aQuadra
OUTUBRO/NOVEMBRO 2018 – 08
O JORNAL DOS JARDINS E DOS ARREDORES
VIDA DE BAIRRO ECONOMIA
GENTE
VIAGEM
CRÔNICA
ESTILO
DESIGN
PRAÇAS
URBANISMO
GASTRONOMIA
COMPORTAMENTO
CULTURA
LENTE
ANTENA
VIVER BEM
INSPIRAÇÃO CONVIZINHO
D I S T R I B U I Ç Ã O G R AT U I TA
Arnaldo Paoliello, 90 anos, arquiteto: uma das nossas entrevistas mais interessantes
Uma frase. Um toque. Mensagem afetiva do fotógrafo Fabiano Al Makul
Maraí Valente abre as portas de seu apê: com espaço, sem portas e sem paredes
Em um ensolarado domingo na praça, a criançada se diverte pintando o sete
O curioso bicho-corredor soma arte e esportes. Criação de Treco, nome com o qual André Farkas assina seus grafites
Fotos capa: Marcos Magaldi; Fernando Lombardi; Paulo Giandalia; Divulgação; desenho do Q: Deco Farkas
EDITORIAL É no equinócio, palavra que significa “noites iguais”, que acontece a mudança da estação: dia 20 de março para o outono; 22 de setembro para a primavera, no hemisfério Sul. É quando a natureza acorda, tudo floresce e a vida volta a sorrir. Foram essa alegria, essa explosão de cores e o alto astral da estação que nortearam a edição de outubro/novembro de aQuadra. Começamos comemorando a chegada da primavera com pais, mães, crianças e muita alegria, em um ensolarado Domingo na Praça, repleto de atividades e diversão. Descolamos flores de papel, origami, recortadas ou pintadas para conviver, sem concorrer, com a beleza dos antúrios, frésias, rosas, orquídeas naturais. Trouxemos a delícia do avocado, salgado, em cumbucas, e listamos os restaurantes que servem gostosuras nesses bowls usados pelos japoneses. Uma comida leve e saudável que, como alerta a Dra. Vânia Assaly, na seção Viver Bem, deve ser consumida desde a gestação. Aproveitamos o astral da primavera para comemorar os 90 anos do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, personagem de uma exposição no Itaú Cultural; e relembramos o belíssimo trabalho do arquiteto Arnaldo Paoliello, que, também aos 90 anos de idade, tem uma prosa deliciosa. Impossível esquecer o perfil da designer Baba Vacaro, o maravilhoso apartamento de Maraí Valente e Luciano Caçolari, entre muitas outras descobertas. Abrindo nossa edição, a matéria “Socorro!” fala do tombamento dos Jardins e da Lei de Zoneamento, e tenta explicar, de maneira simples e didática, o que pode e o que não pode ser modificado no bairro. Isso porque temos fundamental importância para a saúde ambiental da cidade. Não! Não esquecemos o Outubro Rosa, e apresentamos o Instituto Protea, fundado para ajudar mulheres de baixa renda portadoras de câncer de mama, uma bela iniciativa de Gabriela Anticci. Divirtam-se com as aventuras da Chica, personagem da Crônica. Deco Farkas, o autor do Q desta edição, buscou deixar evidente que sua colagem foi feita com materiais reais, com volume, amassados, sombras etc. Auguri! Helena Montanarini
PADRINHOS
Alice Penteado Cynthia Parodi Cutait Liliana e Lili Tuneu Vânia Assaly
Crônica
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Por HELENA LUNARDELLI Foto PAULO GIANDALIA
A vida social da Chica Sábado, 11h00
O dia estava lindo em alto-mar! Deitada, sentindo a brisa que soprava no barco em movimento, tive de criar coragem para me levantar a fim de registrar tamanha beleza. Ao sacar o celular para fazer a foto, deve ter batido uma brisa de sinal, já que ele havia tempos não pegava. Uma, duas, dez... vinte mensagens entraram de uma só vez. Em pleno sábado à tarde, logo pensei que os grupos do WhatsApp estavam animados! Começo a ler as mensagens e, de cara, vejo que muitas eram do Ciro, meu amigo que, supostamente, estaria hospedando na casa dele, no final de semana, a Chica, minha vira-lata. Mensagem 1: A Chica não está no quintal da casa vizinha! (a casa é do André meu primo, ela passaria a noite lá, e o Ciro a buscaria no dia seguinte cedo). Mensagem 2: Helena, aqui é o Jô, da Casa Europa, a Chica veio aqui hoje, ficou sentada no terraço um tempão, e depois foi deitar no mercado. Nós ficamos esperando você aparecer, mas você não veio. Mensagem 3: Helena, aqui é da lanchonete Bombom, a Chica veio várias vezes aqui hoje, e ficou recebendo carinho dos clientes na calçada. Mensagem 4: Helena, aqui é a Fê, a sua vizinha postou no Facebook que a Chica estava deitada na porta da sua casa, e que depois de algum tempo levou ela para a casa dela, mas, como não tem seu número, está perguntando quem tem para ela poder te ligar. Mensagem 5: Oi, Helena, aqui é a Mari, sua vizinha. A Chica estava deitada na porta da sua casa, toquei a campainha e, como não tinha ninguém, trouxe ela para a minha casa. Ela está ótima. Me liga quando puder. Ligação 1: Alô, Mari? Não acredito que a Chica passeou pelo bairro inteiro e agora está aí com você! O Ciro, meu amigo, que foi buscar ela na casa do André, está desesperado atrás dela. Vou avisar ele. Ligação 2: Ciro? A Chica está com a Mari, minha vizinha, e está bem. Nossa, que susto! E o Ciro responde: Então estou indo buscar... E eu falo: Espera, vou ver com a Mari se tudo bem você passar lá agora. Ligação 3: Alô, Mari? Sem palavras para te agradecer... O Ciro, meu amigo, está indo buscar a Chica agora. E a Mari: Ela é tão fofa e tão boazinha. Já comprei ração e tigelinha para ela. Está deitada aqui tão tranquila. Deixa ela aqui? Ligação 4: Ciro? Não precisa ir buscar a Chica. Ela vai passar a noite na casa da Mari, amanhã à tarde eu chego de viagem.
Sábado 17h00
Perdi a foto, mas ganhei uma família. A Chica passa muito bem e, incluindo a Mari, todo mundo que nos vê passeando se oferece para ficar com ela quando eu precisar. Vizinhos, guardas, manobristas... cada um tem sua relação de carinho com ela. A Chica escapou da casa do André porque, além do vão no portão, ficar preso é para quem quer fugir. A Chica passeia. E no bairro ela tem vida social própria.
HELENA LUNARDELLI é florista e trabalha com marketing para marcas como FIT e Cris Barros
Foto: Divulgação
Colaboradores
Formado em artes plásticas pela Faap, André Farkas trabalha com vídeo, animação, desenho, pintura e muralismo, muitas vezes misturando linguagens para produzir algo puramente refrescante. Aqui, desenhou o Q que ilustra o Editorial.
Formada em psicologia e psicanálise, Vera Cortez estudou técnica em joalheria no Brasil e em Londres e cria joias únicas com soluções sustentáveis. Para esta edição, fez com ouro e ônix, as medalhas da seção Astros.
Marcos Magaldi é fotógrafo há mais de 45 anos. Começou em jornalismo, depois em publicidade. Lecionou fotojornalismo e fez exposições no Masp, MARGS e MIS Nesta edição, clicou o arquiteto Arnaldo Paoliello.
Fernando Lombardi, desde 1990, se divide entre Milão (onde mora), São Paulo e Trancoso e fotos de moda, still e beleza. Aqui, são deles as fotos da matéria Espaço Escancarado.
Paulo Giandalia foi repórter fotográfico no Jornal da Tarde. Cobriu a Olimpíada de Sydney para o UOL. Publicou o livro Mestres do Salão, com Thomaz Souto Corrêa e Renato Pasmanik. Seu olhar está em imagens de inúmeras matérias.
Mineira, moradora de São Paulo, Manoela Beneti é arquiteta apaixonada pela profissão e especialista em interiores. Acredita em sensibilização pela arte. Vez ou outra, faz o papel de jornalista, como na matéria com Arnaldo Paoliello.
Vida de Bairro 6
Por MAIÁ MENDONÇA
Socorro!
Nosso Jardim Paulistano está vivendo uma situação delicada, e precisa de atenção e cuidado
E ficou decidido que: Ficam tombados, na área dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano, os seguintes elementos: 1. O atual traçado urbano, representado pelas ruas e praças públicas contidas entre os alinhamentos de lotes particulares;
O Jardim Paulistano, assim como seus vizinhos Europa e América, cumpre um serviço ambiental inestimável para a cidade, pela densidade de sua área verde, que funciona como um pulmão em uma São Paulo que se transforma em uma câmara de gás
Fotos: Helena Bocaiuva
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osso tranquilo bairro arborizado, residencial, e uma das poucas áreas verdes da cidade, corre o risco de ver seu perfil, desenhado em 1912 pela Companhia City (inicialmente City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited), quando ela iniciou a urbanização de vários bairros de São Paulo, modificado. Para pior. No começo do século passado, ao desenhar os novos bairros, os urbanistas ingleses contratados pela City determinaram uma série de regras que deveriam ser cumpridas. Essa regulamentação sempre foi respeitada, quase como um acordo de cavalheiros. Em outubro de 1968, foi criado o Condephaat, Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, órgão subordinado à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, com a função de identificar, proteger e preservar os bens móveis e imóveis do patrimônio histórico, arqueológico, artístico, turístico, cultural e ambiental do Estado de São Paulo, dotada da capacidade legal de tombar tais patrimônios. Também tem o poder de definir a promoção e a proteção desses lugares. Quatro anos mais tarde, foi promulgada a primeira Lei de Zoneamento da Cidade, que manteve as determinações da Companhia City. Até que, em meados de 1980, o prefeito Paulo Maluf decidiu que implantaria um shopping center onde hoje está o MuBE, Museu Brasileiro da Escultura. Tamanho absurdo provocou alvoroço no bairro, a ponto de um grupo de urbanistas e advogados e população resolver formatar, em poucas palavras, um ato jurídico e colocar no papel o “acordo de cavalheiros”, que imediatamente foi aprovado.
