Jornal Terra Ruiva - Jornal do Concelho de Silves

www.imprensaregional.com.pt/terra_ruiva 1 Junho 2015 Junho de 2015 ANO XV - Nº 167 0.70 Euro Diretora: Paula Bravo

J O R N A L D O C O N C E L H O D E S I LV E S Assembleia Municipal Aprovado empréstimo de 4 milhões

Silves

Projeto dinamiza Consumir Local

pág 8

pág 15

Publicação Mensal

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL

Tunes

Silves FC

Eleitos novos orgãos sociais

Jovens acordeonistas premiados

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Laranja de Silves A melhor do mundo? E depois?...

Há quem defenda que é a melhor do Mundo. Mas o que fazemos a toda essa riqueza?

O Terra Ruiva foi à procura de algumas respostas, junto de um produtor, um distribuidor e um investigador. Joaquim Rodrigues, Filipe Martinho e Amílcar Duarte mostram-nos três lados diferentes de um sector económico crucial para o concelho de Silves. p2e3

C hego u a a nimaç ão d e Ve r ão

Armação de Pêra, S.B. Messines, Silves, Tunes e Pêra Em festa

Músico silvense Eduardo Ramos representou Portugal em Fez

p 9 e 10

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S. Marcos da Serra tem Parque de Campismo entre os “Melhores da Europa”

p 12

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teofilo@teofilo.com.pt

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Informação Junho 2015

Laranja de Silves A melhor do mundo? E depois?...

Fala-se na laranja de Silves e invariavelmente há quem defenda que é a melhor do Mundo. O raciocínio é simples: as melhores laranjas do Mundo são as portuguesas; as melhores laranjas de Portugal são as algarvias; as melhores laranjas do Algarve são as silvenses… então as laranjas de Silves são as melhores do Mundo ( assim mesmo, com letra grande).

Dito assim faz todo o sentido. E talvez seja verdade.

Mas o que fazemos a toda essa riqueza?

O Terra Ruiva foi à procura de algumas respostas, junto de um produtor, um distribuidor e um investigador. Joaquim Rodrigues, Filipe Martinho e Amílcar Duarte mostram-nos três lados diferentes de um sector económico crucial para o concelho de Silves.

“ Ninguém defende os produtores” Joaquim Rodrigues

De manhã bem cedo, Joaquim Rodrigues, ( Quim, para os amigos) já está no armazém da MR-Frutas, no Poço Barreto, freguesia de Silves.

Engenheiro informático, mudou de vida, para se dedicar à empresa da família.

Inconformado com a situação de pequeno produtor, refém “dos preços e das condições impostas pelos comerciantes”, lançou-se à conquista de mercado para a fruta que produz. Os contactos com hotéis da região foi o primeiro passo. As encomendas são feitas no dia anterior, a tempo de colher a fruta e embalá-la. Como a fruta fica mais doce quanto mais tempo estiver na árvore, a colheita tardia faz com que o produto que chega aos hotéis tenha uma qualidade “muito diferente da fruta que esteve congelada ou nalgum frigorífico”.

Apostando na divulgação do produto, construiu um site apelativo, com conteúdos também em inglês e francês, e a partir daí construiu o segundo nicho do seu mercado – a exportação para países como a Suíça, Alemanha e França.

O domínio da língua inglesa permitiu-lhe iniciar uma outra atividade: recebe no seu pomar grupos de turistas de países como a Letónia, Irlanda, Canadá, mais frequentemente da Alemanha. No dia da reportagem do Terra Ruiva surgiu um grupo de cinco pessoas, de Inglaterra. Tal como a origem também o tamanho dos grupos é variado, os maiores chegam a ter 30 pessoas…

Os visitantes são guiados pelo pomar, onde observam várias espécies de citrinos. No armazém, seguem o percurso das laranjas, das árvores e lavagem até ao sistema de calibragem, de onde caem para as caixas.

No final é-lhes oferecido um sumo de laranja “100% sumo e 100% natural”, como sublinha Joaquim Rodrigues e levam um saco com fruta que os próprios colhem das árvores.

Para os visitantes, o contacto com a natureza e com uma produção local feita sem quaisquer artifícios, é um momento de descontração no circuito que andam a fazer e a guia que os acompanha, e que faz esta visita com frequência, garante que a mesma é muito apreciada por estes turistas, quase sempre pessoas reformadas que visitam o Algarve fora da época alta. Mas há uma

parcela significativa de turistas “que pertencem a associações de agricultores e produtores que promovem visitas a outras produções, vêm ver o que se faz e como se faz noutros

ra associativa: “ a única salvação era haver uma cooperativa onde deixar a fruta e que existisse para defender os interesses dos produtores. O comerciante não tem como objetivo

Manuel Rodrigues e Joaquim Rodrigues, ( da esquerda para a direita)

países”... conta Joaquim Rodrigues.

ajudar o agricultor, tem os seus próprios interesses e isso compreende-se. Portanto, o comerciante vai buscar onde é mais barato e onde gasta menos dinheiro e neste caso é em Espanha. Todos os dias entram em Portugal laranjas de Espanha para serem embaladas no Algarve, muitas como se fossem laranjas algarvias. Eu abro uma laranja e não sei que língua é que ela fala, mas o certo é que estão a destruir o supor-

Outra vertente da sua atividade, passa por vender fruta, em Silves, por vezes, e mais frequentemente em Alvor, aos domingos de manhã, num mercado que junta muitos produtores e que por isso também proporciona contactos importantes.

Na empresa, que explora 22 hectares, e que tem como sócios, o pai, Manuel Rodrigues e os dois filhos, trabalham duas pessoas a tempo inteiro, e mais seis ou sete pessoas em prestação de serviços, quando há trabalho.

Não fora o filho Joaquim, que conseguiu tornar esta produção sustentável, possivelmente os pomares de Manuel Rodrigues “estariam ao abandono como tantos outros”, diz o pai.

“Mas é um êxito relativo”, Na visita ao pomar, ouvindo as explicações do responde o filho. Tendo produtor uma produção pequena, consegue escoar vender quase toda, te da fruta daqui, que é a sua qualisendo que a restante segue para a dade. A laranja do Algarve não tem fábrica de sumos. Assim, não está nada a ver com a laranja espanhola. dependente dos preços e das con- E como a de Silves não há, só a ladições ditadas pelas empresas que ranja de Tavira é que se assemelha”. comercializam a fruta. O que é bom “Eu como tenho 22 hectares, ainda por um lado, mas mau pelo outro. consigo escoar a minha produção, É que se conseguir e quiser crescer, mas se tiver 200, e não tendo uma comprando ou arrendando mais cooperativa para fazer a comercialipomares, irá aumentar a produção e zação, só tenho a solução de vender nesse caso não vê alternativa a essas aos grandes distribuidores ou fico empresas. com a fruta no chão”.

Para Joaquim Rodrigues, o que os “E mesmo agora, com os preços que produtores mais necessitam, no pagam, só consigo ter uma produnosso concelho, é de uma estrutu- ção rentável porque a fruta fica na

árvore até ser comercializada, não tenho gastos em frigoríficos e sistemas de refrigeração que consomem muita energia e exigem muita manutenção e eu e o meu pai chegamos aqui de manhã, saímos quando calha”, diz Joaquim Rodrigues. “À volta daqui há um abandono crescente, o minifúndio tem tendência a desaparecer, porque os pequenos produtores não têm capacidade de produzir a quantidade que as grandes superfícies precisam”, diz Manuel Rodrigues, lembrando que “há uns anos atrás, eram os vendedores que paravam à porta dos armazéns a querer comprar a fruta, agora ninguém está disponível para vir a uma pequena produção buscar umas dezenas de caixas”.

E quando a laranja é paga ao produtor a 10, 15 cêntimos ao quilo, ou a metade desse preço se for para sumo, é a vez do produtor começar a fazer as suas contas… Começa com a parcela da eletricidade, junta-lhe o gasóleo, mais o pessoal, mais os seguros de acidentes de trabalho… muitos acabam por desistir…

Uma alternativa, será arrendar os pomares, mas aí, mais uma vez, fica dependente da honestidade da pessoa a quem arrendou e da sua capacidade de investimento e de cumprir os compromissos assumidos…

E histórias de incumprimento não faltam, ou porque a produção não foi o que se esperava, ou porque os preços voltaram a cair… e por vezes os próprios arrendatários não conseguem mesmo cumprir.

Apesar das dificuldades, o objetivo da MR-Frutas é o de tentar ir mais longe. Num futuro próximo irão começar a vender o “sumo do dia”.

Atualmente já existem empresas a comercializar o sumo de laranja, vendido como “sumo do dia”, mas, afirma Joaquim Rodrigues, a “diferença é que esse sumo é congelado e descongelado antes da sua utilização”, enquanto o seu é feito “ de laranja espremida” sem adição de qualquer outro produto. Ou seja, será “ 100% sumo”. Hotéis, restaurantes, pastelarias ou empresas são

os potenciais clientes deste produto que se pretende afirmar pela qualidade. “A ideia é receber hoje a encomenda e entregar amanhã o produto”.

O caminho da agricultura biológica é uma hipótese que Joaquim Rodrigues gostaria de tentar. Mas para tal, faltam as políticas de ambiente adequadas, “nesta região não se faz agricultura biológica, portanto eu não posso estar aqui no meio de outros pomares e decidir que vou fazer. Se eu fizer, mas o meu vizinho do lado não, as minhas laranjas apanham também com os produtos que ele puser nas árvores”.

Para este produtor, o concelho de Silves teria vantagem em declarar-se como zona de agricultura biológica, mas o processo teria de ser desencadeado por entidades como a Câmara Municipal, na ausência de uma entidade local que represente os produtores.

Quanto ao futuro da citricultura, Joaquim Rodrigues diz que acredita “nos citrinos”, mas não duvida da “parte comercial, nos circuitos que existem fabricados à medida das grandes superfícies” e defende a necessidade da promoção do produto “laranja de Silves”.

Na sua opinião, eventos como a festa da laranja que se realizava, não são os mais adequados, “não faz muito sentido promover a laranja de Silves no sítio onde ela é conhecida e se consome” e seria mais importante “dar a conhecer a laranja nos sítios onde não é conhecida levando, por exemplo, os produtores do concelho a mercados diferentes, em Lisboa, ou no Porto, ou noutros locais onde haja pessoas que se calhar já ouviram falar mas não comeram, a eventos que concentrem muitas pessoas…”

Há uns meses, a MR- Frutas participou, a convite da Câmara Municipal, na Bolsa de Turismo de Lisboa. E há poucos dias uma equipa da RTP2 gravou neste pomar um episódio do “Ingrediente Secreto”, dedicado à laranja de Silves… Situações positivas, mas apenas uma gota no oceano…

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Informação Junho 2015

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“É preciso que haja uma alteração nas mentalidades” Filipe Martinho Santos

A Frutas Martinho é uma das maiores empresas que se dedicam à comercialização dos citrinos do concelho, explorando pomares nas freguesias de S. Bartolomeu de Messines, Algoz, Silves e Alcantarilha.

Tem, atualmente, à sua frente, Filipe Martinho, empresário com experiência no sector, que um dia colocou uma mochila às costas e foi ver como funcionavam os mercados “lá fora” e como podia lá chegar. O que conseguiu em pleno, embora cada dia represente mais uma dificuldade vencida para quem está a competir em mercados internacionais.

A

os 18 anos, Filipe Martinho Santos, arranjou “um carro em 2ª mão” e foi até Sevilha, ver como funcionava a comercialização de citrinos no país que é o maior produtor europeu. No ano seguinte pegou numa mochila, meteu-se num comboio e foi mais longe. Andou por Hamburgo, passou por Paris, mais tarde por Londres.

Isto aconteceu há cerca de vinte anos, “ainda não havia a massificação da distribuição alimentar como há hoje”. Mas as viagens ensinaram bastante ao jovem formado em Engenharia de Sistemas Agrícolas e Ambientais, que em Espanha completou uma especialização na área da Gestão de Empresas Agroalimentares. Após um estágio na Direção Regional de Agricultura e um emprego na Alicoop, Filipe Martinho, há cerca de oito anos, dedicou-se à empresa que o pai fundara e que continua a ser marcadamente uma empresa familiar, pese embora a existência de cerca de 60 funcionários do quadro e cerca de 80 através de empresas subcontratadas.

Hoje, as Frutas Martinho são uma referência no sector dos citrinos no Algarve, dedicando-se maioritariamente à exportação, quase exclusivamente para França, mas também com nichos de mercados na Noruega e Alemanha.

“Quando vim para a empresa apanhei o sector numa fase crítica em termos comerciais, havia uma crise

de mercado e não havia orientações… vi que tinha de arranjar uma solução para escoar o produto, tinha de pegar nele, valorizá-lo e colocá-lo além-fronteiras e que só assim iria conseguir”.

Assim, as Frutas Martinho foram, no Algarve, a empresa pioneira em termos de exportação de citrinos.

Curiosamente, passada quase uma década, os problemas do sector pouco mudaram. Filipe Martinho identifica os que considera os mais preocupantes: “ a desvalorização do produto, é impensável que se pague 7 ou 8 cêntimos ao produtor”, a “idade avançada da maioria dos produtores, que leva ao abandono ou à entrega dos pomares a alguém” nem sempre com os melhores resultados.

No que respeita à sua empresa diz que “temos sido a segurança social dos citrinos, com a preocupação de respeitar as causas sociais, a trabalhar com 99,9% de fruta nacional e a tentar pagar o valor justo de produção”. “Temos estado a pagar 23, 25 cêntimos ao quilo e tentamos defender esse valor perante o mercado, mas temos o grande concorrente espanhol a concorrer nos mesmos mercados e esse é o nosso grande problema”. À concorrência da laranja espanhola soma-se a da laranja do Egito e da Tunísia e a partir de junho também a da África do Sul, Argentina e Uruguai.

Para Filipe Martinho, não há dú-

vida que a laranja do Algarve tem características como a “cor, sabor, o doce e pouca fibra” que a fazem dela um produto único, melhorado porque a colheita é feita mais tardiamente e o “mais tempo no pomar é diferenciador”.

“O nosso produto tem um bom embalamento, tem uma boa produção, com calibres que o mercado necessita, não há lesões epidémicas no fruto, os tratamentos são adequados e há mercado para o produto”.

O que falta para que o sector chegue a “bom porto” é uma “alteração nas mentalidades” de todos os intervenientes no processo, do produtor às entidades oficiais. “Há uns anos atrás a Direção Regional de Agricultura tinha 25, 26 técnicos no Algarve, hoje tem 2 ou 3, que apoio podem dar? Os produtores têm em geral uma idade muito avançada, muitos pomares estão envelhecidos, com variedades que o mercado não quer, tem de haver um rejuvenescimento nos produtores e nos pomares.”

Faltam técnicos, falta mão de obra não especializada (só garantida com recurso a trabalhadores estrangeiros), falta organização ao sector. “O futuro vai ter de passar pela união dos produtores, vão ter de produzir mais e novos produtos que correspondam às necessidades dos mercados já construídos”. No que “toca aos organismos, ao governo local e central tem de haver mais divulga-

ção e marketing. Ultimamente, no Algarve, mesmo no concelho, tem-se visto muita promoção ao medronho, frutos vermelhos e ao vinho, mas o vinho tem sete ou oito produtores no concelho, nada que se compare aos citrinos”.

E assim, diz: “Portimão que não é um concelho produtor de citrinos tem a festa da laranja. É verdade que a data em que a festa em Silves era realizada numa altura má, em que não havia produção, mas tem de se voltar a fazer, no início do verão, ainda há muita laranja e há turistas. Eu trabalho muito com os mercados do Norte, e toda a gente conhece a laranja do Algarve, mas falta fazer o apelo ao consumo da laranja do Algarve”.

