Jardins - edição 04

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aQuadra

FEVEREIRO/MARÇO 2018 – 04

O J O R N A L D O J A R D I M PA U L I S TA N O E D O S A R R E D O R E S

VIDA DE BAIRRO ECONOMIA

GENTE

VIAGEM

CRÔNICA

ESTILO

DESIGN

PRAÇAS

URBANISMO

GASTRONOMIA

COMPORTAMENTO

CULTURA

LENTE

ANTENA

VIVER BEM

INSPIRAÇÃO CONVIZINHO

D I S T R I B U I Ç Ã O G R AT U I TA

Miniaturas e brinquedos no universo do ilustrador e designer Neco Stickel

A sueca Hilma af Klint, pioneira do abstracionismo, é tema da Pinacoteca SP

A chef Mariana Fonseca traz a alegria da alma grega para São Paulo

O mestre do design Jorge Zalszupin abre a porta de sua casa nos Jardins

Ao redor da mesa: receitas de chefs que inspiram o almoço em família

Os homens descobrem um novo hobby: orquidários nos jardins de casa


UNIVERSIDADES NO EXTERIOR Entrada direta para Pace, Drew, American University, Istituto Marangoni, University of Sydney e mais!

EDITORIAL

HIGH SCHOOL EM ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS EUA, Canadá, Austrália, Inglaterra, Suíça e mais 10 países.

Nossa edição de fevereiro chega repleta de vibrações femininas. É tempo de festejar Iemanjá, a rainha do mar, e o Dia Internacional da Mulher. Apesar da energia feminina, aQuadra celebra os leitores homens que, com muita sensibilidade e delicadeza, têm hobbies ou atividades consideradas “de mulher”. Uns são apaixonados por orquídeas e outros, ótimos cozinheiros. Um dos destaques desta quarta edição é a crônica da amiga Nina Horta, referência da culinária e gastronomia brasileira. Com sua escrita afetiva e bem-humorada, ela nos prestigia com um texto em que revela seu olhar aguçado. Desta vez, sobre vizinhos. Tivemos o privilégio de visitar a casa de Jorge Zalszupin, um dos maiores nomes do design brasileiro e mundial ainda em atividade. Neco Stickel, ilustrador, designer e projetista aeronáutico, revela seu lado B, o vício em adrenalina. Outro ponto alto deste número é a reportagem sobre a nova Rebouças. Empreendimentos de uso residencial e comercial começam a mudar o destino da avenida, relegada a via de passagem de veículos. Início de ano também é época de planejar as finanças. Samy Dana, economista e professor da FGV, é quem dá todas as dicas de investimento. Os mais místicos certamente gostarão das previsões de nosso astrólogo e tarólogo Valderson de Souza. Ao lado, mais uma inspiração para a nossa série Q. Desta vez, o convidado é o pedroluiss, artista visual que nos presenteou com esta surpreendente colagem.

PROGRAMAS DE FÉRIAS ATÉ 17 ANOS Em universidades como Yale, UC Berkeley, Oxford, Columbia e Stanford! INTERCÂMBIO DE IDIOMA Sete línguas diferentes em mais de 15 países.

CONCEPT STORE STB:

AGORA NOS JARDINS! Fotos: Ilustração: pedroluiss. CAPA: Paulo Giandalia; divulgação; Gui Gaia; Rafaella Machado; Lucas Lenci; Jade Gadotti

Venha conhecer um espaço único de educação internacional! Rua da Consolação, 3433

Ótima leitura! Helena Montanarini

PADRINHOS

Lili e Liliana Tuneu Lucinha Mauro Michel Farah Tatiana e Mariana Gabriel Vânia Assaly

Edição 5: abril/maio 2018 Distribuição: 1/4/2018


Colaboradores

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Crônica

INBOX

ELEONORA ROSSET Psicanalista e membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, atende em seu consultório há mais de 30 anos. Apaixonada por cinema, a blogueira dá seus palpites para o Oscar.

BRUNA BERTHOLACINI Designer gráfica e fazedora de colagens visuais e musicais. Bruna se inspirou no ano do cachorro chinês para a ilustração dos Astros.

PAULO VICELLI Formado pela PUC-SP, o diretor de relações institucionais da Pinacoteca é um entusiasta do Instagram. É dele o texto sobre o papel das redes sociais na arte.

RAFAELLA MACHADO Graduada em design gráfico, fez pós-graduação em fotografia em Barcelona. Atualmente, trabalha na Secretaria de Cultura como designer, fotógrafa e videomaker. Rafaella clicou o pai, Beto Machado.

LUCAS LENCI Fotógrafo, estudou desenho industrial e fotografia em São Paulo. Trabalhou como produtor, diretor de arte e tem três livros publicados. Lucas fez as fotos da chef Mariana Fonseca.

JADE GADOTTI Artista plástica formada pela Faap, restauradora e fotógrafa. Conhecida pelas fotos de casamentos e retratos de família, Jade retratou Nina Horta e a casa de Neco Stickel.

ELLA DÜRST E MAGALDI Ella é paulistana e fotógrafa há 45 anos. Marcos é carioca e fotografa em diversas áreas desde 1970. Juntos, somam 97 anos de amor à fotografia. A dupla é responsável pelo clique dos novos estilistas.

PEDRO LUISS Pedro Luis, conhecido como pedroluiss, é artista visual e também diretor de arte. Seus principais suportes são o bordado, a colagem, as artes digitais e a fotografia. O nosso Q, foi ilustrado por ele.

SIMON PLESTENJACK Nascido na Eslovênia, Simon estudou fotografia em São Paulo e fez do Brasil sua casa. Trabalhou como fotojornalista e repórter para grandes jornais e revistas. São dele as fotos sobre a Rebouças.

“Recebi o jornal que enviaram à loja. Ficou lindo. Sou fã desse tipo de iniciativa.” Lilly Sarti, via Instagram

B

“Matéria linda, fiquei emocionada.” Cafira Foz, via Instagram “Recebi aQuadra, está excelente! O entregador é ciclista, poluição zero!” Carina Mattievich, via WhatsApp “O aQuadra é um jornalrevista que acredito consolidar o bairro, estimulando os moradores a se sentir pertencentes e, com isso, levar à preservação, urbanização e segurança, além da divulgação de negócios.” Maria Edith Vidigal, via WhatsApp

Fotos: divulgação; Chris Ruffato

FRANCESCA GASTONE Italiana, é formada em arquitetura pela Politécnica de Milão. Morou em SP e, atualmente, reside em Hong Kong. Em 2016, reaproximou-se de sua grande paixão: o desenho. Fez a ilustração do bloquinho tropical.

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Por NINA HORTA Foto JADE GADOTTI

Vizinhos de ontem e hoje

airros. Afinal são importantes. Ao escolhê-los, de certo modo, moldamos nosso destino. Os vizinhos, os centros de compras, o tipo de vida. Ônibus, bondes, bicicletas, táxis. Tínhamos vindo do Rio de Janeiro, pai, mãe e filha, a deslumbrante mágica do trem e a chegada ao Jardim América, quase esquina da Estados Unidos, com o que viria ser o restaurante D.O.M. Logo o bairro foi denominado Cerqueira César. Eu devia ter uns 4 anos e, do outro lado da rua, olhei intrigada qual seria minha futura casa, os pés enfiados em um monte de areia de construção geladinha. Passaram-se anos, o primário foi feito ali, havia uma diversidade de imigrantes de toda a Europa que, naquele tempo, chamavam-se vizinhos. Muitos judeus, ingleses, italianos, alemães e o Santa Luzia rebrilhando como a joia da Coroa. Fazíamos compras marcando despesas no caderno em “vendas”, geralmente de portugueses. Os paladares se abriam para a alcachofra recheada de dona Herminia, o doce de tomate de Conceição, as balas de ovos de Seraphita, as carpas nos tanques batendo a cauda, e cada comida daquelas era um ponto a mais na nossa experiência de outras culturas. E o Santa Luzia ajudava, todo de madeira trabalhada, vidros biseautés, ensinando e aprendendo com os brasileiros que viajavam e traziam de volta um produto de que tinham gostado para que fosse encomendado. Aprendemos com os estrangeiros que haviam passado por uma guerra que se podia comprar três fatias de queijo e brigar se nos dessem mais. Aprendemos a gostar do creme de leite batido na hora, fresquinho, em uma batedeira desconjuntada. Os brasileiros tomavam gosto por presunto cru, azeitonas diferentes, damascos, castanhas portuguesas, e os estrangeiros iam-se acostumando devagarzinho à farinha e se deliciando com as frutas e o palmito. Aos meus 11 anos, mais ou menos, a família, com mais um filho, mudou-se para o bairro mais distante do mundo, segundo os amigos. Era a City, que formava o Alto de Pinheiros, ainda com ruas de terra batida e sem iluminação. Logo se gentrificou, encheu-se de árvores, mas que era longe comparado com o Jardim América, era. Casada, fui para o mesmo bairro, mas andei mais um pouco em direção ao bairro de Boaçava. Era uma casa feita com pouco dinheiro, mas caprichada em detalhes, feita com amor de menina mimada. Bem diferente dos Jardins, não tinha a Rua Augusta por perto, só a Teodoro Sampaio, mas o pai, previdente, nos fez prometer que só compraria a casa se jamais nos vestíssemos na Teodoro. Sábias palavras. Para terminar, e para que vocês saibam como era a vida naquele tempo, no dia em que nos mudamos para a casa nova, acordamos com uma campainha forte. Quem poderia ser? Não conhecíamos ninguém. De longe, pelo vão de baixo do portão, pudemos ver uma dúzia surrealista de pezinhos de criança. A porta aberta, eram os filhos de um casal do fim da rua que vinham nos trazer o café da manhã completo. Ah, não se fazem mais vizinhos como antigamente. Aqui cresceram meus filhos, cercados pelos colégios Santa Cruz e Rainha da Paz. E só tive sossego mesmo quando as vacas da Estrada da Boiada, hoje Diógenes Ribeiro de Lima, pararam de comer o meu jardim da frente, ruminando, calmas, “xô, xô, vaca”, quando o perigo maior, senão o único, eram elas, pacíficas e comilonas.

NINA HORTA Nossa vizinha multitalentosa é também, avó, escritora, cronista e colunista de gastronomia do jornal Folha de S.Paulo há 25 anos. Moradora do Alto de Pinheiros, Nina foi uma das primeiras a oferecer bufês gourmet na cidade de São Paulo em seu Ginger Buffet.


