FOTOGRAFIAS NOS DOMÍNIOS DAS MEMÓRIAS FAMILIARES Quando a fotografia foi inventada, logo passou a ser considerada por muitos como registro realista e objetivo do mundo visível. Havia certo encanto em possuir uma fotografia como se preservasse com ela a imagem fiel da realidade em um instante congelado do tempo. Seus usos passaram a ser cada vez mais constantes nos grupos sociais em momentos alegres, tristes ou trágicos. Na primeira metade dos novecentos, muitas pessoas em várias partes do mundo participaram de uma busca cada vez maior pela fotografia para fins documentais, de cobertura de guerras, cidades, monumentos e eventos sociais, mas também para funções na legitimação de famílias (FABRIS, 1998; LEITE, 2000). A fotografia faz parte do domínio das memórias familiares desde seu surgimento. Se num primeiro momento eram objetos luxuosos, reservados às classes mais abastadas, com a popularização através do formato cartão de visita outras também tiveram acesso. No interior daqueles grupos, a fotografia teve papel significativo nas construções das memórias coletivas e nos espaços das lembranças individuais. Entretanto, poderia se perguntar: consiste a fotografia também numa memória?
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