Jornal Terra Ruiva - Jornal do Concelho de Silves

Dezembro 2015 Terra Ruiva 1

www.imprensaregional.com.pt/terra_ruiva Dezembro de 2015 ANO XV - Nº 172 0.70 Euro

J O R N A L D O C O N C E L H O D E S I LV E S S. Marcos da Serra Fam Trip começou na aldeia

Tunes

Grande Prémio de Atletismo

pág 5

Armação de Pêra Passagem de ano na praia

pág 15

Diretora: Paula Bravo Publicação Mensal

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL

Algoz Acolhe Imagem Peregrina

pág 24

pág 5

Barragem do Arade

com comportas avariadas E sem plano de emergência

Na intempérie de novembro a barragem teve de fazer descargas. Responsáveis dizem que não há perigo.

A situação arrasta-se há anos. Milhões de metros cúbicos de água são desperdiçados. p3

Casino de Armação de Pêra

Câmara divulgou projeto de requalificação E quer saber a opinião dos cidadãos

p9

Em Silves está concluída

Área de Serviço Municipal para autocaravanistas

p7

Município de Silves tem orçamento aprovado E anuncia obras nas freguesias

p8

Iniciativas de Natal no Concelho

Concertos em Silves e Pêra Solidariedade em Alcantarilha Presépio Vivo em S. Marcos da Serra Mergulho de Natal em Armação de Pêra

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teofilo@teofilo.com.pt

2 Terra Ruiva Dezembro 2015

Geral

Concelho de Silves também foi atingido pelo temporal

Algoz, Alcantarilha e Tunes viveram situações complicadas

A

s imagens da baixa da cidade de Albufeira, destruída com a intempérie do dia 1 de novembro, fizeram notícia durante vários dias. Mas também o concelho de Silves foi duramente atingido e registou várias situações complicadas, embora de menor dimensão.

Na nossa edição de novembro fazia-se o relato, em cima da hora, das consequências do mau tempo, numa altura em chegavam notícias dispersas sobre as situações que se iam registando, com mais gravidade, nas freguesias de Algoz, Alcantarilha e Tunes.

Um mês depois, faz-se o balanço ao ocorrido. Segundo o relatório dos Serviço Municipal de Proteção Civil e Florestas (SMPCF), apresentado em sessão camarária, nesse fim de semana registaram-se no nosso concelho 34 ocorrências, das quais foram 31 inundações. Em resultado das inundações registadas em habitações, foi necessário proceder a 13 operações de resgate (cinco em Alcantarilha e oito em Algoz/Tunes), sendo que nove pessoas ficaram provisoriamente alojadas nas instalações da Casa do Povo de Messines, que cedeu gratuitamente os quartos do seu hostel. Essas pessoas receberam apoio da Santa Casa da Misericórdia de Alcantarilha, bem como da Delegação Silves/Albufeira da Cruz Vermelha, que disponibilizou psicólogos.

Nas operações ocorridas nestes dias participaram 97 operacionais e 37 viaturas, estando envolvidas várias entidades, desde a Câmara Municipal de Silves, os Corpos de Bombeiros de Silves e Messines, as juntas de freguesia, a Cruz Vermelha Portuguesa (Delegação de Silves/Albufeira), a GNR (destacamento territorial e GIPS), a Casa do Povo de Messines e outras entidades privadas que cooperaram com as autoridades durante as operações.

diato e generalizado dos caudais dos cursos de água, com especial enfase na ribeira de Alcantarilha e principais tributários, cuja bacia hidrográfica se estende de São Bartolomeu Fazendo uma barreira de contenção junto à foz de Messines da Ribeira de Alcantarilha (Foto CMS) a Armação de Pêra onde encontra a sua foz.

Sendo este o principal curso de água afectado por cheias, As inundações foram a prin- as ocorrências foram-se sucipal consequência do mau cedendo “grosso modo” de tempo que se fez sentir no norte para sul, com picos de Algarve, particularmente concentração à medida que nos dias 1 e 2 de novembro, as águas chegavam as áreas quando a região ficou sujei- urbanas adjacentes, designata a uma precipitação muito intensa que gerou situações de cheias rápidas e inundações urbanas em Albufeira, Loulé e Silves.

No caso de Silves, a chuva muito intensa, Em Messines “em determinadas baciais damente em Tunes, Algoz e hidrográficas (ribeiro Meiri- Alcantarilha», afirma o relanho, ribeira de Alcantarilha, tório.

Gavião, Baralha, Falacho, Houve também inundações Enxerim e Barranco do urbanas em habitações iso-

bermas e caminhos rurais e muitos troços e campos agrícolas ficaram temporariamente submersos.

Foram afetadas essencialmente as freguesias de São Bartolomeu de Messines, União de Freguesias de Algoz/Tunes e Alcantarilha/Pêra.

No Algoz, algumas ruas do centro da povoação foram invadidas pela água, colocando muitas dificuldades a pessoas que viram as suas casas inundadas e também muitas garagens. O mesmo aconteceu em Alcantarilha e, tanto numa freguesia como noutra, surgiram vários relatos de pessoas que se queixaram da falta de ajuda das autoridades. Também em Tunes houve zonas muito afetadas, com destaque para a zona empresarial. Já na freguesia de Messines, os danos foram principalmente nas zonas rurais, essencialmente nos caminhos.

Menos complicada esteve a situação nas freguesias de Silves e de Armação de Pêra que registaram apenas “ocorrências residuais”. Para tal terá sido decisiva a intervenção “preventiva” realizada pela Câmara, em locais que habitualmente têm problemas. Foi este o caso no Bairro Caixa d’Água e Enxerim, que consistiu em limpezas e abertura de valas e encaminhamento de águas pluviais, e em Armação de Pêra com a abertura do cordão dunar, a criação de barreiras de proteção aos apoios Zona industrial de Tunes ( Foto de Tiago Silva) de praia e a abertura de valas junto ao Parladas, garagens e alguns es- que de Campismo.

Olival entre outros) e, mui- paços comerciais, queda de No referido relatório adianto provavelmente, a falta de postes e estruturas e inúme- ta-se que a articulação e limpeza dos cursos de água ras derrocadas de barreiras, comunicação entre os difeterão contribuído para um muros e vedações. Foram rentes intervenientes nestas aumento exponencial, ime- danificadas pontes e pontões, operações decorreu “com

Inundações

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No Algoz ( Foto de Márcio Baptista)

normalidade, de acordo com as exigências expetáveis”, mas sublinha-se a necessidade de se “tipificar alguns pro-

cedimentos implementados e estabilizar equipas específicas para responder aos riscos/ fenómenos”.

Deputados do PS visitam o Algoz para averiguar sobre os estragos do mau tempo

J

osé Apolinário, António Eusébio e Luís Graça, deputados do Partido Socialista eleitos pelo Algarve estiveram no Algoz para observarem os estragos em habitações e estabelecimentos comerciais, causados pela chuva intensa e inundação ocorrida no dia 1 de novembro.

Nesta deslocação, que teve lugar no dia 3 de novembro, os deputados do PS foram acompanhados pela presidente da Comissão Política Concelhia do PS Silves, Ana Sofia Belchior e por José João Encarnação e Márcia Pires, eleitos na Assembleia da União

de Freguesias de Algoz e Tunes.

Após a visita aos locais e a verificação dos danos “o Partido Socialista irá apresentar junto dos diversos órgãos (Assembleia da República, Câmara Municipal de Silves, Assembleia Municipal de Silves e Assembleia de Freguesia de Algoz/Tunes) recomendações e propostas para resolução dos problemas existentes e de modo a evitar eventuais calamidades que poderão ocorrer no futuro”, informa uma nota divulgada pelo Secretariado da Concelhia de Silves.

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Dezembro 2015 Terra Ruiva 3

Geral

Barragem do Arade teve de ser aberta

… e continua sem plano de emergência No dia 2 de novembro de 2015, na sequência da intempérie que se abateu sobre o Algarve, a barragem do Arade teve de abrir as suas comportas.

Silves viveu muitos anos sob o receio da barragem e as cheias eram frequentes há algumas décadas. Desta vez, o rio Arade encheu mas não transbordou e todos dormiram descansados.

Talvez não fosse esse o sentimento se soubessem que a velha barragem não tem elaborado o Plano de Emergência a que a lei obriga e que tem as comportas avariadas.

C

onstruída em 1956, a Barragem do Arade tem tido alguns problemas que naturalmente surgem, com a passagem dos anos e o desgaste do material.

Há vários anos que a barragem tem tido as comportas avariadas. Primeiro as de profundidade ( entretanto arranjadas), depois as de superfície. Quer numa situação, quer na outra, o problema arrastou-se, por anos, sem que ninguém quisesse assumir os custos da reparação, nem a Associação de Regantes e Beneficiários de Silves, Lagoa e Portimão, a entidade que gere a barragem, nem qualquer outra entidade. E assim continua.

Como não é possível abrir as comportas, em caso de emergência, a Associação de Regantes tem optado por uma “solução”, manter a água a uma cota inferior ao que seria normal, pelo que a barragem se encontra sistematicamente muito abaixo da sua capacidade. Uma quantidade enorme de água é desperdiçada, todos os anos, mesmo em períodos de seca.

Sendo as avarias das comportas a causa ou a desculpa, o certo é que a barragem do Arade não possui elaborado o Plano de Emergência Interno, que é obrigatório. A situação é confirmada ao Terra Ruiva, por José Vilarinho, presidente da Associação de Regantes “o plano só pode ser feito depois do arranjo das comportas”.

Que não se sabe quando serão arranjadas.

Uma vez que não a barragem

“não tem” e “ nem está prevista” qualquer data para a elaboração do Plano de Emergência Interno, também não foi feito o Plano de Emergência Externo. Este plano, segundo a legislação, tem de ser feito de forma conjugada com o plano de emergência interno, que tem de existir previamente. No caso concreto desta barragem, a lei diz ainda que o plano externo terá de ser elaborado pelas autoridades regionais, uma vez que o chamado “leito de cheia da barragem” abrange vários concelhos.

“Vira-se a página” A não existência destes planos é um assunto que periodicamente tem sido levantado em reuniões na Câmara Municipal de Silves.

No início de 2010, o problema foi levantado pelo vereador socialista Fernando Serpa, pouco tempo depois de um grande temporal que afetou o concelho. Também o Terra Ruiva fez eco das preocupações do vereador.

Mais tarde, no seu blogue, a 12 de abril de 2010, o vereador indignava-se sobre o desconhecimento que existia na autarquia sobre o assunto, ao que o então comandante da proteção civil, Rui Fernandes, dizia que o problema deveria ter ficado resolvido em 2009, por indicação do Governo Civil, mas “parece-me que a situação continua por resolver”, dizia, conforme se lê em documentos então publicados.

“ E já está, vira-se a página”, indignava-se Fernando Serpa, no seu blogue.

Novamente no ano passado, a ata da reunião de Câmara realizada a 8 de janeiro de 2014, regista que o vereador Fernando Serpa voltou a questionar a autarquia sobre o assunto. E surge a declaração: “ Por fim relativamente ao Plano de Segurança da Barragem do Arade, foi informado que ela não dispõe de plano de emergência interno e plano de emergência externo”.

Em novembro de 2015, o problema das comportas da Barragem do Arade continua por resolver. O responsável da Associação de Regantes

afirma que “não há problema nenhum com a segurança” que “até existe uma folga excessiva em relação à segurança”. E critica a preocupação da Câmara de Silves em relação ao assunto, quando a mesma “não impede a cons-

Apesar das chuvas intensas, a barragem está praticamente vazia. De propósito

trução” no caminho da “onda de cheia”.

A questão que se coloca é aquela que todos temem – Pode um dia acontecer?

de 2010, ( disponível para consulta na internet) explica o “ se “ e o “como”, em pormenor.

Os maiores riscos de rotura de uma barragem estão relacionados com cheias inesperadas ou ocorrência de sismos. A acontecer uma destas situações, as consequências Há uma evidência que se en- serão também diversas, concontra nas teses dos especia- soante o grau de gravidade, listas em risco – não se pode o tempo que a barragem degarantir a segurança abso- mora a entrar em rotura e a luta de uma barragem. Mas capacidade de resposta das pode-se evitar o “azar” ou até autoridades de proteção civil. A existência de planos de emergência, que possibilite a cada um saber o que tem de fazer consoante a situação com que se depare, é considerada crucial para salvar vidas.

Imaginando que na Barragem do Arade se verifica uma brecha que vai Comportas da Barragem a u m e n t a n d o até rebentar, formando o caudal de cheia. a “vontade de Deus”, no que A água começa a correr, em respeita às catástrofes. direção à cidade de Silves.

Um estudo feito por Maria Em 10 minutos, uma onda Teresa Viseu e António Be- com a altura máxima de cerca tâmio Almeida, do Labo- de 20 metros, a descer a uma ratório Nacional de Enge- velocidade de 15 metros por nharia Civil, feito em maio

E Se Acontecer?

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segundo, atinge a aldeia da Baralha. No cenário traçado por estes técnicos do LNEC, em 20 minutos a cheia atinge Santo Estevão, continua por Pinheiro e Garrado, Queimadas, montante de Enxerim… Ao fim de 55 minutos, a onda, que trará uma altura que pode atingir os 13 metros e que se desloca a uma velocidade de 3,52 metros por segundo, atinge a cidade de Silves.

No caminho, destruirá habitações, propriedades, estradas, postes de eletricidade e de comunicações. O acesso às zonas atingidas será muito difícil, bem como a fuga das populações e a comunicação entre as entidades municipais e de socorro.

Será o caos. E será o caos absoluto se os planos de emergência não estiverem feitos e testados, prontos para serem ativados no primeiro minuto.

Nunca vai acontecer? E a acontecer não será tão grave como descrito neste cenário porque a barragem terá muito menos água do que o normal?

A história já mostrou que a palavra “nunca” não se pode aplicar quando se trata da natureza. E para aqueles que perderem tudo, pouco lhes importará o grau de gravidade do acidente.

Paula Bravo

4 Terra Ruiva Dezembro 2015

Opinião

Editorial

Tomar Partido

Francisco Martins

Paula Bravo

Economista

Jornalista

A questão social

Não há natal na imprensa

E

ste ano não haverá Natal para 120 pessoas, a maioria jornalistas do jornal i e do semanário Sol. A notícia foi conhecida na altura em que o “espírito natalício” supostamente começa a inundar os corações. A empresa detentora dos dois títulos, a Newshold, liderada por Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola, vai fechar estes jornais e criar um novo projeto que integrará um terço dos funcionários. E esse terço, sorte a deles, mantém o emprego, mas aceitando salários inferiores aos atuais.

Há uma frase que diz que cada jornal que encerra é uma perda para a democracia. A ser assim (como acredito que o seja) a doce democracia corre o risco de se tornar muito amarga.

O problema é que, cada vez mais, a informação é vista como um produto, não só acessível como também gratuito. Nos jornais, rádio e televisão ainda vamos mantendo um contacto próximo com a publicidade, que é o suporte destes meios. Mas na internet e sobretudo nas redes sociais, que um número crescente de pessoas usa como meio de acesso à informação, a perceção de que a informação está ao alcance de cada um e que não custa nada tornou-se quase a regra.

E no entanto… e no entanto a produção de informação tem um custo. Um custo tanto maior quanto maior for o desejo de apresentar um produto profissional e original, que fuja à informação preparada e igual para todos, proveniente das agências de comunicação.

Com a crise e a queda das receitas da publicidade, os jornais são os mais afetados. No atual contexto só sobrevivem as publicações sustentadas por grandes grupos económicos, que o fazem com objetivos muito concretos ( e não, não é por amor à democracia), ou publicações específicas que contam com leitores e anunciantes dedicados.

Salvaguardando as diferenças de dimensão – pois um jornal é um jornal, seja o Terra Ruiva ou o Washington Post – os problemas que se colocam à imprensa em todo o mundo são idênticos e procura-se a solução que lhe permita sobreviver, não como uma moribunda que se arrasta à espera do fim dos seus dias, mas sim como uma convalescente capaz de continuar a fazer o seu trabalho com qualidade e com esperança de o melhorar continuamente.

No nosso caso, temos tido a sorte de poder contar com o apoio de alguns empresários e de pequenas empresas e comércio local que vêm no Terra Ruiva muito mais do que uma possibilidade de anunciar o seu negócio, reconhecem um projeto de cariz associativo, funcionando numa base de voluntariado e de muito trabalho não remunerado, que consideram importante para a sua freguesia e concelho de Silves.

Este espírito de responsabilidade social, por parte de privados, não tem, curiosamente (?), sido acompanhado por parte das Juntas de Freguesia do concelho e, num passado recente, durante alguns anos, pela Câmara Municipal.

Efetivamente, todos os anos, em dezembro, o Terra Ruiva solicita às Juntas a publicação de uma mensagem de Natal.

Apresentamos várias propostas, a preços diferentes. Em 15 anos de edição, 100 euros foi o valor mais alto que alguma Junta esteve disponível para pagar. Ainda assim, apesar do valor tão modesto e não atualizado há muitos anos, há quem recuse esta colaboração.

Em 15 anos de edição, apenas a Junta de Messines publicou todos os anos a sua mensagem de Natal. Silves, Alcantarilha e São Marcos da Serra foram publicando regularmente, com exceção de anos “difíceis” em termos financeiros. Mas Algoz, Tunes e Armação de Pêra responderam afirmativamente apenas três vezes. A freguesia do Algoz publicou a última mensagem em 2002, Tunes em 2005, Armação de Pêra

em 2003. Já a freguesia de Pêra publicou duas vezes, uma em 2001 e outra em 2008.

