aQuadra
AGOSTO/SETEMBRO 2017
O J O R N A L D O J A R D I M PA U L I S TA N O E D O S A R R E D O R E S
VIDA DE BAIRRO ECONOMIA
GENTE
VIAGEM
CRÔNICA
ESTILO
DESIGN
PRAÇAS
URBANISMO
GASTRONOMIA
COMPORTAMENTO
CULTURA
LENTE
ANTENA
VIVER BEM
INSPIRAÇÃO CONVIZINHO
D I S T R I B U I Ç Ã O G R AT U I TA
Ipe Moraes, empresário
A Praça Gastão Vidigal
Hybrida, uma nova concept store
Época do Ipê-amarelo
Ícones da arquitetura
Registro na rua
EDITORIAL
M
inhas primeiras experiências com o jornalismo foram na Editora Abril e, mais tarde, assinando uma coluna de moda no saudoso Jornal da Tarde. Depois de muitos anos atuando em outras áreas, fui pega pelo sonho de voltar a essas origens e desenvolver um jornal, que já deveria nascer com uma missão: ser uma plataforma de comunicação do nosso bairro e de seus arredores. Convidei para este projeto duas amigas, também frequentadoras do Jardim Paulistano e que, como eu, acreditam no poder da união e do empreendedorismo da comunidade local em prol de objetivos comuns. Nascia o aQuadra, cujo nome – acreditamos – remete a uma localidade multifacetada, que limites variáveis, que se expande e se liga a outras quadras. Como o nosso Jardim Paulistano, que tem clima de aconchego, em que os vizinhos se conhecem e se encontram na praça, e que é, ao mesmo tempo, cosmopolita e moderno. Nosso bairro querido e inspirador! Repleto de áreas verdes, preocupa-se em preservar a qualidade de vida de seus moradores e vistiantes, e ao mesmo tempo oferece a comodidade de ter comércio, entretenimento e serviços a poucas quadras. Espero que vocês se apaixonem, como nós, por este projeto, e nos inspirem. É com as sugestões, a energia e a colaboração de todos que o aQuadra cumprirá seu papel e se tornará a voz de todos.
Helena Montanarini
PADRINHOS
José Messina Lucinha Mauro
Foto: Jade Gadotti
Pedro Hungria Mendes de Castro Vânia Assaly
HELENA MONTANARINI, Globetrotter e curadora de moda e estilo, formou-se em desenho industrial, mas por ironia do destino foi para o jornalismo de moda. Morou em Paris e Milão, onde foi correspondente de diversas publicações. Hoje desenvolve projetos personalizados e criou o conceito editorial do jornal aQuadra. CRISTINA RAPPA Jornalista, profissional de comunicação corporativa e escritora de livros infantojuvenis, adora viajar, especialmente sobre duas rodas, e, de uns tempos para cá, deu para observar aves. MABEL BÖGER CARRAZZA, Catarinense, autodidata e entusiasta das artes gráficas, criou o projeto gráfico do novo jornal aQuadra. Adora andar pelo Jardim Paulistano e descobrir lugares inusitados que tenham a ver com a sua filosofia de vida.
Seja você também parceiro do nosso jornal. É com a contribuição de cidadãos, empresas e entidadesmadrinhas que será possível a realização deste projeto em prol da nossa quadra, do nosso bairro e, consequentemente, da nossa cidade.
Colaboradores
Quem somos Publisher Helena Montanarini Diretora de redação Cristina Rappa (MTB 15.213)
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RICARDO GUIMARÃES Publicitário, iniciou a carreira, em 1969, na Norton. Hoje é empresário e presidente-fundador da Thymus Branding.
CÁSSIO VASCONCELLOS Iniciou sua trajetória na fotografia em 1981 e já participou de mais de 200 exposições, em 20 países, entre elas Coletivos, no Today Art Museum (TAM), Pequim, China (2013). Publicou cinco livros de fotografia.
JADE GADOTTI Artista plástica formada pela Faap, restauradora e fotógrafa. É conhecida pelas fotos de casamentos e retratos de família. Integra coleções particulares no Brasil e exterior.
CHARLES PIRIOU Nascido na França, começou como garçom em Paris. Mudou-se para São Paulo, onde presta consultoria na área de restaurantes e hotéis, como Dalva e Dito, P.J. Clarke’s e Chef Rouge.
VALDERSON DE SOUZA Astrólogo e tarólogo. Arquiteto e mestre em cultura japonesa pela Universidade de São Paulo/USP. Ikebanista e chajin.
FELIPE HESS Paulistano, formou-se em 2007 pela Escola da Cidade. Colaborou com a Triptyque Arquitetura de 2006 a 2008 e com Isay Weinfeld de 2008 a 2012. Fundou o escritório Felipe Hess arquitetos há cinco anos.
MICHEL FARAH Proprietário da Farah Service, empresa que busca agregar valores às marcas, aliando ações de marketing a conceitos ambientais, culturais e sociais.
JP SIQUEIRA LOPES Tem uma paixão visceral por artes visuais. Depois de anos à frente da Lisson Gallery na América Latina, Paulo, agora curador e art advisor, conta para aQuadra suas mais recentes descobertas.
TATI VELA Trabalhou por quatro anos como designer gráfica na Visionaire e V Magazine. Criou campanhas para Givenchy, Dior, GAP, entre outras. Estudou história da arte, literatura clássica, pintura, aquarela e ilustrações.
DR. FERNANDO MACHADO PEDROSA Formado em medicina pela USP, com especialização em medicina esportiva e ortopedia. Pratica corrida e já participou da Maratona de Nova York, entre outras provas.
PAULO GIANDALIA Retratista, começou como repórter fotográfico no Jornal da Tarde. Em 2000, cobriu a Olimpíada de Sydney para o UOL. Publicou o livro Mestres do Salão com Thomaz Souto e Renato Pasmanik.
BRUNA BARROS Estudou moda e design de ambientes em BH e se especializou em gravura na academia de Belas Artes de Veneza, Itália. Hoje é tatuadora e ilustradora, com livros infantis publicados pelo mundo afora.
Projeto gráfico e direção de arte Mabel Böger Carrazza Reportagem Ana Barbieri e Sílvia Sibaldi redacao@jornalaquadra.com.br Produtora Giulia Magalhães aquadra@jornalaquadra.com.br Fotografia Paulo Giandalia Colaboradores Andréa Bispo, Bruna Barros, Cássio Vasconcellos, Charles Piriou, Claudia Fidelis (tratamento de imagens), Felipe Hess, Giuseppe Nardelli, Jade Gadotti, João Paulo Siqueira Lopes, Luciana Maria Sanches (revisão), Tati Vela, Valderson de Souza Publicidade Adriana Gorni comercial@jornalaquadra.com.br CTP, impressão e acabamento Gráfica Stilgraf www.stilgraf.com.br O jornal aQuadra é uma publicação bimestral da Montanarini Consultoria Editorial Ltda. - ME Rua Francisco Leitão, 653, 2o andar, conj. 21, CEP 05414-025, Pinheiros, São Paulo, SP, tel.: (11) 3898-3036 CNPJ.: 57.473.407/0001-53
aquadra@jornalaquadra.com.br www.jornalaquadra.com.br
Sumário 06 Crônica 08 Vida de Bairro 14 Entrevista 16 Caminhada 18 Economia 19 Cultura/artes
Mestre em arranjos florais em Nova York, realiza projetos exclusivos para residências, escritórios, lojas e eventos, com excelência, originalidade e pontualidade
20 Urbanismo 22 Gastronomia 24 Francisco Leitão 27 Lente 28 Viver bem 29 Indicações Próxima edição: outubro/novembro. Distribuição: 2 de outubro de 2017. Solicite o seu jornal aQuadra na banca de jornal da Rua Joaquim Antunes, esquina com a Rua Sampaio Vidal
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Fotos: Divulgação; Paulo Giandalia, Fran Parente
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Tel.: (11) 3083-0949 / 98307-5454 vendas@lulyvidigalflores.com.br www.lulyvidigalflores.com.br @lulyvidigalflores
Por RICARDO GUIMARÃES*
Vibrei quando a Helena me contou que faria um jornal do bairro
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achei genial ser impresso, porque dá para pegar e exibir que você está lendo aQuadra na praça. Essa visibilidade pública cria identificação, aproxima as pessoas e, mesmo que você não vá puxar conversa, dá um sentimento de pertencer a um mesmo lugar, a um grupo de vizinhos com interesses, problemas e riquezas compartilhados. Nada contra o digital, mas o jornal impresso é outra coisa, é artesanal. E pelo extremo bom gosto e informação que eu sei que a Helena tem, será coisa de colecionar. Parabéns pela ideia e pelo espírito empreendedor! Vai enriquecer muito o conhecimento sobre o nosso bairro e aumentar o valor de nosso patrimônio. Tomara que os prestadores de serviços que nos atendem aqui saibam apoiar e explorar o potencial comercial do aQuadra. Mídia dirigidíssima, com conteúdo e linguagem proprietários. Coisa rara. Desejo muito sucesso para você, minha amiga e vizinha querida. Costumo dizer que moro no pé da montanha e trabalho às margens do rio. Levo 15 minutos para caminhar até o meu escritório. Meus filhos também estão por perto; com exceção da Leca, que mora em Austin, Texas, ninguém está a mais de 500 m de distância
Ricardo no Mercado de Pinheiros, onde visita o Instituto ATA, espaço dedicado aos novos sabores brasileiros e focado em ingredientes de diferentes biomas do Brasil. Mercado Municipal de Pinheiros, R. Pedro Cristi, 89, Largo da Batata
*RICARDO GUIMARÃES é publicitário, sócio-fundador da Thymus e morador do Jardim Paulistano. Ricardo tem apoiado dois dos mais consistentes cases de marca no Brasil: Natura, case study na London Business School, e Banco Real, case study na Harvard Business School. Os clientes dele são empresas líderes de setores: TAM Linhas Aéreas, Natura Cosméticos, AfroReggae, Vivo-Telefônica, Banco do Brasil, entre outros. Ricardo Guimarães é membro do conselho da Fundação Nacional da Qualidade, da São Paulo Companhia de Dança e do Instituto ATA – Gastronomia e Sustentabilidade.
Foto: Divulgação
“Bom-dia, vizinho”
entre uma casa e outra. Fiz minha vida acontecer aqui no bairro. Talvez esse seja um dos meus projetos mais bem-sucedidos: viver em São Paulo como se estivesse em uma cidade do interior. Lili, minha mulher, está aqui desde antes do supermercado Sirva-se chegar à esquina da Gabriel com a Ibsen (da Costa Manso). Sim, somos baby boomers. Naquela época, eu morava na Casa Branca, esquina com a Oscar Freire, e conhecia o bairro como o fim da linha do 54, o ônibus elétrico que descia a Gabriel para a gente ir ao Clube Pinheiros quando não pegávamos o 51, que parava mais perto do clube. No lugar do Shopping Iguatemi havia uma chácara com porteira, e a Faria Lima era a estreita Rua Iguatemi, onde passava bonde. Estamos no bairro desde que casamos, até porque a Lili fica mal só de pensar em se mudar daqui. Passamos pela Saquarembó, na frente da casa da mãe dela; pela Capitão Antonio Rosa, onde pegamos duas enchentes; depois Cel. Alfredo Cabral, onde ficamos por 20 anos; estamos na Mariana Correia desde 2003, em uma casa construída por nós, com a genial competência do Isay Weinfeld, que assina projetos lindos no bairro. Aliás, sugiro que aQuadra organize caminhadas temáticas como de arquitetura, árvores, birdwatching. Basta marcar dia, hora, local de partida, que deve ser a Praça Gastão Vidigal, óbvio. Contrate um especialista, de preferência do bairro, o grupo racha o custo e aQuadra faz a reportagem com fotos, entrevistas e informações sobre o tema. Já deixo aqui a provocação para que os voluntários especialistas entrem em contato para começar a organizar. Eu caminho muito pelo bairro. Tenho vários circuitos. O mais curto é entre minha casa e o Pão de Açúcar – quem mexeu no meu Pão? Saudades da gestão Diniz! – para tomar um café na cafeteria do supermercado com meu filho Pedro, que mora na Ibsen. Na volta passo no Tiago, na Oliveira Pinto e depois na Shubi, na Maria Carolina, para ver os netos. O circuito médio é gastronômico e me leva até o Mercado de Pinheiros, onde faço algumas compras nos boxes do Instituto Ata– do qual sou conselheiro – que traz para São Paulo comes e bebes e coisas de cinco biomas do nosso Brasil. Um turismo super-rico de sabores e saberes. Se a sacola estiver leve, volto passando pelo Instituto Tomie Ohtake e pela Fnac. O circuito maior é mais atlético, porque vou até o Parque do Povo e dou as voltas que aguento enquanto confiro como está indo o crescimento daquele jardim. Eu gosto muito de acompanhar o desenvolvimento de árvores e plantas e suas variações nas estações do ano. Mas o mais gostoso desses passeios são as pessoas com quem a gente cruza e que, mesmo sem nos conhecer, trocam um simples e breve “bom-dia”, como se dissessem “que legal que é morar neste bairro, né, vizinho?”. Pois é. E vai ficar mais legal ainda quanto mais aQuadra nos ajudar a conhecê-lo melhor. Fico por aqui. Até qualquer hora em numa padaria, farmácia, loja ou aqui, no aQuadra. Meu abraço.
