Técnico em
Administração Enedir Antonio Beccari organização
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Administração Enedir Antonio Beccari organização
Copyright © 2013 Yendis Editora Ltda. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem a autorização escrita da Editora. _________________________________________________________________________________________
Diretora editorial: Simone Savarego Editora: Dirce Laplaca Viana Produção editorial: Yendis Editora Projeto gráfico e capa: Antônio Carlos De Angelis Editoração eletrônica: Bárbara Lorente e Gabriela Hengles Imagem de capa: Thinkstock As informações e as imagens são de responsabilidade dos autores. A Editora não se responsabiliza por eventuais danos causados pelo mau uso das informações contidas neste livro.
Impresso no Brasil Printed in Brazil
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Técnico em administração : verde / Enedir Antonio Beccari, organização. – São Caetano do Sul, SP : Yendis Editora, 2013. Vários autores. Parceria: etb – Escola Técnica do Brasil. Bibliografia. ISBN 978-85-7728-376-7 1. Educação profissionalizante – Brasil 2. Ensino técnico – Brasil 3. Técnico em administração I. Beccari, Enedir Antonio.
13-07835 CDD-370-113 Índices para catálogo sistemático: 1. Técnicos em administração: Educação para o trabalho
www.grupoetb.com.br pedagogico@grupoetb.com.br
370.113
Palavra do Presidente
O processo de aprendizagem é contínuo. Aprende-se no dia a dia, com as tarefas mais rotineiras, e nas escolas e universidades, nas quais busca-se, justamente, aprendizado. No entanto, o compromisso com o ensino não é algo que se resume a uma sala de aula bem equipada e um professor bem preparado. O verdadeiro ensinar vai além do convencional, além do que exige a legislação de ensino. Extrapola, de forma saudável, criativa e responsável, os limites impostos por um currículo mínimo. Com este Técnico em Administração, o Grupo etb – Escolas Técnicas do Brasil dá um passo em direção à real compreensão do verbo ensinar, oferecendo a seus alunos um material que vai além dos desejos e das expectativas do mercado de trabalho. O objetivo do curso é a formação de profissionais cada vez mais eficazes, e vai ao encontro dos princípios da instituição, que desde seu início tem se preocupado com a educação baseada no conhecimento profundo, na ética e na sustentabilidade. A reunião de autores renomados da área fortalece o caráter criterioso e responsável dos capítulos que compõem os volumes. Com eles, o aluno está provido de material de qualidade, podendo partir, então, para o início de sua carreira profissional, repleta de tantas outras lições. Mark Essle Presidente do Grupo etb
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Organizador Enedir Antonio Beccari Mestre em Administração de Empresas pela Universidade Salesiana de São Paulo, Especialista em Finanças e Controladoria e graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Atuou como docente e coordenador na Unimep, na Faculdade de Americana (FAM), na Faculdade de Jaguariúna (FAJ), no Instituto Superior de Ciências Aplicadas (ISCA) e na Universidade Paulista (Unip). Atualmente é professor e coordenador do curso de Ciências Contábeis e Administração de Empresas na Faculdade Salesiana Dom Bosco, e consultor independente nas áreas financeira e contábil.
Autores Edemir de Melo Executivo financeiro há mais de 25 anos, ocupando cargos de diretoria em empresas industriais, comerciais e de serviços, com equipes de até 500 colaboradores e atuando em toda a América do Sul. Matemático, com especialização em Administração e Economia pela Fundação Instituto de Administração (FIA) da Universidae de São Paulo (USP). MBA em Mercado de Capitais pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) São Paulo. Mestrando no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) de São José dos Campos. Professor universitário com 25 anos de atuação na Saint Paul Escola de Negócios, Business School São Paulo (BSP), FIA, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Trevisan Escola de Negócios, entre outras. Fabricio da Silva Montanari Especialista em Informática pela Politec de Americana e graduado em Comunica4
ção Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal) de Americana. Atuou como coordenador de marketing no Hotel Fazenda Colina Verde e no Avenida Charme Hotel, como assistente de vendas nacional e marketing na Huyck Wangner, como instrutor de informática na Eurodata, como assistente de comunicação na Votorantim Celulose e Papel. Atualmente é analista de marketing da UNIMIL/IBP. Jimmy Johann Montenegro Molina Graduado em Engenharia Mecânica Plena pelo Centro Universitário da FEI. Atuou como coordenador do Futura – Cursos Industriais, como subgerente de coordenação na Euro Piracicaba Publicações, como consultor na Gauss Consultoria, como coordenador-professor no Instituto de Educação Kumon. Atualmente é instrutor e coordena-
dor de curso do Grupo etb – Escolas Técnicas do Brasil, na unidade de Piracicaba. José Antonio Ribas Pós-graduado em Gestão de Logística pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) e licenciado em Logística e Transporte pela Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Americana. Atuou na área de logística na YKK do Brasil, no setor de planejamento (PCP); na Prismatic, no setor de logística, executando todas as tarefas inerentes a logística (PCP, recebimento, faturamento, expedição); na Scherdel do Brasil, na área de planejamento e controle da produção; e na INA Rolamentos, nas áreas de produção e ferramentaria. Atualmente é professor coordenador da área de logística da ETC de Votorantim e de Sorocaba e instrutor do Grupo etb – Escolas Técnicas do Brasil, na unidade de Sorocaba. Kethiley Fioravante Especialista em Direito Tributário pelo IBET (Instituto Brasileiro de Estudos Tributários) e graduada em Direito pela Univer-
sidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Atuou como advogada da Baraldi e Bonassi Advocacia, na Cosan e no CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, e como estagiária na Caterpillar. Atualmente é sócia e coordenadora da equipe de questões tributárias da Baraldi e Bonassi Advocacia. Luis Carlos Vieira Pós-graduado em Educação Financeira pela Faculdade de Ciências Gerais (FCG) e graduado em Administração de Empresas pela Faculdade Pitágoras. Atualmente, atua na área de treinamento empresarial, como instrutor no Grupo etb e na FCG, além de ser consultor e educador financeiro na DSOP Educação Financeira. Patrícia Silva Costa Especialista em Aplicações em Desenvolvimento Web pela Universidade de Sorocaba, graduada em Análises de Sistemas pela Universidade de Sorocaba e licenciada em informática pela Fatec. Atualmente é instrutora no Grupo etb – Escolas técnicas do Brasil, na unidade Votorantim-SP.
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Apresentação
O Técnico em Administração é um dos cursos preferidos pelo público que tem desejo de atuar em gestão de negócios. A mídia de todas as formas estabelece como prioritária a formação técnica nessa área, para atender a empresas. A força de trabalho especializada nesse setor, com formação com duração de 12 meses, é necessária em empresas de médio e grande porte em geral. Construir um material didático atualizado e moderno que atenda a essa necessidade é uma tarefa árdua, significativa e pulsante, e, como responsável pedagógica pelo projeto, sinto-me extremamente embevecida e honrada com esta possibilidade. Dos cursos de nível técnico dentre os eixos profissionais destacados pelo Ministério da Educação, o Técnico em Administração é um dos mais procurados. A profissionalização dessa função é emergente e indispensável para que, no exercício legal da profissão, o trabalhador consiga realizar as atividades atuando diretamente como gestor ou auxiliando na gestão de grandes, médios e pequenos negócios. Tendo em vista toda essa realidade, criamos este material didático. O aluno, ao entrar em contato com este aprendizado, terá oportunidade de tornar-se um cidadão consciente de suas responsabilidades sociais e um profissional consciente de suas funções éticas. O grande diferencial atrelado ao valor do profissional técnico que se espera alcançar é sua capacidade de agir conscientemente e com firmeza do conhecimento adquirido, para que possa atuar como profissional independente e com a certeza de ocupar o seu espaço no mercado de trabalho rapidamente e com qualidade na prestação do serviço. Sendo assim, com o objetivo de subsidiar a formação de qualidade desse profissional, este material foi desenvolvido com a colaboração de docentes de importantes instituições formadoras de cursos de nível técnico e renomados autores das áreas afins. As oficinas teóricas e práticas estão organizadas de modo a oferecer essa qualidade de ensino. Neste livro estão presentes as disciplinas relacionadas diretamente com o eixo de gestão e negócios, em capítulos necessários para a absorção de conhecimentos técnicos e aquisição de habilidades. Com isto, entendemos e acreditamos estar reunindo os principais conhecimentos para preparar profissionais competentes, criativos, dinâmicos, com senso de cidadania e respeito ao próximo. Simone Savarego Diretora Editorial – Sistema etb de Ensino Técnico Grupo etb – Escolas Técnicas do Brasil
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Sumário
1. Administração Financeira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Luis Carlos Vieira
2. Contabilidade Geral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Edemir de Melo Enedir Antonio Beccari
3. Planejamento e Organização Empresarial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 Jimmy Johann Montenegro Molina
4. Gestão de Pessoas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Patrícia Silva Costa
5. Tributos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165 Kethiley Fioravante
6. Marketing. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197 Fabricio da Silva Montanari
7. Logística. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 José Antonio Ribas
8. Projeto Integrador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273
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Administração Financeira Luis Carlos Vieira
Administração Financeira
Aulas 1 e 2 | Introdução à administração financeira OFICINA TEÓRICA Quando se trata do objetivo econômico das empresas, a administração financeira tem como foco a maximização dos lucros e, consequentemente, o aumento do valor das empresas no mercado, garantindo maior retorno de capital para os acionistas ou proprietários. Os profissionais da área de administração financeira tomam decisões cada vez mais fundamentais para as organizações. Isso ocorre devido ao constante processo de globalização, que vai afetando a economia de forma irreversível. A administração financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamento, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimentos e captação de fundos. (GITMANN, 1997) Até a grande crise de 1929, o foco das finanças era voltado para a parte externa da empresa, ou seja, a captação de recursos. Após esse período, os gestores começaram a valorizar a organização financeira da empresa, com o intuito de transmitir uma imagem de solidez e segurança para seus investidores e sócios, criando então mecanismos de controle financeiro. Nas décadas de 1940 e 1950, as finanças passaram a focar suas atividades com base nas decisões externas e no ponto de vista do investidor, sem dar maior ênfase às decisões internas. A grande contribuição dessa época foi o desenvolvimento de dois conceitos financeiros utilizados até hoje: o retorno sobre os investimentos e o custo do capital. Também na década de 1950 surgiu o que se chama atualmente de moderna teoria das finanças, impulsionada pelas teorias de Modigliani e Miller, que abordaram a irrelevância da estrutura de capitais e dividendos. A Teoria da Irrelevância dos Dividendos é uma teoria sugerida por Franco Modigliani e Merton Miller em um trabalho que estabeleceu grande controvérsia. Nele, os autores afirmam que o valor de uma empresa depende apenas do fluxo gerado pelos seus ativos e do seu risco econômico, e, portanto, a maneira como esse fluxo é dividido entre dividendos e lucros retidos é irrelevante para a questão. 10
O argumento-base é o fato de as diferenças entre políticas de dividendos atuais e futuros não poderem afetar o valor de mercado de uma empresa, uma vez que seu determinante fluxo de caixa líquido futuro não é alterado. Na década de 1990 ocorre outra grande evolução das finanças: a gestão de risco, por meio do desenvolvimento de instrumentos como: ffDerivativo: contrato no qual se estabelecem pagamentos futuros cujo montante é calculado com base no valor assumido por uma variável, tal como o preço de outro ativo, a inflação acumulada no período, a taxa de câmbio, a taxa básica de juros, ou qualquer outra variável dotada de significado econômico. Derivativos recebem essa denominação pois seus preços de compra e venda derivam do preço de outro ativo, denominado ativo-objeto. ffSwaps: acordo privado entre duas empresas para troca futura de fluxo de caixa. ffHedges: termo originalmente do idioma inglês que significa salvaguarda. Trata-se de um movimento de proteção ou uma estratégia para diminuir o nível de risco de uma determinada posição. Portanto, a gestão financeira das empresas tem demonstrado uma evolução significativa, saindo de um comportamento “reativo”, ou seja, reagindo perante os acontecimentos, para um “proativo”, objetivando antecipar-se aos eventos e protegendo os interesses dos proprietários da empresa.
