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oJ O RrN A L nE S C OaL A R lP E R S P E C T I V A
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perspectiva Escolas | João de Araújo Correia
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Trajectórias Interdisciplinares Palestras no âmbito da Física
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"Sinais" radiofónicos na Escola
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Biblioteca
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:: JUNHO de 2011 :: ANO XI - EDIÇÃO 35
w Editorial
Opinião
O jornal “Perspectiva” é já, na Escola, uma referência no que diz respeito aos projectos que compõem o Plano Anual de Actividades. Assim, estamos face a um jornal que, graças ao contributo e à colaboração de todos os elementos da comunidade educativa, se tornou uma actividade credível, consistente e interessante. Na última edição, resolvemos refrescar o layout do jornal, alterando o tipo de papel e o grafismo. No interior também se procedeu a uma nova organização dos textos e da imagem. Com esta alteração gráfica e o visual mais inovador, apelativo e atraente – que continuamos nesta edição –, pretendemos torná-lo mais leve e de leitura mais agradável. Os objectivos do jornal “Perspectiva” e a natureza dos seus conteúdos mantêm-se. Pretendemos propocionar aos alunos o contacto com os media, como meio de conhecimento do mundo; contribuir para a criação de cidadãos livres, autónomos, criativos e reflexivos; fomentar práticas de produção própria que permitam à comunidade escolar a indagação sobre o mundo que nos rodeia, a fim de contribuir para a sua transformação, em benefício da comunidade em que nos inserimos; constituir um órgão interno de informação que seja uma montra das capacidades da Escola e dos corpos profissionais que a constituem, possibilitando a prática da pesquisa, da investigação, da reflexão, da escrita de vários registos jornalísticos, desde os mais básicos, como a notícia, aos mais elaborados, como são os casos da reportagem, da entrevista, do artigo ou da crónica. Estamos convictos de que, se todos contribuirmos para a melhoria do projecto, iremos torná-lo ainda mais audacioso e majestoso.
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Concurso Literário
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w Área de Projecto
Manuel Ferreira – Professor de Filosofia
w Agrupamento comemorou Dia do Patrono Decorreu, principalmente durante o mês de Maio, a apresentação dos resultados dos trabalhos de projecto desenvolvidos ao longo do ano lectivo, na disciplina de Área de Projecto, do 12.º Ano.
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w Exposição Anual de Artes
O Agrupamento de Escolas Dr. João de Araújo Correia celebrou, no dia 03 de Junho, o Dia do Patrono. Um evento a todos os títulos notável e com grande expressão na comunidade escolar e local.
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Foi inaugurada, no dia 30 de Maio, pelas 21h 30m, mais uma edição da exposição anual de Artes da Escola Secundária.
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NOTÍCIAS... Exames Nacionais do Ensino Secundário O GAVE– Gabinete de Avaliação Educacional, do Ministério da Educação, decidiu este ano lectivo proceder à constituição de uma Bolsa de Professores Classificadores dos Exames Nacionais do Ensino Secundário, através do Despacho n.º 18.060/2010, de 3 de Dezembro. Para o efeito, foram seleccionados cerca de 6000 professores e irão realizar-se no total 297 acções de formação sobre «Questões de fiabilidade na classificação de respostas a itens de construção no contexto da avaliação externa das aprendizagens», creditadas pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua. Sobre o processo de constituição da «Bolsa de Professores Classificadores», citando o GAVE, “o Despacho n.º 18.060/2010, de 3 de Dezembro, visa dar resposta à necessidade de garantir aos professores responsáveis pela classificação das provas de exame uma acrescida qualificação para o desempenho desta função, cuja relevância social, pelas implicações que os resultados dos exames podem ter nos percursos de vida dos nossos alunos, é por todos reconhecida. Simultaneamente, pretende-se garantir a estabilidade do universo de docentes mobilizados para a tarefa da classificação e a continuidade do desempenho desta função, assente em padrões de elevada qualidade técnica, o que constitui um valor de promoção do prestígio social da classe docente.” Neste processo, é celebrado um contrato entre o Gabinete de Avaliação Educacional e o FormandoClassificador de provas de exame nacional, ficando este vinculado ao Primeiro Outorgante até ao final do ano lectivo de 2013/2014, em conformidade com o ponto 3 do Art.º 4.º do Despacho n.º 18.060/2010, de 3 de Dezembro. Rosa M. Ferrão – Professora de Português
Novo Programa de Português do Ensino Básico O Novo Programa de Português do Ensino Básico, cuja concretização se iniciará, em todas as escolas do país, no próximo ano lectivo, procura adaptar o currículo da disciplina às exigências da vida moderna e competitiva dos dias de hoje. Num mundo que requer adultos críticos e interventivos e com proficiência na língua materna, que seja visível no domínio das competências linguístico-comunicativas, o novo programa pretende constituir-se numa ferramenta indispensável para a interacção social e o sucesso profissional dos nossos alunos. Neste sentido, o novo programa exigirá também ao professor de Português uma mudança de actuação pedagógica que o obrigará necessariamente a conhecer muito bem as orientações programáticas dos três ciclos do Ensino Básico e, em consequência, a proceder a uma gestão e operacionalização ponderada e equilibrada do mesmo, buscando uma efectiva interligação entre os três ciclos de estudos. Notar-se-á, ainda, a exigência de adequação entre as orientações programáticas, o Projecto Educativo do Agrupamento e o Projecto Curricular de Turma. De modo a que os docentes de Português do nosso Agrupamento possam constituirse em agentes de mudança, continuam os mesmos a frequentar sessões de formação, no âmbito do Projecto de Implementação do Novo Programa de Português do Ensino Básico, agora na modalidade de projecto de formação, sessões que ocorrem uma vez por semana nas Escolas EB 2,3 e Secundária Dr. João de Araújo Correia.
Semana da Leitura Desflorestação A “Semana da Leitura” promovida pela Biblioteca da nossa Escola é uma iniciativa que permite a realização de diferentes meios de apresentação acerca de determinada temática e que ocorreu entre os dias 21 e 25 de Março. Este ano, o tema escolhido foi a desflorestação. Nesse sentido, a turma 12.º B optou por fazer uma dramatização que incluísse a abordagem necessária ao assunto, mas de um modo que captasse a atenção da audiência. A exibição ocorreu no dia 22 de Março, pelas 14h 20m, e teve lugar entre o pavilhão de mecânica e a sala de carpintaria. O objectivo era tratar o tema de uma forma leve, não deixando de focar os aspectos importantes, tais como a def inição de desflorestação, as suas causas e possíveis soluções para o problema. Deste modo, a turma idealizou uma aldeia – Aldarete – onde o abate de árvores é prática comum. Para explorar essa situação, é realizado um debate ao estilo de “Prós e Contras” na própria aldeia e entre os convidados existe um presidente da junta mentiroso, uma dona de uma empresa de móveis, dois intelectuais que pretendem acabar com a desflorestação na área, uma engenheira pronta a defender a Natureza, dois casais de habitantes que, sendo rurais, precisam da lenha em todos os momentos da sua vida, duas bombeiras cansadas de apagar fogos e, ainda, uma activista da Greenpeace. Há tempo ainda para assistir a uma manifestação de um movimento hippie e ao surgimento de uma deputada do partido “Os Verdes”. Depois de muita discórdia e barafunda, chega-se, por fim, à conclusão de que o abate de árvores é necessário, mas deve ser feito de uma forma devidamente controlada, de modo a responder às necessidades de todos os envolvidos. Dada a boa aceitação por parte do público, pudemos concluir que a mensagem que a turma pretendia transmitir foi passada de forma satisfatória. Esta actividade permitiu a estimulação da criatividade dos envolvidos e, ainda, a partilha de informações com a comunidade escolar, tendo possibilitado a divulgação de temáticas tão importantes quanto a desflorestação. Resta-nos esperar, porque para o ano há mais “Semana da Leitura”. Ana João Marques - 12.º B
CONCURSO PARA DIRECTOR DO AGRUPAMENTO Decorre neste momento, até ao dia 16 de Junho, o concurso para Director do Agrupamento de Escolas, após a publicação, no Diário da República de 1 de Junho, do n.º 11.950/ 2011, de 23 de Maio. O mesmo Aviso estabelece os passos necessários à admissão ao concurso, baseados nos normativos legais, assim como faz referência aos instrumentos e aos métodos utilizados na avaliação das candidaturas.
Paulo Pereira Guedes – Professor de Português Paulo Pereira Guedes - Professor de Português
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NOTĂ?CIAS... VI Forum “Os Jovens, a SaĂşde e a Cidadaniaâ€? No âmbito do Projecto Educação para a SaĂşde, e tendo como objectivo a promoção de atitudes favorĂĄveis Ă adopção de estilos de vida saudĂĄveis, realizou-se, mais uma vez, o VI Forum “Os Jovens, a “VIVER É ARRISCAR!â€? SaĂşde e a Cidadaniaâ€?, nos dias 24 e 25 de Maio de 2011, no Teatro de Vila Real. 24 e 25 O Agrupamento de Escolas JoĂŁo de AraĂşjo Maio 2011 Correia participou, como acontece hĂĄ vĂĄrios anos, com as turmas 2 e A do 9.Âş ano. A Escola SecundĂĄria Dr. JoĂŁo de AraĂşjo Correia, atravĂŠs do 9.Âş A, apresentou uma peça de teatro da 9ÂşA autoria da Dr.ÂŞ Conceição Cruz, “Viver ĂŠ Arriscarâ€?, e os alunos do 9.Âş 2, da Escola EB 2,3, projectaram o filme “Diz nĂŁo Ă Drogaâ€?. Durante o almoço, decorreu uma actividade de orientação com muito sucesso para os alunos do Agrupamento, pois conquistaram os 1.Âş, 3.Âş e 4.Âş lugares da classificação geral. O momento lĂşdico das 14 horas esteve a cargo de um grupo de dança de alunos do 10.Âş D e do 12.Âş D da Escola JoĂŁo de AraĂşjo Correia. Estes trabalhos desenvolveram-se durante o ano lectivo, na ĂĄrea curricular nĂŁo disciplinar â€œĂ rea de Projectoâ€?, e os temas trabalhados situaram-se nas ĂĄreas da SaĂşde e Cidadania.