Para Filipe Martinho há outra situação que lhe causa muita estranheza “ com tanta laranja que produzimos, tiveram que vir empresas espanholas vender máquinas de sumo em Portugal. Se formos às pastelarias e hotéis, só encontramos máquinas de duas marcas, são as duas empresas espanholas”. E “por que há-de o sumo de laranja ser um produto de luxo? Há umas semanas estive em Marrocos, bebia sumo de laranja natural por 35 cêntimos, na semana passada estava em Lisboa, fui a uma pastelaria, o sumo custava 2,5€. Isto retrai o consumo. E com os preços da laranja não há razão para o sumo ter este preço. É pre-

Filipe Martinho Santos

ciso pensar nestas coisas todas, de forma integrada”.

No Alentejo, num terreno de 92 hectares, está a ser desenvolvido o novo projeto da empresa, a produção de ameixa e de pêssego que irá seguir o rumo que tem garantido o sucesso da empresa “ atingir nichos de mercados com produtos específicos”.

Para as empresas portuguesas este será porventura o único caminho.

Filipe Martinho sublinha que os “citrinos do Algarve são reconhecidos a nível da Europa” mas que “ a partir de 2006 houve uma grande evolução no mercado, agora tem de haver uma evolução nos produtores, se não acompanharmos a evolução não vamos conseguir crescer, tendo mesmo ao lado o maior produtor europeu de citrinos”.

Na garantia dada pelo responsável das Frutas Martinho “faremos tudo para divulgar a nossa laranja lá fora e para auxiliar o máximo possível a agricultura algarvia”. O que é - e continuará a ser - “uma grande batalha”.

“A citricultura algarvia tem futuro” Amílcar Duarte

Amílcar Marreiros Duarte, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve, investigador reconhecido na área dos citrinos, há muito que estuda o sector, suas capacidades e limitações.

Doutorado em Ciências Agrárias, com especialidade de Fruticultura e com um Mestrado em Citricultura, tem-se dedicado a áreas como a produção integrada e agricultura biológica ou a sustentabilidade da agricultura.

O Terra Ruiva pediu a sua opinião, sobre o futuro da citricultura algarvia.

Como vê o futuro da citricultura no Algarve e em Silves?

Falar sobre o futuro e sempre difícil, porque ele depende de nós e de muitos fatores externos que não controlamos.

A citricultura algarvia tem futuro.

O cultivo de citrinos no Algarve e em particular no concelho de Silves continua a ser viável e constitui uma atividade económica importante.

Porém, as dificuldades são muitas.

Vamos continuar a assistir, muito provavelmente, a uma descida dos preços e a exigências cada vez maiores no que diz respeito à qualidade do fruto. Por isso, para conseguir manter as explorações agrícolas com viabilidade económica é necessário gerir cada vez melhor a produção, tanto na vertente económica

como na vertente técnica. Quem pensar instalar um novo pomar deve escolher criteriosamente as variedades e os porta-enxertos que vai usar, os compassos de plantação e todos os procedimentos relativos à instalação do pomar. É fundamental recorrer a apoio técnico para fazer essas escolhas. Também no cultivo (combate a infestantes, fertirrega, combate a pragas e doenças, etc.) é importante racionalizar as operações e os respetivos custos. Resumindo, é necessário elevado profissionalismo, conhecimento técnico e rigor de trabalho para conseguir ter uma citricultura lucrativa. Além disso, a estratégia de comercialização da fruta deve ser muito clara e bem planeada atempadamente, de preferência através de estruturas associativas ou acordos com empresas de comercialização que garantam o escoamento da fruta.

Quais os maiores problemas e potencialidades do sector?

Entre os problemas, destacaria o facto de o mercado dos citrinos ser altamente competitivo, o que leva ao abaixamento dos preços, sobretudo nas épocas de maior produção. A existência de muitas pragas e doenças que atacam a cultura dificultam e encarecem o cultivo. O problema agrava-se pelo facto de haver várias doenças que poderão vir a entrar no nosso país nos próximos anos.

Entre as potencialidades, destaco as boas temperatura, que permitem obter frutos cítricos de boa qualidade, e a disponibilidade de água de rega. Isso acontece em grandes parte do Algarve, incluindo amplas áreas do concelho de Silves.

Contamos hoje também com um elevado número de técnicos com sólida formação académica e muita experiência de trabalho de campo

que podem acompanhar e dirigir a produção com elevado profissionalismo. A Universidade do Algarve tem tido um importante papel na formação destes técnicos, através da antiga licenciatura de Engenharia Hortofrutícola, depois Engenharia Agronómica e com a atual licenciatura em Agronomia e o mestrado em Hortofruticultura. Temos condições para continuar a formar técnicos nesta área, tão imprescindível à economia da região. A presença destes técnicos no campo permitiu elevar o rendimento da cultura e a qualidade da produção nos últimos anos.

Outra potencialidade, em comparação com países produtores de outros continentes, é a proximidade a um importante mercado. O consumo de citrinos é importante em toda a Europa, pois as populações estão cada vez mais conscientes

Amílcar Duarte

do efeito benéfico que estes frutos têm sobre a saúde humana. São frutos saudáveis, saborosos e fáceis de consumir. Por isso, continuará a haver consumo de citrinos e o Algarve está em boas condições para abastecer o país e exportar para a Europa (e para outros países) frutos de elevada qualidade. Mesmo assim, é importante diversificar as produções e o concelho de Silves tem hoje importantes produções de outras frutas, como é o caso dos abacates e dos dióspiros. É bom que não se aposte apenas nos citrinos mas os citrinos continuarão a ser uma das principais produções agrícolas da região.

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Opinião

Editorial

Junho 2015

Tomar Partido Paula Bravo

Desafio complexo no acesso aos fundos comunitários

Vou ali a França comprar laranja de Silves

O

s citrinos têm um peso tão grande na economia do concelho de Silves que há décadas que estão representados no logotipo da Câmara de Silves, anteriormente na figura de uma laranjeira, agora no círculo laranja que rodeia a meia lua.

No entanto, e ainda que o sector não tenha diminuído de importância, tem-se assistido, nos últimos anos, a uma progressiva perda de protagonismo. Lendo os materiais promocionais do concelho, da responsabilidade da Autarquia, confirma-se que os holofotes concelhios estão praticamente todos voltados para o sector dos vinhos.

A tendência iniciou-se quando a então presidente Isabel Soares apresentou no Castelo a marca “Vinhos de Silves” e deixou cair “Silves a capital da citricultura”.

O sector citrícola estava em acentuada perda de dinamismo económico e o sector político, em vez de contrariar esse movimento, virou-lhe as costas e passou a apostar nos vinhos. Entretanto, os vinhos de Silves têm somado prémios nacionais e internacionais e são as estrelas em quase todas as iniciativas promovidas pela Câmara Municipal, incluídos nos celebrados “Vinhos do Algarve”. É que a tão badalada Rota de Vinhos do Algarve praticamente nem menciona Silves e os produtores do concelho estão abrangidos pela DOC Lagoa (denominação de origem). Só uma alma mais informada notará que, na realidade, são produtores de Silves.

E, enquanto os anos passam e o poder autárquico muda de tendência, os citrinos continuam desamparados. Um exemplo: em março, o Município de Silves apresentou-se na Bolsa de Turismo de Lisboa, para fazer a promoção da “gastronomia”, dos “vinhos”, “aguardentes, licores, produtos locais”. Nem uma referência às laranjas.

A questão é que o peso económico e social que os citrinos têm no concelho tem de corresponder a um

Francisco Martins

investimento real e bem direcionado de promoção deste produto local. Do que nos serve termos eventualmente a melhor laranja do mundo se mais ninguém sabe?

Se não há qualquer campanha que alicerce este sentimento?

Na edição deste mês, dedicamos algum espaço a “espreitar” como andam estas coisas da citricultura algarvia e no concelho. Confirmámos que existem problemas estruturais em que o poder local não pode intervir, como os custos da produção e os preços de miséria que são pagos aos produtores.

Mas o poder local tem meios e possibilidades para organizar uma campanha de promoção do produto mais importante que o concelho produz. E obrigação de o fazer. A valorização do produto “laranja de Silves” poderia ser uma alavanca para a subida do preço deste bem e consequente aumento do interesse na produção. Vemos que, atualmente, a exportação para o estrangeiro tem sido o único caminho viável para rentabilizar as produções de citrinos. A este ritmo, qualquer dia, dizemos nós sem nos rirmos, é mais fácil encontrar laranja de Silves em França do que nos nossos mercados…

Em dezembro de 2013, a presidente Rosa Palma anunciou que a Câmara queria lançar a marca da laranja do concelho e reativar a feira da laranja, que se realizou de 1985 até 2001, quando foi suspensa por Isabel Soares. Mas tarda o desenvolvimento destas intenções.

O que há por fazer é muito - e é urgente. Apesar de todas as dificuldades do sector, Silves continua a ser a capital da citricultura e seria bom que os agentes políticos e económicos se empenhassem em conjunto em afirmar este nosso produto e lhe atribuíssem o lugar de destaque que efetivamente tem.

O

acesso dos municípios portugueses aos fundos comunitários no âmbito do Portugal 2020 vai ser difícil devido às redobradas exigências técnicas, restrições, critérios de elegibilidade e condicionalismos de que enferma a generalidade dos programas e regulamentos específicos.

A título de exemplo, o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), programa temático nacional nas áreas dos sistemas de abastecimento de água, saneamento, resíduos, energia e outras, é um dos mais exigentes e centralizador.

Abunda nos seus requisitos um número elevado de evidências, demonstrações financeiras, análises de custo-benefício, conformidades com programas e planos territoriais, indicadores de realização e resultado, cadastros de infraestruturas, exigências ao nível dos tarifários (pressão no sentido da subida de preços com vista à privatização) que comprometerão quer a apresentação das candidaturas quer o seu desfecho final.

A linguagem hermética e tecnocrática, por vezes confusa, que é usada na redação dos objetivos temáticos, prioridades, objetivos específicos, eixos ou programas, conforme as situações, torna doloroso o exercício de direcionar dado projeto de investimento para financiamento comunitário¹.

Ao invés, a submissão, acompanhamento e gestão das candidaturas através de portal via internet é um instrumento facilitador do acesso ao Portugal 2020. Na esfera dos municípios são exigidos “à cabeça” vários planos estratégicos ou planos de ação, dependendo do programa em concreto, com vista a garantir o enquadramento geral, uma visão sistémica e um conjunto de linhas orientadoras, objetivos, medidas e ações, subjacentes às respetivas áreas, sem os quais, não é possível o lançamento e aceitação de candidaturas. A contratação de resultados esperados (por

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ex.: criação de emprego, criação de poupanças, contributo para uma economia de baixo carbono, contributo para o Valor Acrescentado Bruto regional), calculados através do uso de indicadores e unidades de medida, de metas e objetivos previamente definidos, uma novidade no novo quadro comunitário, que é parte integrante das candidaturas, cujo eventual incumprimento após a execução dos projetos, conduzirá à devolução de fundos no todo ou em parte, atesta bem da responsabilidade e dos cuidados a ter, no acesso aos programas. Se no caso dos projetos empresariais privados a previsão dos resultados esperados é um processo objetivo e relativamente fácil, embora, não isento de incertezas e desvios, na área dos projetos de natureza pública, em que a relação custo-benefício é algo imprecisa e difusa, a tarefa é bastante subjetiva e portadora de entraves adicionais.

De um certo facilitismo no passado passou-se a níveis de complexidade superior que nos levantam fundadas dúvidas sobre a capacidade do país e dos seus agentes económicos em reunirem condições para consumir os cerca de 25 mil milhões de euros durante o período 2014-2020.

Os autarcas portugueses queixam-se em geral do carater centraliza-

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dor do quadro comunitário Portugal 2020 que não assegura uma intervenção adequada dos municípios, à exceção dos programas operacionais regionais, onde têm realmente uma palavra importante a dizer. Na medida em que os recursos e as oportunidades são escassas, há que ir à luta e aproveitá-los. Aos autarcas, empresários e promotores diversos, não sobra outra alternativa, senão, munirem-se de informação, organizarem-se e prepararem-se tecnicamente, no “assalto” aos fundos comunitários, com vista à execução de projetos de investimento, que são sempre sinónimo de progresso social e económico.

Contudo, não se devem semear ilusões. O novo quadro comunitário aposta demasiado na competitividade, na lógica do privado e das grandes empresas, em detrimento do setor público, relegando para segundo plano o sistema produtivo nacional, a coesão e convergência real dos países e regiões, bem como a redução das assimetrias intra e interregionais. Mas isto, é tema para uma próxima ocasião. ¹ O Gabinete de Empreendedorismo Local do Município de Silves é um serviço público vocacionado para resolver este tipo de problema

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Ficha Técnica

Directora: Paula Bravo.

Redacção: Francisco Martins, José Carlos Xavier. Director Financeiro: Francisco Martins (TLM- 918 700 152).

Colaboradores: António Eugénio, António Guerreiro, Aurélio Nuno, Carlos Vargas, Eugénio Guerreiro, Estela Louçã, Gabriela Martins, Helena Pinto, José Manuel Vargas, Maria José Grade da Encarnação, Maria Lúcia Santos, Maria Luísa Anselmo, Mónica Gonçalves, Paulo Silva, Rogélio Mena Gomes, Teodomiro Neto, Vera Gonçalves. Redacção, Administração e Publicidade: Rua da Fábrica, nº 3; 8375 - 147, S. Bartolomeu de Messines, TLM: 962856922, e- mail: terraruiva@gmail.com, www.imprensaregional. com.pt/terra_ruiva. Design gráfico e pré-impressão: Bruno Cortes. Impressão: FIG-Indústrias Gráfica, S.A. - Coimbra. Periodicidade: Mensal. Tiragem: 1500 exemplares. Propriedade: Associação de Desenvolvimento do Concelho de Silves “Pé de Vento” – NPC 504606867. Registado no Instituto de Comunicação Social com o número 123511. Depósito Legal nº 153123100.

Os artigos de opinião são da responsabilidade dos seus autores.

Informação Junho 2015

Concelho Bandeira Azul hasteada nas praias do concelho

ditamos que este trabalho vai ajudar a reduzir os erros e dúvidas e contribuir para o aumento da separação de resíduos por parte dos cidadãos e para a redução do refugo, materiais que são colocados indevidamente nos ecopontos gerando custos na sua segregação.», afirmou, na ocasião, Luís Veiga Martins, Diretor-Geral da Sociedade Ponto Verde.

Esta nova sinalética será progressivamente implementada nos mais de 41.000 ecopontos espalhados pelo território nacional.

O símbolo da qualidade das praias – a Bandeira Azul – já se encontra hasteado nas praias do concelho. As bandeiras foram hasteadas em Armação de Pêra e Pêra no dia 8 de junho.

Nesta ocasião foram, igualmente, afixados os painéis com o galardão “Praias com Qualidade de Ouro 2015”, em ambas

as zonas balneares e içada a bandeira de Praia Acessível, na praia de Armação de Pêra.

Nesta cerimónia esteve presente a presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma, o presidente da União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra, João Palma, o presidente da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, Ricardo Pinto, e demais entidades ligadas à Capitania do Porto de Portimão e à Agência Portuguesa para o Ambiente.

«Estes galardões vêm, assim, contribuir para o reforço do reconhecimento de Armação de Pêra enquanto importante destino turístico do Algarve” e “da importância da Praia Grande (Pêra), cuja extensa zona dunar mantém as suas características naturais intactas, de onde se destaca não só um conjunto de estruturas dunares fósseis com, aproximadamente, 3000 anos, como também as suas excelentes características para a prática do Birdwatching, particularmente de espécies como o flamingo e a garça-boieira», adianta a autarquia.