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Vida de Bairro

Vida de Bairro

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Por TATIANA REZENDE Fotos SIMON PLESTENJACK

Progresso em marcha

Abandonada, caótica e relegada a um corredor de passagem, a avenida assiste a um boom imobiliário que projeta um futuro promissor para toda a região

público, a quantidade de restaurantes de boa qualidade que abriram no entorno é impressionante”, diz Eduardo. Incentivada pelo Plano Diretor, a Setin recém-adquiriu um terreno que vai abrigar um novo hotel da 25 Hours, da mesma rede da Accor. Com previsão de lançamento em 2019, o local terá 150 quartos, apartamentos de dois e três dormitórios e lojas no térreo. “Vai ter mais gente a pé. Hoje, as pessoas andam pouco, têm medo de assalto porque falta iluminação, e há imóveis invadidos ou parcialmente invadidos”, explica Eduardo. Um dos empreendimentos que mais tem despertado a curiosidade entre os moradores é o Wide São Paulo, da Helbor Empreendimentos S.A. Além de unidades residenciais, o edifício abrigará um hotel Hilton com 170 quartos, um street mall com lojas e praça de alimentação e quatro salas de cinema da rede Cinemark. “A Rebouças estava ficando tão degradada quanto a avenida Santo Amaro. Foi se deteriorando e perdendo valor. Agora, ganhou potencial e atraiu o mercado imobiliário”, explica Marcelo Bonanata, diretor de vendas da Helbor. O escritório Aflalo/Gasperini Arquitetos trabalha em projetos para cinco empreendimentos na região, todos misturando residencial e comercial. “O mais interessante nisso tudo é que as pessoas estão percebendo que não podemos viver em ilhas. O Plano Diretor é uma solução para esse caos de deslocamento na cidade. E isso não está acontecendo apenas na Rebouças”, diz o sócio Luiz Felipe Aflalo. “A Rebouças vai deixar de ser só um corredor. O metrô é o indutor de toda essa transformação”, acredita Grazielli Gomes Rocha, sócia do mesmo escritório.

aspas Ando bastante a pé e sinto que a Rebouças estava sem vida, sem circulação de pedestres, cinza e triste. Qualquer coisa que fizessem lá já seria bom. Creio que essa transformação vai melhorar o bairro e humanizar esse pedaço da cidade. René Fernandes, arquiteto

De ângulos diferentes, três imagens do cruzamento entre a Rebouças, a Henrique Schaumann e a avenida Brasil. A maior parte dos empreendimentos se concentra no trecho que vai da avenida Brasil até a avenida Brigadeiro Faria Lima

Foto: Divulgação

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Plano Diretor, aprovado, em 2014, na gestão do prefeito Fernando Haddad, está mudando os ares de uma das vias mais importantes de São Paulo: a Rebouças. Com o objetivo de organizar o crescimento urbanístico da cidade, o plano incentivou a construção de edifícios de uso misto, com torres residenciais e comerciais. Quase quatro anos depois, os primeiros projetos começam a ser lançados e revolucionam a vida da avenida, dos moradores e de quem trabalha na região. Mais de uma dezena de empreendimentos que mesclam alas residencial e comercial estão em fase de lançamento ou pré-lançamento ao longo da avenida e no bairro de Pinheiros. “Vejo com bons olhos tudo o que está acontecendo. A Rebouças ficou deteriorada por muitos anos. Agora vai se parecer muito com a Quinta Avenida. Serão prédios com densidade alta, grande potencial construtivo e volume de área. Todos eles são incentivados a abrir o térreo para a avenida. Isso é ótimo porque traz segurança, cultura e modernidade. As pessoas vão ser incentivadas a usar o meio de transporte público. Teremos uma cidade mais vibrante”, diz Alexandre Lafer Frankel, CEO da construtora e incorporadora Vitacon. “Moro perto da Brigadeiro Faria Lima e sou apaixonado pela nossa região. Cresci no Itaim, mas vivo aqui há quase 20 anos”, completa. A Vitacon está com três projetos em andamento na Rebouças, todos mistos. Um deles, lançado em agosto de 2017, foi vendido em menos de um mês: o VN Capote Valente. Eduardo Pompeo, diretor de incorporação da Setin Incorporadora, enxerga na Rebouças e nos arredores uma vocação maior para empreendimentos. “Sou frequentador de Pinheiros há muito tempo. A área vem passando por grandes transformações desde a chegada do metrô. Percebo, não só como incorporador, mas como usuário, a requalificação dos serviços. Além de trazer um novo perfil de

História No livro 1001 Ruas de São Paulo, a autora Silvia Costa Rosa conta que a avenida recebeu esse nome em homenagem ao abolicionista e engenheiro baiano André Rebouças, que, com o irmão, o também engenheiro Antônio Pereira Rebouças Filho, projetou e construiu a estrada de ferro entre Curitiba e Paranaguá. “Era, segundo relatos de época, um péssimo trecho para carros, inclusive para carros de boi. A primeira parte da Rebouças, a avenida Brasil, era um trecho do antigo caminho de Pinheiros, que ia para Sorocaba. Existe, no mínimo, desde 1560. Essa rota fazia parte do que alguns historiadores chamam Peabiru, que supostamente ia até o Paraguai. Vários bandeirantes a procuraram, mas nunca acharam. O asfalto começou a ser feito em 1935 e foi entregue no ano seguinte, já com pista dupla e canteiro central até a rua Henrique Schaumann, por onde passava o córrego Verde”, explica Alexandre Giesbrecht, publicitário, escritor e apaixonado pela história da cidade.

aspas A região tem trânsito intenso. Esses novos empreendimentos, dependendo do tamanho, podem gerar trânsito adicional. Minha preocupação é que as pessoas que possam vir a trabalhar nesses prédios usem o bairro para estacionar de graça. No entanto, acho que tem uma parte de desenvolvimento que é interessante. Daniel Kasinski, advogado

MAS O QUE É QUE ESSA RUA TEM?

Todos nós preferimos caminhar por certas ruas e, ao mesmo tempo, evitarmos outras. Buscamos as iluminadas, com pessoas, calçadas boas e, de preferência, arborizadas. Mas o que é que buscamos quando optamos por uma rua e não outra? Quando andamos a pé, vivenciamos tudo o que nos envolve. De um lado, há a fachada de um edifício. Quanto mais aberturas e elementos interessantes essa superfície tiver, mais agradável será o passeio. De outro, há a rua, ou melhor, o “leito carroçável”, por onde trafegam veículos. Muito mais interessante do que manter uma faixa de estacionamento é permitir que esse uso seja intercalado com áreas de estar para pessoas (como parklets) e outros funcionais, como áreas de embarque e Hannah desembarque de transporte por aplicativo. Arcuschin Deve haver uma faixa livre, ampla o suficiente Machado é para acomodar a quantidade de pedestres que mestre em por ali passam. A faixa ao longo da guia, denogestão e políticas minada faixa de serviço, é onde devem estar árvores, lixeiras, postes de iluminação e – por públicas pela que não – bancos para nos sentar. FGV e arquiteta Há evidências de que diversidade, densidade e urbanista pela e qualidade do desenho urbano são fatores que FAU-USP contribuem para a “caminhabilidade”. Ao colocar os pedestres em primeiro lugar, as ruas se tornam mais atrativas, seguras e valorizadas.


Vida de Bairro

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Vida de Bairro

Minhas duas meninas A jornalista Teté Ribeiro passou sete anos tentando engravidar. Quando desistiu, resolveu dar uma última chance à gravidez biológica por meio de uma barriga de aluguel na Índia. Deu certo. Hoje, as gêmeas Rita e Cecília estão com 4 anos. Por indicação de uma amiga, também jornalista, Teté procurou uma clínica especializada e foi duas vezes ao país. Na primeira, conheceu a clínica, a mulher selecionada para lhe emprestar o útero e recolheu o material genético. Na segunda, foi buscar as filhas. No Brasil, as regras para reprodução assistida são bem rígidas. São permitidos apenas parentes de primeiro a quarto grau. Mais recentemente, foram autorizados consanguíneos descendentes (como filhas e sobrinhas). Teté acompanhou toda a gravidez por e-mail e garante que não ficou assombrada com a barriga à distância. “Durante a gestação, tive um bloqueio de más notícias. Eu estava superotimista. Meu marido estava mais temeroso, mas baixou um santo em mim de que tudo ia dar certo. Saímos de lá em

A ESCOLA DA VOVÓ Uma das escolas de educação infantil mais tradicionais da região de Pinheiros, a Casa da Vovó, acaba de completar 40 anos. “Temos muitas crianças aqui cujos pais foram nossos alunos”, diz Nereide Tolentino, proprietária e diretora. Segundo ela, a proposta da escola é um pouco diferente da tradicional. “Trabalhamos com contos de fada por meio de oficinas de arte, música e histórias infantis. Divididos pelas cores do arco-íris, os alunos ficam 40 minutos em cada uma das oficinas. Há um pedagogo por atividade. Além disso, as crianças mudam de turma por maturidade, e não por idade”, explica Nereide.