Fotos: Paulo Giandalia
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Crônica
COBOGÓ PAVALION DE KENGO KUMA Exposta na Japan House, é uma escultura permanente inspirada no cobogó brasileiro, elemento construtivo vazado criado no Recife nos anos 30. Será doada para uma praça nos jardins, em setembro
Vida de Bairro
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Praça Gastão Vidigal
Os jardins paulistanos rendem uma boa passarinhada
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anas, há ainda picolé e água fresquinha, garantidos pelo sorveteiro ao cair da tarde. DICAS Para que o seu passeio seja um sucesso, não se esqueça de usar filtro solar e repelente. Leve lanchinho e bebida se pretende ficar bastante tempo, já que não há nenhum comércio por perto, e vá ao toalete antes de sair de casa, pois não encontrará por ali. Se levar seu cão para passear, respeite os locais delimitados e não deixando que ele entre na área do playground. SUA OPINIÃO Se você quer apoiar o trabalho de preservação da praça, tirar dúvidas ou enviar sugestões, mande uma mensagem para grupopracagastaovidigal@gmail.com.
QUEM FOI GASTÃO VIDIGAL? Advogado e político brasileiro. Nasceu em 15 de maio de 1889, formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), participou do quadro diretivo da Associação Comercial de SP, foi deputado federal e ministro do Estado da Fazenda do governo de Eurico Gaspar Dutra. Participou da diretoria de diversos bancos, contribuiu ativamente na gestão de inúmeras instituições e fundou o Banco Mercantil.
Praça Gastão Vidigal - Rua Desembargador Mamede, 119 - Jardim Paulistano
Fotos: Divulgação
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ifícil achar quem more na região da Faria Lima e não frequente a Praça Gastão Vidigal. Localizado no coração do Jardim Paulistano, entre as ruas Desembargador Mamede e Laerte Assunção, e preservado pela associação de moradores da região dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano, a Ame Jardins, o local, que é também conhecido como Praça do Ovo, atrai pessoas de todas as idades e interesses. Bonita e arborizada, a praça tem espaço para prática de esportes, passear com o cão, ler um livro ou apenas bater papo, encontrar os vizinhos, reunir a família e se distrair. Possui ainda um playground, reservado apenas para crianças e pais ou acompanhantes. Nos fins de sem-
Fotos: Divulgação; ilustração: Bruna Barros
Conhecida como Praça do Ovo, é ponto de encontro e lazer de pessoas de todas as idades e interesses
s pessoas muitas vezes se surpreendem com o fato de a cidade de São Paulo abrigar mais espécies de aves (465, de acordo com a enciclopédia WikiAves) do que países como Itália (390) e Portugal (435). A explicação está na localização da capital paulista (bioma de Mata Atlântica, ou do que sobrou dela), na presença de parques e bairros arborizados e na maior conscientização quanto à necessidade de preservação das aves e do meio ambiente em geral, com moradores plantando árvores frutíferas e outras que atraem passarinhos – como amoreiras, flamboyanzinhos e pitangueiras – nas calçadas e em seus próprios jardins. O movimento – muito positivo – só tem aumentado. Grupos de observadores de aves amadores, conhecidos como birdwatchers, crescem, assim como os eventos, a ponto de chamar a atenção até da grande imprensa, esta normalmente tão voltada aos temas essencialmente urbanos, para o assunto. Eu mesma, que já fui “passarinhar” na Amazônia e no Pantanal, tive um pouco de preconceito com relação a observar aves na capital paulista.
Bobeira minha! Não é que em uma árvore na rua atrás da minha casa, no Jardim Paulistano, antes das 7h da manhã, a caminho da prática de ioga, escuto um “toc-toc” e deparo com um lindo pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens)? Naquele dia, atrasei dez minutos, para a prática, pois tive que voltar correndo e pegar a câmera para o importante registro. Além do pica-pau, o bairro, próximo às movimentadas avenidas Rebouças e Faria Lima, abriga almas-de-gato (Piaya cayana), sabiás-laranjeiras (Turdus rufiventris), bem-te-vis (Pitangus sulphuratus), sanhaçoscinzentos, pombas-de-bando (Zenaida auriculata), corujas-orelhudas (Asio clamator), gaviões-carcará (Caracara plancus) e os barulhentos e animados periquitos-ricos (Brotogeris tirica), entre outras belezuras. Como avistá-los? Aguçando a sensibilidade, os ouvidos e os olhos nas caminhadas por ruas arborizadas, praças e parques. Plantar uma árvore frutífera ou colocar frutas em um prato no quintal, ou mesmo janela, já garante avistar uns passarinhos sem sair de casa. Comece o programa pela sua rua ou pela Praça Gastão Vidigal.
PICA-PAU-DE-CABEÇA-AMARELA O seu “toc-toc” pode ser escutado nas árvores mais frondosas do bairro
SABIÁ-LARANJEIRA Ave-ícone e madrugadora de São Paulo, o sabiá-laranjeira é figurinha fácil nas ruas dos Jardins
HORTA MIRIM DA PRAÇA GASTÃO VIDIGAL
Em prol da educação e do divertimento, o novo projeto já está chegando neste mês! A Horta Mirim terá o intuito de unir pais e filhos para cuidar da terra e dos alimentos. Para isso, serão instalados oito canteiros triangulares elevados. A ideia é ensinar as crianças a trabalhar em equipe e apender o senso geográfico do espaço, relacionando com trajetórias do sol e estações do ano. O trabalho de implantações será efetuado em mutirões semanais que serão coordenados por uma dupla de oficineiros. Para realizar o projeto, sua contribuição é essencial. Dúvidas e sugestões de interessados em apoiar essa causa: basta mandar um e-mail para o endereço grupopracagastaovidigal@gmail.com ou entrar em contato pelo telefone (11) 99633-5590, tratar com Manuela.
BEM-TE-VI Outra ave bem popular nos jardins da capital, foi batizada pelo canto: “Bem-te-vi!”
SANHAÇO-CINZENTO Outra gracinha que adora degustar as frutas das amoreiras e pitangueiras das nossas ruas
PERIQUITO-RICO Barulhento e animado, este periquito é comumente chamado de “maritaca”
Vida de Bairro
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Esporte na praça Quem passa pela Praça Gastão Vidigal pela manhã se surpreende com o número de pessoas que praticam esportes nela ou no entorno. É uma verdadeira academia a céu aberto, sob a sombra das árvores e ao som dos passarinhos e latidos dos cachorros que passeiam e brincam por ali. Já há diversos grupos de profissionais ministrando treinos aos moradores. Uma das pioneiras foi a professora de educação física Ariane Malohlava,
que há cinco anos fundou a empresa Corredeiras, pela qual oferece treinos de corrida, caminhada, ciclismo e treinamento funcional. Muitos anos antes da criação da Corredeiras, Ariane começou a treinar algumas moradoras do Jardim Paulistano na praça. “Foi há uns 16 anos. Propus que treinássemos na praça, para aproveitar o espaço. Aí, outros moradores viam o treino, interessavam-se e o grupo foi crescen-
do”, conta ela, que considera “um privilégio poder treinar ao ar livre em São Paulo, embalada pela energia do vento e ao som dos pássaros”.
OS CÃES E SEUS AMIGOS
Contato: Wanderlei, tel.: 96876-2239 Celson, tel.: 98448-7161
aspas Protegido pela área verde que o circunda, o bairro nos faz sentir em um oásis, ao mesmo tempo que estamos perto de tudo. Para o centro, é só seguir adiante no corredor da Rebouças... A Rua dos Pinheiros fica aqui atrás, com metrô na porta! Shopping? Temos dois no bairro, e supermercados, farmácias... Hmm e o que mais?! Restaurantes e comida boa... O Mercado de Pinheiros é colado logo ali, no Largo da Batata! Esse é o nosso Jardim Paulistano, uma preciosidade! Ana Lúcia Egydio, moradora do bairro
www.brennheisen.com
@brennheisen
Fotos: Paulo Giandalia; divulgação
Ele sempre tem saquinhos para limpeza consigo e explica a importância de manter o bairro sempre bem-cuidado e bonito, afinal seu espaço de trabalho é ao ar livre. Só uma vez ele passou um constrangimento: foi na Sampaio Vidal, quando estava com dois golden retrievers, que, alegres por natureza, começaram a brincar com um pedestre, que foi muito agressivo com os cachorros. Outro passeador com rosto conhecido e sempre sorridente pelo bairro é o Celson Santos Lima, que caminha com cerca de 20 cães de raças diversas, como pastor alemão e golden retriever. Lima trabalhava na padaria Regência, na Sampaio Vidal, e uma cliente perguntou se ele poderia levar seus sete cachorros para passear. Começava assim sua carreira de dog walker.
A história dos donos da banca
Fotos: Paulo Giandalia; divulgação
Com a população e os cuidados aos animais domésticos crescendo, nada mais natural do que observar um número maior de cães passeando com cuidadores nas ruas. No dia a dia, os passeios devem proporcionar aos cães exercícios, socialização e brincadeiras, garantindo saúde e bem-estar aos animais, que, por estarem ao ar livre, podem se socializar e conviver cada vez melhor com outros animais e pessoas. Com o crescente número de cães demandando cuidados e passeios, aumentam as oportunidades para os chamados dog walkers, os “passeadores de cachorros”. Wanderlei Santos Lemos é um deles. Há 11 anos, ele pode ser visto pelas ruas do bairro passeando com cachorros como a Nina e o Tião, da família Pedrosa, da Sampaio Vidal. “Fui o primeiro a iniciar o trabalho por aqui”, conta ele, que hoje presta serviços para 21 clientes e começa a passear com os 34 cachorros bem cedo, às 5h30, e vai até o fim do dia, por volta das 19h30. “Faço isso com muito amor”, revela. Timidamente, ele também nos confessa que tem dois preferidos: o Martin (um pastor canadense) e a Lisa (uma weimaraner). Em casa, ele tem a Bela, uma jack russell. Lemos nos contou que fica indignado quando se depara com dejetos de cães deixados nas calçadas.