Ao nosso pedido, quando há resposta, o teor é sempre o mesmo “não há verba disponível”.

Digo eu que, sabendo que todos os anos fazemos este pedido, podiam deixar 100 euros, no fundo da gaveta, até ao mês de dezembro, uma quantia irrisória num orçamento anual de uma junta. Questiono aqui o cumprimento do conceito de “responsabilidade social”.

Com as suas limitações e os seus defeitos, com artigos que não agradam a este ou àquela, o Terra Ruiva é o único meio de comunicação social do concelho e é feito com dificuldades que são do conhecimento dos presidentes e executivos das juntas…

Faz falta um jornal como o nosso que tenta contribuir para que haja mais cidadãos informados e esclarecidos, que divulga as pessoas e as realizações do nosso concelho. Não temos lucro, nem é esse o nosso objetivo, mas fazemos um trabalho sério e responsável que deveria ser apoiado por aqueles que gerem os dinheiros públicos.

Não há informação gratuita e certamente não há jornais que possam viver do ar.

Terminando como comecei, não há natal, este ano, para a imprensa portuguesa.

Mas seria extremamente injusto, tendo falado de quem nos falha, que não tivesse uma palavra de apreço, estima e agradecimento para quem nos ajuda. A todos os que têm estado connosco, muito obrigado.

Um Bom Natal e um Melhor Ano Novo.

U

ma das fronteiras ideológicas entre esquerda e direita perpassa pela perspetiva de análise e abordagem às questões sociais, quer no estabelecimento das causas que lhe estão subjacentes quer na definição e implementação de medidas de política, tendentes à sua resolução.

Na verdade, contrariamente às posições de determinados setores do espectro político, situados à direita, e até mesmo de alguma opinião pública, as ideologias não acabaram (o capitalismo em que vivemos representa ele próprio uma ideologia política historicamente decadente), sendo que, quem professa tal entendimento, não persegue outro propósito, senão a defesa de uma dada linha de orientação ideológica que prega a resignação e a fatalidade, a submissão ao pensamento único e à ditadura dos mercados financeiros, numa lógica que justifica a insustentabilidade do Estado Social, acusando indiscriminadamente os indivíduos de “viverem acima das suas possibilidades” e responsabilizando-os pela situação social em que se encontram - desempregados, endividados, pobres.

Esta lógica conduz à desresponsabilização do Estado e dos governos centrais na obrigação constitucional de assegurar os direitos sociais dos cidadãos através da execução das políticas públicas nos domínios da educação, saúde, segurança social e economia, ou seja, manter e melhorar o funcionamento do Estado Social, bem como assegurar uma política de redistribuição dos rendimentos por via fiscal, aplicando um regime de progressivida-

de, cobrando mais de quem mais tem, e isentando ou aliviando os detentores de menor rendimento, a par, igualmente, da garantia de uma proporção geral mais justa entre os rendimentos do capital e os rendimentos do trabalho, privilegiando estes últimos.

Há uma escolha entre dois caminhos.

Um caminho pressupõe que o Estado ataque a exclusão social e a pobreza, através das políticas públicas atrás referidas, intervenha diretamente na economia e nos setores estratégicos, estimule a atividade produtiva privada, o crescimento económico, a coesão social e territorial (visão de esquerda).

O outro caminho, pressupõe que o Estado privatize e mercantilize tudo o que mexa à tona da sociedade, deixe que o mercado funcione só por si e resolva de forma automática as desigualdades e injustiças sociais (visão de direita). Dito ainda de outra forma, bem diferente é atacar as causas dos problemas, promover a solidariedade, a igualdade e a justiça social, outra coisa, é promover o assistencialismo como trave-mestra da política social, deixar cada um à mercê das esmolas e do seu destino, responsabilizando-o, inclusive, pela situação pessoal a que chegou, estigmatizando todos os que recebem prestações sociais como fraudulentos.

A nível do poder local, também são evidentes as contradições e a presença das ideologias, na forma como se lida quer com a problemática social quer com a promoção da atividade económica e do emprego. Vários agentes políticos, surpreendentemente,

Ficha Técnica

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não só de direita, exercem pressão sobre os Municípios, assacando-lhes responsabilidades desmedidas pelo estado da economia local (investimento, desemprego, pobreza), como se aquela, não fosse parte integrante, e não dependesse, da nacional, e das consequências devastadoras da brutal austeridade levada a cabo nos últimos anos sob os ditames da troika estrangeira e a cumplicidade ativa da coligação de direita que governou o país.

Não é demais repetir que não é possível reparar no plano local o efeito das políticas nacionais que geraram a degradação social e aumentaram as desigualdades sociais. É claro, que com isto, não se visa escamotear ou desresponsabilizar os Municípios pelas obrigações na área social que efetivamente possuem, e não deixam de ser relevantes, e as competências que lhes estão atribuídas, e não deixam de ser importantes, na mitigação dos problemas sociais, e na dinamização da economia local, num vasto campo de ação e intervenção que mereceria um texto à parte. Em tempo de Natal e de família, período que desperta sentimentos que se deveriam estender ao resto do ano, importa sublinhar a importância de valores substantivos como a solidariedade, a igualdade e a justiça social, e apelar à intervenção crítica e consciente dos cidadãos no processo de transformação social, num mundo multicultural e de contrastes que se pretende de paz e cooperação entre os povos.

Diretora: Paula Bravo - Tlm. 96 285 6922 Diretor Financeiro: Francisco Martins - Tlm. 91 870 0152 Colaboradores: António Eugénio, António Guerreiro, Aurélio Nuno Cabrita, Eugénio Guerreiro, Helena Pinto, José Manuel Vargas, Maria José Grade da Encarnação, Maria Luísa Anselmo, Rogélio Mena Gomes, Susana Amador, Teodomiro Neto, Vera Gonçalves.

Redação: Rua da Fábrica, nº3; 8375-147 S. Bartolomeu de Messines - TLM – 96 285 6922 Administração/ Publicidade/ Assinaturas: 918 700 152 Email: terraruiva@gmail.com Design gráfico e préimpressão: Bruno Cortes Impressão: FIG- Indústrias Gráficas, S.A. Coimbra.

Periodicidade: Mensal.

Tiragem: 1500 exemplares. Propriedade: Associação de Desenvolvimento do Concelho de Silves “Pé de Vento” – NPC : 510985807 Registado no Instituto da Comunicação Social com o número 123511. Depósito Legal nº 153123100.

Os artigos de opinião são da responsabilidade dos seus autores.

Dezembro 2015 Terra Ruiva 5

Concelho

(Foto de Elisabete Rodrigues/Sul Informação)

FAM Trip no Concelho de Silves

Um grupo constituído por operadores turísticos e jornalistas percorreu, no dia 13 de novembro, as freguesias do interior do concelho, por iniciativa da Região de Turismo do Algarve (RTA) e da Câmara Municipal de Silves (CMS).

Esta FAM Trip, ( viagem de familiarização) pretendeu dar a conhecer as freguesias do interior, nomeadamente São Marcos da Serra e S. Bartolomeu de Messines, e as suas potencialidades.

O grupo, que era acompanhado por Rosa Palma, presidente da CMS, e Desidério Silva, presidente da RTA, bem como pelos presidentes João Carlos Correia e Luís Cabrita, das freguesias de Messines e S. Marcos da Serra, começou a viagem nesta última localidade, com um pequeno-almoço cheio de iguarias locais. As cerca de 20 pessoas presentes foram convidadas a degustar um “pequeno-almoço serrano”, com filhoses, enchidos, pão de S. Marcos e aguardente de medronho.

Depois da visita à igreja matriz, o grupo seguiu em direção a Messines onde visitou o Museu do Traje, a Casa-Museu João de Deus e a igreja matriz.

“Queremos dar uma ideia do que é o nosso concelho, que se estende da serra ao mar e que tem muito para oferecer, sobretudo em comunidades como as que hoje visitamos, em que a nossa identidade permanece forte e precisamos de a revelar”, disse na ocasião Rosa Palma. “Somos um destino que facilmente pode atrair turistas para uma “escapadinha” de fim de semana”, acrescentava a autarca.

O dia terminou com uma passagem pelo miradouro que permite ver o Centro de Reprodução do Lince Ibérico, espaço único na Península Ibérica, localizado perto da barragem do Funcho.

A gastronomia encerrou a viagem, com uma passagem pelo Café do Castelo de Silves, para um contacto diferente com produtos regionais.

Imagem peregrina de N.Srª. de Fátima no concelho

A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima estará no Algarve, percorrendo as diversas paróquias.

A imagem chegou no dia 6 de dezembro, ao Ameixial, onde

houve uma cerimónia de acolhimento por parte de D. Manuel Quintas, Bispo do Algarve.

Até ao dia 2 de janeiro, a imagem andará em peregrinação, chegando ao nosso concelho no dia 17 de dezembro. Passará em primeiro lugar pelo Algoz, às 18h, seguindo depois para a Sé de Silves onde chegará às 19h30. Em “Silves permanecerá nos dias 18 e 19, altura em que, pelas 18h, se realizará a abertura da Porta da Misericórdia, presidida pelo Bispo do Algarve no âmbito do Jubileu da Misericórdia e, às 20h, sairá rumo a São Bartolomeu de Messines, onde chegará às 21h à rotunda de Nossa Senhora da Saúde para a procissão até à igreja paroquial”, informa a Diocese do Algarve.

Em São Bartolomeu de Messines, “no dia 20, haverá eucaristia pelas 10h15, regressando depois, a imagem, ao Santuário de Fátima”.

De regresso ao Algarve, no dia 29 de dezembro, a imagem estará de passagem por Armação de Pêra, às 18h; Alcantarilha, 18h45; e Pêra, às 19h30.

Junta de de Armação de Pêra faz obras no mercado

Junta de Silves apoiou Bombeiros

A Junta de Freguesia de Silves concedeu um apoio financeiro aos Bombeiros Voluntários de Silves, de cerca de 5000 euros, para a reparação de uma ambulância desta corporação.

Este apoio pontual soma-se a uma série de outras ajudas, nomeadamente para o funcionamento e aquisição de equipamento, apoios que a Junta de Freguesia de Silves tem prestado constantemente “consciente das dificuldades financeiras” que os Bombeiros sentem e das necessidades que possuem, afirma.

Convocatória Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de São Bartolomeu de Messines Nos termos do artigo 22º dos Estatutos da nossa Associação, convoco todos os Associados a estarem presentes na Assembleia-Geral Ordinária que se realiza no dia 10 de Dezembro de 2015 pelas 20h, no Salão Nobre desta Associação, com a seguinte ordem de trabalhos:

A Junta de Freguesia de Armação de Pêra está a realizar obras no Mercado Municipal, com vista à melhoria das condições do espaço, quer para os comerciantes, quer para os clientes.

Segundo informa a Junta, a mesma procedeu à substituição da iluminação do Mercado, adquirindo novo material, uma “iluminação de tecnologia LED”, num investimento de cerca de 2400 euros, numa obra cujos trabalhos foram assegurados pelos eletricistas da Câmara Municipal. “Pretendemos melhorar a qualidade da iluminação artificial, que se traduzirá ainda numa melhoria significativa dos níveis de eficiência e eficácia energética” e também “reduzir, significativamente, o consumo de eletricidade”.

Além destes trabalhos, a Junta procedeu ainda à substituição dos toldos das lojas interiores do Mercado “ que já se encontravam em muito mau estado”, num investimento de mais de 3000 euros.

Nos próximos tempos, irão continuar as obras, quer nas bancadas do peixe e legumes, quer a nível do pavimento e outras.

A obra “mais significativa será realizada na zona de cargas e descargas do pescado para resolver os problemas existentes ao nível da acumulação de águas paradas nesta zona, que, como é sabido, provocam cheiros desagradáveis, a par dos consequentes transtornos, para todas as pessoas que circulam, trabalham ou residem nesta zona”, adianta a Junta de Freguesia.

Silves não será Capital do Vinho

A cidade de Lagoa foi escolhida para Cidade do Vinho 2016, por indicação do Conselho Diretivo da Associação dos Municípios Portugueses do Vinho, foi anunciado no dia 24 de novembro.

A candidatura do Município de Silves não foi a vencedora, embora tenha recebido “uma menção honrosa, fruto da qualidade vertida nas propostas apresentadas”. À vencedora, a cidade vizinha de Lagoa, a Câmara de Silves apresentou as suas felicitações e manifestou como o tem feito “ desde a primeira hora”, o “desejo de apoiar/colaborar nas iniciativas que vierem a ser desenvolvidas”.

1. Apresentação, discussão e votação do Plano de Atividades para ano 2016 2. Apresentação, discussão e votação do Orçamento para o ano 2016 3. Outros Assuntos do interesse da Associação.

A Assembleia-Geral funciona com a maioria absoluta dos seus sócios e não a havendo, esta funcionará uma hora depois com qualquer número, segundo o parágrafo único do artigo 24º dos nossos estatutos.

São Bartolomeu de Messines 27 de Novembro de 2015 O Presidente da Assembleia-Geral José Pedro Martins Nunes

Avenida João de Deus S/Nº Apartado 33 8375 - 909 São Bartolomeu de Messines Telefones: 282 339 633/ 282 330 633 Fax: 282 339 404 email: bvsbm@sapo.pt

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José Manuel Lima Cabrita SÓCIO-GERENTE

FARO – Rua Aboim Ascensão, 34 – telef.: 289 894 400 / 4 – Fax: 289 894 401 FARO – Av. 5 de Outubro, 16 – telef.: 289 894 410 MESSINES – Rua Heróis de Mucaba, 28 – telef.: 282 333 300 / 282 333 305–Fax:282 333 309 QUARTEIRA – Av. Mota Pinto, 8 – telef.: 289 389 526

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6 Terra Ruiva Dezembro 2015

Opinião Consultório Jurídico

Opinião

Eugénio Guerreiro

Maria José G. da Encarnação

Estranho

Advogado

Economista

V

ivemos estranhos tempos, neste início de século.

Olhamos para o mundo e vimos, sem qualquer margem para dúvidas, que um enorme muro invisível se levantou entre nós e um estado, que ninguém sabe muito bem onde fica, mas que todos sabem bem o poder da sua acção destruidora. Assalta-me uma dúvida, como se destrói aquele estado, cujos membros habitam ao nosso lado, e connosco partilham uma nacionalidade? Como se destrói esta ideia que nada tem a ver com religião?

Creio que são proféticas as palavras de Malala Yousafzai, Prémio Nobel da Paz no ano de 2014, quando refere que “o melhor modo de lutar contra o terrorismo e o extremismo é fazer uma coisa simples: educar a próxima geração”.

A Educação e, no meu modesto entender, a Cultura parecem ser as chaves determinantes para combater este terrível flagelo que a todos assalta.

Aproveitado que estamos neste ponto, cultura, não

posso deixar de saudar o Município de Silves pela apresentação do relatório da XII Feira Medieval de Silves, assunto que, ao longo deste dois últimos meses, tenho vindo a mencionar.

Não me irei debruçar, detalhadamente, sobre o mesmo, tanto mais que o município, seguindo uma política de transparência, publicou o mesmo no seu site, pelo que convido todos a lerem-no. Porém, não posso deixar de notar alguns pormenores, que no meu primeiro texto deixei no ar e que pensei ver esclarecidos.

Conseguimos saber que a Feira Medieval deu lucro, o que em si é positivo e salutar, porém, não conseguimos perceber como os 113 339 bilhetes diários e pulseiras referidos, apenas geraram uma receita de 146 947€ (volto a recordar que o valor mínimo unitário era de 2,00€, pelo que o valor deveria ser, pelo menos, de 226 678€). Será que houve assim, tantos bilhetes oferecidos? É, no mínimo, estranho, no entanto é o que os factos nos revelam.

Ficamos, também, a saber que o câmbio real, distribuição de bebidas e roupeiro, foram entregues a associações.

Contudo, apenas sabemos com maior detalhe o referente à situação referente do roupeiro, em que o município recebeu o valor de 1 640, 25€, correspondente a 25% da receita gerada. No entanto, as contas do câmbio e distribuição de bebidas, não são apresentadas, o que não deixa de ser estranho.

Aliás, o mesmo se diga quanto aos patrocínios, em que não nos é dito quanto cada patrocinador concedeu ao evento, sendo apenas apresentado um valor único total.

Novamente, alguma estranheza neste facto.

Este evento é, de facto, uma referência no contexto da programação de Verão na região e uma marca deste Concelho que importa preservar, mantendo a sua identidade e referencial. Porém, creio que, ao apresentarmos este tipo de relatórios, e tendo havido tanto tempo para efectuar um documento profissional, se deveria ter mais cuidado nestes pormenores.

Constatei também que, o município de Silves, mesmo dando apoio à candidatura de Lagoa a Cidade do Vinho 2016, veio a apresentar candidatura própria ao mesmo evento (o que é estranho, conceder apoio a outra candidatura e depois concorrer contra). Soube-se ontem (24.11.2015) que Lagoa foi a escolhida. Silves prontamente saudou tal vitória, dando conta que tinha ficado com uma menção honrosa. Não ganhou mas algum mérito teve.

Silves, com os seus 11 produtores de vinho (que creio terem sido ouvidos e seguramente grande entusiastas desta iniciativa), acompanhará de perto esta oportunidade e saberá o executivo encontrar caminhos de divulgação deste produto de grande qualidade produzido no nosso território.

Olhando para este texto, apenas posso concluir: tempos, mesmo, muito estranhos.