Recorda-se que a Bandeira Azul é atribuída às praias e portos de recreio e marinas que se candidatem e cumpram um conjunto de critérios relacionados com: a informação e educação ambiental, a qualidade da água, a gestão ambiental e equipamentos e a segurança e serviços. Este galardão é atribuído pela Associação Bandeira Azul da Europa, Organização Não Governamental de Ambiente.

Já o galardão “Praia com Qualidade de Ouro” é atribuído pela Quercus às praias cuja água balnear tenha sido “Excelente” nas quatro últimas épocas balneares.

Este ano, a Quercus classificou com qualidade de ouro 314 praias, sendo a primeira vez que este número desce, continuando Albufeira a liderar a lista.

Protesto em Silves

Algumas dezenas de utentes do Centro de Saúde de Silves estiveram presentes num protesto que decorreu na manhã

do dia 28 de maio. Os participantes nesta ação, convocada pela Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Silves, exigiam “melhores condições no atendimento” e “mais respeito pelos utentes e pelos profissionais”.

Câmara adquire retroescavadora e trator

O Município de Silves adquiriu recentemente uma retroescavadora e um trator para limpeza de taludes e bermas, o que representa um investimento que “ronda os 164 mil euros”.

“Estas aquisições inserem-se no processo de renovação gradual do parque de máquinas e viaturas, face à sua antiguidade, iniciado pelo novo executivo municipal, liderado por

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Rosa Palma”, afirma a autarquia.

“A nova retroescavadora vem, assim, juntar-se a outra adquirida no ano transato, sendo que o trator equipado para a limpeza de taludes e bermas vem reforçar a frota existente, uma vez que apenas existia um veículo deste género para todo o concelho.

A Câmara Municipal de Silves, através da modernização do parque de máquinas e viaturas pretende, por outro lado, aliviar os pesados encargos com manutenções e reparações, e simultaneamente, intervir no terreno com maior amplitude, eficiência e qualidade, por forma a poder prestar um melhor serviço à comunidade”.

Nova sinalética nos ecopontos

A sinalética dos ecopontos vai ser progressivamente alterada em todos os municípios do território nacional, incluindo Silves.

O projeto de “ sinalética universal dos ecopontos” foi apresentado em Almancil, no Dia Mundial do Ambiente, dia 5 de junho, pela Sociedade Ponto Verde e pela Algar.

Este projeto, agora concluído, “é único a nível europeu e um passo essencial para o esclarecimento do consumidor, tornando o ato de separação mais simples e a informação mais clara”.

“Na sinalética atual ainda se identificam por vezes regras contraditórias e terminologias diferentes. Conscientes desta questão, a EGF, EGSRA e a Sociedade Ponto Verde com o apoio dos sistemas de gestão de resíduos e das autarquias, desenvolveram uma nova sinalética com o objetivo de mitigar as possíveis situações geradoras de dúvidas e erros na separação dos resíduos e sua deposição”.

«Este trabalho só foi possível graças à estreita colaboração entre a SPV, os sistemas municipais e as Autarquias. Acre-

Intermarché e Pingo Doce querem adquirir lojas Alisuper Não se conhece destino das lojas de Silves

A imprensa económica nacional tem publicado notícias que dão conta que o Intermarché e o Pingo Doce querem comprar as lojas Alisuper no Algarve.

Algumas aquisições estão já divulgadas mas nada foi ainda revelado quanto ao destino das lojas do concelho de Silves.

Há cerca de um mês foi conhecida a intenção do Intermarché de adquirir as lojas Alisuper em Albufeira, Alvor, Quarteira, Aljezur, Sagres e Loulé.

Essa intenção foi depois confirmada. Em comunicado, o Intermarché esclarece que pretende adquirir nove lojas Alisuper no Algarve, numa operação que ascende aos cinco milhões de euros, mas para que o negócio esteja concluído falta a aprovação da Autoridade da Concorrência.

Com esta aquisição, é intenção do Intermarché “triplicar o volume de negócios das nove lojas e não só manter os 51 postos de trabalho” atuais como ainda criar mais 90 postos de trabalho a médio prazo.

Até 2020, o Intermarché quer ter 295 lojas em Portugal e aumentar a quota de mercado para os 13,5%. Durante os próximos cinco anos, o Grupo Mosqueteiros prevê investir 280 milhões de euros nas divisões portuguesas do Intermarché, Bricomarché e Roady e aumentar o quadro de trabalhadores, criando três mil postos de trabalho.

Quanto às intenções do Pingo Doce, de adquirir também algumas das lojas que são agora propriedade do Grupo Nogueira, as partes apenas confirmam as negociações.

De referir que além do Algarve, a Alisuper tem ainda lojas nas zonas de Cascais, Seixal, Oeiras e Moimenta da Beira.

No entanto, nos últimos meses tem sido notícia alguns atrasos nos pagamentos dos ordenados dos funcionários, havendo ainda questões por resolver relacionadas com as dívidas anteriores à aquisição por parte do Grupo Nogueira.

ANO LETIVO 2015/2016 OFERTA FORMATIVA PARA ADULTOS CURSOS EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO ADULTOS (EFA)

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Opinião Junho 2015

Consultório Jurídico

Eugénio Guerreiro

CONTRATOPROMESSA (V) Quando o vendedor rejeita a oferta de um sinal elevado

C

ertamente todos os leitores do Terra Ruiva já efectuaram alguma compra em que, por qualquer motivo, não sendo possível concretizá-la de imediato, o vendedor pede a entrega de uma quantia a título de sinal. E também provavelmente todos têm a noção de que o vendedor em geral prefere que esse sinal seja o mais elevado tanto quanto possível.

Pois bem, aqui há cerca de dois meses atrás, Francisco, um construtor da zona de Lisboa, mal começara a comercializar um condomínio

Utilidade Marginal

António Eugénio

O desafio da economia do Algarve

U

ma das bandeiras que temos visto ser acenada com bastante regularidade é a necessidade de termos uma indústria de exportação competitiva. É notória e recorrente a insistência

Opinião

Maria José Grade da Encarnação

Incongruências

D

eparei-me, no final do mês passado, com o novo boletim municipal de Silves.

De facto, quatro anos após ter sido suspensa a edição da revista municipal de Silves, este executivo retomou a edição desta publicação.

Recordo que o anterior boletim era um espaço onde se procurava dar a conhecer a atividade do município, colocando os intervenientes directos a falarem, dando conta da sua experiência profissional e dos objectivos do município para uma dada área. Ao mesmo tempo,

Coluna Jurídica

O Terra Ruiva conta com a colaboração do advogado Eugénio Guerreiro que se disponibiliza a responder a questões dos leitores.

Tem uma dúvida jurídica?

Quer uma opinião sobre algum caso que o preocupe? Envie-nos a sua questão.

privado que acabara de edificar, surgiu-lhe um indivíduo, muito bem vestido, muito bem falante e evidenciando grande poder de compra, que se mostrou muito interessado em adquirir uma das fracções, cujo preço, aliás, de imediato aceitou, não obstante bem caro.

Ao avançarem para a celebração do contrato-promessa, Francisco informou-o das condições, nomeadamente, que o sinal seria de 10% e o restante no acto da escritura, ao que o indivíduo se propôs, para surpresa do construtor, sinalizar desde logo com 25%. Francisco achou muito estranha a oferta de um sinal tão elevado e, pensando “com os seus botões”, de imediato decidiu não concretizar negócio com tal indivíduo. Então, fingindo um telefonema, seguidamente pede desculpa ao indivíduo dizendo que lamentava mas afinal a fracção em causa já tinha uma reserva pelo que o negócio

não poderia realizar-se. O indivíduo bem protestou, o ambiente azedou, mas Francisco manteve-se irredutível e o indivíduo acabou por ir embora.

Qual a explicação para a atitude do Francisco? Muito simples. Sendo desnecessária, e por isso estranha, a oferta de um tão elevado sinal, isso alertou-o e trouxe-lhe, de repente, à memória situações ocorridas há alguns anos atrás, divulgadas pela imprensa. Designadamente, situações em que indivíduos, também muito bem falantes e bem vestidos, alardeando abastado poder de compra, celebravam contratos-promessa com sinais elevados em condomínios de luxo, e, nos dias seguintes, esses promitentes compradores apareciam nos condomínios fazendo-se acompanhar de numeroso grupo de familiares e onde se entretinham a fazer distúrbios, gritando uns com os outros, insultando-se, os

miúdos arrancando pedras e atirando-as para dentro da piscina, etc..

Os já moradores no local alarmados com a grande algazarra e distúrbios, aliás eles próprios também alvo de provocações, corriam para o promotor do condomínio a quem relatavam o sucedido e a quem manifestavam a sua indignação porque a venda de fracções àquela gente defraudava a expectativa prometida de um local tranquilo e seguro. O promotor, constatando esse facto, receando anulações de compras de fracções já feitas e grandes dificuldades em vender as ainda disponíveis, concluía não ter outra alternativa que não a de incumprir aqueles contratos-promessa feitos com aqueles “bem falantes” indivíduos.

Ora, dispõe o artigo 442º nº2 do Código Civil que, se quem recebeu o sinal não cumprir o contrato, terá que o restituir em dobro, e assim teve que suceder. Aliás, bem

se percebe que esse era o único fito de tais promitentes adquirentes, ou seja, pura e simplesmente induzir o vendedor a rescindir o contrato-promessa e, com isso, terem em poucos dias um fortíssimo rendimento de 100%, e, ainda por cima, de modo “limpinho” e “legal”! Daí que, quanto mais “investissem” no sinal, maior seria esse rendimento em termos absolutos. “Limpinho” e “legal” estão entre aspas porque bem se percebe que estamos perante uma trapaça. Mas, grande problema é prová-la. Como já alguém escreveu, o caso poderá configurar um crime de burla, mas é preciso provar que a intenção é ganhar dinheiro à custa de um esquema aparentemente dentro da legalidade.

Por isso, à cautela bem andou o nosso construtor Francisco em não morder o isco do sinal elevado.

institucional na importância de aumentarmos as nossas exportações e de diminuirmos as nossas importações.

Neste quadro, e face aos seus condicionalismos, em que ponto fica o Algarve? O Algarve quase não tem estrutura produtiva e está muito dependente do Turismo, pelo que exporta uma quantidade marginal de bens. Mas nem só de bens se deve falar quando se fala de exportações.

Graças ao turismo, o Algarve é um dos maiores exportadores nacionais. Numa intervenção recente, o Presidente do NERA, Vítor Neto, numa das suas habituais análises

lúcidas e conhecedoras da problemática, indica que o Algarve vale “4 auto-europas”, sendo responsável por 14,8% das exportações do país. Mais, foi o sector que mais contribuiu para a melhoria do saldo da balança comercial de bens e serviços. Conclui-se então que o nosso sector mais importante é também o nosso principal motor de exportação.

O problema do turismo é a sua sazonalidade. É um sector extremamente instável no que toca ao emprego. A região “morre” durante a época baixa, devido à sobredependência no sector. Desenganem-se,

no entanto, aqueles que dizem que temos turismo a mais. Não temos turismo a mais. Temos é os outros sectores a menos. Durante anos demos uma primazia total ao sector do turismo, que hoje, embora necessite de alguma reinvenção, é um sector maduro e fulcral para a nossa competitividade. A aposta deverá ser na diversificação da nossa actividade, nem que seja para reduzir o flagelo da sazonalidade.

Este é o desafio do Algarve para a próxima década: aproveitar o motor económico que é o turismo, desenvolver as suas valências e competências, ao mesmo tempo que in-

vestimos noutros sectores regionais.

O Algarve sofreu (e sofre ainda) enormemente desde o eclodir da crise nacional devido à sua especialização num sector, que em si, incide demasiado sobre o binómio “sol/ praia”. A solução, no entanto, não é desinvestir ou desistir deste sector, que tantos benefícios nos traz. É simplesmente, fomentar e desenvolver outros sectores em paralelo, de forma a termos uma economia regional resiliente; ou seja, uma economia que se consiga adaptar e resistir a choques externos e internos.

davam-se notícias sobre o desenvolvimento de algumas actividades e obras, bem como se partilhavam ideias para o futuro, apresentando projetos que, segundo se acreditava, seriam respostas para os problemas das populações deste Concelho.

Recordo a apresentação dos projectos da recuperação da frente de mar de Armação de Pêra (que se veio a concretizar), as novas circulares para Silves, a recuperação do centro histórico de São Bartolomeu de Messines, a construção da Albergaria e Museu do Lagar em São Marcos da Serra, a casa mortuária de Silves (já construída) ou ainda os polidesportivos de Tunes (executado já por este executivo) e Algoz.

Recordo ainda, com particular entusiasmo, a preocupação, sempre presente, com as questões patrimoniais deste Concelho. A defesa da nossa memória colectiva não era um chavão usado debalde para

compor discursos ocos, mas sim uma constante acção.

Tendo como horizonte esta forma de dar informação, mergulhei no novo boletim. Claro está, é diferente. Não poderia ser igual, o executivo também é diferente e o boletim teria de ser espelho desta nova forma de agir.

O problema surgiu quando fui parar há cerca de 20 anos atrás! Não sei se se recordarão desse tempo em que os boletins eram trimestrais, e se fosse assim já era bom, e não passavam de um recordatório de pequenas intervenções e festas efectuadas no período transacto. Ah, pontuadas com fotos do “senhor presidente da câmara”. Honestamente, já não estava habituada a este tipo comunicação, onde a informação se confunde com propaganda política.

Porém, tudo está à vista de todos e este boletim revelou-se bem pela sua capa, em tons pastel. Os dias de

hoje pedem cores vivas, intensas e vibrantes, tal como a vida! Doutra parte, analisando do pronto de vista documental, não deixa de ser um repositório de pequenas coisas, muitas, resultado da normal execução de tarefas do dia-a-dia do funcionamento do município.

Sempre esperei algumas notícias sobre o tão propagandeado plano estratégico para o turismo de que foi dada nota pela senhora presidente no início do seu mandato, ou até mesmo alguma notícia sobre a revisão da tabela de taxas e licenças.

E aqui sempre esperei que este executivo, que, na oposição, se revelou tão atento e solícito aos problemas levantados pelos aumentos dos valores das taxas, viesse anunciar uma grande revisão, com introdução de isenções e baixa de quantias a pagar. Mas não, nada disso, apenas uma elencagem de normalidades (arranjos de casas de banho, re-

troescavadoras, desbaratizações e festas, festinhas e festarolas, sempre debaixo da presença da presidente e executivo). Ou ainda, dar eco do pagamento de dívidas e depois, vir a reunião de Câmara pedir um empréstimo para pagar em 15 anos.

Por um lado paga-se, por outro contrai-se dívida!

Da elencagem referida, apenas um evento não ser realizou, a Feira Medieval de 2015, que, para cúmulo, é anunciada com um erro. Quem lê o texto, fica a saber que a Feira deste ano apenas é por dois dias “ 7 e 16 de agosto”. Enfim…

Como nota final, seguramente, esta edição será uma boa peça de “arqueologia” para ficarmos num tema tão caro ao município. Aguardemos pelas próximas, ou se calhar pela do próximo ano, já mais perto das eleições.

Boas férias para quem vai e melhor trabalho para quem fica. Até Julho!

Informação Junho 2015

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Joaquim Gonçalves de novo comandante dos Bombeiros de Messines

O

s sócios da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de S. Bartolomeu de Messines que estiveram reunidos numa Assembleia Extraordinária no dia 29 de maio, decidiram reafirmar o seu apoio à direção da associação, que é agora dirigida por Cátia Sousa Guerreiro, após a saída do anterior presidente, Joaquim Gonçalves que é agora, de novo, comandante dos bombeiros.