SERVIÇO Corredeiras - Ariane corredeiras.com.br Tel.: (11) 99995-5400. Interessados que levarem um exemplar do jornal aQuadra ganharão 15 dias de treino experimental. Se quiser, solicite um personal trainer cadastrado Assessoria Suzisam Saúde - Suzana Silva suzisamsaude.com Tel.: (11) 98427-6184 suzanasilva@ suzisamsaude.com Personal trainers: Marcelo Guercia Tel.: (11) 98400-4928 Paulo Roberto França Tel.: (11) 98228-1177 Alexandre Pinheiro Tel.: (11) 95590-5910 Vanessa Soares de Lima Tel.: (11) 96358-3578 Sophia Zinn Hensel Tel.: (11) 98118-1105
Em tempos da era digital, do online, bancas de jornal são um sinal de resistência tal como flores no deserto. A figura do jornaleiro que vendia figurinhas para os famosos álbuns de colecionadores ainda está na memória de muitos meninos e meninas. Lutando para vencer a concorrência – padarias, lojas de conveniência e mercadinhos, responsáveis por abocanhar parte das vendas de periódicos e revistas – as bancas foram e continuam sendo um verdadeiro polo de informação, além de ser um comércio democrático. Aos 90 anos, Sinézio Batista Pereira, morador do Jardim Paulista há 69, viu essa e muitas outras mudanças acontecerem. “Antes de comprar a banca, trabalhei na Mercearia Groenlândia e na padaria Regência. Tive quatro bancas aqui no bairro”, conta. Proprietário da Jardim Paulistano há mais de 40 anos, localizada na esquina da Sampaio Vidal com a Joaquim Antunes, o senhor pai de cinco, avô de quatro e bisavô de um ainda hoje fica na banca para ajudar o filho. “Como ele mora perto, fica aqui para mim quando preciso sair, tomar um café”, diz Fernando Augusto Pereira. “Todo mundo nos conhece. A confiança é tamanha que muitos deixam chave de casa, de carro, cartão de
banco. Parece até cidade de interior”, conta. Na esquina da Sampaio Vidal com a Maria Carolina, um especialista em elétrica é dono da Sampaio Vidal há 15 anos. “A oportunidade de comprar a banca apareceu em um momento difícil; estava desempregado com mulher grávida”, diz. “Com a banca, aprendi a lidar melhor com o ser humano, a ser mais político. E, com isso, consigo também continuar o meu trabalho em elétrica”, que confessa, contando que além da banca, faz serviços em casas do bairro. Estudante do curso de história na USP, Denis Nascimento Fagundes, reveza com a mãe o trabalho na Juquiá, localizada na esquina da Alameda Gabriel Monteiro da Silva com a Juquiá, pertencente à família há pouco mais de três anos. Para ele, o que ainda faz com que as bancas sobrevivam é a venda de outros itens como bebidas, doces etc. “Isso, que é relativamente recente, foi essencial para que conseguíssemos manter o negócio. Esperamos que a nova gestão da prefeitura também autorize a veiculação de propagandas. É algo que também nos ajudaria muito”, diz o estudante, que questiona o fato de pontos de ônibus, por exemplo, possuírem essa permissão.
Senhora de seu destino “Vim para o bairro com 11 anos. Sou do tempo em que havia chácaras na Teodoro Sampaio e vi muitas transformações. Sempre gostei muito daqui. Morei na rua Girassol e mais tarde vim para a Francisco Leitão. No começo, fiquei meio assim, sabe, de morar em frente ao cemitério. Mas, depois isso passou. A vizinhança é tranquila”, recorda Joana Jardim. Com cabelos de algodão arrumados, brincos, colar, unhas feitas e roupa alinhada, Dona Joana, como é conhecida na Rua Francisco Leitão, dedicou a vida ao exercício da arte – piano, acordeão, balé, canto, teatro... E quando lhe diziam que era hora de parar de trabalhar, ela ficava se perguntando: “O que é que eu vou fazer agora?”. Foi quando decidiu se tornar atriz de
comercial. Aos 87 anos, há dez na profissão, a senhora avó de três e bisavó de seis já foi garota-propaganda de marcas como Nestlé, Sadia,
Yakult e Kaiser, entre muitas outras. “Não sou o tipo de mulher que se deixa levar pela vida, sabe? Eu é que levo”, diz.
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GRUPO DE MULHERES CICLISTAS DO BAIRRO FAZ 25 ANOS
CINEMA DE BAIRRO “O mais moderno. O mais luxuoso. O mais confortável. O cinema elegante de São Paulo.” Em 12 de julho de 1962, era assim que noticiava o cartaz de abertura do então Cine Fiammetta. O filme escolhido para a inauguração foi Esse Rio Que Eu Amo, escrito por Millor Fernandes. Pinheiros já foi um bairro cheio de cinemas de rua, e os moradores da região têm pelo menos uma boa história pra contar sobre sua vida no ir e vir das salas do bairro, um enredo de memórias que vem sendo construído nest es últimos 55 anos. O Cinesala é um conceito que tem importância como patrimônio histórico e cultural da cidade. Os sócios Adhemar Oliveira, Paulo Velasco,
Raí e Rodrigo Makray acreditam na força do cinema para preservar, recuperar e valorizar esse espaço que ao mesmo tempo proporciona encontros de pessoas e ideias. A sensação é como se fosse uma mostra internacional de cinema durante as quatro estações do ano. A programação do Cinesala é semanal e muda toda quinta-feira. Há intenção na proposta dos sócios em diversificar filmes e públicos, e certamente, há preocupação em dosar títulos que sejam populares e, ao mesmo tempo, autorais.
UM CAFÉ, POR FAVOR!
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por Charles Piriou
emorou para o café brasileiro ser valorizado. O cafezinho é parte da nossa cultura e está presente em todos os momentos do dia, ele une as pessoas. Selecionamos aqui alguns endereços que servem uma ótima xícara no bairro mais cool da cidade. COFFEE LAB O foco em microlotes de café com identidade singular, a responsabilidade ecossocial e a rastreabilidade de cada café do pé ao pacote fizeram Isabela Raposeiras se tornar referência nacional no mundo da bebida. Premiado inúmeras vezes como melhor café da cidade, o Coffee Lab é muito mais do que uma cafeteria, é uma verdadeira experiência para quem ama café. R. Fradique Coutinho, 1.340
Cinesala: Rua Fradique Coutinho, 361, Pinheiros @cinesala
Pedalando na redondeza: O Saia na Noite se reúne todas as terças, às 21h, na Pizzaria Primo Basílico, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva. Mais informações para começar a pedalar com elas: saiananoite.com.br ou facebook.com/saia.nanoite. O grupo Olavo Bikers, que chega a reunir 200 ciclistas, sai da Fnac da Avenida Pedroso de Morais (Praça dos Omaguás, 34), em Pinheiros, todos os domingos e feriados, às 9h30. Para pedalar com eles, basta aparecer com bicicleta e capacete.
SOFÁ CAFÉ O nome já diz tudo. Ao entrar, a vontade é se jogar em um dos sofás e começar a relaxar. Quando Diego Gonzáles, engenheiro florestal, começou essa aventura, ele não imaginava o tamanho do sucesso. Considerada uma das melhores xícaras de São Paulo, a boa pedida é o blend da casa R. Bianchi Bertoldi, 130
Fotos: Paulo Giandalia; divulgação
FLOR AFETIVA A florista Lucia compõe com graça e sabedoria buquês para enfeitar a casa ou presentear alguém. Quitanda: R. Mateus Grou, 159, @luciafloricultura
DONA VITAMINA Porque uma vida saudável pode ser divertida e gostosa, é assim que Juliana Fortini pensa todos os dias seu negócio. Além de encontrar um ótimo café da marca Suplicy, você pode saborear vários sucos e vitaminas. É um lugar perfeito para tomar café da manhã e desconectar um pouco. R. Mateus Grou, 152
Fotos: Divulgação
#achamosegostamos...
COLD NOODLES Massa fresca de matcha servida com molho doce picante e folhas de hortelã. Chá Yê!: R. Fradique Coutinho, 344, @chayebr
O Ecotelhado é um projeto iniciado em 2012 que visa reduzir a quantidade de lixo que o Shopping Eldorado envia ao aterro sanitário. O objetivo é ser um shopping com emissão zero de lixo para o aterro. Para reciclar o lixo, é utilizado um processo chamado compostagem, que utiliza enzimas que aceleram a degradação do material orgânico e o transforma em composto químico. “A ideia surgiu de uma viagem que fiz. Vi no Epcot Center uma área com cultivo de vários legumes, em diversos tipos de solo, com o intuito de aumentar a produção de comida no mundo. Daí surgiu a ideia de fazer composto orgânico para produção de comida novamente, com o material que seria lixo”, diz Sergio Nagai, responsável pelo projeto. As hortaliças cultivadas ali podem ser usufruídas por todos os funcionários e clientes que queiram visitar o projeto.
PADOCA DO MANÍ A padoca mais descolada de SP foi criada pela chef Helena Rizzo, que ficou famosa pelo restaurante vizinho, o Maní. Prefira os dias mais tranquilos durante a semana para desfrutar de uma comida que reconforta, sempre ao lado de uma xícara de café com leite quentinha. R. Joaquim Antunes, 138
Rodrigo Makray, sócio do Cine Sala e morador do bairro
TANTAN Noodle Bar especializado ramen. Imperdível a beringela gratinada com mel e missô (Nasu Dengaku). Rua Fradique Coutinho, 153, Pinheiros, @tantannb
Horta no telhado KOF Café com bike? É por aqui mesmo! Este charmoso e pequeno espaço foi criado por Camila e Paulo, que deixaram de lado a rotina corporativa para se dedicar ao que mais gostam de fazer na vida: pedalar e comer. O gostoso espaço acolhe uma mesa comunitária e várias pequenas mesas, em um ambiente descolado que serve um cardápio de cafés e comidinhas deliciosas, além de ser possível encontrar acessórios para os amantes de bicicleta. Tomar um café e sair pedalando é uma boa. R. Artur de Azevedo, 1.317
“Os quatro sócios são apaixonados por cinema e tem uma memória afetiva pelos cinemas de rua na cidade, em especial por este lugar na Fradique Coutinho, que tem história pode ter sido o Fiammetta e a primeira sede da Cinemateca. Este carinho e a vontade de mostrar que é viável um cinema de bairro foram determinantes para resgatar este cinema.”
Uma mudança na vida pessoal – a separação, aos 37 anos – levou Teresa D’Aprile a comprar uma bicicleta, arrumar um emprego e passar a ir pedalando ao trabalho. Ela nem sabe bem como isso aconteceu. Coisas do destino. Começou a namorar um ciclista e foi trabalhar em uma loja de bicicletas. As amigas falavam que admiravam a coragem dela, pois se sentiam inseguras de pedalar por São Paulo sozinhas. Ela começou a convidá-las, e nasceu o grupo Saia na Noite, que, desde 1992, organiza passeios noturnos de mulheres pela cidade. “Tento fazer com que elas deixem a timidez de lado e mostrar a elas que nós, mulheres, podemos pedalar pela cidade”, diz Teresa, pensando na comemoração dos 25 anos do grupo. Segundo ela, mulheres de 18 a 60 anos e diversas profissões, como médicas, arquitetas e veterinárias, pedalam juntas.
É necessário agendar a visita pelo tel.: (11) 2197-7815. Shopping Eldorado, Av. Rebouças, 3.970, Pinheiros, SP
farahsocial
Entrevista
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Por CRISTINA RAPPA
“Vamos fazer desta uma região modelo para o país”
UMA RICA REGIONAL
A Prefeitura Regional de Pinheiros, uma das 32 prefeituras regionais da cidade de São Paulo, ocupa uma área de mais de 30 km², onde moram quase 260 mil pessoas. O percentual de 17% do PIB brasileiro, citado pelo prefeito regional, pode ser exagerado, mas a região é rica. Seu IDH, ou seja, o Índice de Desenvolvimento Humano, é 0,956, superior ao de países como Noruega (0,94) e Alemanha (0,92). Para efeito de comparação, o da capital paulista é 0,805 e o do do Brasil é 0,754 (79o lugar entre 188 países). Dela fazem parte os distritos de Pinheiros, Alto de Pinheiros, Itaim Bibi e Jardim Paulista, sendo a área limitada por Rio Pinheiros, Av. Queirós Filho, Rua Cerro Corá, Heitor Penteado e Av. Dr. Arnaldo, Paulista, Av. Brigadeiro Luís Antônio, Av. Santo Amaro e Av. Roque Petroni Júnior, até chegar novamente ao Rio Pinheiros.