Gravidez na AdolescĂŞncia
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Eduarda AraĂşjo Professora de HistĂłria
Enigma Humano Decorreu, no passado dia 13 de Maio, a apresentação final do trabalho do grupo 2 de Ă rea de Projecto da turma A do 12.Âş ano. O trabalho desenvolvido pelos alunos pertencentes a este grupo teve a designação de “Enigma Humanoâ€?. A Ă rea de Projecto ĂŠ uma disciplina na qual os discentes se dividem em grupos de forma a realizarem um projecto durante cerca de 9 meses – ano lectivo. Para tal, os alunos tĂŞm a possibilidade de escolha relativamente ao tema que desejam tratar e organizam-se de maneira a que sejam capazes de desenvolver o melhor projecto possĂvel. Deste modo, incentiva-se o trabalho em grupo, possibilitando que os alunos melhorem essa sua capacidade. AlĂŠm disso, a interdisciplinaridade estĂĄ presente na realização destes trabalhos, pois sĂŁo muitas as ĂĄreas abordadas nos projectos. É, assim, possĂvel desvendar relaçþes entre disciplinas e ĂĄreas de conhecimento que, em princĂpio, nĂŁo teriam pontos em comum. A apresentação a que nos referimos veio no seguimento de uma primeira jĂĄ realizada no 2.Âş perĂodo lectivo. Nessa altura, a apresentação constou de uma palestra proferida pelos alunos, intitulada “O que ĂŠ o cĂŠrebroâ€?, com base numa anĂĄlise meramente fisiolĂłgica do tema. O trabalho deste 3.Âş perĂodo consistiu na representação de um programa televisivo sobre saĂşde mental. Durante o programa, foram vĂĄrios os temas abordados, nomeadamente a definição de mente e anĂĄlise das suas componentes, o que ĂŠ a saĂşde mental e problemas que podem advir de uma saĂşde mental debilitada, tudo isto graças a algumas reportagens e Ă presença de especialistas, protagonizados pelos alunos do grupo. Em seguida, foi apresentado um filme que retratava um caso de uma pessoa que, devido a uma lesĂŁo cerebral, começou a adoptar comportamentos agressivos, tendo o pĂşblico a oportunidade de escolher o final do filme, entre as vĂĄrias opçþes sugeridas pelo grupo. Por Ăşltimo, realizĂĄmos um debate, onde se analisou e defendeu a melhor forma de proceder em casos como o que havia sido visualizado no vĂdeo, bem como a que jĂĄ estĂĄ definida na lei. Foram vĂĄrias as opiniĂľes bastante positivas sobre a apresentação e muitas as congratulaçþes recebidas. A mensagem chegou ao pĂşblico e houve bastante interactividade entre todos, pelo que pensamos ter sido um contributo significativo para uma abordagem do tema que nos propusemos estudar: Enigma Humano. Marco Ermida – 12.Âş A
TrajectĂłrias Interdisciplinares ÂŤPerspectivar a evolução das mentalidadesÂť Dando continuidade ao Projecto ÂŤTrajectĂłrias Interdisciplinares: Perspectivar a evolução das mentalidadesÂť, teve lugar, no IPTM, no dia 22 de Março, entre as 14.20 e as 15.50 horas, a segunda sessĂŁo programada. O problema abordado e que teve entusiasmadas reflexĂľes foi ÂŤO Sentido da EscolaÂť. Traçaram-se os seguintes objectivos: – Avaliar as funçþes do sistema escolar na sociedade contemporânea; – Problematizar o papel da escola na sociedade virtual de hoje. Participaram os alunos das turmas 10.Âş D, 12.Âş B, 12.Âş D, 12.Âş F, 12.Âş G e 11.Âş A Profissional; os professores JosĂŠ Artur Matos, A. Marcos Tavares, JoĂŁo Rebelo, Estela Ferreira e Fernando Cameira. Esteve tambĂŠm presente e interveio na sessĂŁo o senhor Presidente da Associação de Pais da ESJAC, Eng. JosĂŠ Freitas. Todas as turmas presentes se empenharam responsavelmente, sendo de destacar as seguintes actividades: a turma do 12.Âş B construiu um vĂdeo com palavraschave sobre a escola, tendo sido projectado no decurso da sessĂŁo; a turma do 12.Âş D realizou um filme a partir de entrevistas a membros da comunidade escolar; a turma do 12.Âş F aplicou um inquĂŠrito a alunos da escola e procedeu ao tratamento dos resultados; os alunos do 11.Âş A Profissional apresentaram um vĂdeo acerca dos factores de desinteresse e de abandono escolar; a turma do 12.Âş G procedeu Ă anĂĄlise das finalidades do Estado para a educação, a partir da Constituição da RepĂşblica e da Lei de Bases do Sistema Educativo; e, finalmente, a turma do 10.Âş D presenteou-nos com uma interessante dramatização da realidade escolar, nomeadamente com referĂŞncias ao bulliyng. Os debates, que aconteceram a propĂłsito de todas estas actividades, centraram-se sobretudo nos seguintes pontos: o sentido da escola; factores de desinteresse e de abandono escolar; a escola reprodutora, niveladora ou dinamizadora?; que futuro para a escola: na sociedade actual, de internet e redes sociais, continuarĂĄ a ser necessĂĄria a escola (uma sociedade desescolarizada, ao estilo de Ivan Ilitch)?; o poder (polĂtico, econĂłmico...) e a educação. Numa apreciação global, pode dizer-se que o projecto, subordinado nesta sessĂŁo Ă problemĂĄtica da escola, foi muito bem aceite e pensado pelos participantes. Houve dinamismo por parte de todos. Assistiu-se a momentos interessantes de conjugação de saberes e de transferĂŞncias de competĂŞncias. A. Marcos Tavares - Professor de Filosofia
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NOTÍCIAS... A Escola foi à Universidade A Universidade do Minho, com o objectivo de celebrar os 50 anos do primeiro voo espacial tripulado por Yuri Gagarin, promoveu o concurso FisicUM, que decorreu no passado dia 14 de Maio. Esta iniciativa partiu do Departamento de Física e desafiou as escolas a construírem “naves” para serem lançadas a partir do solo, devendo, depois de permanecerem no ar o maior intervalo de tempo possível, aterrar numa zona limitada definida no regulamento do concurso. Duas equipas, “Os Esjac’UM” e “Os Gagarinos”, da Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia apresentaram os projectos iniciais e foram seleccionadas, tendo integrado as 14 equipas que levaram a bom porto a tarefa a que se propuseram. As equipas e os respectivos coordenadores dos projectos, professora Conceição Reigota e professor Víctor Barbosa, partiram da Régua por volta das 7 horas e regressaram às 18 horas. Os alunos das duas equipas, na apresentação dos seus projectos, cumpriram de forma integral as normas do regulamento do concurso, desfrutaram dos momentos de lazer, participaram no agradável convívio, em suma, o dia foi passado com muita animação e alegria. Os alunos e professores que participaram no concurso tiveram ainda a oportunidade de assistir a uma palestra com a única portuguesa consultora internacional especialista em análise de riscos espaciais, Isabel Pessôa-Lopes, e única candidata portuguesa a astronauta. Alunos do 12.ºA Profissional e do 12.º C
POESIA... A arte do sofrimento A minha vida se complica, A cada passo que dou, Sem saber por onde vou... Sem saber o que dizer. Já não compreendo a vida, Que me faz ficar perdida, Neste eterno labirinto... Que teima em não me mostrar a saída. Eis uma lágrima, Pronta a denunciar-me, A desmascarar-me perante a multidão, Aqui estou, Pálida... sem pulsação. Caída, sem a mínima reacção... Num mundo sem calma, Que me roubou a alma, Sem dó nem piedade... Escondendo-me a verdade, Desta dura realidade.
Caminho... inconsciente... Sinto-me a única sobrevivente Desta teia de sofrimento. Desta vida sem cabimento, Inundada em água. Transmitindo a minha mágoa... •c esta minha eterna mágoa, Trespassada pela dor, Não sinto frio, nem calor. Andreia Cardoso - 10.º G
PALESTRAS NO ÂMBITO DA FÍSICA No passado dia 2 de Maio, tiveram lugar no IPTM duas palestras no âmbito da Física, de acordo com o ponto E32 do Plano Anual de Actividades 2010-2011. A coordenação destas actividades esteve a cargo dos professores Víctor Barbosa, Paulo Almeida, Conceição Reigota e Ana Monteiro e contou com a participação dos docentes do grupo de Física e Química e dos alunos envolvidos. As palestras aconteceram em dois momentos distintos. A primeira ocorreu da parte da manhã, às 11:00 horas, cujo tema foi: “Vida inteligente no Universo... Há alguém lá fora?”
Resumo: Há vida inteligente noutros planetas? No Sistema Solar parece ter sido somente a Terra que permitiu condições para que a vida inteligente se desenvolvesse. Mas será que existe vida inteligente noutros sistemas da nossa Galáxia? E noutras Galáxias? Em caso afirmativo, podemos comunicar? Nesta palestra pretendeu-se obter uma estimativa do número de planetas da Via Láctea com formas de vida capazes de comunicar connosco. A outra palestra teve lugar da parte da tarde, iniciando-se às 14:30, com o tema “O que é o tempo?”. Resumo: O que é o tempo? Parece uma questão com resposta fácil. Mas, do ponto de vista físico, aquilo que parece que é não é. Toda a gente parece saber a resposta, mas perante o facto de a pergunta ser feita tem dificuldade em responder. Esta palestra pretendeu confrontar as pessoas com o conceito de tempo, mas também com o conceito de presente, passado e futuro. A relação entre as distâncias entre estrelas e entre galáxias, com o tempo que a luz leva a percorrer essas distâncias, funciona como uma ferramenta para lidar com as noções de presente, passado e futuro. O orador foi o Professor Doutor Luís António Gachineiro da Cunha, professor e investigador da Universidade do Minho. Do seu vasto currículo destaca-se que é doutorado em Ciências, com especialização em Física pela UM em 2000, investiga na área da Física Aplicada e em Ciências dos Materiais, Produção de filmes finos Sixyz, ZrNxy, MoNxy, TiCxy, Ti-Si-C, Ti-C-N-O por processos de PVD (Reactive Magnetron Sputtering), tendo obtido vários prémios individuais e uma patente internacional. Tem 41 trabalhos publicados no âmbito da investigação científica, proferiu 91 comunicações em encontros de investigação científica e é supervisor de mestrados e doutoramentos. Os alunos participantes foram das turmas 8.º C, 8.º E, 10.º A, 10.º C, 11.º A, 11.º B, 11.º C, 12.º B e 12.º C, que mostraram muito interesse e foram participativos, interagindo por diversas vezes com o palestrante. Os coordenadores
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NOTÍCIAS... “SINAIS” RADIOFÓNICOS NA ESCOLA
Os alunos do 10.º F com o jornalista Fernando Alves e a professora Conceição Pires
No dia 29 de Março, a nossa turma recebeu a visita de Fernando Alves, reputado jornalista da TSF, para com ele conversarmos sobre a especificidade da sua profissão, os meios de comunicação social e a escrita de rádio. Excelente comunicador, foi fácil ao nosso convidado prender, desde o início, esta plateia jovem que se deixou transportar pelos meandros do seu passado, onde já deixava antever a paixão com que diariamente se entrega à palavra. A esta dedicou uma atenção especial. Reconhece-lhe um poder crítico acentuado, ao mesmo tempo que desencadeador de muitas imagens, abrindo janelas para o mundo e tornando evidente a sua impressão pessoal, como se de um filme se tratasse, magicamente transformado pelo som. Por isso, ele próprio considera o seu trabalho jornalístico como uma arte. Mas tudo começou aos catorze anos, quando ainda frequentava um liceu angolano, participando no jornal de parede. A leitura era, então, uma rotina da qual não prescindia. Os textos que escrevia estavam repletos de ironia e de acidez crítica ao quotidiano escolar. Para ele, a palavra era já uma arma de arremesso. É dessa altura a alcunha o crónicas. Dois anos mais tarde, iniciou a sua carreira na estação de rádio de Benguela. Gradualmente, foi canalizando e apurando a fórmula da crónica, pouco frequente na rádio. Hoje, escreve muito bem sobre o que quer que seja, tendo adquirido um certo poder: o de ter criado uma certa cumplicidade e reciprocidade com um público vastíssimo que, de segunda a sexta, escuta a sua crónica matinal, num espaço que designa como “Sinais”, e o de ter dado o seu verdadeiro contributo para o desenvolvimento de uma escrita de rádio. Trata-se de uma fala escrita, presencial, que evita as rimas, mas onde
a coloquialidade implica e envolve o ouvinte, como se de um jogo se tratasse, agarrando o que fica suspenso e originando uma musicalidade que só a escrita tem. No fundo, é como “escavar o poço da palavra”, na opinião de Fernando Alves. Quisemos conhecer um pouco mais a sua profissão. Explicou a sua especificidade e, sobretudo, as suas exigências, distinguindo-a do jornalismo praticado pelos outros meios de comunicação (televisão e imprensa). Não faltaram recomendações, destacando-se a da leitura, cujo prazer e transformação em vício ocorre depois de superadas as dificuldades e os aborrecimentos iniciais que, não raras vezes, ela provoca. As ancoragens literárias que foi fazendo despertou em nós uma grande vontade de o imitar, embora conscientes do longo caminho que ainda temos de percorrer. No final do encontro, o prazer e a admiração eram visíveis no nosso rosto. A viagem no “universo Fernando Alves”, iniciada através da escuta activa dos “Sinais” dele emanados, vai continuar, depois do seu começo na aula de Português, quando a nossa professora Conceição Pires quis fazer, em Setembro, um diagnóstico da nossa compreensão oral. Para isso, escolheu a crónica sobre “Leonardo Coimbra”. Inquietos por causa desta individualidade, partimos todos à sua descoberta, imediatamente interrompidos pela sonoridade vinda das colunas. Como que suspensos, evadimo-nos da tarefa escolar para nos refugiarmos num outro campo, conduzidos pela voz única, grave e sonante, tão profunda quanto magníficos os conteúdos por ela abordados. O ritmo era alucinante, só comparável ao do Space Mountain da Eurodisney. Apesar das indicações precisas, perdemo-nos numa rede de referências culturais inéditas para nós.