Este processo de saídas e entradas, que também abrangeu o anterior comandante, Rui Vieira, foi aliás, o motivo que levou um grupo de sócios a solicitar a realização da referida assembleia, para que a direção prestasse alguns esclarecimentos.

Os esclarecimentos prestados terão convencido a maioria dos sócios que optou por apoiar a direção dos Bombeiros, afastando assim o cenário de eleições antecipadas.

Este “caso” teve um dos seus pontos altos, com a demissão de Joaquim Gonçalves do cargo de presidente da direção, para o qual fora reeleito em março de 2014, numas eleições que, pela primeira vez, foram disputadas por duas listas.

No entanto, alguns meses volvidos, Joaquim Gonçalves regressou à corporação, no posto de comandante. A tomada de posse aconteceu no dia 23 de maio, presidida pela atual presidente da direção, Cátia Sousa Guerreiro, que ocupava, na lista da direção, o lugar de 2ª

secretária.

Entretanto, o anterior comandante Rui Vieira, deixou na sua página pessoal do Facebook uma “Mensagem de Despedida do Comandante”, na qual assume a sua “desilusão” por ter terminado as suas funções “antes do tempo previsto” e “por ficar impedido de terminar o prazo normal da minha comissão, como era meu propósito”.

Já Joaquim Gonçalves, disse ao Terra Ruiva que se demitiu do cargo de presidente da direção, a 3 de março de 2015, “depois de ter sido convidado pelos restantes membros da direção para voltar ao comando”. Assim, afirma “pedi a minha exoneração para poder frequentar o Curso de Quadros de

Comando, que comecei a 13 de abril de 2015 e acabei no dia 7 de maio, na Escola Nacional de Bombeiros”.

Sobre o cargo que assumiu de novo, diz tê-lo feito “porque gosto dos bombeiros, gosto da minha terra e não poderia dizer não aos restantes diretores e amigos que me solicitaram para voltar ao comando”.

Quanto ao anterior comandante, Rui Vieira, e o ex-adjunto Domingos Silva estão agora nos cargos de Oficiais Bombeiros. Estão ainda por nomear oficialmente o novo 2º comandante e o adjunto de comando.

Joaquim Gonçalves, no dia da tomada de posse com a presidente Cátia Guerreiro

Bombeiros de Silves em aniversário com ministra

A

s comemorações do 89º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros de Silves contaram com a visita da ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, que se deslocou a Silves para proceder à inauguração oficial das obras de remodelação do quartel.

Na ocasião, a presidente da Câmara, Rosa Palma disse “aproveitar” a presença da ministra para defender a posição da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, segundo a

qual a “segurança- de pessoas, do património e do ambiente – é uma Função de Soberania do Estado” pelo que as atividades ligadas a esta função “devem ser asseguradas pela Administração central” que tem a obrigação de apetrechar as estruturas dos bombeiros voluntários dos meios financeiros, humanos e técnicos.

Rosa Palma destacou ainda que, na ausência do Estado, têm sido os municípios a concederem importantes apoios aos bombeiros. No caso do

Município de Silves apontou ajudas tais como “subsídios mensais, pagamento de prémios de seguros pessoais e de viaturas, pagamento de água e eletricidade, pagamento de 50% dos custos das equipas de intervenção permanente (EIP), comparticipação na aquisição e reparação de equipamentos, comparticipação na realização de obras, etc.”

No final, destacou que a autarquia, não obstante as dificuldades financeiras, tem reforçado o apoio às corporações de bombeiros do concelho

Na inauguração das obras do quartel

e agradeceu ao Governo, na pessoa da ministra Anabela Rodrigues, o

apoio prestado nas obras de ampliação do quartel de Silves.

Aprovado Plano Municipal de Defesa Contra Incêndios

O

Plano Operacional Municipal (POM) para 2015 foi aprovado no dia 19 de maio, em reunião da Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (CMDFCI).

Como informa o Município de Silves, o “POM tem como principal objetivo a concertação entre todas as entidades intervenientes na Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI), de modo a garantir a prioridade de defesa de pessoas e bens. Este documento dá continuidade às metodologias implementadas pelo Serviço do Proteção Civil e Florestas no ano de 2014, tendo sido introduzidas

melhorias ao nível do planeamento de emergência e da sustentação logística das operações, como consequência de uma avaliação consubstanciada na resposta às operações verificadas precisamente no ano transato”.

Esta reunião foi presidida pela presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma, “a qual reforçou a importância da articulação e contributos de todas as entidades presentes”.

Equipamento para os incêndios Este verão, as corporações de bombeiros do Algarve receberam 845 equipamentos individuais de pro-

teção, 165 rádios com georreferenciação para instalar em veículos e 17 centrais de rádio, uma para cada quartel de bombeiros existente na região.

Estes equipamentos e materiais resultaram de candidaturas apresentadas pela AMAL- Comunidade Intermunicipal do Algarve e Autoridade Nacional para a Proteção Civil.

Este material foi entregue simbolicamente às corporações no decorrer da apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF 2015) que decorreu em Faro, no dia 16 de maio

Reunião de apresentação do POM

Bombeiros em “Missão Electrão”

O

s quartéis dos bombeiros municipais e voluntários do Algarve passaram a ter um local para receber resíduos e equipamentos elétricos, o “Ponto Electrão”. Por cada tonelada de resíduos recolhidos e entregue à Algar/Amb3E recebem uma contribuição financeira no valor de 75 euros.

O protocolo que estipula os termos deste acordo foi assinado entre a AMAL - Comunidade Intermu-

nicipal do Algarve, juntamente com todas as Câmaras Municipais do Algarve, a Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos, Amb3E, a Federação dos Bombeiros do Algarve e a Algar – Valorização e Tratamento de Resíduos, S.A..

A “Missão Electrão” pretende potenciar a aproximação entre os locais de receção dos resíduos elétricos e eletrónicos e o utilizador, numa atitude de sensibilização do consumidor final para a possibili-

dade e existência de um destino adequado a estes resíduos que é, em simultâneo, mais vantajoso para os Bombeiros e, acima de tudo, para o ambiente.

Assim, quem desejar contribuir para esta causa, pode depositar, nos quartéis, eletrodomésticos (grandes e pequenos), lâmpadas e pilhas usadas.

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Informação Junho 2015

Assembleia Municipal aprova empréstimo de 4,4 milhões

Lista de Obras

A Assembleia Municipal de Silves aprovou, no dia 12 de junho, a proposta do Executivo CDU para contrair um empréstimo de cerca de 4,4 milhões de euros.

A

proposta que, dada a sua especificidade, teria de ser aprovada pela maioria dos membros presentes, contou com 15 votos favoráveis: 10 da CDU, 1 do PS e 4 do PSD; e 9 abstenções (PS, PSD e BE).

De destacar que todos os presidentes de Junta do concelho (PS, PSD e CDU ) votaram a favor.

Não obstante esta aprovação, o tema mereceu um longo debate por parte dos membros da Assembleia Municipal, e já passava da meia noite quando a proposta do Executivo CDU da Câmara Municipal de Silves foi colocada à votação.

A presidente da Câmara, Rosa Palma, prestou esclarecimentos sobre a proposta da CDU, dizendo que o empréstimo é necessário para que a autarquia tenha verbas disponíveis para candidatar-se aos “projetos 2020”, ( com novos fundos comunitários que irão entrar em Portugal até 2020). Rosa Palma explicou que as regras mudaram e que atualmente a autarquia “ tem que garantir que tem a totalidade do capital, depois é que se pode candidatar ao financiamento. Depois, consoante o financiamento que recebermos, até podemos não gastar todo o dinheiro que estava previsto, mas primeiro temos de o ter nos nossos cofres”.

Não tendo a autarquia verbas suficientes e tendo uma grande fatia dos seus meios comprometida com o pagamento das dívidas contraídas pelo anterior executivo (12 milhões para pagar neste mandato), entendeu o Executivo CDU que o recurso ao empréstimo seria a melhor opção para conseguir realizar algumas obras “primordiais”, destacando a presidente que muitas são promessas e projetos dos anteriores executivos PSD que se têm arrastado no tempo sem que tenham sido concretizados.

Sobre as obras que a CDU pretende realizar, com este empréstimo, (

ver lista em anexo), Rosa Palma disse estar ciente que “muito mais” haverá por fazer, mas que esta escolha foi feita com base na auscultação às populações que a mesma realizou em todas as freguesias, logo após a sua tomada de posse, e com base nas prioridades apontadas pelos presidentes de juntas de freguesia.

Pela parte do PSD, coube ao membro Rui Paulino apresentar as objeções daquela força política ( que na Câmara votou contra a proposta da CDU). Sublinhando “não estar contra” a realização das obras propostas, o PSD insistiu até ao final da reunião para que a proposta de empréstimo não fosse votada neste dia e que voltasse de novo à Câmara Municipal, para que a CDU prestasse mais informações sobre os processos das obras e para que as outras forças políticas pudessem sugerir alterações.

Uma posição contrariada por Rosa Palma que lembrou que a lista de obras tinha sido discutida em quatro reuniões de Câmara, tempo que considerou suficiente para que o PSD e o PS tivessem apresentado propostas.

Também o presidente da Assembleia Municipal, Analídio Brás, esclareceu que, segundo o regulamento deste órgão, uma vez apresentada uma proposta e feita a sua discussão, a mesma teria de ser colocada à votação e só regressaria ao órgão Câmara Municipal caso fosse chumbada pela Assembleia.

Argumentos que não convenceram totalmente o PSD que questionou também a legalidade jurídica do processo porque, no seu entender, “ é obrigatório” que todos os empréstimos sejam acompanhados com propostas recolhidas em três entidades bancárias.

Já a bancada do PS, dirigida por Fátima Matos, levantou dúvidas relativamente ao destino do empréstimo. Realçando que “4,3 milhões de euros” é uma verba muito signi-

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Silves

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ficativa, Fátima Matos questionou sobre o “impacto” que a mesma terá: “ Que mudanças surgem no concelho depois do investimento de 4,3 milhões? Aparentemente, o concelho de Silves fica tal e qual como está.”

Por outro lado, Fátima Matos considerou que os membros do PS na Assembleia Municipal não tinham conhecimento suficiente dos processos das obras apresentadas, pelo que estar a aprovar o empréstimo seria como “ passar um cheque em branco”.

Carlos Cabrita, do Bloco de Esquerda, levantou a questão do “Plano Estratégico que a Câmara tem aprovado”, (da responsabilidade do executivo PSD), interrogando se a CDU faria os “investimentos integrados” nesse Plano “ou se tem um próprio”. Disse ainda que a CDU iria “deixar marca no concelho” que será a de “ter acabado com o planeamento na Câmara de Silves”.

Em resposta, Marco Jóia, da CDU, defendeu que “quando se fala de estratégia e planeamento é necessário olhar ao contexto da realidade económica e aos recursos da autarquia” e que neste momento a autarquia tem de pagar as dívidas “ vai pagar 12,5 milhões, isto é um facto”, “ mas também é necessário responder às necessidades das populações e resolver o que ficou por fazer”. Daí a necessidade de pedir este empréstimo, para que o Executivo CDU possa dar “ a resposta possível, sublinho possível”, disse.

Presidentes de Junta de acordo A discussão política nesta reunião foi marcada pelas intervenções de presidentes de juntas das três forças políticas. PS, CDU e PSD. Interveio em primeiro lugar, o presidente da União das Freguesias de Alcantarilha e Pêra, João Palma, (PS) que afirmou ser “ a favor do investimento no concelho, seja para o que for” e que “ no passado

muitas coisas foram feitas nas freguesias sem que os presidentes de juntas tivessem sido ouvidos” e com “decisões à revelia” dos mesmos, o que não está a acontecer com o atual executivo. João Palma deixou claro que gostaria de ver “muito mais” investimento na sua freguesia “mas reconheço que não há capacidade para ir muito mais longe” pelo que votaria a favor da proposta da CDU. O presidente da Junta de S. Bartolomeu de Messines, João Carlos Correia, (CDU) criticou as dificuldades que o PS e principalmente o PSD estavam a colocar na aprovação do pedido de empréstimo, e falando “ em nome da minha freguesia”, lamentou que “Messines esteja a definhar “ e que se estivesse ali a colocar entraves à aprovação de uma verba “para fazer umas obras que já deviam estar feitas”.

Por sua vez, o presidente da Junta de Armação de Pêra, Ricardo Pinto (PSD), falou da sua satisfação por ver o projeto de uma sede para a junta de freguesia ( a instalar no espaço da antiga escola primária) incluída na lista de obras propostas pela CDU, mas concordou com o PS na afirmação de que os projetos das obras deveriam ter sido apresentados para que se compreendesse, por exemplo, como é que se justificavam os valores apresentados na referida lista. Ricardo Pinto reconheceu que “discrepâncias entre freguesias terá sempre que existir”, porque o “concelho tem freguesias muito diferentes” e no que respeita a Armação de Pêra pediu para que se encontre uma solução para o seu antigo casino.

No final da reunião, após a votação, vários membros da Assembleia informaram que iriam entregar declarações de voto. Devido ao fecho da nossa edição (no dia seguinte à reunião) não nos é possível divulgar esses documentos. Os mesmos serão publicados na nossa edição on-line, caso sejam enviados ao nosso jornal.

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População de Odelouca vai ter abastecimento de água

-Remodelação da Rede de Águas – Travessia Rodoviária (69,700€) -Reabilitação do Centro Histórico de Silves – 3ª fase ( 500,000€) -Remoção do Amianto e Colocação de Novas Coberturas na Escola Pré-Primária de Silves, EB 1 do Enxerim e EB 1 de Alcantarilha ( 82,927€) -Beneficiação do Acesso Poente a São Bartolomeu de Messines ( 300,900€) - Parque de Feiras e Mercados de São Bartolomeu de Messines (680,000€) -Sistema de Abastecimento de Água a São Bartolomeu de Messines (508,524€) -Substituição do relvado sintético do Campo Municipal de S.B. Messines (153,000€) - Requalificação do Parque Urbano Nascente de Armação de Pêra ( 191,779€) - Remodelação das Redes de Abastecimento de Água e Drenagem- Armação de Pêra (Rua do Alentejo e Rua Dr. Manuel de Arriaga), (255,000€) -Construção da sede da Junta de Freguesia de Armação de Pêra ( 340,000€) - Parque de Feiras e Mercados de Alcantarilha (166,018€) -Pavimentação do troço entre a Junta de Freguesia e o Jardim de Infância do Algoz (229,500€) - Espaço Multiusos de São Marcos da Serra ( 127,500€)

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Informação Junho 2015

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Festas de verão

Um pouco por todo o concelho, várias festas, festivais e animações típicas da época de verão, estão programadas.

XVII Festival da Caldeirada e do Petisco do Mar

De 19 a 21 de junho decorre em Armação de Pêra mais uma edição do Festival da Caldeirada e do Petisco do Mar, com a participação de 13 restaurantes.

A iniciativa é da Câmara Municipal de Silves e pretende promover a caldeirada, prato emblemático da gastronomia armacenense, e os petiscos que têm origem no mar.

Os restaurantes aderentes são: “ O Navegante”, Churrasqueira Balbino, Rocha da Palha, Churrasqueira “O Casarão”, “O Fernando”, “O Pelintra”, “O Serol”, Marisqueira Hera, “O Walter”, “Estrela do Mar”, “O Silvense”, “Pôr do Sol” e “A Tasca”.

A organização criou um passaporte que permitirá aos seus portadores usufruir de um sorteio de um fim de semana (em regime de “Alojamento e Pequeno Almoço”) numa das unidades hoteleiras de Armação de Pêra.