Na Casa da Vovó – aberta todos os dias do ano, exceto no Natal e AnoNovo – todas as crianças ficam em período integral. Os pais podem deixar ou buscar os filhos em qualquer horário entre 8h e 18h, mas as crianças precisam almoçar no local. “Aprendemos a comer e a dormir na primeira infância, então temos uma educação alimentar e uma educação para o sono. Aqui, elas comem bem e pouco e dormem por meio do relaxamento. Todas dormem ouvindo música clássica”, explica Nereide. O prédio, na Joaquim Antunes, é o terceiro ocupado pelo colégio. O pioneiro foi na Rua Melo Alves, 651.

servido no refeitório: café com leite e pão com manteiga. “Minha mãe sempre mandava um bilhetinho para as freiras: “Por favor, para a Ana, pão sem manteiga e café com leite sem açúcar”, conta Ana Helena. Os boletins eram divididos por cores, de acordo com as notas e o comportamento das estudantes: azul, rosa, verde, bege, laranja e cinza. O azul era reservado às melhores alunas. “Eu nunca fui muito fácil, era muito tagarela, então meu boletim era sempre bege”, diz Lavínia. “Eu também falava muito, meu boletim também era bege”, diverte-se Ana Maria. “Quando a gente queria conversar, levantávamos a tampa da carteira para a professora não perceber”, confessa Heloisa.

março e, em abril, tivemos a notícia da gravidez”, diz. Mesmo pequenas, as meninas já têm noção de que vieram ao mundo de maneira especial. “Elas sabem que nasceram na Índia e que fomos buscá-las. Temos um álbum de fotos delas no primeiro mês no país. A Cecília vê e fala: ‘A Rita nasceu da sua barriga e eu nasci da barriga do papai, né?’”, conta Teté. “O curioso para nós foi ter a notícia de que seriam dois bebês, porque nosso plano era nós dois e um bebê. Mas a mudança foi muito comemorada por nós e pela família. Não sabíamos o sexo, porque lá é proibido revelar essa informação, o que gerou bastante ansiedade”, afirma. A relação com Vanita, a mãe de aluguel, é cordial. “Ela tem curiosidade sobre o Brasil. A gente se comunica por WhatsApp, mas ela não fala inglês, então a comunicação é meio truncada. O marido dela ajuda. Ela envia fotos dos filhos, e a gente manda das meninas”, diz Teté. A experiência, incomum, Teté narra no livro Minhas Duas Meninas.

História As origens do Colégio Madre Alix remetem à criação da primeira obra educacional da Associação de Instrução da Juventude Feminina no Brasil, o Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, mais conhecido como Des Oiseaux. Com o passar dos anos, a escola se tornou pequena para atender à demanda crescente, levando as irmãs à construção de um novo estabelecimento, o Externato Madre Alix. O Madre Alix abriu as portas em 1951, para 380 alunas com idade entre 6 anos e 10 anos. Em 1960, houve o início das classes de nível ginasial (atual ensino fundamental II, de 6º ao 9º ano). Dez anos depois, a adoção de classes mistas.

Infância querida

CARINHO QUE PERMANECE

No mês de janeiro, aproveitando as férias escolares, aQuadra promoveu um encontro com ex-alunas do Colégio Madre Alix. Eliana Penna Moreira, Ana Maria Cintra Vidal, Lavínia Sampaio, Ana Helena Martins de Andrade, Heloisa Soares Hungria e Beatriz de Oliveira, a Bitoca, fizeram uma farra durante a conversa, recheada de gargalhadas e boas histórias. “Eu não tinha mais entrado aqui desde que saí. Não mudou quase nada”, diz, emocionada, Eliana. “Era um colégio muito alegre porque éramos só nós, as crianças”, explica Ana Maria. “Foi uma escola que nos ensinou a raciocinar e desenvolver o espírito crítico”, define Bitoca. Entre as inúmeras memórias resgatadas no encontro, as sessões de bambolê no pátio, as filas por ordem de tamanho para as rezas antes do início das aulas, a festa da pipoca, o prestígio que significava carregar o sino da madre ou apagar a lousa, o veto à entrada nas clausuras onde viviam as freiras, as missas aos sábados na igreja São José e o hino do colégio, que até hoje sabem de cor. Uma lembrança recorrente entre as ex-alunas era o lanche

Criada há mais de 70 anos, a Fundação Britânica de Beneficência (FBB) é uma instituição que atua em prol de idosos e trabalha em nome da British Society São Paulo. O ponto de partida para a criação da FBB foi em 27 de junho de 1947, quando a cidadã britânica Helen Stacey abriu as portas de casa para prestar assistência a compatriotas. O local passou a ser conhecido como Stacey House. “Nosso principal programa é o Cuidar, em que realizamos o acompanhamento dos idosos ao médico ou a exames clínicos. Muitos deles deixavam de ir porque não tinham quem os acompanhasse. Além disso, vários têm problemas de locomoção. Outro destaque é o Programa Multiplicar, que envolve o auxílio a algumas instituições públicas de longa permanência para idosos”, explica Ricardo Rosado, coordenador de desenvolvimento Helen Stacey, institucional da FBB. fundadora da FBB Mais informações: fundacaobritanica.org.br.

ORFEU BAR E RESTAURANTE A nova casa do grupo Chez Brasil tem mesas de bar em um ambiente industrial. A atmosfera é descontraída e sofisticada. Av. Ipiranga, Bloco A, 318, Loja 3, República, tel.: (11) 3129-9531 @orfeuorfeu

WOLKEN SHOES Calçados masculinos de couro genuíno de design europeu feitos por artesãos que pensam em leveza, conforto e praticidade. Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 169, Pinheiros, tel.: (11) 3459-5264 @wolkenshoes

Fotos: Paulo Giandalia; divulgação

PETÍ PANAMERICANA O famoso Petí, do chef Victor Dimitrow, abre mais uma unidade. Desta vez, no Jardim América num clima charmoso com uma cozinha contemporânea e a preços amigáveis. Rua Groenlândia, 77, Jardim América @petipanamericana

No pátio interno, as ex-alunas faziam suas peripécias com bambolê e brincavam de “jogo do saquinho”. Ao lado, lembrança da sala de aula

ABERTOS NA SEGUNDA-FEIRA CABELEIREIROS L’Atelier Coiffure Al. Gabriel Monteiro da Silva, 312, Jardim América Tel.: (11) 3060-8990 @latelier312 Salão Pedro Galdi Rua Oscar Freire, 261, Jardim Paulista Tel.: (11) 3062-1706 @salaopedrogaldi Tampopo Cabeleireiros Rua da Consolação, 3.444, Jardim Paulista Tel.: (11) 3061-2628 @tampopohair RESTAURANTES Carlos Pizza Rua Harmonia, 501, Vila Madalena Tel.: (11) 3813-2017 @carlospizza_sp D.O.M Rua Barão de Capanema, 549, Jardins Tel.: (11) 3088-0761 Etto Rua Bela Cintra, 1.783, Consolação Tel.: (11) 2649-4448 @ettorestaurante Factório Rua Amauri, 244, Jardim Europa Tel.: (11) 3079-7246 @factoriosp Le Jazz Rua dos Pinheiros, 254, Pinheiros Tel.: (11) 2359-8141 @lejazzbrasserie Mercearia do Conde Rua Joaquim Antunes, 217, Jardim Paulistano Tel.: (11) 3081-7204 @merceariadoconde Olea Rua Joaquim Antunes, 198, Jardim América Tel.: (11) 3062-1535 @restauranteolea Piccolo Rua dos Pinheiros, 266, Pinheiros Tel.: (11) 3213-8449 @piu_e_piccolo_restaurante Saj Rua Joaquim Antunes, 260, Jardins Tel.: (11) 2574-3665 @sajrestaurante ARTE Pina Estação Largo General Osório, 66, Santa Ifigênia Tel.: (11) 3335-4990 @pinacotecasp Pina Luz Praça da Luz, 2, Luz Tel.: (11) 3324-1000 @pinacotecasp

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Fotos: Divulgação

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FUTURO REFEITÓRIO Entre as paredes gastas de um galpão, a chefe Gabriela Barretto (Chou) abre seu novo restaurante apostando em pratos orgânicos. Rua Cônego Eugênio Leite, 808, Pinheiros, tel.: (11) 3085-5885 @futurorefeitorio

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YERBA MATE BAR E CAFÉ Criado pela inspiração na cultura da erva-mate e seus diversos usos, o café oferece desde versões mais comuns entre gaúchos e cariocas, até infusões típicas do Paraguai e da Argentina. Rua Mateus Grou, 174, Pinheiros @yerba.matebar

ORIBA Oriba em tupi-guarani significa “felicidade”. A loja tem produtos masculinos de qualidade e doa parte de sua renda para educação infantil. Rua Artur de Azevedo, 1.281, Pinheiros, tel.: (11) 3062-7901 @oriba

TAHIN O mais novo restaurante do chef Renato Lopes traz a saborosa culinária árabe tradicional de uma forma rápida e moderna. Rua Vupabussu, 73, Baixo Pinheiros, tel.: (11) 3034-2590 @tahin_sp

AS. BARBEARIA & ESTÚDIO O barbeiro Anderson Santos e o cabeleireiro Thiago Fortes se juntaram para oferecer serviços unissex em um ambiente clean fora dos estereótipos Rua Augusta, 2.780, Jardins, tel.: (11) 3063-1658 @asbarbearia


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Vida de Bairro

As meninas dos olhos deles

As orquídeas, encontradas em algumas árvores dos Jardins, são alvo de paixão de dois moradores: o administrador de empresas Luís Lima e o publicitário Robert Filshill O ponto turístico e de desejo de vários vizinhos fica em uma casa, mais especificamente, em um telhado. É ali, em uma área de 152 metros quadrados, que se espalham as cerca de 4 mil orquídeas de Luís Lima. A coleção a céu aberto é tão famosa no bairro que, segundo Luís, há quem toque a campainha interessado em uma visita. “Já recebi uma paisagista que ia construir um orquidário para um cliente, mas não tinha noção da montagem, então quis saber como fiz aqui”. “Coleciono somente espécies brasileiras de Cattleyas e Laelias. Devo estar com 70 variedades”, conta Luís. As plantas passaram a ocupar o telhado da residência de Luís em 2005. “Antes elas ficavam penduradas em um corredor lateral, mas não iam muito bem. Quando fiz uma pequena reforma, retirei a primeira parte do telhado e cobri com uma tela. A resposta delas foi imediata. Depois acabei destelhando o resto”, explica

Luís. “Elas só precisam de três fatores: sol, ventilação e umidade”, completa. Lá no alto, as orquídeas dividem espaço com passarinhos de diversas espécies, como curiós, azulões, brejais, canários, pintassilgos e coleirinhas. Todos são registrados com anilhas. “Eles são consequência de sabiás e bem-te-vis que sobrevoavam o local. Antes de eu cobrir com tela, eles vinham pegar o substrato para fazer ninhos e levavam a orquídea junto. Daí me dei conta de que isso poderia virar uma grande gaiola”, explica Luís. Ele diz que o interesse pelas orquídeas surgiu sem querer. “Aos 31 anos, comecei a sofrer com hérnia de disco. Não podia mais correr ou praticar as atividades físicas de que eu gostava. Daí descobri aulas sobre orquídeas, todo sábado de manhã, no Orquidário do Morumbi. Fazia as aulas e, depois, sempre acabava trazendo alguma para casa.” Os planos de Luís não param na vasta coleção de orquídeas. Em 2018, ficam prontos, também na parte superior da casa, uma horta, um pomar e um borboletário.