Vida de Bairro 2. A vegetação, especialmente a arbórea, que passa ser considerada como bem aderente; 3. As atuais linhas demarcatórias dos lotes, pois são também históricas essas superfícies, sendo o baixo adensamento populacional delas decorrente tão importante quanto o traçado urbano. O artigo 2.º desse ato diz que a área de tombamento está contida no polígono formado pela interseção dos eixos das seguintes vias: rua Estados Unidos, avenida Rebouças, avenida Brigadeiro Faria Lima, avenida Cidade Jardim e avenida Nove de Julho, estendendo-se até a avenida República do Líbano e a rua Brigadeiro Luís Antônio. Parece complexo? Não é. É de uma clareza cristalina. E nesse documento, de cinco páginas, em linguagem simples, fica especificado o que pode e o que não pode ser feito nos Jardins. Não apenas em termos de traçado urbano, mas de utilização (residência unilateral, ocupação do terreno, ajardinamento etc.). O ato jurídico foi imediatamente aprovado e está vigente até hoje, quando alguns poucos decidiram “discutir” deliberações “indiscutíveis”. Com a intenção de ajudar os moradores do bairro, aQuadra redesenhou o mapa do Jardim Paulistano, apontando (como em sua versão original), quais são as Zonas Exclusivamente Residenciais (ZERs) e a Zona Centralidade Linear, classificada em dois tipos, ZCLz-I e ZCLz-II, que diferem apenas quanto às atividades permitidas nos lotes e imóveis. E também especificar os usos autorizados em cada uma delas. Segundo a arquiteta urbanista Lucila Lacreta, que trabalhou na Prefeitura por décadas e milita no Movimento Defenda São Paulo, é tudo muito simples: basta seguir a regulamentação do Condephaat, um ato jurídico tão bem elaborado que não deixou brechas para interpretações. “Os Jardins cumprem, hoje, um serviço ambiental inestimável para a cidade”, diz ela, alertando para o fato de que São Paulo está se tornando uma câmara de gás, devido à falta de verde.
Mapa meramente ilustrativo da Associação dos moradores do Jardim Paulistano
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A área amarela do mapa acima demarca o Jardim Paulistano. Pelas bolinhas pretas que marcam os eixos de interseção, é possível notar um exemplo: na parte inferior da Sampaio Vidal, o zoneamento é diferente do resto da rua
Atividades permitidas nas Zonas Centralidade Linear ZCLz-I e ZCL-II
Fotos: Divulgação
É bom ter em mente que as atividades listadas a seguir são permitidas apenas nos trechos que atravessam ou circundam as Zonas Exclusivamente Residenciais (ZERs). Ou seja: nas avenidas como Brasil, Rebouças, Faria Lima e Europa ou em alamedas como a Gabriel Monteiro da Silva. Essas zonas foram determinadas pela Lei de Zoneamento e chamadas de ZCLz-I e ZCLz-II. Nelas, os usos não residenciais de incomodidade e densidade baixas, passíveis de conviverem com o uso residencial, são definidos de modo cuidadoso, de forma a incluir as atividades necessárias à sustentabilidade dos bairros residenciais. Devem estar de acordo com as determinações do tomba-
mento. A lista é a seguinte: • Antiquários, farmácias, drogarias, perfumarias e cosméticos; • Jornais e revistas; • Móveis, tecidos e objetos de decoração e presentes; • Showrooms, exceto de motocicletas; • Espaços para exposições, museus, pinacotecas; • Agências de correios, delegacias de polícia; • Pensionatos, pensões; • Centros de diagnóstico, laboratórios de análises clínicas, consultórios, clínicas dentárias e médicas sem internação, consultórios, clínicas veterinárias • Agências bancárias, de câmbio e de turismo; • Escritórios administrativos, sem operação de venda de mercadorias; empresas, agências de publici-
dade e propaganda, escritórios de profissionais liberais, técnicos ou universitários. Financeiras, imobiliárias e departamentos imobiliários de empresas construtoras, corretoras de imóveis e de seguros, administradoras de bens e incorporadoras; escritórios de projetos, auditoria, consultoria e assessoria, consulados e representações diplomáticas; • Estacionamento de veículos, estúdios fotográficos; • Creches, orfanatos, parques infantis; • Bibliotecas, educação pré-escolar, escolas de línguas e de informática com frente para essas vias. Obs.: o que já existia no bairro, antes da vigência da Lei de Zoneamento, pode ser mantido.
TROCA DE GUARDA
Como moradora, Daniela Cerri Seibl considera importante o cuidado com o local onde vive e busca zelar pelo bem-estar do Jardim Paulistano. Convidada para assumir a presidência da AME Jardins, associação apartidária e sem fins lucrativos que objetiva a preservação da região, ela acompanha todas as reuniões e representa a diretoria perante os órgãos públicos. No Jardim Paulistano, consegue ter um estilo de vida tranquilo, e revela que “o que mais gosto é que, mesmo a região sendo uma ZER, zona residencial, está próxima do comércio de Cerqueira César e Pinheiros”, afirma. AME Jardins Rua Estados Unidos, 1205 Jd. América Tel.: (11) 3097-0911 amejardins.com.br
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Vida de Bairro
Domingo na praça
PARA OS PEQUENOS
O primeiro dia da primavera, foi ensolarado, com o céu de um azul impecável e com calor na medida, e levou para a praça Gastão Mesquita pais, mães, crianças, brinquedos, comidinhas, sorvetes, sucos e muita alegria. Aqui os moradores vivem as delícias de um bairro tranquilo
O Problema, Mariana Caltabiano, Editora Matrix Um menino vê um monstrinho sobre a cabeça das pessoas com quem quer conversar, e trava! É preciso ajudar o garoto. amazon.com.br
Aqui, Bem Perto, Alexandre Rampazo, Editora Moderna Texto e imagem tocam as emoções do leitor ao evocarem os afetos da infância, como a relação de um menino e seu ursinho. amazon.com.br
Mariza Abbondanza está esperando o quinto filho, e levou para a praça seu livro Dêxa Eeuuu!, com receitas que podem ser feitas com a garotada. O filho, Felipe, que inspirou o título por pedir “deixa eu fazer”, tentava vender o livro da mãe. aQuadra levou papel, giz de cera e canetinhas coloridas e chamou a molecada para desenhar. Tarefa difícil manter as crianças quietas. O resultado foi colorido e divertido. Felipe exibe o monstro que desenhou
Letra e Palavra, Paulo Tadeu, Editora Matrix Nesse livro em forma de caixinha, a criança aprende as letras do alfabeto de um jeito divertido Booktoy.com.br
Paixão verdadeira pelo trabalho é algo que Beatriz Conde tem de sobra. Quer prova? Ela estava no hospital prestes a dar à luz, com o celular na mão, acompanhando os eventos do Buffet Grecco Coppola, do qual é sócia. “Meu marido disse: você está tendo um filho, pare de trabalhar! Eu respondi: mas o bebê não nasceu ainda”, conta. Mãe de Luís Augusto, de um ano e meio, Beatriz faz de tudo para conciliar a vida familiar e o trabalho. Fica com o filho durante a semana, volta para almoçar em casa com marido e filho, desliga o celular. “O que importa para mim é qualidade”, comenta.
O Buffet Grecco Coppola surgiu quando ela era pequena. A mãe e a tia quiseram que a avó de Beatriz se ocupasse e a incentivaram a fazer comidas congeladas para vender. Uma coisa levou a outra e, em pouco tempo, a família estava organizando festas para 2 mil pessoas. “‘Quem é Grecco Coppola’, me perguntam. É o sobrenome de solteira da minha avó.” Em 2013, Beatriz e o primo Paulo decidiram reinaugurar o bufê fechado em 2004. “Faz cinco anos e eu não penso em voltar para o direito”, diz. É ela quem cuida do marketing, comercial, financeiro e administrativo, enquanto Paulo é responsável por manter viva a essência culinária da família. “Nossa marca registrada é a
Beatriz e o filho Luís Augusto
comida italiana contemporânea, farta, gostosa e com apresentação impecável. Este ano, Beatriz teve o seu “terceiro filho”. Criou o Grecco Piccolo, focado em festas infantis. “A ideia surgiu quando organizei o aniversário de um ano do meu filho.” E provou que é realmente incansável. @greccocoppola
Fotos: Paulo Giandalia; divulgação
Mãe de três
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Nasce uma estrela
Delícias orgânicas
Foi pensando nas pizzas e macarrões instantâneos que as mães acabam servindo para seus filhos por total falta de tempo que Mariangela Tranchesi decidiu abrir a Small Bites, comida congelada orgânica para crianças. “Sempre gostei de cozinhar, e foi preparando pratos para meus netos que tive a ideia”, conta Mariangela, que foi estudar o assunto e, utilizando apenas ingredientes orgânicos de qualidade, leite sem lactose, caldos caseiros, manteiga sem sal de qualidade e com baixíssimo sódio, cria pratos com grande valor nutritivo. Um exemplo? Suas almôndegas e hambúrgueres misturam a carne a uma massa de legumes que faz com que eles fiquem macios e saborosos. As criações são vendidas em porções, para que a mãe possa escolher aquilo de que o filho gosta, sem desperdício, também em kits montados. E ela só trabalha com pratos salgados. “Criança tem de comer fruta”, acredita ela. A venda é feita por internet (cartão de crédito) ou WhatsApp (depósito bancário) com entrega para toda a cidade de São Paulo e ABCD.
Fotos: Divulgação
WhatsApp: (11) 99999-2001 smallbytes.com.br
“Ela é movida pelo amor e pela paixão”, diz Renata Bigio sobre a filha, Ana Clara. Com apenas doze anos de idade, a atriz mirim coleciona musicais de peso no currículo: fez Um Sonho de Natal, participou de A Megera Domada e, agora, está em cartaz com o sucesso de bilheteria Annie. Tudo começou na escola, quando Ana passou a se destacar nas aulas de teatro. “Os pais dos alunos viram uma peça que minha filha fez no colégio e ficaram impressionados com seu talento, aí decidi matriculá-la em uma escola de musicais”, explica Renata. A rotina de Ana Clara, que está no oitavo ano de uma escola internacional em São Paulo, é repleta de aulas de canto, interpretação e sapateado. E ela adora. Aproveita para encontrar as amigas atrizes e fazer aquilo de que mais gosta: cantar e dançar. “Minha filha ainda consegue ser uma aluna excelente, só tira nota A no colégio”, diz a mãe. “Ela ama o que faz. Chega em casa cantando, faz lição cantando e toma banho cantando”, finaliza Renata, com visível orgulho. @anaclaramartins.oficial
Aos 12 anos, Ana Clara é uma revelação no teatro musical. E passa a vida cantando
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Colecionadora de excentricidades
RECEITA NHOQUETES DE BATATA-DOCE De Ana Soares, da Mesa III Rotisserie
OUTUBRO ROSA
Protea é a flor que representa a transformação, a esperança e a força. Foi ela a escolhida por Gabriella Antici para batizar o instituto que criou após descobrir um câncer de mama que havia voltado. Mas Gabriella não se deixou abater. Com a ajuda de mulheres que passavam pelo mesmo problema, que tinham experiência em organizações sociais, e de um conselho formado por renomados oncologistas e mastologistas, inaugurou o Instituto Protea, em junho de 2018.
ela encontrou algumas raridades. Na sala de estar, há uma mesa de madeira marchetada em madrepérola feita por artesãos sírios; um sofá Luís XV; a estátua de um monge da Birmânia e uma mesinha de centro feita de mosaicos de vidro, da Maison Mercier Frères. Há obras de arte por todos os lados. Uma das mais especiais é a fotografia de Pablo Picasso em preto e branco clicada pelo espanhol Roberto Ottero. Na prateleira de livros, há mais de vinte títulos dedicados ao artista. Juliana Benfatti inaugurou sua primeira loja na Rua Itapirapuã e, na década de 1990, mudou o espaço para o número 170 da Rua Joaquim É sabido que, quanto antes a doença for diagnosticada, mais fácil o tratamento. Que as chances de cura são de 95%. E que 25% das mulheres vítimas da doença morrem por falta de exames preventivos e de recursos, assim como pela morosidade do sistema público de saúde brasileiro. A proposta do Instituto Protea (organização não governamental sem fins lucrativos) é, por meio de doações, ajudar as mulheres a ter acesso rápido ao tratamento e aumentar suas chances de cura.