O prefeito da Regional, Paulo Mathias de Tarso, que nasceu e sempre morou na região, diz que, no que depender dele, a Regional vai ser um exemplo de gestão para o Brasil, mas que os moradores também devem participar e tomar conta do bairro
fios, sendo o primeiro o gestor ter uma função arbitrária nos conflitos, que às vezes não são solucionados por falta de diálogo. Já fui chamado tanto para atender reivindicação sobre nome de praça, como briga de morador com vizinho, com estabelecimento comercial, bar; vários tipos de conflito, justamente porque aqui moram pessoas esclarecidas, que sabem de seus direitos. E é uma região que tinha uma zeladoria urbana, até o fim do ano passado, abandonada. Um exemplo é a poda de árvores. De janeiro a março de 2016, foram podadas 1.036 árvores nesta Regional; no mesmo período neste ano, mais de 1.800, com a mesma equipe, a mesma estrutura, os mesmos recursos. aQuadra: E o que mudou? PM: A prioridade da gestão do João
O
prefeito da Regional de Pinheiros, Paulo Mathias de Tarso, tem 26 anos, mas já é experiente na vida pública, carreira para a qual estudou (é formado em gestão pública) e que segue desde os 17 anos, segundo ele. Foi presidente da chamada Juventude do PSDB, subsecretário de Educação do Estado de São Paulo de 2011 a 2014 e, desde 2015, trabalha com o atual prefeito da capital, João Doria, com quem tem, aliás, alinhamento total no discurso e nas ações. Conheça nesta entrevista como Ma-
thias tem comandado a Regional, seu estilo e as principais demandas de uma área rica e formadora de opinião.
aQuadra: Qual a abrangência da Subprefeitura de Pinheiros, em termos de bairros, números, arrecadação e perfil (renda média, atividades...)? PM: Dizem que a região representa
17% da concentração de PIB do Brasil. Aqui é a vitrine de São Paulo e do país. Qualquer projeto nesta área tem uma visibilidade absurda. É uma região onde há muitos conflitos e uma população extre-
(Doria, prefeito de SP) é ter cuidado, atenção com a cidade em que você vive. Zelar pelo seu bem-estar, que na gestão anterior ficou meio apagado. E isso abrange desde pichações, como barulhos, buracos na rua, tudo. Falando em buracos, em 2017, tapamos mais de 1.200 buracos, contra 776 no mesmo período do ano passado. E para resolver, você tem que ser criativo, pois faltam recursos, falta dinheiro, mas isso não pode ser um empecilho, uma desculpa para o gestor público não se preparar e desempenhar. Aqui tenho ainda outros projetos, como a reestruturação da sede da Regional, que era um prédio completamente abandonado, com processo de gestão
Convizinho
aQuadra: Pelo visto, o senhor é bem alinhado com o prefeito. PM: Procuro seguir exatamente a
“SE TODOS FIZEREM UM POUCO, SÃO PAULO FICARÁ MAIS BONITA E MAIS HUMANA”
F
linha dele, que acho que traz resultado e mostra transparência.
aQuadra: Além dessas parcerias com a iniciativa privada, o senhor acredita que os moradores têm que, cada vez mais, “se empoderar” de seu bairro, cuidando de praças, entre outras iniciativas para melhorar o lugar em que vivem? PM: Sem dúvida, não só a iniciativa
privada, como moradores e associações devem participar. Nesse sentido, temos realizado o (programa) Cidade Linda Voluntária mensalmente aqui na Subprefeitura de Pinheiros. Fizemos eventos que envolveram moradores e representantes da iniciativa privada em atividades como pintar postes e tirar o lixo. No total, reunimos cerca de mil voluntários. São Paulo vive hoje outro espírito de cidadania.
aQuadra: O senhor tem algum recado para dar aos moradores da sua área de gestão? PM: Acho que temos que fazer desta
uma região modelo para a cidade. Se esta não for a região modelo da cidade, nenhuma vai ser. E de nossa parte, o empenho vai ser total no sentido de desburocratizar os processos, aprimorar os serviços, estender a mão para a iniciativa privada, afinal ela pode ajudar o poder público.
Fotos: Paulo Giandalia; divulgação
aQuadra: Já que o senhor falou em problemas, quais são as maiores questões que afetam a região e como solucioná-las? PM: Temos dois principais desa-
tumultuado. Trabalho tanto para melhorar a infraestrutura – como a nossa Praça de Atendimento lá embaixo, que está ficando mais bonita e aconchegante e onde recebo mais de 10 mil pessoas por mês – como para que funcione. Outra questão são as áreas verdes da região, como canteiros e praças, “concessionando-os” para a iniciativa privada. Recentemente, passamos a Praça do Vaticano (no Jardim Europa) para um salão de beleza que fica na frente dela. Estou empenhadíssimo nessas questões e em acelerar a resolução dos processos parados. Há a questão da falta de funcionários, então, tem que ser criativo para conseguir fazer as coisas acontecerem com menos pessoal. Também tenho uma rede social bastante ativa, para interagir e incentivar a participação da população.
Foto: Paulo Giandalia
mamente formadora de opinião, diferentemente de outras regiões, em que você tem uma influência política maior e pode ter até um sistema “coronelista” instalado. Aqui é a região do conhecimento, do diálogo; a exigência é muito superior. Entre as atividades, temos de tudo, as principais empresas estão aqui, até de comunicação como Rede Globo e Editora Abril, a marginal e principais avenidas de SP. Ou seja, trata-se de uma região rica, mas com problemas que exigem atenção especial.
ernando Sampaio, morador do Jardim Paulistano e executivo da área comercial, talvez não imaginasse que se tornaria líder em defesa da qualidade de vida do bairro. Mas, como a vida tem dessas coisas, as circunstâncias o levaram a tal e, hoje, ele é um atuante vice-presidente da Associação Jardim Paulistano Residencial, que ajudou a criar e que, segundo ele, “faz um trabalho de formiguinha”. Para Sampaio, os moradores devem se articular e atuar em prol do bairro. Tudo começou, ele conta, no fim da gestão de Marta Suplicy como prefeita de São Paulo (2001-2004). “A construção do Túnel Rebouças causou problemas graves no bairro”, lembra ele, contando que a Rua Sampaio Vidal, que era residencial, ganhou, do dia para a noite, trânsito caótico e até vendedores ambulantes. Foi quando cerca de 200 moradores se mobilizaram e se reuniram com o então subprefeito de Pinheiros.
Nascia, assim, a Associação Jardim Paulistano Residencial, com o objetivo de lutar pelo Zoneamento Estritamente Residencial (ZER). “Participamos ativamente do Plano Diretor Estratégico (PDE), lutando pela manutenção da ZER e pela não implantação de usos comerciais que possam gerar impacto negativo para o bairro”. Pela nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS) da capital, de 2004, corredores como Groenlândia, Gabriel Monteiro da Silva e Joaquim Antunes não podem ter novos restaurantes. Só os que já estavam regularizados antes da lei podem continuar funcionando. O grupo conseguiu evitar a abertura de casas-festas, bares, boates, restaurantes e outros empreendimentos de grande impacto ambiental. “Foi uma vitória para os bairros verdes que ajudam a combater o aquecimento da cidade”, comemora. “Nossa força é a mobilização dos moradores”, reforça, falando do combate a estabelecimentos que funcionam de ma-
neira irregular. “Dessa forma, garantimos a qualidade de vida de um dos bairros mais bonitos e democráticos de São Paulo, aberto para todos os paulistanos que vêm aqui desfrutar do verde e da tranquilidade de suas praças”, acredita. Sobre a nova administração, a Associação Jardim Paulistano Residencial espera que “se faça cumprir a lei”. “O Paulo Mathias, prefeito da Regional de Pinheiros, é jovem, tem energia e é bem-intencionado. Vamos ver se terá liberdade e apoio para fazer cumprir a lei. Para fazer justiça, é preciso ter coragem e independência. Esperamos que a gestão Doria tenha essas qualidades essenciais”, diz Sampaio. Além da luta contra a instalação e o funcionamento de comércios irregulares, a associação está implantando o Projeto Florir no Jd. Paulistano (veja ao lado), que, em breve, ganhará 18 novos canteiros. Comunicação na gestão Para se comunicar e mobilizar, o grupo fez do WhatsApp o seu principal canal de comu-
nicação. Por meio dele, os “líderes”, que moram em diferentes ruas do bairro trocam informações, ideias, dividem tarefas e mobilizam os moradores para as causas mais importantes. A participação na associação é voluntária e não há cobrança de mensalidade, e sim, de participação. Na luta pelo PDE, foram colocadas faixas nas casas, além de participação nas principais votações na Assembleia Legislativa, visita a vereadores, pressão sobre a Subprefeitura. “A ideia é cada um ser voluntário e participar. Quando precisamos de dinheiro, arrecadamos”, explica Sampaio. Além da mobilização, o dirigente da associação acredita na força e no empoderamento dos moradores. “Não adianta ficar esperando que o poder público faça tudo. É preciso que os moradores se organizem para criar uma agenda positiva. Ninguém conhece melhor o bairro do que eles próprios. Se todos fizerem um pouco, São Paulo ficará mais bonita, mais segura e mais humana”, conclui.
NOVOS CANTEIROS
Quatro canteiros foram entregues pela Prefeitura Regional de Pinheiros no dia 5 de julho, na Rua Sampaio Vidal, em parceria com a associação de moradores. A construção desses canteiros torna o solo mais permeável, melhorando, assim, a vazão das águas da chuva. Os locais serviam de vagas irregulares de estacionamento.
Simone Malandrino, coordenadora de Projetos e Obras da Prefeitura Regional de Pinheiros
Caminhada
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Em função do interesse por gastronomia, o primeiro destino da chef Agustina Gagliardi foi o Mercado Municipal, que ela assim definiu: “Um mundo de sensações, onde descobri a semente cumaru, do Norte do Brasil, que reúne em seu sabor muitas especiarias. É excelente, tanto para coquetéis como
Chef argentina, radicada no Uruguai, Agustina visitou São Paulo em maio, pela primeira vez, a convite de uma amiga paulistana. Vamos acompanhar o roteiro e conhecer as impressões dela na cidade?
LA CENTRAL
COZINHA 212
para sobremesas”. Nos dias seguintes, o roteiro por SP continuou pelo Parque do Ibirapuera e os museus Instituto Tomie Ohtake, Masp, da Fiesp e Japan House. Sobre este, ela diz: “Fiquei emocionada, pela arte e integração entre as duas culturas”. Agustina visitou ainda a Liberdade, seus mercados, a zona cerealista do Brás, o Mercado de Pinheiros, a Casa Santa Luzia, a Quitanda (mercado em Pinheiros) e a feira livre da Rua Antônio Bicudo, também em Pinheiros. Quanto aos meios de locomoção utilizados para conhecer melhor a metrópole, a chef passeou pela cidade de diversas formas: a pé, de bicicleta, metrô e aplicativos, como Uber.
BAR VOCÊ VAI SE QUISER
“Os dez dias que passei aqui não foram suficientes para conhecer São Paulo. Volto ao Uruguai com uma lista de pendências para a próxima visita. Foi uma viagem inspiradora para o meu novo projeto gastronômico”, diz a chef, que está abrindo um novo bar-restaurante em Montevidéu, capital do Uruguai. Volte logo, Agustina!
FEIRA LIVRE ANTÔNIO BICUDO
MASP MERCADÃO DE PINHEIROS
BAR BALCÃO BECO DO BATMAN
JAPAN HOUSE, AV. PAULISTA
aspas Siempre me hablaron de São Paulo y su magnitud, nunca imaginé que fuese una ciudad tan cálida y tan rica en culturas Sempre me falaram de São Paulo e sua magnitude, nunca imaginei que fosse uma cidade tão acolhedora e tão rica em culturas
La Central: Edifício Copan, Av. Ipiranga, 200, loja 53, Metrô República, tel.: (11) 3214-5360 Tan Tan: R. Fradique Coutinho, 153, Pinheiros, Metrô Fradique Coutinho, tel.: (11) 2373-3587 Bar Você Vai se Quiser: R. João Guimarães Rosa, 281, Consolação Casa do Porco: R. Araújo, 124, Metrô República, tel.: (11) 3258-2578 Lilu: R. Francisco Leitão, 269, Pinheiros, Metrô Fradique Coutinho, tel.: (11) 99746-0269 Cozinha 212: R. dos Pinheiros, 174, Pinheiros, Metrô Fradique Coutinho, tel.: (11) 2478-6612 Spot: Al. Ministro Rocha Azevedo, 72, Metrô Trianon-Masp tel.: (11) 3079-3448 Cinesala: R. Fradique Coutinho, 361, Pinheiros, Metrô Fradique Coutinho, tel.: (11) 5096-0585 Feira Benedito Calixto: Praça Benedito Calixto, R. Teodoro Sampaio, Metrô Clínicas, Jardim Paulista Instituto Tomie Ohtake: Av. Brig. Faria Lima, 20, Pinheiros, Metrô Faria Lima, tel.: (11) 2245-1900 Masp: Av. Paulista, 1.578, Bela Vista, Metrô TrianonMasp Fiesp: Av. Paulista, 1.313, Cerqueira César, Metrô Trianon-Masp, tel.: (11) 3528-2000 Japan House: Av. Paulista, 52, Bela Vista, Metrô Brigadeiro tel.: (11) 3090-8900 Mirante da 9 de Julho: R. Carlos Comenale, s/n, Bela Vista, Metrô TrianonMasp, tel.: (11) 3111-6330 JoJo Ramen: R. Dr. Rafael de Barros, 262, Paraíso, Metrô Paraíso, tel.: (11) 3262-1654 Café Mocotó e Mercado de Pinheiros: R. Pedro Cristi, 89, Largo da Batata, Metrô Faria Lima tel.: (11) 3031-7932 Feira Livre: R. Antônio Bicudo, Pinheiros
Sempre que viaja, Agustina leva na mala seu livro de receitas e instrumentos de trabalho. E destaca: não foram apenas dias de passeios, pois cozinhou para amigos.