O labirinto “Fernando Alves” estava diante de nós. Ousámos entrar nele, mas não encontrámos voluntariamente a saída. Cada nova escuta é um passo mais neste mundo maravilhoso que a TSF nos oferece quase todos os dias, através do filtro intimista e subjectivo do olhar jornalístico, num momento de verdadeira literatura humanista, como recentemente confirmámos com a crónica “Llamazares”. Em cada “Sinais”, um novo desafio, uma nova expectativa, num misto de surpresa e suspense, de nunca dito e jamais completo, querendo prolongar no tempo a voz que rapidamente nos liga ao rádio e ao mundo encantador da globalização, da leitura e, sem dúvida, do ser humano. É também por causa deste que partilhamos com Fernando Alves valores como a tolerância, o respeito, a responsabilidade, a paz e o amor. Ao convidar-nos a reflectir, implica-nos na
construção de um mundo melhor, esse onde também nós queremos viver. Um mundo onde cada um de nós tem uma missão a cumprir, onde a palavra escrita ecoa a nossa intimidade e projecta as paredes sólidas de uma sociedade mais humana, onde cada tijolo é um livro lido e uma voz humana. Como no poema de José Régio – “Cântico Negro” –, «Quando me dizem: “Vem por aqui!”/ Eu olho-os com olhos lassos /(…) e cruzo os braços, / e nunca vou por ali…/ (…) Só vou por onde /Me levam meus próprios passos. / (…) Eu amo o Longe e a Miragem, / Amo os abismos, as torrentes, os desertos…». Depois de “Sinais”, e retomando José Régio, “A minha vida é um vendaval que se soltou. / É uma onda que se alevantou. /É um átomo a mais que se animou…/ Não sei por onde vou, /Não sei para onde vou / – Sei que não vou por aí!». Os alunos do 10.º F
OPINIÕES: - «É um homem de uma cultura alucinante!» – Isilda - «Deu-nos bons conselhos sobre a vida jornalística.» – Daniela - «É notável o à-vontade com que se dirige ao público, sendo um homem da rádio!» – Mafalda - «Ficámos surpreendidas com o vocabulário que usava. Era muito rico! Nunca faltaram palavras para improvisar o diálogo.» – Sara e Ana Cláudia - «Acho que ele consegue juntar muito bem cultura com humor.» – Inês e Maria Inês - «Gostámos da imagem que ele deu do que é e do que deve ser uma rádio.» – Amadeu e Gonçalo - «Aprendemos que a rádio é, afinal, o meio de comunicação que mais exige da nossa imaginação.» – João e Leandro - «Não esqueceremos nunca a sua voz! É única! Entra tão agradavelmente no nosso ouvido!» – Margarida e Gisela - «Espantou-me o facto de ele não gostar de televisão. Afinal, ele foge a muitas regras e vícios sociais. Por isso, admiro-o muito!» – Rita - «Como é que, acordando tão cedo, consegue inspirar-se para escrever tão bem as suas crónicas?» – Rita e Cláudia - «Apercebemo-nos de que ser jornalista não é uma profissão fácil.» – Ana e Ana
O jornalista Fernando Alves e a professora Conceição Pires
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VISITAS DE ESTUDO...
NOTÍCIAS... XVI Olimpíadas do Ambiente
VISITA À UNIVERSIDADE DE AVEIRO Fábrica Centro Ciência Viva No dia 28 de Abril, os alunos do Curso Profissional de Multimédia (11.º A) e de Programação de Sistemas Informáticos (11.º C) realizaram, no âmbito da disciplina de Área de Integração, uma visita de estudo à Fábrica Centro Ciência Viva, em Aveiro. Ao longo do dia e acompanhados pelas professoras Ana Paula Lopes, Cláudia Oliveira e Sónia Lopes, participaram em três actividades interactivas: o “Sítio dos Robôs”, a “Oficina de Robôs” e a exposição “Mãos na Massa”, onde puderam pôr em prática alguns dos conhecimentos adquiridos nas diferentes disciplinas curriculares. Deste modo, os alunos tiveram a oportunidade de contactar com a construção da realidade científica, verificar a interdependência entre o conhecimento científico e o tecnológico, bem como certificar-se da aplicação das descobertas científicas no quotidiano. Pelo seu carácter formativo e pelas experiências enriquecedoras que proporcionou, podemos afirmar que a visita de estudo foi muito positiva.
Nos dias 29 e 30 de Abril e 1 de Maio, decorreram, em várias zonas do Algarve, as XVI Olimpíadas do Ambiente. Cinco alunos do 12.º C, Diogo Cordeiro, Daniela Fonte, Gabriela Borges, Inês Pereira e Susana Barreiro, participaram nas primeiras eliminatórias, tendo ficado apurados para as etapas seguintes. Para a última eliminatória apuraram-se as alunas Inês Pereira e Susana Barreiro. Com a persistência que as caracteriza, ultrapassaram todos os obstáculos e rumaram ao Sul. Puderam contar com todo o apoio por parte da Direcção da Escola no sentido de tornar
Ana Paula Lopes - Professora de Filosofia
Fábrica de Robôs
possível a sua deslocação e participação. Apesar de não terem figurado nos três lugares do pódio, como tanto desejavam, levaram o nome da nossa Escola até bem longe. As actividades não se cingiram à prova final . As jovens puderam também assistir a uma palestra que versava vários trabalhos, realizados por alunos, sobre temas relacionados com o Ambiente e a Cidadania. Puderam ainda realizar a actividade “Coastwatch” na Ria Formosa, que tinha como objectivos promover o convívio entre os participantes e motivar os jovens para a vigilância das zonas costeiras. Num ambiente de divertimento, os participantes visualizaram, em grande grupo, o documentário “Pare, Escute e Olhe”, sobre o encerramento da Linha do Tua. Como a participação da nossa Escola foi, não em qualidade mas em número de alunos, reduzida, as nossas “ambientalistas” foram “adoptadas” por um grupo açoriano acompanhado pelo professor Márcio. “Penso que as Olimpíadas do Ambiente foram uma experiência muito enriquecedora. Apesar de não termos ganho o prémio principal, conseguimos adquirir conhecimentos que poderemos aplicar no nosso quotidiano. Foram trocadas ideias gratificantes quer com outros concorrentes quer com os próprios organizadores. Sem dúvida que este fim-de-semana irá ficar na nossa memória, não só pelos bons momentos passados, como também pelas amizades que se travaram para a vida.” – disse-nos Susana Barreiro Bem-hajam, Susana e Inês, por mais uma vez honrarem o nome da nossa Escola. Inês Sequeira - Professora de Área de Projecto
Mãos na massa
Oficina de Robôs
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VISITAS DE ESTUDO... VISITA A SINTRA E LISBOA Realizou-se, nos dias 24 e 25 de Março, uma visita de estudo a Sintra e Lisboa, participada pelas turmas A, B, C e E do 11.º ano, assim como pela turma C do 11.º ano Profissional, acompanhadas pelos professores Estela Ferreira, Helena Varela, Rosa Ferrão, Teresa Silva Soares e Paulo Pereira Guedes. A visita teve como objectivos: proporcionar aos alunos um conhecimento sustentado, baseado no contacto in loco, dos lugares, monumentos e paisagens de referência que surgem n’ Os Maias, um dos mais conceituados romances em Português; promover o gosto pela leitura, procedendo à leitura de excertos nos locais referenciados; estimular o espírito crítico, à semelhança do escritor Eça de Queirós, comparando a capital do século XIX com a do século XXI; favorecer uma compreensão mais ampla do mundo, colocando os alunos em contacto com realidades diferenciadas; e diversificar os métodos de ensino e as formas de aprendizagem. Em Sintra, o grupo visitou o Palácio Nacional da Pena, para onde se deslocou nos transportes próprios que a Câmara Municipal de Sintra proporciona. Aqui, foi possível contactar com uma das jóias do património nacional, tendo-se vislumbrado ainda o famoso arco de Seteais, no palácio com o mesmo nome.
Após a pernoita na Pousada da Juventude de Lisboa, o grupo fez, de manhã, um percurso baseado nos espaços que, n’ Os Maias, Carlos e Ega percorrem no passeio final, em que reflectem sobre o falhanço da sua vida e assumem o fatalismo muçulmano como marca da existência. Os alunos do 11.º C Profissional
VIAGEM LITERÁRIA
Nos dias 31 de Março e 1 de Abril, fizemos uma visita de estudo a Mafra, Lisboa e Leiria, no âmbito da disciplina de Português, para aprofundarmos o nosso conhecimento sobre a vida, a obra e a época dos autores estudados no presente ano lectivo. Assim, pouco passava das seis da manhã quando partimos em direcção ao Convento de Mafra. À hora prevista, a curiosidade e o interesse sobrepuseram-se ao sono que deixámos pelo caminho. Era altura de “entrarmos” no Memorial do Convento, de Saramago, pela voz da nossa guia. Sentimo-nos, então, construtores desse magnífico edifício que tanta exploração e sofrimento causou ao povo português no século XVIII. Deixámo-nos contagiar pelo ambiente vivido neste espaço, envolvendo a vida maravilhosa e trágica das personagens daquele romance, nomeadamente da epopeia de homens, do esforço hercúleo de milhares de trabalhadores
arregimentados em todo o país, de arquitectos, engenheiros e materiais vindos do estrangeiro e pagos a peso de ouro do Brasil, esgotando-o. Todos os detalhes de um amor artificial entre um rei e uma rainha e a descendência dificilmente conseguida, mas gratificada tão magnificamente pela Majestade real a Deus tão generoso, nem que para isso muitas famílias tenham sofrido, foram apresentados, não raramente associados a uma veia satírica e mordaz. À tarde, complementámos este conhecimento com o teatro que naquele espaço é representado, com o mesmo título da obra, encenado por Filomena Oliveira e tão densamente dramatizado por uma equipa de actores de grande qualidade artística. Desta vez, atentámos também nas outras personagens, nomeadamente em Baltasar e Blimunda, cujo amor natural foi vivido de forma tão intensa e modelar para nós. A figura do Padre Bartolomeu de Gusmão será, para
sempre, um bom exemplo a seguir na luta e realização dos nossos sonhos. De regresso a Lisboa, a confraternização dominou a noite calma e sossegada. Restabelecidas as forças, partimos, manhã cedo, em direcção ao Teatro de S. Carlos, diante do qual se encontra a casa onde nasceu Fernando Pessoa. Iniciámos, assim, o roteiro pessoano, sob a orientação de Nuno Frazão, um guia da Câmara Municipal de Lisboa. De modo descontraído, fomos percorrendo os espaços desta cidade ligados à vida do nosso escritor, com ancoragens sistemáticas na sua obra literária, sobretudo da leitura de alguns trechos dos seus poemas mais conhecidos, e nos acontecimentos históricos contemporâneos vividos por este poeta. Depois de um almoço rápido, viajámos até Leiria, mais especificamente, até às Cortes, à CasaMuseu João Soares, pai de Mário Soares e pedagogo eminente, para além de activista político e ministro durante a Primeira República. Assistimos a um documentário sobre a implantação da República e o Estado Novo, complementado com a exposição permanente – O Século XX Português. Os Caminhos da Democracia. João Soares/Mário Soares – que dá uma visão sintética do século XX português, sobretudo na sua vertente de história política. Com a ajuda de uma guia, participámos, então, numa reflexão que muito nos ajudaria no estudo de Felizmente há luar!, de Luís Sttau Monteiro, a partir também das fotografias, cartazes e documentos,
apoiados por um conjunto de audiovisuais que, com filmes da época, documentam as principais fases dos três períodos considerados – A Crise do Sistema Liberal (1890-1926); Ditadura Militar, Estado Novo e Resistência (1926-1974); e Revolução e Democracia (1974-1996) –, para além do enquadramento dos percursos biográficos de João Soares e Mário Soares. O espaço circundante da casa mereceu, igualmente, o nosso apreço. Ele foi transformado, tendo-se tornado num aprazível jardim, da autoria do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, integrando um auditório ao ar livre e um parque de estacionamento, onde está exposto o automóvel com o qual Mário Soares percorreu o país em muitas campanhas eleitorais que se seguiram ao 25 de Abril de 1974. Retomámos, pela última vez, a viagem por algumas horas interrompida, em direcção ao Peso da Régua. À chegada, algum cansaço, mas a certeza também de uma aprendizagem útil na caminhada literária que a professora Conceição Pires deseja a partir da disciplina de Português; para a construção da nossa identidade histórica, como reforçou a professora Regina Lima; e para o enriquecimento pessoal e social através do desenvolvimento do espírito crítico, de atitudes de sociabilidade, de tolerância e de cooperação. A alegria e a boa disposição foram os ingredientes indispensáveis nesta visita que guardaremos para sempre na nossa memória. Os alunos do 12.º B Profissional
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BIBLIOTECA... Concur so Nacional de Leitur a Concurso Leitura Concur so Inês de Castr o Concurso Castro Alunos da turma 6.º 5 da Escola EB 2,3 de Peso da Régua premiados com o 2.º lugar do concurso nacional do PNL A divulgação da lista de premiados, no dia 29 de Abril, encheu de orgulho e alegria os alunos da turma do 6 .º 5, que participaram na idealização dos Percursos de Pedro e Inês, na modalidade de caça ao tesouro, sob a coordenação dos Professores Ana Paula Silva e Paulo Lopes e da Biblioteca Escolar. No projeto da caça ao tesouro, os alunos tiveram de definir um percurso pelos contextos e lugares históricos, geográficos e literários alusivos ao tema, com base em pesquisas efetuadas a partir de leituras sobre o romance de D. Pedro e D. Inês de Castro. A elaboração da atividade incluiu um mapa, que permitiu a visualização da área de jogo, a explicação das regras a seguir, a divulgação dos enigmas a desvendar e, ainda, a definição do “tesouro”, que representa o culminar da caça ao mesmo. Para além do cumprimento de todos estes aspetos, os alunos desta turma construíram um castelo de grandes dimensões, que serve de espaço/cenário do jogo. Os alunos aguardaram, com muita expectativa, a cerimónia de entrega dos prémios, ocorrida no dia 30 de Maio, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra. O concurso é uma iniciativa conjunta do PNL e da Fundação Inês de Castro, com o patrocínio da YDreams.