A quem completar as quadrículas do passaporte será oferecido um bilhete para a Feira Medieval de Silves. Aos clientes que elejam a caldeirada como prato principal será entregue um magnético com a imagem do Festival e um cupão que, depois de preenchido, deverá ser entregue, juntamente com a fatura da refeição, no restaurante aderente.

O sorteio será realizado no dia 30 de junho, na Junta de Freguesia, sendo os vencedores anunciados no portal e facebook da Câmara. À gastronomia junta-se a animação com a atuação, na área dos restaurantes aderentes, do Rancho Folclórico Amigos de Montenegro na sexta feira, dia 19, das 19h30 às 23h30 e durante o fim de semana, das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 23h30.

Entre o Holiday Inn e a Lota desfila, no dia 20 de junho, pelas 21h30, a Orquestra de Percussão Percutunes. O festival fecha com “Flor de Sal”, na fortaleza de Armação de Pêra, no domingo, pelas 21h30.

Malveira da Serra.

17h- Demonstrações do Jogo do Pau e de Zumba.

Durante a tarde a animação está a cargo do Duo Rui e Miguel.

19h-Rancho Folclórico de S.B. Messines 21h- Tuna Académica de Enfermagem de Beja 22h- Baile com a banda Dejá Vu. Dia 21 9h-Torneio Quadrangular Velhas Glórias ( Messinense/Silves/Serrano/Armacenense) 15h- Entrega de Lembranças a Todos os Atletas da Época Desportiva 2014/2015 17h- Grupo de Cantares Casa do Povo de Messines 18h- Demonstração de Ginástica da Casa do Povo de Messines Durante a tarde animação com Duo “Código de Barras” 19h- Baile com “Paulo Coelho e 5 Estrelas do Sul”

Festa de Verão de Tunes

Realizam-se nos dias 27 e 28 de junho, junto ao Pólo de Educação e Formação ao Longo do Ano de Tunes, em Tunes, as Festas de Verão, comemorativas do aniversário da Associação das Comunidades de Tunes.

A festa, além das tradicionais tasquinhas de comes e bebes, contará com animação musical. É o seguinte o programa da Festa: Sábado, dia 27 de junho 19h- Abertura das tasquinhas 20h -Orquestra de percussão – Percutunes 21h - Grupo Fonte Nova 22h30- Baile com Filipe Conde Domingo, 28 de junho 19h -Abertura das tasquinhas 20h- Rancho Folclórico Amoreirense – Dança das Fitas 21h- Fado - Dino da Conceição e Edmundo 22h- Baile com Paulinho

II Noite Branca em Messines

No dia 4 de julho, no Jardim Municipal, em S. Bartolomeu de Messines, realiza-se a II Noite Branca, organizada pelos Moradores da Vilarinha e Junta de Freguesia de Messines.

Associação de Apoio à Pessoa Excecional do Algarve.

Esta iniciativa pretende “divulgar e apoiar o trabalho cultural e artístico de todo o país e, em especial, do Algarve, dando voz aos artistas e a oportunidade dos mesmos darem a conhecer o seu trabalho nos dois dias de festival”.

As inscrições estão a decorrer, junto da APEXA (através do email formacao@apexa. org.) com as seguintes áreas: teatro de rua e de palco, declamação de poesia, micro-conferências, cinema, artes digitais (projeção), concertos, stand up, jam sessions, artes performativas, exposições ou outras atividades culturais.

A participação é gratuita.

Pirate Week volta a Armação

Estão a decorrer, até ao dia 27 de junho, as candidaturas para os comerciantes, artesãos e produtores que pretendam participar no Pirate Week, em Armação de Pêra, organizado pela Polis Apoteose.

No recinto, haverá refeições, petiscos, artesanato, música e muita animação. É o seguinte o programa da Festa: Dia 20 15h- Grupo Percutunes.

16h-Jogo Particular Juniores Messinense-

Santos Populares em Alcantarilha

A Sociedade Recreativa Alcantarilhense organiza um ciclo de Bailes dos Santos Populares, com Desfile de Marchas, nos dias 13, 20 e 27 de junho.

Estas atividades decorrem no Largo da Junta de Freguesia. Os bailes dos Santos Populares têm início pelas 21h e estão a cargo de Paulo Coelho (no dia 13 de junho), de Rita Melo (no dia 20) e de Ricardo Laginha (no dia 27).

A entrada é limitada a um donativo monetário livre.

A iniciativa conta com o apoio da União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra e Município de Silves.

Santos Populares em Messines

De 26 a 28 de junho, a Casa do Povo de Messines organiza as festas dos Santos Populares, a partir das 18h, na rua da Junta de Freguesia.

A entrada é livre.

A iniciativa tem o apoio da Junta de Freguesia de S. Bartolomeu de Messines e Município de Silves.

Esta segunda edição do “Festival de Piratas” irá decorrer de 30 de julho a 5 de agosto, recriando uma “invasão dos piratas turcos”.

Os interessados em participar deverão apresentar a sua candidatura através do email: polisapoteose@gmail.com.

Onde Caga a Vaca, em Pêra

Volta a Pêra, no dia 12 de julho, o jogo “Onde Caga a Vaca?”. As regras são simples:

Serão Dançante na Sociedade de Messines

No dia 27 de junho, a Sociedade de Instrução e Recreio Messinense organiza um “Serão Dançante”, com a banda Kebramares.

O evento tem início às 21h e destina-se a angariar verbas para aquisição de novo equipamento para o bar da coletividade.

A entrada tem um custo de 5€ para sócios e 7,5€ para não sócios.

Orquestra Clássica em Silves

3ª Festa do Caracol em Messines

A União Desportiva Messinense organiza, nos dias 20 e 21 de junho, mais uma Festa do Caracol, no Jardim Municipal de S. Bartolomeu de Messines.

um custo de “5 bostas”. Ganha a vaca – esta real – o comprador do lote onde a vaca cagar.

No mesmo dia, há um programa com atividades variadas: um passeio equestre, com início às 10h ( inscrições com João Sousa 961068946); uma vacada e porco no espeto durante a tarde.

A organização é do GADAG- Grupo Aventura e Desporto Alcantarilha-Gare. Mais informações: Orlando Ponte 966211853.

O convite é para que os participantes, vestidos com peças de roupa branca, tragam comida e bebida e que em convívio façam uma refeição, animada com música. Haverá também uma largada de balões.

A participação é livre e aberta a todas as pessoas.

Festival Cultural Smack’15, em Armação de Pêra

Nos dias 4 e 5 de julho, Armação de Pêra será palco do Festival Cultural SMACK’15.

A iniciativa é promovida pela APEXA –

cada participante compra um lote de um terreno onde será laçada a vaca. O “lote” tem

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Prosseguindo o ciclo de música de câmara pela Orquestra Clássica do Sul, no dia 27 de junho, pelas 18h, a Igreja da Misericórdia de Silves recebe mais um espetáculo.

O evento é organizado pelo Município de Silves e Orquestra Clássica do Sul com Município de Silves.

O ingresso tem um custo de 5€.

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Informação Junho 2015

Sunset Secrets – Quintas do Castelo regressa em Julho “Depois do assinalável impacto e sucesso da primeira edição em 2014”, o Município de Silves volta a promover no Castelo de Silves o ciclo de eventos “Sunset Secrets Quintas do Castelo”.

Estas ações começarão a 2 de julho e finalizarão a 27 de agosto. Ocorrerão sempre às quintas-feiras, entre as 18h30 e as 23h.

“A world music, bem como outras sonoridades de fusão ligadas ao imaginário mediterrânico, a dança oriental e outras linguagens coreográficas, a poesia à mesa, as massagens de relaxamento gratuitas e ainda a promoção de produtos locais através de propostas gastronómicas que inovam e reinventam as tradições silvenses/algarvias são algumas das muitas propostas que serão feitas aos participantes” num espaço único e emblemático: o

Castelo - “marcado pela magia, segredo e misticismo que aí se respiram, pela imponência e força que o vermelho (grés) das suas muralhas transmite e pelas memórias feitas de luta, paixão, poesia, filosofia e música que os séculos guardaram e que não deixam ninguém indiferente”.

árabe, percussão e dança oriental] » 20.agosto | Cantus Firmus [piano, contrabaixo e violino] » 27.agosto | Grupo de Fados “Madragoa” [vozes, guitarra portuguesa e guitarra acústica]

O programa de concertos é o seguinte: » 02.julho | Genoveva Faísca trio [voz, piano e guitarra] » 09.julho | DesCaroÇaDos [acordeão, baixo e bateria] » 16.julho | Amar Guitarra & Betty M. [guitarra portuguesa, guitarra acústica e violino/voz] » 23.julho | Projeto “Flor de Sal” [voz/guitarra acústica, flautas de bisel/voz e percussão] » 30.julho | Eduardo Ramos Ensemble Moçárabe [voz/alaúde

A partir das 19h haverá massagens de relaxamento gratuitas pela terapeuta Lúcia Guerreiro e convidada. Os concertos iniciam-se às 19h30 e são compostos por duas partes. Durante o intervalo há uma demonstração gastronómica (inovação da tradição), feita pelo Café Castelo de Silves e pela Rota dos Vinhos do Algarve, sobre um produto do concelho, com destaque para o primeiro gin

de Silves, a cerveja artesanal de alfarroba, a laranja, os vinhos, os medronhos e os licores, entre outros, promovendo-se, ainda, a cataplana algarvia. No final do concerto há uma performance de dança orien-

tal e de fusão por Mónica Pereira.

Nos dias 6 e 13 de agosto, devido à realização da Feira Medieval, não haverá as atividades das “Quintas do Castelo”.

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Geral Junho 2015

Novos órgãos sociais do Silves Futebol Clube

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ealizou-se no dia 28 de Maio a Assembleia-Geral Ordinária do Silves Futebol Clube “que contou com um número assinalável de sócios, o que vem confirmar o excelente trabalho que foi desenvolvido nos últimos dois anos”.

Conforme a ordem de trabalhos, “foi apresentado o Relatório e Contas relativo ao ano 2014, aprovado por unanimidade e com um voto de louvor por parte do órgão do Conselho Fiscal”, informa o Clube.

Foi eleita a nova Direção para o Biénio 2015/2017, presidida por Tiago Leal, que revelou pretender “dar sequência ao que tem vindo a ser realizado no que concerne à estabilização financeira do Silves Futebol Clube, projetando-o com base em três pilares:

- Elaboração de um Plano Estratégico que defina as linhas mestras de posicionamento e objetivos a concretizar; - Valorização do património edificado existente; - Incremento da qualidade da prática desportiva”. Órgãos Sociais do Silves Futebol Clube Direção Presidente – Tiago Leal Vice- Presidente – Sérgio Costa Sequeira Vice- Presidente – Jorge Miguel Raposo Vice- Presidente- Nuno Silva Vice- Presidente- Paulo Ferreira Vice- Presidente- José Ricardo Matos Vice- Presidente- Hélder Nogueira Tesoureiro- Ricardo Nascimento Secretário Administrativo – Rui Oli-

veira Vogal – João Paulo Paes Vogal – Mariana Oliveira Vogal – Nuno Frieza Vogal – Cláudia Vila Nova Vogal – Carlos David Marques

Vogal – Nelson de Sousa Vogal – Maria de Fátima Duarte Vogal – Nuno Cabrita Vogal – Filipe Santos Assembleia Geral Presidente- João Encarnação Vice-Presidente – Manuel António Domingos Secretário- José Joaquim Santos

Os dirigentes do SFC Secretário- João Jóia Conselho Fiscal e Disciplinar Presidente – Dimas Monteiro

Vice- Presidente – António Calvário Secretário Relator – Vasco Grave Suplente – Fernando Santos Suplente – Rui Guerreiro

Eleitos novos Órgãos Sociais Parque de Campismo em S. Marcos da Serra do CF “Os Armacenenses” Entre os melhores da Europa No dia 3 de Junho foram eleitos os órgãos sociais do Clube de Futebol “Os Armacenenses” para os próximos dois anos.

“A única lista a sufrágio foi composta, quase na totalidade, pelos anteriores membros dos orgãos sociais, que conduziam os destinos do nosso Clube”, informa o mesmo.

Mesa da Assembleia Geral Presidente - Fernando Santiago Bernardo Vice-Presidente - João Manuel dos Reis Pina Secretário - José António Peixoto Nunes Direção Presidente - Carlos Fernando Silva Serol Vice-Presidente Fut. Sénior - Vitor Manuel Ramos Pimentel Vice-Presidente Fut. Juvenil - José António Calixto Aderneira Vice-Pres. Inst. Desportivas - Fernando Manuel M. Nascimento Secretário-Geral - Carlos Filipe

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Fernando Serol, de novo à frente do clube

Santos Henrique Gomes Secretário-Adjunto - Carlos Alberto Cabrita Palma Tesoureiro - José António Coelho Carvalheiro Tesoureiro-Adjunto - José Manuel Gomes Fernandes Vogal - Marco Filipe Lima Costa Vogal - José Fernandes Rodrigues Vogal - Manuel Miguel Moreira Conselho Fiscal Presidente - Vitorino José Sousa Costa Secretário - João Ricardo Pereira Relator - Jorge Paulo Neto Dias

Novos horários e preços nos comboios da CP

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partir do dia 14 de junho, entraram em vigor novos horários e novos preços nos comboios regionais e de longo curso.

Na maior parte dos casos as alterações de horários são mínimas, mas chama-se a atenção dos passageiros que pretendam usar o Intercidades para Lisboa, a diferença de hora é considerável ( das 10h25 em Messines para 9h02).

Segundo a CP haverá “ novos horários entre Lagos e Portimão”, bem como mais comboios no percurso de Faro/ Vila Real Sto António. Haverá também “melhores

ligações entre os comboios Alfa Pendulares, Intercidades e Regional, nas estações de Faro e Tunes.

O preço dos bilhetes nas “ligações de e para Lisboa” , a partir do Algarve, também foi alterado, havendo um ligeiro decréscimo.

No nosso site pode consultar a informação da CP.

parque de campismo “Quinta de Odelouca”, situado em S. Marcos da Serra, foi considerado um dos melhores da Europa, pelo editor de “Viagens” do jornal britânico The Guardian.

Os parques foram selecionados pelo critério dos “melhores parques que aliam o campismo à proximidade a lagos, rios e reservatórios” e dois portugueses entraram para a lista dos “melhores da Europa”: o Parque Quinta Odelouca, em S. Marcos da Serra e o Lima Escape, no Parque Nacional da Peneda Gerês.

Na lista do The Guardian constam ainda parques de campismo localizados em Espanha, França, Itália, Eslovénia, Suíça, Luxemburgo e Holanda.

O Parque de Campismo da Quinta de Odelouca localiza-se a sul de S. Marcos da Serra, junto à Ribeira de Odelouca, sendo acessível através do IC 1. Situado em plena natu-

reza dispõe de 25 lugares, “ entre a sombra das oliveiras, a fauna, nomeadamente as aves, e as flores silvestres”. A cerca de 30 quilómetros das praias do litoral, é apresentado como um espaço para quem “ama a tranquilidade”.

Em maio de 2013, o Terra Ruiva publicou uma entrevista com os proprietários deste parque, os ho-

landeses Thea e Bert, na qual estes falam sobre a “paciência, perseverança e energia” que tiveram de ter para ultrapassar as barreiras burocráticas para a instalação do Parque Quinta de Odelouca.

A entrevista, da autoria da nossa colaboradora Estela Louçã, pode ser lida no nosso site: http://www.imprensaregional.com.pt/terra_ruiva

Transporte à Comunidade suspenso

O

Transporte de Apoio à Comunidade foi suspenso pelo período de 15 de junho a 1 de setembro, o que está a causar algum descontentamento entre os habituais utentes deste serviço prestado por viaturas da Câmara Municipal de Silves.