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3 1. Parque Rodó: visita obrigatória, o parque inclui o Museu Nacional de Artes Visuais e o Museu Casa Vilamajó. Av. Tomás Giribaldi, 2.283 2. La Ronda: os segredos do pubs, estão na localização e no cardápio. É ponto de encontro dos locais no fim da tarde.Ciudadela, 1.182, Ciudad Vieja 3. Cebollatí 1326: o melhor
4 brunch no fim de semana em Montevidéu, localizado na antiga alfaiataria Mutate, de Santiago Barriola Frick. Cebollatí, 1.326, Barrio Sur 4. Livraria Escaramuza: espaço cultural que funciona em antigo casarão, com ampla livraria, restaurante e café servido no pátio. Pablo de Maria, 1.185
O chef uruguaio Diego Perez Sosa, de 35 anos, tem experiência em cozinha típica do Rio da Prata e na arte dos fogos. Sua especialidade usa técnicas milenares dos pampas uruguaios e também estilos variados de cocção em altas temperaturas. Apren deu com o renomado chef Francis Mallmann. Diego se mudou para São Paulo há dois anos e tem cozinhado em eventos sob medida, como seu mais recente desafio: no lançamento da marca Hermès em São Paulo. @diegoperezsosa
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Dez dias de gastronomia e arte com Agustina Gagliardi
ELA PASSOU POR AQUI...
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Uma estrangeira em SP
Peras ao chá de hibisco
Ingredientes 7 peras descascadas com o cabo e sem o caroço central 2 litros de água ½ quilo de açúcar mascavo 6 flores secas de hibiscos 3 sementes de cardamomo Suco de ½ limão e sua casca 1 folha de louro ½ semente de cumaru ralado 2 sachês de chá de camomila Modo de fazer Colocar todos os ingredientes, com exceção das peras, em uma panela em fogo médio, durante 30 minutos, para ferver. Em seguida, abaixar o fogo, acrescentar as peras, lado a lado e com o cabinho para cima, cobrir com papel alumínio e deixá-las cozinhando por 20 minutos. Girar as peras se necessário, para que absorvam o caldo. Deixar esfriar. Servir com sorvete de creme e farofa doce.
Fotos: Divulgaçãp
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Economia/Mercado
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Por JOÃO PAULO SIQUEIRA LOPES
O EMPRESÁRIO JARDINEIRO
UNIÃO PARA EMBELEZAR A AVENIDA BRASIL dade onde vivemos e que nos acolhe”, afirma Derenze, dizendo que o jardim será um “presente para São Paulo”. O Jardim Brasil vai ser inaugurado em evento que terá a presença do prefeito João Doria, no dia 6 de agosto, às 12h. Na ocasião, para que a população possa, ao passear, contemplar os jardins, duas faixas da avenida serão fechadas aos carros. “É importante que as pessoas estejam dispostas a abraçar causas em favor da cidade”, reforça o entusiasmado Derenze, Angelo contando que o D&D Derenze, recentemente liderou um trabalho volun- diretor- getário de limpeza da ral do D&D Avenida Engenheiro Shopping Luís Carlos Berrini, no Brooklin, onde fica o shopping, em que foram envolvidos moradores e pessoas que trabalham na região.
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o colapso da cracolândia e ao escárnio absoluto que açoita a Venezuela. São tempos difíceis, dependemos da arte como ferramenta de combate para os problemas do mundo. E, para mim, é aí que a 14ª edição da Documenta de Kassel se provou eloquente e bem-sucedida. Ela deu voz a artistas esquecidos, alguns marginais, outros, acadêmicos, evitando qualquer tipo de namorico com o mercado das artes e o já exausto circuito de feiras mundo afora. Quem foi ao Fridericianum, principal espaço da Documenta e primeiro museu público da Europa, entendeu claramente um dos pilares de sustentação do pensamento da equipe de curadoria. Szymczyk e Katerina Koskina, em vez de montar ali mais uma exposição coletiva também parametrizada pelo tema, promoveram uma apresentação de parte da magnífica coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea de Atenas (EMST). Este, por sua vez, com seu acervo emprestado, serviu de sede para a Documenta em Atenas. Sob o título Antidoron (palavra em grego cujo significado remete ao retorno de um empréstimo), foi compilada parte das 1.100 obras adquiridas desde os anos 1960 e pouco conhecidas do grande público. Genial e coerente iniciativa de deslocamento como pressuposto curatorial. Como vocês podem perceber, eu não saí ileso dessa experiência, mas me senti mais vivo. Peço desculpas se este texto soa um tanto pessimista, a ideia é justamente que ele seja – assim como este jornal – um espaço para debates relevantes. A arte tem, sim, o poder do encantamento, mas, neste momento, parece inviável compreendê-la dessa forma e senti-la como um placebo capaz de adocicar os dissabores.
aQuadra CURADORIA Instituto Tomie Ohtake 5/8: Geórgia Kyriakakis 14/9: Luciano Figueiredo 19/9: Cartazes Poloneses 28/9: Arte Atual Av. Brig. Faria Lima, 20, Pinheiros, São Paulo, SP Tel.: (11) 2245-1900 MIS 8/9: Exposição Renato Russo Av. Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo, SP Tel.: (11) 2117-4777 Masp 24/8: Erótica – Pedro Correia de Araújo 29/6 a 1/10: Toulouse-Lautrec em Vermelho Av. Paulista, 1.578, Bela Vista, São Paulo, SP Tel.: (11) 3149-5959 Instituto Moreira Salles 22/8: Robert Frank: Os Americanos e Os Livros e os Filmes, 22/8: The Clock, Christian Marclay 22/8: Corpo a Corpo 22/8: Câmara Aberta, Michael Wesely 22/8: São Paulo, Três Ensaios Av. Paulista, 2.424, Bela Vista, São Paulo, SP Tel.: (11) 3371-4455 Japan House 18/7 a 10/9: Kengo Kuma, Eterno Efêmero Av. Paulista, 52, Bela Vista, São Paulo, SP Tel.: (11) 3090-8900 MAC USP Ibirapuera Exposição de longas duração: MAC USP no século XXI - A Era dos Artistas Vista Café O novo café com vista para o Parque em uma área externa. Tem menu assinado pelo paranaense Marcelo Correia Bastos, chef do Jiquitaia Av. Pedro Álvares Cabral, 1.301, São Paulo, SP Tel.: (11) 2648-0254
7/21/17 6:18 PM
DANIEL NUNES
ANA PAULA MAGALDI
KALIL FERRE
RUA CANADÁ
MARCELO NOVAES
RUA ARGENTINA
RUA PERU
ROBERTO RISCALA
RUA MÉXICO
FAISAL
RUA COLÔMBIA
GILBERTO ELKIS
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RICARDO CARDIM
Fotos: Divulgação
RICARDO CARDIM
RUA VENEZUELA
GIGI BOTELHO
RUA GUADALUPE
AV. REBOUÇAS
CATÊ POLI
AL. GABRIEL MONTEIRO DA SILVA
RICARDO PESSUTO
JARDIM BRASIL
Empresários, executivos e paisagistas adotaram os 11 canteiros da Av. Brasil
vência. Ou, ao menos, contribuem para amortecer os impactos no caso de uma crise. Essa tendência tem levado até a alianças antes impensáveis, como a de ONGs ambientalistas com empresas de defensivos agrícolas e químicas. De um lado, essas corporações visam atenuar o possível impacto negativo de produtos na mente do consumidor urbano; de outro, as entidades, mais pragmáticas, procuram, em vez de bater de frente com as empresas, aliar-se a elas e obter financiamento para suas causas. Entendimento, e não embate, como forma de promover mudanças. Se essa prática vai beneficiar a sociedade, que se consolide e se mostre efetiva.
RUA ATLÂNTICA
No início de julho, o Shopping Iguatemi anunciou que vai se responsabilizar pelo plantio e pela manutenção de 70 árvores da Mata Atlântica – como pau-brasil e jequitibá – no Largo da Batata, em Pinheiros. A ação segue a tendência de as empresas se envolverem com questões da comunidade e, principalmente, reflete uma nova forma de fazer marketing, o branding. Com o consumidor cada vez mais exigente e procurando, sempre que pode, produtos de marcas que correspondam a seus valores, as companhias têm buscado se associar a causas diversas, sejam elas sociais ou ambientais. Agregar valor à marca e cuidar da reputação viraram questões de sobrevi-
mostra em Kassel, não faltaram discussões sobre gênero, migração, diáspora, memória coletiva, entre outros, com tom exacerbadamente engajado, às vezes, íntimo, em outras, quase sangrento. Uma obra seminal da D14, o obelisco do artista Olu Oguibe, fincado em uma praça central com a frase “I was a stranger and you took me in” escrita em quatro línguas, é uma corajosa e pertinente adaptação de uma frase da Bíblia (“I was a stranger and you took me not in”), dita por Jesus Cristo, que sintetiza o grito de uma Europa urgindo por ser mais unida.
m sábado de sol no agradável inverno paulistano e uma tela de computador em branco. Quando me foi oferecida esta coluna no jornal aQuadra, passei dias pensando sobre o que escrever neste novo veículo que abarca conteúdo sobre esse eixo tão pulsante da cidade de São Paulo. Depois de algumas tentativas fracassadas e vários rodeios, decidi que queria fazer uma reflexão sobre a minha recente visit à Documenta de Kassel. O ano de 2017 vem deixando o circuito das artes em polvorosa, pois apenas a cada década acontecem simultaneamente na Europa a Documenta de Kassel, o projeto de esculturas Skulptur Projekte Münster e a Bienal de Veneza. Quando três das mais relevantes mostras de arte do mundo são realizadas ao mesmo tempo, elas pedem atenção, dedicação e compromisso. São necessários pelo menos quatro dias em cada uma para entender e absorver o mínimo, e neste ano está sendo necessário mais estômago para aguentar tanto soco. Pela primeira vez na história, a Documenta se dividiu em duas cidades. Além do já tradicional plateau, Kassel, o curador Adam Szymczyk escolheu a capital grega, Atenas, para sediar parte da celebrada mostra. O tema “Learning From Athens”, que guiou a equipe de curadoria, pareceu-me assertiO obelisco do artista Olu Oguibe, em Kassel vo como um tiro que acerta o A silenciosa performance da artista alvo de primeira. guatemalteca Regina Jose Galindo, de Levando em consideração que a Dopé em uma sala e na mira de quarto ricumenta (mais importante exposição do mundo) desde 1955 pretende ser um fles, observada pelo público como uma presa indefesa à beira da morte, tamstatement do pensamento intelectual, político, social e artístico que baliza a bém faz barulho. sociedade, não creio que seria uma alterVoltando a São Paulo, precisamente ao Jardim Paulistano, de onde escrevo nativa fugir dos males que hoje assolam esta coluna, não pude não relacionar o Ocidente como a crise de refugiados, tudo o que foi visto nesta Documenta a instabilidade da democracia, o terrorisde Kassel com o lamaçal da crise polímo e a chamada globalização neoliberal. Nos diversos locais onde ocorrem a tica brasileira em todas as suas esferas,
RUA PANAMÁ
Favorável ao engajamento de diversos setores da população e também das empresas em projetos que beneficiem a cidade, o executivo Angelo Derenze, diretor do D&D Shopping, logo se entusiasmou com o convite do empresário Márcio Farrah, da Farrah Service, de ser o curador do projeto Jardim Brasil. A iniciativa, idealizada pelo Prefeito da Regional de Pinheiros, Paulo Mathias, prevê instalar jardins nos canteiros da Avenida Brasil, para embelezar um dos locais mais emblemáticos da capital, corredor que liga o bairro de Pinheiros ao Ibirapuera, cortando os Jardins. Onze paisagistas – entre eles, Ricardo Cardim, Gilberto Elkis, Mario Roberto Rizkallah e Ana Paula Magaldi – são responsáveis por criar e implantar os canteiros, que serão cuidados pela Farah Service e pela Artefacto, empresa que já faz a manutenção dos canteiros anteriores da Brasil. “Acho importante usar o nosso conhecimento e expertise em prol da ci-
Para esta primeira edição do aQuadra, fui convidado para escrever esta coluna, e com muito prazer, aceitei o desafio, mesmo sendo jardineiro, e não escritor. “Somos todos jardineiMichel Farah, ros” é o espírito de que da Farah precisamos neste momento Service, é tão duro que vivemos em administrador nosso país. por formação O espírito de ajudar as e jardineiro pessoas, amar o próximo urbano como e acreditar no Brasil. O profissão jardineiro que intitulo é
o escoteiro contemporâneo, que gosta simplesmente de ser servil. Servil às pessoas, ao meio ambiente, à cidade e ao país. Esse jardineiro que está dentro de nós em ebulição, pronto para extrapolar nosso corpo e atuar como agente na sociedade, tomando para si a responsabilidade de fazer, e não de dar desculpas.