A todos um bom Natal, esperando que este seja apenas um tempo de Paz, cada vez mais estranha nestes dias.

também particular pela sua longevidade e contínua renovação. O facto de ir na sua 10º edição seria por si próprio meritório, se não fosse igualmente impressionante o facto de se ter continuamente reinventado e aprimorado ao longo do tempo. É muito comum neste tipo de eventos prender-se à formula feita e provada, mas todos os anos algo novo surge e assim se mantém o interesse no público alvo. Mais ainda, trata-se de um evento que não seria possível sem a dedicação e colaboração dos restaurantes aderentes, que alteram as suas ementas de forma a providenciar uma experiência nova. Igualmente meritório foi o trabalho de divulgação na mesma junto dos órgãos de comunicação social regionais.

Estes eventos, diferenciados e únicos, contribuem para a identidade da vila e promovem a mesma no Algarve. É curioso que, quando refiro o nome da Vila de São Bartolomeu de Messines fora do

concelho, seja por vezes presenteado com uma referência à Semana Gastronómica, a uma ida a um jogo da União Desportiva Messinense ou ainda aos eventos de ciclismo da Extremo Sul ou outros eventos da Casa do Povo e da Sociedade de Instrução Messinense. Isto demonstra que estes eventos cumprem o seu papel e são associados à vila, o que é uma extraordinária prova da necessidade destes eventos para a afirmação da vila. As associações e entidades que promovem e organizam estes eventos estão de parabéns.

Serão estes eventos suficien-

tes para atrair mais pessoas e recuperar o fulgor que a vila viveu? Óbvio que não, mas são uma enorme pedra de toque para desenvolver e são de incentivar. Fazem parte da identidade cultural da vila e das suas gentes. Os messinenses são poetas, escritores e artistas e é bom verificar que a vila tem uma vida cultural notável para o tamanho da mesma. As gentes de Messines são empreendedoras, no sentido literal da palavra. E isso dá-me esperança para o próximo ano.

Tenham um Feliz Natal e um Bom Ano Novo.

Utilidade Marginal

António Eugénio

Economista

A identidade da Vila.

N

o momento em que escrevo estas linhas, a vila de São Bartolomeu de Messines prepara-se para iniciar a sua 10º Semana Gastronómica.

Esta Semana Gastronómica é um excelente exemplo do caminho que a vila terá de trilhar para a sua afirmação regional.

O evento tem a particularidade de, não só atrair gentes de fora da vila e do concelho que se procuram deliciar com as iguarias preparadas pelos nossos restaurantes, como também envolver as pessoas de Messines, que nesta altura, aproveitam para conhecer e provar novos pratos. Por outro lado, a Semana Gastronómica celebra os sabores mais tradicionais e únicos, permitindo aos visitantes desfrutar de um paladar único e muito próprio. Trata-se de uma experiência interessante para quem não conhece a vila e é um excelente cartão de visita para os que passam por aqui.

A Semana Gastronómica é

Questões sobre Menores

M

aria, leitora do Terra Ruiva, colocou-nos a seguinte

questão: Eu e meu marido casámos no regime de comunhão de bens adquiridos, comprámos a casa onde vivemos, mas, meu marido faleceu, temos um filho, ainda menor, com 10 anos de idade, e preciso de vender a casa, tenho aliás quem ma compre já, posso vendê-la?

Não, não a pode vender, porque, embora em menor parcela, a casa também pertence ao filho, que também é herdeiro do seu falecido pai, sendo que preceitua o artigo 2091º do Código Civil que os direitos relativos à herança só podem ser exercidos conjuntamente por todos os herdeiros. Mas o filho é menor, não pode assinar a escritura de venda, porque o artigo 123º do mesmo Código estabelece que os menores carecem de capacidade para o exercício de direitos. Pergunta-se: então, mas a mãe, porque detentora do poder paternal, responsável pelo filho não pode substituir-se ao filho na assinatura da escritura, não pode suprir essa incapacidade do filho decorrente da sua menoridade? A resposta é negativa.

Então qual a solução para Maria?

A resposta encontra-se no nº1 do artigo 1889º do Código Civil, ao dispor que os pais podem alienar ou onerar bens do filho desde que peçam autorização ao tribunal.

Isto é, Maria, como representante legal do seu filho, terá que instaurar um processo a pedir autorização ao tribunal para vender a casa.

Então, perguntar-se-á: bas-

ta fazer isso? É automático?

Não será mera burocracia?

Nem uma coisa nem outra. É que o tribunal não deferirá, sem mais, o pedido. O pedido terá que ser fundamentado, o tribunal irá analisar em que medida a fundamentação apresentada justificará a concessão de autorização para vender a casa. E um ponto essencial será que a justificação terá de demonstrar a vantagem para o próprio menor, que vantagem daí advirá para ele. Isto é, não bastará alegar, por exemplo, que se trata uma boa oportunidade de venda, um bom preço, boas condições, etc., será necessário demonstrar a vantagem concreta para o menor decorrente da venda, e, porventura, demonstrar que a não concretização da venda resulta, isso sim, em prejuízo do menor.

E se mãe, numa outra hipótese, não pretender vender a casa, mas sim pedir um empréstimo ao banco hipotecando-a, ainda assim é necessário o mesmo pedido de autorização ao tribunal?

Certamente que sim, pois se bem se reparar, aquele nº1 do citado artigo 1889º quando se refere à proibição de “alienar ou onerar bens” dá a resposta, ou seja, sendo que, a constituição de hipoteca sobre a casa representa um ónus, haverá que apresentar ao tribunal o indispensável pedido de autorização, fundamentando-o com a vantagem concreta para o menor decorrente desse ónus, e, bem assim, do prejuízo concreto para o menor caso não seja obtido esse empréstimo garantido com a hipoteca.

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Dezembro 2015 Terra Ruiva 7

Informação

Autocaravanismo afirma-se no concelho Com a entrada em funcionamento de novas áreas de serviço As áreas de serviço de autocaravanas são um mercado em crescendo que estimula e promove a economia local.

Acarretam um reforço do fluxo turístico, estimulam e animam o comércio local nas suas diferentes vertentes.

Em Silves, S. Bartolomeu de Messines e S. Marcos da Serra novos projetos estão a avançar.

N

os últimos anos, a cidade de Silves tem sido particularmente escolhida por centenas de autocaravanistas, que aqui passam vários meses. A convivência com a cidade e seus habitantes nem sempre tem sido pacífica, falando-se até numa “praga” devido ao d e s o rd e n a m e n t o verificado nas áreas escolhidas para o estacionamento das autocaravanas, sem quaisquer condições sanitárias.

Há cerca de ano e meio a Câmara Municipal de Silves começou a tentar por “ordem na casa”, tendo sido

Área de serviço em Silves

Agora com as condições necessárias

criada, a sul da Fissul, junto ao Rio Arade, uma área de serviço com 60 lugares e com as devidas condições.

Segundo informação recolhida junto da autarquia, esta área, que já se encontra

a ser utilizada, aguarda ainda “ a assinatura do contrato de cessão de exploração a privado, após a realização do 2º concurso público, uma vez que o primeiro ficou sem efeito, devido a que nenhum

dos concorrentes respeitava o caderno de encargos”.

Entretanto, muito recentemente, no dia 17 de novembro, começou também a funcionar uma nova área de serviço, na zona do Encalhe.

Esta área, com 45 lugares, é propriedade de privados, somando-se à já existente junto ao Continente de Silves, com 49 lugares.

Já em S. Bartolomeu de Messines, anuncia-se para

breve a construção de uma área de serviço, na zona nascente do Parque de Feiras e Mercados, com 30 lugares, dando assim continuidade ao trabalho iniciado há alguns anos pela Junta de Freguesia de Messines.

Na freguesia ao lado, em S. Marcos da Serra, a Junta de Freguesia tem vindo a procurar um espaço adequado à criação de uma área de serviço pública de autocarava-

nas, com cerca de 30 lugares, existindo a possibilidade da mesma ficar instalada num espaço que é propriedade da própria Junta.

Para apoiar estes projetos, a Câmara Municipal de Silves apresentou já uma intenção de candidatura a um programa de desenvolvimento local de base comunitária.

A ”equipa”da Farmácia Algarve Caros amigos da Freguesia de Silves É num mundo a viver momentos difíceis e controversos que chegamos ao Natal, época em devemos reafirmar os nossos valores de justiça social, solidariedade e disponibilidade para a luta, por uma sociedade mais justa e fraterna.

Muitos são os cidadãos que se debatem com dificuldades económicas, sociais e familiares e muitos são os que procuram a ajuda e o apoio da Junta de Freguesia de Silves. Como presidente desta Junta tenho procurado, em conjunto com todo o executivo, minorar os problemas da nossa população e garantir que temos uma porta aberta para todos.

Apesar de todos as dificuldades, o espírito de Natal deve prevalecer nesta altura do ano, iluminar-nos e aquecer a nossa esperança num mundo melhor.

Hoje, como sempre, convido-vos a celebrar o espírito de união e de partilha que a nossa comunidade deve manter, muito para além do Natal.

Feliz Natal e um Bom Ano Novo a todos!

Tito Coelho

deseja a todos os Messinenses, clientes e amigos um

Ano Novo muito próspero

8 Terra Ruiva Dezembro 2015

Informação

Município de Silves com Orçamento aprovado para 2016

O

Orçamento e as Grandes Opções do Plano (GOP) do Município de Silves para o ano de 2016 foram aprovados na última Assembleia Municipal ordinária que teve lugar no dia 19 de Novembro, após a sua viabilização em reunião de câmara realizada em 4 de Novembro.

A proposta foi aprovada com votos a favor da CDU e do eleito do BE, e a abstenção do PSD e PS, que mantiveram a posição tomada em sede de executivo camarário.

O montante global do orçamento situa-se nos 36,9 milhões de euros, num valor que ultrapassa em 4,3 milhões de euros o orçamento anterior, que a autarquia justifica, no fundamental, com a incorporação do empréstimo bancário contraído para financiamento de investimento, de montante sensivelmente idêntico (4,4 milhões de euros).

A proposta de orçamento camarário foi precedida este ano, e pela primeira vez, do processo de orçamento participativo de natureza consultiva, que se desenvolveu ao longo do ano corrente, envolvendo a participação da população das freguesias, a Assembleia Municipal Jovem, escolas, coletividades, Juntas de Freguesia, partidos políticos, inquéritos, etc.

A receita orçamentada reflete a aplicação da taxa mínima do imposto municipal sobre imóveis (IMI), bem como a adoção do chamado IMI familiar que reduz as taxas para as famílias com 1 dependente (5%), 2 dependentes (15%) e 3 dependentes (20%).

O orçamento municipal prevê transferências correntes e de capital para as corporações de bombeiros, escolas, associações, coletividades e outras entidades, num montante que ultrapassa 1 milhão de euros, que traduz uma trajetória de reforço relativamente ao anterior período.

As duas corporações de bombeiros do concelho recebem cerca de 295 mil euros. Aos valores anteriores somam-se as transferências para as Juntas de Freguesia no montante de 566 mil euros.

No extenso relatório que acompanha os documentos previsionais, que explicita a

política orçamental e as linhas de orientação estratégica do Município de Silves, pode ler-se que “durante o período 2014-2017, o passivo financeiro passará de 18,042 milhões de euros para 5,305 milhões, ou seja, as dívidas à banca serão amortizadas e reduzidas no valor de 12,7 milhões de euros. Durante o ano de 2016 os compromissos com o passivo financeiro (capital e juros) elevam-se a 2,6 milhões de euros.”

O orçamento da Câmara Municipal de Silves para 2016 é marcado pelo forte investimento previsto na ordem dos 8 milhões de euros, não contando com as dívidas respeitantes ao processo Viga d´Ouro e a outros contenciosos que aguardam decisão judicial.

Obras previstas

Do rol de obras previstas e financiadas pelo empréstimo bancário assinalam-se as seguintes: Reabilitação do Parque de Estacionamento das Piscinas Municipais, Reabilitação dos Arruamentos da Urbanização SILGARMAR, Abastecimento de Água ao Odelouca, Remodelação da Rede de Águas e Saneamento – Travessia Rodoviária/ Silves, Reabilitação do Centro Histórico de Silves – 3.ª fase, Remoção do Amianto e Colocação de Novas Coberturas na Escola Pré-Primária de Silves, EB1 do Enxerim e EB1 de Alcantarilha, Beneficiação do Acesso Poente a S. B. de Messines, Sistema de Abastecimento de Água a S. B. de Messines, Substituição do Relvado Sintético do Campo Municipal de S. B. de Messines, Requalificação do Parque Urbano Nascente de Armação de Pêra, Remodelação das Redes de Abastecimento de Água e Drenagem (Rua do Alentejo e Rua Dr. Manuel de Arriaga) – Armação de Pêra, Construção da Sede da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, Parque de Feiras e Mercados de Alcantarilha, Pavimentação do Troço entre a Junta de Freguesia e o Jardim de Infância do Algoz, Espaços Multiusos de S. Marcos da Serra.

Opções do Plano para 2016 é possível distinguir ainda os investimentos que se seguem: Reabilitação da estrada Algoz/ Guia, Reabilitação da Estrada da Azilheira, Construção do Polidesportivo de Aprovado Orçamento de cerca de Tunes (2.ª 37 milhões de euros fase), Zona Envolvente ao Palácio da Justiça e Cruz de Salienta-se a intenção da Portugal, Beneficiação de autarquia de promover a Habitações na Rua da Cen- criação de “Hortas Comutral em Silves, Reforço e Me- nitárias” na cidade de Silves lhoria dos Sistemas de De- no âmbito da sua política posição de Resíduos Sólidos social, bem como o relançaUrbanos (para candidatura mento de certame dedicado ao PO SEUR), Implemen- à laranja, após vários anos de tação do Sistema de Reco- interregno, com o objetivo lha Seletiva de Verdes (para da “dinamização e promoção candidatura ao PO SEUR), do setor dos citrinos e da agriAquisição/Reparação de cultura, e o posicionamento da Equipamento Básico, Aqui- laranja como produto local de sição/Reparação de Material excelência”, conforme se pode de Transporte, Aquisição de ler no relatório que acompaTerrenos ( Jardim Municipal nha o orçamento. de S. Bartolomeu de Messines), Aquisição de Viaturas FM para a Recolha de Resíduos Sólidos Urbanos, etc.

Concelho de Silves desce no poder de compra

E

m 2011, o concelho de Silves ocupava o 143º lugar na tabela que analisa o Poder de Compra Concelhio. Nos dados de 2013, que o INE divulgou há poucos dias, o concelho desceu para a 163ª posição, muito abaixo da média nacional.

O “Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio EPCC 2013”, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística, tem como “objetivo caracterizar os municípios portugueses relativamente ao poder de compra, numa aceção ampla de bem-estar material”.

São disponibilizados três indicadores — Indicador per Capita, Percentagem de Poder de Compra e Fator Dinamismo Relativo. No caso do concelho de Silves, o Indicador per Capita, é de 75,1; a Percentagem de Poder de Compra é de 0,2% ; e o Fator Dinamismo Relativo é de -0,3.

A JUNTA DE FREGUESIA EA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE SÃO MARCOS DA SERRA DESEJAM BOAS FESTAS A TODOS OS MUNICIPES

A UNIÃO DAS FREGUESIAS DE ALCANTARILHA E PÊRA

A União das Freguesias de Alcantarilha e Pêra, Assembleia de Freguesia, e os Funcionários, desejam a toda a população, um Santo e Feliz Natal, assim como um Ano Novo cheio de prosperidade.

Da consulta das Grandes

Ú MONCHIQUEIRO

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Grelhados Mercado Múnicipal

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Silves

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A Área Metropolitana de Lisboa é a única região com um valor acima do poder de compra per capita médio nacional (125,1) Para o Algarve, o valor global (96,4) situa-se abaixo da média nacional. Entre os municípios algarvios, destaca-se Faro ( com 132,3), que subiu para a quarta posição entre os concelhos com maior poder de compra per capita. Acima da média nacional estão também os concelhos de Portimão (101,61) e Albufeira ( 104,64) .

Já abaixo da média, surgem todos os restantes, por esta ordem: Loulé ( 98,62); Vila Real de Santo António (95,01); Tavira ( 89,3); Lagos (89); Lagoa (86,53); São Brás de Alportel (85,76); Olhão (81,21); Silves (75,1); Castro Marim (72,83); Aljezur ( 68,82); Alcoutim (67,72); Vila do Bispo (63,56); e Monchique (63,37).

Dezembro 2015 Terra Ruiva 9

Informação

Requalificação do Casino em ascultação pública

Câmara pede opinião dos munícipes Sobre requalificação do antigo Casino de Armação de Pêra

E

stá a decorrer, até ao final do mês de fevereiro de 2016, uma auscultação pública sobre o futuro do antigo Casino de Armação de Pêra.

O que deverá ser este espaço e em que moldes deve ser feita a sua requalificação são as questões que a autarquia apresenta aos munícipes.

De acordo com Rosa Palma, presidente da CMS, “o Município considera importante a requalificação do antigo casino de Armação de Pêra, por se tratar de um equipamento emblemático, de elevado va-

lor histórico e arquitetónico, que constitui uma referência na malha urbana em que se insere, bem como parte integrante da identidade e da memória coletiva dos armacenenses e do próprio Algarve”.

“No âmbito do projeto técnico que se pretende implementar num futuro próximo, assim que seja criado e implementado um modelo de financiamento sustentável, dado o avultado investimento, prevê-se que o imóvel cumpra com as seguintes funções: posto de turismo;

sala polivalente com palco e espaços de apoio (exposições, palestras, receções, reuniões, espetáculos); restaurante; zona social destinada a leitura, informática, formação e cultura”, informa a autarquia.