Paixão antiga Robert Filshill ainda não tem uma coleção no telhado de casa, mas é capaz de cometer loucuras pelas orquídeas. “Quando fui para Bangcoc, achei uma linda. Comprei, mas como é proibido trazer plantas para o Brasil, embrulhei em um papel toalha úmido e coloquei na mala escondido. Cheguei em casa e plantei imediatamente. Deu certo”, relembra Robert, cujo orquidário tem cerca de 150 plantas, de 40 espécies, a maioria já cadastrada. Além das informações principais, como espécie, variedade, data da última floração e fotos de quando a planta está florida, Robert registra se ela foi comprada durante alguma viagem. “Quando viajo, se vejo um orquidário, fico louco. Geralmente, trago alguma de recordação”, diz. Filho de pai inglês e mãe chilena, ele nasceu no Chile, mas veio para o Brasil no início da década de 1970. “Tenho lembrança de ajudar minha mãe com as plantas quando morávamos no Morumbi. Tínhamos um jardim, não um orquidário. De certa forma, era um momento que eu encontrava para conversar com ela. Era algo só nosso”, diz ele. “Depois, já com minha família, comecei a pensar em ter plantas em casa. Elas enriquecem o ambiente. Fui comprando tantas que montei um orquidário. Lá se vão 15 anos.” Robert explica o motivo da paixão. “A orquídea tem características que nenhuma outra flor tem. É a única que nasce sobre o casco de uma árvore. Ela cresce a partir de um substrato e precisa de pouco, mas é muito exuberante. Quando você cultivacom cuidado, ela te retribui”, diz ele.

Fotos: Paulo Giandalia

Semanalmente, Luís dispõe da consultoria do orquidófilo Yoshio Sano (primeira foto acima), mas quem “trata das meninas” todos os dias é outro funcionário, Issao Kumura (acima)

Robert Filshill aproveita as manhãs em que não pode sair de casa por causa do rodízio para regar suas “meninas”

“Carnaval é onde tem amigos e folhas do quintal para se fantasiar; Carnaval é vontade de cantar, dançar sem parar e tocar música com um balde vazio; é lançar confetes e serpentinas de pétalas e folhas, Carnaval é sorrir.” BLOQUINHO TROPICAL, ILUSTRAÇAO BY ATELIER FYUMI


Um santo na cozinha Logo de cara, o chef Felipe Rodrigues faz questão de esclarecer o apelido que recebeu na época em que estudava em Porto Alegre: Santo. “Não é que eu sou santinho não, é porque nasci em Santo Ângelo, interior do Rio Grande do Sul”, diz. Depois de morar 11 anos no exterior, Felipe volta ao Brasil para comandar a cozinha do Tangará Jean-Georges, localizado no Palácio Tangará, o luxuoso hotel no Panamby. Esse é o 35o restaurante do chef francês Jean-Georges Vongerichten, o primeiro na América do Sul. A história de amor entre Felipe e a cozinha vem da infância. “Na minha casa, não tínhamos costume de jantar. Como eu sempre gostei de comer comida, acabava preparando algo, como repolho refogado, pizza ou até ovo cozido. Isso com uns 10 anos. Minhas duas irmãs mais novas viam aquilo, pediam, e eu dizia: ‘Ah, mas isso vai custar alguma coisa’. Então, iam ao cofrinho delas, traziam dinheiro e eu dava o ovo cozido”, relembra. Em 2003, quando foi para Londres, Felipe teve que trabalhar em lanchonetes e pequenos restaurantes para se sustentar. A certeza de que gostaria de estar em uma cozinha para sempre veio quando conheceu o restaurante The Belvedere, de Marco Pierre White. “Era uma cozinha inóspita, superquente, em uma casa antiga no meio do Holland Park. O sous-chef do Marco, Billy Reid, foi um cara que sempre acreditou em mim. Com ele, percebi que podia levar a cozinha a sério”, diz Felipe. O ponto alto da carreira no exterior foi a passagem pelo Grand Hôtel de Estocolmo, que tem restaurantes chefiados por Mathias Dahlgren. “Um dos meus últimos grandes eventos lá foi o casamento da princesa Madeleine, da Suécia. Ela queria pratos do food bar para a festa. Nós preparamos um menu para 450 pessoas com pratos como beterrabas assadas com trufas negras, bacalhau fresco com lagostim e caviar”, conta o chef. Depois de tanto tempo longe das origens, Felipe passou a sentir falta da família. “No meio do inverno escandinavo você pensa muito nisso. São seis meses de escuridão. Percebi que eu estava muito sueco”, diz, sorrindo. Em 2014, a volta. Na bagagem, muitas caixas e um chifre de alce. Desde que retornou, Felipe mora na Vila Madalena e ama a região.

Salada de verão, do chef Felipe Rodrigues

BACALHAU DO BETO

DE LORDE PARA LORDE

Beto Machado, responsável pela incrível receita de bacalhau grelhado desta edição, sempre gostou muito do mar. Durante anos, praticou pesca e caça submarina, fez mais de 30 anos de regata e adora velejar. “Tudo veio com o meu pai. Desde que eu era adolescente, nos fins de semana a gente se reunia e sempre cozinhava alguma coisa”, diz Beto. “Gosto de preparar peixes, frutos do mar, paellas e polvo grelhado, cozido, assado e na chapa. Jamais faria um doce”, explica.

“Os homens dos anos 1940 tinham o cuidado de ter o sapato engraxado, o nó da gravata bem-feito, o terno bem cortado e o cabelo impecável. Isso foi se perdendo, mas nesses últimos anos, o homem no mundo todo está mais vaidoso e quer produtos exclusivos”, diz o alfaiate Vasco Vasconcellos, que se instalou no Jardim Paulistano há cerca de quatro meses. E exclusividade é o que Vasco oferece aos clientes há quase seis anos, com roupas masculinas feitas sob medida e de maneira totalmente artesanal. Há milhares de opções de personalização. Só de tecidos, são mais de 5 mil da marca Scabal. Os Além de tirar medidas no ateliê, Vasco homens mais ousados têm à distambém atende seus clientes em domicílio posição tecidos com fios de ouro ou no escritório 24 quilates, aromas de pétalas de orquídeas e chip de diamantes. “Venho de uma família humilde de Alegrete (RS), então comecei a me virar muito cedo, mas sempre gostei de trabalhar”, relembra Vasco. Em 2012, ele pediu demissão da Brooksfield – em que trabalhou por 16 anos – para abrir a loja própria. Vendeu um apartamento, pediu para a família fechar as torneiras e foi se aprofundar nos estudos no exterior por seis meses, nas regiões da Sicília, de Puglia e de Nápoles. A rotina de Vasco é tão frenética quanto ele. Às 6h30, o alfaiate já está na fábrica, na Vila Nova Conceição, cuidando especialmente da modelagem. Às 10 horas, quando não segue para o ateliê, vai tirar medidas dos clientes em domicílio. Entre eles estão o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Jayme Brasil Garfinkel, presidente do conselho da Porto Seguro, e os empresários Abilio Diniz e Alberto Saraiva. Cerca de 90% dos clientes – a maioria advogados – vêm da propaganda boca a boca feita pelos amigos.

Ingredientes 10 g de cebola picada 5 g de gengibre picado 2 g de pimenta dedode-moça picada e sem sementes 15 ml de suco de limão 30 ml de shoyu 10 ml de vinagre de arroz 80 g de filé de salmão 40 g de mix de folhas higienizadas 20 g de cebolinha grelhada 5 g de cebolinha picada 30 g de pepino japonês 20 g de cenoura 20 g de aspargo 20 g de rabanete 5 g de cogumelo enoki 5 g de semente de girassol tostada Sal, óleo, pimenta-doreino e açúcar Modo de fazer Vinagrete Misturar a cebola, o gengibre, a pimenta dedo-de-moça, o suco de limão, o shoyu e o vinagre. Salmão Retirar a pele, temperar com sal, pimenta-doreino e açúcar a gosto. Em uma frigideira bem quente, adicionar um fio de óleo e selar os dois lados do salmão por 10 segundos. Reservá-lo na geladeira e depois cortálo em fatias finas. Vegetais Cebolinha: utilizar a parte branca e fazer o corte com, aproximadamente, 15 cm. Grelhar em frigideira até ficar tostada dos lados. Fatiar o pepino japonês, a cenoura, o aspargo e o rabanete em lâminas finas. Montagem Espalhar no prato as folhas, a cebolinha grelhada, os vegetais fatiados, o salmão, a cebolinha picada, o cogumelo e a semente de girassol. Adicionar vinagrete a gosto.

Acompanhamento: Legumes (uma unidade de cada por pessoa): batatas rosadas (são mais macias para fazê-las “ao murro”), batatas-doces, cebola e tomate. Preparo: lave tudo muito bem e embrulhe, um a um e com a casca, em papel alumínio.

Asse na grelha por 45 minutos. Bacalhau: há diversos peixes “tipo” bacalhau, porém só o da espécie Gadus morhua é o verdadeiro. Compre postas congeladas e dessalgadas (encontradas no Mercado Municipal de Pinheiros). Separe uma posta generosa por pessoa. Preparo: asse as postas diretamente na grelha por cerca de 15 minutos de cada lado. Vire somente uma vez, com muito cuidado. Monte o prato conforme a foto, use um ramo de alecrim para enfeitar e regue com um bom azeite português.

Vasco Vasconcellos Alfaiataria Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 847, Jardim Paulistano, tel.: (11) 3567-1270 @vascovasconcellostailor

#cursosparaeles

WORKSHOP DE ALFAIATARIA NA PRÁTICA A vivência começa com visitas a distribuidora de tecidos, segue com a ida a um fornecedor de aviamentos e finaliza com uma conversa com o alfaiate. 24/3, das 9h30 às 14h, tel.: (11) 97596-1700 dresscode.com.br

PAIXÃO DE INICIANTE

O vizinho Raul Moraes, estudante de administração na FGV, começou a cozinhar por necessidade. “Fui fazer intercâmbio em Copenhague e notei que lá eles gostam de uma alimentação com sabor mais forte e acentuado e têm uma cultura de ficar em casa. Se eu fosse a restaurantes todos os dias, ia gastar muito. Comecei a cozinhar e percebi que tinha a mão boa. Apesar de ter feito menos do que gostaria, aprendi a apreciar facas e usar panela qualidade”, conta ele. Raul diz que é um cozinheiro de fases. “Atualmente, estou mais para churrasco, mas já tive a fase da moqueca. Fazia umas cinco, seis diferentes, de camarão, lula e até Raul Moraes faz cursos de culinária esporadicamente banana.”