A algumas pessoas terá chegado a informação de que o transporte seria interrompido por três meses, porque a “viatura necessitava de ir para a oficina e o motorista tinha de ir de férias”. Este descontentamento foi transmitido à redação do Terra Ruiva que questionou a vereadora do pelouro, Luísa Luís que nos confirmou parcialmente esta situação. Nas suas palavras, “houve efetivamente uma informação transmitida às Juntas de Freguesia de que este transporte estaria suspenso entre 15 de junho a 1 de setembro. Estamos a falar do autocarro de 27 lugares que faz

o circuito pelas freguesias”.

Esta situação deve-se, segundo a vereadora, “à falta de motoristas” na Câmara Municipal, sendo que esta entidade se viu obrigada a suspender o referido serviço, para conseguir garantir os transportes das crianças e jovens que participam no programa de Férias Super Fixe.

No entanto, a vereadora Luísa Luís afirmou que a Câmara Municipal está a tentar resolver a situação o mais rapidamente possível, com o objetivo de voltar a colocar a viatura do transporte de novo ao serviço das freguesias, antes do prazo apontado.

A vereadora aproveitou para esclarecer que esta situação nada tem a ver com a suspensão da Unidade Móvel de Saúde, que estará parada

no mês de agosto, como acontece todos os anos, para férias do enfermeiro.

O Transporte de Apoio à Comunidade “é um serviço prestado pela autarquia silvense há alguns anos e consiste no fornecimento de transporte gratuito para o Centro de Saúde e Extensões, dirigido à população do concelho que apresente dificuldades, quer ao nível de saúde, de mobilidade ou carência económica”, como se lê no site oficial da autarquia.

Atualmente são assegurados três circuitos: um para o Centro de Saúde de Silves e os restantes para as extensões de Alcantarilha e de S. Bartolomeu de Messines.

Sociedade Junho 2015

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Eduardo Ramos representou Portugal na 21ª edição do Festival de Fez

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músico, cantor e compositor silvense Eduardo Ramos foi o representante de Portugal na 21ª edição do Festival de Músicas Sagradas do Mundo, em Fez, Marrocos, que se realizou no dia 25 de maio.

Este Festival, fundado em 1994, é dedicado às tradições do conhecimento, arte e espiritualidade e foi designado, em 2001, pelas Nações Unidas como um dos grandes eventos que contribuem notavelmente para o diálogo entre as civilizações.

Na cidade de Fez, que foi durante muitos séculos a capital política e intelectual de Marrocos, o festival desenrolou-se durante uma semana, com atuações de músicos de mais de 30 países, que em seis palcos diferentes agregaram mais de

65 mil espetadores.

No programa oficial do cartaz, o músico português é apresentado como um “grande intérprete da música árabe” e um dos artistas mais conhecidos da música medieval ibérica do século XIII, e da música dos judeus sefarditas do Ocidente e Oriente.

Com uma carreira influenciada pela música tradicional portuguesa, bem como pela música rock e afro-jazz, Eduardo Ramos é também um grande especialista em alaúde, instrumento que toca há 18 anos, a partir de uma viagem que fez à Tunísia. Aí interessou-se pela música árabe “ que já se tocava na nossa terra desde o século XVIII”, no AlAndaluz.

Ao Terra Ruiva, Eduardo Ramos

No concerto, acompanhado por Baltazar Molina ( Foto de Carolina Ramos)

afirmou ter-se sentido orgulhoso por representar Portugal num evento desta dimensão. Quanto à sua participação, diz ter sido “fantásti-

ca” e considera muito gratificante ter atuado num festival tão notável, entre tantos músicos de diferentes países, num evento que promove o

Jovens acordeonistas de Tunes premiados Hernâni Cerqueira e Miguel Coelho

O

jovem acordeonista Hernâni Cerqueira, de 17 anos, natural de Tunes, foi o vencedor do 20º Troféu Nacional de Acordeão, na categoria Junior Varieté, e o vencedor, na mesma categoria, do 1º Concurso Internacional de Acordeão.

Nestas competições distinguiu-se também outro acordeonista de Tunes, Miguel Coelho, de 9 anos, que alcançou o 3.º prémio nacional e 4.º internacional, na categoria

de Iniciados.

Ambos os jovens são alunos do professor Nelson Conceição, um nome bem conhecido no nosso concelho, não só enquanto professor de vários alunos que se têm destacado a nível nacional e internacional, nos últimos anos, mas também como um grande virtuoso do acordeão, tendo participado em muitos espetáculos, e como mentor da Folequestra.

Estas provas decorreram integradas na 19ª Semana Internacional do

Acordeão que se realizou nos dias 29, 30 e 31 de maio, em Alcobaça.

De sublinhar que o Troféu Nacional de Acordeão é considerado o mais importante do País nesta área, e que o referido concurso internacional contou com a participação de jovens de Portugal, Espanha, Lituânia, Bósnia, Sérvia e China.

Nos concursos participaram 15 jovens do Algarve e Alentejo, alunos dos professores João Pereira e Nelson Conceição.

Exposição de Margarida Gomes na Biblioteca Municipal

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Biblioteca Municipal de Silves apresenta até dia 30 de junho a exposição “Corações Perdidos”, de Margarida Gomes.

Na exposição, inaugurada no dia 1 de junho, além de bijuteria, poderão ser apreciadas diversas peças criadas pela artesã, como os seus já famosos presépios, painéis de azulejos e outras que vem fazendo, desde Margarida Gomes ( ao centro, no lado direito) na que, em 1992, abriu o Ateinauguração da sua exposição lier “Roda Viva, Cerâmica ca Artística e Design Lda”, em 1992, em Artística e Design Lda”, no concelho de parceria com José António Rodrigues SiSilves. mões.

A entrada é livre.

Participou em várias mostras coletivas e tem conquistado diversos galardões, como Mais sobre Margarida Gomes o 1º Prémio Nacional de Artesanato CriaMargarida Gomes, residente em Silves, tivo, em 1991; e 1.º Prémio de Artesanato nasceu em Moçambique em 1962. FreModerno, em 1995. Em 2003, obtém o quentou a Escola de Artesanato de Lagoa Prémio de Artesanato Moderno - Algarve e o Centro de Formação das Caldas da -, com a peça “Afrodite, Jardim de Mar”, Rainha (CENCAL) tendo realizado dina FIA, em Lisboa. Em 2014, integra a 8ª versas formações em áreas como Técnicas Feira Nacional de Presépios da Confraria de Olaria e Serigrafia; Cerâmica Oriendo Caco, em Santo Tirso. tada; Mobiliário Urbano em Cerâmica; O seu trabalho tem sido revelado ao púCerâmica de Raku; Fusing; Joalharia blico, também, através de publicações ediContemporânea em Vidro; Joalharia e tadas pelo IEFP - Delegação Regional do Cerâmica; Esmalte sobre cobre Bijuteria Algarve como “Artesanato da região do em Tiffany.

Algarve” (2003) e “Rotas da Cerâmica: a Inaugurou o Atelier “Roda Viva, CerâmiSul do Tejo” (2014).

Exposição de Frederico Mendes Paula

Hernâni Cerqueira

Exposição de Cuca Fiadeiro

A

té 30 de junho, está exposta na Casa-Museu João de Deus, em S. Bartolomeu de Messines, a Exposição de Artes Plásticas, “Linha com Tinta Nua”, de Cuca Fiadeiro.

A exposição, inaugurada no dia 11 de junho, prolonga-se até 28 de agosto .

De referir que esta iniciativa está integrada no âmbito de a TEIA – V Bienal de Poesia de Silves que en-

Eduardo Ramos

diálogo inter-religioso através da música, encorajando uma cultura de paz e respeito pela ética e valores espirituais.

No dia 27 de junho, às 16h, será inaugurada uma Exposição Fotográfica “Portugal em Marrocos: um olhar sobre um património comum”, da autoria de Frederico Mendes Paula.

A exposição estará patente na Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica, até ao mês de agosto.

A organização é do Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves, com o apoio do Município de Silves, Associação de Estudos e Defesa do Património de Silves e Universidade Aberta.

ceta agora um período de suspensão de atividades, regressando em setembro.

Uma brevíssima biografia de Cuca Fiadeiro: Nasceu em Lisboa, em 1957.

Participou, ocasionalmente, em Exposições Coletivas.

O trabalho da Cuca prefere circular pelo correio postal tradicional e/ou em T-Shirts pintadas à mão.

Frederico Mendes Paula Licenciado em Arquitetura, em 1981. Frequentou o curso de Árabe Clássico e Cultura Muçulmana da Universidade Nova de Lisboa.

Frequentou o curso de Oficina Gráfica, AR.CO, Centro de Arte e Comunicação Visual de Lisboa.

Membro da Ordem dos Arquitetos; Membro da Direção e Sócio-fundador do Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves; Membro da Fundação Al-Idrisi Hispano-Marroquí; Membro do Conselho de Curadores dos Centros Históricos Portugueses; Presidente do Juri do Prémio Nacional de Arquitetura Alexandre Herculano.

Distinguido com o “Prémio Memória e Identidade” da Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico em 2014; e com o “Prémio Gulbenkian para a Valorização do Património”, em 2003 e 1997.

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Opinião Junho 2015

Até que a voz me doa

Luísa Anselmo

Jornal

N

este período em que homenageamos os quinze anos de existência do nosso Terra Ruiva, falemos do “Jornal” em geral. Dizem que teve o seu primeiro gritito no ano 59 a.C, nas chamadas Actas Diurnas, que Júlio César mandaria fixar no Forum, todos dias, dando ao conhecimento geral os acontecimentos importantes que ocorressem no seu Império, vitórias militares, discursos dos tribunos, incêndios, espetáculos, nascimentos, casamentos, óbitos. E que essas Actas Diurnas já apresentavam as caraterísticas do

Opacidades e Copos de Cristal

António Guerreiro

Os pobres não se querem sossegados

F

ico irrequieto quando tenho fome. Com a generalidade das outras pessoas acontece o mesmo, penso eu, mesmo que a irrequietude assuma outros estados de desassossego. Numa das duas vezes que fui à Expo de Sevilha, no já longínquo ano de noventa e dois, aquando das comemorações

Partilhas

Susana Amador

A reinvenção da violência

A

s épocas de crise transportam consigo uma maior violência, seja entre jovens, entre casais, ou nas simples relações sociais. A tensão tende a aumentar entre as pessoas, afectando o tipo de relação entre as mesmas.

Os casos de violência doméstica tiveram aumentos significativos nos últimos anos, dando lugar a inúmeras campanhas de alerta e consciencialização.

Entretanto, recentemente, assistiu-se ao surgimento de outros casos

Jornalismo, do jornal futuro, seja a periodicidade, a atualidade, a variedade.

Mas o Jornal só adquiriu expansão, com essas caraterísticas, muitos anos depois, lá pelo século XV, após a invenção da imprensa, a utilização do papel, a instalação da mala-posta na Europa. Sim, muito lenta é a evolução humana, provavelmente, porque é sempre refreada pelos velhos e obscuros interesses instalados, e impostos por gerações.

E foi só no Romantismo que o Jornal adquiriu a sua fisionomia própria, tanto ao serviço do político, como do social e do cultural. Foi sempre acompanhado pelo progresso dos meios de comunicação: telegrafo, telefone, comunicação por telex em telegrafia sem fios; comunicações através do satélite artificial, o computador, a internet.

Crê-se que o primeiro jornal europeu surgiu em Praga, em 1597,

e em Portugal, uns dizem que foi a Gazeta em 1641, outros que foi Relações, de Manuel Severim de Faria, quinze anos antes. Surgiram jornais noticiosos (informativos) e os formativos (de opinião, políticos, religiosos). Ao seu lado, começou a impor-se a publicidade. Daí começou a expandir-se e, agora, até é arrasante a vozearia mercantilista. Nos fins do século XIX e princípios do XX, os nossos grandes escritores da época, Eça de Queirós, Fialho de Almeida, Agostinho de Campos, Aquilino Ribeiro, e vários outros, deram boa colaboração jornalística com suas opiniões, em crónicas, gazetas, folhetins.

Nem só os jornais ecoam a voz mercantilista ou política verdadeira ou falsa, todos os meios de comunicação não estão salvos do contágio, até porque têm muitas dificuldades económicas, a crise está cada vez mais a provocar a

nossa degradação, a nossa desvalorização como povo… E de tal maneira domina o medo que se evita publicar as noticias que desagradem ao poder instituído, defensor de sistemas caducos e em perigo de acabarem de vez porque são contra natura. Assim, com muito maus olhos vêm “coisas” que se realizam por aí, de novidade, ao serviço do respeito pelo ser humano. Por exemplo, na minha última crónica, falei-vos surpreendida e encantada com a obra de Bunker Roy. Agora, indicaram-me um livro de Luís Sepúlveda e de Carlo Petrini, “ Uma Ideia de Felicidade” e de novo fico surpreendida e encantada, pelo respeito, e solidariedade, no desenvolvimento humano que se está tentando na América Latina; pela experiência do movimento Slow Foot, na Favela Orgânica; pela experiência de alfabetização de Luís Sepúlveda, sua a afirmação, tão a propósito, de que o direi-

to ao trabalho é um direito universal que inclui o direito ao prazer, e que pertence a todo e qualquer ser humano. Até com pequenas coisas, diz Sepúlveda, mais ou menos: O prazer de tranquilamente passear pelas ruas, no fim da tarde, com a certeza, de que tem um bom jantar, reconfortante, à espera.

E, ontem, no programa “5 para a meia- noite”, do canal 1, o António Vitorino de Almeida disse que apresentou uma proposta para que sejam levados concertos a todos os bairros de Lisboa. Pressinto que tudo isso são sinais de nova época. Historicamente, sabemos que, quando a degradação de qualquer sociedade humana atinge alto grau de decadência, a natureza ou qualquer homem novo e limpo provoca a mudança, necessariamente, coadjuvado pela maioria despertada.

dos quinhentos anos do achamento das américas, um dos meus amigos, que por sinal fala muito, com braços e tudo, como se parodia os italianos, levou toda a viagem entre Silves e Sevilha calado, em quase total silêncio. O seu único problema era a fome. Após degustar tapas y cañas, já no recinto da feira, nunca mais se calou. O meu amigo voltou ao seu estado normal, o de falador e de gesticulador.

ralheira), palavras associadas às cinzas (Cinderela) e ao borralho (Borralheira). Como dizia eu, estava com fome e a cada momento da conversa, avisava o interlocutor que tinha de ir jantar. O referido colocutor dizia-me que eu não ia morrer se não comesse naquele momento e tinha razão. Não morri, mas fiquei desgostoso por não ter jantado naquela noite. A fome é um problema e quando temos fome, nem pobres somos.

é sossegar os pobres e torná-los apresentáveis em higiene e saúde.

Com os pobres sossegados ficamos todos mais protegidos e as instituições, tal e qual as idealizamos, continuam em segurança. Imaginem o que seria se um numeroso grupo de pobres encardidos e esfomeados, numa exaltação revolucionária, exigisse o nosso pão por inteiro, em vez da côdea que lhe damos de boa vontade e com elevado espírito cristão.