Quem quiser participar neste processo, encontra no site da Câmara, os documentos necessários para consulta: “a memória justificativa da proposta de projeto” e a respetiva planta ( disponíveis também no site do Terra Ruiva). Tem também disponível um formulário que deve preencher com os contributos e suges-

tões. Em alternativa pode dirigir-se à, Junta de Freguesia de Armação de Pêra onde se encontram disponíveis todos esses documentos, em papel.

Para a autarquia, este é mais um passo na construção de uma “relação de proximidade, fomento da democracia participativa e partilha de responsabilidades” pelo que considera “fundamental” o envolvimento dos armacenenses e da população em geral.

Avança projeto de construção de sede para Junta A Junta de Freguesia de Armação de Pêra deixará em breve de ser a única junta do concelho sem uma sede própria. Está já a avançar o projeto de construção da sede, que ficará situada junto à antiga EB1 de Armação de Pêra.

Está previsto que o edifício tenha dois pisos, compreendendo um átrio de receção, secretaria, gabinetes de tra-

balho, sala de reuniões, sala polivalente, instalações sanitárias, arquivo, arrecadações, zona técnica, cozinha, sala de pessoal.

O financiamento está já assegurado, através de uma linha de crédito contratada pela Câmara Municipal e o valor estimado da obra é de 400 mil euros.

Algoz assinalou o centenário da morte de Ataíde Oliveira

A

vila de Algoz assinalou, nos dias 20 e 21 de novembro, o centenário da morte de um dos seus mais diletos filhos, Francisco Xavier de Ataíde Oliveira, que nasceu naquela localidade a 2 de outubro de 1843 e faleceu em Loulé a 20 de novembro de 1915.

A homenagem iniciou-se com o descerramento de uma placa comemorativa, pela presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma, presidente da União de Freguesias de Algoz e Tunes, Sérgio Antão, e José Manuel Ramos, presidente da Associação Patrimonial do Algoz, que permite perpetuar a memória do notável monografista na casa onde nasceu, o número 31 da rua Tomé Rodrigues Pincho.

No dia seguinte o salão da Junta de Freguesia de Algoz compôs-se para ouvir os oradores Luís Guerreiro e Dias Marques abordar a vida e obra de Ataíde Oliveira, com a palestra intitulada “Francisco Xavier de Ataíde Oliveira, Jurista, Etnógrafo e Historiador”. A sessão iniciou-se com as palavras de boas vindas proferidas pela vereadora da cultura da Câmara Municipal de Silves, Luísa Luís, que destacou a

importância de assinalar a ticamente isolado do resto do efeméride e em simultâneo país e o acesso a arquivos e rememorar tão ilustre perso- bibliotecas era extremamennalidade, que muito honra o te complicado, tendo o seu Algoz e o concelho de Silves, labor sido difícil e extenuandevendo envidar-se todos os te. Ataíde Oliveira é consiesforços para que a sua obra derado o maior monografista não seja esquecida e que o do Algarve e um dos maiores seu exemplo de vida seja re- regionalistas de sempre. cordado pelas gerações mais Por sua vez, Dias Marques, professor da Faculdade de jovens.

Seguiu-se a preleção de Luís Ciências Humanas e Sociais Guerreiro, colaborador da da Universidade do Algarve e Câmara Municipal de Lou- membro do Centro de Estulé e investigador de história dos Ataíde Oliveira da meslocal, que apresentou porme- ma instituição, debruçou-se nores inerentes à vida deste sobre a recolha da tradição notável cidadão, com desta- oral empreendida por Ataíque para o período em que de Oliveira e publicada nas o mesmo residiu em Loulé. obras “As Mouras EncantaReferiu que Ataíde Oliveira das e os Encantamentos do formou-se em Teologia e Direito na Universidade de Coimbra, nunca tendo exercido o sacerdócio, mas ocupado o cargo de conservador do Registo Predial de Loulé. Pertenceu ao Partido Regeneredor, fundou o primeiro jorA placa ficou instalada na Rua Tomé nal publicado em Rodrigues Pincho Loulé, “O Algarvio”, e colaborou em dezenas de Algarve”, “Contos Infantis” outros periódicos. Contudo, e “Romanceiro do Algarve”. notabilizou-se na publicação Evidenciou o seu pioneide uma vasta bibliografia, rismo nesta área, nomeadacom destaque para o estilo mente em relação à forma monográfico, numa época como os contos e romances em que o Algarve estava pra- tradicionais foram coligidos

e transcritos, sem alteração da composição original, mantendo-se a fidelidade dos mesmos. Ataíde Oliveira recolheu mas não deturpou os textos compilados, nem se debruçou sobre a sua análise, o que lhe conferiu mérito e imprimiu rigor à sua obra. Dias Marques destacou que para as recolhas valeu-lhe uma boa rede de conhecimentos pessoais que possuia, em particular padres das freguesias e muito especialmente pessoas anónimas do povo, que se dirigiam ao seu gabinete de Conservador do Registo Predial, onde debitavam estórias, contos e tradições, em troca de alguns réis.

A cerimónia culminou com o alvitre deixado pelo prof.

Dias Marques às entidades presentes, para se empenharem na reedição da obra de Ataíde Oliveira, que pode contar com a colaboração da destacada investigadora de literatura oral, a professora Isabel Cardigos. Dias Marques referiu que mais importante que a edificação de uma estátua (objetivo que a Associação Patrimonial do Algoz

Na cerimónia de descerramento da placa, autarcas, membros da ACA e populares

pretende concretizar), é a reedição da obra de Ataíde Oliveira, que permitirá elevar ainda mais o seu nome e destacar a importância de tão dedicado investigador, compilador e escritor algarvio.

Realizou-se de seguida uma visita à exposição promovida

pela Associação Patrimonial de Algoz, patente na rua da Moinheta (em frente ao Sport Algoz e Benfica). Na qual entre diferentes obras do homenageado se encontra o molde do busto erigido em Loulé, em 1930.

Jorge Palma

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10 Terra Ruiva Dezembro 2015

Informação

Iniciativas de Natal

A época natalícia e de ano novo é sempre marcada por iniciativas com carácter especial, que assinalam esta altura do ano.

No dia de fecho da nossa edição, várias delas estavam já anunciadas, para diferentes freguesias do concelho, com ações de solidariedade social, concertos e presépios.

S. Bartolomeu de Messines

Hora do Conto - Histórias com sabor a Natal, até 20 de dezembro, às 16h30 Na Casa Museu João de Deus, para crianças dos 6 aos 12 anos. Inscrições gratuitas.

Organização: Câmara Municipal de Silves Oficina Criativa ‒ O meu menino Jesus, dias 15 e 18 de dezembro Na Casa Museu João de Deus, para crianças dos 6 aos 12 anos. Inscrições gratuitas.

Organização: Câmara Municipal de Silves Exposição “Presépio tradicional em cortiça” de Alzira Cabrita, até 7 de janeiro Edifício adjacente à Casa Museu João de Deus Organização: Câmara Municipal de Silves

Silves

Exposição de Presépios no Mercado Municipal, de 10 de dezembro a 6 de janeiro Organização da Junta de Freguesia de Silves, com a colaboração dos Alunos do Agrupamento de Escolas de Silves ( Jardim de Infância e 1º ciclo) Festa de Natal do Desporto Sénior, dia 17 de dezembro Na Fissul, das 12h às 17h.

Organização do Município de Silves com o apoio: Agrupamento de Escolas Silves Sul, Casa do Povo de S.B. de Messines, Associação Recreativa e Cultural da Amorosa, Casa do Povo de Alcantarilha, União de Freguesias Algoz-Tunes, Bombeiros Voluntários de S. B de Messines, Grupo Desportivo e Cultural do Enxerim, CF “Os Armacenenses”, Silves FC, Serrano FC.

Concerto de Natal com a Banda Filarmónica e Grupo Coral da Sociedade Filarmónica Silvense, dia 20 de dezembro Na Sé Catedral de Silves, às 16h Organização da Sociedade Filarmónica Silvense com o apoio: Município de Silves, Freguesia de Silves e Paróquia Nª. Srª. da Conceição Entrada livre

São Marcos da Serra

Presépio Vivo, nos dias 20 de dezembro e 3 de janeiro No Largo da Igreja, entre as 15h e as 17h, antecedido de desfile das personagens pelas ruas da aldeia e com distribuição de bolo rei, no dia 3 de janeiro.

Organização do Serrano Futebol Clube e Paróquia de S. Marcos da Serra, com a colaboração de jovens da catequese e outras pessoas.

Armação de Pêra

12º Mergulho solidário, dia 25 de dezembro A partir do Hotel Holyday Inn de Armação de Pêra, às 11h Organização do Hotel Holyday Inn, Junta de Freguesia de Armação de Pêra, com o apoio do Município de Silves

António Gonçalves convida a visitarem o seu presépio

Presépio em Messines

A

ntónio Gonçalves faz, há vários anos, aquele que é sem dúvida, o presépio mais famoso da Vila de Messines.

Numa divisão de sua casa, o presépio ocupa todo o espaço, deixando apenas um corredor para a passagem dos visitantes.

Este é um trabalho de amor e de dedicação, repetido há muitos anos. Ao que diz António Gonçalves, o seu primeiro presépio data de 1947, ano em que nasceu. Sua mãe fazia sempre o presépio, numa versão simples, “ umas figuras em cima de uma mesa” e daqui lhe vem o gosto... Depois, o presépio foi aumentando, as figuras tornaram-se mais numerosas e diversificadas e o próprio António foi fazendo algumas peças, como a gruta, peça central do presépio, e o castelo…

Há uns bons anos, não sabe exatamente quantos, passou a abrir a casa a quem queira visitar o presépio. Na Rua Gago Coutinho, nº 18, 1º, na zona central de Messines, junto à paragem dos táxis, António Gonçalves recebe os visitantes das 14h às 18h, salvo algum imprevisto. De resto, quem passar por lá noutro horário também pode bater à porta.

No interior, como no exterior, o prédio com decoração natalícia é fácil de distinguir dos demais e durante semanas costuma iluminar a rua.

Fica feito o convite, a visita é gratuita.

Pêra

3º Concerto de Natal, dia 13 de dezembro No Centro Pastoral de Pêra, às 15h30, com a participação do Grupo Coral da Sociedade Filarmónica Silvense.

Organização da Paróquia do Divino Espírito Santo, Comissão de Festas da Paróquia de Pêra e Centro Paroquial de Pêra, IPSS, com o apoio do Município de Silves.

Entrada livre.

Alcantarilha

Campanha Solidária de Angariação de mantas, na Casa do Povo de Alcantarilha, Pêra e Armação de Pêra Esta entidade está a angariar mantas, para a sua Loja Social, para entregar a famílias carenciadas. Pode entregar o seu contributo na referida loja, às quintas-feiras, das 15h às 18h, ou diretamente na secretaria da Casa do Povo, de segunda a sexta, das 15h às 19h.

Dezembro 2015 Terra Ruiva 11

Geral

Mensagem de Natal 2015

A

o longo do ano, em muitos momentos questionamo-nos se o caminho que estamos a traçar é o correto, se vale a pena investir o nosso tempo e energia nos projetos que abraçámos. Perguntamo-nos se o tempo nos chegará, porque as 24 horas de um dia nos parecem sempre poucas. É normal e sei que muitos se identificarão com este facto.

Mas a verdade é que a estas horas se seguem outras, em que nada nos parece impossível, nem fora do nosso alcance. Quando vencemos o cansaço, toda a força que recuperamos faz-nos sentir que num caminho onde há obstáculos, o desafio é fortalecermo-nos para os ultrapassarmos. Olhamos à nossa volta e percebemos que o muito território que nos cerca tornará maior a dimensão dos resultados alcançados. Entendemos que a amargura de algumas palavras tornará mais doce o som dos elogios que generosamente nos oferecem. É isso que nos faz agir, essa certeza de que a construção de um mundo melhor, um país melhor, um concelho melhor, passa por considerar que tudo é possível, desde que ponhamos toda a nossa energia ao serviço desse processo. E agimos porque muitos nos conferiram essa autoridade, o que nos dá uma enorme responsabilidade, pois somos credores das esperanças de tantos que nos consideraram dignos de os representar e fiadores até mesmo das vontades daqueles para quem não fomos primeira escolha.

Para que tudo isto aconteça temos de ACREDITAR. Em todos e na determinação que nos dá vigor.

Juntos, somos a esperança, temos a força e a capacidade de criar coisas novas e de, com gestos concretos, construir o bem comum. Somos nós, com cada olhar, com cada ação, que erguemos um mundo melhor, porque ACREDITAMOS que ele efetivamente pode ser melhor.

E é isso que me motiva (bem como a todos aqueles que comigo trabalham). É o que nesta quadra natalícia me faz renascer, me faz sonhar e renovar a minha vontade de trabalhar pelo meu concelho com verdadeira energia, empenho e alegria, porque ACREDITO no progresso, no crescimento, na criação de melhores condições de vida para todos. Acredito que podemos ser um Concelho+ - Educação+, Ação Social+, Desporto+, Cultura+, ……… - um concelho em que verdadeiramente trabalhamos em prol da superação e da proximidade e procuramos colocar o nosso território num patamar de visibilidade alto, da serra ao mar.

Creio que as armas do diálogo e da concertação, da transparência nas decisões, da descentralização de poder e competências, do trabalho em equipa, da objetividade, do rigor e da simplicidade no quotidiano estão a dar frutos e a promover um desenvolvimento concertado da nossa terra.

Natal é, pois, tempo de projetar, de promover a entreajuda e de apostar na inclusão e na solidariedade e nada se consegue sem ACREDITAR. Se somos construtores de esperança, somos homens e mulheres de fé! E somos, também, homens e mulheres capazes de dar à esperança um rosto concreto, o rosto de cada um de nós, que determinadamente age e marca as vidas do próximo, dando-nos a certeza de que um futuro mais justo se faz ao arregaçarmos as mangas. Por isso, a todos deixo uma palavra de estímulo e um desafio, que também é o que coloco a mim mesma neste Natal: vamos unir energias, todos nós – munícipes, associações, escolas, autarquias locais, jovens e menos jovens –, e vamos viver verdadeiramente o espírito natalício, porque natal é ACREDITAR! Desejo a todos os meus concidadãos e respetivas famílias um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, repleto de amor, saúde e muitas alegrias.

Boas Festas!

Rosa Cristina Palma

Presidente da Câmara Municipal de Silves

12 Terra Ruiva Dezembro 2015

Geral

Bandas de garagem do concelho à conversa em Silves As bandas de garagem do concelho de Silves serão o tema de mais uma edição da ação “Os Filhos da Terra também têm nome”, que terá lugar no dia 19 de dezembro, pelas 21h30, no Teatro Mascarenhas Gregório, em Silves.

Músicos de várias bandas do concelho, dos anos 80/90 do século XX, são os convidados para este serão.

N

ecas Nabais (Ex-baixista dos Santo Vicio); João Estiveira (Ex-baterista dos Santo Vicio e atualmente em atividade com a banda “Pecado Original”); Miguel Martins (Ex- Guitarrista da banda “Tessana Satana”); Pedro Garcia (Ex-vocalista da banda “Inhuman”); Jorge Pargana (Coprodutor do programa radiofónico “ Som Lusitano” que na segunda metade dos anos 80 e princípios dos anos 90 esteve no ar na extinta “Rádio Racal”); e Rui Farinha (Ex-guitarrista dos projetos “Flávio com F de folha” e “Supernova”) são os participantes nesta viagem ao passado.

A convite da Câmara Municipal de Silves, “estes músicos irão recordar os momentos de sucesso e as histórias que os acompanharam quando também fizeram parte, nos anos 80/90 do século XX do movimento que ficou conhecido como “Música Moderna Portuguesa”.

“Será possível perceber como o concelho de Silves marcou presença neste movimento, em que diversas bandas, oriundas, sobretudo, das freguesias de Silves e S. Bartolomeu de Messines, produziram trabalhos que ficarão, para sempre, na memória artística da nossa terra”.

“Os Filhos da Terra também têm nome” permitirá uma “viagem ao tempo em que, longe dos grandes centros urbanos, as garagens, casas vazias ou quintais se tornaram salas de ensaio de bandas jovens com vontade de tocar e de gravar. Muitos ensaios tornavam-se concertos e os concursos, inspirados nos realizados no clube “Rock Rendez Vouz”, bem como o surgimento das rádios locais, fizeram despertar o interesse e a vontade de ouvir música portuguesa.”

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Dezembro 2015 Terra Ruiva 13

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14 Terra Ruiva Dezembro 2015

Sociedade

Livro “Algarvios pelo Coração/ Algarvios por Nascimento” Inclui personalidades do Concelho de Silves

O

novo livro de Glória Maria Marreiros “Algarvios pelo Coração / Algarvios por Nascimento” foi apresentado no dia 21 de novembro, em Lagos, perante numerosa assistência constituída por amigos da escritora e muitos familiares das personalidades destacadas nesta obra.

O livro, publicado pela Editora Colibri, traça as biografias de várias personalidades cuja vida esteve ligada ao Algarve, quer “pelo coração”, quer pelo “nascimento”.

Vários são os nomes de cidadãos relacionados com o concelho de Silves, incluídos nesta obra: António da Costa Contreiras, natural de Ourique, médico em S. Marcos da Serra e S. B. Messines; António Sequeira Cabrita Carneiro, médico cirurgião e humanista, natural de S. B. Messines.

Augusto Martins do Ó de Brito, natural de Barão de São Miguel, Vila do Bispo, eletricista, sindicalista, padre católico em S. Bartolomeu

de Messines e S. Marcos da Serra.