O CARTAZ DA MINHA ESCOLA “O Cartaz da Minha Escola” da Sala 1 do Jardim de Infância das Alagoas ganhou o 1.º Prémio do concurso nacional realizado pelo PNL, no âmbito da Semana da Leitura 2011 e do Ano Internacional das Florestas. O desafio lançado foi aceite, conseguiuse fazer a pretendida articulação transversal do currículo e, sobretudo, abriram-se asas à imaginação e à criatividade. PARABÉNS à Educadora Palmira e a todos os meninos e meninas, que sabem um segredo... o ninho da fantasia!
Estendal de Letras Imagem das “peças de roupa” feitas, com entusiasmo, pelas várias turmas do Agrupamento e que resultaram num esplêndido Estendal de Letras que pôde ser apreciado no exterior da Biblioteca Municipal, para comemorar o “Dia Mundial do Livro”. Parabéns a todos os “artífices” da letra e da palavra!
Biblioteca Municipal do Peso da Régua Mais imagens na página das BE's
Biblioteca Municipal de Vila Real
No dia 29 de Abril, a Ana Filipa, o Diogo, a Isabel, a Leonor, a Maria Beatriz e a Rosário, do 3.º ciclo, a Ana, a Helena e a Isilda, do Secundário, acompanhadas pelas professoras responsáveis das Bibliotecas Escolares e pela professora Nelma Aguiar, partiram do Agrupamento em direção à Biblioteca Municipal de Vila Real, onde se realizaria a Fase Distrital do CNL.
Às 14:00, cerca de cem alunos, das várias escolas do distrito, começaram as provas com entusiasmo e empenho! Seguiu-se uma visita guiada à Biblioteca Municipal e às 15:15 foram anunciados os concorrentes apurados para a prova oral, que iriam disputar a final nacional. Entre eles estavam a Leonor e a Rosário (3.º ciclo) e a Isilda (Secundário), mas o nervosismo impediu-as de ir a Lisboa. No f inal das provas, ouviram palavras de elogio e incentivo do escritor Alexandre Parafita, da representante do PNL e do Bibliotecário Municipal. Para terminar, foi servido um lanche ao som de um concerto de dixieland, o que muito agradou. Os nossos representantes regressaram cansados, mas muito contentes pela participação!
Rede de Bib liotecas do P eso Bibliotecas Peso da Régua
Foi assinado no dia 18 de Maio, no Museu do Douro, o protocolo de cooperação entre os parceiros que constituem a Rede de Bibliotecas do Peso da Régua: Município do Peso da Régua, Museu do Douro, Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia e Escola Profissional da Régua. Para além da partilha e difusão da informação, através da constituição de catálogos coletivos, a Rede de Bibliotecas do Peso da Régua permite as componentes de divulgação cultural, de maximização de recursos humanos e financeiros e a rentabilização dos espaços, permitindo ações concertadas e eficazes entre todos os parceiros. Sara Diaquino, aluna do 12.º ano, do Curso de Artes Visuais, vencedora do concurso promovido para a criação do logótipo da Rede de Bibliotecas do Peso da Régua, fez a apresentação do mesmo, seguindo-se a apresentação do Portal da Rede, com explicação das funcionalidades, feita pelo Bibliotecário Municipal, Dr. António Jorge Pereira. A cerimónia terminou com a entrega de prémios do concurso “O Cartaz da minha Escola”. Este concurso, de âmbito nacional, teve uma participação muito alargada dos educadores e professores, das crianças e jovens do nosso
Agrupamento, tendo os trabalhos sido expostos na Biblioteca Municipal. Posteriormente, um júri selecionou um por cada nível de ensino, os quais foram enviados ao Plano Nacional de Leitura. Pré-escolar: Turma 1, Centro Escolar das Alagoas 1.º ciclo: Turma 3.4, Centro Escolar das Alagoas 2.º ciclo: Turma 6.º 4, EB 2,3 3.º ciclo: Turma B, 8.º ano, ESJAC Secundário: 10.º A Profissional – João Carlos Valente Rualde, ESJAC A equipa das BE's (Texto redigido ao abrigo do Acordo Ortográfico)
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ÁREA DE PROJECTO... Decorreu, principalmente durante o mês de Maio, a apresentação dos resultados dos trabalhos de projecto desenvolvidos ao longo do ano lectivo, na disciplina de Área de Projecto, do 12.º Ano. Os trabalhos, depois de concretizados, foram na sua maioria apresentados à comunidade escolar e educativa. A sua divulgação pública foi realizada com o recurso a várias metodologias. Assim, assistimos a palestras realizadas por especialistas convidados ou pelos próprios elementos dos grupos, subordinadas aos temas
12.º B - "Abre-te Cérebro"
12.º A - "Sono Espelhado"
12.º C - "A Música"
12.º F - "A Publicidade"
12.º D - "Cinco Sentidos"
12.º E - "Sobrenatural"
escolhidos, a exposições e a algumas actividades complementares a estas apresentações. Ficámos satisfeitos com a qualidade e a excelência dos trabalhos expostos. Uma palavra de agradecimento, na pessoa do assistente operacional Sr. Sousa, para toda a equipa de carpintaria, que esteve sempre disponível para colaborar nas diversas solicitações. Uma palavra também para o Sr. Presidente da Comissão Administrativa Provisória, pela presença constante e pelo apoio concedido. Uma última apreciação para lamentar o corte desta disciplina do currículo do ensino secundário. É que estamos perante uma disciplina com uma forte componente formativa, capaz de desenvolver competências a nível do trabalho autónomo, da reflexão crítica e da criatividade, do trabalho cooperativo, da responsabilização pessoal e colectiva e de promover a interacção entre o saber, o saber-fazer e o saber-ser. 12.º G - "Grécia... Passado e Presente" Manuel Ferreira - Professor de Filosofia
12.º G - "Grécia... Passado e Presente"
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DIA DO PATRONO...
Ag ou Dia do P atr ono Agrrupamento comemor comemorou Pa trono O Agrupamento de Escolas Dr. João de Araújo Correia celebrou, no dia 03 de Junho, o Dia do Patrono. Um evento a todos os títulos notável e com grande expressão na comunidade escolar e local. Assim, cumpriram-se com êxito os objectivos inicialmente definidos. O Dr. João de Araújo Correia foi homenageado com um programa cultural e lúdico de boa qualidade, que mobilizou todas as escolas do Agrupamento e que envolveu encarregados de educação e outras instituições do concelho e da cidade do Peso da Régua. Durante a parte da manhã, a cidade do Peso da Régua ganhou outra dinâmica e uma outra vida, com a animação de rua proporcionada pelo grupo de bombos da EB 2/3, o grupo de teatro da ESJAC e o grupo de danças do Centro Escolar da Alameda e das Alagoas. Durante a tarde, teve lugar uma sessão solene no auditório do IPTM, onde se realizou uma conferência, dinamizada pela Dr.ª Hercília Agarez, sobre o médico e escritor, tendo-se procedido à entrega do prémio escolar Dr. João de Araújo Correia, para os alunos dos 9.º e 12.º anos, os prémios do concurso literário 2010/2011 e, ainda, os referentes ao concurso de caricaturas Dr. João de Araújo Correia. O evento contou ainda com uma exposição de trabalhos dos alunos de todo o Agrupamento e que esteve patente ao público no Parque Multiusos – Avenida do Douro, durante os dias 3, 4 e 5. Quem por lá passou teve a oportunidade de apreciar bons trabalhos de expressão plástica e de fotografia. Já durante a noite, assistimos a um café-concerto, que decorreu também no Parque Multiusos e que mostrou os talentos do Agrupamento a nível da música, da dança e do teatro. Deste modo, foi possível passar algumas horas de entretenimento e de divertimento onde professores, alunos, encarregados de educação e público em geral estiveram presentes e envolvidos. Uma última palavra para agradecer ao coordenador geral do projecto, Dr. Álvaro Cardoso, e ao Presidente da Comissão Administrativa Provisória, Dr. Paulo Cardoso, que fizeram tudo o que podiam e que estava ao alcance de ambos para que este evento tivesse a dignidade e a qualidade que acabou por revelar. Está de parabéns o Agrupamento…
Grupo de danças do Centro Escolar das Alagoas
Manuel Ferreira - Professor de Filosofia Grupo de danças do Centro Escolar das Alagoas Grupo de danças do 7.º E da ESJAC Dança pelos alunos do Centro Escolar das Alagoas
Grupo de bombos - Clube Bom Bom - EB 2/3 Conferência sobre Dr. João de Araújo Correia
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DIA DO PATRONO... Apresentação da Revista "Pensar(es)"
Actuação durante o Café Concerto
Actuação durante o Café Concerto
Actuação durante o Café Concerto Entrega dos prémios do Concurso Literário 2010/2011
Actuação durante o Café Concerto
Exposição de trabalhos dos alunos do Agrupamento
Actuação durante o Café Concerto
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OPINIÃO... O cinema de animação e a aprendizagem intercultural no ensino do Espanhol, língua estrangeira
Tal como acontece com outras áreas do saber, a aprendizagem de uma língua estrangeira exige da parte do docente um trabalho exigente, cuidadoso e em constante renovação. Tendo por base as reflexões teóricopráticas à volta da língua, nomeadamente a distinção entre os conceitos “aquisição” e “aprendizagem”, apresentada por Krashen, e entre “sistema linguístico” e “comunicação”, estabelecida por Saussure e Todorov, pretende-se ir ao encontro das abordagens metodológicas mais importantes e recentes, no que diz respeito ao ensino das línguas estrangeiras. Não é possível decorar os princípios teóricos que nasceram no século XIX e se têm vindo a aperfeiçoar. Na teoria nativista, com Chomsky, defende-se que o ser humano possui capacidades inatas para falar uma língua. Na teoria ambientalista, ressalta a aprendizagem de uma língua sob o ponto de vista da sociologia, sociolinguística, antropologia e linguística antropológica. Tendo por base as relações sociais e as comunicações por elas causadas, conclui-se que a comunicação nasce de uma necessidade de transmitir ou receber mensagens. De facto, para se aprender uma língua tem de haver uma motivação comunicativa e o aprendiz de uma língua tem de assimilar valores e comportamentos culturais da comunidade que utiliza essa língua. Outra preocupação é saber quais as razões para a aprendizagem de uma língua – obrigação, prazer, compensação económica, de carácter intelectual e académico, ou a disposição que o aprendente tem para aprender uma língua diferente da sua. Na situação concreta dos nossos alunos, que devem ter uma segunda língua estrangeira na sua formação, a razão da escolha da língua espanhola prende-se com a curiosidade por outra língua ibérica, pela proximidade de Espanha, por questões de prosseguimento de estudos no país vizinho, pela possível emigração para Espanha, pela expectativa de que seja uma língua mais acessível do que a língua francesa, língua estrangeira 2, até há bem pouco tempo a mais escolhida. No ensino das línguas estrangeiras, surgem métodos e princípios metodológicos, dos quais se destaca o Método de Gramática e de Tradução (denominado Método Tradicional), o Método Directo, o Método Audiolingual e Audiovisual (com ligeiras diferenças entre
eles), o Método Comunicativo (Modelo Nocional-Funcional e Ensino Mediante Tarefas). Todos eles, representativos de um determinado momento da História, têm as suas marcas hoje. Conservamos, do Método Tradicional (até aos anos setenta, presente ainda em alguns manuais), o uso do manual (não exclusivamente de textos) e do dicionário (bilingue e unilingue). Do Método Directo, recolhemos a importância da oralidade sem recorrer à língua materna, a prática da fonética, o uso de textos contextualizados e o enfoque indutivo no ensino da gramática. Dos métodos Audiolingual e Audiovisual, conservou-se o estudo da gramática partindo do mais simples para o mais complexo, a valorização da imagem e do diálogo, representativos de uma situação do quotidiano. Hoje, o ensino das línguas apoia-se no Método Comunicativo, com programas que têm por base o modelo Nocional-Funcional, visando desenvolver as competências linguísticas e comunicativas. Assim, aplicando-se “o jeu de rôle”, foi dada a oportunidade ao aluno de representar uma situação possível do quotidiano: num estabelecimento comercial, num restaurante, num bar, numa loja, numa agência de turismo, numa estação de comboio ou metro, num aeroporto, numa entrevista para um emprego, etc... Surgem também algumas questões. Quais as necessidades dos nossos alunos? Que conhecimentos trazem já? Que valores sociais lhes faltam? Quais são os que devem modificar? Quais os que devem conservar? Que procedimento é preciso adoptar para que os alunos sejam capazes de comunicar? Que recursos utilizar? Quais os mais eficazes? Nesta perspectiva, o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, elaborado pelo Conselho da Europa, que tem trabalhado neste campo desde 1991, fornece linhas orientadoras e sugestões para o docente. Pretende-se desenvolver uma competência plurilingue e pluricultural. Para tal, é necessário desenvolver competências gerais e competências comunicativas. Como forma de promover o Ensino Comunicativo, surge o Ensino Mediante Tarefas, em que é a tarefa final que determina os elementos necessários para a sua realização. Esta abordagem motiva, na maior parte das situações, uma vez que o aluno, ao conhecer a sua tarefa/projecto final, sente-se implicado, reconhecendo a necessidade de adquirir os conhecimentos necessários e desenvolver competências comunicativas apropriadas. Considerando que o audiovisual e o cinema têm um papel importantíssimo na vida de qualquer cidadão moderno e que a escola, os métodos de ensino e os materiais escolhidos não podem estar desfasados da realidade do aluno, surge uma questão: porque não utilizar o cinema de animação como recurso de aprendizagem de uma língua estrangeira, mais especificamente da Língua Espanhola? O cinema de animação constitui um importante veículo da língua e da cultura nacional e mundial. Aventa-se que poderá ajudar o indivíduo a construir a sua
