamado Bairro do Casino e o edifício das escolas primárias». Após um breve passeio pela praia, teve lugar um banquete1, na casa da professora Maria do Céu Graça, que terminou com vários discursos. O último orador foi o Dr. Martinho Simões, que disse «ter verificado toda a justiça que assistia à pretensão de Armação de Pêra, pretensão que teria nele um acérrimo defensor, e que, certamente, seria tornada um facto, quando se promulgasse o novo Código Administrativo. (…) Às palavras do sr. dr. Martinho Simões seguiu-se uma estrondosa salva de palmas».

Findo o banquete, os visitantes dirigiram-se para os seus automóveis, tendo, no

Cerca de um mês depois, a 29 de março de 1930, Lyster Franco voltava a lembrar no «Diário de Notícias» as reivindicações de Armação: «dá gosto pôr em relevo os seus desejos ardentes, gritar novamente aos poderes públicos a justiça que lhe assiste, a razão de que disfruta uma terra que, neste século de ambições desmedidas, quer ser, sede de freguesia e nada mais!...». Fundamentando de seguida: «com mais de 700 fogos, uma população aproximada de 4000 habitantes, repartida por inúmeras ruas, num amontoado de casaria que deixa a perder de vista quasi todas as sedes de freguesia rurais da nossa província, a pitoresca povoação do concelho de Silves, tem razão incontestável naquilo que solicita». Após alvitrar os limites territoriais para a futura freguesia, que se encontrava, na sua opinião, «naturalmente demarcada, dentro daqueles dois quilómetros quadrados, que têm por limites o mar, a ponte do Calvário, a Ribeira de Pera e o Barranco do Vale do Olival», pelo que «ninguém levantaria impedimentos, ninguém ergueria uma voz que soasse discordante», Mário Lyster Franco rematava sobre a pretensão: «desejo que é uma verdadeira aspiração, que é mais que uma aspiração, é um sagrado ideal!...». Nos meses subsequentes novas notícias pugnaram sistematicamente pela ascensão de Armação de Pêra a sede de freguesia. Finalmente, a 10 de abril de 1933, e muito antes da publicação do novo Código Administrativo, o Decreto n.º 22:430 consignava o desejo dos armacenenses:

«Atendendo ao que representaram os habitantes da povoação de Armação de Pera, da freguesia de Alcantarilha, concelho de Silves, distrito de Faro, no sentido de ser a mesma povoação desanexada da freguesia a que pertence e passar a constituir uma outra freguesia; Tendo em vista o número de habitantes da mencionada povoação, que ascende a 1:500; Considerando que a referida povoação é uma excelente praia

de banhos, muito frequentada, e um importante centro piscatório:

Tendo em vista a informação favorável do governador civil de Faro;

(…) Hei por bem decretar,

para valer como lei, o seguinte:

Artigo 1.º É desanexada da freguesia de Alcantarilha, concelho de Silves, distrito de Faro, a povoação de Armação de Pera e alguns casais próximos.

Artigo 2.º Com sede na povoa-

ção de Armação de Pera é criada a freguesia do mesmo nome, assim delimitada (…).

Artigo 3.º Fica revogada a legislação em contrário. (…)».

O acontecimento foi recebido na aldeia com regozijo, como noticiou o «Diário de Notícias», na edição de 13 de abril: «Armação de Pêra, 11 – Hoje, pelas 10 horas chegou a notícia da criação da freguesia, com sede nesta localidade, o que provocou grande júbilo, tendo subido ao ar algumas girândolas de foguetes».

Mas se o processo para a criação da freguesia havia sido moroso, a sua materialização não seria mais célere. Mário Lyster Franco havia vaticinado que os seus limites territoriais estavam naturalmente demarcados, contudo, não teve o mesmo entendimento a Câmara de Lagoa. Esta viria, pouco depois, protestar, alegando terem sido atribuídas à nova freguesia «grande número de prédios rústicos e alguns casais da freguesia de Porches», daquele concelho, e nem a visita do governador civil, em setembro de 1933, com vista à resolução do conflito, acalmou os ânimos. Em 24 de maio seguinte eram nomeadas duas comissões, uma pela Câmara de Silves, outra pela de Lagoa, todavia em 1935 a contenda ainda se arrastava. Pese embora esta contrariedade, os armacenenses haviam finalmente realizado o seu sonho. O seu esforço e bairrismo, a que não foi alheio o apoio do Dr. Mário Lyster Franco/ «Diário de Notícias», surtira efeito e Armação de Pêra era agora sede de freguesia. Noventa anos depois podem os armacenences orgulhar-se da determinação dos seus antepassados, ainda que só muito recentemente a sua Junta de Freguesia usufrua de instalações condignas.