Domingos António Sota Estevens, natural de Serpa mas quase toda a vida residente em S. B. Messines, sendo comerciante, autarca, associativista; João José Gomes, natural de Lisboa, escultor, docente e pedagogo, diretor na Escola Industrial e Comercial de Silves e vereador da Câmara Municipal; José Gonçalves Piçarra Bravo, natural de Pêra, comerciante, autarca, autodidata, residiu em S. Bartolomeu de Messines, sendo vereador da Câmara Municipal de Silves.

José Inácio Costa Martins, natural de S. Bartolomeu de Messines, coronel da Força Aérea, Capitão de Abril; José Júlio de Albuquerque Rocha Martins, natural de

Faro, médico, humanista, viveu a infância e juventude em Silves; José Rodrigues Vitoriano, natural de Silves, operário, sindicalista, político, deputado, vice-presidente da Assembleia da República; Maria da Luz Syder de Deus Ramos Ponces de Carvalho, natural de Lisboa, pedagoga, neta do poeta messinense João de Deus; Maria da Silva Pires Keil do Amaral, pintora, ilustradora e ceramista, natural de Silves; Maria Luísa Neto Jorge, natural de Lisboa, poetisa, tradutora e argumentista, viveu e trabalhou em Silves; Marina da Luz Cortes Madeira, natural de S. Bartolomeu de Messines, ativista cultural e política; Paulo Manuel Rocha Mar-

Glória Maria Marreiros, acompanhada por José Manuel Furtado, que apresentou a obra, e o editor da Editora Colibri, Fernando Mão de Ferro

tins, natural de Lisboa, advogado e político, viveu em Silves largos anos, onde residia a sua família.

Segundo explica a autora, “através de resumos de vida dos biografados, pretendeu-se dar visibilidade a gente que das mais diversas formas oferece um panorama da vida do Algarve no decorrer da última centena de anos.

Passámos por vidas que se

apagaram durante a Primeira República, por outras que viveram o longo período da ditadura, e pelos falecidos mais recentemente, nos 40 anos de Democracia”.

Glória Maria Marreiros, que também é algarvia, licenciada em Filosofia e pós-graduada em Museologia Social, tem-se dedicado nas últimas décadas à investigação das suas raízes algarvias, à etnologia e

história local. Desse trabalho têm resultado diversas obras, entre as quais se destaca “Quem foi quem? 200 Algarvios do Séc. XX”, também editado pelas Edições Colibri e agora o livro “Algarvios pelo Coração, Algarvios por Nascimento” que presta homenagem a pessoas que, de uma maneira ou de outra, dedicaram o seu saber e o seu labor ao Algarve.

Dezembro 2015 Terra Ruiva 15

Desporto

Descontos nas Piscinas Municipais Equipa natação CFO Armacenenses com 22 medalhas Seis novos recordes em diversas categorias, 55 novos recordes pessoais e 22 lugares no pódio, foram os resultados alcançados pelos cerca de 20 atletas da equipa de natação do “Clube de Futebol os Armacenenses”, que participou no Campeonato Regional de Juvenis e Absolutos.

A prova, que decorreu nos dias 21 e 22 de novembro, contou com a participação de mais de duas centenas de nadadores em representação de 14 clubes e foi promovida pela Associação de Natação do Algarve, com o apoio da Câmara de Silves.

Equipa de andebol da Casa do Povo de Messines em competição A recém formada equipa de andebol da Casa do Povo de Messines está a participar na Taça Portugal Multicare Seniores Femininos 2015/2016.

No dia 8 de dezembro irão deslocar-se até à Marinha Grande para enfrentar a Sociedade Instrução Recreio 1º de Maio, num jogo marcado para as 17h.

No penúltimo jogo para o campeonato, disputado em

Armação de Pêra, a equipa venceu 27-16 frente ao Almada AC, contudo, este fim de semana, foi derrotada pela Associação Recreativa de Porto Alto por 29-22, informa a Casa do Povo de Messines.

Atletismo em Tunes com inscrições abertas O Atletis- Clube de Atletismo de Tunes ( Núcleo do Algoz) tem as inscrições abertas, para crianças e jovens dos 6 aos 17 anos.

Os treinos decorrem no pavilhão da EB 2,3 do Algoz, às segundas, quartas e sextas feiras, das 18h45 às 20h30.

Para informações e inscrições contactar Paulo Piedade, através do 927 595 239.

Até ao dia 31 de dezembro está em vigor uma campanha para clientes das Piscinas Municipais que promove “mais desporto e mais saúde” a “menos custo”.

Assim, todos os clientes que frequentem o ginásio beneficiarão de uma redução na mensalidade, passando a pagar 25 euros, caso frequentem o espaço em período alto, e 20 euros, em período baixo.

No caso daqueles que frequentem ginásio e fitness terra (sala de fitness), os mesmos passam a usufruir de livre-trânsito para todas as aulas e ginásio, em qualquer hora do dia, com um custo associado de 30 euros.

Numa situação de fitness água (hidroginástica e utilização livre) e ginásio, os clientes terão livre-trânsito para todas as aulas e ginásio em qualquer hora do dia, e uma mensalidade associada de 35 euros.

Todos aqueles que frequentem todas as ofertas referidas anteriormente (fitness água, fitness terra e ginásio) beneficiarão de um preço especial de 40 euros, que contempla, igualmente, livre-trânsito para todas as aulas em qualquer hora do dia.

Mais informações poderão ser recolhidas na receção das piscinas através do telefone 282 440 270 ou do endereço de correio eletrónico piscinas@cm-silves.pt.

Convocatória CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA CCAM DE SILVES, C.R.L. Nos termos do nº 2 do artigo 22º e dos artigos 23º e 24º dos estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Silves, C.R.L., pessoa colectiva nº 500998167, com sede na Rua Comendador Vilarinho, Nº 22, em Silves, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Silves sob o mesmo número, com o capital social realizado de € 5.000.000,00 (variável), convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral, no dia 20 de Dezembro de 2015, pelas 9 horas, no Auditório da Santa Casa da Misericórida de Silves sito em Largo Comendador Vilarinho, em Silves, por previsível insuficiência de espaço na sede da CCAM, para discutir e votar as matérias da seguinte ORDEM DE TRABALHOS 1. Discussão e votação da proposta de plano de actividades e de orçamento da Caixa Agrícola para 2016.

2. Deliberação sobre a política de remuneração dos órgãos de administração e fiscalização da Caixa Agrícola para 2016.

3. Nomeação do Revisor Oficial de Contas efectivo e suplente.

4. Eleição dos membros dos órgãos sociais da Caixa Agrícola para o triénio 2016/2018.

5. Dispensa da prestação de caução por parte dos membros do órgão de administração e fiscalização.

6. Determinação da remuneração dos membros da Mesa da Assembleia Geral/ do Órgão de Administração/ do Órgão de Fiscalização, a vigorar a partir de 2016.

Se, à hora marcada, não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral reunirá, em segunda convocatória, uma hora depois, com qualquer número.

A Assembleia reunirá fora da sede social da Caixa Agricola devido à inexistência de sala com condições de espaço para a realização da mesma.

Silves, 10 de Novembro de 2015.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral ( Joaquim António G. E. Gonçalves)

Silves R Comendador Vilarinho 22 Tel: 282 440 250

16 Terra Ruiva Dezembro 2015

Opinião Geografias do Olhar

António Guerreiro

Prof. Universitário

TEM MAIS ENCANTO

E

stive de novo em Coimbra, desta vez (a terceira no espaço dum ano) por razões académicas, no primeiro congresso do Espaço Matemático em Língua Portuguesa. A Universidade de Coimbra e o Departamento de Matemática continuam gravativos e áridos, como os conheci no início dos anos oitenta do século XX. Para mim, a ci-

dade e a universidade sempre assumiram uma dupla face de regozijo e de frustração, tal como celebra a Balada da Despedida do 6.º Ano Médico de 1958 (Coimbra tem mais encanto), «Não me tentes enganar com a tua formosura/Que para além do luar/Há sempre uma noite escura».

Há sempre uma noite escura, em que um homem chora defronte dos blocos graníticos dum conhecimento universal, elitista e infindável.

Coimbra surge aos meus olhos como um penhasco que emerge de um país profundamente medieval, enraizado numa sociedade rural adversa à mudança.

Fiquei num hotel junto ao parque da cidade. De ma-

nhã, caminhava desde do Parque até à rua da Sofia (deusa do saber), que alojou em tempos idos os colégios (as faculdades), e apanhava um autocarro com destino à Universidade, junto ao Mercado D. Pedro V. Os homens e as mulheres que me acompanhavam na paragem dos autocarros ou que circulavam a pé nas imediações da baixa da cidade ainda sustentam aquele ar pesado das Beiras, duma antiguidade lusitana, acreditando ser possível testemunhar a existência do próprio Viriato. As mulheres, com buço forte, transportam sacos e canastras à cabeça, num passo decidido, ou, enroladas nos seus trajos escuros, rumam aos Hospitais da

Universidade de Coimbra; os homens aparentam uma velhice antecipada e ostentam uns tecidos antigos, certamente aconchegantes, como personagens de um país conservador e iletrado. Este país conhece os Hospitais da Universidade e adorna os doutores com sofisticação de trejeitos e vocabulários próprios de uma sociedade sufocada e amaleitada.

Em Paris, percorri estupidamente a Gare de Austerlitz, um cais vazio, tentando encontrar uma trouxa, um garrafão (de cinco litros de vinho), pedaços dum país, retidos numa gare, num falar lusitano. O romantismo dos emigrantes em França aos olhos de um aldeão ajusta-

“

rorismo? Se o conceito só é aplicado quando se tratam de ataques contra o Ocidente, e não ao contrário. A justificação para ceifar vidas humanas vai ser sempre inaceitável seja em Paris, em Beirute, na Nigéria ou na Síria. É altura de chorar por Paris, mas não se pode virar costas a todos esses que têm as suas vidas em perigo, seja na Europa ou fora dela. Bombardear a Síria, trocando violência por mais violência, só vai incendiar ainda mais os corações de jovens já radicalizados que usam a religião como uma justificação para o ódio contra o Ocidente. Mas

não combater as posições do Estado Islâmico só levará a um terror inacabável para as populações sírias e iraquianas, e consequentemente a um aumento do fluxo migratório para a Europa.

permanecem adormecidos nas mentes de quem neles acredita. Tal como os ideais não são aniquilados dos jovens que tentam, na Síria e no Irão, transformar os regimes totalitários, ou como em Gaza se constrói qualquer coisa de um pedaço de betão.

Estas pequenas flores de esperança, tão frágeis que são, deviam ser regadas, elas deviam ser o prelúdio do futuro, não a violência que se ensina aos filhos da Europa. Porque os acontecimentos de Paris, mais que um convite aberto à violência, convidam a uma reflexão da actuação do Ocidente no Médio Oriente,

mas também sobre as relações do Ocidente com Israel e o virar de costas a Gaza (o sítio que o mundo esqueceu).

Porque o Estado Islâmico é uma criação ocidental, tenta-se agora combater o que se criou durante anos no Iraque, quando foram dadas armas a rebeldes que a ninguém obedeciam. O que deve ser condenado é a injustificação da violência sobre minorias, sobre inocentes, e nesse aspecto o Ocidente e a União Europeia não saem com as mãos limpas.

Os ataques aéreos da França ao Estado Islâmico, nos dias

que seguiram os atentados em Paris, são uma demonstração de força e de hard power do país e de toda a coligação ocidental, de forma a mostrar que todas as acções terão consequências. Enquanto no centro da Europa cresce o fosso entre europeus e não europeus, alimentando-se sentimentos racistas e xenófobos dirigidos à maioria, quando só uma minoria considera a violência como o caminho a seguir. O Estado Islâmico é mais do que o autoproclamado califado (que os pobres curdos bem tentam deter!), é um ideal, e os ideais não se erradicam, eles

estudo publicado no Brasil pelo IPOM apontou que 82% dos jovens avaliados dormem com o telemóvel ligado ao lado da cama. Os sinais sonoros enviados pelas mensagens, que como bem sabemos, tocam a noite toda, levam a que o sono seja constantemente entrecortado, impedindo que se atinja o sono profundo e reparador. Um outro estudo feito no Centro Médico JFK, nos EUA, mostrou que o número de mensagens de texto – ou SMS – enviadas às crianças entrevistadas chegava a 34 por noite e uma média de 3.400 textos por mês, enviados no período noturno – o que é bastante alto, principalmente para indivíduos que deveriam estar a tentar

dormir e não a ser estimulados para permanecer acordados.

Uma investigação conduzida pela Universidade de Pittsburgh constatou que os adolescentes privados de sono comprometem sua capacidade de avaliar corretamente as situações que os colocam em risco e, assim sendo, tornam-se menos hábeis em lidar de maneira efetiva com as potenciais ameaças do quotidiano. Um estudo realizado junto a 16 escolas de ensino médio, localizadas na Califórnia, envolvendo uma amostra de 2.500 adolescentes, estabeleceu a relação entre problemas de sono e uso de álcool e canábis. A conclusão da investigação apontou que a cada 10 mi-

nutos extras passados da hora correta de se deitar, potencializam de 4 a 6% a probabilidade de que o adolescente venha a consumir álcool ou drogas, exatamente como apontado no comportamento dos adolescentes. É possível que alguns cuidados básicos possam ajudar os mais jovens e os adultos (sim porque este não é apenas um problema dos jovens) a desenvolverem uma boa noite de descanso. Deixo algumas sugestões: - Estabeleça uma rotina, ou seja, é importante que todos tenham uma regularidade (horário aproximado) para se deitarem, pois o nosso corpo precisa de rotina.

- Desligue os telemóveis (ou coloque-os longe da cama),

computadores ou ainda televisão, quando estiver próximo do horário de dormir.

Nosso cérebro precisa ser

ficar comprometidos, se estimulados pelas luzes de ecrãs.

E não devemos esquecer que as crianças e jovens imitam o comportamento dos mais velhos, assim sendo, de nada adianta falar se não nos conseguirmos tornar um bom exemplo a ser seguido.

Faça do quarto do(s) seu(s) filho(s) e do seu também um espaço, onde apenas o descanso e a tranquilidade sejam bem-vindos. Aposto que irá sentir a diferença.

do pelos valores da esquerda são apenas imagens que amparam a emoção e a razão.

Mas que sei eu dos outros, dos sonhos destas gentes que eu vislumbro a partir da vasta janela da minha cidadela intelectual e econó-

Mas que sei eu dos outros, dos sonhos destas gentes que eu vislumbro

mica? Como é a vida destas mulheres e destes homens que se cruzam comigo na cidade? Nada conheço da vida dos outros e nada intento

conhecer mesmo arriscando adivinhar os seus sonhos, os seus medos e os seus desassossegos em relação ao futuro de um passado permanentemente repetível. É improvável conhecermos a vida de alguém, para além de nós próprios, mesmo a nossa vida não a conhecemos, a nossa memória reorganiza-a transformando numa nova vida vivida ou intermitentemente esquecida. Ninguém consegue descortinar o real significado da sua vida e, muito menos, da vida dos outros.

Apesar das noites escuras e frias, Coimbra tem sempre encanto.

Partilhas Susana Amador

Lic. Ciência Políticas

Depois de Paris

Não seremos os mesmos depois de Paris. Sentimentos de revolta e de incompreensão invadiram as mentes europeias. Os acontecimentos do passado dia 13 de Novembro em Paris só vieram consolidar os piores medos dos franceses e dos europeus.

A actuação francesa na Síria contra o autoproclamado Estado Islâmico pode ser apontada como a causa primeira destes horríveis ataques, mas muitos anos de hipocrisia ocidental convidam a uma redefinição do pensamento.

O problema do terrorismo é de uma complexidade enorme. Mas o que é isto de ter-

Partilhas

Helena Pinto

Psicóloga Clínica

A importância do Sono (cont.)

Como conversado na edição anterior, a qualidade do sono que dormimos é de uma extrema importância para o crescimento, para a memória, para a aprendizagem, para a nossa saúde em geral. Como referi, nesta edição e dando continuidade ao tema, vou partilhar com os leitores algumas ideias sobre os efeitos do uso/abuso das tecnologias, nomeadamente o seu efeito sobre a qualidade do sono.

A tecnologia pode ser um inimigo do bom sono. Um

“

É altura de chorar por Paris, mas não se pode virar costas a todos esses que têm as suas vidas em perigo

“

adolescentes privados de sono comprometem sua capacidade de avaliar corretamente as situações

“informado” de que está a chegar a hora de “se desligar”.

Processos bioquímicos têm início nesse momento (como a libertação da melatonina, por exemplo) e que podem

O sono vence um homem quando ele não respeita as horas de repouso.

Helgir Girodo

Partilhe as suas ideias, opiniões, …helenamapinto@ gmail.com

Dezembro 2015 Terra Ruiva 17

Geral

Dia da Floresta Autóctone juntou mais de sete dezenas de jovens

No Largo do Penedo, João Carlos Correia, durante a apresentação

Junta de Messines editou Folheto sobre Lendas

O

Largo do Penedo, um recanto encostado ao Penedo Grande, no alto da Vila de Messines, foi o espaço escolhido para a apresentação do folheto “Lendas da Freguesia de São Bartolomeu de Messines”.

O folheto reúne três lendas relacionadas com a Freguesia de Messines que constam da “Monografia de São Bartolomeu de Messines”, de Ataíde

Oliveira, publicada em 1909.

As lendas foram ilustradas por Fly Pontes, artista gráfico natural desta vila.