Institutoprotea.org.br Tel.: (11) 96434 - 6436
O apartamento de Juliana Benfatti reúne peças garimpadas ao redor do mundo, como sofás, vasos e mesas. Há, também, obras e livros de arte por todo lado.
Antunes. Em 2003, estreou o Juliana Benfatti Antiguidades e Excentricidades, na Sampaio Vidal, a alguns metros de onde vive. Lugar, aliás, pelo qual ela é apaixonada desde que se mudou para cá. “Cresci na Vila Mariana, mas conheci os Jardins quando comecei a estudar no Dante Alighieri”, revela. “Daqui eu não saio”, diz ela. “Não há lugar melhor em São Paulo.” Juliana Benfatti R. Sampaio Vidal, 786, Jardim Paulistano Tel.: (11) 3083-7858 julianabenfatti.com.br
Ingredientes 3 colheres de sopa de parmesão ralado 3 colheres de sopa de manteiga 3 colheres de sopa de amido de milho 1 xícara de farinha de trigo 1 ovo 1 kg de batata-doce (branca ou roxa) Modo de preparo Cozinhar a batata-doce com casca, escorrer, descascar e espremer. Ainda quente, adicione a manteiga e o parmesão, e amasse bem. Acrescente o restante dos ingredientes, dando o ponto com a farinha de trigo (aos poucos). Faça cordões, pulverizando a farinha, e corte os nhoques. Cozinhe em água fervente temperada com sal grosso. Escorra e passe em óleo para não grudar. Molho de manteiga de sálvia Ingredientes 200 gramas de manteiga (em temperatura ambiente) 10 gramas de sálvia picadinha 10 ml de azeite Sal, pimenta moída na hora e noz-moscada a gosto Modo de preparo Misture, na manteiga amolecida, a sálvia bem picada e o azeite. Tempere com sal, pimenta e noz-moscada a gosto.
Fotos: Romulo Fialdini; divulgação
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udo é precioso no apartamento de Juliana Benfatti. E, por precioso, entendem-se peças carregadas de história, de memória. O prédio por si só, construído na década de 1950, é uma joia rara. É no primeiro andar do pequeno edifício de quatro pavimentos que Juliana vive desde 1979. “Meus dois filhos cresceram aqui e brincavam na pracinha do bairro”, relembra. Com 110 metros quadrados, paredes pintadas em um tom dourado-ocre, o apartamento reúne objetos e mobiliários garimpados ao redor do mundo.Viajante nata, ela vai à França, Inglaterra, Itália, Bélgica, Índia e Marrocos. E foi durante essas andanças que
Vida de Bairro
Doceira de mão cheia
Mariza Sá Fortes Chuairi abriu seu ateliê de doces em 1963, em sociedade com a irmã Therezinha Pereira, quando a maioria dos casamentos acontecia em casa e todo mundo conhecia uma cozinheira com boa mão para doces. Visionária, percebeu que aquele cenário mudaria e, se no começo atendiam a pequenas festas, hoje, sob o comando das filhas e sobrinhas Angela, Marcia, Sandra e Silvia, é raro não encontrar uma mesa de doces e bem-casados divinos com a assinatura Mariza Doces. Foi ela que inventou as mesas de doces feitos com receitas exclusivas, sabores e
Bom gosto e criatividade
cores, e decoração muito sofisticada. Atendendo a pedidos, em 2000 abriram uma loja em Pinheiros. E agora ninguém precisa esperar pela próxima festa ou casamento para se deliciar com suas criações. Atelier Mariza Doces Rua Padre Garcia Velho, 56 Tel.: (11) 3815-6699 marizadoces.com.br
Com certeza, você já cruzou com um caminhão baú verde-escuro, com o perfil de uma mulher nobre desenhado, escrito Dona Filipa. É ele que transporta toda a decoração – pratos, taças, talheres, móveis – que faz o sucesso de uma festa. A empresa, batizada em homenagem a Filipa de Lancastre – princesa inglesa casada com dom João I, que levou para Portugal os bons modos à mesa, o uso dos talheres e das baixelas –, foi criada em 2008 por Olga Amato, com a proposta de adicionar algo mais a uma ambientação: cores, formatos e variedade de utensílios para a decoração e para a mesa.
A boa do mês
DFilipa Rua Wisard, 540 Tel.: (11) 3031-2999 dfilipa.com.br @dfilipa
O edifício Santos Augusta acaba de ganhar uma novidade: o Perseu Coffee House, espaço que tem tudo para virar referência na cena gastronômica paulistana. O menu de bebidas leva a assinatura do barista e mestre de torra Toni Rodrigues e oferece cinco métodos de extração diferentes de café. Entre os destaques, há o espresso Perseu e dois microlotes de torra média: o Crater, com notas amendoadas e achocolatadas, e o Andrômeda, com aroma de frutas vermelhas e notas cítricas. Para acompanhar, há os quitutes da casa, a exemplo do bolo de chocolate com café e licor e do sanduíche de bagel com salmão e molho dill, entre outras comidinhas. O café estreia com uma exposição feita em parceria com a Galeria Luciana Brito e sediará mostras temporárias a cada três meses.
De olho na tela
Em parceria com a Universal Pictures, o Cinemark do Shopping Iguatemi apresenta o Festival Kids, Serão exibidos, de 22 de setembro a 4 de novembro, animações como Meu Malvado Favorito, Pets – A Vida Secreta dos Bichos e Meu Malvado Favorito 3. Confira. Shopping Iguatemi Av. Brig. Faria Lima, 2232 Jd. Paulistano Tel.: (11) 3037-7001 iguatemi.com.br
Perseu Coffee House Alameda Santos, 2159, Hall Santos Augusta Tel.: (11) 4420-3136 perseucoffeehouse.com.br
Sotaques e sabores
Fotos: Romulo Fialdini; Jade Gadotti
Com muito charme e criatividade, a D. Filipa pensa em todos os detalhes para criar um ambiente sofisticado e aconchegante.
Hora do café
O Iguatemi São Paulo promove a primeira edição do Fashion & Music, com o objetivo de gerar experiências marcantes para os seus clientes. Serão quatro dias de ativações espalhadas pelo shopping: Oficinas de DJs, palestras, exposições, desfiles com pocket shows, picture spots e workshops. O evento acontece de 18 a 21 de outubro.
Quem entra na colorida Mercearia do Conde, na esquina da Sampaio Vidal com a Joaquim Antunes, mal consegue imaginar que, há 26 anos, o local era de fato uma mercearia. Em 1991, a casa estreou como um empório: cereais, frutas, pães, vinhos, café e até jamón espanhol. “Aos poucos, os clientes começaram a pedir sanduíches. Depois, passamos a deixar tortas salgadas no balcão e a coisa foi evoluindo”, diz Maddalena Stasi, que inaugurou o
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mercadinho com a ex-sócia, Flávia Marioto. Filha de um italiano do sul com uma baiana, Maddalena cresceu em uma família gourmand. “Fazíamos massa em casa, e, quando
abri a mercearia, minha mãe mandava vatapá, bobó e panelas enormes de bacalhau”. E foi com essa mistura de sotaques e sabores que a cozinha do restaurante ganhou vida. O menu apresen-
ta essência multicultural, mas a alma do restaurante é mesmo brasileira. “Nossas receitas ou são nacionais ou feitas com ingredientes típicos do nosso país”, revela. Tal brasilidade é evidente em todos os cantos. A fachada coloridíssima anuncia uma vibe tropical. No interior, as toalhas de mesa são pintadas à mão, bandeiras de Santo Antônio e móbiles coloridos pendem do teto. Todos feitos por artesãos e à venda. Neste outubro, Maddalena aproveita para organizar, no restaurante, um brechó: o “Poucas e Boas”, com venda de algumas peças selecionadas.
Maddalena Stasi criou um restaurante -mercearia único que combina boa comida e espaço agradável Mercearia do Conde Rua Joaquim Antunes, 217 Tel.: (11) 3081-7204 merceariadoconde.com.br
Vida de Bairro
O fotógrafo de homens e almas
Com uma câmera fotográfica nas mãos, Fabiano Al Makul tem um único objetivo: revelar a própria alma por meio de imagens. Formado em economia, ele fez seu primeiro registro artístico em 2010. Três anos mais tarde, decidiu dar um passo além e organizou a primeira exposição individual em São Paulo. “Gosto de música e poesia desde sempre. Toco piano, violão e cavaquinho, mas é a fotografia que me ajuda a traduzir visualmente minha absoluta paixão pela arte”, revela. Pensando em ter um lugar próprio
onde pudesse trabalhar, ele alugou uma casinha charmosa em Pinheiros, na Rua Cônego Eugênio Leite. “Sempre quis ter uma casa amarela e encontrei uma aqui no bairro. Tem um pé de jasmim e é onde eu passo 80% do meu tempo”, explica. O local foi batizado carinhosamente de “Casa Rosa Amarela”, e sedia desde saraus até rodas de música organizadas por Fabiano. Fabiano caminha a pé pela região com sua câmera fotográfica a tiracolo. Durante os passeios, fotografa cenas cotidianas que, para muitos,
www.brennheisen.com
@brennheisen
Arte no sangue
O fotógrafo Fabiano Al Makul inaugurou o ateliê Casa Rosa Amarela, onde trabalha e organiza saraus
Deco Farkas é neto de Thomaz Farkas, fundador da Fototica, e fotógrafo renomado. Filho de Kiko Farkas, designer gráfico, sobrinho de Pedro, fotógrafo de cinema, e de João, fotógrafo reconhecido nacional e internacionalmente. André, que assina sua arte de rua como Treco, escolheu o grafite para se manifestar. É ele que assina a fachada da loja da Drastosa, na Vila Romana. “A ideia para o mural partiu da ideia de que a arte envolvesse o esporte. Gosto de juntar seres, misturar bichos e elementos para criar algo novo e curioso, que desperte a atenção do espectador”.