ARTE É VOZ QUE REVERBERA
GIL FIALHO
AV. 9 DE JULHO
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Cultura/Artes
Arquitetura/Design
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Por FELIPE HESS
Vilanova Artigas Dentre tantos projetos arquitetônicos interessantes, um conjunto de quatro sobrados geminados (ilustrados no rodapé), na Rua Sampaio Vidal, chama a atenção, não à toa. Foi projetado pelo paranaense João Batista Vilanova Artigas, um dos arquitetos brasileiros mais importantes do século 20. Radicado em São Paulo, Artigas foi fundador e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU), escola cujo prédio também projetou. De seus traços simples, retos e precisos, surgiram mais de 700 obras e uma linha de pensamento que marca o trabalho de muitos arquitetos brasileiros.
aspas Ser arquiteto é um privilégio que a sociedade nos dá e que eu desempenho como se fosse um segredo, no cantinho do meu escritório, fechado com meus pensamentos e meu desenho Junho de 1984
NOSSAS ESCOLHAS Inspirada por este apartamento no prédio projetado por Artigas, aQuadra fez uma seleção de objetos que remetem ao estilo dessa época nas lojas dos arredores do Jardim Paulistano.
PAULISTANO EM HARMONIA
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Acho que é um bairro em transformação. Temos bons exemplos de arquitetura desde os anos 1930, Modernismo e até impactantes projetos contemporâneos. Acho que isso deixa o bairro dinâmico, mas sem perder sua essência e escala humana.
“
Sou um grande fã do Modernismo, e temos lindos exemplos arquitetônicos desse período no bairro, felizmente ainda preservados.
Acima, conjunto 4 Casas, projetado para Euzébio e Jaime Porchat Queiroz Mattoso, em 1944, na Rua Sampaio Vidal. Abaixo, as casas continuam sendo apreciadas e são objetos de desejo. Croqui original do arquiteto e livro editado pelo Instituto Lina Bo Bardi. Outros livros sobre o autor podem ser encontrados na Livraria Freebook, Rua Barão de Capanema, 199; e na livraria Prince Books, ao lado do Chez Oscar - Café, Bar e Restaurante, Rua Oscar Freire, 1.128
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Acho o impacto do metrô sempre positivo, seja onde for. Meu lugar preferido no bairro é a minha casa e a pizza do Casa Europa.
Felipe Hess, arquiteto e morador do bairro
#arquiteturanaquadra
Rua Capitão Antônio Rosa, 151
Condomínio Deonita Rua Sampaio Vidal, 159
Rua Sampaio Vidal esquina com Capitão Antônio Rosa
Edifício Rebeca Rua Sampaio Vidal, 737
Poltrona Passado Composto De madeira caviúna, palinha e estofamento de tecido. Atribuída a GIUSEPPE SCAPINELLI. Ano: cerca de 1950
Fotos: Reprodução livro Vilanova Artigas; divulgação
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Morei perto por muitos anos e sempre caminhei pelo bairro, frequentei a Praça Gastão Vidigal e gostei do clima. Então, mudar para o Jardim Paulistano foi uma conquista, uma realização pessoal. Ando de bicicleta todo fim de semana com meu filho e minha esposa e também faço ginástica por aqui.
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Acho que toda mudança é importante, desde de que seja respeitosa. Apesar dos diferentes estilos, no meu ponto de vista, o bairro é muito harmônico. Temos desde casas ecléticas dos anos 1930 projetadas por Ramos de Azevedo, passando pelo Modernismo de Artigas do fim dos anos 1940, outras essencialmente modernas como Libeskind e Miguel Forte, dos anos 1950/60, até obras marcantes do começo dos anos 2000 projetadas por mestres como Eduardo de Almeida e Pedro Paulo Saraiva, além de casas recém-concluídas por grandes nomes como Marcio Kogan, Metro e Andrade Morettin.
Fotos: Acervo Vilanova Artigas/Cristiano Mascaro; reprodução Livro Vilanova Artigas/Instituto Lina Bo e P. M. Bardi; Paulo Giandália; Fran Parente; ilustrações Tati Vella
Batemos um papo com o jovem arquiteto Felipe Hess, cujo trabalho, caracterizado por projetos limpos com influência dos anos 1950, tem chamado a atenção de publicações nacionais e internacionais. Morador do Jardim Paulistano, Hess falou sobre sua visão da arquitetura do bairro e o que o atraiu para cá.
Luminária La Lampe Bengala Criada originalmente, em meados dos anos 1970, pelo estúdio Dominici. A cúpula é feita de tecido bege e a base é de latão
Sofá com mantas soltas Loja Teo Designer: Joaquim Tenreiro. Estrutura de jacarandá e estofamento original de couro. Ano: 1954
A JRJ Tecidos, lança em agosto a coleção Scandinavia, inspirada na busca do resgate industrial modernista do século 20, que vem de encontro com a tendência atual de estampas com traços mais modernos e retos Rua Canadá, 215, Jardim América, SP Tel.: 3060-2777 www.jrj.com.br @jrjtecidos
Mesa Duas Cores Etel Possui design leve e belo. Criada, em 1952, pelos brilhantes arquitetos da Branco & Preto. Ano de criação: 1952
Gastronomia
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Por SILVIA SIBALDE
percebi que era o que realmente fidelizava o cliente. Depois do Espírito Santo, fiquei no ramo. Tive outros bares, boate, restaurante japonês, que acabei vendendo para um grupo. Montei aqui também (Jardim Paulistano) um restaurante chamado Farmácia, que era de comida orgânica, que durou de 2000 a 2005. Começou explodindo, mas não tínhamos know-how para uma cozinha desse tipo. Resolvi fechar e abrir o Adega, que era minha pegada, vender vinho, bebida, comida boa, em um estilo mais rústico. Abri o Adega (Santiago), que foi uma explosão: desde o primeiro dia até hoje lotado. Agora são três – aqui no Jardim Paulistano, na Melo Alves, no Shopping Cidade Jardim, depois veio a Taberna e, por último, a Casa Europa.
pegada de realismo fantástico, porque aí ficaria a dúvida – será que esse cara fez isso mesmo? É um desejo. aQuadra: Por que investir tanto no mesmo bairro? IM: Eu acho que esse é um jeito meio
de ser. Bom, primeiro que as oportunidades por aqui aparecem primeiro para mim. O cara quer se desfazer de alguma coisa, ele fala: “Liga para o Ipe”. (risos) Eu não consigo dizer muito não. Eu tenho esse jeito meio português mesmo. Aparece uma esquina em um lugar maravilhoso, por que não vou pegar? Mas é um bairro que não é vertical, que não tem prédio. Eu não acho que exista ponto ruim. Eu sempre acreditei que você tem de virar destino, e você só vira destino se for diferenciado. A Adega deu certo porque tinha diferenciais – a comida, o preço, a bebida, a ambientação compõem um pacotão que dá certo. aQuadra: Tem algum dos seus restaurantes que é a menina dos olhos do Ipe? IM: Eu como bastante peixe e pouca
aspas Eu vou mais ao Taberna hoje por causa das minhas filhas. Minha mãe fala uma coisa que é “com filho a gente não pode ter preferência, com neto, sim”
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omo foi migrar do mercado financeiro para a vida de restaurantes? IM: Faz bastante tempo.
Eu era do mercado financeiro, fazia economia na PUC e comecei a trabalhar, na época, na Bolsa de Valores. Saí e fui para uma empresa da família, de transporte, lá em São Bernardo. Trabalhei como gerente financeiro, depois virei diretor. Paralelo a isso, eu sempre fui muito à praia, sempre fui boêmio, tinha um grupo de amigos grande, descia quase todo fim de semana para minha casa no Litoral Norte. Em uma ocasião, meu aniversário e o de uma prima, resolvemos dar uma festa no bar de um amigo
nosso, chamado Café Arouche, no Largo do Arouche. A festa foi um puta sucesso, as pessoas viraram a noite, ficaram até tarde, enfim... E aí o dono desse lugar, passados uns três dias, me ligou; eu nem o conhecia direito. Ligou e falou: “Queria dizer que eu adorei a moçada, gente com um puta pique. Estou abrindo um bar no Itaim e queria te convidar para ser sócio”. Abrimos o bar, que se chamava Flamingo, e foi um sucesso absurdo. Era tanta a necessidade que São Paulo tinha de um lugar como aquele... Isso foi em 1993. Foi um sucesso que parava a rua. Mas, apesar do que as pessoas pensam, fui superconservador na época
porque eu tinha um emprego, tinha um cargo muito bom na empresa e um bar explodindo. A princípio, as pessoas podiam pensar: “Vai largar tudo e vai para o bar. Eu não fiz isso. Mantive os dois, levei a coisa em paralelo. Eu fui meio caretinha porque não sabia muito bem aonde a coisa ia parar e poderia ser algo que como sobe, desce. E em 1997, quando resolvi sair da empresa, o movimento do bar tinha caído bastante. Mexi em algumas coisas e o transformei no Espírito Santo, que era um bar de chope com boa comida portuguesa, e foi aí que começou minha história mesmo na cozinha. O bar estava no sangue, e a comida eu
porque como é um volume grande que a gente atende em todos os restaurantes, são quase 30 mil pessoas por mês, tem muito problema. Eu sou muito detalhista e bastante chato em relação à qualidade de como e do que está sendo servido. Então, tem dia que eu penso: “Puta, o que é que eu vim fazer nesse ramo?”. Porque aparecem coisas chatas, mas me dá muita satisfação e eu viajo muito para fazer esse tipo de coisa. Tem esse lado de estar sempre tentando pegar referências. Não descanso muito, mas não me vejo fazendo outra coisa. A única coisa que eu gostaria de fazer, mas ando sem tempo, é escrever. Sempre gostei muito.
aberturas, tem sempre aquela coisa do “que legal que a coisa deu certo e tal”, mas eu sofro. Então, toda vez que eu estou inaugurando uma casa e estou sofrendo, eu penso: “Nunca mais vou abrir nada”. E, claro, depois eu me esqueço disso. (risos) Eu tenho uma coisa que é pensar que não vou conseguir fazer algo diferente. Eu não quero me repetir. Então, preciso tomar um pouco de cuidado. Começar outra casa vai demandar um pouco mais de energia, de risco, porque a parte conceitual é 100% minha. Eu estou desenvolvendo conceito ainda. Vou pela minha intuição. Por isso que é difícil o processo, porque não tem começo, meio e fim. É meio rebelde o negócio, mas funciona assim.