OFICINA PRÁTICA 1. Quando se trata do objetivo econômico das empresas, qual é o foco da administração financeira? 2. Antes da Grande Crise de 1929, qual era o foco das finanças nas empresas? 3. O que são finanças com atividades baseadas em decisões externas? 4. Segundo Gitmann, quais são as tarefas desempenhadas pelos administradores financeiros? 5. Qual foi a controvérsia estabelecida pela Teoria da Irrelevância dos Dividendos? 6. Nas décadas de 1940 e 1950, qual foi o novo foco das finanças? 7. Cite três instrumentos da gestão de riscos que se tornaram cada vez mais presentes a partir da década de 1990. 8. Qual a diferença entre os comportamentos reativo e proativo? 9. O que é derivativo? 10. Qual a finalidade dos hedges?
Administração Financeira
Aulas 3 e 4 | Definições de finanças OFICINA TEÓRICA Segundo o Dicionário Michaelis, pode-se dar as seguintes definições para “finanças”: 1. Tesouro público. 2. Fazenda nacional. 3. Estado financeiro de um país ou de um particular. 4. Estudo dos problemas financeiros. 5. Orçamento preventivo pelo qual são autorizadas as despesas e calculada a receita do Estado. 6. A ciência que ensina o manejo dos dinheiros públicos. 7. O dinheiro de que se dispõe. Na linguagem popular entende-se finanças como o estudo da circulação do dinheiro entre pessoas, empresas ou poder público, sendo um “braço” da economia responsável por gerir a obtenção e gestão de fundos. Ross, Westerfield e Jaffe (2002) definem finanças da seguinte forma: Que são finanças de empresa? Suponhamos que se decida abrir uma empresa para fabricar bolas de tênis. Para tanto, contratam-se administradores para comprar matéria-prima e monta-se uma equipe de trabalhadores e funcionários para fabricar e vender as bolas de tênis produzidas. No jargão financeiro, seria feito um investimento em ativos, tais como estoques, máquinas, terrenos e mão de obra. O dinheiro aplicado em ativos deve ser contrabalançado por uma quantia idêntica de dinheiro gerado por algum financiamento. Quando começar a vender bolas de tênis, a empresa irá gerar dinheiro. Essa é a base da criação de valor. A finalidade da empresa é criar valor para o seu proprietário.
OFICINA PRÁTICA O professor deverá trazer materiais (revistas, jornais, artigos da internet etc.) cuja temática seja finanças. Os alunos deverão ser separados em grupos para recortar e montar cartazes sobre os temas de finanças abordados e apresentar em grupos um pequeno seminário. Sugere-se que seja dado um tema abrangente para que o grupo possa estudá-lo e debatê-lo mediante perguntas feita por uma bancada chamada de “situação” para outra chamada de “oposição”, e vice-versa. Para realizar esta atividade, o procedimento deverá seguir o exposto adiante. Supondo que o grupo tenha 21 alunos: 1. Deve-se escolher, entre os alunos, um coordenador que atue como facilitador. 2. Também serão escolhidos dois críticos para avaliar as perguntas e controlar o tempo e a pertinência do conteúdo debatido. 3. Os 18 alunos restantes devem ser divididos em “oposição” e “situação”, cada grupo com 9 alunos.
SUAS ANOTAÇÕES
Segundo Lemes Júnior (2005), ”administração financeira é a arte e a ciência de administrar recursos financeiros para maximizar a riqueza dos acionistas”. Podemos definir finanças como a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. As finanças ocupam-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos. (GITMANN, 1997)
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Aulas 5 e 6 | Áreas de atuação OFICINA TEÓRICA A administração financeira pode ser dividida em áreas de atuação, como será exposto a seguir.
Investimentos A área de investimentos trabalha com recursos que são investidos em um determinado negócio ou até mesmo na própria empresa, levando-se em conta os riscos e o potencial de retorno. Os ativos financeiros que recebem esses investimentos são classificados no balanço patrimonial como investimentos temporários ou ativos permanentes (ou imobilizados). Os investimentos de longo prazo (permanentes) devem ser feitos com muita cautela, pois estes valores não farão parte do ativo circulante (aquele que possui alto índice de liquidez). Investimentos temporários São valores aplicados com a intenção de resgate dentro de algum tempo, sendo que, contabilmente, podem ser classificados como aplicações de liquidez imediata ou títulos e valores mobiliários de curto ou longo prazo (IUDÍCIBUS et al, 1995; p. 123). Não fazem parte do orçamento de capital. Exemplos de investimentos temporários: fftítulos públicos; ffcaderneta de poupança; fffundos de investimentos; ffcertificados de depósitos bancários; ffações (com intenção de venda). Investimentos permanentes São ativos que produzem resultados a longo prazo e, embora possam ser vendidos a qualquer momento, sua aplicação visa a manutenção das atividades operacionais e dos fins estratégicos para estruturar financeiramente uma organização. Exemplos de investimentos permanentes: ffparticipações em empresas controladas; ffobras de arte; ffterrenos e edificações; ffmarcas e patentes; ffmáquinas e equipamentos. As decisões de investimentos são avaliadas pelo “risco-retorno” e envolvem um processo de identificação, avaliação e seleção das alternativas de aplicações na expectativa de benefícios financeiros futuros.
Instituições Financeiras Correspondem a instituições voltadas para a área de finanças onde se podem fazer investimentos ou empréstimos avaliando os seus 12
respectivos riscos. As instituições financeiras também dão apoio aos empresários por meio de linhas de crédito específicas para cada necessidade, sendo sua atividade principal a concessão de crédito. Para isso, fazem captação de poupanças junto aos agentes econômicos, em especial pessoas físicas e jurídicas. Constituem, como tal, um intermediário de suma importância na transferência de fundos das entidades que possuem poupanças para aquelas que delas necessitam para financiar os seus investimentos ou gastos correntes.
Finanças Corporativas As finanças corporativas incluem todas as decisões financeiras da empresa, independentemente da área envolvida. O objetivo principal da finança corporativa é maximizar a valorização da sociedade e administrar todos os riscos financeiros da empresa. Requer do profissional dessa área o conhecimento para decisões vitais no âmbito empresarial, que podem envolver a estrutura de ativos, a estrutura financeira, o planejamento, o controle da gestão e a obtenção de resultados de empresas e órgãos governamentais.
Finanças Internacionais As finanças internacionais dizem respeito a inúmeras transações, podendo envolver os mais diversos tipos de atores. São efetuadas no exterior e, portanto, requerem um analista financeiro internacional que conheça e compreenda esse ramo de mercado. Caso contrário, a empresa pode arcar com graves prejuízos que poderiam ser evitados. Pode-se dizer que, nas operações de comércio internacional, existem dois tipos de risco para a empresa exportadora: o risco político e o risco de câmbio. ffRisco político: ocorre quando o governo do país do devedor não permite a remessa de divisas para o exterior. Dessa forma, mesmo que o devedor tenha recursos para quitar sua pendência, não consegue fazê-lo. Existem alguns meios que proporcionam segurança para o vendedor, como carta de crédito, seguro para exportação, fianças bancárias internacionais etc. ffRisco de câmbio: variação que a moeda estrangeira pode ter em relação à moeda local. Exemplo: o Brasil compra dos Estados Unidos negociando em dólar no valor do dia do pagamento, sendo que, quando foi feito o fechamento do pedido, o dólar estava sendo negociado por R$ 2,00. Porém, na semana seguinte, quando foi efetuado o pagamento, devido a uma alta inesperada o dólar estava
sendo negociado por R$ 2,20, uma variação de 10% que foi prejudicial para o Brasil.
OFICINA PRÁTICA 1. Cite quatro áreas de atuação das finanças. 2. Qual o perfil do profissional para lidar com as finanças internacionais? 3. Qual o objetivo principal das finanças corporativas? 4. O que são as instituições financeiras? 5. O que a área de investimentos leva em conta quando faz uma determinada análise? 6. O que são finanças internacionais? 7. Como as instituições financeiras dão suporte aos empresários? 8. O que é risco político? 9. O que a finança corporativa requer do profissional que administra esta área? 10. Defina risco de câmbio.
SUAS ANOTAÇÕES
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Administração Financeira
Aulas 7 e 8 | Diagnóstico financeiro OFICINA TEÓRICA O diagnóstico financeiro é como um “raio x” da “saúde” da organização. Tem como objetivo medir o desempenho financeiro do modelo de negócios praticado pela empresa, abrangendo um período anterior ao atual (análise retrospectiva) e a projeção de valores para um período posterior ao atual (análise prospectiva). Esse diagnóstico é realizado pela análise de informações contábeis fornecidas pela empresa e em entrevista com os gestores. É de extrema importância que o administrador financeiro conheça detalhadamente a saúde financeira da organização, pois toda a sua estrutura está, de certa forma, ligada ao financeiro. A análise pode ser retrospectiva, auxiliando na compreensão do comportamento dos resultados da empresa até o momento, ou prospectiva, buscando prever os resultados do período posterior ao momento. Este último tipo de análise deve conter resultados de estratégias previstas para operações por todo o período, além de entrevistas com gestores, de acordo com as seguintes questões: ffQuais as principais fontes de entrada de recursos? Como podemos ganhar mais dinheiro explorando as mesmas fontes de entrada ou similares? ffHá novos modelos de negócios em vista? Como eles geram receitas e qual a sua estrutura de custos? ffPor onde se esvai a maior parte do dinheiro recebido? Custos com mão de obra? Gastos com o marketing? Quais partes do processo estão gerando custos desnecessários? São diversas as situações em que é requerido um diagnóstico financeiro: ffdefinição do valor da empresa; ffverificação de necessidade de aporte de recursos; ffconhecimento da situação atual da empresa por parte de sócios e investidores; ffavaliação do volume de investimentos a serem realizados por sócios e investidores; ffelaboração de plano e cronograma de investimentos; ffverificação dos resultados a serem obtidos com as novas estratégias operacionais. O consultor empresarial Sivaldo Dal-Ry, da DAL RY Assessoria, Consultoria & Treinamento, resalta que o diagnóstico é um instrumento para levantar todos os aspectos da empresa: vendas, estoques, processos produtivos, estrutura de custos, ações de marketing, posicionamento mercadológico, posições financeiras etc. 14
Após avaliar cuidadosamente o diagnóstico financeiro da organização, esse instrumento terá cumprido suas finalidades: identificar os problemas, determinar suas causas, avaliar a situação e ajudá-lo a implantar as soluções encontradas.
OFICINA PRÁTICA 1. O que a análise retrospectiva ajuda a compreender? 2. Cite três situações em que é requerido um diagnóstico financeiro. 3. Qual o objetivo do diagnóstico financeiro? 4. O que vem a ser análise prospectiva? 5. Quais são os resultados que devem estar inclusos na análise prospectiva? 6. Como é realizado o trabalho de análise retrospectiva? 7. Na organização, quando questionamos “por onde se esvai a maior parte do dinheiro recebido”, o que realmente estamos querendo saber? 8. Por que é de extrema importância que o administrador financeiro conheça detalhadamente a “saúde financeira” da organização? 9. O que significa o termo “raio X” quando analisamos a “saúde” financeira de uma organização? 10. Quais finalidades podemos considerar cumpridas após avaliar um diagnóstico financeiro?
SUAS ANOTAÇÕES
Administração Financeira
Aulas 9 e 10 | Funções básicas na organização financeira OFICINA TEÓRICA A administração financeira de uma empresa é normalmente executada por pessoas com diferentes denominações, como diretor financeiro, controller, gerente financeiro, entre outros, sendo o responsável desta área denominado como administrador financeiro. A seguir serão explicadas algumas atribuições de funções da área financeira.
Diretor Financeiro Aos poucos os diretores financeiros começam a desenvolver novas competências nas empresas e tornam-se responsáveis não somente pela parte dos números e índices financeiros, mas também pelo assessoramento no desenvolvimento estratégico dos negócios. Podem-se destacar algumas atribuições da função: ffplanejar, organizar, dirigir e controlar as atividades de diversas áreas de apoio administrativo e da área financeira da empresa; fffixar políticas de gestão dos recursos financeiros disponíveis; ffestruturar, racionalizar e adequar os serviços de apoio administrativo tendo em vista os objetivos da organização.