identidade e o conhecimento, uma vez que remete para memórias, modos de vida e valores. Apresenta visões do mundo, invocando o passado, representando o presente e projectando o futuro. Tomemos como exemplo três longasmetragens: Idade do Gelo, Shreck e Toy Story. No filme Idade do Gelo, é importante
reflectir sobre a escolha dos títulos, o recurso a personagens como dinossauros e mamutes, a presença de cenários representativos de tempos longínquos, a utilização de um passado como se do presente se tratasse, numa fantasia que envolve o público jovem e adulto. Shreck explora temas transversais,
numa dialéctica constante entre o passado e o presente, propondo personagens do imaginário colectivo infantil de forma mítica e simbólica que estabelecem um diálogo entre literatura e cinema, num processo de intertextualidade cultural. Toy Story contempla temas actuais
relacionados com a família, a amizade, o amor, o ódio. A acção e a atitude das personagens desenvolvem a sensibilidade e a consciência moral dos alunos. Como podem os brinquedos da nossa infância ganhar vida num mundo paralelo e dar lições de vida? Além de longas-metragens, séries televisivas de animação como, por exemplo, Phineas y Ferbs ou Doraemon prendem a atenção dos adolescentes. A sua utilização, como recurso, permite reflectir sobre temas como a adolescência e a amizade, comparar comportamentos e desenvolver uma atitude de distanciamento/tolerância frente a acontecimentos e atitudes. Impõe-se agora a resposta à seguinte questão: como planificar as aprendizagens dos alunos em Espanhol, língua estrangeira? O docente deve consultar e analisar os documentos oficiais existentes emanados dos órgãos competentes, nomeadamente os do Ministério da Educação e de outras entidades com as quais existem parcerias ou trabalhos conjuntos. É o caso do Programa de Espanhol de 3.º Ciclo em vigor, complementado com as competências extraídas do Currículo Nacional do Ensino Básico. Merecem a nossa atenção, também, o Quadro Comum de Referência para as Línguas e o Plan del Instituto Cervantes. Detectadas as necessidades do discente, o professor procede, então, à planificação de acordo com toda a envolvência da situação/situações de comunicação a pôr em prática. Contemplará as competências gerais (conhecimento do mundo, cultura e sociocultura, a consciência intercultural e a competência existencial), bem como as competências comunicativas: a competência linguística subdividida em competência lexical, semântica, gramatical, fonológica, ortográfica e ortoépica; a competência pragmática, que contempla a competência discursiva e funcional; e a competência sociolinguística, que engloba os marcadores linguísticos, as regras de delicadeza, as expressões de sabedoria popular, as diferenças de registo, os dialectos e os sotaques. Para desenvolver as competências enumeradas, é necessário recorrer às actividades/destrezas de compreensão oral e escrita e de produção oral e escrita, fazendo uso de recursos que levem o aluno a um trabalho autónomo e criativo. Neste contexto, o cinema de animação, documento autêntico e completo, permite levar a cabo tarefas de aprendizagem, de aprofundamento e de enriquecimento de uma forma motivadora. Não será descabido mencionar que o uso do audiovisual em demasia conduz à monotonia e, por conseguinte, à desmotivação. Propõe-se, então, um equilíbrio na utilização dos recursos dentro da sala de aula. Pretende-se que o aluno deixe de considerar a escola como uma obrigação. Ora, o cinema de animação quebra este estereótipo, mostrando que o ensino/ aprendizagem pode ser agradável, interessante, motivador e eficaz. Fátima Fraga – Professora de Espanhol
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OPINIÃO... O álcool e a juventude Hoje em dia, a avaliar pelo que os meus pais dizem, os jovens têm mais liberdade de movimentos do que eles alguma vez tiveram. A questão está em sabermos aproveitar essa liberdade e essa confiança que em nós depositam. Muitas vezes somos confrontados com o problema da integração num determinado grupo e aquilo que começa por ser um elemento de socialização acaba por se transformar num vício que, mais tarde, irá roubar toda a liberdade até então adquirida. Falo do problema do (excesso de) álcool que circula entre as camadas mais jovens da nossa sociedade. Começa-se por uma cerveja, vai outra e logo se chega às bebidas altamente alcoólicas. Não são raras as vezes que ouvimos falar de jovens que entram em coma alcoólico, porque se convencionou que, para se ser feliz e se divertir, o álcool e as drogas têm de estar presentes. Pura ilusão! Para se aproveitarem os momentos, temos de estar bem lúcidos, com capacidade de discernir, coisa que o álcool não é capaz de manter no ser humano, pelo contrário, retira toda a capacidade de escolhermos as nossas atitudes, gestos, comportamentos e até mesmo as palavras. De elemento de socialização, o álcool torna-se muitas vezes o motivo de exclusão, porque ninguém gostará de acompanhar alguém que, mais tarde, devido às suas atitudes descontroladas, fruto de um comportamento irresponsável, possa deixar-nos envergonhados. Poderemos uma ou outra vez emprestar o ombro ao amigo, arranjar desculpas para o excesso... mas rapidamente o álcool o levará ao isolamento. Não gosto de ver a degradação a que alguns jovens chegam, nos quais, como jovem que sou, não me revejo, só porque se querem integrar, porque querem mostrar que já cresceram e que são capazes de aguentar não sei quantas cervejas, uns tantos shots e fazer o “quatro” direitinho. Isto vale tanto para rapazes quanto para raparigas. Seremos a sociedade de amanhã e, se assentar em vícios, os pilares tornar-seão frágeis. O que se quer de uma sociedade é que ela seja forte, capaz, com conhecimento e lucidez. Procurar no álcool um meio de fuga ou o meio para atingir um fim depressa levará à desilusão. Há que aproveitar o momento presente, que não voltará, com a maior lucidez possível para que não nos possamos arrepender amanhã dos erros de hoje. Que a nossa memória selectiva guarde para sempre os mais belos momentos da nossa vida, e para isso ela tem de estar bem activa. Maria Inês Ferreira – 11.º D
O Poder das Redes Sociais É do conhecimento do país a gravidade do espancamento de uma jovem, mas é mais grave ainda como as redes sociais distorcem e incentivam à violência. Já foi possível verificar inúmeros casos iguais ou piores que sucederam no país, mas até agora poucos foram motivo de furor e controvérsia em redes sociais como o facebook. Veja-se agora que as redes sociais já não são vistas como locais de entretenimento. São, actualmente, como jornais on-line, em que, à distância de um clique, é possível aceder a imensa informação sobre acontecimentos que a alguns choca, mas que a outros incentiva. Como será possível manter alguns adolescentes em segurança se até mesmo estes locais são alvos de notícias que os poderão afectar? Provavelmente será uma das várias perguntas que alguns pais fazem, para as quais virá a ser um quebracabeças arranjar uma resposta ou uma solução. As redes sociais são chamativas e conseguem cativar e “agarrar” os adolescentes, tornando-se num vício para alguns. Os pais precisam de ter uma grande atenção em relação a esta situação. No entanto, será que já não vigiam demais as crianças, levando-as à revolta? É necessário um confronto com a vida real, pois o tempo que as crianças e jovens passam nestes locais ‘internéticos’ impede-os de assumirem um ritmo saudável e eventualmente poderá levar a casos de um grande nível destrutivo para as suas vidas. Raquel Barbosa – 11.º D
ÚLTIMO DESABAFO O espectáculo começou e, como sempre, ele toca as mesmas músicas românticas, mesmo que não tivessem nenhum sentido para ele, pois nunca tinha amado uma mulher. Com a forte iluminação no seu rosto devido às luzes, ele esquece toda a gente à sua volta e toca como se estivesse sozinho. No fim da sua primeira música, as luzes apagamse e então ele consegue ver as pessoas do bar aplaudindo-o. A tarde comum de domingo deixou de ser comum. Na plateia, ele tinha visto uma mulher que muito se assemelhava a um anjo. O anjo da sua vida, com cabelos dourados e olhos azuis, como o oceano, um jeito meigo acompanhado de uma sensação de leveza ao olhá-la. Era como se tivesse perdido o chão sob os seus pés. Encontrava-se perdido num sentimento incondicional e avassalador que jamais havia sentido antes. Apaixonou-se instantaneamente por aquele anjo de beleza estonteante. No fim do seu intervalo, começou a música seguinte. Novamente as luzes aumentam, impedindo-o de continuar apreciando a sua amada. Ele torna a tocar. Toca de coração, com uma emoção e uma inspiração jamais vista. Parecia que seria a sua última vez naquele palco, ou até a última vez na sua vida. Este foi o seu melhor espectáculo. Com uma prestação dessas, o público do bar aplaude-o de pé, porém o seu rosto estava descontente. A sua amada não estava lá. Inquieto, ele deixa o palco rapidamente e procura-a por toda parte. Nada. Desapontado, voltou para a sua casa. O dia mais feliz da sua vida tinha-se tornado num pesadelo. Aquela mulher, a partir daquele momento, não saiu nunca mais da sua cabeça. Onde estaria ela? Como encontrá-la? Não sabia sequer por onde começar. Não sabia o seu nome, a sua morada, a sua idade, sabia apenas que era o amor da sua vida. Dias e noites passaram-se e, a todo o momento, a imagem daquele rosto angelical vinha à sua cabeça. Estava atormentado por nunca mais poder vê-la. Sabia que a sua vida não seria mais a mesma. A partir daí, passou a isolar-se. A sua vida parecia não ter mais sentido. Nada mais parecia ter graça. A vida resumia-se a escrever músicas de amor e a sonhar acordado com a sua amada. Passaram-se dias, mas, para ele, pareciam meses. Resolveu deixar a sua vida e procurá-la em todos os lugares. Viajou para centenas de cidades, mudou-se diversas vezes, tocou em infinitos bares para sustentar-se. Tudo em vão. Já havia perdido as esperanças de encontrá-la e, por diversas vezes, pensou e tentou suicidar-se. Parecia que estava sentenciado a viver na agonia de estar longe da sua alma gémea. Agora, a sua única lembrança era do sorriso cativante e do olhar penetrante da sua princesa. Então aprendeu a viver com isso. Aprendeu a aceitar que a sua vida, apesar de dolorosa, deveria continuar. Apesar de, a todo o momento, ter aquela imagem na sua cabeça, ele seguiu em frente com uma força que até ele mesmo desconhecia. Retomou o seu apartamento, o seu emprego, a sua vida. Voltou a tocar nos bares da cidade com a mesma emoção. Passou a ser muito conhecido pelas pessoas do bairro e até da cidade. Os seus espectáculos estavam cada vez mais frequentados, mas sem dúvida a sua vida não estava completa. Ele queria, ao menos, vê-la mais uma vez, nem que fosse por uma foto, nem que fosse por um segundo. Muitas vezes fez orações e promessas para que Deus cruzasse o seu caminho com o dela. Uma dessas promessas seria que ele daria a sua vida para ouvir a voz da sua amada. A fé move montanhas! Naquele domingo tão comum, ele tocara como se sentisse o que estaria para vir. Ao apagar as luzes e ao ouvir os aplausos, os seus ouvidos ficaram surdos e o seu olhar só viu uma imagem. Era ela! A sua tão amada e angelical princesa estava lá, aplaudindo-o! Os seus olhos brilhavam como nunca tinham brilhado. A sua vida finalmente voltou a fazer sentido. As cores voltaram a ter força e o seu sorriso não era forçado. Daquela vez, era sincero. Quando os aplausos cessaram, ele apressou-se e foi na direcção dela. Chegou a hora. Finalmente saberia o seu nome que, por tanto tempo, quis saber. Meio atrapalhado, aproxima-se dela e, meio a gaguejar, pergunta o seu nome. Ela, com um simpático sorriso e uma voz doce como uma melodia, responde: Ana Antunes. Com um sorriso singelo, ele retira-se, aliviado, e caminha em direcção à saída, sem pronunciar mais nenhuma palavra. Toma o seu caminho para casa, onde chega, toma o seu remédio e deita-se na sua cama. Ao lado, escreve num bloco meia dúzia de palavras e fecha os olhos. No dia seguinte, as pessoas da cidade falavam sobre a morte do músico do bar. Aparentemente, um suicídio, mas nada que possa ser explicado. As suas últimas palavras estavam num bilhete que dizia: “Ana Antunes. O anjo da minha vida finalmente trouxe de volta a minha felicidade, e agora que a recuperei, já posso passar à eternidade feliz. Onde for, no céu ou no inferno, a lembrança do teu lindo rosto e da tua doce voz vai proteger-me e, então, posso afirmar que a minha vida fez sentido.” Este foi o último desabafo de uma vida resumida a um amor. Maria Francisca Cardoso – 12.º G