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Piselli Sud Shopping Iguatemi Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.232 Jardim Paulistano, São Paulo, SP Tel.: (11) 3031-5404
aQuadra: O que você escreve? IM: Eu gosto muito de realismo fan-
tástico – Gabriel García Márquez, Jorge Luis Borges, Mia Couto, esses caras todos; gosto dessa coisa meio fantástica, você não sabe se foi, se é verdade ou não. O que eu escrevo sempre acaba indo para esse lado fantasioso, sensual, latino. Eu tenho vontade de escrever a biografia de um desconhecido. Fazer biografia de um cara anônimo com essa
Piselli Jardins Rua Padre João Manuel, 1.253 Jardins, São Paulo, SP Tel.: (11)3031-5404
Foto: Divulgação
Bike, All Star, jeans. Olhar calmo e voz mansa. Quem observa o movimento dos restaurantes dele pode até achar que seu estilo é coisa de realismo fantástico, mas o empresário Ipe Moraes confessa que, por trás dessa aparente serenidade, há também muito trabalho
aQuadra: E teremos netos em breve? IM: Eu sempre sofro muito com as
aQuadra: Em algum momento você se arrependeu de ter deixado o mercado financeiro? IM: Nunca. Eu fico cansado às vezes
Foto: Paulo Giandalia
Do pregão à mesa
carne. Gosto muito de ostra, de vieira, de tomar vinho branco, e o Taberna tem muitas opções de frutos do mar e
peixe. Mas, obviamente, a Adega, dos três filhos, é o que me sustenta. Então, é como você falar de filho: cada um tem o seu valor. Eu vou mais ao Taberna hoje por causa das minhas filhas. Minha mãe fala uma coisa que é: “Com filho a gente não pode ter preferência, com neto, sim”. (risos)
www.piselli.com.br
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Adega Santiago R. Sampaio Vidal, 1.072, Jardim Paulistano, tel.: (11) 3081-5211 @adegasantiago Taberna 474 R. Maria Carolina, 474, Jardim Paulistano, tel.: (11) 3062-7098 @taberna474 Casa Europa Al. Gabriel Monteiro da Silva, 726, Pinheiros, tel.: (11) 3063-5577 @casaeuropa CHEF ROUGE.pdf
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Mapa da Rua Francisco Leitão
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Uma rua e muitas histórias
e estivesse vivo, Francisco Leitão, que dá nome à rua do bairro de Pinheiros, ficaria orgulhoso da homenagem. O poeta e historiador português certamente se encantaria com as histórias e os relatos dos moradores e empreendedores. A Francisco Leitão é composta por três quarteirões, que vão da Av. Rebouças à Av. Cardeal Arcoverde, e nela é possível encontrar, além de uma considerável variedade de restaurantes, espaços dedicados à arte, estética e moda, lojas de móveis de design, de colchões, escolas, cafés etc., que mantêm o bairro ainda mais pujante. Vejo que as energias mais criativas estão claramente em Pinheiros hoje. Este é um bairro de gente que o ama; de makers, de gente que tem um estilo de vida local”, diz Carlo Acierno Calabro, proprietário da Acierno. “Nesse tempo em que estou aqui, vi inúmeras transformações acontecerem somente neste quarteirão. Inovador e vanguardista são palavras que definem Pinheiros.”
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Fotos: Paulo giandalia; Divulgação
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Fotos: Paulo giandalia; Divulgação
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um local exatamente com a cara que queríamos”, diz André Mifano, chef do mais novo e badalado restaurante Lilu. Este bairro transpira cultura e música em todas as esquinas, e estar nesse ambiente vai ao encontro da nossa cultura organizacional”, diz Bruno Vieira, diretor-geral da Deezer no Brasil. Instalada na rua há um ano, a empresa de serviços de música pela internet se mostra satisfeita com a vinda para Pinheiros. “Temos aqui um mix de bairro residencial e comercial, aliado a pontos culturais e ótima vida noturna, que dão uma identidade ímpar à região”, completa. Há quatro anos dividindo espaço com a Agência Smart, a galeria BG27, dos irmãos e designers Gabriel e Billy Sáez, tem como proposta oferecer séries limitadas de gravuras, fotografias, ilustrações e desenhos criados por artistas convidados a desenvolver obras exclusivas para o espaço. A ideia é sempre fazer uma cocriação com esses artistas. Minha relação com a rua é antiga. Moro aqui há 20 anos. Quando vim para cá, ainda não era tão badalada. Com a chegada de lugares como Z Deli, À La Garçonne e Lilu e a demanda de compradores em ver a obra pessoalmente, decidimos abrir um showroom há seis meses”, diz Billy.
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Restaurantes, cafés, espaços dedicados à moda, ao design, à arte... É possível encontrar tudo isso e muito mais na moderna Francisco Leitão, em Pinheiros
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Mesmo sendo uma rua tão rica e diversa, sinto uma atmosfera intimista aqui, de vilarejo, e foi isso que me fez escolher o imóvel”, conta Elaine Soliani, proprietária do salão de beleza Lolla Hair, residente na “Chico Porco”, como carinhosamente seus habitantes chamam a rua desde 2014. Queríamos estar mais próximos do ‘centro cervejeiro’ da cidade para nos posicionar melhor no mercado. Enxergo a Francisco Leitão como uma extensão da Rua dos Pinheiros, e ter encontrado um bom lugar justamente nessa rua foi uma feliz coincidência com o nome do bar [cateto é o nome dado ao porco-do-mato]”, diz Márcio Tirico, sócio-proprietário do Cateto. As pessoas comentam sobre a abertura dos restaurantes, e isso, claro, atrai gente. Este pedaço da rua onde estou é muito vivo e interessante”, diz Lucas Alencar, proprietário do restaurante Ají, de inspiração peruana, especializado em ceviches. Esta é uma rua com potencial gastronômico; tem lugares bacanas abrindo, além de ser perto da minha casa. (risos) Foi aqui que encontrei
PREDINHO COR-DE-ROSA, 48 O prédio mais charmoso de Pinheiros é conhecido erroneamente como o prédio de Lina Bo Bardi
1. Z DELI SANDWICH SHOP, 16 Os hambúrgueres que valem cada caloria. Vendem pães de produção própria. Tel.: (11) 2305-2200 @zdelisandwichshop 2. ACIERNO, 116 Loja de móveis, acessórios e utilidades de design italiano. Tel.: (11) 3854-6176 acierno.com.br 3. À LA GARÇONNE, 134 Espaço com roupas e objetos vintage. Coleção assinada pelo estilista Alexandre Herchcovitch. Tel.: (11) 2364-3280 alagarcone.com.br 4. LOLLA HAIR, 138 Salão de beleza com ambiente fifties. Tel.: (11) 3068-0638 lollahair.com.br 5. 2PEACE, 150 Loja de roupas esportivas e de dança. Tel.: (11) 2936-3409 2peace2dance.com.br 6. COQUELICOTS, 222 Butique focada em tecidos e papéis de parede, móveis e revestimentos. Tel.: (11) 3083-2618/2597-6566 coquelicots.com.br 7. MÉLIE DOUCES, 77 Ateliê de confeitaria especializado em bolos decorados e doces finos. Tel.: (11) 2628-2898 meliedouce.com.br 8. BRANCO, 237 Marca brasileira que acredita no design e no papel como formas de transformação. Tel.: (11) 4612-4102 brancopapeldeparede.com.br 9. ROBERTO CIMINO E NELSON AMORIM, 245 Projetos de arquitetura e design de interiores. Tel.: (11) 3294-8399 robertocimino.com.br 10. BG27, 265 Galeria de dois irmãos, tem como proposta oferecer séries limitadas de artistas convidados a preços acessíveis. Tel.: (11) 3824-0697 bg27.com.br 11. LILU, 267 Novo empreendimento do chef André Mifano que serve pratos para compartilhar ao centro da mesa, sem distinção entre entradas e principais. Tel.: (11) 99746-0269 restaurantelilu.com.br 12. AJÍ, 285 Restaurante de inspiração peruana. Tel.: (11) 3375-8739 13. BRAIN, 258 Coworking. Um espaço multiplataforma com café e livraria. Tel.: 3372-1717 http://brain.club/ 14. CATETO PINHEIROS, 272 Bar de cervejas especiais com ricas opções de charcutaria. Tel.: (11) 3063-5220 @catetopinheiros 15. PITA, 282 Restaurante de comida árabe especializado em kebabs. Tel.: (11) 3774-1790 pita.com.br 16. MATTRESS STORE Com o slogan “loja de colchão não é tudo igual”, wi-fi disponível e água para cães. Rua Teodoro Sampaio, esquina com a Francisco Leitão Tel.: (11) 3372-1717 mattressstore.com.br 17. EDIFÍCIO LEITÃO, 653 Conjuntos comerciais com arquitetura da Triptyque; no térreo, a Deezer, plataforma de música pela internet. Tel.: (11) 2339-9601/9602 leitao653.com.br
Antena 26
Lente 27
Por HELENA MONTANARINI
Dois novos espaços com curadoria
Duas novas lojas conceito no bairro de Pinheiros, que tem se consolidado como formador de tendências, chamaram a nossa atenção
Sarah Chofakian Paulo Borges
Jessia Lobo
Mônica, da Padoca do Mani
Selton Mello
aQuadra registrou o estilo “dia e noite” de gente que mora, trabalha ou circula pelas ruas e pelos eventos do bairro e dos arredores
DIÁRIA Rua Artur de Azevedo, 1.315, Pinheiros. @casa.diaria
Alex e Márcia Atalla
Sweya e Poliana
Carlos Motta Oskar Metsavaht, no MIS
Dayane Peixoto
Houssein Jarouche
Fotos: Paulo Giandalia; divulgação
HYBRIDA Praça dos Omaguás, 56, Pinheiros. @hybrida_loja
Fotos: Divulgação
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ma loja conceito abriga uma seleção cuidadosamente pensada de produtos de diferentes marcas e designers. Permeando áreas, como moda, beleza e homewear, que se conectam às pessoas. Para isso, tem uma curadoria, que deve ressoar um estilo de vida que atrai um nicho de mercado específico e são bem-sucedidas quando propõem elementos que façam sentido na vida das pessoas. A mistura dessas linhas de produtos cria uma narrativa que, quando bem executada, tem sucesso ao contar uma história ao longo do tempo, por meio das coleções. Os produtos tendem a mudar regularmente para continuar essa narrativa de maneira nova e interessante. Muitos espaços oferecem elementos experienciais, como café, restaurante ou galeria de arte, que ajudam a construir uma identidade em torno do espaço proposto pelas marcas. A loja Hybrida, do arquiteto Samuel Angelo, une moda, decoração, arte e design. Pensada para ser um lugar onde as pessoas encontrarão produtos únicos e autorais. O café oferece, além de sobremesas e chás, uma minicoleção de livros e publicações novas no mercado. A Diária, também em Pinheiros, reúne em um só espaço uma loja e a Galeria Lime, dedicada à cena independente de arte, que, além de obras, traz livros e revistas, como Cereal Magazine, Monocle, Kinfolk e Amarello. A proposta é que as pessoas se desliguem de preocupações cotidianas.
1838 Estados Unidos: Rua Estados Unidos, 1.838 Jardim América, São Paulo, SP Tel.: 11 3064-0000
1838 Jardim América Rua Colômbia, 100 Jardim América, São Paulo, SP Tel.: 11 2539-8444
Indicações
Viver Bem
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Esporte é fundamental para envelhecer com saúde, mas requer cuidados
A MELHOR IDADE
ARTETERAPIA Outra ótima possibilidade para a melhor idade é o chamado “Arteterapia do Grupo A.M.I.”, um curso de arte e estímulo de memória direcionado a idosos, com múltiplas atividades artísticas. O curso, apresentado pelas arteterapeutas Lucia Bittencourt e Heloisa Hungria, é uma oportunidade para quem busca manter a qualidade de vida e envelhecer com sabedoria. Com o foco na atenção e no diálogo com a obra de arte, as atividades exercitam a memória durante as visitas especialmente monitoradas às exposições de arte que acontecem no MuBE e experimentações artísticas no ateliê do museu.
E por que não cursar uma universidade?
O projeto Universidade Aberta à Terceira Idade foi criado em 1994, antecedendo em dez anos o Estatuto do Idoso, que previa a criação de instituições públicas direcionadas a essa faixa etária. Além dos cursos regulares oferecidos pela USP, são ofertadas vagas para atividades didático-culturais e físico-esportivas. Trata-se de um programa gratuito e inclusivo. Que tal embarcar na era digital?