Com a cumplicidade do sol, a apresentação deste “simples folheto”, nas palavras do presidente da Junta, João Carlos Correia, destinado à distribuição pelas crianças das escolas da freguesia, foi feita no dia 15 de novembro, no Largo do Penedo, um espaço recentemente remodelado

I Grande Prémio Atletismo de Tunes

A

té ao dia 30 de dezembro, estão abertas as inscrições para a participação do I Grande Prémio Atletis – Clube de Atletismo de Tunes em Marcha Atlética, que se realiza no dia 3 de janeiro de 2016, às 9h.

A prova insere-se no Campeonato Regional de Marcha Atlética e é organizada pelo Clube de Atletismo de Tunes com a Associação de Atletismo do Algarve, com

o apoio da Câmara Municipal de Silves e União das Freguesias Algoz e Tunes.

A prova destina-se a atletas de várias idades, de benjamins a veteranos.

O regulamento e as fichas de inscrição encontram-se disponíveis no site da Associação de Atletismo do Algarve.

Recolha de Sangue em Silves

A

Câmara Municipal de Silves promove mais uma campanha de recolha de sangue. A ação terá lugar no dia 14 de dezembro, entre as 10h00 e as 13h30, no edifício dos Bombeiros Voluntários de Silves e realiza-se em parceria com a Associação de Dadores de Sangue do Barlavento Algarvio (ADSBA) e com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Silves (AHBVS).

Durante o período da recolha os Bombeiros efetuarão, ainda, a medição do Índice de Glicémia, da Tensão Arterial e do Colesterol.

“Esta ação acontece todos os anos, sendo dinamizada pelo

Sector de Juventude da autarquia. O grande objetivo é sensibilizar a comunidade para a necessidade de reforço das reservas de sangue nos nossos hospitais e apelar ao espírito de solidariedade dos jovens no que toca à dádiva de sangue”.

Quem desejar participar deverá efetuar a sua pré-inscrição no portal do Município de Silves, até dia 11 de dezembro, ou nos seguintes locais: AHBVS, Centro de Saúde de Silves, ADSBA ou Junta de Freguesia da sua área de residência.

pela Junta de Freguesia, com um resultado muito elogiado pelos presentes.

A apresentação foi complementada com a participação de Lisete Martins e Vítor Gonçalves, do Grupo de Teatro Penedo Grande, que leram e recriaram as referidas lendas, bem como pela guitarra de Fernando da Ponte, músico messinense.

I

magine-se que lhe propõe abraçar uma árvore, ou que o desafiam a entrar numa ribeira para ver que tipo de animais ali existem. Imagine, ainda, que lhe colocam na mão uma árvore para plantar.

Na verdade, estas foram algumas das atividades que mais de sete dezenas de jovens tiveram a oportunidade de experimentar, ao longo do “Dia da Floresta Autóctone”, ação que foi organizada pela APA (Agência Portuguesa do Ambiente) e a Câmara Municipal de Silves (CMS), no passado dia 23 de novembro.

Estes jovens, provenientes de estabelecimentos de ensino do concelho (Algoz, Alcantarilha e Silves), concentraram-se na Quinta Pedagógica de Silves, onde passaram o dia e puderam observar, numa pequena ribeira que ali passa, afluente da Ribeira de Odelouca, várias espécies animais e vegetais. Simultaneamente, tiveram contacto com diversos técnicos que lhes garantiram formação sobre recursos hídricos, va-

As ações na ribeira foram um sucesso junto dos jovens

lorização da ribeira e na remoção de espécies invasoras/ plantação de espécies autóctones.

No próprio espaço da ribeira foi possível fazer a monitorização da qualidade da água e temas como a conservação e sustentabilidade de ecossistemas de água doce foram tema de análise.

Técnicos de diversas instituições como o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas IP, a Agência Portuguesa do Ambiente IP – ARH do Algarve, as Águas do Algarve S.A. e a CMS, realizaram experiências que puseram os jovens voluntários em contacto com a natureza e dirigiram trabalhos de replantação de espécies autóctones.

Este foi o início de um projeto de voluntariado ambiental, que ligará a autarquia a todas as instituições representadas nesta formação, ação essa que permitirá efetuar a monitorização, ao longo de todo o ano, deste curso de água.

Este projeto ligará, ainda, o Município ao projeto “Voluntariado Ambiental para

a Água”, da Agência Portuguesa do Ambiente I.P. - ARH do Algarve (APA – ARH Algarve), tendo já sido dado um primeiro passo, a 1 de outubro, com a realização do Seminário “Dia Nacional da Água – Corredores ecológicos: pessoas e ecossistemas”, que juntou autoridades ambientais e especialistas de vários organismos, na discussão de formas de preservar os recursos naturais da região.

Todas estas iniciativas foram dinamizadas pelos Sectores de Educação e Ambiente da CMS, inserindo-se no pré Projeto Educativo Local e integrando o pilar “Ambiente” (água, recursos hídricos, resíduos e florestas). Ficam, pois, patentes as preocupações da autarquia na preservação dos recursos naturais, consciencialização dos munícipes para questões de educação ambiental e motivação/definição de estratégias para as escolas participarem neste esforço.

Texto e Fotos: Gabinete de Informação e Relações Públicas da Câmara Municipal de Silves

ExtremoSul abre inscrições para a Escolas de BTT

J

á estão abertas as inscrições para as Escolas de BTT da ExtremoSul. As inscrições podem ser efetuadas no local e dia de treinos ou através de email geral@extremosul.net e destinam-se a crianças nascidas entre 2002 a 2009.

A Escola de BTT da ExtremoSul teve início em 2008, em S. Bartolomeu de Messines, uma localização privilegiada para a prática da modalidade do BTT. Este ano, de modo a dar oportunidade às crianças e jovens de Albufeira, foi alargada a área de intervenção da Escola de BTT da ExtremoSul a este concelho.

Os treinos realizam-se no Largo da Feira, em S. Bartolomeu de Messines, e/ou na Pista de Atletismo das Fontaínhas, em Albufeira, às terças e quinta-feiras pelas 18h30 e aos sábados às 9h30, informa esta associação.

18 Terra Ruiva Dezembro 2015

Sociedade Palavra puxa Palavra

Teodomiro Neto

Mulheres da Minha Terra ( 7) A Tia Levica – na terra dos outros

E

ra assim que toda a gente a tratava – a “Tia Levica”, sendo o seu nome de baptismo de Ludovica.

Paula Bravo, num trabalho publicado em 2009, “Vivências e Contributos”, faz uma referência à tia Levica, mulher com bons ofícios, a parteira Levica, que acudia a todas as mulheres do “povo” de S. Bartolomeu de Messines, uma pequena aldeia incrustada no cerro do Penedo Grande.

Foi assim que sempre entendi essa Ti Levica. Vendo-a, muito maneirinha, correndo as ruas da minha terra e sua, sempre apressada, enrolada no seu xaile de todas as estações, a socorrer alguém que vinha ao mundo.

Ainda, noutras situações, em curas diversas: emplastros incómodos, enjoos matinais, de tanto desassossego às virgindades ameaçadas; ainda às mulheres ignorantes do seu calendário biológico, mais um chá das suas ervas.

Conhecíamos no seu andar, em sapatos de ourelo, sola em madeira, colada na parte dianteira e livre no calcanhar, provocando um tac… tac… ruído característico no chão de pedra ruiva.

Vendidos, todos os anos, pela feira da Barreira, que se realizava, em redor da igreja, pelo fim de Dezembro, em que toda a gama de produtos artesãs eram comercializados: calçado grosso de Loulé, mantas de lã alentejanas, a castanha de Monchique, as pirâmides de pau roxo ( cenouras longas de engorda aos porcos e outros animais).

E a minha Mãe lá vinha: Lá vai a Ti Levica tirar mais um anjinho ao mundo.

A ti Levica foi essa mulher de muitas responsabilidades atribuídas: estimada e rejeitada. Vivia frente à nossa casa. Construção simples: duas divisões, o seu pequeno mundo, e um pátio para a sua horta de remédios, a sua botica. Eu, nessa inconsistência em entender os serviços prestados por aquela figura de fragilidade corpórea, admirava aquela mulher que conhecera sempre muito séria, rosto sem riscos de sorriso, que a guardei para figura

do meu livro “As Tentações de Maria Lua”.

No início de Novembro de 2007, a jornalista da Rádio Difusão Portuguesa – Antena 1, Sílvia Mestrinho, convida-me a escrever e ler um trecho sobre alguém que conhecera e estimara. Logo penso na Ti Levica.

Uma semana depois telefono-lhe: a estória estava pronta, e para ser lida. E assim foi.

A 15 de Novembro 2007, a Ti Levica estava no ar.

Hoje, a velhota que eu conheci e admirei, e que minha Mãe me ensinou a beijar-lhe a mão, quando a encontrasse, entra neste painel das “Mulheres da Minha Terra”, vai merecendo os benefícios dos silêncios.

Assim começou a leitura radiofónica:

Chamava-se Ludovica por nascimento, mas para todo o “mundo” de Messines, era a Ti Levica. Morava na rua da Estalagem, o velho casco da terra de João de Deus.

Uma casa de um piso e de duas divisões: casa de fora e quarto, tendo um pátio onde cultivava todas as ervas para as mezinhas e perfumes, em que as craveiras de flor rubra pendiam para a rua, sem tentações.

Era frente à casa de meus pais, onde nenhuma roda circulava: só vizinhos e rebanhos para pastos e regressos.

A Ti Levica tinha engenhos vários. “Habilidades”, como se dizia, que não havia outra: eram mezinhas para todas as maleitas, nas ervas que cultivava, no respeito a todos. Era alecrim, laranjas do inferno, alfazema, cidreira, erva da parida, erva do amor, erva do paraíso, erva dos rabos, do fígado. Era todo um canteiro de botica. De olhar e não tocar!

Ainda Ti Levica lia cartas de sortes e… de azares. Consultavam-na, sobre amores desfeitos, dores de corno, traições, vinganças, gatunagem. A Ti Levica fora parteira de quase todas as mulheres prenhes de S. Bartolomeu de Messines.

Não eram situações para os doutores Cabrita ou Mexias.

Eram trabalhos secretos, que dronho para as borrifadelas nem os homens que lhes cus- dos aflitos, da erisipela, um piram, tinham esse direito complemento das suas mede reserva. De minha Mãe, zinhas… e dos seus sonhos! assistiu aos cinco filhos, em Minha Mãe que a consideracortes umbilicais sadios. va madrinha de todos os seus Sempre em serviços de pou- filhos, sempre a acarinhou. ca ou nenhuma recompensa. Prometeu que voltaria ao pôr Mas essa curandeira, partei- do Sol, à noitinha, com um ra, conselheira, quando corria, nesse andar fito, sem olhar ao desdém que certos lhe dedicavam, esquecendo-lhe os benfazejos.

Ti Levica era a bruxa, era a judia para alguns; uma santa para todos.

Eu, ali ficava no sossego do seu quintal, vendo-a regar, acariciar as plantas, conversando com Ilustração: Personagem “Rembranesca” e Amor.

Picasso, 1969, Museu de Lucerna, Suíça elas. E eu a perguntar: Mãe, por que é que a Ti Le- caldo verde, quentinho. Sim, vica fala com as flores? E a filha. O teu caldo verde e o teu minha Mãe, naquele sorriso borrego, são o melhor perfume brando, a responder: Por que para o meu regalo. ela as entende!

Quando minha Mãe lhe leLembro de tantas rezas que vou o caldo prometido, chaela, nessa sagesse entendia, e mou: Ti Levica. Não deu eu gostar de ouvir e de apon- de vaia. Correu a cortina de tar. Esta que eu retenho: atabua que servia de divisão entre o quarto e casa de fora.

Oração de São Bartolomeu: Sem resposta, foi ao quarto.

São Bartolomeu me disse Ti Levica estava estendida.

Que eu descansada dormisse Havia despido todo o negro Que não tivesse medo da do seu vestir, envergando o sombra vestido, eternamente penNem de casa assombrada durado para a mortalha, o Nem pesadelo de alma pe- vestido do seu noivado, sem nada. casamento, numa cor verde azeitona. Deitada sobre a Quatro cantos tem a casa colcha amarela de seda, que Quatro velas a arder raramente, quase nunca se Quatro amigas me acompa- mostrava. A octogenária janham zia, morta.

Nesta hora de morrer.

Minha Mãe aflita corre às vizinhas que acodem. A Ti A um fim de dia, Ti Levica Levica morrera. Já o Saínhas, chamou por minha Mãe, de vivendo, sempre ao canto da casa a casa. Que eu fosse fa- rua, lançava o pregão: Morreu zer-lhe um mandado. Lá fui. a Ti Levica. E minha Mãe Diz-me penosa: Pega naque- repetindo: E ela que dizia que la cigana – era uma garrafa a morte nunca entraria em sua de longo gargalo – E que casa, sem o aviso de S. Bartofosse à venda do Galinha, o lomeu… taberneiro, que lhe devia uns Preparou-se a cerimónia do favores de vida, e lhe trou- luto. O candeeiro de cobre, xesse o costume. Era o me- logo limpo, brilhando de

amarelo dourado, o azeite derramado para a luz, nos seus quatro bicos, que só servia para alumiar os mortos, acendeu-se. E até à meia-noite foi a vigília, entre preces, coscuvilhice e café quente. Eu adormecera no colo de minha Mãe. Á meia-noite as vizinhas começaram por abalar. Minha Mãe despertou-me e apagou a luz que o azeite alimentava, produzindo sombras que se aumentavam. E tudo eu acompanhava, sem receios e sem medo. Logo, eu julguei ver o corpo da morta tremer: - Mãe, a Ti Levica mexeu-se.

Minha Mãe acariciou-me o cabelo: Anda, o que tu tens é sono. Vamos. Faz-se tarde. O teu irmão já dorme, há horas. – Mas a Ti Levica mexeu-se, eu vi. Repetia… Repetia. Não, filho, a Ti Levica morreu. Vamos!

A porta, como sempre, ficara somente presa ao trinco.

De manhã, era uma manhã de sol radioso. Minha Mãe preparava o café clareado com leite de cabra, que a leiteira outro não tinha, preparando-nos para a escola. Veio à porta e abriu a meia que servia de janela. Pensou, logo ir à oficina do senhor Luís, o

carpinteiro da rua da Mina, encomendar o caixão. Depois, logo se entenderia com as vizinhas. Mãe, chamámos, eu e o meu irmão, na pergunta: E agora, a Ti Levica?

Minha Mãe não teve resposta. Ficou olhando, já numa saudade. Os cravos, muito vivos, rubros, que pendiam do muro. E, para espanto de minha Mãe, como era costume todas as manhãs, a saudação da Ti Levica: Filha, hoje está um dia de cravos.

Entre o arrepio e o espanto, minha Mãe ficou muda de susto. E num meio grito se ficou…

A Ti Levica tivera uma morte larvar. Talvez pelo excesso do medronho e o seu estado febril, naquela sua idade avançada de octogenária, que passara por uma reanimação durante a noite. E ali estava, com a sua longa cabeleira alva e desgrenhada, à brisa da manhã, pronta para o seu ofício de todas as maleitas.

Ainda durou. Foi durando…

Não mais a esqueci naquela força, que nunca evocava Deus, nesses poderes que havia recebido.

O tempo guardou-a na minha memória. E eu revivi-a na minha escrita.

Até que a voz me doa

Luísa Anselmo

Notária (aposentada)

Natal de 2015

E

stá pertinho… os melhores desejos para todos vós. Aliás, em Natal, não vivamos só para comprar, sim, amando verdadeiramente. Em casa chaminé apareça, enfim, jóia preciosa iluminando cada ser humano, pois é tamanha a escuridão que por ali e aqui se espalha que me aflige e desestimula.

E nós estamos carecidos de luz, cada vez mais, como de pão para a boca, não tenham dúvidas. Na verdade, uns indiferentes, outros a isso jun-

tando ambição desvairada, e outros mantidos cegos, sei lá há quanto. O certo, é que temos de avançar, autenticamente, evoluir, parar a decadência criminosa em que vamos caindo.

Há por aí caminhos e caminhos embebidos em sórdidas sombras negras, violadoras destruindo a vida de muitos.

E nós, os únicos da espécie que na terra possui inteligência e capacidade criadora de beleza, vamos deixando ficar tudo na mesma ou pior.

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Dezembro 2015 Terra Ruiva 19

Sociedade

Reviver o Passado

Rocha de Sousa

Professor Universitário (aposentado)

Conquista de Ceuta evocada em Silves

Os ruídos da história

Q

uem está hoje na Síria, nas zonas queimadas, entre ruínas onde moram os últimos orfãos, pode eventualmente achar carros a bater terreno e obter boleia, chegando ao norte do Iraque na outra madrugada. Há zonas que se enchem de figuras com roupas aparentemente regulares, abivacando em grande algazarra. Faiscando. Mas nada é fácil, mesmo que transitoriamente, e estes fantasmas acabam por ser forçados a limpar lamas sangrentas, restos de corpos, lixo de comidas inclassificadas, talvez como patéticas simulações da pintura de Miodrag Djuric, sobretudo em “Grande plage bleue”. Os sulcos da morte são constantes, perante a corrida dos guerreiros selvagens, terroristas do século XXI, e as cidades perdidas num novo deserto, animadas por percepções em travelling,

ruas cheias de cadáveres, entre casos de homens ajoelhados, congelados para sempre, a conviver com bocados de animais semelhantes ao bicho da “Guernica”.

Estas palavras, encontradas ao acaso da recente história de uma guerra bem próxima, carreada naquela área e um pouco por atentados dispersos, incluindo a Europa, tem no grupo Daehs o seu grande intérprete. A França foi fustigada em Novembro, no centro de Paris, por agentes daquela raiz, e tomou, de imediato, medidas de retaliação. Todos vimos, a comunicação global oferece-nos, a cada minuto, todo o horror e também a eventual beleza das nossas escolhas.