14 Terra Ruiva Maio 2023
Construções c/ Própria/Empreitadas Escritório: Rua José Falcão, 9 - r/c8300-166 Silves - E-mail: finobral.lda@sapo.pt Pub. Pub. Pub.
História
Foto da coleção de Henrique Vicente O decreto-lei que Armação ansiava

V Mostra de Papas de Milho em Silves

A V Mostra de Papas de Milho irá decorrer em Silves, nos dias 2, 3 e 4 de junho, na Praça Al-Mutamid. Esta Mostra, organizada pela Junta de Freguesia de Silves, proporciona um encontro gastronómico que tem reunido milhares de pessoas, à volta das papas de milho e outras que se encontram no recinto, em várias barracas de comes e bebes que são exploradas por associações da freguesia de Silves. Além das papas e de outros petiscos, haverá também expositores de artesanato e um programa de animação musical variado.

Tertúlia sobre o Cine Teatro Silvense

O “Cine Teatro Silvense, Memórias do Passado, Perspetivas de Futuro” é o tema da Tertúlia promovida no dia 26 de maio, pelas 21 horas, pelo Grupo Amigos de Silves. A tertúlia tem como convidados Carlos Matos e Paulo Penisga e irá decorrer no Teatro Mascarenhas Gregório (a confirmar). A entrada é livre.

“O urso e outros dois” no palco, em Silves

O Teatro Mascarenhas Gregório vai receber no dia 20 de maio, pelas 21h, o espetáculo “ O urso e outros dois”, pela companhia Ao Luar Teatro. “Nesta produção, a Companhia Ao Luar Teatro procura a riqueza das nuances e detalhes expressivos que fazem de Tchekhov um dos maiores dramaturgos de todos os tempos. Encontramos nesta obra do autor russo, um tipo de comédia diferente do estilo habitualmente desenvolvido por esta companhia. Esta escolha assenta exatamente na diversidade que os autores nos sugerem e que dentro do estilo comédia podem ter diferentes e aventureiros caminhos a explorar.” Os ingressos têm um custo associado de 4 euros, encontrando-se já à venda os bilhetes na plataforma BOL ou nos locais habituais.

Encantos de Xilb, no Mercado em Silves

Ate ao final de maio, no Mercado Municipal de Silves, é possível ver a Exposição Fotográfica “Encantos de Xilb”, de Luís Martins.

Esta exposição, organizada pela Junta de Freguesia de Silves com o autor, mostra o olhar de Luís Martins, sobre o concelho de Silves, “num misto de imagem, cores, iluminação e paixão pelos registos e motivos fotografados.”

Luís Martins nasceu em Silves, em 1958, é funcionário da Câmara de Silves, tendo como principais funções a impressão, a recolha e o tratamento de imagem. O seu interesse pelas técnicas fotográficas teve início em 2008, altura em que começou a fotografar com amigos. Em 2013, começa a concorrer a Salões Internacionais, FIAP (Federação Internacional de Arte Fotográfica) e PSA (Sociedade Americana de Fotografia. Em 2015, participa numa exposição coletiva na Biblioteca Municipal de Silves juntamente com membros do Racal Flash.

Riscos Noturnos, na Sociedade de Messines

“Riscos Noturnos” é o título da Exposição de Desenho e Pintura de Susana Morgadinho que estará patente na Sociedade de Instrução e Recreio Messinense, até ao dia 2 de julho.

No texto de apresentação, a autora escreve: “Após 15 anos a trabalhar em Lisboa como Massoterapeuta, numa clínica de reabilitação física, regressei à terra que me viu nascer, São Bartolomeu de Messines, já há 6 anos que trabalho no restaurante familiar.

Para mim, não são apenas as palavras que descrevem sentimentos, mas as noites que passo de lápis e caneta na mão, a desenhar o que me vai na alma.

Desde que me conheço, que tenho esta paixão por riscos e rabiscos feitos, quase sempre, pela madrugada a dentro, pois a noite e o seu silêncio são outra das minhas paixões (…)e faço do desenho a minha terapia.