passariam despercebidas. “Minhas imagens surgem de forma intuitiva e nada sistemática. Meu objetivo é captar a alma das coisas e contar histórias com cenas do dia a dia”, finaliza. fabianoalmakul.com.br
Fotos: Divulgação
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Fotos PAULO GIANDALIA
Tudo são flores
FLORES DO BAIRRO
Carmem Rein faz flores gigantes de papel krepon
Fleur Design Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1326, Jd. América Tel.: (11) 3063-4343 fleur.design @_fleur.design
Para celebrar o desabrochar desta primavera, apresentamos o trabalho caprichoso de artistas que não encontram limites na criatividade e confeccionam, com as próprias mãos, arranjos de origami, de papel crepom ou pintados com tons que vão do lilás ao verde-água
Amapá Flowershop Rua Padre Artur Somensi, 85, Vila Madalena Tel.: (11) 2372-6540 amapaflowershop.com @amapa_flowershop Bothanica Paulista Rua Mourato Coelho, 604, Pinheiros Tel.: (11) 3037-7401 bothanica.com.br FLO Atelier Botânico Rua Delfina, 115 Vila Madalena Tel.: (11) 2589-6116 atelierbotanico.com @floatelierbotanico A Bela do Dia Rua Mourato Coelho, 1003, Pinheiros Tel .: (11) 2935-0282 abeladodia.com @abeladodia Fulô: Rua Coronel Rafael de Castro Bueno, 151, Vila Leopoldina Tel.: (11) 3831-6769 fulo.com.br @fulo_flores
COM FLOR E COM AMOR Verônica Jamkojian e suas coloridas flores de origami
Foto: Divulgação
Verônica Jamkojian
Tudo começou há trinta anos, quando Verônica ainda trabalhava com animação. Na época, ela participou de uma oficina de origami e foi paixão à primeira vista. Em pouco tempo, descobriu um novo hobby e também um talento. Uma coisa levou a outra, e a artista passou a ser convidada para criar origamis para casamentos, aniversários e outros eventos. E não parou por aí. “Decidi inovar e criei os ‘oribanas’, um mix entre ikebana e origami. Fui pioneira nessa técnica”, conta. Hoje, ela desenvolve buquês, arranjos e vasos feitos caprichosamente de papel com a técnica das dobraduras, do caule à pétala. @veronicajamkojian
Carmen Rein
Ela é uma artista completa. Pinta, ilustra, costura, faz cerâmica, joias e estamparia. Mas é conhecida mesmo por suas flores gigantes feitas de papel crepom, que já foram expostas em vitrines de lojas paulistanas e até no Conjunto Nacional. “Um dia, olhei para o teto do meu apartamento novo e pensei: queria uma flor gigante bem aqui. Foi assim que comecei”, explica. As flores são feitas de papel crepom no ateliê dela, em um processo supermeticuloso. São várias as espécies reproduzidas: desde orquídeas e papoulas até a flor de maracujá. Plantas que impressionam pela delicadeza, pelos tons
Fábio corta, recorta, pinta licônias, proteas em arranjos belíssimos
vibrantes e pela atenção de Carmen aos detalhes. @carmen.barboza.rein
Fábio Martinusso
Em seu estúdio, Fábio transforma costelas-de-adão, licônias, proteas, orquídeas, bromélias e latanias em criações diferentes de tudo o que você já viu. Recortadas e pintadas manualmente, essas espécies dão origem
a composições tropicais e contemporâneas. Todos os arranjos são feitos sob medida para os clientes. O cliente escolhe, no máximo, tamanho e cor do arranjo. “Meu estúdio não é uma floricultura, então não produzo em massa. É tudo artesanal, e os clientes me dão total liberdade criativa. Eles sempre são surpreendidos positivamente”, diz. @dofabio
Astromélias, rosas, orquídeas, frésias e antúrios. Essas são algumas das espécies que você encontra na banca de Vera e José Agrela. Há quase 40 anos, o casal vende flores nas mais tradicionais feiras de rua de São Paulo. Às quintas-feiras, eles ficam na esquina da Padre João Manuel com a Barão de Capanema. Às sextas-feiras, na Rua Batatais com a Joaquim Eugênio de Lima e, aos sábados, na Alameda Lorena com a Rua Augusta. O diferencial é que o cliente escolhe as flores e o casal monta os arranjos personalizados na hora.
@floresagrela
Caminhada 14
Por AMELINHA AMARO Foto PAULO GIANDALIA
Praças e verde
Amelinha Amaro conhece de trás pra frente o Jardim Lusitânia, onde vive há décadas. Foi com ela que o jornal aQuadra fez a caminhada desta edição
O Jardim Lusitânia é um bairro residencial, pipocado por praças lindas, tranquilo, e ali o silêncio só não existe quando os passarinhos cantam. Uma delícia! Bem perto fica a AACD, onde era o Lar Escola São Francisco, que cuida de crianças com problemas físicos, e o Clube Monte Líbano, inaugurado na década de 1930, muito frequentado pelos moradores do bairro, e que ficou famoso nos anos 1980 por seu time de basquete. A única padaria que existia no bairro fechou há pouco tempo, e tudo que precisamos procuramos nos vizinhos bairros de Moema e Vila Nova Conceição. O ícone do Jardim Lusitânia é o jornaleiro amigo, Toninho, que conhece todo mundo pelo nome, distribui jornais e revistas, e, se preciso for, traz até pães quentinhos da padaria. Sua banca de jornal fica perto da Igreja de São Ivo, linda e acolhedora”.
Cabelaria O salão acaba de reabrir em um novo endereço na Joaquim Antunes. O visagismo é o diferencial. Rua Joaquim Antunes, 70 Jardim Paulistano, tel.: (11) 3062-0950 cabelaria.com.br Laces Jardins Técnicas naturais para deixar o cabelo saudável. Rua da Consolação, 3149, Jardins Tel.: (11) 3062-8411 lacesandhair.com.br Studio Lorena Salão ideal para corte e coloração. Alameda Lorena, 1998, Jardins Tel .: (11) 3016-8899 studiolorena.com.br
“
As formas de Oscar Niemeyer, com o verde de Burle Marx. O Monumento das Bandeiras, de Brecheret, e a praça Vicente Rao
Lopes e o Pavilhão Japonês. É um grande privilégio poder frequentar o parque com assiduidade. À noite, luzes se acendem iluminando os lagos. E o Jardim Lusitânia, seu vizinho, agradece. Vale lembrar que do lado oposto, no antigo prédio do Detran, na Avenida Pedro Álvares Cabral, temos o Museu de Arte Contemporânea de São Paulo – MAC, cujo último andar é ocupado pelo restaurante Vista.
L’Officiel Bons serviços, como depilação, corte feminino e masculino. Rua Dr. Mário Ferraz, 545 Jardim Europa, tel.: (11) 3078-9811 lofficiel3.com.br
Amelinha Amaro, dona da Divino Espaço; seu Toninho jornaleiro e busto do Infante D. Henrique
Creative Salon Jardins Serviços nas áreas de cabelo, unha e maquiagem. Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1670, Jardim América Tel.: (11) 2592-5414 creativesalon.com.br/jardins C.Kamura Corte, visagismo e coloração. Rua da Consolação, 3679 Cerqueira César, tel.:(11) 3061-5500 ckamura.com.br Salão Pedro Galdi O salão oferece o melhor em serviços para cabelos, pele e unha. Rua Oscar Freire, 261, Jardim Paulista Tel.: (11) 3062-1706 @salaopedrogaldi Dry Club Escovaria Para lavar, secar e finalizar o cabelo em 45 minutos. Rua Oscar Freire, 134, Jardins Tel.: (11) 3064-3017 dryclub.com.br
COMO LIMPAR SUAS JOIAS? Dicas da joalheira Alice Penteado
Borracha escolar. Sabe aquela branca e macia? É ótima para as joias de ouro. Use como se fosse em um desenho.
litro de água. Corte um pedaço de papel de alumínio e coloque dentro da mistura com as joias. Deixe por dez minutos. Seque com uma flanela.
limpo e esfregue na aliança por trinta segundos. Passe com força uma flanela limpa sobre a aliança por mais trinta segundos.
Bicarbonato de sódio. Misture, em uma vasilha, três colheres de sopa de bicarbonato de sódio em um
Polidor de metal líquido. É excelente para limpar alianças. Aplique um pouco do produto em um pano
Pano seco. Especial para peças com pérolas, que não podem ser expostas a produtos químicos.
Sandro Cassolari Referência em corte masculino, tratamentos e coloração. Rua Colômbia, 217, Jardim América Tel.: (11) 96901-5231 @sandrocassolari Le Chereau Salão de beleza mais antigo e tradicional do bairro. Rua Joaquim Antunes, 251 Tel.: (11) 3068-0397
Fotos: Paulo Giandalia; Daniel Pacífico
Moro no Jardim Lusitânia há quarenta anos, e assisti a muitas mudanças. Como somos um bairro residencial, a principal delas foi o aumento do número de carros, principalmente nos finais de semana, por causa do Parque do Ibirapuera. Mas dividimos nosso espaço com pessoas de bicicleta, passeando com cachorros, o que traz uma energia muito positiva. Assim, escolhi começar essa caminhada, para a qual adorei ter sido convidada pelo jornal aQuadra, pelo anfitrião do nosso bairro, o Parque do Ibirapuera – cujo nome vem do tupi-guarani e significa árvores velhas. O Ibirapuera é um grande parque, dinâmico, bonito, diversificado, repleto de lagos e que abriga uma profusão de aves e uma flora rica e encantadora. Toda a população é convidada a andar, passear, fazer piquenique, jogar vôlei e futebol, andar de skate e bicicleta, e o local é rodeado de parquinhos infantis. Meus filhos, e agora os netos, aprenderam lá a andar de bicicleta. E o parque guarda, também, importantes monumentos, museus, o Planetário, o Viveiro Manequinho
BEAUTY NO BAIRRO
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Entrevista Por ISABELA GIUGNO Foto PAULO GIANDALIA
A alma do negócio Força motriz de projetos nas áreas do design, gestão e comunicação de marcas, a paulistana da gema Baba Vacaro comprova: é possível fazer muito, e fazer bem feito um amigo pediu para ela conceituar a identidade da marca Básica, nos anos 90. E é isso que faz até hoje. “Eu crio a alma de uma marca e é o que eu sempre quis fazer”, resume. Desde então, presta consultoria atuando na gestão estratégica e compreendendo as necessidades do posicionamento de cada cliente. A paulistana já trabalhou na direção de arte da Dominici, nome grande no mercado de iluminação brasileira, se engajou reeditando clássicos da marca e também encabeçou o setor criativo da St. James. E não para por aí. Atualmente, ela é diretora de criação da Dpot, onde desempenha um papel importante na valorização do design brasileiro. Há também a Dpot Objeto, que reúne preciosidades criadas por artistas, jovens designers e artesãos de norte a sul do Brasil. A segunda marca é também fruto de um trabalho a quatro mãos de Baba com Renato Dib, artista e curador da loja. Especialmente para as duas lojas, localizadas na Gabriel Monteiro da Silva, ela criou uma rádio com playlists que traduzem a brasilidade da marca. Há mais! Baba também é responsável pela gestão criativa da Docol, apresenta o Navega, da rádio Eldorado, e roteiriza o Casa Brasileira, programa que idealizou junto com Alberto Renault para o canal GNT.