As notas descritivas aqui alinhadas pertencem, em cima, a um livro sobre a guerra do Daesh na zona síria e no Iraque. Parece longe.

Parece memória histórica.

Aurélio Nuno

Mas está a acontecer e envolve gente nova, recrutada a ocidente, incluindo nove portugueses. Esse apelo, que envolve escolhas tão drásticas, não deixa de nos conduzir à perplexidade. Ao lermos os planos da acção terrorista aqui tratada por brevíssimas imagens em escrita, cogitámos mais: no seio da maior das barbaridades, os chefes têm um plano, na ideia da reconquista das antigas áreas onde os árabes forjaram beleza e trabalho (no Algarve, para não ir mais longe), o que nos permite imaginar, sem certeza nem quando, grupos de gente armada chacinando as vidas da nossa gente ou acorrentando-a (em vez dos animais) às velhas noras, invenção dos seus antepassados.

Pode não acontecer. Mas a Europa está em guerra com o Daesh, seguida pela Rússia e por outros países. Portu-

gal, na “rectaguarda”, parece poupado, embora também esteja a receber um importante grupo de refugiados vindos dolorosamente da Síria, acossados pela guerra, com perda integral de bens e familiares. Somos um país equivocamente da margem da Europa, “periférico”, mas o oceano ainda nos protege, se nos lembrarmos da nossa história e da nossa expansão.

Seja como for, o mundo vive, global e regionalmente, um desastre principal. É preciso que os outros, cegos pela religião equivocada, degolando falsos inimigos e fustigando as pobres gentes ainda apegadas às raízes da terra, sejam ao menos levados ao entendimento da grandeza laica da vida, estigma de um Universo mal conhecido mas que não é apenas casa de Deus, é sobretudo lugar civilizacional da humanidade.

N

o passado dia 28 de novembro decorreu na Biblioteca de Silves uma palestra proferida pelo reputado historiador Dr. Teodomiro Neto, alusiva aos 600 anos da conquista de Ceuta, ocorrida a 21 de agosto de 1415.

Um acontecimento que iniciou a Expansão Europeia no Mundo, um marco à escala planetária a que o Algarve e Silves em particular estão ligados, e que o conferencista habilmente recordou.

Afinal era Silves a capital do Algarve e sede de Bispado, tendo o prelado cedido algumas das suas embarcações para aquela “empresa”. Foi também em Silves que Gomes Eanes de Zurara conclui, em 1450, a sua “Crónica de Tomada de Ceuta por

El Rei D. João I”. Um documento único e fundamental para a narrativa daquela conquista, mas também para Portugal e para o mundo, e que muito deve honrar os silvenses, tão alheados deste período áureo da história da cidade.

Todavia e não obstante constituir esta a única iniciativa, organizada pelo Município de Silves, alusiva a tão importante efeméride, notaram-se as ausências do executivo municipal permanente e não permanente e da Junta de Freguesia local.

Sociedade música tradicional de Cabo Verde, no dia 14 de dezembro, às 21h30, no Teatro Mascarenhas Gregório.

A organização é da Junta de Freguesia de Silves.

Oficina de joalharia improvável

A artesã Margarida Gomes orienta mais uma Oficina de joalharia improvável, para crianças dos 5 aos 10 anos, na Biblioteca Municipal.

Esta sessão decorre no dia 19 de dezembro. A participação é livre mas requer inscrição prévia.

“Talentos do Município” expõem trabalhos

Até 31 de dezembro, a exposição “Talentos do Município”, estará na Biblioteca Municipal. Nesta mostra são expostos trabalhos de mais de uma dezena e meia de funcionários da Câmara Municipal de Silves, resultado dos seus passatempos criativos.

Fotografia, pintura, empreita, croché, ponto cruz, artesanato de barro, bonecos de pedra, bolsas de pano, malhas e bijuterias são alguns dos trabalhos em exposição.

Pedro Barroso em Silves

O conceituado músico Pedro Barroso estará em Silves, na iniciativa promovida pela Biblioteca Municipal, “Lado B”. Assim, no dia 10 de dezembro, o convidado estará na Bibioteca, às 21h, para uma conversa à volta dos livros, filmes e músicas da sua vida. No dia 11, às 21h30, haverá um Concerto Acústico, no Teatro Mascarenhas Gregório. Os ingressos têm um custo de 10€.

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Concerto de Benvindo Barros

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O músico Benvindo Barros apresenta um espetáculo com

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20 Terra Ruiva Dezembro 2015

Geral

Óbitos

Apelo

Faleceu o Dr. António Neto Guerreiro A freguesia de São Bartolomeu de Messines perdeu no passado dia 10 de novembro, em São Paulo, um dos seus mais diletos filhos, o Dr. António Neto Guerreiro. Nasceu no n.º 49 da rua Cândido dos Reis, a 15 de janeiro de1928, filho de Luís António Guerreiro e de Maria Quitéria Neto. Emigrou para o Brasil aos 22 anos de idade, procurando uma vida melhor que Portugal, em pleno Estado Novo, e Messines, em particular não lhe proporcionavam.

Na América do Sul construiu uma carreira multifacetada e de sucesso, foi empresário, empreendedor, advogado e escritor. Em 1960 fundou em São Paulo uma empresa próspera, a Neto & Companhia, Lda. dedicada ao ramo de ferragens e ferramentas, estabelecendo nos anos seguintes várias filiais. Enveredou mais tarde pela hotelaria tendo construído em Campinas, o Diplomata Hotel.

Enquanto escritor, publicou cerca de uma dezena de livros, repartidos entre romance, poesia e história, comercializados nas maiores livrarias do Brasil. Muitos deles evocam repetidas vezes a sua terra natal, constituindo por isso, um dos maiores difusores, de sempre, de S. B. de Messines, na América do Sul. Exerceu ainda advocacia por curtos intervalos, na sequência do curso de Direito que concluiu em 1978, pela Faculdades Metropolitanas Unidas.

Em São Paulo foi presidente do Centro Cultural Algarve e Alentejo e conselheiro da Casa de Portugal, durante 10 anos, e do Centro Transmontano. Membro da Academia Paulistana de História e tesoureiro da Associação Portuguesa de Desportos colaborou ainda na fundação do Elos Clube São Paulo Sul, de que era conselheiro vitalício.

Embora longe nunca esqueceu a “sua” Messines, que passou a visitar anualmente, depois de a sua condição financeira o permitir. Um dia confidenciou-nos que lamentava ter emigrado, pois tal não lhe possibilitou que cooperasse no desenvolvimento de S. B. de Messines, como era seu dever. Ainda assim apoiou financeiramente a edificação do quartel dos Bombeiros, nos anos de 1980, tendo em 2010 ofertado à Sociedade de Instrução e Recreio Messinense (SIRM) a instalação de ar condicionado. Os seus últimos atos de benemerência prenderam-se com a oferta à «comunidade messinense» de um monumento ao Dr. Francisco Neto Cabrita (médico), tendo para o efeito doado à Junta de Freguesia, sete mil euros, bem como, entregue à Fábrica da Igreja Paroquial três mil euros, para o restauro de Nossa Senhora da Saúde (para reverter a infeliz intervenção que a imagem foi sujeita em 2013), trabalhos que já não verá concluídos.

Primava pela honestidade e retidão, que dizia lhe fora incutida pelo seu avô Bernardo Neto, da Portela de Messines.

Todavia e se o Dr. Neto Guerreiro foi um filho pródigo, a terra mãe também não o olvidou. Em julho de 2010 a Sociedade de Instrução e Recreio Messinense, onde na adolescência lera os clássicos portugueses, convidou-o a apresentar a sua vasta obra literária. Por sua vez em setembro de 2014 o seu nome foi sugerido pelos conterrâneos, para constar na toponímia da vila. Conhecida a infeliz notícia do seu falecimento foi celebrada, no passado dia 21 de novembro, uma missa, pelo seu eterno descanso, no santuário de Nossa Senhora da Saúde.

Homem amável, generoso, inteligente e com uma excelente memória com que nos transportava para as décadas da sua meninice e juventude na aldeia de S. Bartolomeu de Messines, sabia conversar e encantar.

Por nunca se ter desligado da terra e dos amigos, nos quais nos inseríamos, sentiremos a sua falta. À esposa Darcy Ribeiro, filhas Tânia Cristina e Vera Lúcia, netos e demais familiares endereçamos as nossas sentidas condolências.

Aurélio Cabrita/ Paula Bravo

A

viúva Maria Rodrigues e Filhos apelam para a ajuda de quem esteve presente no local do acidente que ocorreu no passado mês de Abril, no dia 29, na estrada das Cortes, no cruzamento N 124, no sentido Silves- Messines, por volta das 15h.

O acidente aconteceu entre um triciclo motorizado e uma carrinha 4x4 e o condutor do triciclo, Manuel

Sequeira Rodrigues, de 80 anos, ficou em estado grave, acabando por falecer já no hospital.

Se viu o acidente, se passou no local e/ou sabe descrevê-lo, pedimos por favor que entre em contacto com a família.

Agradecemos desde já a compreensão e a ajuda.

A família Rodrigues, 925 737 613

Edital

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INSTALAÇÃO DE ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS DE PETRÓLEO / POSTO DE ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEIS Processo CAC 2215 Faço saber que CARRASQUINHO & FILHOS PRODUTOS COMBUSTÍVEIS, LDA., pretende obter licença para uma instalação de combustíveis destinada a Revenda, sita em Estrada dos Amendoais - Gateiras, freguesia de Tunes, concelho de Silves e distrito de Faro. A referida instalação encontra-se abrangida pelas disposições do Decreto-Lei n.° 267/2002, de 26 de Novembro, com as alterações constantes no Decreto-Lei n.° 195/2008, 6 de Outubro, que estabelece os procedimentos de licenciamento das instalações de armazenamento de produtos derivados do petróleo e postos de abastecimento de combustíveis e pelos respectivos regulamentos de segurança.

Em conformidade com a disposição do n.° 9, da Portaria n.° 1188/2003, de 10 de Outubro, são convidadas as entidades singulares ou coletivas a apresentar, por escrito, para a DGEG Área Sul - Algarve, dentro do prazo de 20 dias, a contar da data da publicação deste edital, as suas reclamações contra a concessão da licença requerida pela entidade acima indicada e com a seguinte constituição: Produto

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Carlos Mascote Chefe de Divisão de Instalações Elétricas e de Combustíveis do Sul - Algarve Por Subdelegação de Poderes, conforme Despacho n.° 8650/2015, publicado no DR, n.° 152, II Série, de 6 de agosto de 2015.

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Dezembro 2015 Terra Ruiva 21

Geral

Escritura

Escritura

CARTÓRIO NOTARIAL A CARGO DA NOTÁRIA MARIA MARGARIDA FRESCO BORLINHA HENRIQUES, SITUADO NA RUA CRUZ DE PORTUGAL À PROJECTADA DIOGO MANUEL, BLOCO A, EDIFICIO ARADE, LOJA 3 C, SILVES. CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do disposto no artigo cem, número um do Código do Notariado, que em dez de Novembro de dois mil e quinze, foi exarada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, lavrada a folhas cento e dezasseis do Livro de Notas número cento e cinquenta e um, deste Cartório, a cargo da Notária Maria Margarida Fresco Borlinha Henriques, na qual, JOÃO DA PALMA GUERREIRO GONÇALVES e mulher MARIA CLOTILDE GUERREIRO GONÇALVES, casados no regime da comunhão geral de bens, naturais respectivamente da freguesia e concelho de Aljustrel e da freguesia de Alvalade Sado, concelho de Santiago do Cacém e residentes na Rua Dr. Casimiro Neto, número 16, Algoz; contribuintes fiscais números 112 366 180 e 164 550 100, foi dito que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrém, do prédio urbano, sito no Largo Dr. Casimiro Neto, União das freguesias de Algoz e Tunes, concelho de Silves, composto de uma divisão, destinada a serviços, com a área de cinquenta e quatro metros quadrados, a confrontar do norte, com Largo, do sul, nascente e poente, com João da Palma Guerreiro Gonçalves, descrito na Conservatória do Registo Predial de Silves-freguesia do Algoz, sob o número três mil novecentos e cinquenta e seis, inscrito a favor da Sociedade Panificadora Aralgarve, Limitada, pela Ap. três de dez de Maio de mil novecentos e setenta e nove e inscrito na matriz predial urbana, sob o artigo 402, com o valor declarado igual ao patrimonial tributário de 14 910,00 Euros.

Que os justificantes, adquiriram o citado prédio urbano, por meio de compra verbal, nunca a reduzida a escritura, à Sociedade Panificadora Aralgarve, Limitada, que teve a sede, no Largo Dr. Casimiro Neto, no Algoz, freguesia do Algoz, concelho de Silves, no ano de mil novecentos e oitenta e sete, e em data e mês que não podem precisar.

Que desde esse ano, possuem o prédio, em nome próprio, utilizando-o e conservando-o, e nele exercendo a sua actividade profissional, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente e com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o citado imóvel por USUCAPIÃO, não tendo todavia dado o modo de aquisição documentos que lhes permitam fazer prova do seu direito de propriedade para fins de registo Foram feitas as respectivas notificações nos termos do artigo noventa e nove do Código do Notariado.

Está conforme.

Silves, dez de Novembro de dois mil e quinze A Notária Maria Margarida Fresco Borlinha Henriques Registado sob o nº 42 Emitido recibo.

(Publicado no jornal Terra Ruiva, edição nº 172, 08 de Dezembro de 2015)

Pub.

Escritura

JUSTIFICAÇÃO Ana Rita da Silva Palma, Notária do Cartório Notarial sito no concelho de Lagoa (Algarve), na Rua Município de S. Domingos, Lote 7, rés-do-chão direito, na cidade de Lagoa, CERTIFICA narrativamente, para efeitos de publicação, que neste Cartório, no dia de hoje, de folhas nove a folhas onze do Livro de notas para Escrituras diversas número Cento e vinte e cinco - A, foi lavrada uma escritura de justificação notarial, na qual: - Justiniano Nunes dos Reis, NIF 116 152 605, e mulher Inácia Maria da Silva José dos Reis, NIF 116 152 613, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele de Silves, ela de Monchique, residentes na Rua Gaspar Lopes Canário, número 10, em Portimão.

Declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do PRÉDIO RÚSTICO situado em Barrada, na freguesia e concelho de Silves, composto por cultura arvense, com a área de dez mil trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar, do norte com Antunes Gregório Bento de Campos, do sul com estrada, do nascente com Nuno Augusto de Castro Cabral e do poente com barranco, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Silves, inscrito na respetiva matriz predial rústica, em nome do antepossuidor Alberto Magalhães Barros, sob o artigo 34 da secção DG da referida freguesia de Silves.

Que, o referido prédio não se encontra descrito na respetiva Conservatória do Registo Predial de Silves e do mesmo não têm qualquer título formal que sirva de base ao registo em seu nome.

Que, os justificantes, adquiriram e entraram na posse do identificado prédio, já no estado de casados um com o outro, no ano de mil novecentos e setenta e cinco, em dia e mês que não podem precisar, por compra verbal feita a Alberto Magalhães Barros, também conhecido por Alberto Campos de Magalhães Barros, e mulher Maria Luísa Lobo de Miranda Malheiro de Faria e Távora Abreu e Lima de Magalhães Barros, casados sob o regime da comunhão geral, residentes no Estoril, Cascais, sem que, todavia, tenha sido lavrada a competente escritura, inexistindo portanto título formal que a comprove.

QUE, desde então, data em que se operou a tradição material do prédio ( ano de mil novecentos e setenta e cinco), até hoje, os justificantes passaram a desfrutar o dito prédio como coisa própria, autónoma e exclusiva, como seus exclusivos proprietários, dele retirando as vantagens de que é susceptível, lavrando, semeando e tratando das árvores, cultivando-o, fazendo pastagem para ovinos e caprinos, usufruindo, portanto, de todos os seus frutos e rendimentos, passaram a cuidar da conservação e limpeza do mesmo e a suportar os seus encargos, enfim, nele praticando os atos materiais correspondentes ao direito de propriedade plena na convicção de não lesarem o direito de outrem, convictos de serem os verdadeiros e legítimos proprietários do referido imóvel e como tal sempre por todos foram reputados, pelo que possuem o dito prédio em nome próprio há mais de trinta anos, sem violência ou a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início e à vista de toda a gente, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento e acatamento de toda a gente.

Que, deste modo, esta posse pública, pacífica e contínua, de boa fé, conduziu à aquisição do direito de propriedade do mencionado prédio por USUCAPIÃO, que invocaram para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo.

Vai conforme o original.

Lagoa (Algarve), três de Novembro de dois mil e quinze A Notária Ana Rita da Silva Palma Conta registada sob o nº 1175 (Publicada no jornal Terra Ruiva, Edição nº 172, de 08 de dezembro de 2015)

P.J.G.

Pub.

Contabilidade Unipessoal, Lda.