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OPINIÃO... Escola versus Conflito
É uma realidade incontestável a violência protagonizada pelos jovens nas escolas. Não é um fenómeno novo, no entanto tem vindo a assumir proporções cada vez maiores, não só na quantidade como na gravidade dos actos praticados. As dúvidas que se poderão colocar são: – As escolas estão preparadas para enfrentar a complexidade dos problemas actuais? – Será a violência um problema somente da escola ou também da sociedade em geral? Embora as causas sejam múltiplas e variadas, será necessário investigá-las para as conhecer de modo que se possa actuar para debelar o problema. A verdade é que a violência continua a existir e a assinalar-se cada vez mais nos jovens alunos. A escola, como parte integrante da comunidade e como sistema interventor, não pode desconhecer que os conflitos e problemas sociais existem e que se reflectem nela. Onde poderá estar a sua origem? Em factores familiares ou sociais? São várias as situações sociais que podem explicar a indução de um jovem a tomar atitudes violentas nos espaços escolares. Na sua génese, poderão estar famílias desagregadas, pais omissos ou ausentes, pais coniventes com as atitudes dos filhos, falta ou inversão de valores e princípios, carências múltiplas, desemprego, miséria e exclusão social. Serão estas situações agentes com
responsabilidade ou influência nas atitudes menos desejáveis por parte dos alunos? Por sua vez, a escola é um mundo rico, versátil, mas também inconstante, onde coabitam crianças, adolescentes e adultos, profissionais e familiares, indivíduos com diversos interesses pessoais e profissionais, diferenças raciais e valores distintos. Os conflitos são inevitáveis. Eles acontecem em e por vários contextos, sob diferentes formas e impelidos por diversos motivos. Para inverter este status quo, a escola não pode adoptar uma atitude reactiva. Será indispensável discernir os comportamentos e centrar o exercício na prevenção, baseada nos indícios de comportamento que antecedem as situações de violência. São muitos os problemas existentes na escola de hoje. O processo de massificação que ocorreu nas escolas, com a consequente necessidade de um relacionamento de carácter multicultural entre os actores do espaço escolar, obriga a uma procura incessante da resolução dos problemas comunicacionais existentes. A indisciplina que gera conflitos é o que mais preocupa os elementos da comunidade educativa, porque também tem reflexos no sucesso educativo e no abandono escolar. As condutas conflituosas mais perceptíveis, por parte dos alunos, adquirem formas diferenciadas, como: – Mau comportamento nas aulas, problemas disciplinares (conflitos entre professores e alunos); – Conflitos entre iguais; – Conflitos entre os mesmos de uma forma sistemática (bullying); – Vandalismo e danos materiais; – Violência física e verbal. Acima de tudo, governantes e educadores devem estar atentos para o facto de que o conflito nem sempre pode ser considerado como o inimigo da “ordem” que sempre imperou na escola. O
conflito é o resultado dos “diferentes” e das “diferenças” que hoje em dia convivem no espaço escolar. Deve-se aprender a lidar com estas situações, que são irreversíveis nos estabelecimentos de ensino, antecipando decisões para que, quando o problema surgir mais fortemente, todos estejam aptos a lidar com ele. Geralmente, a concepção de conflito associa-se a situações que se encontram numa fase mais agudizada, com posições irreconciliáveis e prestes a degenerar em violência. Ou será que o podemos entender numa perspectiva resultante da própria educação democrática, que resulta da discussão fomentada, ou não, mas que pode ser resolvida numa perspectiva moderna do aceitar a diferença de cada um? Será este o caminho que nos permite resolver e aceitar os nossos conflitos com os outros num sentido integrador? As estratégias a aplicar, que visem uma eficaz redução de actos violentos por parte dos alunos, são variadas. Num papel interventivo de prevenção e combate da violência na escola, podemos contabilizar algumas acções, tais como: – Sensibilização da opinião pública; – Mobilização dos principais protagonistas no processo educativo para constituição de sólidas redes de parceiros; – Transformação da escola num local interessante para se viver; – Criação de instâncias de mediação de conflitos com os próprios alunos, transformando-as em oportunidades de desenvolvimento pessoal e social; – Tirar partido do potencial educativo das actividades artísticas e do desporto, como instrumentos dinâmicos de fomento de convivência intercultural. As acções referidas podem, por si só, não ser suficientes para que o sistema funcione. Prevenir a violência na escola é uma tarefa que cabe a todos nós. É uma tarefa colectiva. Manuel Mesquita – Professor de Artes Visuais
Crise NÃO, SORRIR SIM!
Os tempos que correm não são fáceis de se viver, pois é a crise, a guerra que de um modo geral nos fazem preocupar ou com isto ou com aquilo, ou seja, deixam-nos tristes de forma que as nossas vidas não corram como sempre sonhamos. Desde há uns tempos para cá que ligo a televisão para ver as notícias e deparo-me logo com a notícia de abertura: “Portugal está em recessão”, ou então “Crise política está a afectar o país.” Por um lado, acho bem que os mass media alertem a sociedade para as dificuldades que vamos ou que iremos enfrentar, mas estar sempre
a “bater na mesma tecla” já cansa. Na minha opinião, as pessoas têm andado assustadas, porque ligam a TV e ouvem “crise”, vão na rua e “isto está muito mau”, e tudo devido à exaustiva e cruel forma como os agentes de comunicação nos transmitem as notícias. Já que critiquei os mass media, aproveito para fazer também uma pequena crítica ao povo português, porque se estamos em crise, porque é que quando chega a época das férias grandes vão desfrutar novos ares para fora do país? Porque é que no fim de ano gastam balúrdios de dinheiro e não poupam? Mas não, preferem mais tarde aparecer na televisão em protestos contra o governo e dizer que a situação económica do país é inaceitável. Não fugindo ao assunto, acho que, perante os argumentos supra referidos, devemos esquecê-los um pouco e encarar estas situações com humor, com sorrisos, com gargalhadas, pois assim seguiremos a vida com outra moral. Não há nada melhor que encararmos a vida de cabeça erguida e sorrir. Eu atrás referi a crise com o intuito das pessoas poderem dar a volta à situação e enfrentá-la sorrindo. Posto isto, aproveito para deixar um desafio: em vez das pessoas comentarem a
situação económica do país com os seus amigos, porque não fazer umas boas piadas sobre ela e fazer os outros sorrir deixando a crise em “cascos de rolha”? Por exemplo, a forma como eu encaro a situação do país é ouvir o que os políticos dizem e, como já ando farto de promessas por eles feitas que não são cumpridas, acabo por brincar com a sua personalidade enquanto políticos e com as suas declarações, tentando imitar a voz de cada um com declarações por mim elaboradas para que eu possa sorrir e deixar os outros alegres. Estarmos contentes e sorrir é importante para a nossa vida, porque através do sorriso e do humor esquecemos todos os aspectos negativos que ouvimos e com que deparamos. Alivia-nos do stress, da ansiedade, faz-nos relaxar e viver a vida sem qualquer tipo de pressão. Rir é um bom remédio. Para finalizar, deixo um conselho: aproveitem a vida e levem-na a sorrir! João Pedro Mota – 12.º E
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POESIA. . .
LÍNGUAS... High Technology – Does technology work for you? The world is outside... Technology… it mustn’t be an ancient word because technology is not old and it is always being renewed as time goes by. I think I am a techno person because I have all sort of techno devices available at home like, for instance, mobile phones, laptops, televisions, internet, microwaves and many others and what makes me a real techno lover is that I don’t know how to live without them. I know this can be bad because it can become an addiction, it is a way of losing real friends once we just care about the virtual ones, people you have never met or seen which is, indeed, quite weird. However, one thing that my family is always telling me is to be careful and wise and I am. I mean, when I am at the Instant Messenger, I never accept people I don’t know because there are bad people everywhere. So, if I am careful, technology is a great thing because I can talk to my friends and make plans to go out with them. Well, if I hang around with them, I won’t spend all my day surfing in the Net, will I? And, I can cook, which is really something! Of course that I don’t know how to prepare sophisticated dishes but my microwave is always there for me, in my techno kitchen, to help me with my pizzas. So, my point is: Enjoy the pros of technology but be careful with it and don’t forget that the real world is just outside your room, outside your computer, waiting to be explored and appreciated. Dare being adventurous and seize the day the best you can! Raquel Babo – 9.º A
Formal Letter – Applying for a job... Peso da Régua 26th May 2011 Jennifer Ashcroft Staff Manager Baby Help Dear Mrs. Aschcroft I am writing to apply for a vacancy in your company for the position of a baby sitter, as advertised in the last Monday´s edition of the newspaper “The Times”. I’m 24 years old young woman, I am Portuguese and I am currently unemployed. I am also finishing my degree to be a Kindergarten teacher and that is way I am looking for a part -time job in this field. I have a certificate that enables me to teach children with special needs and deaf children as well. I have experience in this area as I have done this task, baby-sitting, since I am very young with my brothers and neighbors. I have good communication skills, I am tolerant, patient, kind, polite and easygoing. I considered myself a responsible person and I am also punctual and receptive to children’s requests if they are acceptable, of course. I think I’m a sort of baby whisperer which is a great virtue when coping up with the little ones. I am available to go on an interview if it is required by your company in advance. I am able to start working as soon as you wish and I am available all morning and evenings from 7 p.m to 10 p.m. I enclosure my CV and the names of two referees. I look forward to hearing from you soon.