Fotos: Paulo Giandalia

HOMENS NA COZINHA

Vida de Bairro

Fotos: Paulo Giandalia; Rafaella Machado

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Vida de Bairro

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PANIFICAÇÃO Curso de fabricação de levain natural (massa madre), produção de pães usando levain, estudo da fermentação e do processo de fabricação do pão. 20/2 a 23/2, das 9h às 13h. Escola de Laurent Suaudeau Tel.: (11) 3887-0170

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JÓ UYÉVET! Feliz ano novo!* Esses são os votos, em húngaro, do eletricista mais antigo do Jardim Paulistano. José Luiz Grosz tem 74 anos e, há 69, mora e trabalha no mesmo local: o número 382 da Joaquim Antunes. Filho de pais húngaros, ele fala, lê e escreve a língua dos ascendentes. “Logo que José Luiz e a prima em um Chevrolet chegou ao Brasil, minha mãe começou a 37 em frente à casa onde ele reside trabalhar, então fui criado pela minha avó, e trabalha até hoje que não falava uma palavra em português. Além disso, a colônia húngara era grande e não tinha contato com brasileiros. Nos meus primeiros dias no jardim de infância, eu só chorava porque não entendia nada”, diz. Entre rádios, TVs, toca-discos, liquidificadores, micro-ondas e motores antigos, senhor José é só lembranças. “Aos 8 anos, já ajudava meu pai a consertar rádios. Ele fazia vários serviços na casa da dona Filomena, mãe do senador Suplicy; e também na da dona Noêmia Smith de Vasconcellos, mãe da Marta. Um dia ele encontrou o Suplicy na casa da Marta e não entendeu nada. Só depois soube que eles estavam namorando”, revela. “Eu também já fiz muita coisa aqui no bairro. Aquela casa da família Fontoura, de que vocês publicaram fotos, eu te garanto: não tem uma tomada naquela casa em que eu não tenha mexido”, comenta senhor José sobre o tema de decoração e estilo da edição número 3 de aQuadra. Os pais chegaram ao Brasil no fim da década de 1930. “Em 1957, todos os parentes já estavam aqui. Meu tio chegou a nado. O navio em que ele estava afundou perto de Fernando de Noronha e ele foi recolhido como náufrago. Quando chegou a São Paulo, já tinha trabalho porque havia saído de lá com emprego garantido por um amigo, o Paulo Robel, que era dono da Probel. Meu tio fez o primeiro protótipo do colchão Probel”, relembra. Pai de quatro filhos, senhor José está no quinto casamento. “Minha mãe ficava louca comigo. Toda vez que eu casava, estava bêbado.” Em sua pequena oficina, ele conserta quase tudo. “Só não conserto coração. Coração é aqui do lado”, diz, sorrindo e apontando para a clínica vizinha. *Pronuncia-se iôuiêvét. JLG Eletrônica Rua Joaquim Antunes, 382, Pinheiros Tel.: (11) 3085-2052


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Personagens

Antena

Foto ELLA DÜRST e MARCOS MAGALDI

Por HELENA MONTANARINI

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Ventos do mar

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, escolhemos uma representante, Iemanjá, a rainha do mar. De origem africana, ela é cultuada no mês de fevereiro com inúmeras festas pelo Nordeste do Brasil 3

Brinco de turquesas, madrepérolas e brilhantes, por Alice Penteado @alice_ penteado

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Arco e pente de estrutura de metal com estrelas metalizadas em banho dourado e pedrarias @cancanacessorios

Na medida da moda

Bolsa de palha com tassel de miçanga @_serpui

Esmalte La Petite Robe Noire @guerlain

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Um trimestre de festa para os fashionistas: São Paulo Fashion Week, lançamentos de coleções, showrooms, bazares, e a tendência do see now buy now. Com todos os holofotes voltados para a moda, aQuadra aposta nestas marcas que, apesar de novas, já estão bombando

Vestido Amália @candybrown. official

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Espumante Bottega Gold White 750 ml @grandcruvinhos

Mih Mih Doll Iemanjá @santo.dom.ce

Vaso decorativo de murano colonna @mariapiacasa

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Iemanjá da Casa de Umbanda Preto Velho Rua Campo Alegre, 80, Pinheiros Tel.: (11) 3031-2579

Luminária Piccolo @_lumini

BI RIVETTI Lado Basic Moda sustentável sob as bases do consumo consciente. Nossa ideia é estimular uma reflexão sobre maneiras de bem viver, por isso nossa roupa é versátil e permite inúmeras opções de styling. @ladobasic 3

ROBERTA SOLEIL Le Soleil D’été A Le Soleil D’été é a tradução da nossa forma de viver. Somos nós: Isabella, Flora e eu. Liberdade e mar feitos de linhos, sedas e algodões. Para o inverno, estamos desenvolvendo cashmeres 100% puros com a nossa cara. @le_soleil_d_ete 4

CATHARINA JOHANNPETER E GABRIELA PASCHOAL Pinga Plataforma de moda em que marcas autorais expõem e vendem criações. Além de comercializar coleções no espaço, cuidamos de todo o posicionamento das grifes no mercado. @pinga 2

CARLA DE LIMA RIBEIRO Pair Minha formação foi e continua sendo a Micasa. Em 2018, completo 20 anos na mesma empresa. Na Pair, atendemos clientes variados e estamos sempre em busca de novas histórias que envolvam o universo preto e branco. @_pair 5

DANY CURY Dany Cury Resgato a alma do trabalho artesanal em couro em nossos produtos com design exclusivo. A busca por conforto e beleza resulta em sapatos, bolsas e acessórios elegantes, sofisticados e atemporais. @studiodanicury

Poltrona Alice @firmacasa

Bolo Universo @tammymontagna

Estatua Iemanjá @joavieira

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www.brennheisen.com

@brennheisen

Fotos: Divulgação

EDUARDO TOLDI Egrey A arquitetura modernista do século 20 é a inspiraçãomor de sua linha feminina e da recém-lançada masculina. A cada coleção, o trabalho de um grande arquiteto ou designer é reinterpretado seguindo o preceito da escola Bauhaus. @egrey 1

Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 847 Tel.: (11) 3567-1270 - www.vascovasconcellos.com.br


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Cultura/Artes

Entrevista

Arte x Instagram

Com o filho Luca, de 2 anos, Samy diz que os jovens devem começar a pensar em um plano previdenciário

De que forma o Instagram e outras redes sociais estão inibindo o desejo das pessoas de visitar um museu? O questionamento é feito por Paulo Vicelli, diretor de relações institucionais da Pinacoteca de São Paulo. Segundo ele, é cada vez mais comum a vivência digital adiantar experiências futuras em diversas áreas, não apenas em relação ao meio artístico. Paulo ressalta a importância da publicação de fotos de viagens, obras de arte ou pratos de comida no Instagram, mas crê que nada substitui a experiência real. “A foto pode ser um chamariz para despertar o interesse, mas não pode eliminar a vontade da pessoa de ver aquilo ao vivo. Afinal, chegar a um museu, passar pelo café, pelo jardim, de certa maneira te prepara para a visita”, diz ele. “Em culinária, a foto não te prescinde do ato de provar. No caso do museu também. Ao ver uma exposição toda fotografada por alguém, a princípio você pensa: não preciso mais ver. Mas isso não é definidor. Ao vivo você tem outras sensações, como a questão do tamanho, da luz, do cheiro do lugar, do espaço, das pessoas e de tudo o que está por perto”, explica. Paulo recorre a dois exemplos para explicar a questão. “Há 20 anos, vi obras do Gauguin em reproduções de livro, mas não despertaram meu interesse. Até o primeiro dia em que vi um Gauguin ao vivo, no Museu d’Orsay, em Paris. Aquilo mudou completamente a visão que eu tinha da obra dele. Uma reprodução jamais alcança a experiência do olho em frente a uma obra. Quando viajei para Mianmar, tinha vaga noção do que era. Mas na hora em que cheguei, as coisas tinham uma dimensão, um cheiro e um brilho que eu não imaginava. É muito legal ir para um lugar sobre o qual você não imaginou muito e ser surpreendido durante a visita a uma exposição”, completa.

Ainda que o momento político seja turbulento, é possível guardar dinheiro de forma segura. Samy diz que um dos investimentos menos arriscados é o Tesouro Direto. “É seguro porque você empresta dinheiro para o governo, então é um risco baixo. O mais legal é que ele é bem democrático. A partir de R$ 30 já é possível fazer uma aplicação.” Sobre o investimento da moda, o bitcoin, Samy é definitivo. “O bitcoin é uma moeda virtual, ou criptomoeda. Ela é a mais famosa, mas não é a única. Existem mais de mil tipos. É uma tecnologia incontestável, mas um risco enorme. É um investimento perigoso porque ela tem alta sem fundamentação teórica, não é vinculada à economia de nenhum país nem é regulada por nenhum Banco Central. Três ganhadores do prêmio Nobel falam que bitcoin é uma bolha: Robert Shiller, Richard Thaler e Joseph Stiglitz. No mundo, temos várias histórias de bolhas financeiras. A primeira foi a das tulipas, no século 18, na Holanda. Elas desenvolveram um fungo que as deixou com a cor bonita, e todo mundo queria comprá-las. Obviamente, os preços subiram. De uma hora para outra, uma tulipa valia mais do que uma casa. As pessoas começaram a perceber que aquilo não fazia sentido, e os preços desabaram. Muita gente foi à falência”, relembra Samy. Imóvel quase nunca é um bom investimento. “Financeiramente, vale mais a pena investir o dinheiro do que comprar casa ou apartamento”, diz Samy. Tesouro Direto é No caminho oposto à especulação financeira desinvestimento seguro controlada, está o financiamento coletivo ou crowdfunding. Segundo Samy, projetos coletivos e comuporque você empresta nitários têm funcionado bem no Brasil. “Isso de as dinheiro para o pessoas se unirem para produzir um site, bancar um governo, então é um CD, algo com um quê social é legal, mas não creio que risco baixo. O mais vá substituir o modelo tradicional”, arrisca. legal é que ele é bem