CARTÓRIO NOTARIAL A CARGO DA NOTÁRIA MARIA MARGARIDA FRESCO BORLINHA HENRIQUES, SITUADO NA RUA CRUZ DE PORTUGAL À PROJECTADA DIOGO MANUEL, BLOCO A, EDIFICIO ARADE, LOJA 3 C, SILVES. CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do disposto no artigo cem, número um do Código do Notariado, que a escritura de Justificação e doação, outorgada em vinte e oito de Agosto de dois mil e quinze e lavrada a folhas cento e trinta e três verso e seguintes do Livro de Notas para escrituras diversas número cento e cinquenta, deste Cartório Notarial em Silves, foi rectificada no sentido de passar a constar que o prédio urbano, sito na Ladeira de São Pedro, freguesia e concelho de Silves, e inscrito na matriz predial urbana, sob o artigo 7807, tem a confrontação a norte, José Manuel Gonçalves Feliciano e caminho, do sul, com José Manuel Gonçalves Feliciano, do nascente com José do Carmo e do Poente, com Isaurinda Feliciano, e já se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Silves, sob o número doze mil oitocentos e quarenta e quatro, e mantendo-se tudo o mais referenciado na citada escritura.

Está conforme.

Silves, vinte e três de Novembro de dois mil e quinze A Notária Maria Margarida Fresco Borlinha Henriques Registado sob o nº 115 Emitido recibo.

(Publicado no jornal Terra Ruiva, edição nº 172, 08 de Dezembro de 2015)

Escritura Joaquim Manuel Vital Ruivo, notário em Beja, CERTIFICA NARRATIVAMENTE, que no dia nove de outubro de dois mil e quinze, a folhas cento e quarenta e oito, do livro de notas para escrituras diversas, número Dez - B, deste Cartório foi outorgada uma escritura de justificação do seguinte teor: - João Carteiro dos Reis Mendes, NIF 122607970, e sua mulher Virgínia Maria Cerejo Martins Mendes, NIF 169228690, ambos naturais da freguesia de Santiago, concelho de Alcácer do Sal, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, residentes em Azinhaga das Mouras – Quinta do Mendes S/N, Alcácer do Sal. E por eles foi dito que, com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores de um Prédio Rústico Denominado, sito em Franqueira , freguesia e concelho de Silves, com a área de dois mil quinhentos e dez metros quadrados, composto de Terras de semear com árvores, confrontando Norte, Caminho, Sul Francisco Boto Duarte e outros, Nascente, Manuel Carriço e Poente, José António das Neves Elias, descrito na Conservatória do Registo Predial de Silves, sob o número dois mil trezentos e oitenta e sete, da referida freguesia de Silves, prédio, inscrito na respetiva matriz rústica sob o artigo 25, da Secção AG, com o valor patrimonial inicial de € 40,60 e atribuído de €1.800,00 (mil e oitocentos euros).

Que o dito prédio está inscrito na mencionada Conservatória de Registo Predial de Silves através da apresentação dois de dezassete de janeiro de mil novecentos e noventa, a favor do casal Maria João Rodrigues Oliveira Botelho Martins da Silva e marido Manuel António Martins da Silva, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes á data em Silves, e na matriz predial rústica encontra-se inscrito a favor do justificante marido.

Que, dadas as circunstâncias da posse, adquiriram aquela fração imóvel por USUCAPIÃO, não dispondo porém de título e que o mesmo não é susceptível de ser comprovado pelos meios extrajudiciais normais, impossibilitando-os assim, e por natureza, de verem reconhecido o seu direito de propriedade perfeita.

Está de conformidade com o original.

O Notário (Lic. Joaquim Manuel Vital Ruivo) Conta registada sob o nº 1254

Contabilidade / Fiscalidade / Seguros Rua António Aleixo nº3

Telm: 962 578 769

Telef: 282 338 128

Fax: 282 330 626

(Publicado no jornal Terra Ruiva, edição nº 172, de 08 de dezembro de 2015)

22 Terra Ruiva Dezembro 2015

Sociedade

História

Nos Paços do Concelho, em Silves, encontra-se patente, até ao final do mês de dezembro, a Exposição do Arquivo Municipal com o tema “ 130º Aniversário do nascimento de Julião Quintinha “.

A exposição é acompanhada de fotografias e documentos.

Como habitualmente, o Terra Ruiva colabora com esta iniciativa do Arquivo Municipal publicando uma versão reduzida do texto da exposição. A versão integral está disponível no nosso site.

Vera Gonçalves

Téc. Superior do Arquivo Municipal

130º Aniversário do nascimento de Julião Quintinha

J

ornalista e escritor, Julião Quintinha foi uma figura ilustre da comunidade silvense bem como um dos grandes vultos da literatura e do jornalismo, que marcou o século XX em Portugal.

Nasceu em Silves, a 19 de dezembro de 1885. Filho de José António Quintinha, rolheiro, natural da freguesia de Alcantarilha, e de Maria Firmina, costureira, de Porches, residentes em Silves, provém de uma família modesta que não possuía recursos para financiar os seus estudos, para além da instrução primária.

Bastante jovem começou a trabalhar como operário, numa das fábricas de Silves, e mais tarde aprendeu o ofício de alfaiate, abrindo um estabelecimento na cidade. Todavia, enquanto operário que conheceu o trabalho físico e duro, encontrou tempo para cultivar o espírito, ansioso de saber e de conhecimento.

Em 1907, com 21 anos, casou civilmente com Aurelina Santana, de Silves, tendo assistido ao enlace ilustres figuras republicanas, nomeadamente Mascarenhas Gregório. Deste casamento resultaram dois filhos: Mário Santana Quintinha e José Santana Quintinha.

Interessou-se pela política e defendeu as ideias republicanas e as revindicações operárias, demonstrando grande esperança no novo regime, defendendo a sua implantação e fazendo propaganda e participando em comícios.

Ainda jovem iniciou as suas atividades jornalísticas publicando, em 1909, o jornal Chelbe, que só teve um único número. Dois anos mais tarde, juntamente com Henrique Martins, fundou e dirigiu o jornal Alma Algarvia, onde defendia os ideais democráticos e defesa das classes trabalhadoras.

Ao longo da vida, colaborou em quase todos os periódicos do Algarve: O Aldeão, Ecos de Loulé, Folha de Alte de Loulé, Jornal de Portimão, O Messinenses, O Povo de Silves e A Rajada de Silves, Foz do Guadiana e Jornal do Algarve de Vila Real de Santo António e o Jornal de Lagos, sendo também correspondente de órgãos republicanos de Lisboa.

De 1912 a 1914 foi Administrador Interino do Concelho de Silves, nomeado pelo governo republicano.

Em dezembro de 1913 tomou posse como Secretário interino da Câmara de Silves. Um ano depois, passa a Chefe da Secretaria da Câmara, nomeado por concurso público. Aí se manteve até 1920, altura em que se demitiu e se fixou em Lisboa, dedicando-se totalmente ao jornalismo.

Julião Quintinha foi um dos mentores da realização do I Congresso Regional Algarvio, realizado em 1915, no Casino da Praia da Rocha, em Portimão, onde apresentou a tese-estudo intitulada “Assistência à Mendicidade”, manifestando preocupações sociais sobre a mendicidade e a sua assistência no Algarve. E, trinta e seis anos depois, pertenceu à Comissão Executiva do II Congresso Regional Algarvio que decorreu em Lisboa, em 1951, apresentando duas teses: “A indústria corticeira no Algarve” e “Turismo no Algarve”.

No ano de 1916 publicou o livro “A Solução Monárquica” do Senhor Alfredo Pimenta, e em 1917 publicou No fim da Guerra… (Um Sonho).

Com a sua ida para Lisboa, em 1920, ingressou no jornalismo como profissional colaborando nos principais periódicos da capital, como O Século, Diário da Tarde, O

Diabo, Diário Popular, Repú- de viagem com comentários blica, Actualidades e outros, e de carater histórico e sociotambém cooperou nas revis- político, e recolheu material tas Cultura e Revista do Al- que posteriormente utilizou garve. nos seus livros: África MisFoi chefe teriosa (1928) que recebeu de reda- o 2.º prémio do Concurso ção do de Literatura Colonial da D i á r i o Agência Geral das Colónias, da Tarde, Oiro Africano (1929) que Diário da conquistou o 3.º prémio e A Noite e Derrocada do Império Vátua Jornal da e Mousinho d’Albuquerque Europa e (1930), escrito em parceria s u b c h e f e com Francisco Toscano, que da redação do jornal Repú- obtém o 1º prémio. blica.

Da vasta bibliografia deste A sua colaboração estendeu- silvense consta ainda a obra -se a jornais do Brasil (Tri- Terras de Sol e da Febre, pubuna, de Santos), de Mo- blicada em 1932, no género çambique (Diário de Notícias de reportagem em colónias de Lourenço Marques) e estrangeiras, uma coletânea de Angola de estudos (Província de literários Angola), bem intitulada como em Imagens de periódicos Actualidade diversas de e a obra localidades Novela Afrido país. cana, onde Enquanto ressalta a jornalista e p re o c u p a fi c c i on i s t a ção com o produziu alproblema gumas obras colonial de ficção nos espaços como Vin a r r a t i vo s zinhos do Julião Quintinha desenhado por de Angola, Mar (1921) Bernardo Marques, Guiné, Moamigo e conterrâne çambique e e Terras de Fogo (1923), S. Tomé e que obtiveram bastante su- Príncipe, ambas publicadas cesso, bem como Dor Vi- em 1933. toriosa – Novela Vermelha Enquanto jornalista foi um (1922) ou Cavalgada do So- defensor da sua classe, desdonho (1924). brando-se entre o jornalismo Em representação do Jornal e a atividade sindical onde foi da Europa visitou a Europa eleito por diversas vezes para e, em 1925, a África. Per- diretor e presidente do Sincorrendo, durante dois anos, dicato dos Profissionais da o Continente Africano visi- Imprensa de Lisboa a que se tou as colónias portuguesas seguiria a Casa da Imprensa. e vários países. Nessa altura Conhecido como opositor começou a debruçar-se so- ao regime político do Estabre questões africanas e co- do Novo acabou por sofrer loniais escrevendo dezenas alguns dissabores com a pode crónicas e reportagens, lícia política (PIDE) que lhe que combinam impressões movia apertada vigilância e

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algumas situações desagradáveis. Apoiou as candidaturas goradas de Cunha Leal e de Ferreira de Castro, em 1958, antes de se confirmar a candidatura de Humberto Delgado.

Em abril de 1956 Julião Quintinha foi homenageado com um jantar promovido pelos seus amigos e camaradas do jornal República onde é distinguido como “homem de uma extraordinária bondade, camarada lealíssimo, jornalista dos melhores e escritor de grande projecção e fina sensibilidade” e também “homem direito, bom, generoso, idealista dos mais puros e de uma tão impecável e nobre linha vertical”.

Quintinha faleceu na manhã de 23 de julho de 1968, em Lisboa, de doença que o cingia há algum tempo.

Dois anos após a sua morte, na reunião da Câmara Municipal, realizada em setembro de 1970, foi deliberado mediante proposta do Presidente da Câmara, Salvador Gomes Vilarinho, “conceder ao arruamento situado entre a Rua Serpa Pinto e o Largo da Feira, em Silves, o nome de Julião Quintinha”.

O grupo dos Amigos de Silves pediu, em 1973, a “cedência do Salão Nobre do edifício dos Paços do Concelho para a realização de sessão solene de homenagem a Julião Quintinha, e bem assim, que esta Câmara convide o sr. Governador Civil para presidir à sessão solene em que serão oradores os srs. drs.

Joaquim Magalhães e Garcia Domingues, e ainda, que seja colocada placa com o nome de Julião Quintinha na Rua de Silves à qual foi oportunamente dado o seu nome”. A Câmara deliberou, por unanimidade, “satisfazer a todos os pedidos formulados e acabados de referir”.

Na reunião da Comissão

Julião Quintinha

Administrativa do Concelho de Silves, realizada a 4 de dezembro de 1974, sob presidência de João Ventura Duarte, foi deliberado atribuir o seu nome a uma artéria da povoação de Tunes, por sugestão formulada por elementos da população de Tunes-Gare “dar ao arruamento que entronca a nascente com a Rua Eng.º Duarte Pacheco o nome de Julião Quintinha”.

O nome de Julião Quintinha também foi consagrado na toponímia de outras cidades, nomeadamente na cidade de Lisboa e de Beja.

Com a atribuição do seu nome a várias artéria foi perpetuado o nome de Julião Quintinha, um notável e ilustre filho da cidade, sempre em contacto com o povo, político republicano veemente, escritor da mais fina tempere, jornalista vivo, arguto, incansável e do mais alto estilo, defensor extremo do Ultramar Português.

Bibliografia MARREIROS, Glória Maria, Quem Foi Quem? : 200 Algarvios do Séc. XX, Edições Colibri, Lisboa, 2000 http://arepublicano.blogspot. pt/2010/07/juliao-quintinha. html http://literaturacolonialportuguesa.blogs.sapo.pt/2497. html

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Dezembro 2015 Terra Ruiva 23

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Terra Ruiva está melhor. Temos um novo site, num novo endereço, com mais Informação do Concelho e da Região e com Novas Secções e Temas.

Estamos mais perto de todos, com uma nova plataforma que permite uma visualização mais intensa dos conteúdos, seja no seu computador, seja no tablet ou smartphone, e uma partilha mais fácil nas redes sociais. É uma aposta do Terra Ruiva para ultrapassar as dificuldades existentes na plataforma utilizada até ao momento, e um passo para nos modernizarmos, indo ao encontro das tendências do novo leitor. Com mais capacidade, funcionalidades e novidades.

Vamos ter Mais Informação

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e uma PÁGINA Mais ABERTA à participação de convidados e de leitores que queiram escrever;

NOVOS TEMAS:

Ambiente & Ciência / Lazer / Saúde & Bem- Estar / Pessoas / Psicologia/ Empresas/ Multimédia;

secções habituais

E as : Concelho/ Cultura / Educação/ Entrevista/ História & Património/ Política / Consultor Jurídico / Emprego/ Economia/ Desporto; Abrimos também as

nova

edições anteriores

e criamos a

Secção MEMÓRIAS, na qual

publicaremos artigos interessantes e importantes publicados no passado…

novo destaque

Damos um aos nossos Autores, colaboradores regulares…

estamos mais perto e queremos estar melhor. A partir de dia 15 de dezembro embarcamos nesta aventura… por algum …

percalço inicial pedimos desde já desculpa…

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24 Terra Ruiva Dezembro 2015

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Há festa de fim de ano em Armação de Pêra

A passagem de ano será festejada na Praia dos Pescadores, em Armação de Pêra, com um concerto com a banda algarvia Iris e a atuação do DJ China.

A entrada é livre.

Este programa de final do ano começa às 23h, com o concerto dos IRS que recentemente apresentaram o novo álbum “Acaso”. À meia noite haverá fogo de artifício e depois a festa continua animada pelo DJ China, “uma das referências do didjing em Portugal”.

O evento é organizado pela Junta de Freguesia de Armação de Pêra, com a parceria da Câmara Municipal de Silves e apoio do comércio local, bem como da região de Turismo do Algarve, da GNR, da Capitania do Porto de Portimão, dos Bombeiros Voluntários de Silves, do Agrupamento de Escolas Silves Sul, da Associação Polis Apoteose, do Clube de Futebol Os Armacenenses, do Agrupamento do CNE de A. Pêra e da Stage Team.

IRIS

«Estávamos em Julho de 1979, quando um grupo de 4 rapazes, resolveram formar uma banda (…) começaram desde logo por atuar nos bailes e em festas um pouco por todo o Algarve.

Assim nasceram os Íris. 30 anos de carreira que se confundem com a história da música ligeira portuguesa, mas que é um marco incontornável na identificação de uma região. Raros são os que não se recordam, nos anos idos de 1996, do aparecimento de um tema que se tornou num dos maiores sucessos da banda. Trazia como maior inovação, a interpretação de música rock cantada com pronúncia algarvia. “Oh Mãe, Aquêle Moçe Batê-me” uma versão do tema “The House Of The Rising Sun”, imortalizada pelos Animals, foi a canção que mais impacto criou, até hoje (…)

Algumas alterações naturais entre os elementos da banda, o facto é que os Íris estiveram sempre presentes, com a sua música (…). Exemplo disso mesmo foi a edição de um cd/dvd gravado ao vivo com a Orquestra de Cordas “Ensemble Petrov”, tornando-os assim na primeira banda rock portuguesa a gravar ao vivo com uma orquestra de cordas. (…) Domingos Caetano continua a ser o motor criativo deste projeto de sucesso, não apenas como cantor e guitarrista, mas assinando igualmente muitos dos 12 temas que compõem o CD. A seu lado estão Thierry Guerreiro (Bateria e Percussão), Márinho Pires (Baixo e vozes), Rui Machado (Guitarras) Carlos Guerreiro (Teclas e vozes) e João Ruano (Teclas), contando em alguns dos temas, com a presença de convidados como Sara Gonçalves, Inês Graça e João Ramos (coros), Nuno Ferreira e Bruno Romeira (guitarras) e Beto Kalulu (percussão)» ( texto do site oficial da banda)

DJ CHINA

Didjing desde 1988, dj China é uma das referências do didjing em Portugal. Com um House versátil e Funky e um Techno extremamente energético passando pela Eletrónica, Pop, Ambiente, Trip Hop e Chill Out, são a prova do seu profissionalismo atrás dos pratos.

Residente no Algarve, trabalha como DJ, produtor e promotor. Entre os seus vários projetos formou a banda D Generation e os Denus Nagana, no qual resultaram dois álbuns de Downtempo, juntamente com outros produtores produziu também um álbum de Downtempo e Lounge para a Câmara de Albufeira com o nome de “Albufeira Sounds”.

Atualmente tem o projeto Soul Therapy com um ep lançado em Dezembro de 2011 pela Nervous Records e o tema Acceleration lançado em 2013 pela I Bounce Records.

O tema Acceleration foi licenciado pela Tvi para a novela I Love It. em agosto de 2015 dj China lançou um Álbum Duplo de Originais.

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