Baba Vacaro na Dpot Objeto, marca que reúne um acervo de peças criadas por artistas, designers e artesãos de todo o Brasil
E
la é designer e diretora criativa, além de fazer gestão e consultoria para marcas. Tem um programa na rádio Eldorado, assina o roteiro do “Casa Brasileira”, no GNT, e comanda a rádio da loja Dpot. Não desliga as antenas nem quando vai para o mato e está sempre atenta em busca de inspiração. Muito trabalho? Talvez. Mas com um leve sorriso no rosto, Baba Vacaro diz convicta “Quando a gente faz o que gosta...”. E nem precisa terminar a frase, nós já sabemos: quando se tem amor pelo que se faz, não é trabalho, é hobby. Baba nasceu em São Paulo e, aos 16 anos, decidiu que queria cursar design. Nas palavras dela, a escolha foi um “mergulho no escuro”, pois o cenário do país era completamente diferente. O mercado de objetos para casa era limitado e pouco valorizado no Brasil.
Formou-se nova, aos vinte anos, e em seguida casou e fez de tudo um pouco. Ao lado de uma amiga, abriu o ateliê Canteiro de Obras, que vendia peças pintadas à mão. Fez tecelagem, trabalhou na empresa do marido, aprendeu gestão e se envol-
aspas Eu crio a alma de uma marca e, de certa forma, é o que eu sempre quis fazer veu até com projetos de TI. Para ela, os saberes adquiridos nessa época de incertezas ajudaram a moldar a Baba de hoje. A estreia de Baba no universo de design aconteceu, de fato, quando
Vida de bairro Baba Vacaro coleciona memórias de uma São Paulo que muitos não conheceram. Lembra-se de quando o programão de domingo era ficar na rua tomando sorvete de framboesa da antiga Brunella. Também se lembra dos rachas de Opala na Faria Lima e de quando tinha que esperar meses a fio para conseguir comprar LPs importados de bandas como Genesis. Revistas gringas? Eram raríssimas e encontradas somente na biblioteca da FAU. Hoje, ela mora na casa onde cresceu, no Alto de Pinheiros. Não por acaso, cultiva um carinho especial pelo bairro. No tempo livre, foge para o meio do mato, caminha até o parque Ibirapuera, faz pão, jardinagem e cozinha. E jamais se desliga por completo do trabalho. Mantém-se sempre atenta para o novo. Tudo isso por puro prazer.
QUEM PROCURA ACHA! São Paulo é uma caixinha de surpresas. Confira um roteiro de lugares secretos na capital, de lojas-conceito a galeria de arte. Luciana Issa Um charmoso prédio construído na década de 50 abriga o novo roof top-ateliê da estilista. O espaço abriga as coleções, que contemplam peças bem cortadas, fluidas e com muito movimento, além de criações, feitas de tricô e acessórios assinados em parceria com a irmã Claudia Issa. Rua Oscar Freire 329, 8o andar, Jardins @lucianaissa Apartamento 61 O Apartamento 61 é uma galeria de arte instalada em uma residência modernista projetada por Victor Brecheret. E o antiquário foi todo idealizado por Vivian Lobato e André Visockis, um casal que compartilha a paixão pelo design moderno nacional. Inaugurado em 2014, o espaço guarda criações de mestres como Lina Bo Bardi, Joaquim Tenreiro, Sergio Rodrigues e Jorge Zalszupin. Há ainda mobiliários assinados por designers contemporâneos, como Ricardo Graham e Bianca Barbato. Rua João Moura, 100, Pinheiros Tel.: (11) 3085-6425 @apartamento61 apartamento61.com.br +She Beauty Poucos sabem, mas há um salão de beleza no número 379 da rua Oscar Freire. É que o espaço fica bem muito bem escondido no primeiro andar de um edifício comercial. No local, espere encontrar uma vasta gama de serviços embelezadores: extensão de cílios, design de sobrancelhas, micropigmentação, corte, selagem, maquiagem e cabelo. Rua Oscar Freire, 379, Jardins Tel.: (11) 3666-2895 @shebeautyoscarfreire Loja Choix Mix de loja-conceito e galeria, a Choix fica instalada na parte de baixo do Edifício Acal, projetado nos anos 70 por Pedro Paulo de Melo Saraiva. E, no espaço, fica tudo junto e misturado. Isso por que o local está repleto de objetos dos universos da moda, fotografia, arte, design, música e decoração. Em suma, uma curadoria afiada dos sócios Marcio Ribas e Francis Petrucci. R. Prof. Artur Ramos, 181 Jardim Paulistano Tel.: (11) 2649-4265 shop.lojachoix.com.br @lojachoix_sp
aQuadra & Empório Beraldin
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Beraldin: 35 anos à frente de seu tempo! PRINCIPAIS COLEÇÕES 2004: A Coleção Brasil valoriza a riqueza dos trabalhos manuais e contou com materiais como couro, osso e chifre. 2010: A Coleção Origens busca a riqueza cultural afro-indígena brasileira. 2014: A Coleção Geometrias se inspira no design atemporal. 2017: A Coleção Acqua reflete a beleza do azul e o movimento da água. 2018: A Coleção Entrelinhas apresenta novas texturas, matérias-primas e revestimentos naturais, que são a alma da marca.
O casal Valéria e Zeco Beraldin
Fotos: Romulo Fialdni
C
riatividade e boas ideias à frente de seu tempo sobram em Zeco Beraldin. Sim! Pode-se dizer que ele foi um visionário inspirado por um inconsciente coletivo que só viria a se realizar alguns anos mais tarde. Tudo teve origem com as sedas que ele começou a produzir em Gália, no interior de São Paulo, com o saudoso irmão Ari, num sistema verticalizado que se iniciava na criação do bicho-da-seda, passava pela fiação, pelo tingimento dos fios e pela tecelagem, até terminar nos metros e metros de tecido vendidos na loja, garantindo assim a qualidade de seus produtos naturais do princípio ao fim. Quando abriu a Empório Beraldin, em um galpão em Pinheiros, Zeco foi além dos tecidos de decoração. Sustentabilidade era a palavra de ordem. E, tendo a Eco-92 como sua grande inspiração, passou a usar matérias-primas naturais, como o coco, o chifre e o osso, e assim criou parcerias com artesãos de todo o país e conseguiu alcançar a perfeição com pastilhas feitas com esses materiais para seus móveis e objetos. Sem esquecer os tapetes feitos com quadrados de pele de boi, que viraram febre. E assim o nome Beraldin virou re-
ferência. Zeco e sua mulher Valéria abriram lojas no Brasil e no exterior, participando de feiras importantes, e suas coleções conquistaram uma legião de fãs. Até novembro a loja estará instalada em um novo espaço, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, em frente ao Clube Hebraica, em uma rua charmosa que mescla pequenos escritórios e residências criando um conceito, o Baixo Gabriel. Mais uma vez eles inovam, focando no relacionamento e no bem-estar. Uma loja-cápsula, numa casa aconchegante, com best sellers essenciais, funcionais e que combinam entre si. Para a comemoração dos 500 anos do Brasil, a marca fez uma exposiçãomanifesto contra a retirada do pau-brasil de nossas terras, em parceria com o designer Renato Imbroise. Mil mudas foram distribuídas aos visitantes e outras foram plantadas na Alameda Gabriel Monteiro da Silva e na Praça Nossa Senhora do Brasil por arquitetos amigos.