Horário do Café da Sociedade: 3ª feira a 6ª feira das 8h às 19h / sábado e domingo, das 8h às 13h

Festa do Caracol em Messines

A VIII Festa do Caracol irá decorrer em São Bartolomeu de Messines nos dias 7, 8 e 9 de junho, organizada pela União Desportiva Messinense, Junta de Freguesia de SB Messines e Câmara Municipal de Silves. A festa irá decorrer no Parque de Feiras e Exposições de São Bartolomeu de Messines e conta com muita animação musical e as habituais barracas com artesanato, refeições e petiscos. O cantor Toy é o cabeça de cartaz.

Programa

Dia 7 (Dia Intermarché)

16h- Abertura “Arruada com o Clube da Batucada da Casa do Povo de Messines”

20h- Actuação da Classe de Zumba da UD Messinense

20h30-Música de baile com “Déjà Vu Band”

23h- Toy e sua banda

Dia 8 (Dia Algarseguros)

16h- Passeio de Motas

19h30- Exibição da Clas-

se de Ginástica da Casa do Povo de Messines

20h Música de baile “Emanuel & Tânia”

22h30- Brasa Doirada

Dia 9 ( dia Maja)

19h- Música Ambiente

20h- Música de Baile com João Paulo Cavaco

21h30- Serafim- Humorista

23h- Actuação de Rita Santos e suas bailarinas

Materiais Eléctricos

Instalações Eléctricas

Electrobombas - Ferramentas

Mini-Mercado

Dia 10 (dia Frutas Martinho)

17h30- Gincana de bicicletas “Extremo Sul”

20h- Actuação do Rancho Folclórico de Messines

21h- Música de baile com Marco António

22h30- Rodrigo Aleixo e os Moda (Finalista Got Talent)

15 Maio 2023 Terra Ruiva Sociedade Pub. Pub. Pub. Pub.
Rua poeta António Aleixo, n. 20 | 8375 S. Bartolomeu de Messines | Tel. 282 339 173 Pub.
José Manuel Coelho Guerreiro

- Consultas gerais

- Análises Clínicas

- Radiografia

- Ecografia

- Cirurgias

- Profilaxia médica

Festival da Caldeirada e do Mar em Armação de Pêra

Nos dias 26, 27 e 28 de maio está de volta a Armação de Pêra, o Festival da Caldeirada e do Mar. A apresentação, desta que é a 24ª edição, será feita no Mercado Municipal de Armação de Pêra, pelas 10h do dia 26 de maio, num momento que terá animação musical com o acordeonista Filipe Romão. A música também não faltará nos restaurantes aderentes, com Mário Dias e Marco Campaniça. A caldeirada e outros manjares com os sabores do mar são o ponto forte deste evento gastronómico organizado pela Câmara Municipal de Silves, no qual não faltarão igualmente os Vinhos de Silves. Participam os seguintes restaurantes:

- Banhos e tosquias

- Domicílios animais de companhia e espécies pecuárias

Horário: 10.00 - 13.30 / 16.00 - 19.30 | Sábado: 10.00 - 13.30

Aldeia Ruiva (em frente ao

Cruzamento dos Campilhos) – S. B. de Messines

VII Harry Potter Meet no Castelo de Silves

OCastelo de Silves será o palco do VII Harry Potter Meet, no dia 10 de junho, das 10h às 20h.

Como afirma a organização, durante esse dia, o espaço do Castelo será “transformado” na conhecida escola de feitiçaria Hogwarts, com aulas de feitiços e encantamentos, torneio, duelos, jogos e muitas atividades e são esperados milhares de jovens para participarem neste evento.

Este encontro temático é organizado pela Academia Portuguesa de Feiticeiros em parceria com a Câmara Municipal de Silves e com o patrocínio de várias empresas. A entrada tem o valor de 5€, mas poderá ser adquirido um bilhete especial por 35€, que inclui várias ofertas. Os bilhetes estão à venda em Blueticket e nos locais habituais Entretanto, a organização tem abertas as inscrições para jovens que queiram participar neste dia como voluntários no evento. As inscrições devem ser feitas através das redes sociais da Academia Portuguesa de Feiticeiros, ou do email: magicalmeet@academiadefeiticeiros.eu

16 Terra Ruiva Maio 2023 Geral
Pub.

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