Mas matar a fome aos pobres, com recurso à caridade de um pacote de arroz e uma lata de atum (ingredientes base para uma receita à chef) é manifestamente insuficiente. A esperança desta dádiva (muito na linha das missões religiosas)

A mim parece-me que os pobres não devem ficar sossegados em torno de um prato cozinhado num dos incontáveis concursos de chefs, mas devem (devemos todos) ter consciência que as verdadeiras mudanças na sociedade cicatrizam

de um conjunto de políticas promotoras da mobilidade económica, social e cultural das pessoas, especialmente dos mais pobres. São estas políticas de educação social que arrancam os pobres à pobreza, é uma escola pública universal de elevada qualidade científica e pedagógica (não verificável pela diarreia de exames) que promove a mobilidade social e cultural. São verdadeiras políticas de emprego que abrigam das ruas os pobres, tornando-os mais desassossegados com estas políticas de empobrecimento da população e de misericórdia aos domingos num qualquer estabelecimento comercial.

desmedida da polícia para com os manifestantes, terminam envoltos em mistério, e sem nunca se chegar a saber a verdadeira natureza dos acontecimentos.

A diferença do caso de Guimarães, para os restantes, é que este foi filmado e, posteriormente, divulgado, não existindo lugar para equívocos.

Num mundo em que a informação é partilhada à velocidade de um clique, reinventou-se a forma de fazer notícias. Todos sabemos que, hoje em dia, a divulgação e a partilha tornaram-se armas poderosas, como prova da realidade.

Foi exactamente essa divulgação e partilha, principalmente em redes sociais, que aconteceu com o vídeo dos jovens da Figueira da Foz. Neste vídeo, aparecem cerca de quatro jovens a espancar um outro, naquilo que me parece um “jogo” de afirmação entre pares. Mais uma vez, o que faz este caso ser

diferente dos tantos que se passam nas escolas, e que acabam por não ter voz, é que este foi partilhado centenas de vezes em redes sociais, levando a uma enorme mediatização, tanto à volta do sucedido como dos próprios intervenientes.

Foram criadas páginas de apoio aos jovens envolvidos, conduzindo a manifestações violentas contra a própria violência que se vê no vídeo. É, sem dúvida, difícil analisar, com distanciamento e sobriedade, um vídeo que é muito chocante, mas não passa de uma contradição e hipocrisia fazê-lo criando uma bola de neve de mais violência, sem pensar em soluções concretas que

A fome é um problema, apesar da sua dimensão psicológica. Ainda não há muito tempo, fui, por volta da hora de jantar, naturalmente sem janta, falar com uma pessoa, numa conversa que se prolongou pela noite, quase até à hora da Cinderela (para alguns Gata Borque ganharam grande mediatismo e atenção, tanto devido ao seu grau de violência como devido aos seus intervenientes. Falo, pois, de duas situações específicas: o que se passou durante os festejos da vitória do campeonato pelo Benfica, e o vídeo de bullying entre os jovens da Figueira da Foz. O que sucedeu depois da vitória do Benfica, em Guimarães, onde um homem foi espancado pela polícia, em frente aos seus dois filhos menores, trata-se, a meu ver, de um certo abuso de poder da parte dos agentes intervenientes. E, infelizmente, este não é um caso assim tão isolado como se possa pensar.

Basta tomar como exemplo, o que sucede em certas manifestações que terminam com desacatos entre a polícia e os manifestantes. Nestas situações os ânimos tendem a estar mais exaltados, mas é curioso como alguns casos de violência

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eliminem o problema.

A sociedade tende a analisar problemas desta magnitude com um falso moralismo, não sendo capaz de analisar a própria conduta enquanto indivíduos. Ao mesmo tempo que a partilha e divulgação destes actos ajudam a clarificar os acontecimentos, assiste-se a uma banalização da violência, vista de ânimo leve, mediatizada, partilhada milhares de vezes com pouco discernimento.

Hoje em dia, mudou a forma como vemos e interpretamos casos de violência. Passivamente, comemos guerras ao jantar.

Sociedade Junho 2015

Partilhas

Helena Pinto

Dor Física e Dor Emocional

V

amos retomar nesta edição o tema da DOR, uma vez que este foi um tema que suscitou o interesse de vários leitores.

Como referimos na nossa última conversa sobre o tema (edição de Março), a dor é um processo complexo e pode ser dividida em dois níveis: aguda e crónica. A dor aguda é limitada no tempo e dura o suficiente para que cura começar, normalmente entre 24h a 10 dias.

Avisa-nos de um ferimento ou lesão nos tecidos. Está associada a um trauma físico. A dor crónica dura mais tempo que a dor aguda

e é causada por um leque variado de fatores.

Sugiro que reflita sobre algumas questões que poderão ajudar na compreensão da presença e dos efeitos da dor na sua vida. Como apareceu a dor na sua vida? Em que momento ela passou a ser limitadora? O que trouxe a dor para a sua vida? O que fez à sua vida? Que limitações lhe trouxe? O que tem feito para lidar com ela?

Nunca deve pensar que foi escolhido para sofrer. A dor física ou a dor emocional apareceram por alguma razão na sua vida e demoram o seu tempo a desaparecer de acordo com os fatores que a originaram, e tal como na dor física é necessário encontrar a cura mais eficaz, também na dor emocional isso acontece. Contudo, partimos sempre de um bom diagnóstico, e muitas vezes não se identificam logo à partida as causas, e andamos por caminhos de cura que não são os melhores, também porque muitas vezes não queremos aceitar

as verdadeiras razões que estão por de trás da dor emocional.

Recordo, como referido no artigo anterior, que a Dor, como a febre, é um sintoma, é um componente importante e necessário da experiência humana. No processo evolutivo funciona como uma forma avançada de sobrevivência.

Em termos biológicos, a dor é um sinal de que o corpo está ferido, em termos psicológicos, é o resultado de um sofrimento emocional; em termos de comportamento, a dor altera a forma como a pessoa de comporta e age; em termos cognitivos, a dor leva-nos a pensar no seu significado, na sua causa, e possíveis tratamentos; espiritualmente, a dor recorda-nos que somos mortais; culturalmente, a dor tem sido usada para testar a força e resistência das pessoas ou para as tornar submissas.

A dor física tem componentes biológicos e psicológicos distintos que efetivamente representam o

estímulo e a resposta. A biologia da dor é o sinal transmitido através do sistema nervoso central que “algo está errado.” A psicologia da dor é a interpretação ou o significado que damos a esse sinal de dor, o discurso interno e crenças internas sobre o assunto, que, em seguida, dirige as nossas reações emocionais. O sofrimento resulta de respostas psicológicas e emocionais à dor.

As facetas biológicas e psicológicas da dor combinam-se para orientar a grande maioria dos nossos recursos internos para a deteção do perigo (real ou imaginado), fazendo soar um alarme contínuo e angustiante que pode levar ao sofrimento. Entre o estímulo que provoca dor emocional e a forma como respondemos à nossa perceção criada, reside a nossa oportunidade de resposta. Isto quer dizer que perante o sentimento de dor emocional (que pode ser pontual e transitório), não temos necessariamente que transformálo em sofrimento. A forma como

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respondemos à dor emocional ou física, o enquadramento e atitude que decidimos ter, pode conduzirnos à vitimização e consequente sofrimento, ou à capacitação, ao desenvolvimento de estratégias para lidar com a dor e conseguir atingir o bem-estar.

Aqui ficam mais algumas ideias sobre as questões relacionadas com a DOR. No próximo Terra Ruiva, continuaremos a conversar sobre o tema. Até lá Partilhe as suas opiniões experiencias: helenamapinto@gmail. com “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.”

-Carlos Drummond de Andrade

“Consumir Local” em Silves Primeira ação foi nos Amigos dos Pequeninos

A

primeira ação do projeto de Design Social e Cooperativo, “Consumir local” chamou-se “Da Semente à Banca” e aconteceu no dia 8 de junho, na instituição Amigos dos Pequeninos de Silves.

Foi promovida uma sessão educativa, com jogos, e com um minimercado de produtores, com muita interação e demonstrações de alegria que demonstram como o design pode ser um motor comunitário.

Este Projeto “Consumir local” surge no âmbito do mestrado em Design de Comunicação para Turismo e Cultura da Universidade do Algarve. Consiste num conjunto de ações de sensibilização sobre opções de consumo e sobre

consumo local; e tem como área de incidência o Mercado Municipal de Silves.

Os produtores locais de hortícolas, doçaria e plantas deslocaram-se aos Amigos dos Pequeninos de Silves para realizar, em conjunto com crianças do pré-escolar, um minimercado. O ambiente foi festivo e a comunidade (educativa, pais, produtores, visitantes) reuniu-se em torno de questões que repercutem-se em diferentes realidades do nosso quotidiano. O que comemos de onde vem? Será que todas as ervilhas têm o mesmo sabor?

Explicou-se às crianças as vantagens do consumo local através de

Teatro Sénior em Messines e Armação de Pêra

N

o dia 11 de julho, o Grupo de Teatro Sénior de Messines apresenta a peça “ Hoje é sábado” na Sociedade de Instrução e Recreio Messinense, pelas 21h.

Este grupo formou-se no ano passado, através do projeto de Teatro Sénior criado pela Câmara Municipal, e com o sucesso da experiência decidiram continuar, com o apoio da autarquia e da presidente

do Grupo de Teatro Penedo Grande, Lisete Martins.

O texto é da autoria de Etelvina, membro do grupo, com os contributos dos restantes membros.

Fruto da mesma experiência, também em Armação de Pêra, o “bichinho” do teatro continua nos elementos que constituem o Grupo de Teatro Sénior que, no dia 6 de junho, apresentou a peça “ Ó Armação, lindo berço de saudade”,

jogos sobre a produção e comercialização de bens de produção local.

os hortícolas da época fizeram a delícia de todas as crianças. Já os pais tiveram a oportunidade de adquirir produtos frescos locais, num contexto inesperado, e verificar por si as vantagens destes produtos. Esta ação pretendeu demonstrar, através de uma perspetiva diferente, as relações que existem entre o que consumimos e o que é produzido; e como estes bens chegam aos nossos lares.

Uma das bancas com produtos locais Partilhar com a sociedade as particularidades dos produOs educandos de duas salas dos 5 tos locais, cheios de significados, anos de idade colocaram-se atrás colocando em evidência algumas das bancas, transfigurando-se em das problemáticas da falta de valovendedores. Os folares, os caracóis, rização cultural do nosso território a laranja, as plantas aromáticas, e dalguns dos seus bens culturais,

com texto e encenação de José Armando Vieira.

O espetáculo realizou-se no salão do Clube de Futebol “Os Armacenenses” e contou com a participação especial da acordeonista Madalena Roque.

A iniciativa teve o apoio da Junta de Freguesia de Armação de Pêra e do Clube de Futebol “Os Armacenenses”.

foi outro dos objetivos.

O design de comunicação surge aqui como ferramenta estratégica e como meio de colocar em evidência estas questões, permitindo, pela sua multidisciplinaridade, que ações como esta explorem as dinâmicas do território e das comunidades, evidenciando valores e caraterísticas organolépticas, culturais e sociais.

Mais informações em https:// www.facebook.com/Consumirlocal .

Alexandra Santos

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José Manuel Lima Cabrita SÓCIO-GERENTE

FARO – Rua Aboim Ascensão, 34 – telef.: 289 894 400 / 4 – Fax: 289 894 401 FARO – Av. 5 de Outubro, 16 – telef.: 289 894 410 MESSINES – Rua Heróis de Mucaba, 28 – telef.: 282 333 300 / 282 333 305–Fax:282 333 309 QUARTEIRA – Av. Mota Pinto, 8 – telef.: 289 389 526

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História

Junho 2015

Palavra puxa Palavra

Teodomiro Neto

Constança Lamas

C

ONSTANÇA LAMAS foi uma mulher que marcou o antes e o depois da minha geração. Foi contínua na escola, nos dois graus, em que todas a tratavam, respeitosamente, por Senhora Constança.

Vamos situar o período desta narrativa: estávamos no fim da Segunda Grande Guerra Mundial.

O Povo de São Bartolomeu de Messines seria um quinto do que é no presente. Ainda não se abriram os cafés. Ao contrário, as tabernas eram o centro das gentes que trabalhavam nos seus vários ofícios: pedreiros, carpinteiros, abegões, ferreiros e ferradores, barbeiros e alfaiates, sapateiros, corticeiros, caiadores e pouco mais.

O comércio (e os seus caixeirinhos) era a classe mais invejada pelas jovens filhas desses artesãos, já que os saídos da escola primeira não eram aceites pelos proprietários – comerciantes. Era considerada uma forma mais segura e de confiança, vindo jovens de fora, numa economia mais onerosa.

Dois médicos: o Mexia e o Cabrita, este da Casa do Povo ( instituição criada pelo Estado Novo), eram os senhores da medicina, sem dúvida a classe respeitada. O Prior mantinha o poder espiritual, muito ligado à situação do Estado Novo; a população operária e familiar pouco ou nada frequentava a Igreja. Ainda outro “mundo”, o dos agricultores, os senhores da terra: Neutel, Figueiredos, Cabritas, entre os pequenos agricultores que mantinham os produtos agrícolas frescos e de mais acesso ao mercado semanal, vendidos em praça aberta, no limítrofe da Matriz.

Os funcionários públicos, uma família muito reduzida: professoras primárias e do correio, o regedor ( responsável político do sistema), um contratado a horas para o serviço civil, o médico da Casa do Povo, seriam a “casta” privilegiada de profissionais mais segura das suas mensalidades. É aqui que entra a D. Constança, também ela no restrito sector do funcionalismo público da terra. Lembramos que as mulheres portuguesas só entraram no funcionalismo público, em 1911, após a fundação da República.

A senhora Constança irá ter um papel social no funcionamento alimentar dos alunos muito carentes da terra e seu limítrofe.

A escola em que ela servia; graus feminino e masculino, tinha à sua responsabilidade, além das funções de apoio às professoras, sobretudo, a de alimentar as crianças mais pobres da freguesia.

As escolas eram muito reduzidas no espaço da Freguesia, assim, na periferia de alguns quilómetros,

a escola do Povo recebia essas crianças. A Senhora Constança era o que se poderia chamar, popularmente, uma Irmã de Calcutá, de cariz social?

Na Senhora Constança, essa conduta de vida e de entrega, foi uma capacidade, não de transcendência, mas de um propósito condicional que o tempo, as circunstâncias se lhe formaram nessa exigência. É esta a minha leitura de análise psicológica de uma mulher do seu tempo e para o tempo.

Messines, na sua classe de gente de trabalho à jorna, vivia muito fragilizada… Os filhos, plagiando as palavras sentenciosas do Papa Francisco, vinham ao mundo como coelhinhos, e criados nessa condição de tudo faltar. Ora, a escola da Senhora Constança estava, por sua iniciativa, nessa responsabilidade de fornecer uma refeição, ao meio dia, de segunda a sexta-feira. E era aí que a Contínua, não sendo mãe ( apesar de mulher casada), ganhou uma responsabilidade em angariar alimentos para que não faltasse uma fraca refeição às três dezenas, ou pouco mais, aos alunos carentes, que chegavam à escola em jejum.

Ela esperava-os, pela manhã, antes do início das aulas, numa chaleira de café, adoçada com um pouco de mel e um naco de pão besuntado de banha. O açúcar era um luxo de contrabando, na sua frase dita e redita: Despachem-se, as senhoras professoras estão a chegar. E a mesma tigela corria de boca em boca, nessas manhãs de má memória.

Como seria possível, num tempo de guerra e após guerra, em que os alimentos eram racionados, em filas, às portas do padeiro ( o sr.

Ferreira), que se iniciavam pela madrugada, de senha em punho, nas cem gramas por pessoa? Um pão negro, em misturas de cevada, alfarroba e pouco trigo, que esse era para se exportar no crescer da economia financeira do Estado.

As barras de ouro, com a suástica que Hitler pagava ao duplo admirador neutral…

As nossas mães, as nossas irmãs mais velhas, assim o faziam. Nada é ficção, iam pela madrugada, para as filas da nossa urbanidade e rural!