Procuro… Procuro a essência para viver Nas noites de luar E fico cativo da procura. Procuro saber o que sou Para me poder conhecer E voltar ao meu lugar. Procuro o meu caminho Não olho para trás, Continuo andando, Mas não encontro. Sinto-me cansado… Paro alguns instantes… Ouço sons… Algo me impulsiona a caminhar. Procuro o presente como se fosse o futuro, Procuro a felicidade, Procuro a liberdade, Procuro a essência para viver!!! André Fernandes – 10.º A
Rebeldia Ah, os jovens de agora! Grandes ambições neles. Diferentes do que se era outrora, Talvez um pouco mais reles. Pena que já não haja preocupação pelo país. Pena que exista apenas egocentrismo, Ao ponto de se ignorar a patriótica raiz, Substituindo-a por um falso oportunismo. Não se vê nenhum a tomar uma acção. Preferem viver ridículas vidas de boémia, Deixando apodrecer o coração da nação, E queixam-se que o mal-estar reina. Dizem-se grandes por destruírem a sua existência, E também da descendência. Não existe nada nessa falsa experiência. Não passa de uma forma de vos agarrar a esta maldita carência. Para se ter renome, Há que se lutar para que tal passe a existir. Não esperem que ele vos seja dado pelo vosso nome. O mundo é de quem insiste em persistir. Experimentem algo mais ambicioso. Uma revolução de fazer inveja. Mostrar um patriotismo minucioso, E que a mudança realmente o seja. Seria algo épico. Deixar que o grande coração lusitano outra vez se expele. Não há proibição de se ser céptico, Mas isto é que é ser rebelde. Daniel Teixeira de Carvalho - 12.º A
Yours Sincerely Sofia Rodrigues Sofia Rodrigues – 9.º A
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MATEMATICANDO... Estatística
Canguru Matemático sem Fronteiras 2011 Parabéns a todos os alunos que participaram e se esforçaram por uma boa prestação! Neste ano, na nossa Escola, a prova deste concurso internacional, cuja organização em Portugal está a cargo do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Matemática, realizou-se no dia 17 de Março. Participaram 80 alunos, distribuídos pelas quatro categorias (Benjamim – 7.º e 8.º ano; Cadete – 9.º ano; Júnior – 10.º e 11.º ano; Estudante – 12.º ano). Uma das novidades para este ano foi a possibilidade de realizar, para preparação, testes online, no sítio http://www.mat.uc.pt/canguru/. Também aqui podem consultar-se as classificações por escola e nacionais, além de outros aspectos sobre o concurso, como por exemplo provas de anos anteriores. Na tabela encontram-se os melhores classificados de cada uma das quatro categorias. Um pouco de história No início dos anos 80, Peter O’Holloran, professor de matemática em Sidney, inventou um novo tipo de concurso nacional em escolas australianas: um questionário de escolha múltipla. Este concurso foi um enorme sucesso na Austrália. Em 1991, dois professores franceses – André Deledicq e Jean Pierre Boudine – decidiram iniciar a competição em França com o nome Canguru (“Kangourou”), para prestar homenagem aos seus amigos australianos. Na primeira edição, participaram 120 000 estudantes, atraindo a atenção dos países vizinhos. Em Junho de 1993, o Conselho de Administração do Canguru (“Kangourou”) francês convocou um encontro europeu em Paris e sete países decidiram adoptar o mesmo concurso. Em Junho de 1994, em Estrasburgo, no Conselho Europeu, a Assembleia Geral dos representantes de 10 países europeus (Espanha, França, Grã-Bretanha, Hungria, Itália, Moldávia, Polónia, Rússia e Eslovénia) decidiu a criação do “Canguru Matemático sem Fronteiras”. Actualmente, a associação conta com representantes de 46 países e cerca de 6 milhões de participantes em todo o mundo. Portugal participou pela primeira vez em 2005 no “Canguru Matemático sem Fronteiras”.
Pode ter acesso a outros conteúdos humorísticos sobre Matemática em: Sugestões de: http://www.seguranet.pt/blog/wp-content/uploads/2011/03/4.jpg Sílvia Madureira http://www.seguranet.pt/blog/wp-content/uploads/2011/02/11.jpg Professora de Matemática http://www.seguranet.pt/blog/wp-content/uploads/2011/02/1b.jpg
Paula Silva - Professora de Matemática
Evento de formação “Utilização da Tecnologia TI-Nspire” O Grupo Disciplinar de Matemática do Agrupamento de Escolas Dr. João de Araújo Correia promoveu a realização de um evento de formação subordinado ao tema “Utilização da Tecnologia TI-Nspire”, no passado dia 30 de Maio, pelas 16 horas, na Escola Sede do Agrupamento. A sessão contou com a presença de 29 professores das Áreas Disciplinares de Matemática e de FísicoQuímica, oriundos das três Escolas de Peso da Régua – Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia, Escola EB 2,3 e Escola do Rodo – bem como das Escola EB 2,3 de Santa Marta e Escola Prof. Natividade, de Mesão Frio. A sessão foi dinamizada por professores formadores do Grupo de Trabalho T3 da Associação de Professores de Matemática (APM). O Projecto T3 – Teachers Teaching with Technology – reúne professores de todo o mundo que partilham com outros professores as suas experiências pedagógicas. Em Portugal, o Projecto T3 é desenvolvido pela Associação de Professores de Matemática (APM), tendo como objectivos realizar formação de professores e reflectir sobre a utilização da tecnologia gráfica no ensino e aprendizagem, promovendo a interdisciplinaridade entre a Matemática e outras ciências. Carlos Pinto Ribeiro – Coordenador da Área Disciplinar de Matemática
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OPINIÃO... visão Digital Ter e em P egião elevisão errrestr estre A TDT Tele or tug al e na nossa rre Por ortug tugal 1. O que é a TDT? A televisão digital é um sistema de difusão televisiva que transmite sinais constituídos por bits, ou seja, é uma televisão que tem a mesma linguagem dos computadores. Devido a esta característica, os sinais da TV digital são transmitidos de forma comprimida, ao contrário da TV analógica, cuja transmissão é feita por sinais eléctricos. Por isso, para assistirmos aos canais digitais, há a necessidade de haver descodificadores. Uma outra característica possibilitada pela compressão dos sinais da TV digital é que, numa mesma frequência hoje ocupada pela TV analógica, podemos ter mais canais, já que os sinais digitalizados ocupam menos espaço no espectro de frequências do que os sinais eléctricos analógicos. Portanto, tecnicamente, a TV digital abre a possibilidade de termos mais canais. É por meio terrestre que temos hoje os sinais abertos da TV analógica, os canais TVI, SIC, RTP 1, RTP 2, RTP Madeira e RTP Açores. Os canais serão transmitidos em seis multiplexes, que foram denominados por letras, de A a F. Um multiplex é o que possibilita que, numa mesma faixa do espectro, sejam transmitidos diversos canais. O multiplex A será destinado à TV livre. Os multiplexes B e C serão dedicados à transmissão de canais nacionais por subscrição. Já os multiplexes D, E e F serão para a transmissão de canais regionais. Há quatro padrões de televisão digital no mundo: o padrão norteamericano (ATSC), o padrão japonês (ISDB), o padrão chinês (ADTB) e o padrão europeu (DVB). O DVB – Digital Video Broadcasting subdivide-se em várias plataformas que permitem, respectivamente, a televisão digital terrestre, por cabo, via satélite e por Internet Protocol (IPTV), que é transmitida pelos cabos de cobre da rede telefónica. A TDT irá proporcionar mais serviços de programas televisivos, com melhor qualidade e, adicionalmente, a possibilidade de serviços interactivos e a recepção de conteúdos em alta-definição. 2. O que é o switch-off, desligamento ou apagão? O switch-off, desligamento ou apagão é a data do fim das emissões de televisão analógica, que dará lugar ao início das emissões exclusivamente através do sistema digital. Nesta altura, se não migrar para a Televisão Digital Terrestre, deixará de aceder gratuitamente aos canais de televisão nacionais. Presentemente, na maior parte do país, estão a funcionar os sistemas de emissão, o que equivale a dizer que a TDT já chegou ao Peso da Régua. Para a captares, orienta a tua antena para o emissor de Lamego ou para o emissor de São Domingos e sintoniza o teu equipamento na Banda UHF e no canal 67 (838-846 MHz) ou 56 (750-758 MHz) dos seguintes canais da Banda UHF. 3. Quando será o Apagão? O apagão está planeado em três fases piloto (experimentais) e três fases finais. - 1.º Piloto – 12 de Maio de 2011: retransmissor de Alenquer - 2.º Piloto – 16 de Junho de 2011: retransmissor de Cacém - 3.º Piloto – 13 de Outubro de 2011: retransmissor da Nazaré - 1.ª Fase – 12 de Janeiro de 2012: cessação dos emissores e retransmissores que asseguram sensivelmente a cobertura da faixa litoral do território continental. - 2.ª Fase – 22 de Março de 2012: cessação dos emissores e retransmissores das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. - 3.ª Fase – 26 de Abril de 2012: cessação dos emissores e retransmissores analógicas no restante território continental. 4. Para ver a TDT é necessário comprar uma televisão nova? Não. Para cada aparelho em casa será necessária uma caixa descodificadora compatível com a norma DVB-T e MPEG4/H.264 5. Quanto custa uma caixa descodificadora? O preço de um receptor simples sem disco rígido ou com disco rígido para gravar programas pode variar entre os 40 e os 350 euros, no entanto esperamos que, devido à concorrência, estes preços baixem. 6. Existem subsídios para adquirir as caixas descodificadoras? O valor do subsídio para a aquisição de uma caixa descodificadora é
atribuído pela PT Comunicações, uma única vez, por habitação, sendo essencial que esta não possua serviços de televisão paga. Os apoios estão direccionados para três grupos: cidadãos com grau de deficiência igual ou superior a 60%; beneficiários do rendimento social de inserção e reformados e pensionistas com rendimento inferior a 500 euros mensais. 7. Por último , como vós já deveis ter visto nas notícias, deixo um alerta contra os oportunistas! Não vos deixeis enganar se fordes contactados por agentes comerciais de serviços de televisão paga, por exemplo serviços MEO, ZON e Cabovisão, que nalguns sítios usam o argumento de que a televisão gratuita irá terminar, e que apenas continuareis a ver televisão se aderirdes a um serviço pago, ou seja, se pagardes uma mensalidade fixa. Isto não é verdade. Alertem os vossos familiares e amigos! Webgrafia: www.anacom.pt | tdt.telecom.ppt tdt-portugal.blogspot.com | www.tvdigital.tecnopt.com Ruben Clemente – Professor de Informática