No alto, ambiente com estofados, tapete e mobiliário assinados pelo Empório Beraldin. Acima, casulo, fios de seda e uma lançadeira para tear, com que são tecidas criações de Beraldin. Ao lado, linhos Prado e algodão Entrelinhas, novas criações Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2168, Jardins, SP Tel.: (11) 3085-1728 R. Barão de Jaguaribe, 93, Ipanema, RJ Tel.: (21) 2513-5181 @emporioberaldin
Arquitetura/Design 18
Por MANOELA BENETI Fotos MARCOS MAGALDI
Conversa com o senhor arquiteto Do alto de seus 90 anos, o arquiteto Arnaldo Paoliello é bom de prosa, entende de tudo e é parte atuante da história da arquitetura brasileira
A
convite do jornal aQuadra, tive o prazer de conversar com o arquiteto paulista Arnaldo Paoliello. Diante de tamanho entusiasmo e vivacidade, foi fácil entender esse fenômeno, descendente de italianos, filho de, engenheiro e formado pelo Mackenzie. Com 70 anos de carreira (começou a atuar no segundo ano da faculdade) e 1.600 projetos, o arquiteto realizou inúmeros prédios, casas, planejamentos de bairros aqui e fora do país, além de ter colaborado no plano diretor da região metropolitana de São Paulo (PMDI) e feito parte da comissão que criou o BNH (o hoje extinto Banco Nacional da Habitação). De vitalidade impressionante, Arnaldo Paoliello mantém inteligência e perspicácia intactas, além de uma capacidade admirável para contar histórias deliciosas de serem ouvidas sobre seu percurso. Até o ano passado, ainda trabalhava, e atualmente está em busca de publicar um livro (tem vasto material, todo compilado por ele) sobre sua trajetória extremamente prolífica e, como ele gosta de dizer, em todas as áreas dentro da profissão, e também em outras fora dela ou relacionadas a ela. Para ilustrar, ele conta que logo que se formou se envolveu com a construção civil, seguindo orientação de Oswaldo Bratke, um dos principais nomes da arquitetura paulista e seu então chefe durante um estágio. Segundo ele, Bratke dizia que um arquiteto precisa entender tudo o que é feito numa obra. Além da execução dos seus projetos, participava da comercialização de eventuais produtos, como terrenos, e também na parte jurídica, redigindo minutas de contrato, e por fim politicamente, quando sua colaboração era exigida, no que tangia a seus
O olhar de Arnaldo Paoliello para a câmera revela sua sabedoria. Ao lado, a foto do álbum de casamento
Arquitetura/Design
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projetos para o setor público, por exemplo em comissões para planejamento urbano e habitacional. Durante as sete décadas em que atuou, fez apenas uma interrupção de seis meses, exigida pelo cardiologista, devido ao estresse que quase lhe causou um episódio cardíaco, tamanho o envolvimento com o trabalho. Mas, como ele frisou, “foram apenas seis meses e então retornei. Trabalhei até os 89 anos, ano passado”. Perguntado sobre o início de tudo, quando fez sua escolha pela profissão e se desde sempre se considerou um apaixonado por arquitetura, responde que “sim, desde pequeno”. Conta com entusiasmo que gostava muito de desenhar e que aos oito ou nove anos teve um desenho seu, de um caubói que via nos filmes, publicado no principal jornal da época. No momento em que fez sua escolha profissional, nessa mesma fase de criança, quando nem sequer sabia o que era arquitetura ou arquitetos, disse que queria ser “engenheiro de casas”. Sua presença firme e tão bem-sucedida na profissão influenciou três de seus cinco filhos, que seguiram o mesmo caminho, e agora o neto, que está cursando arquitetura. Além deles, sua esposa paisagista e mais duas noras também arquitetas reforçam mais ainda o caráter “arquitetônico” presente na família. Pergunto qual a relação que vê entre arquitetura e arte, e ele se posiciona dizendo que arquitetura é arte, que é construir com arte. Sobre as cidades, pergunto a ele o que falta ou faltou para sermos mais bem-sucedidos no assunto, me referindo ao caos que uma cidade como São Paulo muitas vezes engendra. Sabendo da grandeza da ferramenta que é a arquitetura, ele explica que muitas coisas que foram planejadas não foram/não são realizadas. Cita a favela de Paraisópolis, para a qual trabalhou em um projeto de recuperação, que não foi executado. Caso bastante emblemático das nossas carências. Enquanto conta sobre seus feitos, Paoliello nos ensina sobre a importância de transformar a realidade construída a nossa volta, utilizando a ferramenta potente que é a arquitetura. E no caso dele, atuando na vida de maneira ampla, irrestrita e apaixonada. Acredito que, por isso, houve tamanho fôlego e força de realização.
aspas Oswaldo Bratke, meu mestre, dizia que um arquiteto precisa entender de tudo o que é feito em uma obra
De cima para baixo: ilustração representando o Hotel da Varig Tropical de Santarém e fachada do Centro Cultural de Assunção, no Paraguai. Capa do Plano Metropolitano de Desenvolvimento Integrado da Grande São Paulo, vista do Edifício Limoges, em Higienópolis; ilustração da casa de Campos do Jordão e fachada da primeira casa
Turismo
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Por ISABELA GIUGNO
Próxima parada: Amsterdã Multicultural, low profile e extremamente charmosa, a capital dos Países Baixos ferve com o surgimento de novos hotéis-butique, restaurantes regionais e lojas-conceito
É
DICAS DA INSIDER
muito fácil se apaixonar por Amsterdã. Logo de cara, a cidade nos cativa com suas casinhas típicas, que mais parecem desenhar o cenário de um filme. Essas charmosas construções, estreitas e enfileiradas ao longo dos canais, são um marco do centro urbano: surgiram no século 17, quando os comerciantes se mudaram para a capital dos Países Baixos. O curioso é que, mesmo no verão, a paleta de cores de Amsterdã é pontuada por tons outonais de marrom, bege, vermelho e branco. A cidade também tem proporções compactas e talvez por isso seja tão fácil (e agradável!) se locomover por lá. Não é novidade que os transportes públicos funcionam maravilhosamente bem, já que o centro urbano foi todinho planejado para pedestres e ciclistas. Dito isso, vale muito a pena abrir mão do carro para conhecer o destino de bike ou a pé mesmo. Muitos consideram Amsterdã pacata. Eu discordo. É um destino multicultural, um local e tanto para quem ama cultura, arte e design. Por isso, inclua em seu roteiro visitas a museus, como o Van Gogh e o Rijksmuseum, e outros menos conhecidos, a exemplo do Museu Moco. Bons restaurantes de comida regional também não faltam, e indico os noodles do Hinata Ramen, a pizza do La Perla e os pratos de sotaque israelense do Sir Hummus. Isso sem falar nos doces, que já são tradição na cidade: a torta de maçã do Winkel 43, o stroopwafel quentinho da Albert Cuypstraat e os cookies do Van Stapele. Para os dias mais sossegados, vale tirar uma tarde livre para caminhar e se perder entre os canais! A jornalista viajou a convite dos hoteis Kimpton De Witt e The Dylan
Juliana Cintra do Prado é arquiteta e foi responsável por abrir o escritório Carbondale no Brasil. Mudou-se para Amsterdã e agora divide conosco um roteiro sob medida da cidade. Comida orgânica, sofisticada e feita com ingredientes locais está em alta por aqui. Vale visitar o De Kas, que fica bem no meio de uma estufa, e o Rijks, ao lado do Rijksmuseum. Amantes da arquitetura devem visitar o Het Schip, museu também conhecido como Amsterdam School. Vale também fazer um tour arquitetônico com a Architectuurcentrum Amsterdam, que acontece às sextas -feiras à tarde.
Amsterdã pede passeios ao livre. Repleta de parques, canais e ruas charmosas, a cidade é o lugar perfeito para quem gosta de caminhar sem destino certo. Faça um passeio de barco, alugue uma bike e veja o pôr do sol
Para uma tarde de compras, separe algumas horas para conhecer as lojas da Cornelis Schuytstraat. Quer um jantar animado? Vá ao Blue Spoon. Localizado bem no meio dos canais, tem um projeto contemporâneo assinado por Marcel Wanders.
KIMPTON DE WITT HOTEL O hotel-butique tem 274 quartos confortáveis e bem decorados. Dica: peça o drinque Vndelfountain, à base de gim, no House Bar. kimptondewitthotel.com
COTTONCAKE O local é um mix de loja e restaurante, e serve café da manhã o dia todo. Perfeito para comer algo e conhecer as peças de designers locais. cottoncake.nl
THE SEAFOOD BAR O restaurante é focado em frutos do mar e bons vinhos. Recomendo os calamares com salada e Cava Brût, ou a “plancha” de crustáceos. theseafoodbar.com
THE DYLAN O hotel tem quartos com vistas para o jardim e para os canais. Vale a pena se hospedar ou apenas tomar o café da manhã do Bar Brasserie Occo. dylanamsterdam.com
Fotos: Agência Edelman/divulgação
#achamosegostamosamsterdã...
Cultura
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Ao mestre, com carinho
EVENTOS DO BIMESTRE
Dia 25 de outubro, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha faz 90 anos. E continua ativo, sendo visto vez ou outra pela rua General Jardim, onde fica seu escritório mios internacionais, entre eles o Prêmio Pritzker, de 2016, e, em 2017, a Medalha de Ouro Real do Riba, by appointment de Sua Majestade a Rainha. Na exposição “Oposição”, no Itaú Cultural, o curador e arquiteto Guilherme Wisnik traz a público onze das mais emblemáticas e radicais obras de Paulo Mendes da Rocha, entre as quais nove que nunca deixaram o papel, como Cidade Tietê, um porto fluvial entre as cidades de Lins e Novo Horizonte. Em novembro, Paulo Mendes da Rocha será personagem da exposição “Duas Casas de Paulo Mendes da Rocha”, a ser realizada na cidade do Porto, com curadoria de Nuno Sampaio, diretor executivo da Casa da Arquitectura. Na ocasião, ele receberá o título de “Sócio Honorário da Casa da Arquitectura”, das mãos do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal e do presidente da Casa José Manuel Dias da Fonseca. Itaú Cultural Avenida Paulista 149, tel.: (11) 2168-1777 itaucultural.org.br
U
Exposição: Mostra Retratos – Bob Wolfenson Local: Espaço Cultural Porto Seguro Data: Até 9 de dezembro Há mais de 220 imagens clicadas por Bob desde a década de 70 até a atualidade. Retratos de personalidades como Caetano Veloso, Fernanda Montenegro e Fernando Henrique Cardoso integram a seleção. espacoculturalportoseguro. com.br
Exposição: MAM 70 Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo Data: Até 16 de dezembro A mostra comemora os setenta anos do museu e reúne 103 obras de artistas como Joan Miró, Alfredo Volpi, Cildo Meireles e Tunga, entre outros. mam.org.br
m dos mais importantes arquitetos brasileiros, reconhecido internacionalmente, Paulo Mendes da Rocha está sendo homenageado com exposições em São Paulo e na cidade do Porto, em Portugal. Paulo Archias Mendes da Rocha nasceu em Vitória, no Espírito Santo, em 1928, e cresceu em uma família onde ouvia que era possível construir tudo. Formou-se pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie em 1954. A convite de Vilanova Artigas, encabeçou a chamada Escola Paulista da arquitetura brasileira, influenciando gerações com sua arquitetura crua, limpa, clara. Entre seus trabalhos, estão o Museu Brasileiro da Escultura; a reforma da Pinacoteca do Estado e, em conjunto com o filho Pedro, o Museu da Língua Portuguesa, todos em São Paulo. Entre seus trabalhos mais recentes, estão o novo Museu dos Coches, em Lisboa, Portugal, e o Sesc 24 de Maio, em São Paulo, inaugurado em 2017. A maioria dos trabalhos assinados por ele foi feita no Brasil, mas sua fama corre mundo; ele ganhou dezenas de prê-
No destaque, proposta para a Praça da República, um dos projetos que não saiu do papel, exposto na mostra Oposição. Ao fundo, Bicicleta à Vela, ideia inovadora e desenho do arquiteto
Espetáculo: Night Garden Local: Teatro Opus Data: 20 e 21 de outubro O espetáculo descortina um mundo habitado por criaturas fosforescentes que projetam sombras coloridas sobre uma paisagem toda luminosa. teatroopus.com.br
Fotos: Divulgação
Off Bienal
VERVE GALERIA “Um Homem Bateu em Minha Porta”, 20 obras do artista plástico Francisco Hurtz, que trabalha o erótico masculino. Até 27/10. vervegaleria.com
GALERIA VILANOVA A individual de Fernanda Papa de Boer, “Fantástico Inquietante”, traz dezesseis obras inéditas e mágicas. De 18/10 a 24/12. galeriavilanova.com.br
GALERIA BASE “O Olho que Aponta Não É o Mesmo que Vê” é a coletiva de vårios artistas nordestinos de diferentes gerações. De 20/10 a 23/11. galeriabase.com.br
GALERIA FRENTE Iberê Camargo mostra algumas de suas obras mais emblemáticas e Xic o Stockinger suas esculturas mais vigorosas. Até 27/10. galeriafrente.com.br
JAPAN HOUSE Com curadoria do coletivo The Force, a Japan House traz o duo Nonotak Studio. e sua arte imersiva por um viés poético Até 6/01/19 japanhouse.jp/saopaulo
Gastronomia
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Por ISABELA GIUGNO
#achamosegostamos
PANQUECA DE BANANA
Da dra. Ana Maria Murbach, nutricionista do Insituto Assaly
RUGSTER Tapetes feitos à mão, orientais, modernos e nacionais. A loja também lava e restaura. Rua José Maria Lisboa, 190, Jardins, tel.: (11) 2649-7403
MAX ABDO BISTRÔ Toda terça-feira, no cardápio do jantar, é servido Poke, um prato típico havaiano, feito a base de arroz, peixe, kani, manga... Rua Peixoto Gomide, 1658 Jardim Paulista Tel.: (11) 3062- 5557
SEW SISTERS Clube de costura para mulheres independentes e principiantes, e também mais adiantadas. Ideia de Georgia Halal. Rua Pinheiros, 339, Pinheiros Tel. (11) 3063-1141
FEED FOOD Esse restaurante fica num pátio interno e iluminado, onde se serve uma culinária descomplicada, chamada “neopaulistana”. Rua Artur de Azevedo, 517 Pinheiros, tel.: (11) 3081-4171
Ingredientes 1 banana prata bem madura 1 ovo orgânico ½ colher de chá de canela em pó 2 colheres de sopa de farinha de aveia Modo de preparo Descasque a banana e amasse bem com um garfo. Misture com o restante dos ingredientes, mexendo bem para virar uma massa. Em uma frigideira antiaderente, em fogo baixo, pegue duas colheres de sopa dessa massa e despeje cuidadosamente. Deixe cozinhar por um minuto. Vire por mais um minuto. Sugestão: Depois de pronto, coloque frutinhas picadas ou geleia sem açúcar
Aqui, fizemos uma seleção de restaurantes paulistanos onde você pode saborear sua comida na cumbuca. Para mergulhar a colher e se deliciar!