Gerente Financeiro O gerente financeiro está em um nível intermediário em relação ao diretor. Enquanto o diretor está voltado para a estratégia e as tomadas de decisão, o gerente financeiro se volta mais para o executivo (ação). Podem-se destacar algumas atribuições da função: ffgerenciar os processos de contas a pagar, contas a receber, tesouraria etc.; ffadministrar o departamento pessoal e administrativo; ffgerenciar o orçamento mensal de custos e despesas; ffassessorar e instrumentalizar a diretoria para tomada de decisões; ffapresentar relatório de informações gerenciais e cenários futuros da companhia; ffgerenciar o fluxo de caixa; ffassessorar a definição das políticas de gestão de pessoas.
ffavaliação e consultoria; ffadministração e planejamento tributário; ffrelatórios governamentais; ffproteção de ativos.
Analista Financeiro O analista financeiro trabalha como apoio direto do gerente financeiro, que alimenta as informações gerenciais e está voltado totalmente para a parte da ação dentro do setor financeiro. Podem-se destacar algumas atribuições da função: ffpreparar os planos financeiros e orçamentários; ffpreparar demonstrações financeiras e orçamentos diversos; ffestabelecer os planos financeiros de curto e longo prazo; ffrealizar a avaliação de desempenho; fftrabalhar em conjunto com a contabilidade.
OFICINA PRÁTICA 1. Como trabalha o analista financeiro? 2. Como atua o controller? 3. Como podemos denominar o responsável pelo setor financeiro de uma empresa? 4. Cite três atribuições da função de um gerente financeiro. 5. O que o controller precisa ter além de conhecimento contábil? 6. Cite três atribuições da função de um analista financeiro. 7. O que caracteriza as novas competências dos diretores financeiros? 8. Como podemos analisar o papel do gerente financeiro em relação ao papel do diretor financeiro? 9. Cite três atribuições da função do controller. 10. No seu ponto de vista, entre as funções do setor financeiro apresentadas neste capítulo, existe uma que é mais importante? Justifique sua resposta.
SUAS ANOTAÇÕES
Controller O controller precisa entender de contabilidade e possuir uma visão econômica, financeira e estratégica da empresa. Deve atuar no apoio aos estrategistas e com o planejamento e a coordenação, visando atingir as metas financeiras. Podem-se destacar algumas atribuições da função: ffplanejamento e controle; ffrelatórios e análises; 15
Administração Financeira
Aulas 11 e 12 | Atividades básicas de um administrador financeiro OFICINA TEÓRICA Diretoria Recursos humanos
Setor comercial Planejamento e controle
Administrador financeiro
Contabilidade e auditoria Setor administrativo
Setor de produção
OFICINA PRÁTICA
Setor jurídico Figura 1.11.1 Interligação da função do administrador financeiro com funções que dependem dos seus serviços ou informações dentro do ambiente interno da empresa.
O administrador financeiro é a peça-chave de uma organização e precisa estar integrado com todos os setores (ambiente interno) da empresa, conforme pode ser visto na Figura 1.11.1. Uma organização bem administrada financeiramente possui um diferencial competitivo fundamental na atualidade. Da mesma forma, conforme demonstra a Figura 1.11.2, deve haver uma integração perfeita entre o ambiente externo e a organização feita pelo administrador financeiro. Governos U/E/M Fornecedores
Órgãos reguladores Administrador financeiro
Investidores
Instituições financeiras Clientes
Figura 1.11.2 Interligação da função do administrador financeiro da empresa com os órgãos externos (públicos ou privados).
Segundo Hoji (2006, p. 25), as principais funções de um administrador financeiro são: ffAnálise, planejamento e controle financeiro: consiste em coordenar, monitorar e avaliar todas as atividades da empresa por meio de relatórios financeiros, bem como participar ativamente das decisões estratégicas para alavancar as operações. ffTomadas de decisões de investimentos: diz respeito à destinação dos recursos financeiros 16
para aplicação em ativos correntes (circulantes) e não correntes (realizáveis a longo prazo e ativos permanentes), considerando-se a relação adequada de risco e de retorno dos capitais investidos. ffTomadas de decisões de financiamentos: diz respeito à captação de recursos financeiros para o financiamento dos ativos correntes e não correntes, considerando-se a combinação adequada dos financiamentos a curto e a longo prazos e a estrutura de capital.
1. Os alunos devem se dividir em dois grupos. Cada grupo deverá criar um produto e os integrantes se dividirão em departamentos da empresa para apresentar todo o processo para fabricar e colocar o produto no mercado consumidor, destacando-se as funções do administrador financeiro.
SUAS ANOTAÇÕES
Administração Financeira
Aulas 13 e 14 | Planejamento financeiro OFICINA TEÓRICA Planejamento financeiro é um processo de desenvolvimento e implementação de um plano personalizado para evitar ou resolver problemas financeiros com o objetivo de alcançar metas previamente determinadas. Essa forma sistemática de se planejar pode ser empregada tanto na vida pessoal como em ambientes corporativos. No planejamento financeiro deve ser apresentado, de acordo com o ponto de vista das finanças, como se comportará a empresa ao longo do tempo, descrições e cenários, pressupostos críticos, situação histórica, fluxo de caixa, análise do investimento, demonstrativo de resultados, projeções de balanços e indicadores. Além disso, é apresentada, em números, a totalidade das ações delineadas para a empresa. As perguntas-chave que o empreendedor deve responder para realizar o planejamento financeiro são: ffQuanto será necessário para iniciar o negócio? ffExiste disponibilidade de recursos? ffDe onde virão os recursos para o crescimento do negócio? ffQual o mínimo de vendas necessário para que o negócio seja viável? ffO volume de vendas que a empresa pretende atingir torna o negócio atrativo? ffA lucratividade que a empresa conseguirá obter é atrativa?
Estrutura do Plano Financeiro 1. Investimento inicial. 2. Receitas. 3. Custos e despesas. 4. Fluxo de caixa. 5. Demonstrativo de resultados/lucratividade prevista. 6. Ponto de equilíbrio. 7. Balanço patrimonial. Investimento inicial O investimento inicial faz parte do capital que é empregado na infraestrutura dos negócios (instalações, máquinas, equipamentos, móveis, materiais de escritório, matéria-prima e insumos). Essas especificações ajudarão no levantamento do investimento fixo – ativo permanente – necessário para implantação da empresa. Receitas São todas as entradas de dinheiro geradas pela empresa, sendo normalmente compostas pela venda de produtos ou de serviços. As receitas estão diretamente relacionadas com o planejamento de vendas da empresa. Essas informações sobre projeção das vendas, juntamente com a determinação do preço a ser cobrado pelo seu
produto ou serviço, mostrará de forma clara e com precisão o valor das receitas da organização. Custos e despesas Para verificação dos custos e das despesas deverão ser levantados todos os valores que serão gastos para a produção do produto/serviço que a empresa está se propondo. Seguem algumas definições: ffDespesa: bem ou serviço utilizado na obtenção de receitas e áreas de apoio. As despesas estão relacionadas com a administração e a comercialização. ffCustos: expressão monetariamente quantificada da utilização de recursos para adquirir ou processar um determinado bem. »» Custos e despesas fixas: não sofrem variações devido a alteração nos volumes de produção ou venda em determinado período de tempo. Pode sofrer alterações em função do aumento de preços dos seus elementos, mas não em função do volume de produção. Exemplo de custos fixos: aluguel da fábrica, energia elétrica da fábrica, salário dos funcionários etc. »» Custos e despesas variáveis: varia de forma diretamente proporcional às alterações nos volumes de produção ou venda em determinado período de tempo. Exemplos de custo variável: matéria-prima, comissão, prêmio por produção etc. Fluxo de caixa Gráfico (instrumento) contendo informações sobre entradas e saídas de capital realizadas em determinados períodos. O fluxo de caixa pode ser apresentado na forma de uma linha horizontal (linha de tempo), com os valores indicados nos respectivos tempos, ou na forma de uma tabela com estas mesmas indicações. Exemplo Considere uma situação em que foi feito um depósito inicial de R$5.000,00 em uma conta que rende juros de 4% ao ano compostos mensalmente, e que se continue a depositar mensalmente valores de R$1.000,00 durante os 5 meses seguintes. No 6o mês, quer-se conhecer o valor futuro da reunião destes depósitos. Veja a Figura 1.13.1. Veja na Figura 1.13.2 um esquema de fluxo de caixa. Demonstrativo de resultados/lucratividade prevista Com base nos valores já identificados, relativos às entradas e saídas da empresa, o empreendedor poderá utilizar uma planilha para elaborar o demonstrativo de resultados e chegar à lucratividade de seu negócio. A partir disso, terá 17
condições de apurar informações cruciais, como o retorno que terá sobre o capital investido na empresa e o prazo de retorno sobre o investimento inicial.
de receitas. Abaixo desse nível, indica que a empresa se encontra na zona de prejuízo; acima, a empresa estará na zona de lucratividade. Receita
i=[4% a.m.]/12 0
1
2
3
4
R$
5 Valor futuro
5.000
1.000
1.000
1.000
1.000
Lucro Custo total
Pe R$ Custo variável
zo uí
ej
Pr
1.000
Figura 1.13.1 Demonstração gráfica do fluxo de caixa. ingressos
Custos fixos
desembolsos
Pe qtde.
Quantidade
Figura 1.13.3 Demonstração gráfica do ponto de Vendas à vista
Fornec.
Vendas a prazo
Folha de pagamento
Vendas de imobiliz.
Despesas
Aumento de capital
Compras de ativos
Outros ingressos
Outros desembolsos
equilíbrio.
Conforme demonstrado na Figura 1.13.3, o ponto de equilíbrio é o ponto de cruzamento da linha da receita com a linha do custo total. Balanço patrimonial No caso de empresas já constituídas, é conveniente apresentar o balanço patrimonial, que facilita a visualização das disponibilidades e das obrigações de curto e de longo prazo da empresa, além de avaliar a solidez da instituição. A Tabela 1.13.1 demonstra um modelo com algumas contas de um balanço patrimonial. Tabela 1.13.1 Balanço patrimonial Ativo
Passivo
Circulante fluxo de caixa Figura 1.13.2 Esquema de fluxo de caixa.
Demonstrativo de resultados/lucratividade prevista Com base nos valores já identificados, relativos às entradas e saídas da empresa, o empreendedor poderá utilizar uma planilha para elaborar o demonstrativo de resultados e chegar à lucratividade de seu negócio. A partir disso, terá condições de apurar informações cruciais, como o retorno que terá sobre o capital investido na empresa e o prazo de retorno sobre o investimento inicial. Ponto de equilíbrio Indicador contábil que mostra ao executivo, no período considerado, o volume necessário de vendas para cobrir todas as despesas, fixas e variáveis, devendo ser incluído o custo da mercadoria vendida ou do serviço prestado. O ponto de equilíbrio visa a determinação do nível de produção em termos de quantidade e/ou de valor, que se traduz pelo equilíbrio entre o total de custos e 18
Disponibilidades Duplicatas a receber (clientes) Aplicações financeiras Estoques Outros valores a realizar Despesas no exercício seguinte
Contas a pagar (fornecedores) Salários e encargos a pagar Impostos a recolher Empréstimos e financiamentos Dividendos a pagar
Não circulante Realizável a longo prazo Contas a receber (clientes) Impostos diferidos Investimentos Ações das empresas Ativo imobilizado Terreno Prédios Máquinas Veículos Intangível Marcas e patentes Direitos autorais Fundo de comércio adquirido
Exigível a longo prazo Empréstimos e financiamentos Impostos parcelados Provisões para passivos eventuais Receitas diferidas Receitas Despesas Patrimônio líquido Capital social Reservas de capital Ajustes de avaliação patrimonial Reservas de lucro Lucro (prejuízos acumulados)
Estrutura do balanço patrimonial de acordo com a Lei n. 6.404/76, atualizada pelas Leis n. 11.638/07 e n. 11.941/09.
OFICINA PRÁTICA 1. 2. 3. 4.