Vários idosos demonstram certa dificuldade para usar redes sociais, smartphones e outras geringonças eletrônicas. Para ajudá-los a decifrar os mistérios e desafios desse mundo digital, as bibliotecas São Paulo e Parque Villa-Lobos estão com inscrições abertas para cursos sobre redes sociais e informática para a terceira idade. O cadastro pode ser efetuado no balcão de atendimento da biblioteca escolhida, das 9h30 às 18h30. O curso oferece noções básicas sobre manuseio de celulares, uso do aplicativo de troca de mensagens WhatsApp, dicas sobre como usar o Facebook e tutoriais para download de aplicativos.
HORTI-FRUTAS 29
Entrega a domicílio, dona Nena. Rua Pedroso Cristi, 89, Box 29 Mercado de Pinheiros Tel.: (11) 3813-9642/ 3813-3192/3814-8480
aquecimento, antes de correr, e ao terminar a corrida, também são recomendações do médico, para quem a pessoa deve ser realista sobre sua condição. “Não adianta querer ter o desempenho que você tinha quando mais jovem, e, sim, saber o que é possível fazer de acordo com sua idade, preparo atual e condições físicas”, diz. As queixas mais frequentes em seu consultório são ligadas à articulação do joelho e à dor nas costas, que, para ele, pode ser considerada a “síndrome do sedentário”. “Há estudos que mostram que quem pratica esportes aeróbicos tem incidência menor de dores nas costas do que os sedentários”, conta. Mas começando do jeito certo: procurando a orientação de um profissional de educação física, fazendo exames Dr. Fernando (cardiológicos etc.) Machado para avaliar sua Pedrosa, condição física e, se ortopedista, possível, também morador do um cardiologista e bairro uma nutricionista.
HOSPITAL DOS TÊNIS
Tecnologia em reformas, serviço de qualidade. Bolsas, malas, alpinismo, surfe, snowboarding, ciclismo. Rua Fradique Coutinho, 264 Tel.: (11) 3898-1539/ 95444-7845
ESTÚDIO PAULISTA DE PILATES
Academia exclusivamente de Pilates. Equipada com todos os aparelhos, profissionais capacitados e treinados. Av. Brigadeiro Faria Lima, 1.811 Tel.: (11) 3819-0739
ALIANÇA CULTURAL ITALIANA Escola de Italiano. Ambiente acolhedor que proporciona ensino da língua associado ao conhecimento da Itália. Rua Francisco Leitão, 703 Tel.: (11) 3813-1924
www.decortrico.com.br @decortrico Tel.: (11) 3062-3344
ELETRÔNICA E INFORMÁTICA
Serviços em geral, consertos, formatação e montagem de computadores, telefonia, rede, monitores, micro-ondas, TV. Rua Joaquim Antunes, 382 Tel.: (11) 3085-2052 Espaço dedicado às pessoas que buscam autoconhecimento baseado na tradição milenar da ioga. Aulas de ioga, ayurveda, música clássica indiana, cursos de vedãnta e astrologia védica. Rua Desembargador Joaquim Celidônio, 46A, Jd. Paulistano Tel.: (11) 2592-9855. www.casajambu.com.br
CICLO DIAS SANTOS
Bicicletaria (venda de bicicletas e acessórios, consertos). Av. Pedroso de Morais, 265 Tel.: (11) 3032-7628
COZINHA CORDIAL
Chefe a domicílio, cardápios personalizados. Gastronomia afetiva, comida caseira e gostosa. Tel.: (11) 97499-9484
LIVROS PERSONALIZADOS
Você já imaginou um livro sobre a história de sua família? Nós realizamos esse desejo, da edição à impressão. Tel.: (11) 3812-7502 amatoanna@gmail.com
Por GIUSEPPE NARDELLI
SERVIÇO IPq - Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 785. São Paulo - SP (dentro do complexo do HC) ipqhc.org.br Grupo A.M.I de Arteterapia: (11) 99654-1999 Grupo MuBE: cursos@mube.art.br, jujunaso@gmail.com, crispomeranz@terra.com.br Universidade Terceira Idade: +prceu.usp.br/3idade Biblioteca Parque Villa-Lobos: +agenda@bvl.org.br Biblioteca São Paulo: +agenda@bsp.org.br
Rua Sampaio Vidal, 1.180 (esq. com Av. Brigadeiro Faria Lima) Jd. Paulistano Tel.: (11) 38194720
SALVE, SALVE, MEUS CABELOS BRANCOS!
“Esse é o novo lema das mulheres que resolveram assumir seus cabelos brancos naturais... Claro que existem pré-requisitos para que essa decisão seja um sucesso. Um bom corte de tamanho médio ou curto, por exemplo, é fundamental. Isso dá leveza ao rosto, alegra e harmoniza com a proposta. É importante considerar que os cabelos brancos são mais rebeldes, em virtude da pouca quantidade de queratina, tornando imprescindível o uso de bons cremes para garantir a hidratação. Outro grande aliado é o xampu desamarelador, já que a fumaça do cigarro, a poluição e o próprio sol são os maiores inimigos dos fios brancos. Para criar um look especial, como o da incrível Bebel Alves de Lima (foto), é preciso dar atenção à maneira como se vestir, apostando nas peças básicas, em tons neutros, evitando estampas exageradas e cores vibrantes. Acessórios discretos ou alguma peça com bossa, que expresse bom humor. Mas o importante mesmo é se sentir segura e assumir suas madeixas prateadas!” Ari Persan - coiffeur, Salão 1838 @aripersanhairdress
Compartilhe ideias, sugestões e suas experiências com a gente. Fotos: Divulgação
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Terceira Idade é uma fase da vida pela qual a maioria dos indivíduos de uma sociedade tende a passar. Segundo estudo da Organização das Nações Unidas, a ONU, a previsão para o período que vai até 2025 irá acarretar um aumento de 917% da população de idosos, enquanto a população como um todo deverá diminuir em até 250%. Isso fará com que a proporção de idosos no total chegue a 13,8% em 2025. De olho nesses dados, muitas instituições privadas e governamentais estão aumentando as oportunidades para essa faixa etária, promovendo atividades das mais diversas em vários setores, como forma de contribuir para a qualidade de vida dos que já estão na melhor idade. O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas está realizando orientação e tratamento para idosos com déficit de atenção e hiperatividade. Gratuito para homens e mulheres a partir dos 65 anos, o projeto promove atendimento aos idosos que apresentam distração, desorganização e agitação. O tratamento é acompanhado por psicólogos e geriatras do próprio instituto.
Ninguém mais contesta que a prática de esportes é benéfica para a saúde e a manutenção da qualidade de vida na velhice, mas que, ao mesmo tempo, provoca impacto nas articulações. Especialmente esportes de alto impacto, como corrida, que sobrecarregam as articulações dos pés e joelhos, e, em menor escala, as dos quadris. Para saber quais cuidados a pessoa deve tomar para evitar problemas nas articulações e continuar correndo por mais anos, conversamos com Fernando Machado Pedrosa, médico ortopedista e especializado em medicina esportiva pela USP. Ele pratica esportes – como natação, polo aquático, squash e corrida – há muitos anos. “O mais importante é escutar o corpo, saber parar e procurar um médico quando sentir dor, que é o primeiro aviso de problema”, recomenda o ortopedista, lembrando que é importante estar preparado tanto na parte aeróbica como na muscular e que se a pessoa já tem algum problema crônico de saúde, é bom escolher bem a prática esportiva que vai adotar. Alongar-se como
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Astros
Olhar
Por VALDERSON DE SOUZA Ilustração BRUNA BARROS
Por CÁSSIO VASCONCELLOS
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ste é um mês forte, de plena luz no hemisfério norte e de intensas mudanças para o lado sul. As culturas antigas reservam agosto para reverenciar os antepassados e celebrar a força da vida. Aprender com os mortos a valorizar o que está vivo. No meio do período, o mundo cristão celebra Maria, a mãe de Jesus, para que interceda por todos nós. O mês começa com Sol energizando os leoninos, em especial, os do segundo decanato (2 a 11 /8), e promete sucesso nas iniciativas domésticas, tempo de mudanças em casa para todos os signos. Já a Lua começa o mês na fase crescente, auxiliando as questões de relacionamento. Os nascidos em Escorpião, Touro e Leão devem aproveitar o mês para fortalecer os assuntos do coração. Para os aquarianos e piscianos, o mês traz sucesso profissional e muita atividade social. Saibam manter seus objetivos e cultivem a diplomacia. E para os arianos, librianos e capricornianos, agosto pede cautela nos assuntos de trabalho, as diferenças podem virar processos judiciais e a saúde poderá ficar abalada. Cuidado e equilíbrio para não perder o controle. Os geminianos terão um mês positivo no lado financeiro, e essa alegria vai se estender para os virginianos, que vão entrar na fase solar a partir do dia 22, tempo de vitórias e luz. Para os sagitarianos, a segunda parte de agosto traz a realização de antigos projetos. Saiba agradecer mesmo que seu interesse seja menor agora. Os cancerianos terão um período favorável para iniciar atividades que tragam resultados concretos, assim, os investimentos e as finanças estão fortalecidos. Aproveite o passeio de Vênus por seu signo e coloque beleza em tudo o que fizer. O mês termina pedindo momentos de reflexão interior a todos os signos. Até que ponto você está envolvido com a melhoria das condições do nosso planeta? Não adianta só pensar, agora o tempo pede atitudes, e a sua ação é insubstituível. Chegou a hora de fazer a sua parte. Mãos à obra! Cor: amarelo Flor: girassol Pedra: cristal de quartzo e diamante Aroma: patchouli Chá: dente-de-leão
Setembro
N
este mês acontece o Equinócio da Primavera (22/9) e para a parte sul do planeta começa o período da luz. As energias que estavam recolhidas para seu descanso invernal voltam com força a exercer seu poder sobre a natureza e as pessoas. A atração fica evidente, e o amor toma conta de tudo e todos. A força da vida se mostra e só nos resta obedecer. Os virginianos terão até o dia 21 para cuidar de si, tomar a iniciativa nos projetos pessoais e ser bem-sucedido em seus planos. Não adianta pedir ação aos outros, agora tudo depende só de vocês mesmos. A partir do dia 22, chega o tempo dos nascidos em Libra. O fim do mês trará sorte, oportunidades e excelentes conquistas para todos os librianos. Em setembro, continua a boa troca de energias entre os planetas que estão nos signos de fogo: Áries (Urano), Sagitário (Saturno) e Leão (Marte). Os nascidos nesses signos vão conseguir sucesso em questões de trabalho, empreendimentos pessoais e contatos com público jovem. Acreditem em sua capacidade e não se acanhem com as dificuldades, a força estará com vocês. Para os nascidos em Escorpião, o mês pede cuidado com a saúde. Evitem os exageros e esperem por dias melhores para a solução dos problemas que não dependem da vontade própria. O melhor é aprender com a paciência. Os taurinos estarão mais interiorizados e devem manter essa cautela e silêncio até as energias mudarem no equinócio. Depois tudo vai melhorar em um passe de mágica. Os geminianos vão ter uma fase especial para começar novos projetos. Aproveitem para aprender diferentes linguagens e descobrir outras paisagens. E a mesma dica serve para os aquarianos, que vão ter êxito em contatos e atividades com lugares distantes, assim, viagens de todo tipo vão trazer benefícios e resultados positivos. Os cancerianos terão um mês de sorte financeira. Aproveitem as oportunidades e não duvidem de seus palpites, eles irão trazer surpresas agradáveis. E para os nascidos em Capricórnio, as mudanças serão portadoras de sucesso e bom astral. Este mês será um teste para vocês aprenderem a se renovar com a vida. Os nascidos em Peixes estão na fase anual das parcerias e sociedades. A ordem é harmonizar e, caso não consiga, talvez tenha chegado o tempo de partir para novas descobertas. Tem tanta gente por aí... Cor: verde claro Flor: rosa Pedra: quartzo rosa Aroma: ylang-ylang Chá: bergamota
São Paulo vista de um helicópetero em um vôo sobre a região do Jardins, ano 2014