Botanik Café Um dos highlights do restaurante, especializado em bowls and toasts, é o Nasi Goreng, que combina arroz frito, legumes, lula, camarão e ovo com gema mole. De sobremesa, escolha uma cumbuca smoothie. R. Padre Carvalho, 204, Pinheiros Tel.: (11) 3819-0726 @botanikafe
Poke Garden Vários ingredientes picados, que você pode montar com acompanhamentos como arroz negro e shimeji. Rua Haddock Lobo, 1396 Jardins Tel.: (11) 3062-7772 @poke.garden
Homa Restaurante Ovolactovegetariano, ele tem como estrela a cevadinha quente com especiarias e mandioca. Rua Benjamim Egas, 275, Pinheiros Tel.: (11) 3097-9031 @homarestaurante
Marcha e Sai Existem duas opções de cumbuca por dia: uma com e outra sem carne. Há arroz com costelinha e taioba ou bifum com legumes ao curry e espaguete. Rua Sabará, 473 Higienópolis Tel.: (11) 95050-5107 @marcha_e_sai Padoca do Maní Cada dia da semana, é servida uma cumbuca vegana. Destaque para o espaguete de abobrinha com molho de tahine. Rua Joaquim Antunes, 138, Jardim Paulistano Tel.: (11) 2579-2410 @vemprapadoca
Fotos: Divulgação
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ão, não confunda avocado com abacate. Eles são parentes, mas são diferentes. E a principal diferença é a quantidade de calorias: ele tem 100% menos calorias que o abacate conhecido por nós, é menorzinho e se presta mais para receitas salgadas do que doces, embora vá bem com granola. Hoje ele faz parte de dezenas
de pratos criados por chefs estrelados, entre eles salmão defumado com avocado, salada de camarão com avocado, entre outras delícias servidas, muitas vezes, em charmosas cumbucas. De onde ele surgiu? Original do México, e também produzido na Califórnia, nos Estados Unidos, chegou ao Brasil em 1975, trazido pelo engenheiro agrônomo Paulo Roberto Leite. Existem dois tipos de avocado, o fuerte e o hass, o primeiro nasce entre fevereiro e maio, tem a casca lisa e verde e forma alongada, enquanto o hass, que amadurece entre maio e outubro, tem casca rugosa, cor arroxeada e formato arredondado. Propriedades Por conter onze vitaminas e catorze minerais, fibras, o dobro do potássio da banana, além de vitaminas E, B6, ácidos graxos monoinsaturados, gordura saudável e antioxidantes é um remédio natural que ajuda a combater doenças do coração, diabetes e câncer, e a regular o colesterol.
o, cumbu ca
!
O primo do abacate
nã o t a Pr
Gastronomia 23
Bebidas com café
Refrescantes, doces ou nem tanto, esses drinques chegaram há pouco e conquistaram os brasileiros
Espresso Julep, Octavio Café
Espresso Tônica, Toni Rodrigues do Perseu Café
Fotos: Divulgação
Ingredientes e modo de preparo Uma rodela de laranja-baía 200 ml de água tônica 60 ml de café espresso 150g de gelo Coloque no copo a rodela de laranja, o gelo e a água tônica. Finalize o drink acrescentando o espresso cuidadosamente em cima do gelo para ficar separado no copo.
Mud Frappé, Santo Grão Ingredientes e modo de preparo 4 bolas de sorvete de creme 2 espressos curtos 1/2 colher de sopa de Nutella Bata, no liquidificador, o sorvete, o café quente e a Nutella. Despeje em uma taça e saboreie!
Ingredientes e modo de preparo 50 ml de Bourbon Whisky 25 ml de café filtrado 10 folhas de hortelã 10 ml de suco de limão 15 ml de xarope de açúcar Em uma caneca de cobre, coloque o Bourbon, o café, o limão e o açúcar. Amasse levemente e acrescente dez folhas de hortelã. Adicione cubos de gelo e mexa. Pique mais gelo em uma coqueteleira e preencha o copo. Finalize com um raminho de hortelã.
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Decoração/Estilo Por MAIÁ MENDONÇA Fotos FERNANDO LOMBARDI
Espaço escancarado
Como na música de Toquinho, no apartamento de Maraí Valente e Luciano Caçolari não tem porta nem parede, só as muito necessárias. E o efeito é... UAU!
Q
uando Maraí Valente abriu a porta do apartamento onde viria a viver com Luciano Caçolari, encontrou um espaço sem nenhuma parede e quase sem nenhum móvel: um sofá em frente à TV, um aparador branco correndo à volta das paredes e uma cama de casal. Um prato cheio (digo, vazio) para que ela, arquiteta de formação, entrasse com seu bom gosto e sua ideia de conforto, e preenchesse, com muita parcimônia, aquele amplo espaço. O primeiro passo foi acomodar seus muitos livros e revistas na parte de baixo do aparador, que ganhou portas e gavetas de outras cores e materiais. Depois... Melhor começar do começo. Luciano Caçolari, herdeiro do salão L’Officiel, já tinha reformado o apartamento de quatro dormitórios e duas suítes onde morava. Havia derrubado todas as paredes, feito de três quartos uma suíte, com o chuveiro integrado ao quarto por um vidro, e o closet separando pias e etceteras. Portas de correr embutidas fechavam o dormitório na hora de dormir. E apenas uma suíte para visitas ficara com as portas. O resto do apartamento era um grande loft. A sala ampla e muito iluminada fazia um “L” que terminava em uma cozinha aberta para a sala de jantar. O espaço era perfeito. “Quando trabalhava como arquiteta, fiz uma reforma em um apartamento nesse prédio, e o resultado ficou bem parecido com esse”, conta Maraí, que imediatamente se apaixonou pela luminosidade e generosidade do espaço (e por seu dono). Aos poucos, sempre em parceria com o marido, foi mexendo aqui e ali: criou um ambiente-estar com dois sofás gos-
No alto, a amplitude e o conforto do espaço; a porta do elevador é também a da entrada, no chão uma das peles de Maraí; atrás da fruteira, desenho de Paulo Climachauska; a sensualidade da perna, no quadro do artista Sandro Akel; e Maraí e o filho León desenhando
Decoração/Estilo 25
aspas Sou apaixonada pela amplidão desse espaço. A única coisa que mudamos foi, quando o León nasceu, roubamos um pedacinho do nosso quarto para fazer o dele tosos e almofadas em frente à TV, colocou seu home-office, com dois computadores e uma mesa grande, no meio da sala. Trocou a mesa de jantar de madeira por uma de aço verde assinada pelo designer Konstantin Krieger, manteve a cozinha logo ali, ao alcance de quem cozinha, almoça ou janta em casa. E montou, na parede, quase uma galeria de fotos e desenhos incríveis. Pelo chão, os tapetes feitos de pele de vaca, base de seu trabalho, alguns de casa e outros que ainda está desenvolvendo para clientes. Filha de urbanistas e mãe de Nina e León, Maraí cansou de ficar atrás da tela de um computador calculando plantas e foi trabalhar com os pais. Não gostou do macro da cidade, preferia os detalhes. Como resultado de um encontro com o arquiteto Marcelo Rosenbaum, com quem tinha trabalhado, foi parar em uma aldeia indígena sagrada na Amazônia, onde viveu experiências mágicas. Voltou com a curiosidade à flor da pele e começou a buscar alternativas artesanais para sua arte. Da pele das vacas, refugo da indústria calçadista, curtida sem cromo, tirou tapetes que tinge com tintas sem solventes e desenha por cima. “Essa é uma fase”, fala ela, em que comecei a me interessar por cerâmica, tear, “pelo tridimensional dessas formas de arte”. Recentemente, Maraí criou uma coleção de tecidos para a Donatelli, com estampas de seus desenhos ampliadas em macro, “coisa que me incomodava no urbanismo e que descobri em meu trabalho”, explica a moça que um dia se achou feia e masculinizada e depois descobriu-se linda e feminina; que trocou a rigidez do concreto pela doçura do artesanato; e que tanto curte retiros espirituais, em busca da essência feminina, quanto gosta da sua casa cheia de amigos, de carnaval, de sair no bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, do qual é uma das cenógrafas, e de ser a responsável pelo bloco Baixinho Augusta, o carnaval das criança. pellle.com.br.