O que é ponto de equilíbrio? Defina fluxo de caixa. Qual a diferença entre custos e despesas? O que o planejamento financeiro deve apresentar? 5. O que são receitas? 6. Defina planejamento financeiro. 7. No balanço patrimonial, qual a diferença entre passivo circulante e não circulante? 8. O que é custo variável? Dê um exemplo. 9. Em pequenos grupos, criem uma microempresa que quer vender tortas de morango aplicando os conceitos aprendidos nesta aula.
SUAS ANOTAÇÕES
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Administração Financeira
Aula 15 | Capital de giro OFICINA TEÓRICA Alguns autores definem o que é capital de giro, como pode-se observar a seguir: Capital de giro significa capital de trabalho, ou seja, o capital necessário para financiar a continuidade das operações da empresa, como recursos para financiamento aos clientes (nas vendas a prazo), recursos para manter estoques e recursos para pagamento aos fornecedores (compras de matéria-prima ou mercadorias de revenda), pagamento de impostos, salários e demais custos e despesas operacionais. (SEBRAE-MG) O capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se transformam constantemente dentro do ciclo operacional. (HOJI, 2006, p. 117). Pode-se concluir, portanto, que capital de giro é o ativo circulante que sustenta as operações do dia a dia da empresa e representa a parcela do investimento que circula durante a condução normal dos negócios. caixa
fornecedores
Duplicatas a receber
estoque
vendas Figura 1.15.1 Fluxo de capital de giro.
Na Figura 1.15.1 nota-se que há relação do capital de giro com as contas financeiras que movimentam o dia a dia da empresa. Assim, pode-se concluir que: ffEmpresas com venda a prazo necessitam de recursos para financiar seus clientes. ffEmpresas que mantêm estoque de mercadorias/matérias-primas necessitam de recursos para financiar os estoques. ffEmpresas que compram a prazo (tanto matéria-prima quanto mercadorias) provavelmente têm financiamento de parte ou de todo o estoque pelos fornecedores. ffEmpresas com prazos para pagar as despesas (salários, energia, impostos e demais gastos) provavelmente apresentam fornecedores de serviços que financiam parte ou todas essas despesas. 20
Um conceito importante para entendimento do capital de giro está relacionado à necessidade de capital de giro (NCG). A NCG indica o montante de recursos que a empresa precisa para financiar suas operações, ou seja, o valor dos recursos de que a empresa necessita para que seus compromissos sejam pagos nos prazos de vencimento. Segue um exemplo de cálculo da NCG por meio do saldo das contas no balanço patrimonial. Fórmula: NCG = valor das contas a receber + valor em estoque - valor das contas a pagar. Exemplo Contas a receber (R$ 25.000,00) + estoques (R$ 40.000,00) – contas a pagar (R$ 35.000,00) = necessidade de capital de giro: R$ 30.000,00.
Fatores que Reduzem o Capital de Giro da Empresa ffCompras à vista. ffRetiradas em excesso. ffDistribuição de lucros. ffImobilizações em excesso. ffNíveis elevados de estoques. ffPrazos de vendas muito longos. ffIneficiência do sistema de cobranças.
Fatores que Aumentam o Capital de Giro da Empresa ffLucratividade. ffVendas à vista. ffCobrança eficiente. ffVendas de imobilizações. ffRedução dos estoques. ffMaior rotação dos estoques. ffAumento dos prazos de compras/redução dos prazos de recebimentos. ffAumento do capital de giro com recursos próprios.
OFICINA PRÁTICA 1. Utilizando o método do saldo das contas do balanço patrimonial, calcule a NCG nas seguintes situações: »» A empresa BK tem R$ 45.230,00 de contas a receber, R$ 28.000,00 de contas a pagar e R$ 62.000,00 de estoque. »» A empresa Tada LTDA tem R$ 128.000,00 de estoque, R$ 30.000,00 de contas a receber e as contas a pagar equivalem a dois quintos (2/5) das contas a receber. »» A empresa Taipas S/A tem R$ 125.340,00 de contas a receber, R$ 110.550,00 de contas a pagar e o valor do estoque é 25% maior que a soma das contas a pagar e receber.
2. Cite três fatores que aumentam o capital de giro da empresa. 3. Defina capital de giro. 4. O que uma empresa que vende a prazo necessita? 5. Cite três fatores que diminuem o capital de giro da empresa. 6. Conforme visto no texto, por que a venda à vista aumenta o capital de giro? 7. O que a necessidade de capital de giro indica?
SUAS ANOTAÇÕES
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Administração Financeira
Aulas 16 e 17 | Custos de capital OFICINA TEÓRICA Segundo Hoji (2006), o custo do capital é calculado com base em diversas fontes de financiamento de caráter permanente e de longo prazo que compõem a estrutura de capital de uma empresa. A taxa de juros pode ser considerada um instrumento importante de política econômica, já que, ao apresentar-se alta, atrai o investimento de capital externo.
Conceitos do Custo do Capital ffConceito econômico: taxa mínima de retorno que a empresa precisa obter sobre seus projetos de investimentos para manter os seus lucros e os recursos necessários para a empresa. ffConceito matemático: média ponderada dos custos de todas as fontes de capital utilizadas pelas empresas. Quanto maiores forem as incertezas, maiores serão os riscos e, portanto, maiores deverão ser os retornos dos investimentos. As taxas de juros determinam o custo do capital e flutuam muito a longo prazo, o que dificulta a estimativa das taxas futuras. Os tipos de capitais à disposição das empresas são: ffCapital de terceiros: formado por fontes externas às empresas, tais como: debêntures, empréstimos bancários, financiamento por fornecedores etc. ffCapital próprio: constituído por fontes próprias de capitais, como lucros retidos, ações e novas integralizações de capital. O custo do capital deve ser determinado da forma mais realista possível, pois é com base nele que são tomadas importantes decisões estratégicas. A seguir serão demonstrados alguns indicadores econômicos que norteiam a variação do capital no Brasil. Inflação ffÍndice. ffIBGE IPCA (mês). ffINPC IBGE (mês). ffBR IPC-FIPE (mês). ffIPC-DI FGV (mês) ffIGP-DI FGV (mês). ffIGP-M FGV (mês). ffIPA-DI FGV (ano). ffICV Dieese (mês). Juros e poupança ffÍndice. ffSelic (ano). ffCDI (ano). 22
ffTaxa de juros de longo prazo (TJLP) (trimestre). ffTaxa referencial (TR) (mês). ffPoupança (mês). Risco-país ffÍndice. ffRisco-país Brasil. ffValor (pts).
Sistemas de Capitalização (Juros) Quando pessoas ou empresas pensam em aumentar o patrimônio com base em algum dinheiro que já possuem, normalmente aplicam esses valores para obterem ganhos. Resumindo, o termo capitalizar significa aumentar o capital principal por meio de ganhos com juros e rendimentos. Para entender melhor, alguns termos empregados serão explicados a seguir. Capital Qualquer quantia de dinheiro disponível em uma determinada data que é aplicado em uma operação financeira. Também recebe o nome de valor atual ou valor presente. O capital inicial pode ser indicado nas contas por valor presente (em inglês, present value – PV), presente (P) e capital (C). Juros Remuneração paga ao dono do capital como compensação pelo uso do dinheiro, ou seja, o custo do capital durante determinado período de tempo. Indicaremos os juros com a letra j. Taxa de juros Unidade de medida de juros correspondente à remuneração paga pelo uso do capital empregado em um determinado período financeiro, podendo se apresentar na forma percentual (3% ao mês) ou unitária (0,03 ao mês). Indicaremos a taxa de juros com a letra i. Prazo Tempo que decorre do início até o final de uma operação financeira, sendo contado em períodos de tempo. Indicaremos o prazo pela letra n. Montante Soma do valor presente aplicado (capital) e os juros que este rendeu em um determinado tempo, a uma certa taxa. Indicaremos o montante pela sigla FV (valor futuro). Atenção: também pode ser usada a letra M para representar o montante. (FV = PV + j)
Regime de capitalização É a operação de adição dos juros ao capital. Existem dois regimes de capitalização: simples e composta. ffRegime de capitalização simples/juros simples: os juros são somados uma única vez ao capital ao final do período contratado. O montante é o resultado da soma do capital inicial aos juros, equivalendo a uma capitalização. Assim, o saldo aumenta em progressão aritmética. ffRegime de capitalização composta/juros compostos: no final de cada período, os juros são capitalizados. Dessa forma, o montante renderá juros durante o período seguinte e o saldo aumenta em progressão geométrica. Exemplo Um capital de R$ 1.000,00 é aplicado a uma taxa de 10% ao mês durante 3 meses. Qual o valor acumulado no final de cada período pelos regimes de capitalização simples e composta? M = R$ 1.300 C . i = R$ 100
C . i = R$ 100
C . i = R$ 100
C = R$ 1.000 M M M M
= = = =
C.(1+i.n) 1000 . (1+0,1 . 3) 1000 . 1,3 1.300
Figura 1.16.1 Diagrama de fluxo de caixa para o regime de capitalização simples. M = R$ 1.331 C . i = R$ 100
M1 . i = R$ 110
M2 . i = R$ 121
C = R$ 1.000 M M M M
= = = =
C.(1+i)ⁿ 1000 . (1+0,1)³ 1000 . 1,331 1.331
Figura 1.16.2 Diagrama de fluxo de caixa para o regime de capitalização composta.
Fórmulas Juros simples M = C.(1+i.n) Juros compostos M = C.(1+i)ⁿ Montante M=j+C Onde: M = montante (ou valor futuro – FV) J = juros C = capital (ou valor incial – PV) i = taxa n = período
OFICINA PRÁTICA 1. Com base em quê é calculado o custo do capital? 2. Qual é o juro simples que um capital de R$ 30.000,00 produz quando aplicado durante 5 meses a uma taxa de 3,5% ao mês? 3. Qual é o juro simples que um capital de R$ 2.500,00 rende quando aplicado durante um ano a uma taxa mensal de 2%? 4. Qual a diferença entre capital de terceiros e capital próprio? 5. Qual será o montante de um investimento de R$ 3.000,00 com juros compostos de 2% ao mês durante 10 meses? 6. O que é regime de capitalização? 7. Um capital de R$ 10.000,00, investido a juros simples de 13% ao ano, foi sacado após três meses, a contar da data inicial do investimento. Qual foi o juro? 8. O que é custo do capital, segundo o conceito econômico? 9. Calcule o montante, ao final de um ano de aplicação, do capital de R$ 600,00 a uma taxa composta de 4% ao mês. 10. Uma operação no regime de capitalização composta rendeu, após 6 meses, um montante (valor futuro) igual a R$ 8.400,00. Sabendo que a taxa da operação foi igual a 2% ao mês, calcule o valor presente, isto é, o capital. 11. Qual será o montante de um investimento de R$ 155.600,00 com juros compostos de 0,85% ao mês durante 18 meses?
Tabela 1.16.1 Regime de capitalização simples N
Capital aplicado
Juros de cada período
Valor acumulado
1
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00 x 10% = R$ 100,00
R$ 1.000,00 + R$ 100,00 = R$ 1.100,00
2
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00 x 10% = R$ 100,00
R$ 1.000,00 + R$ 100,00 = R$ 1.200,00
3
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00 x 10% = R$ 100,00
R$ 1.000,00 + R$ 100,00 = R$ 1.300,00
Tabela 1.16.2 Regime de capitalização composta N
Capital aplicado
Juros de cada período
Valor acumulado
1
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00 x 10% = R$ 100,00
R$ 1.000,00 + R$ 100,00 = R$ 1.100,00
2
R$ 1.100,00
R$ 1.100,00 x 10% = R$ 110,00
R$ 1.000,00 + R$ 110,00 = R$ 1.210,00
3
R$ 1.210,00
R$ 1.210,00 x 10% = R$ 121,00
R$ 1.000,00 + R$ 100,00 = R$ 1.331,00 23
12. Um capital de R$ 23.000,00, investido a juros simples de 8% ao semestre, foi sacado após 2 anos e 9 meses a contar da data inicial do investimento. Qual foi o total de juros resgatado? 13. Calcule o montante, ao final de dois anos de aplicação, do capital de R$ 2.700,00 a uma taxa composta de 3,5% ao trimestre. 14. Qual é o juro simples que um capital de R$ 1.080.000,00 produz quando aplicado, durante 18 meses, a uma taxa de 2,8% ao bimestre?