aspas

O economista Samy Dana, apresentador do programa Conta Corrente, da GloboNews, dá dicas de investimento e fala sobre seu bairro do coração amy Dana não para. Está na TV, no rádio, na internet, leciona na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas, dá palestras, presta consultoria, escreve livros e ainda encontra tempo para tocar piano. O segredo é simples: ele economiza no sono. Dorme cerca de três horas por noite. Samy recorre aos capítulos de seu livro mais recente, Pode Não Ser o Que Parece, para explicar tanta disposição. “Em geral, casamento, amigos e relações sociais trazem felicidade. Estudos sobre economia comportamental concluíram que até a frequência de relações sexuais é benéfica. Chegaram, inclusive, a comparar a felicidade de um casal que aumentou a frequência sexual de uma vez para quatro vezes por mês à mesma de receber 50 mil dólares de renda extra por ano”, brinca. Um dos assuntos mais comentados do ano passado, a reforma da Previdência ainda não saiu do papel, mas Samy acredita que é fundamental os jovens projetarem o futuro. “Eles não conseguem guardar dinheiro. Deveriam poupar 20% do salário, mas sei que nem sempre é possível. Então, o ideal é pensar em um plano previdenciário e não em previdência privada. São coisas diferentes. Na maior parte dos casos, previdência privada não é um bom negócio. Apesar dos benefícios fiscais, os bancos cobram tantas taxas que não vale a pena.” E recomenda: “Só faça se não tiver taxa de carregamento e a taxa de administração anual não passar de 0,7% ao ano”.

Passo grande parte do tempo livre fazendo do que mais gosto. É justamente para escrever textos para meu blog sobre cinema que vejo muitos filmes. É um prazer imenso, mesmo que o escolhido naquele dia não seja lá essas coisas. No ano que passou, tive meus preferidos, que podem ser ou não premiados. Não importa. São eles: Dunkirk: vi em Imax, aquela telona e aquele som que parecem engolir a plateia e levar para outra realidade. A música de violinos estridentes e o bater de um coração se aliam a imagens de tirar o fôlego tanto na terra como no ar e na água. Christopher Nolan nos deixa na ponta da cadeira, torcendo para que aqueles pobres ingleses e franceses possam escapar dali. A Forma da Água: do mago diretor mexicano Guillermo del Toro. Posso elegê-lo um dos melhores filmes da minha vida. Uma fábula sobre o amor ao diferente e uma crítica ao nosso mundo, infelizmente, cada vez mais racista, preconceituoso e maldoso. Renée Fleming cantando “You‘ll Never Know”

MÚSICA Phil Collins 24/2, no Allianz Parque @allianzparque Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca Tel.: (11) 4800-6670 Chico Buarque 1/3 a 1/4, no Tom Brasil @casatombrasil Rua Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro Tel.: (11) 4003-1212

é o desfecho que combina com tudo que se viu e sentiu. Uma Mulher Fantástica: do chileno Sebastián Lelio. Faz com que nos intriguemos com uma mulher tão feminina. Uma atriz excepcional, Marina Vidal, entrega-se à sua personagem e empresta a ela uma verdade que tem a ver com a própria protagonista, uma transgênero na vida real. Me Chame Pelo Seu Nome: do talentoso Luca Guadagnino, herdeiro espiritual de Visconti. Trata da história de amor entre um garoto, um efebo grego, e um homem mais velho, belo como um deus. Elegância, sofisticação e um pouco do mundo infantil dão o tom desse espaço erótico que Guadagnino assina. The Post: é um espetáculo encenado por Steven Spielberg, que consegue fazer suspense com um fato jornalístico e histórico. Meryl Streep, essa feiticeira, consegue sempre surpreender. Rouba todas as cenas. Quer me acompanhar? Simples: eleonorarosset.com.br.

Depeche Mode 27/3, no Allianz Parque @allianzparque Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca Tel.: (11) 4800-6670 ARTE Retrospectiva do diretor e roteirista japonês Kenji Mizoguchi Entre fevereiro e março, no IMS Paulista @imspaulista Av. Paulista, 2.424, Bela Vista Tel.: (11) 2842-9120 Aleijadinho De março a junho, no Masp @masp_oficial Av. Paulista, 1.578, Bela Vista Tel.: (11) 3149-5959 Hilma af Klint: Mundos Possíveis A partir de 3 de março, na Pinacoteca de SP @pinacotecasp Praça da Luz, Luz Tel.: (11) 3324-1000 TEATRO Os Vilões, de Shakespeare, com Marcelo Serrado Estreia 28/2, no Teatro Eva Herz Av. Paulista, 2.073, Cerqueira César Tel.: (11) 3170-4059

CRIPTOMOEDAS QUE MAIS SUBIRAM EM 2017 Ripple....................................36.018% NEM ......................................29.842% Ardor ....................................16.809% Stellar ....................................14.441% Dash ........................................9.265% Ethereum ...............................9.162% Golem .....................................8.434% Binance Coin .........................8.061% Litecoin ...................................5.046% OmiseGO ...............................3.315%

1.300% Foi com esse ganho que o bitcoin encerrou 2017 18% Porcentagem de investidores que usam dinheiro emprestado para comprar bitcoins Fonte: Infomoney

Fotos: Divulgação

De olho no futuro

Pinheiros, desde sempre “Nasci na Mourato Coelho com a rua dos Pinheiros. Apesar de já ter vivido em outra área da cidade, no Rio de Janeiro, e em Madri, Pinheiros é o bairro em que mais morei na minha vida. Atualmente, resido no mesmo prédio em que minha mãe. Adoro aqui. Não tenho carro, então ando muito, desço até o Largo da Batata e pego metrô”, diz Samy. Nos passeios com a cachorrinha Hannah, ele tem notado a proliferação de restaurantes variados pelo bairro. “Tem comida russa, polonesa, alemã, peruana, chilena e argentina. Minha principal recordação é um restaurante que não existe mais, o Romanesca, uma cantina italiana que ficava na Mourato Coelho”, relembra. Durante cerca de dez anos, a mãe de Samy teve um café “meio bar, meio empório”, perto da esquina da Simão Álvares com a Cardeal Arcoverde. “Ela servia almoço, então acabei aprendendo a cozinhar”, diz. “Quando eu fazia PhD no exterior, cozinhava todos os dias. Aos domingos, preparava feijoada para os meus amigos. Era engraçado porque não tinha panela de pressão. O feijão pernoitava na água e ficava o dia inteiro. No fim do ano, sou eu quem prepara a ceia para a família”, conta. Samy está otimista com os novos empreendimentos previstos para a região da avenida Rebouças, mas pondera. “É uma vantagem. Isso pode mudar a estrutura urbana do bairro. A minha preocupação como economista é saber se o preço dos imóveis não vai ser exagerado.”

AGENDA CULTURAL Fotos nas redes sociais: divulgação, alienação ou egocentrismo?

DICAS DO OSCAR, por Eleonora Rosset

democrático.

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Por TATIANA REZENDE Foto PAULO GIANDALIA

1838 Estados Unidos: Rua Estados Unidos, 1.838 Jardim América, São Paulo, SP Tel.: 11 3064-0000

1838 Jardim América Rua Colômbia, 100 Jardim América, São Paulo, SP Tel.: 11 2539-8444


Arquitetura/Design

Arquitetura/Design 18

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Fotos VALENTINO FIALDINI

Além do tempo

aspas Tocar uma madeira é como tocar uma mulher. Tem curvas e é sensual.

Uma poltrona e um carrinho de chá dão a pista de quem vive na ampla casa no Jardim Paulistano: o arquiteto e designer Jorge Zalszupin

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uem abre as portas da residência dos Zalszupin é Veronica, a filha mais velha do designer polonês naturalizado brasileiro que chegou ao Brasil após escapar da perseguição aos judeus na Polônia. Entre obras de arte, peças de madeira e porcelana e objetos coletados em viagens pelo mundo, sobram boas lembranças. “Esta casa teve uma vida muito bacana. Além de ser comum meu pai receber clientes em casa, dávamos muitas festas. Éramos famosos por isso. Sem falar que tínhamos espaço para muitos bichos. Era cachorro, gato, papagaio... Tive até um macaco”, relembra Veronica. “Nós nos mudamos para cá quando eu tinha 6 anos, então creio que a casa deva ter uns 58. Ela foi totalmente projetada pelo meu pai. Não tem ângulo reto, é toda arredondada. O teto é maravilhoso, todinho de pinho de riga de demolição. O piso da sala de jantar é de jacarandá. Era muito gostoso dançar neste chão. Há duas peças importantíssimas aqui, que são as pioneiras. Uma é a poltrona Dinamarquesa, que foi a primeira poltrona que meu pai desenhou. Ela está em estado original, é de jacarandá e pinho de riga. É de 1959; até o tecido é original. Ele não quer trocar. A outra peça é o carrinho de chá. Ele buscou inspiração nos carrinhos de bebê poloneses, com essas rodas gigantes”, explica Veronica.

Jorge Zalszupin

Em sentido horário: a clássica poltrona Dinamarquesa, a primeira desenhada por Zalszupin; na sala de estar, o detalhe é o teto de pinho de riga; cadeiras de palha com pés de jacarandá dão o tom na sala de jantar; em cima do móvel, o santuário, representante do barroco colonial brasileiro

Fotos: Gui Gaia; divulgação

Jorge Zalszupin é uma referência do design brasileiro. Nascido em Varsóvia (Polônia), em 1912, e naturalizado brasileiro, influenciou toda uma geração de artistas. Seus móveis e projetos arquitetônicos marcados pela elegância e versatilidade contribuíram para a formação e o desenvolvimento do mobiliário e desenho industrial no Brasil. Além de projetar casas de alto padrão e edifícios comerciais, Zalszupin se destaca no mobiliário nacional. São dele, por exemplo, as poltronas de couro amarelo do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Em 1959, ele fundou a L’Atelier, uma das marcas mais festejadas do design moderno. Alguns clássicos da L’Atelier estão sendo reeditados pela Etel. A atuação de Zalszupin como arquiteto foi extraordinária. Em São Paulo, há importantes projetos, como o famoso Top Center, da Paulista.