Vamos aos fornecedores da cantina escolar: Era um grupo de alguns comerciantes com João António Mendes, um messinense, homem culto e vanguardista, a tia Filomena Fontaínhas, no seu duplo comércio de mercearias e de talho, e um agricultor do Monte do Boi, que fornecia lenha para a cozinha. Esse era o conhecimento que a senhora Constança passava à prima, que era a minha Mãe.

Sem horário, a Contínua começava pelas cinco horas da manhã, a preparar o fogo e a panela, para que tudo estivesse pronto na hora certa, ao meio-dia.

Mulher marcante, combativa, de loja em loja, pedinchona, persistente, chata. O seu mundo foram as crianças marcadas por um período de todos os males da nossa terra, no nosso país.

Reviver o Passado

Poemas Excerto Poético-teatral

Aurélio Nuno

“Casas e Montes da Serra – entre as estremas do Alentejo e do Algarve” motivam estudo arquitetónico publicado em livro

F

oi recentemente publicado um importante e minucioso estudo sobre a habitação na serra algarvia, em concreto sobre a evolução da casa na serra do Caldeirão, compreendida entre o Guadiana e a portela de São Marcos da Serra – São Bartolomeu de Messines (vertente ocidental).

Intitulada “Casas e Montes da Serra – entre as estremas do Alentejo e do Algarve: formas, processo e escala no estudo da arquitetura vernacular”, a obra é da autoria do arquiteto e professor da Universidade do Algarve, Miguel Reimão Costa.

A publicação constitui a tese de Doutoramento do autor, apresentada à Universidade do Porto em 2009. Dividida em três partes, principia por “A serra e as serras”, onde é feita uma caraterização do espaço e da área de estudo. Segue-se “A casa e as casas”, onde é analisada a casa enquanto construção elementar, a sua evolução, bem como a organização e composição (a casa de fora, de dentro, do fogo e dependências), desde as mais humildes à casa do lavrador. Os materiais e tipologias de construção são também estudados, bem como a execução do pavimento, paredes, cobertura, chaminés, até ao espaço exterior, concretamente a construção de fornos e fornalhas.

A terceira e última parte intitula-se “O monte e os montes”, com destaque para o lugar e história do monte, a transformação dos assentamentos, a evocação dos montes colmados, entre outros aspetos, como as alterações nas habitações motivadas pela guerra civil de 1833 e a subsequente guerrilha do Remechido. É também analisada a relação com os montes em volta,

(…) e o ser-eterno debruçou-se sobre O homem e perguntou-lhe: – Quem és tu?

– Sou o homem do barro divino, Dos caminhos da laje escura…

– Sou o homem do destino Que nunca achou o que procura…

– Sou o homem vão e degradado C’o a desgraça traçada no seio da mão…

– Sou o homem demente, o variado, Mendigando a alma…submetida à ilusão… (…) – quem foste tu? – Perguntoulhe O ser-eterno:

nas diferentes subunidades da serra: o Baixo Guadiana, os montes do rio e os montes das achadas; a Vertente Ocidental e os montes da serra fragosa; a Serra de Tavira e os montes dos limites; a Serra Alta e os montes da aldeia de Cachopo e a Serra Alta e os montes da estrada.

Em anexo são ainda transcritos alguns dos testemunhos mais relevantes que o autor recolheu junto dos habitantes na área em estudo, entre os quais o de José Palma Martins, do Zebro de Cima; Noémia Rodrigues, do Pereiro Alto; Hortense Maria Guerreiro, do Zebro de Baixo; e Mário Rodrigues, de Vale da Velha, todos na freguesia de São Bartolomeu de Messines.

Profusamente ilustrado, o livro apresenta plantas das habitações e aglomerados estudados, ostentando na capa uma fotografia do monte do Pereiro Alto, freguesia de S. B. Messines. A obra, com 495 páginas, foi publicada pela Edições Afrontamento.

– Eu fui o homem eterno e dividido Desfeitos os sonhos e o Amor…

– Fui homem – de ser homem demitido – Agora o já não sou – apenas dor… apenas dor…

Luís Carlos Vicente Ramos

MEU AMOR, até logo A nossa cama Amor Está vazia sem ti Acordo para te abraçar E no teu lugar A morte Triste vida futura A minha, meu querido Por que tu me deixaste Sem aviso Sem um beijo Levaste a minha alegria O tempo que passamos juntos Foi bom Foi muito bom Não esqueças que te adoro Que sempre gostei de ti E tu de mim, eu sei MEU AMOR, até logo

(Mili) 16.05.15

A g o r a o Te r r a R u i v a também está d i s p o n íve l na Internet

w w w.imprensaregional.com.pt/terra_ruiva

Sociedade Junho 2015

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Exposição sobre a “Fortaleza de Armação de Pêra, nos Paços do Concelho A Fortaleza de Armação de Pêra é o tema da Exposição do Arquivo Municipal de Silves que pode ser vista nos Paços do Concelho, até ao final de junho. A exposição é acompanhada por fotos e vários documentos alusivos.

(A versão aqui publicada foi sujeita a vários cortes e supressão de fotos. A versão integral será publicada na nosso site.)

Fortaleza de Armação de Pêra

A

Vila de Armação de Pêra, com 4867 habitantes (Censos de 2011), fica situada na foz da ribeira de Alcantarilha.

A primeira referência escrita conhecida remonta a 1577, na obra “Corografia do reino do Algarve”, de Frei João de São José : «Pera é um lugar junto de Alcantarilha, não longe do mar. [ ]. Faz o mar defronte dela ua fermosa praia da banda do sul, na qual está ua armação de atuns que se chama a armação de Pera.»

Como o próprio nome sugere, a origem de Armação de Pera prende-se com a existência de armações de pesca do atum, perto da Baía de Pera, fixando-se aí uma pequena comunidade de pescadores, oriundos de Pera e Alcantarilha.

Devido à sua localização, junto à costa, a comunidade vivia em per-

remontando ao tempo de D. João III, período durante o qual se construíram muitas das fortalezas costeiras do Algarve.

Outros autores defendem que, durante o século XVII a família de apelido Galego, de origem andaluza e residente na freguesia de Pera, que se notabilizou na luta contra a pirataria que assolava a costa, será a responsável pela iniciativa da construção da fortaleza com o propósito de proteger as suas armações. A fortaleza foi governada, de 1660 a 1723, por três gerações pertencentes a esta família Galego, avô, filho e neto, todos de nome João Galego.

Planta da Fortaleza de Santo António de Pera “Mapa da Configuração de Todas as Praças, Fortalezas e Baterias do Reino do Algarve” desenhada pelo Tenente Coronel Eng.º José de Sande Vasconcelos (entre 1784 e 1790)

manente insegurança, exposta aos frequentes assaltos e desembarques dos piratas magrebinos, vindos do Norte de África, que saqueavam as armações de pesca e as populações.

Para uma melhor defesa do local e proteção dos habitantes era necessário dispor de uma fortaleza ou forte. É neste contexto que surge a Fortaleza de Armação de Pera ou Forte de Santo António da Pedra da Galé, como, também, era conhecido.

Muito pouco se sabe acerca desta fortificação. Alguns autores defendem que foi edificado ao longo de três fases fundamentais. A primeira data apontada para a sua construção é a de 1571,

A segunda fase apontada como a de construção da fortaleza data dos

anos de 1660-1667, praticamente um século depois. A sustentar esta teoria encontra-se, na fachada Norte, um pórtico de arco de volta perfeita (que serve de entrada para a fortaleza), coroado pela Pedra de Armas, e por baixo do escudo real acha-se gravada a data de 1667, que, presumivelmente, indica a conclusão das obras de construção deste monumento.

A outra fase data do reinado de D. João V, por volta de 1720, altura em que foi erguida uma pequena capela no recinto fortificado, a Capela de Santo António, em evocação ao padroeiro do forte, também conhecida como Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, numa clara alusão à proteção das populações piscatórias.

Esta capela é um modesto templo de nave única e planta retangular.

Desprovida de rasgos decorativos assinaláveis a pequena igreja tem uma forte importância religiosa.

O terramoto de 1 de novembro de 1755 provocou uma enorme devastação em Armação de Pera sobretudo devido ao maremoto que instigou enormes estragos na fortaleza, que foi reconstruida prontamente.

A Fortaleza de Armação de Pera é um imóvel de arquitetura militar, fortificação de estilo abaluartada, construída em alvenaria de pedra, argamassa de consolidação e reboco, sobre a falésia. A Sul, sobre a areia da praia, implanta-se um muro irregular, levemente facetado, que é a plataforma da artilharia, orientada ao mar, cuja configuração define uma pouco pronun-

ciada estrela de cinco pontas.

Ao abrigo da defesa proporcionada pelo forte, Armação de Pera deixa, a pouco e pouco, de ser um aglomerado de cabanas para se transformar numa aldeia de casas de alvenaria, com edificação de alguns chalés de bom gosto arquitetónico.

Além desta designação, a Fortaleza e a aldeia tiveram vários nomes como Pêra de Baixo, Armação de Baixo, Pêra da Armação, Santo António da Pedra da Galé e Santo António de Pêra.

Em 1841, Armação de Pêra surge já como um destino balnear “pois concorrem aqui muitas pessoas a tomar banhos de mar”.

A 10 de abril de 1933, a aldeia de Armação de Pera é desanexada da freguesia de Alcantarilha e elevada a sede de freguesia. Cinquenta e oito anos depois, a 16 de agosto de 1991, é promovida à categoria de vila.

Em 1923, dá-se a criação da Comissão de Iniciativa e Turismo de Armação de Pera, (mais tarde Junta de Turismo de Armação de Pera, extinta em 1970 com a criação da Região de Turismo do Algarve).

Com o turismo Armação de Pera beneficia de um desenvolvimento considerável, reconhecida como uma das melhores estâncias balneares do algarve, e a velha fortaleza torna-se ainda mais um símbolo da localidade.

O logradoiro público da Fortaleza esteve, entre 20 de março de 1940 e 17 de julho de 1958 (data que passou para a Direção Geral da Fazenda Pública) ao cuidado do

Comando Geral da Guarda Fiscal.

Em 1970, o mesmo Comando Geral volta a solicitar essa jurisdição.

Esta cedência foi-lhe concedida, servindo de posto à Guarda Fiscal o edifício retangular de um só piso, que se encontra no interior do recinto.

Em junho de 1973 “foi determinada a classificação como imóvel de interesse público da Fortaleza de Armação de Pera”. No entanto, só em 1975 se iniciou o processo da sua classificação.

A Fortaleza de Armação de Pera é classificada como imóvel de interesse público, a de 12 de setembro de 1978.

A Fortaleza de Armação, construída à beira mar, sobre o areal da praia, para defesa da costa, é um imóvel de grande importância para a história de Armação de Pera e símbolo desta vila, que nasceu à volta da mesma. Na verdade ela constitui o núcleo genético do aglomerado urbano, e é nos nossos dias um dos miradouros mais concorridos e apreciados do litoral algarvio.

Bibliografia COSTA, Alexandre, et al., 1755 Terramoto no Algarve, Centro Ciência Viva do Algarve, Faro, 2005 IANTT (1758) Dicionário Geográfico de Portugal, Freguesia de Alcantarilha [PT/TT/ MPRQ/1/81] MAGALHÃES, Natércia, Algarve – Castelos, Cercas e Fortalezas (As Muralhas como Património Histórico), Letras Várias, 1.ª edição, Faro, 2008

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Geral

Agenda Junho 2015

Feiras e Mercados

Eventos Exposições Exposição “O bairro J.J. Duarte” - Nos Paços do Concelho, até 31 de maio. De segunda a sexta feira das 9h às 17h.

Exposição “No caminho do Lince Ibérico”, no Castelo de Silves, diariamente das 9h às 17h.

Exposição Internacional de Cartoon – Na Sociedade de Instrução e Recreio Messinense, até dia 13 de junho, diariamente ( exceto às segundas feiras) Exposição de retrato a óleo – De Manuela Craveirinha, na Biblioteca Municipal de Silves, até 30 de maio. De segunda a sexta feira das 10h às 18h30; sábado, das 14h às 18h30.

Exposição “ Segredos - De Chi Pardelinha, na Casa Museu João de Deus, até ao dia 6 de junho, das 10h às 18h.

Exposição Os Signos do Quotidiano”, no Museu Municipal de Arqueologia, todos os dias, das 10h às 18h.

Casa Museu João de Deus - Exposição Permanente sobre João de Deus, em Messines. Com Espaço da Biblioteca, Espaço Multimédia e Ludoteca, onde são organizadas várias actividades, das 10h às 13h e das 15h às 18h. Encerra aos sábados, domingos e feriados.

Encontro de Veículos Clássicos em Armação de Pêra – No 1º domingo de cada mês, junto ao Mini Golfe.

Mercado no Algoz – Na 2ª segunda-feira do mês; perto da Junta de Freguesia.

Beatriz Cuiça Rafael

Mercado em Messines – Na 4ª segunda-feira do mês, no terreno de feiras e mercados.

Mercado em S. Marcos da Serra – No 1º sábado do mês, junto à povoação.

Mercado em Silves- Na 3ª segunda-feira do mês, no terreno de feiras.

Mercado em Tunes – No 4º sábado do mês, junto à passagem de nível.

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Mercado em Azilheira – Na 1ª quinta-feira do mês.

Mercado em Alcantarilha – Na 1ª sexta-feira do mês, no centro da vila.

Mercado em Armação de Pêra – Na 3ª quinta-feira do mês.

Feira de Velharias no Algoz- No 1º sábado de cada mês, no centro da povoação.

Feira de Velharias em Silves- No 3º sábado de cada mês, junto à Fissul.

Feirinha Mensal- De artesanato e produtos locais. No Mercado Municipal de S. B. Messines, aos 2ºs sábados de cada mês.

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Feira de Velharias em Messines- ao 2º sábado de cada mês, no Jardim Municipal

Feira de Velharias em Alcantarilha- 4º sábado do mês Sítio do Bacharel, frente ao cruzamento das Fontes de Matosa Mercados Gourmet Alternadamente entre Alcantarilha e Pêra- 3º sábado do mês ( 20 de junho em Pêra)

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Empregado de mesa – Para restaurante em Silves, para pessoa inscrita no Centro de Emprego. No site do IEFP: www.netemprego.gov.pt. / Oferta nº 588558222 Ajudante de cozinha – Para Armação de Pêra. No site do IEFP: www.netemprego.gov.pt. / Oferta nº 588570519 Motorista de veículos pesados – Para Silves No site do IEFP: www.netemprego.gov.pt. / Oferta nº 588570216 Empregada de limpeza- Para Armação de Pêra. No site do IEFP: www.netemprego.gov.pt. / Oferta nº 588570391 Técnico de instalação sistemas de segurança - Para União de Freguesias Alcantarilha e Pêra.. No site do IEFP: www. netemprego.gov.pt. / Oferta nº 588570237 Técnico de electrónica – Para União de Freguesias Alcantarilha e Pêra. No site do IEFP: www.netemprego. gov.pt. / Oferta nº 588570177 Empregado de lavandaria – Para Alcantarilha. No site do IEFP: www.netemprego.gov.pt. / Oferta nº 588566159 Empregada de quartos- Para Armação de Pêra. No site do IEFP: www.netemprego.gov.pt. / Oferta nº 588566150 Enfermeiro- Para União de Freguesias Alcantarilha e Pêra. No site do IEFP: www.netemprego.gov.pt. / Oferta nº 588566056 Representante comercial produtos de higiene- Para Algoz. No site do IEFP: www.netemprego.gov.pt. / Oferta nº 58856513 Empregado de quartos- Para hotel em Armação de Pêra.

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