SUAS ANOTAÇÕES
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Administração Financeira
Aulas 18 e 19 | Homogeneidade entre taxa e tempo OFICINA TEÓRICA
Como 1 ano tem 12 meses, a taxa será de: 24% / 12 = 2%
Nos cálculos financeiros, devemos sempre atentar para que a taxa e o tempo sejam considerados na mesma unidade. Ou seja: se a taxa é dada ao mês, o tempo deve ser expresso em meses; se a taxa é apresentada ao ano, o tempo deverá ser em anos. No entanto, se no problema apresentado isto não ocorrer, pode-se transformar tanto a taxa quanto o tempo para obter a homogeneidade. Mesmo que a taxa e o tempo não estejam na mesma unidade, as fórmulas a serem utilizadas são as mesmas.
A taxa mensal referente a uma taxa nominal de 24% ao ano é de 2% ao mês. Estas duas taxas são chamadas de taxas proporcionais, pois, utilizando meses como as unidades de tempo, tem-se a seguinte proporção:
Juros Ordinários
Taxas efetivas
São aqueles em que se utiliza o ano comercial para estabelecer a homogeneidade entre a taxa e o tempo. Logo, em juros ordinários todos os meses têm 30 dias e o ano tem 360 dias.
De acordo com o dicionário Aurélio, efetiva significa real, verdadeira, que produz efeito. Dessa forma, para efeitos de cálculo, utiliza-se a taxa efetiva; a taxa nominal não é utilizada para estes fins. Para a continuação do estudo, como já é sabido que a taxa efetiva de juros é 2% ao mês e que o capital é de R$ 100.000,00, vamos calcular qual será o novo capital após um ano de aplicação. Devemos utilizar a seguinte fórmula para o cálculo do montante composto:
Juros Exatos São aqueles em que se usa o tempo na quantidade exata de dias, observando a quantidade de dias que tem cada mês. A taxa é expressa ao ano, utilizando-se o ano civil para estabelecer a homogeneidade entre a taxa e o tempo. Caso o tempo não esteja em dias, deve-se transformá-lo, assim como se a taxa não for anual.
Juros Bancários É o cálculo em que, para estabelecer a homogeneidade, é usado o ano comercial (360 dias), assim como nos juros ordinários. Porém, o tempo (número de dias) segue o princípio dos juros exatos, ou seja, o calendário do ano civil.
Taxas Taxas nominais Imagine a seguinte situação: você quer investir R$ 100.000,00 em uma aplicação financeira, e o gerente do banco lhe informa que a taxa de juros anual para a aplicação escolhida é de 24% ao ano, com capitalização composta mensal. Dessa forma, você terá uma aplicação financeira no regime de capitalização composta, sendo que o acréscimo dos juros ao montante será realizado mensalmente. Deve-se notar que há diferença entre o período de formação e acréscimo dos juros ao capital e o período de tempo da taxa. Tem-se uma taxa anual, mas com juros calculados e acrescidos mês a mês. Dessa forma, a taxa de juros é denominada taxa nominal. Sendo a taxa nominal de 24% ao ano, e visto que a capitalização é mensal, qual será a taxa de juros ao mês?
24
2 = 12 1 24% está para 12 meses assim como 2% está para 1 mês. A taxa de 2% ao mês, proporcional à taxa de 24% ao ano, é denominada taxa efetiva mensal.
M = C . (1 + i)n As variáveis conhecidas são as seguintes: C: R$ 100.000,00 i: 2% a.m. 2/100 a.m. 0,02 a.m. n: 12 meses Substituindo as variáveis por seus respectivos valores, têm-se: M = 100.000 . (1 + 0,02)12 M = 100.000 . 1,0212 M = 1000.000 . 1,2682418 M = 126824,18 Como o capital é de R$ 100.000,00, os juros serão de R$ 26.824,18: M – C = 126824,18 – 100.000 = 26,82418% Então, a taxa 26,82418% a.a. 26824,18 100.000
efetiva
anual
será
de
. 100% = 26,82418%
Taxas equivalentes A taxa efetiva mensal de 2% ao mês é equivalente à taxa efetiva anual de 26,82418% ao 25
ano, isto porque produzem um montante igual quando aplicadas a um mesmo capital em um período de tempo de mesma duração. Para verificarmos a equivalência, vamos calcular Mm e Ma, referentes ao montante obtido a partir das taxas efetivas mensal e anual, respectivamente, pelo período de um ano: Mm = 100.000 . (1 + 0,02)12 Mm = 100.000 . 1,2682418 Mm = 126824,18 Ma = 100.000 . (1 + 0,2682418)1 Ma = 100.000 . 1,2682418 Ma = 126824,18 Deve-se observar que se calculou a taxa efetiva anual de 26,82418% ao ano com 5 casas decimais, apenas para que fosse possível comparar a equivalência das taxas. Na prática, pode-se utilizar uma ou duas casas decimais, como 26,82% ao ano, por exemplo. Neste caso, o montante será ligeiramente menor (R$ 126.820,00). Anteriormente foi verificado que os montantes Mm e Ma, calculados por meio da fórmula M = C . (1 + i)n, são iguais. Foram utilizados os índices m e a para identificar também as outras variáveis referentes ao cálculo dos montantes Mm e Ma, respectivamente. De forma geral, pode-se concluir que: Mm = C . (1 + im)nm Ma = C . (1 + ia)na
SUAS ANOTAÇÕES
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Administração Financeira
Aula 20 | Avaliação de aprendizagem SUAS ANOTAÇÕES
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Administração Financeira
Aulas 21 e 22 | Exemplos de cálculo para a obtenção de taxas efetivas OFICINA TEÓRICA Equivalentes Exemplo 1 A taxa efetiva de 25% ao ano equivale a qual taxa efetiva mensal? Um capital qualquer capitalizado em 25% deve produzir, após 1 ano da aplicação, o mesmo montante que o capital capitalizado mensalmente a uma taxa i por 12 meses. Os dados que possuímos são os seguintes: io = 25% a. a no = 1 ano
C = R$15.000,00 n = 8 meses = 8 meses/12 meses ao ano = ~0,67 anos
n = 12 meses √1,25 – 1
12
Assim, a taxa efetiva mensal é de 0,019 ao mês, ou 1,9% ao mês. Ou seja: a taxa efetiva de 25% ao ano equivale à taxa efetiva mensal de 1,9%.
É necessária a conversão de 8 meses para 0,67 anos, pois a taxa de juros está em anos e o período de aplicação em meses. Assim, a unidade de tempo fica a mesma: j = C x i x n = 15.000 x 0,36 x 0,6666666 = 3600 À taxa de 3% ao mês, tem-se:
Exemplo 2 A taxa efetiva de 2,5% ao bimestre equivale a qual taxa efetiva semestral? Certa quantia capitalizada bimestralmente em 2,5% durante 3 bimestres de aplicação deve produzir o mesmo montante se for capitalizada após 1 semestre a uma taxa i. io=2,5% a.b. = 0,025 a.b. no = 3 bimestres
n = 1 semestre
io = (1+ io)n0/n – 1 = (1 + 0,025)3/1 – 1 = 1,0253 – 1 = 1,0769 – 1 = ~0,077 Dessa forma, a taxa efetiva é de 0,077 ao semestre ou 7,7% ao semestre, ou seja, a taxa efetiva de 2,5% ao bimestre corresponde à taxa efetiva semestral de 7,7%.
Taxas Proporcionais As taxas de 36% ao ano e de 3% ao mês são consideradas taxas proporcionais, pois usam meses como a unidade de tempo na seguinte proporção: 36/3 = 3/1 Entretanto, elas não são equivalentes em regime de capitalização composta. Dessa forma, a taxa efetiva de 3% ao mês equiva28
j=Cxixn i = 36% a.a. = 36/100 a.a. = 0,36 a.a.
io = 0,25 a.a.
io = (1+ io)n0/n – 1 = (1 + 0,25)1/12 = = ~1,019 – 1 = 0,019
le a 40,23627% ao ano, e não a 36% ao ano. Já no regime de capitalização simples, taxas proporcionais resultam em montante igual, caso tenham sido aplicadas a um mesmo capital em um mesmo período. A taxa de 36% ao ano equivale à taxa de 3% ao mês em uma aplicação a juros simples? Sim. Tomemos como exemplo um rendimento de uma aplicação de R$ 11.000,00 por 8 meses à taxa de 36% ao ano Tem-se:
C = R$15.000,00 i = 3% a.m. = 0,03 a.m. n = 8 meses Assim: j = C x i x n = 15.000 x 0,03 x 8 = 3600 Dessa forma, se forem aplicados R$ 15.000,00 por 8 meses em qualquer uma dessas taxas proporcionais, o rendimento será de R$ 3.600,00 em regime de capitalização simples.
SUAS ANOTAÇÕES
Administração Financeira
Aulas 23 e 24 | Descontos OFICINA TEÓRICA Quando o valor futuro de um título é conhecido e se deseja determinar o valor atual, é utilizada a operação de desconto. Assim, desconto é a diferença do valor que será resgatada de um título com o valor na data de operação.
D = A.i.n A = valor atual i = taxa de desconto n = n. de períodos
No desconto por dentro, o valor atual é dado por: A = N / (1 + i.n)
D = VF – VP Onde: D = desconto VF = valor futuro VP = valor creditado ou pago ao titular Assim como nos juros, o valor do desconto também está associado a uma taxa e a um determinado período de tempo. Os juros e os descontos são critérios distintos, já que, para calcular os juros, a taxa do período da operação incide sobre o valor presente ou o capital inicial, enquanto no desconto a taxa do período incide sobre o valor futuro ou o montante. Os descontos, assim como os juros, também podem ser classificados em simples ou compostos, sendo utilizados lineares quando simples e exponencial quando compostos. O desconto pode ser racional (por dentro) ou comercial (por fora).
Notações Comuns na Área de Descontos ffD: desconto realizado sobre o título. ffA: valor atual de um título. ffN: valor nominal de um título. ffi: taxa de desconto. ffn: número de períodos para o desconto.
Desconto Simples Comercial (Por Fora) O cálculo é similar ao dos juros simples, substituindo o capital P na fórmula de juros simples pelo valor nominal N do título. D = N.i.n N = valor nominal i = taxa de desconto n = n. de períodos
j = P.i.n P = principal i = taxa de juros n = n. de períodos
j = P.i.n P = principal i = taxa de juros n = n. de períodos
No desconto por fora, o valor atual é calculado por: A = N-D = N-N.i.n = N(1-i.n)
Desconto Simples Racional (Por Dentro) O cálculo deste desconto funciona de forma similar ao dos juros simples, substituindo o capital P na fórmula pelo valor atual A do título. O cálculo do desconto racional é feito sobre o valor atual do título.