Os trabalhos mais marcantes do arquiteto na área do mobiliário: acima a cadeira do STF (Supremo Tribunal Federal), desenhada nos anos 1970, e o clássico carrinho de chá


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Gastronomia

Gastronomia

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Por TATIANA REZENDE Fotos LUCAS LENCI

...DICAS DE MYKONOS, por Mariana Fonseca

Brasileira da alma grega Mariana Fonseca, chef do Myk e do Kouzina, quer expandir o greek lifestyle para além da gastronomia

aspas Sempre gostei de cozinhar, mas não tinha a ideia de trabalhar com isso profissionalmente. Queria mesmo era ser jornalista.

Em sentido horário: Mariana em um dos cantinhos do Kouzina; os amuletos que não tira do pescoço; o olho grego que a protege até em seu dólmã; o molho de tomate Kyknos, o mais tradicional da Grécia, serve como objeto de decoração; o belo ambiente do Kouzina, repleto de detalhes gregos

ABSOLUT MYKONOS Já foi um hotel simples. Hoje, após a reforma, ficou maravilhoso. O único hotel em que você vê o belo pôr do sol da ilha. Tel.: +30 2289 023883 @absolutmykonos

BAR CAPRICE Fica em Little Venice, a baía mais fotografada de Mykonos. Sem dúvida, tem o melhor bar e o melhor som. A DJ Voula é incrível. Tel.: +30 2289 023541 @capriceofmykonos

SEA SATIN MARKET Ambiente superdescontraído com comida grega tradicional. Todos os produtos e matériasprimas ficam expostos em uma grande mesa de mármore. Tel.: ++30 2289 024676 #seasatinmarket

FOKOS Delicioso local em frente à praia com uma vista esplêndida para o oceano. Desfrute das saladas de frutos do mar. Tel.: +30 694 464 4343 @fokos_mykonos

CINE MANTO Belo cenário da cidade, esse local mistura o ambiente de um restaurante com um cinema a céu aberto. Tel.: +30 2289 026165 @cinemantomykonos

Piselli Sud Shopping Iguatemi Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.232 Jardim Paulistano, São Paulo, SP Tel.: (11) 3031-5404

Mik Rua Peixoto Gomide, 1972, Jardins Tel.: (11) 2548-5391

Piselli Jardins Rua Padre João Manuel, 1.253 Jardins, São Paulo, SP Tel.: (11)3031-5404

Fotos: Divulgação

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la não é grega e não tem ascendência grega, mas explica de uma maneira bem inusitada sua relação com o país. “Depois do Ritz de Paris, Mykonos é o lugar em que mais fico à vontade no mundo”, diz, às gargalhadas. “Eu sou simplesmente apaixonada pela Grécia. Tenho casa lá e vou entre quatro e cinco vezes por ano”, completa. Depois de passar pela cozinha de vários restaurantes e ter trabalhado com Giancarlo Bolla – a quem se refere como mestre – Mariana resolveu viajar. Destino: Grécia. Foram cinco anos vivendo intensamente o dia a dia do país de maneira autêntica. “Eles pescam, plantam, colhem, criam a cabra, tiram o leite para fazer o queijo feta, fazem de tudo. Vivenciei cada etapa desses processos. Quando voltei, pensei: é isso o que quero”, diz. Em pouco tempo, abriu o Myk, que define como “comida de produto, fresca, focada em mar, mais baseada nas experiências que tive lá”. Logo depois, veio o Kouzina, “que é uma comida de avó, mais tradicional e saudável”, segundo Mariana. “Sempre gostei de cozinhar, mas não tinha a ideia de trabalhar com isso profissionalmente. Queria mesmo era ser jornalista. Acabei entrando em primeiro lugar na faculdade de administração hoteleira e, logo de cara, tive uma disciplina sobre alimentos e bebidas. Ali descobri minha paixão”, conta. Ainda em fevereiro, a chef inaugura a nova unidade do Kouzina, na rua Francisco Leitão, em Pinheiros. “Lá vai ser bem maior do que o da alameda Lorena. Além de restaurante, teremos espaço para eventos. Outra novidade é o delivery, o primeiro de comida grega da cidade”, revela. Os planos de expansão de Mariana não param na nova unidade do Kouzina. Ainda este ano, ela abre o restaurante em um shopping em São Paulo e, no próximo verão, inaugura mais um, no Rio de Janeiro. Há ainda o projeto de um café na esquina da rua Barão de Capanema com a alameda Ministro Rocha Azevedo e uma série de eventos e projetos para divulgar o greek lifestyle.

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Decoração/Estilo

Decoração/Estilo

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Por TATIANA REZENDE Foto JADE GADOTTI

O maravilhoso mundo de Neco Depois que abandona o lápis, o ilustrador, designer, engenheiro, projetista aeronáutico e especialista em desenho em perspectiva é atraído pelo perigo

Em sentido horário: Neco em frente à maquete e aos desenhos originais do Concorde; o escritório em que ele trabalha durante toda a madrugada; no teto, o Pyxis, microplanador projetado por Neco. Abaixo, uma pequena parte da coleção de aviõezinhos

Em sentido horário, esboço em grafite do Edifício Terra Brasilis, do escritório Königsberger Vannucchi; Edifício Bretagne, de Artacho Jurado; casa na praia das Astúrias, no Guarujá

Aos 22 anos, depois de uma tentativa frustrada na carreira musical – Neco tocava flauta transversal em conservatórios – e da insatisfação com a faculdade de engenharia, retomou o estudo de projetos aeronáuticos que haviam sido deixados de lado. Tempos depois, nascia seu projeto mais ambicioso: o Pyxis, um microplanador de alta performance com 10 metros de envergadura e apenas 25 quilos, operado por controle remoto. Ele pode decolar a partir de um ultraleve ou avião ou ser catapultado em rampas de asa-delta. Patenteado em 1985, o Pyxis voou apenas uma vez, em 1992. Hoje ele decora o teto de onde Neco trabalha todas as madrugadas – ele e a esposa, a ilustradora Maria Eugênia, só vão dormir por volta de seis da manhã. O apartamento, no Jardim Paulistano, é uma mistura de hangar, museu e loja de brinquedos. Lá estão preciosidades como o macacão do cosmonauta soviético Aleksandr Serebrov; a réplica do avião B-29 Enola Gay, que soltou as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki; a maquete e os desenhos do projeto original do avião Concorde, feitos, em 1967, com régua de cálculo; um painel de controle do DC-3 e um do 737; e manches, além de uma infinidade de aeromodelos, miniaturas, bonecos de lata, trenzinhos, navios, bonecos e “pistolas espaciais”. Tudo adquirido em viagens, feiras de colecionadores, antiquários e leilões. Formado em engenharia civil, Neco participou da equipe de criação do barco de Amyr Klink e coleciona prêmios em concursos de design de móveis e objetos. Atualmente, desenvolve projetos imobiliários e perspectivas eletrônicas para grandes incorporadoras. Até 18 de fevereiro o Museu da Casa Brasileira exibe a mostra Desenhando a Cidade, com parte da produção de Neco. Estão expostas mais de 70 ilustrações a lápis feitas entre 1972 e 2016 sobre perspectivas comerciais e edificações construídas na cidade de São Paulo. “No processo de seleção para a exposição, cheguei a um número impressionante. Eu me dei conta de que havia feito 9 mil desenhos, ou seja, um por dia. Ou melhor, por noite, em 40 anos de trabalho”, calcula Neco.

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audácia de Neco Stickel vem desde a infância. “Eu sonhava que era o National Kid. Pousava de peito no asfalto e saía um monte de faíscas”, relembra. O pequeno super-herói cresceu e passou a levar a sério o desejo de ser mais forte do que o céu, o mar e a neve. Ex-surfista de ondas gigantes, Neco é um dos pioneiros do voo livre no Brasil. No fim da década de 1970, criou as primeiras asasdeltas e ultraleves de que se tem notícia por aqui. “Lenta e arriscada”, na definição de Neco, a asa-delta foi logo substituída. Ele queria emoções mais fortes. Depois de realizar o sonho de voar a quase 2 mil km/h no caça supersônico Sukhoi Su-27, na Rússia, e de alcançar o Polo Norte a pé, em uma viagem que durou cinco dias a partir de um ponto ao norte da Sibéria, Neco agora está quase pé no chão. Seu hobby atual é o speed flying, esporte radical praticado em montanhas com um pequeno parapente que atinge grandes velocidades. Em alguns momentos, o condutor chega a tocar o solo. Em janeiro, Neco embarcou para Interlaken, centro dos esportes radicais na Suíça, para voos duplos com seu instrutor.

Rua Canadá, 215, Jardim América, SP Fotos: divulgação

O início A primeira lembrança da paixão pela aviação vem dos 8, 9 anos, quando Neco passava em frente ao aeroporto de Congonhas e se admirava com os Constellation. “Eles ficavam com o rabo no ar. Dava para ver da 23 de Maio”, relembra. Quando tinha 10 anos, o padrinho o ensinou a voar e Neco pilotou pela primeira vez um bimotor de São Paulo ao Rio de Janeiro. “Claro que fui no colo dele, mas lembro da emoção de ter que decidir se eu ia passar por cima, por baixo ou do lado daquelas nuvens imensas.”