Visto da porta: o quarto do casal, com um ofurô que, longe de ser um suporte de samambaia, é muito usado. Na coluna, Oscar Niemeyer fotografado por Ruy Teixeira; sobre o altar, quadro de Juan Francisco Casas. Ao lado, desenho feito com batom sobre a pele e depois fotografado pela dupla Fernanda Figueiredo e Eduardo Mattos, e parte da cortina da Vítrea
Antena
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Por HELENA MONTANARINI
Minha pedra ametista Equilíbrio entre o azul e o vermelho, o violeta é um tom místico que representa a perfeita harmonia entre o céu e a terra. Aqui, uma seleção de peças inspirada na tranquilidade dessa cor
Balagandã Pingentes com pedras brasileiras, design de Fátima Leão Farkas e Maria Fernanda Monteiro de Barros Tel.: (11) 98258-3003
Brennheisen Anel de ouro e ametista @brennheisen
Ioguini Calça ampla de jérsei ioguini.com.br
Dona Flor Mobília Cadeira Branch de alumínio tecido e madeira cumaru, design de Adolino & Simonini donaflormobilia.com.br
Soleah Cinto largo de camurça soleah.com.br
Lapima Óculos com armação moldada por Carlota e Marie, da Resort Collection @lapimaofficial
Colormix Pastilha para revestimento colormix.com.br
Fit Vestido de jérsei estampado @fitlojaoficial
Codex Home Almofada de tricô Onda Tel.: (11) 3081-1081 Rimowa Salsa Air Mini, mala pequena, leve, prática e com rodinha, ideal para crianças rimowashop.com.br/rimowa.com
Troca de luxo Bolsa vintage de couro e alças de bambu @trocadeluxo
Rosa Chá Shorts de camurça com recortes e texturas rosacha.com.br
Struktura Fivela feita à mão com pedra ametista e metal struktura.com.br
Eucatex Tinta cor Província Escura, Acrílico Premium, acabamento fosco eucatex.com.br
Estudio Pége Babuche de camurça lilás @estudiopege
Fotos: Divulgação
Firma Casa Mesa de aço carbono com detalhe de pedra do Estúdio Nada se Leva. @firmacasa
Viver B em 28
A capacidade energética das pedras foi compreendida há tempos e vem sendo redescoberta nos dias de hoje. De acordo com Simone Kobayashi, terapeuta holística, os cristais sintonizam e amplificam uma frequência energética já existente no corpo humano. “As pedras possuem vibrações específicas e são capazes de expandir o que temos dentro de nós”, explica. Sobre os objetivos das terapias com pedras, Simone cita o equilíbrio energético e a autoconsciência como os dois principais. Primeiro, ela faz uma análise primária para saber quais situações cotidianas estão incomodando a pessoa (desde dificuldade para dormir até pensamentos recorrentes). Depois, pensa na técnica ideal para cada um: pode ser a cristalopuntura, o reikristal e a harmonização de chacras com os cristais. “As pedras têm significados que estão ligados
O segredo? Boa alimentação na gestação
Usada pelos antigos egípcios, a cor violeta simboliza a sabedoria
Q a arquétipos ancestrais. Por isso, é necessário estudar e conhecer.” De acordo com a terapeuta, a ametista por exemplo, representa a figura do sábio e pode beneficiar pessoas com a mente agitada. “Proporciona serenidade e paz mental”, finaliza. simonekobayashi Praça Baronesa da Bocaina, 65 Vila Madalena simonekobayashi.com
A School of Life, na Vila Madalena, tem como objetivo ensinar as pessoas a desenvolverem inteligência emocional
Escola da vida
Aprendemos a ler, a escrever e a andar de bicicleta. Mas como fazer o amor durar? Como lidar com o fracasso e ter serenidade? Felizmente, já existe um lugar que nos ensina tudo isso: a School of Life. Fundada em 2008 pelo filósofo Alain de Botton, a escola tem como objetivo nos ajudar a desenvolver inteligência emocional. São onze sedes ao redor do mundo e uma delas está localizada em São Paulo,
desde 2013, na Vila Madalena. No local, são ministrados cursos que abordam temáticas atuais para ajudar o ser humano a caminhar rumo ao autoconhecimento. Dica: a escola estreou, neste ano, o “Happy Hour de Boas Conversas”, que acontece todas as sextas-feiras com uma temática central diferente. School of Life Rua Medeiros de Albuquerque, 60 Vila Madalena Tel.: (11) 2638-7130 brasil@theschooloflife.com
uando pensam em longevidade e expectativa de saúde, muitos não imaginam que a qualidade nutricional e o estilo de vida nos primeiros mil dias de nossa vida são de extrema importância para o saldo biológico que irá nos preservar de doenças crônicas e trazer melhor resolução para aquelas que enfrentaremos ao longo de nossa história. E nem sempre conseguimos planejar a gestação, ou mesmo ter um cuidado especial nos seis meses que antecedem o momento do nascimento. Hoje, sabemos que a forma como os pais vivem suas histórias – uso de álcool, tabagismo, alimentação de má qualidade –, assim como os poluentes aos quais estamos expostos, pode afetar a saúde gestacional do futuro indivíduo. A chamada programação gestacional é um tema não tão recente, mas que tem sido muito falado, pois já em 1974 um pesquisador introduziu o termo metabolic programming, ou programação metabólica, que significa a influência que o ambiente gestacional exerce na estrutura, fisiologia e metabolismo do indivíduo, direcionando e acentuando a predisposição a determinadas doenças ao longo da vida. É como se colocássemos adubo para trazer melhores flores e frutos. Quanta gente deve estar se perguntando ao ler esta matéria o que passou de mensagem para seus filhos e o que recebeu de seus pais no espermatozoide, no óvulo e Dra. Vânia Assaly, médica naquele lugar cheio de mensagens: o útero materno. A gestação é um período complexo, tanto metabólica endocrinologista quanto emocionalmente, para a futura mãe. Os cuida- e nutróloga. dos devem ser redobrados, cuidados esses que vão mui- Atua na área to além do bem-estar da mulher. É necessário deixar o de medicina terreno intrauterino adubado e nutrido para o correto funcional e desenvolvimento do recém-nascido. O ambiente intrau- preventiva terino define a programação fetal alterando a função de órgãos e tecidos e irá exercer influência no comportamento, no risco às doenças e na forma como iremos enfrentar a vida. Mas não é só por aí que a ciência nos coloca surpresas, pois na verdade somos um reflexo de tudo o que nossa avó viveu, e certamente da forma como se alimentou. Pesquisadores têm mostrado que, já como um embrião nossas células germinativas, os ovários da futura mãe, irão receber a mensagem para passar para as próximas gerações. E assim contamos a nossa história de forma transgeracional. Mas nessa fase difícil teremos um tempo logo após o nascimento para traçar um melhor roteiro. O ambiente molda a biologia e dessa forma podemos sempre acoplar novos arquivos e buscar equilíbrio graças a um ambiente pós-gestacional saudável. Muito amor, harmonia, seio materno, música, brincadeiras e uma alimentação cheia de ingredientes coloridos, mas não de balas e biscoitos artificiais, e sim de frutas e verduras, do pratinho de arroz e feijão e de brincadeiras ao ar livre. O mundo tem sofrido mudanças de forma coletiva, mas buscar o olhar dos pais e receber afeto ainda é o melhor alimento. Feliz Dia das Crianças para seus filhotes.
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Poderosas
Astros
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Por VALDERSON DE SOUZA
Medalha signo de ouro e onix, Vera Cortez
Astral de outubro
Astral de novembro
O mês começa cheio de seriedade e reflexões. No dia 5, Vênus, a dona do amor, fica retrógrada e segue assim até 16 de novembro, trazendo a volta de amores e confusões sentimentais. No dia 8, a Lua Nova surge como um alento para todos e leva embora o pessimismo que vinha tomando conta de tudo até então. Chegam as alegrias e o fim dos tempos ruins. O astral fica mais leve no meio do mês, mesmo com as brigas relativas a negócios e finanças causadas pela comunicação desencontrada. É preciso buscar a calma interna e externa para enfrentar opiniões contraditórias e ultrapassar desentendimentos temporários. Tudo vai passar, não esqueça. No dia 23, o Sol entra em Escorpião e muda totalmente o que parecia determinado. Já no dia seguinte, a Lua Cheia carrega o ar de energia sensual e de uma vontade de colocar um ponto final em muitas coisas. Se quiser e puder, entre no clima e mude seu visual para renovar o astral e se atualizar com os novos tempos. Acolher o novo faz bem para a saúde física, mental e espiritual. Renove-se e seja feliz.
Novos tempos, novos ares. A partir do dia 8, Júpiter, o senhor da prosperidade, entra em Sagitário, o signo dele, após doze anos. A nova energia vai despertar em todos a vontade de se aventurar, viajar, conhecer novos horizontes. Isso vale tanto para as paisagens do mundo material como para as aventuras espirituais. Estudar outros idiomas e aprender sobre culturas distantes serão excelentes programas para o próximo ano. No meio do mês, no dia 16, uma notícia boa – Vênus volta a andar para a frente e libera o emocional – e uma notícia ruim – Mercúrio começa a andar para trás e vai dificultar as questões financeiras e os negócios. Não adianta brigar: ou você faz tudo antes desse dia ou terá de esperar até 6 de dezembro, quando esse planeta retoma seu movimento dinâmico. Nessa fase, evite grandes negócios. O mês termina na força da Lua Cheia e de Netuno, que volta a andar para a frente, já que desde junho ele vinha atrapalhando a realização de nossos sonhos. A sensibilidade geral estará bem forte. Assim, siga as intuições sem receio e esteja alerta para os sinais da natureza, pois ela sempre avisa das coisas boas e más.
Cor: rosa-claro Pedra: turmalina verde Aroma: rosa Chá: jasmim
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Jornalista responsável Maiá Mendonça (MTB 20250) Diretora de arte Mabel Böger
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Lente
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aQuadra registrou o estilo “dia e noite” de gente que mora, trabalha ou circula pelas ruas e pelos eventos do bairro e dos arredores
Ana Maria Carvalho Pinto e Alessandra Aliperti
Antônio Carlos Donatelli e Deny Barbosa
Arhur Granjeira
Zeco e Valéria Beraldin
Costanza Pascolato
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Ana Maria Vieira Santos e Arnaldo Danenberg
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Carolina Johannpeter e Camila Yunes
Felipe Crescenti Luana Risério e Chiquinho Scarpa
Nicholas Weiner
Ana e Olga Amato
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Valderson de Sousa e sua obra
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Sonia e Felipe Diniz
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Helena Augusta, em nosso aniversário Beatriz Yunes
Fabiano Al Makul, cantando e encantando
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Cecília e Lili Tuneu
A mítica Sônia Gonçalves
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