Desconto Comercial Composto (Por Fora) Desconto não utilizado no Brasil. É similar ao cálculo dos juros compostos, substituindo o principal P pelo valor nominal N do título. A = N(1-i)ⁿ A = Valor atual i = taxa de desconto negativa n = n. de períodos
S = P(1+i)ⁿ P = principal i = taxa de juros n = n. de períodos
Para n = 1, o desconto composto por fora funciona assim como no desconto simples por fora, logo: A1 = N(1-i)
Onde: A1 = valor atual do título com valor nominal N. Para n = 2, devemos reaplicar o mesmo processo, substituindo N por A1 para obter A2, isto é: A2 = A1(1-i) = N(1-i)²
Por este raciocínio temos que para cada número natural n: An = N(1-i)ⁿ
Esta fórmula é similar à fórmula do montante composto, dada por: S = P(1+i)ⁿ
Desconto Racional Composto (Por Dentro) É uma forma de desconto muito utilizada no Brasil. D = N-N(1+i)ˉⁿ = N.[1-(1+i)ˉⁿ]
Onde: D=N–A N = A(1 + i)ⁿ
OFICINA PRÁTICA 1. Qual é o desconto racional composto de um título cujo valor nominal é R$ 12.000,00, sen-
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do o prazo de vencimento de n = 6 meses e a taxa de desconto de 2,5% ao mês? 2. Um estabelecimento emprestou um valor que deverá ser pago após 1 ano em um único pagamento de R$ 21.000,00, a uma taxa de 5,5% ao mês. Cinco meses após ter feito o empréstimo, o estabelecimento já tem condições de resgatar o título. Se o estabelecimento tiver um desconto racional composto calculado a uma taxa equivalente à taxa de juros cobrada na operação do empréstimo, qual será o valor líquido a ser pago pela empresa? Dados: Valor nominal: N = 21.000,00; Taxa mensal: i = 5,5% = 0,055 Número de períodos para o n = 12-5 = 7 Fórmula: D = N.[(1+i)ⁿ-1]/(1+i)ⁿ
SUAS ANOTAÇÕES
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desconto:
Administração Financeira
Aulas 25 e 26 | Séries de pagamentos OFICINA TEÓRICA As séries de pagamentos representam o fluxo de caixa que se estima ocorrer em determinado intervalo de tempo. Podem ser: ffAntecipadas: quando o fluxo de pagamentos ou recebimentos começa a ocorrer antes do final do primeiro período, vencendo os demais em intervalos sequenciais. ffPostecipadas: quando o fluxo de pagamentos ou recebimentos começa a ocorrer no final do primeiro intervalo de tempo, vencendo os demais em intervalos sequenciais. ffDiferidas: quando o fluxo de pagamentos ou recebimentos não ocorre no primeiro período da série, ou seja, ocorrerá em períodos seguintes. ffVariáveis: quando os valores dos pagamentos variam.
Anuidades Antecipadas Observação: na HP 12C não esquecer de acionar a tecla BEGIN. São conhecidas no comércio como sistema de prestações com entrada, ou seja, a primeira prestação é paga no ato da compra. Cálculo do principal (P)
Cálculo da prestação (R)
Anuidades Diferidas São anuidades ou séries de pagamentos que tem carência no seu prazo de pagamento inicial. Elas possuem mais de um período sem pagamento, até que se efetue o primeiro. Cálculo do principal (P)
Onde k é igual ao período de carência – 1. Cálculo da prestação (R)
Onde k é igual ao período de carência – 1.
Anuidades Variáveis São as anuidades cujos termos não são iguais entre si. O valor atual é a soma dos valores atuais de cada um de seus termos. O montante pode ser obtido pela soma do montante de cada um dos seus termos.
Cálculo da prestação (R)
Anuidades Postecipadas As anuidades postecipadas são divididas em constantes, imediatas postecipadas ou ordinárias. São intensamente utilizadas como sistemas de prestações, em que a primeira parcela é paga no final do primeiro período, isto é, crediário sem entrada. Para os cálculos das anuidades postecipadas, temos a seguinte fórmula:
OFICINA PRÁTICA 1. Um estabelecimento calculou o financiamento de um conjunto de poltronas em 10 prestações mensais de R$ 1.000,00, sendo uma delas como entrada. Sabendo-se que o crediário do estabelecimento utiliza taxa de juros de 4,5% ao mês, calcule qual seria o valor à vista das poltronas. 2. Qual o valor da prestação de um eletrodoméstico no valor à vista de R$ 6.300,00 se o gerente de uma loja oferece um financiamento em 6 prestações mensais iguais, incluindo entre elas a entrada e sabendo-se que a taxa de juros utilizada é de 3,5% ao mês? 3. Um terreno foi comprado para ser pago em e prestações trimestrais com os seguintes valores: »» 1o trimestre: R$ 20.000,00 »» 2o trimestre: R$ 5.000,00 »» 3o trimestre: R$ 10.000,00 31
»» 4o trimestre: R$ 3.000,00 »» 5o trimestre: R$ 30.000,00 Sendo de 2,5% ao mês a taxa de juros para aplicações financeiras vigente no mercado, calcule o valor do terreno à vista. 4. Calcule o valor da prestação de um cobertor de R$ 700,00 financiado em 6 prestações mensais iguais, sendo que a primeira delas possui vencimento de 4 meses após a compra a uma taxa de juros de 3,9% ao mês. Observação: k = 4-1, então k = 3.
SUAS ANOTAÇÕES
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Administração Financeira
Aula 27 | Planos de financiamentos OFICINA TEÓRICA Ao adquirir bens, contratar serviços ou contrair algum empréstimo para pagamentos em prestações futuras, utilizam-se planos de financiamento ou sistemas de amortizações. Os planos mais praticados pelo mercado são o sistema francês de amortização (denominado tabela price), usado pelo sistema financeiro e de capitais, e o sistema de amortização constante (SAC), utilizado pelos bancos de desenvolvimento, geralmente em operações com empréstimos de longo prazo. O sistema francês consiste em um plano de amortização de uma dívida a ser quitada em prestações periódicas (mensal, bimestral, semestral etc.) iguais e sucessivas. O valor de cada prestação é composto por dois elementos: os juros e o capital. As prestações podem ser pagas no início do período (antecipadas) ou no final do período (postecipadas). Na sequência será apresentado um exemplo do sistema francês com prestações cujos pagamentos serão efetuados no final de cada período (postecipado).
Exemplo Determinar o valor de um empréstimo no valor de R$ 30.000,00 a uma taxa de juros de 2% ao mês, a ser pago em 6 prestações mensais iguais e consecutivas. Fluxo de caixa 0-----1-----2-----3-----4-----5-----6 meses
Tabela 1.27.1 Tabela de amortização n
Juros
Amortização
Prestação
Saldo devedor
0
----------
-----------
---------
30.000,00
1
600,00
4.755,78
5.355,78
25.244,22
2
504,88
4.850,90
5.355,78
20.393,32
3
407,87
4.947,91
5.355,78
15.445,41
4
308,91
5.046,87
5.355,78
10.398,54
5
207,97
5.147,81
5.355,78
5.250,73
6
105,01
5.250,77
5.355,78
0,00
30.000,00
32.134,68
-----------
Total 2.134,64
Sendo a prestação postecipada, somente no final do primeiro período a primeira prestação será liquidada. As prestações antecipadas são comuns nas negociações, ou seja, paga-se no tempo zero a primeira prestação. São conhecidas como “entrada” ou “sinal”, e o tomador do empréstimo deve pagá-las no momento em que contrai a dívida. Assim, utilizando os dados do exemplo anterior, tem-se: Fluxo de caixa 0-----1-----2-----3-----4-----5 meses
R=?
R=?
O SAC caracteriza-se como um plano de financiamento cujas amortizações são iguais durante todo o período e cujas prestações são decrescentes. Assim, os juros diminuem no decorrer do período, sendo máximo na primeira prestação e mínimo na última prestação. Amortização constante = 30.000 .
30.000 6
= R$5.000
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Tabela 1.27.2 Tabela de amortização n
Juros
Amortização
Prestação
Saldo devedor
0
-----------
-----------
-----------
30.000,00
1
600,00
5.000,00
5.600,00
25.000,00
2
500,00
5.000,00
5.500,00
20.000,00
3
400,00
5.000,00
5.400,00
15.000,00
4
300,00
5.000,00
5.300,00
10.000,00
5
200,00
5.000,00
5.200,00
5.000,00
6
100,00
5.000,00
5.100,00
0,00
Total
2.100,00
30.000,00
32.100,00
-----------
SUAS ANOTAÇÕES
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Administração Financeira
Aula 28 | Exercícios para fixação OFICINA PRÁTICA 1. Quanto uma pessoa terá, ao fim de 4 anos, se aplicar R$ 500,00 por mês durante esse prazo em um fundo de renda fixa a uma taxa de 3% ao mês? 2. Quanto se deverá depositar mensalmente para que, ao fim de 5 anos, não se processando nenhuma retirada, tenha-se R$ 50.000,00? Considere que a instituição paga juros de 2,5% ao mês sobre o saldo credor. 3. Quanto acumularia um investidor no fim de 12 meses se depositasse mensalmente R$ 250,00 em uma instituição financeira que pagasse juros a uma taxa composta de 2% ao mês? 4. Você planeja depositar R$ 100,00 no fim de cada mês pelos próximos 100 meses. Se o banco lhe pagar juros de 1,10% ao mês, qual será o montante (FV) no final desse período? 5. Um terreno é vendido em 4 prestações mensais e iguais de R$ 110.000,00 cada uma, sendo a primeira dada como entrada. Se a taxa de financiamento for de 1,5% ao mês , qual o preço à vista? 6. Uma calculadora é vendida a prazo a uma taxa de juros 3,5% ao mês, em 3 prestações mensais iguais de R$ 89,00 cada uma, sendo que a primeira prestação vence em um mês após a compra. Qual a preço à vista? 7. Um banco concede a uma empresa um empréstimo de R$ 95.000,00 para serem pagos em seis prestações mensais iguais postecipadas. a) Se a taxa de juros for de 2% ao mês, qual o valor de cada prestação? b) Se o banco cobrar, no ato da liberação do crédito, uma taxa de serviço igual a 1% do valor financiado, qual o valor líquido recebido pela empresa? c) Nas condições dos itens anteriores, qual a taxa efetiva de juros cobrada? 8. Obtenha o preço à vista de um automóvel financiado a uma taxa de 1,9% ao mês, sendo o número de prestações igual a 36 e R$ 990,00 o valor de cada prestação mensal, se: »» a primeira vence um mês após a compra; »» a primeira prestação é dada como entrada. 9. A taxa nominal de juros explicitada em um empréstimo é de 42% ao ano. Tendo ocorrido uma variação de 18% nos índices de preços (inflação) neste mesmo período, determine a taxa real anual de juros do empréstimo. 10. Determinado trimestre apresenta as seguintes taxas mensais de variações nos preços gerais da economia: 7,2%, 2,9% e 1,2%. Determine a taxa de inflação acumulada no trimestre e a taxa equivalente mensal.
11. Em uma operação no mercado financeiro, certo investidor resolveu resgatar um título 4 meses antes de seu vencimento. Sabendo-se que a taxa de juros utilizada foi de 1,8% ao mês e que o valor nominal do título era R$ 18.000,00, qual foi o desconto racional composto desta operação e qual foi o valor atual recebido pelo investidor? 12. Sabe-se que um título a ser pago daqui a 12 meses será descontado 5 meses antes de seu vencimento. O valor nominal do título é de R$ 42.000,00, e a taxa de desconto de 3,5% ao mês Calcule o valor líquido liberado nessa operação. 13. Calcule o valor de desconto racional de um título de valor nominal de R$ 12.000,00, descontado 4 meses antes de seu vencimento a uma taxa de 2,5% ao mês. 14. Qual o valor máximo que uma pessoa deve pagar por um título de valor nominal de R$ 82.000,00 com vencimento para 110 dias, se deseja ganhar 5% ao mês na compra desse título? 15. Um título no valor nominal de R$ 40.000,00 foi resgatado 3 meses antes de seu vencimento, tendo sido contratada a uma taxa de 2,5% ao mês. Qual foi o desconto racional concedido? 16. Determine o desconto simples de um título de R$ 2.480,00 com vencimento para 180 dias, sabendo-se que a taxa de desconto racional é de 3,5% ao trimestre. 17. Um título com 119 dias a decorrer até o seu vencimento está sendo negociado a uma taxa de desconto comercial simples de 15% ao ano. Assumindo o ano comercial com 360 dias, determine o valor da aplicação que proporciona o resgate de R$ 1.000,00 e o desconto obtido na operação. 18. Um banco descontou um título de um cliente com vencimento em um mês, no valor nominal de R$1.500,00, com taxa de juros de 8% ao mês. Qual foi o valor hoje depositado na conta do cliente? (Desconto comercial) 19. Calcule a taxa efetiva do exercício anterior. 20. Um banco descontou um título de um cliente com vencimento em um mês, no valor nominal de R$1.500,00, com taxa de juros de 8% ao mês. Qual foi o valor hoje depositado na conta do cliente? (Desconto racional) 21. Calcule a taxa efetiva do exercício anterior. 22. Calcule o valor da prestação de um cobertor cujo valor é R$ 700,00 financiado em 6 prestações mensais iguais, a primeira vencendo 4 meses após a compra, a uma taxa de juros de 3,9% ao mês.