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Viver Bem

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Reducetarianismo: redução na medida certa Em meio a uma vida cotidiana atribulada, a busca por uma alimentação rápida, fácil e saudável tem se tornado essencial para muitos. Afinal, todos querem se sentir bem com o próprio corpo e alimentá-lo da melhor forma possível. Neste mundo onde liberdade de expressão é direito de todos, há uma overdose de notícias sobre o que comer, quando e como comer. Ou escolher entre ser onívoro, vegetariano ou vegano. Essas questões de mudança de estilo de vida não são fáceis para muitas pessoas. Para várias delas, um salto da alimentação onívora para a vegetariana soa impossível. Exige uma mudança de estilo de vida tão profunda que muitos são desestimulados. Sabemos que o excesso do consumo de alimentos de origem animal pode trazer malefícios à saúde, propiciando o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, como alguns tipos de câncer, diabetes e hipertensão. Mas será que é preciso tirar todos os alimentos de origem animal da noite para o dia? Se retirá-los, como substituí-los? Pensando nisso, o americano Brian Kateman fundou, em 2014,

a Reducetarian Foundation, organização que estimula moderar a ingestão de alimentos de origem animal, como carne, peixe, frango, ovo e laticínios. Segundo o americano, a abordagem mais suave traz benefícios tanto à saúde como ao meio ambiente. A instituição defende que o melhor jeito de fazer restrições alimentares é de maneira gradativa, em vez de forçar alguém a ser tornar vegetariano ou vegano. O reducetarianismo implica em uma redução do consumo de alimentos de origem animal, seja ela qual for. Peguemos o Brasil como exemplo: desde 2009, o país implementou o programa Segunda Sem Carne, no qual em todas as segundas-feiras há uma busca por refeições livres de ingredientes de origem animal. O reducetarianismo não é bem difundido por aqui, mas o Segunda Sem Carne é um projeto semelhante, no qual a sementinha da iniciativa global já foi plantada. Quem sabe ela não ganha forças para germinar e trazer uma consciência com menos terrorismo alimentar e mais suavidade nas atitudes? Fonte: reducetarian.org

BELEZA CASEIRA marca dela, Regalos da Terra, existe há cerca de dois anos. “Sempre fiz produtinhos para mim e para algumas amigas, que começaram a falar: ‘Faz para vender’. Daí, no fim do ano passado, montamos a feira Sopro e eu resolvi comercializar minhas manteigas para começar. Todas as matérias-primas que uso são de origem vegetal, da Amazon Oil”, diz. Graziela estuda aromaterapia clínica, florais da Amazônia e cosmetologia em uma escola inglesa on-line chamada Fórmula Botânica. Além dos produtos para

Há um ano, um belo casarão impressiona quem passa pelo número 2.059 da avenida Brasil. Espalhada em 2 mil metros quadrados, a Maria Pia Casa desponta como uma das mais completas lojas de móveis e decoração de São Paulo. “Na época em que a loja era no D&D Shopping, muitos clientes achavam que tínhamos apenas itens clássicos”, diz Ana Carolina Pereira Prado Ribeiro, diretora executiva da marca. “Agora, com esse novo espaço, podemos mostrar que temos de tudo: móveis clássicos, contemporâneos, para áreas externas, objetos de decoração, presentes, iluminação e alguns eletrônicos. No caso do mobiliário externo – jardins, piscinas e churrasqueiras – o design é holandês”, completa. São cerca de 15 mil produtos, entre nacionais e importados. “Há peças exclusivas de países como Índia, Indonésia, Polônia, Egito, Alemanha e China e produtos de designers brasileiros, como Bruno Faucz e Gustav Nicolas”, explica Ana Carolina. Além do contato com fornecedores de diversas origens, as novidades são selecionadas em feiras de tendência de mobiliário e design pelo mundo. O responsável pelo clima chique e despojado da loja é o arquiteto e decorador Marco Benedetti, que transforma os ambientes a cada dois meses. Durante o ano, a Maria Pia Casa também promove workshops e eventos. A Maria Pia Casa surgiu, em 2011, como uma loja de decoração on-line. Hoje, além do site e da loja no Jardim Paulistano, dispõe de filiais em Itu e Campinas.

#achamosegostamos...

Abaixo, manteigas da marca Regalos da Terra, totalmente artesanais e feitas com óleos vegetais da Amazônia

Desde que saiu do mercado editorial, Graziela Peres, designer formada em comunicação visual, tem se dedicado a produzir os próprios cosméticos. “Cosmética caseira é que nem cozinhar. Temos que partir do princípio de que a gente não põe na pele nada que não possamos ingerir”, explica. “Depois de mais de 20 anos trabalhando como designer, já satisfeita e querendo outros desafios, comecei a pesquisar plantas medicinais. A cosmética foi entrando durante essa pesquisa, e acabei me interessando por estudá-la profundamente”, conta. A

Dra. Vânia Assaly, médica endocrinologista e nutróloga. Atua na área de medicina funcional e preventiva

a marca, ela divide conhecimento por meio de cursos. Com duração de quatro horas, Graziela ensina os participantes a produzir cosméticos do dia a dia, como pasta de dente, desodorante, xampu, condicionador, manteiga corporal e lip balm.

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Lente

Astros

Fotos PAULO GIANDALIA

Por VALDERSON DE SOUZA Ilustração BRUNA BERTOLACINI

teimosia, o que poderá adiar os projetos em definitivo. É um ano para conter gastos e evitar o supérfluo. O sucesso virá, seja no amor ou nos negócios, muito mais da comunicação de qualidade entre as pessoas do que em ser altruísta e ficar à espera do retorno. Lembre-se de que o signo chinês do Cão, símbolo de inteligência e proteção, também pode transformar o ano em um período sensível, durante o qual todos os que se sentem socialmente excluídos e privados de esperança não hesitarão em exigir mudanças radicais às suas condições de vida para garantir o futuro de seus filhos. Todos os signos verão a beleza e a igualdade progredir, assim como os direitos ambientais. A segurança individual e pública será colocada em xeque durante todo o ano, e tudo irá depender da honestidade e integridade das partes em questão. O cachorro é o signo da fidelidade e da agressividade. O ano será excelente para os nativos de Tigre e Cavalo; bom para os de Coelho e Cachorro; razoável para os de Rato, Serpente, Macaco e Javali/Porco. Mas será um ano será difícil para os nativos de Boi, Dragão, Cabra e Galo.

O arquiteto Candido Malta, que tem como hobby cuidar das rotatórias do bairro

Fernanda Feitosa,

na Etel aQuadra registrou o estilo “dia e noite” de gente que mora, trabalha ou circula pelas ruas e pelos eventos do bairro e dos arredores.

Cor: cinza prata Flor: orquídea Pedra: safira azul Aroma: pinho Chá: camomila

Astral de março Arthur Casas, no lançamento do seu livro na loja Etel

Rita Lobo, na Etel

Direto de Los Angeles para o bairro

Luciana Giannela e Eva Bichucher, no evento da Tamanquerie

Gonzalo Massa, proprietário da badalada loja Mutate Jorge Takla e Leda Senise, no bar Balcão Manoela Fleury e o filho, Otto, em Punta

Catherine Duvignau em road trip até o Uruguai

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Puppy d’Avila, Philippe Albert e Soninha Gonçalves, no La Bourgogne, Punta del Este

Estivemos no mais cool e badalado litoral da América do Sul: Punta del Este, no Uruguai

Carolina Proto, arquiteta nas areias de José Ignacio

Marie Laure Clos Solari, no espaço Coco Beauty em José Ignacio

Astral de fevereiro O mês é aberto com as celebrações da senhora das águas, Iemanjá, e pedidos de proteção para todos. Serve também para lavar as mágoas remanescentes do ano passado. Para nós é tempo de Carnaval, vale-tudo, irreverência e confirmação popular do descompromisso com a realidade. O país parou para as férias escolares, e vamos parar também para celebrar a carne. Este mês é o período zodiacal de Aquário, o signo dos amigos, da política e do futuro. Para os aquarianos, é tempo de brilhar e lacrar em todos os campos. No meio do mês (16) acontece a Lua Nova e começa o ano do Cachorro Amarelo da Terra. O recado do horóscopo chinês diz que, em 2018, todos devem cultivar tolerância e empatia para preservar o equilíbrio e evitar conflitos desnecessários. O ano do cachorro será bom para mudanças de estilo de vida (emagrecer, parar de fumar, mudar de casa etc.) e dar início ao empreendimento dos sonhos. Cuidado com excesso de solidão e

Colaboradores

Publisher e diretora de redação Helena Montanarini

J O I A S PA R A U S A R @ALICE_PENTEADO (11) 98555-5134 | 3742.2134 COLEÇAO NÓS INFINITOS

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Editora convidada Tatiana Rezende (MTB 30560) Diretora de arte Mabel Böger Carrazza

Claudia Fidelis (tratamento de imagens), Gianluca Targino Mosca (produção), Hannah Machado, Luciana Maria Sanches (revisão), Marta Prado, Paulo Giandalia (fotografia), Tracy Bispo da Silva, Valderson de Souza e Valentino Fialdini

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Adriana Gorni comercial@jornalaquadra.com.br

No começo do mês, Júpiter, o regente de 2018 e dono da prosperidade, começa a andar para trás. Isso provocará o retorno de situações que acreditávamos que haviam terminado. Questões jurídicas, acertos financeiros e tudo o que ficou mal resolvido nos últimos sete anos pode reaparecer. Todos os signos vão ter bastante trabalho a fazer e, mesmo com isso, a vida volta à rotina à medida que o mês segue. Na segunda parte de março, temos o Equinócio do Outono, a entrada do Sol no signo de Áries. Os signos de fogo – Áries, Leão e Sagitário – vão sentir aumento das energias e da capacidade de iniciativa, logo, aproveite para abrir portas e conquistar novos espaços. Os nativos dos signos de ar – Gêmeos, Libra e Aquário – vão precisar unir forças com outras pessoas para aumentar as possibilidades de fazer acontecer projetos e poder brilhar excepcionalmente. Os signos do elemento terra – Touro, Virgem e Capricórnio – sentirão uma desaceleração nas atividades profissionais que se revelará positiva por permitir correções necessárias sem atrapalhar o andamento das negociações e do restante da vida. Para os nascidos no elemento água – Câncer, Escorpião e Peixes – o mês será muito bom para questões afetivas: você estará mais acolhedor e vai vencer obstáculos impossíveis. Siga a intuição, mesmo que no primeiro momento pareça ser a atitude mais sem noção a ser tomada. A última semana, para os cristãos, é considerada santa e com ela surgem labaredas de fé e paixão. Os feriados podem ser excelentes para experimentar momentos de reflexão, assim como exercer a espiritualidade participando de celebrações ou retiros. Nessa fase, as emoções ficam extremadas e o melhor para acalmar a ansiedade, para aqueles que podem, é celebrar a ocasião cheios de alegria e chocolate. Cor: vermelho Flor: antúrio Pedra: rubi Aroma: canela Chá: gengibre

Uma boa e santa Páscoa para todos nós! CTP, impressão e acabamento Gráfica LogPrint www.logprint.com.br O jornal aQuadra é uma publicação bimestral da Montanarini Consultoria Editorial Ltda. - ME

Rua Francisco Leitão, 653, 2o andar, conj. 22, CEP 05414-025, Pinheiros, São Paulo, SP, tel.: (11) 3898-3036 CNPJ.: 57.473.407/0001-53

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