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23. Qual o valor atual de uma série de 20 prestações iguais a R$ 12.500,00, postecipadas a uma taxa de 1,9% ao mês? 24. Qual o valor atual de uma série de 5 prestações iguais a R$ 1.000,00, antecipadas a uma taxa de 5% ao mês?
SUAS ANOTAÇÕES
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Administração Financeira
Aulas 29 e 30 | Instituições financeiras OFICINA PRÁTICA Uma instituição financeira é definida como uma organização com a finalidade de otimização da alocação de capitais financeiros próprios e/ ou de terceiros, de acordo com uma correlação de risco, custo e prazo que atenda aos intuitos dos acionistas, clientes, colaboradores, agências reguladoras etc. A instituição financeira administra um delicado equilíbrio entre prazos, moedas e taxas negociados para os capitais passivos e ativos no mercado, segundo critérios e normas estabelecidos pelas agências reguladoras. O órgão regulador das instituições financeiras no Brasil é o Banco Central (BC). Entre as suas principais atribuições, destacam-se: a condução das políticas monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o exterior; a regulação e a supervisão das instituições que integram o sistema financeiro nacional (SFN); e a administração do sistema de pagamentos e do meio circulante (o dinheiro que circula na economia do país). O Banco Central é responsável também pela fiscalização de diversos tipos de instituições financeiras, as quais serão descritas a seguir de acordo com a Lei n. 4.591/64, sendo consideradas instituições financeiras do sistema operativo ou de intermediação.
Captadoras de Depósitos à Vista ffBancos comerciais. ffBancos múltiplos com carteira comercial. ffCaixas Econômicas. ffCooperativas de crédito.
Não Captadoras de Depósitos à Vista ffBancos múltiplos sem carteira comercial. ffBancos de investimento e de desenvolvimento. ffSociedades de crédito, financiamento e investimento (“financeiras”). ffSociedades de crédito imobiliário. ffCompanhias hipotecárias. ffAssociações de poupança e empréstimo. ffSociedades corretoras ou distribuidoras de títulos e valores mobiliários. ffSociedades de arrendamento mercantil (leasing). ffSociedades corretoras de câmbio. ffBolsa de Valores. As escriturações contábeis das instituições financeiras estão sujeitas a regras padronizadas estabelecidas pelo Banco Central por meio do chamado Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF), que apre-
senta como objetivos a uniformização de registros contábeis dos fatos e atos administrativos e a racionalização da utilização de contas, com o intuito de possibilitar do acompanhamento até a avaliação do desempenho das instituições financeiras. Dessa forma, faz-se necessária a demonstração fidedigna da real situação, que é fiscalizada pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional. Entretanto, a competência de expedir normas gerais sobre o COSIF pertence ao Banco Central, por delegação do CMN. Segundo Tápias (2010, p. 11): A experiência pela qual nosso setor financeiro passou por ocasião da crise dos mercados mundiais, ao final desta primeira década do século XXI, comprova o seu nível de competência. Em uma economia tão globalizada como a atual, seria natural esperar que os impactos da instabilidade internacional fossem sentidos em toda a cadeia dos serviços financeiros de um país emergente como o nosso. [...] Entretanto, apesar de o Brasil ter passado bem pela prova da turbulência global, convém lembrar que a indústria financeira, aqui ou em qualquer outro lugar, não será mais a mesma. [...], é fato também que a crise deixou, no âmbito da indústria financeira, não apenas marcas, mas, sobretudo, lições, oportunidades e inúmeros desafios. É certo que a dinâmica do mundo externo interferirá de alguma forma no Brasil, seja pela presença mais acentuada de competidores globais nos países emergentes ou pela disseminação de novas práticas, gestadas em consequência da própria crise. Por tudo isso, sabemos hoje que o cenário que deve ser apresentado, nos próximos anos, para todas as instituições financeiras que atuam no Brasil é totalmente novo. [...] Esse novo cenário exige das instituições financeiras que atuam no mercado local um posicionamento firme no princípio de contribuir com o desenvolvimento sustentável do País. A coletânea de artigos que formam esta obra reflete essa visão. Reconheço nas palavras de seus autores o conhecimento e a experiência de que o Brasil demandará para continuar avançando.
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OFICINA PRÁTICA 1. Como opera uma instituição financeira? 2. Quais as principais atribuições do Banco Central? 3. A instituição financeira é uma organização com qual tipo de finalidade? 4. Quais são as três razões básicas para o sucesso das instituições financeiras brasileiras? 5. Cite três exemplos de instituições financeiras captadoras de depósitos à vista. 6. O que significa a sigla COSIF? Qual é o seu objetivo? 7. O que o nosso mercado financeiro ostentava na primeira década do século XXI? 8. Cite três exemplos de instituições financeiras não captadoras de depósitos a vista. 9. Qual a diferença entre capital financeiro de terceiros e capital financeiro próprio? 10. Por que você acha que nossas organizações financeiras conseguiram passar com êxito pelos momentos de turbulências no ano de 2008?
SUAS ANOTAÇÕES
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Administração Financeira
Aulas 31 e 32 | Mercado financeiro OFICINA TEÓRICA O mercado financeiro é um eixo da economia onde existem dois lados: quem tem recursos disponíveis (investidores) e quem busca os recursos (tomadores). Em ambos os casos, podem ser pessoas físicas ou jurídicas. Nesta situação, o mercado financeiro age como intermediador, captando e repassando os recursos e cobrando uma taxa para esse serviço, chamada spread.
Tipos Básicos de Instituições ffIntermediários financeiros (bancos): aqueles que emitem seus próprios passivos, ou seja, captam diretamente do público por meio de depósitos e aplicam estes recursos por meio de empréstimos e financiamentos junto às empresas. ffInstituições auxiliares: aquelas que se propõem a colocar os investidores e poupadores em contato, facilitando sua comunicação. Exemplos: distribuidoras, corretoras, bolsas de valores, etc. A divisão do mercado é feita em quatro segmentos, como explicado a seguir. Mercado de capitais (captação das empresas) Sistema de distribuição de valores mobiliários, proporcionando liquidez aos títulos de emissão e viabilizando seu processo de capitalização.
Mercado monetário São operações que se realizam em curto ou curtíssimo prazo. Também é utilizado como instrumento de política monetária. Por meio do mercado monetário, o Banco Central atua sobre o nível de liquidez da economia quando pretende reduzi-lo, vendendo títulos de sua emissão ou emissão do tesouro nacional e retirando, assim, moeda do sistema financeiro. Mercado de crédito Onde são efetuados os empréstimos e financiamentos de curto, médio e, em menor escala, longo prazo, visando atender desde as necessidades de consumo corrente de bens duráveis até o capital de giro das empresas. É onde são feitos os empréstimos do dia a dia. Mercado cambial Onde são realizadas operações que envolvem a necessidade de conversão de moeda estrangeira em moeda nacional e vice-versa. Os elementos que participam deste mercado se dividem em aqueles que produzem divisas (exportadores, os que tem a receber empréstimos ou investimentos do exterior e turistas estrangeiros), e aqueles que remetem divisas (importadores, os que devem recursos ao exterior por meio de empréstimos ou repasses de lucros ou dividendo e turistas estrangeiros).
Tipos de título negociados ffAções: títulos que representam o capital das empresas. ffDebêntures: títulos de créditos emitidos pelas empresas (podem ser conversíveis em ações). ffOutros: empréstimos de terceiros. ffReinvestimentos de lucros. ffEmpréstimos de acionistas. Distinção entre mercado primário e mercado secundário ffPrimário: tem por objetivo captar recursos. É a primeira negociação após a emissão das ações, debêntures de uma empresa ou CDBs. Ocorre quando a própria empresa emite títulos, que são ofertados ao público por meio de um consórcio feito por instituições organizadas por uma líder contratada. ffSecundário: são todas as negociações após a primeira emissão. Tem por objetivo a circulação dos títulos de 1a emissão, gerando liquidez. São as negociações nas bolsas de valores.
OFICINA PRÁTICA 1. Cite os quatro segmentos que dividem o mercado. 2. Qual é a função básica do mercado financeiro? 3. O que é o mercado cambial? 4. Cite os tipos básicos de instituições financeiras que operam no Brasil. 5. O que são debêntures? 6. O que é mercado primário? 7. Quais são os dois “lados” existentes no mercado financeiro? 8. Qual é o mercado que visa atender as necessidades de consumo corrente de bens duráveis? 9. O que propõem as instituições auxiliares? 10. Em qual mercado o Banco Central atua vendendo títulos de sua emissão ou emissão do tesouro nacional, retirando assim moeda do sistema financeiro?
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Administração Financeira
Aulas 33 e 34 | Mercado financeiro OFICINA TEÓRICA Mercado Monetário O mercado monetário é uma parte do mercado financeiro cuja função é propiciar o fluxo de recursos entre poupadores e investidores em operações de curto e curtíssimo prazo (menos de um ano, geralmente). Segundo Hoji (2006), a política monetária do Governo Federal é executada por meio do mercado monetário, com a compra e venda de títulos de crédito emitidos pelo Banco Central. Quando há necessidade de reduzir a liquidez do mercado financeiro, o Banco Central coloca os títulos à venda e os agentes econômicos os adquirem, pagando em moeda. Quando há necessidade de aumentar a liquidez do mercado financeiro, o Banco Central resgata os títulos antes do vencimento. No mercado monetário são negociados, ainda, títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, tais como as Notas do Tesouro Nacional (NTN) e as Letras do Tesouro Nacional (LTN). Além desses títulos, são negociados também títulos públicos emitidos pelos estados e municípios (obrigações, apólices e letras) e títulos emitidos pelas instituições privadas, tais como: certificado de depósitos interbancários (CDI), certificados de depósitos bancários (CDB) e debêntures. O mercado monetário é marcado também pelo controle da liquidez exercida pelo Banco Central. Neste caso, a liquidez diz respeito ao volume de papel-moeda em circulação, ou seja, ao volume de dinheiro que está transitando livremente na economia. Por exemplo: um grande fluxo de recursos pode trazer um custo menor para o dinheiro (taxas de juros baixas), porém, causa também um consumo muito forte (o que gera forte inflação a curto e médio prazos, desequilibrando a economia). Portanto, o mercado monetário é o grande responsável pela formação das taxas de juros, como a Selic. Taxa Selic O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) é um índice pelo qual se balizam as taxas de juros cobradas pelo mercado brasileiro. É a taxa básica utilizada como referência pela política monetária. A meta para a taxa Selic é estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Comitê de Política Monetária (Copom) Órgão criado em 1996 pelo Banco Central por meio da Circular n. 2.698. Apresenta como objetivo o estabelecimento das diretrizes da política monetária, além da definição da taxa básica de 40
juros e da manipulação da liquidez econômica por meio de instrumentos de política monetária. Banco Central do Brasil (BC/BACEN/BCB) Autarquia federal criada em 1964 (Lei n. 4.595) que integra o sistema financeiro nacional e que se apresenta vinculada ao Ministério da Fazenda do Brasil. Dentre as competências do BCB, encontram-se a emissão de moeda; a regulação de serviços de compensação de cheques e outros papéis; a autorização, a normatização, a fiscalização e a intervenção nas instituições financeiras; e o controle do fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o correto funcionamento do mercado cambial.
OFICINA PRÁTICA 1. Após a explanação e ajuda do professor, que poderá trazer artigos de jornais, revistas e internet para exemplificar o tema, os alunos formarão duplas e elaborarão um relatório, citando exemplos, intitulado: “Como o mercado monetário influencia a economia brasileira”. O relatório deverá conter no mínimo 15 linhas.
SUAS ANOTAÇÕES
Administração Financeira
Aulas 35 e 36 | Mercados organizados de valores OFICINA TEÓRICA Mercados organizados de valores são aqueles dispostos de forma a proporcionar para seus investidores uma rentabilidade do seu capital.
Produtos Negociados no Mercado de Balcão Organizado da Bovespa ffAção. ffCertificado de Recebíveis Imobiliários (CRI). ffFundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). ffFundo de investimento Imobiliário (FII). ffExchange Traded Funds (ETF). ffDebênture. ffNota promissória. ffDireito de subscrição. ffRecibo de subscrição.
Art. 6o A CVM pode determinar a transformação do mercado de balcão organizado em bolsa, a alteração de procedimentos ou normas de funcionamento de mercado de balcão organizado, ou a alteração das dispensas ou autorizações especiais que tenham sido conferidas nos termos desta Instrução, em razão das características concretas do mercado. [...] Seção II Normas Gerais Art. 7o O funcionamento e a extinção dos mercados organizados de valores mobiliários depende de prévia autorização da CVM.
A seguir, veja como a lei define os mercados organizados de valores.
§1o Os mercados organizados de valores mobiliários poderão ser divididos em segmentos de negociação, levando em conta as características das operações cursadas, os valores mobiliários negociados, seus emissores, requisitos de listagem, o sistema de negociação utilizado e as quantidades negociadas.
Instrução CVM n. 461, de 23 de Outubro de 2007
§2o O funcionamento e a extinção de segmento de negociação dependem de prévia
Formas de Negociação no Mercado de Balcão Organizado da Bovespa ffMercado à vista.
CAPÍTULO I MERCADOS REGULAMENTADOS DE VALORES MOBILIÁRIOS
autorização da CVM.
SUAS ANOTAÇÕES
Seção I Abrangência [...] §1o Os mercados organizados de valores mobiliários são as bolsas de valores, de mercadorias e de futuros, e os mercados de balcão organizado. §2o Os mercados organizados de valores mobiliários devem ser administrados por entidades administradoras autorizadas pela CVM. [...] CAPÍTULO II MERCADOS ORGANIZADOS DE VALORES MOBILIÁRIOS Seção I Classificação dos Mercados Organizados de Valores Mobiliários [...] 41
Administração Financeira
Aulas 37 e 38 | Análise de investimentos OFICINA TEÓRICA Na visão econômica, investimento é a forma de aumentar um determinado capital por meio da aplicação de recursos. Essa aplicação pode ser feita aplicando recursos por meio de uma instituição financeira utilizando fundos de investimentos, caderneta de poupança, CDB etc. Outras alternativas são entrar no mercado de ações ou efetuar compras de títulos públicos, entre outros. Também caracteriza investimento a aplicação de recursos diretamente no processo produtivo de uma organização, como ampliação de uma empresa, compra de maquinários e matéria-prima etc. Ao tomar uma decisão sobre um investimento, é preciso utilizar normas de avaliação. Segundo Hummel e Taschner (1995), existem duas formas de tomar uma decisão: por sentimento ou por estudos econômicos. Uma análise por sentimento é aquela sem nenhum conceito técnico preliminar, já uma análise por estudos econômicos levará em consideração uma diversa gama de julgamentos da demanda e da oferta antes de tomar uma decisão. Em geral, a escolha se embasa em indicadores de desempenho econômicos que maximizem o capital do investidor. Tradicionalmente, o mercado trabalha com dois tipos de investimentos: renda fixa e renda variável.
Renda Fixa Um investimento é qualificado como renda fixa quando se conhece previamente a sua taxa de rentabilidade e o seu prazo de resgate. Nos investimentos em renda fixa, a taxa de remuneração, ou a sua forma de cálculo, é previamente definida no momento da aplicação. Ao investir seus recursos em um título de renda fixa, seja ele emitido pelo governo ou por uma empresa privada, você está emprestando a quantia investida ao emissor do título para, em troca, depois de certo período, receber o valor aplicado (denominado principal), acrescido de juros pagos como forma de remuneração de seu empréstimo. Os investimentos mais populares em renda fixa são a caderneta de poupança e os fundos DI, mas há também outras aplicações, tais como fundos de renda fixa, CDBs e debêntures, entre outras. Os investimentos em renda fixa podem ser classificados em dois tipos: investimento em renda fixa pré-fixada e investimento em renda fixa pós-fixada. Renda fixa pré-fixada Um investimento em renda fixa pré-fixada é aquele em que a taxa de remuneração é definida 42
no momento da aplicação, ou seja, ao investir o dinheiro o investidor já saberá exatamente qual será o percentual de rentabilidade que o emissor do título lhe pagará na data combinada. Renda fixa pós-fixada Um investimento em renda fixa pós-fixada é aquele em que apenas a forma do cálculo de sua taxa de remuneração é definida no momento da aplicação, ou seja, ao investir o dinheiro o investidor ainda não saberá exatamente qual será o percentual de rentabilidade que o emissor do título lhe pagará na data combinada. A taxa de remuneração poderá ser maior ou menos dependendo do desempenho do índice utilizado como referência para a base de cálculo durante o período acordado entre as partes.
Renda Variável Um investimento em renda variável é aquele em que não se conhece a sua taxa de rentabilidade nem o seu prazo de resgate. A rentabilidade do investimento será definida de acordo com os resultados obtidos pela empresa ou instituição emissora do respectivo título. Nos investimentos em títulos de renda variável, o investidor não tem como saber, previamente, qual será a rentabilidade da aplicação. Os investimentos mais tradicionais e populares em renda variável são as ações, os fundos de ações e os clubes de investimento.
OFICINA PRÁTICA 1. Como é a taxa de remuneração na renda fixa? 2. Quais são os investimentos mais tradicionais da renda variável? 3. Na visão financeira, como se pode definir “investimento”? 4. Em que se embasa a escolha para fazer os investimentos? 5. O que é renda fixa pós-fixada? 6. Qual é a principal diferença entre renda fixa e renda variável? 7. Cite dois investimentos da renda fixa. 8. Na renda fixa, como é denominada a quantia investida pelo investidor? 9. O que significa “avaliação do investimento”? 10. O que é renda fixa pré-fixada?
SUAS ANOTAÇÕES
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Aula 39 | Bolsa de valores e mercado financeiro OFICINA TEÓRICA A bolsa de valores é um mercado organizado onde se negociam ações de capital aberto (públicas ou privadas) e outros instrumentos financeiros, como ações e opções. Pode se apresentar como associação civil sem fins lucrativos, mantendo o sistema de negociação eletrônico apropriado para transação de compra e venda de títulos e de valores mobiliários. Seu patrimônio é representado por títulos pertencentes às sociedades corretoras que a compõem. Entretanto, as bolsas usualmente atuam como sociedades anônimas que objetivam lucro por meio de seus serviços. Nas sociedades anônimas, este patrimônio é composto por ações. As bolsas têm o dever de repassar aos investidores, por meio de de revistas, boletins ou meios eletrônicos, informações sobre seus negócios diários, comunicados relevantes de empresas abertas, dados de mercado e tudo o mais que contribua para a transparência das operações. No Brasil, a atividade das bolsas é fiscalizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Bolsa de Valores A BM&FBovespa, formada em 2008, é uma companhia de capital brasileiro criada pela integração das operações da Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de Mercadorias & Futuros, sendo considerada a principal instituição brasileira de intermediação para operações do mercado de capitais. Essa companhia desenvolve, implanta e provê sistemas para a negociação de ações, títulos de renda fixa, derivativos de ações, derivativos financeiros, títulos públicos federais, moedas à vista e commodities agropecuárias. A companhia realiza o registro, a compensação e a liquidação de ativos e valores mobiliários transacionados e a listagem de ações e de outros ativos; divulga informação de suporte ao mercado; atua como depositária central dos ativos negociados em seus ambientes; e licencia softwares e índices. Além disso, desempenha atividades de gerenciamento de riscos das operações realizadas por meio de seus sistemas, exerce o papel de fomentar o mercado de capitais brasileiro e gerencia investimentos sociais, com foco no desenvolvimento de comunidades que se relacionam com o seu universo. Tendo em vista sua área de atuação, a BM&FBOVESPA está sujeita à regulação e à supervisão da Comissão de Valores Mobiliários e do Banco Central do Brasil (BM&FBOVESPA, 2013).
Ações São títulos normativos negociáveis e representam uma fração do capital de uma empresa, sendo assim partes dela. Uma empresa é composta por dois tipos de ações: ordinárias e preferenciais. As ações ordinárias concedem o direito de voto nas assembleias da empresa. As ações preferenciais oferecem preferência no recebimento de resultados ou no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia. A instituição que compra e vende ações é chamada de corretora.
Como Investir na Bolsa Há dois caminhos para o investidor comprar e vender ações: via corretora de valores ou bancos. As corretoras são membros das bolsas de valores credenciados pelo Banco Central e habilitados a negociar valores mobiliários com exclusividade no sistema eletrônico da Bovespa. Para comercializar ações, portanto, o investidor precisa ser cliente de uma dessas empresas. Já os bancos administram fundos de ações, cestas de ações escolhidas pelo gestor do fundo, que variam conforme os resultados das empresas cotadas na Bolsa. Neste caso, é o banco quem decide quando e como investir.
OFICINA PRÁTICA 1. O que é bolsa de valores? 2. O que são ações? 3. Quais são os tipos de ações que compõe uma empresa? 4. O que é BM&FBovespa e quando ela foi formada? 5. Quais são as atividades desempenhadas pela bolsa brasileira? 6. Quais são os dois caminhos para comprar e vender ações? 7. Qual a diferença entre ações ordinárias e preferenciais? 8. Quais são as informações que as bolsas têm o dever de passar para os investidores? 9. Qual a diferença entre adquirir ações e fundo de ações? 10. Quem cuida da regulação e supervisão da BM&FBovespa no Brasil? 11. Entre no site da Bovespa e pesquise três ações que no dia anterior fecharam em alta e três ações que fecharam em baixa, colocando o nome das empresas e quais foram as suas oscilações percentuais.
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Aula 40 | Avaliação de aprendizagem SUAS ANOTAÇÕES
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Referências Bibliográficas ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável também às demais sociedades. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. São Paulo: Harbra, 1997. LEMES JUNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração financeira: princípios fundamentos e práticas brasileiras. 2. ed. Rio de janeiro: Campus, 2005. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W; JAFFE, J. F. Administração financeira. São. Paulo: Atlas, 2002. TÁPIAS, A. Pelo desenvolvimento sustentável no Brasil. In: DELOITTE E TOUCHE TOHMATSU. Instituições financeiras no Brasil: o posicionamento para um novo cenário. 2010. Disponível em: <http://www.deloitte.com/assets/Dcom-Brazil/ Local%20Assets/Documents/Estudos%20e%20 pesquisas/Livro_portugues.pdf>. Acesso em: 30 abr. 2013. MICHAELIS. Dicionário escolar língua portuguesa. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/ moderno/portugues /index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=finan%E7as>. Acesso em 30 abr. 2013. HOJI, M. Administração financeira: uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. HUMMEL, P. R. V.; TASCHNER, M. R. B. Análise e decisão sobre investimentos e financiamentos: engenharia econômica: teoria e prática. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE MINAS GERAIS – SEBRAE/MG. Instrução CVM N. 461, de 23 de outubro de 2007. Acesso a empréstimos e financiamentos. 2012. Disponível em: <http://www.sebraemg. com.br/Geral/VisualizadorConteudo.aspx?cod_ conteudo=5551&cod_areaconteudo=1872&cod_ pasta=2020&navegacao=TENHO_UMA_EMPRESA/ Finan%C3%A7as_e_Contabilidade/Acesso_a_ Empr%C3%A9stimos_e_Financiamentos>. Acesso em: 30 abr. 2013.
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SUAS ANOTAÇÕES
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Idealizado a partir da necessidade de uma obra que direcionasse professores e alunos ao aprimoramento do domínio de disciplinas fundamentais, este livro proporciona subsídios teóricos e práticos para a formação técnica profissional. Concebido por docentes experientes, o livro é dividido em disciplinas que apresentam os diferentes assuntos de maneira prática e objetiva. São propostos exercícios reflexivos que facilitarão o aprendizado do aluno. O Grupo etb conta com diversas áreas técnicas em seu material didático e promove em todas elas uma forma flexível e dinâmica de aprendizado. Desse modo, espera-se que este livro contribua para o desenvolvimento profissional e desperte em cada aluno a busca incessante pelo conhecimento.
ISBN 978-85-7728-376-7
9 788577 283767
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