Tecnolo gias ecnologias O próximo será um veículo eléctrico? O que são os veículos eléctricos? São veículos propulsionados por um motor eléctrico, para transportar ou conduzir pessoas, objectos ou uma carga específica. Diferenciam-se dos veículos usuais pelo facto de utilizarem um sistema de propulsão eléctrica e não a solução comum de motor de combustão interna. O motor eléctrico usa energia química armazenada em baterias recarregáveis, que depois é convertida em energia eléctrica para alimentar um motor que fará a sua conversão em energia mecânica, possibilitando que o veículo se mova. O veículo eléctrico é a solução 100% Zero Emissões: zero emissões de poluentes, zero emissões de gases de efeito de estufa. Vantagens Eficiência: Maior eficiência que os motores a gasolina e/ou gasóleo; Emissões: Zero emissões em utilização, isto é, 100% limpo; Condução: Condução silenciosa e suave; Utilização: Custos de utilização muito menores em relação aos motores de combustão; Travagem: Travagem regenerativa; Condução: Condução agradável pelo facto do binário dos motores eléctricos ser constante, o que não acontece nos motores de combustão; Impostos: Redução total do ISV e redução no imposto de circulação. A rede está (quase) pronta Em breve, vai ser possível viajar de carro eléctrico entre as principais cidades do país, como Lisboa-Porto ou Lisboa-Faro, graças aos postos de carregamento rápido que estão a ser instalados. (título de artigo na revista “Turbo”) Desvantagens Baterias: Peso das baterias e uma reduzida densidade energética; Autonomia: Actualmente, é em média de 150 Km; Tempo de carga: 80 % da sua capacidade em 15 a 20 minutos; carga total, numa tomada de 230 volt, pode demorar entre 6 e 8 horas; Preço: Preço elevado no acto de compra do veículo; as baterias têm um custo significativo. António Lopes - Professor de Electrotecnia
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CONCURSO LITERÁRIO... UMA VIAGEM MEMORÁVEL Estou no avião. Nunca mais chega a hora de aterrar. Nervos e ansiedade não me faltam. Nestas férias de Natal, vou a caminho de Berna, a capital da Suíça. Quero aproveitar o tempo livre e o sossego sem o meu irritante irmão. Só eu e a minha mãe. Longe da minha cidade, Xangai, a mais populosa da China, cerca de catorze milhões e quinhentos mil habitantes, que vivem atafulhados nos enormes arranha-céus. Quero estar longe do stressdaquela cidade. Do seu trânsito caótico, das buzinas ensurdecedoras dos carros, das luzes incandescentes e dos ecrãs gigantes com os anúncios de que já me fartei! As pessoas não podiam ser mais antipáticas. Estão sempre atrasadas para algo e nunca têm tempo disponível! Sempre ocupadas com os trabalhos e os negócios. Só quero estar livre deste terrível pesadelo. Ah! Desculpem! Não me apresentei! Eu sou a Merly e tenho 12 anos. E nem sempre vivi em Xangai. Enquanto vivia a minha doce e inocente infância, eu crescia em Amorim, uma freguesia do concelho da Póvoa de Varzim, em Portugal. O ambiente lá era aprazível, nada que se comparasse a Xangai! Em Março, a brisa da Primavera soprava-me no rosto serenamente e o cheiro a camélias flutuava no ar. Lembrome das missas de manhã, onde aprendia o valor da esperança e do amor. No Verão, o calor era abrasador e tentava-nos, a mim e às outras crianças, a mergulhar nas praias vazias. Só se ouvia o bater palpitante dos nossos corações e sentia-se os salpicos da água gelada, que causava arrepios. Era a nossa praia, que guardo no coração até aos confins do mundo. No Outono, o frio voltava das suas férias prolongadas e, suavemente, cumprimentava-me com um querido ‘olá’ na face, soprando tranquilamente. O Outono pintava as árvores com todos os tons de castanho e laranja, numa fenomenal tela de cores. Quando o Inverno chegava, o nosso vestuário mudava completamente! Ficávamos sempre cobertos por uma camada impermeável de casacos e cachecóis, luvas e carapuços, mas não deixávamos de aproveitar o nosso dia de mistérios lá fora. O exterior era misterioso e completamente diferente durante o Inverno. O céu cobria-se de nuvens macias como uma penugem cinzenta e ligeira. Algumas vezes caía algodão do céu, um algodão celestial e fofo. Era a neve que todos adoravam! E era com a neve que fazíamos as nossas brincadeiras, os bonecos de neve e as corridas de trenós. – Quando é que aterramos, mãe?! – perguntei eu, pela vigésima vez. – Estamos quase... – respondeu a
minha mãe, já cansada de repetir o mesmo. Estou ansiosa. Nunca mais chego à Suíça e este avião é tão aborrecido e enfadonho. Doem-me as costas. Estou exausta de estar sentada nestes bancos desconfortáveis. É o que dá ir nestes voos baratos! A comida é nojenta e parece puré, apesar de na ementa estar escrito que é tostas com paté de atum. O banco à minha frente estava todo roto e escarafunchado. Tudo estava em horríveis condições! E o pior era ainda o miudinho irritante atrás de mim. Não parava de dar pontapés! As hospedeiras são todas descoordenadas e muito pouco eficientes. Peço especificamente um copo de água com açúcar e gelo e elas trazem-me um chá verde de borututu! Enfim... Eu nem sabia o que era isso, mas desconfiei, pelo sabor exótico e pela essência aromática, que era algo vindo de África. O sabor era forte e dava-me um conforto inacreditável. A dor de costas desapareceu e aproveitei para descansar a cabeça um pouco. Encosteime e, ao fechar os olhos, reparei em algo deslumbrante. Devia estar tão distraída a lamentar-me que nem aproveitei o que havia de bom à minha volta. Fiquei estupefacta! O cubículo apertado, com o vidro gasto pelo passar dos anos, guardava um enorme lá fora! As nuvens escondiam a vista. Queremna toda para elas! Mas mesmo assim pude aproveitar daquele tesouro puro. A imagem estava enublada, mas, só pelo pouco que vi, fiquei maravilhada! Eram campos verdes, gigantes! A neve estava no cume de todas as montanhas! Os animais pastavam nas planícies verdejantes cobertas por uma penumbra de gloriosas natas cremosas. Era neve! Igual à de Amorim. Existia algo mais que me fazia lembrar a minha infância. Era a serenidade! Assim que apreciei aquele paraíso, envolvi-me num ambiente de harmonia. Não sei se foi do chá ou das memórias que começaram a surgir na minha mente, mas eu estava em casa, na minha verdadeira casa. Eu estava em Amorim! As recordações surgiram ao passar dos segundos. Ah! E o céu?! O céu era grande e majestoso. Nele voavam pássaros de todas as cores e um suave arco-íris estava nele inscrito. O Sol brilhava no centro, como um cartão-de-visita a este local. Fiquei maravilhada e, ao mesmo tempo, assombrada. Era tudo colossal! Parecia que estava enfeitiçada pela magia daquela paisagem. – Já chegou a hora que tanto esperavas, anda! O avião já aterrou. – avisou a minha mãe, tirando as malas.
Mas eu não queria ir! A vista de cima era brilhante. Infelizmente, tive de ir. Despedi-me daquele milagre da natureza e segui caminho atrás da minha mãe. Depois de sair do aeroporto, fui dar um passeio pelas ruas suíças, para ter a minha primeira impressão sobre a cidade. E, para meu espanto, encontrei um mundo à superfície completamente novo e igualmente esplêndido! As ruas tinham passeios feitos de granito e as pessoas andavam calmamente. Sem pressas e, surpreendentemente, elas sorriam, mesmo sem me conhecerem. Eram muito simpáticas! O silêncio que envolvia o ambiente era delicado. A minha mente estava vazia e sentia-me serena. As casas eram simples e as varandas tinham canteiros com flores coloridas e frágeis. E no ar subsistia um cheiro a chocolate, irreal e celestial. A meu pedido, a minha mãe ofereceu-me um gelado de chocolate. Hum! Parecia apetitoso! Estava ansiosa por o provar. Uauh! Era muito cremoso e dulcíssimo! Como nuvens de chocolate a derreterem-se suavemente na minha boca. Depois de me deliciar com o gelado, fomos visitar o parque da zona, onde corriam as crianças. O parque era também uma recordação de Amorim. Lembrei-me das tardes no parque, onde esfolava os joelhos e onde o cheiro a erva fresca esvoaçava na aragem. Recordei-me do baloiço que oscilava para a frente e para trás repetitivamente. Lembrei-me dos jogos divertidos que fazia com os meus amigos. Eram amigos verdadeiros. Não como aqueles em quem confiamos e depois são desleais. Eles sabiam o pior a respeito de muitas crianças, mas continuavam a respeitá-las. Nós tínhamos uma profecia sobre a amizade, era a nossa riqueza. Uma expressão de Oscar Wilde: “A melhor maneira de começar uma
amizade é com uma boa gargalhada. De terminar com ela, também”. Nunca me esqueci e nunca me esquecerei dela, pois é o que me dá força para acreditar que vou encontrar algo positivo em Xangai. Os meus amigos são inesquecíveis, estão no meu coração para sempre. Nunca me irei esquecer dos momentos de riso e de alegria, de brincadeira e de honestidade. Quando fui para Xangai não tinha amigos autênticos, mas supostos ‘amigos’, esses, não faltavam. E tirei uma conclusão que vou recordar para todo o sempre: “Um amigo é raro de encontrar, mas se procurares bem no fundo do coração de cada um e cultivares a sua amizade com carinho e paciência, hásde encontrá-lo.” Só agora é que dei conta que não estou a brincar no parque. Estou sentada na relva a pensar em tudo... nos segredos da vida... nos meus amigos e nos conhecidos... no passado e no futuro... no Universo… em tudo! Mas já aprendi algo com o pouco que passei nesta vida, onde estou a viajar de pssagem: “Temos de recordar o passado, viver o presente e sonhar o futuro. Temos de relembrar o ontem, estimar o hoje e fantasiar o futuro”. Então é isso que vou fazer. Vou correr nesta grandiosa frescura e rebolar! Arranhar os joelhos e queimar a pele debaixo do Sol quente e poderoso! Vou aproveitar o presente e agradecer por ele. – Merly! Acorda! São horas de ir para a Escola! – disse a minha mãe, apontando para o relógio. EU SABIA! Afinal, não passava de um simples e belo sonho! Mal posso esperar para voltar a dormir e descobrir tudo o que há. Mas não me vou esquecer: tenho de viver o presente com prazer! Merly (Mariana Guedes – 7.º 2) (3.º Ciclo – Prosa: 3.º Lugar no Concurso Literário de 2010/2011)
CEGUEIRA... Oh! Dulcineia dos meus sonhos Como queres que eu te veja Se cegaste meus olhos? Sou cego e vejo tão bem, Quem me dera mais olhos ter Para que mos cegasses também E eu mais te pudesse ver. Álvaro de Campos (João Filipe Correia – 9.º 1) (3.º Ciclo – Poesia: 2.º Lugar no Concurso Literário de 2010/2011)
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CONCURSO LITERÁRIO... UMA AMIZADE INESPERADA
As ervas altas oscilavam lentamente ao ritmo da brisa. Estava um dia quente e silencioso. Um velho sobreiro torcido destacava-se naquele campo de searas pálidas e amareladas. Nada parecia mover-se e apenas o zumbido insistente dos insectos permanecia. Ninguém podia imaginar que no meio das ervas altas brincava um perdigueiro bebé. Cheio de alegria, saltava, rebolava, comia as flores, corria atrás de borboletas e explorava o mundo. Perdido na brincadeira, experimentou treinar o seu faro. O seu olfacto segredava-lhe que iria encontrar algo especial... De olhos no chão, o cachorro ia farejando o solo e seguindo o trilho. Ao aproximar-se de um grande e velho sobreiro, reparou no seu tronco, oco e podre. Conseguia distinguir uma criatura em cima do tronco. Era semelhante àquelas que ele via no céu. Percebeu que o seu rasto tinha terminado e aproximou-se dela. Agora que estava mais perto, conseguia distinguir os pormenores que a tornavam tão bonita. Era pequena, tinha patas curtas e vermelhas, asas que pareciam ter sido pintadas com a melhor minuciosidade, corpo coberto de penas acastanhadas e macias com padrões exóticos, olhos negros e bico pequeno e escarlate. Feliz com a descoberta, soltou um uivo longo e prolongado. A ave assustou-se e levantou voo. – Para que foi isso? -– Inquiriu a ave irritada. – Não te assustes, está é a minha maneira de comunicar com os meus amigos, familiares, donos... É assim que
um cão como eu deve fazer quando fareja e encontra algo especial... E afinal que «especialidade» és tu? – Que maneira mais inconveniente de te apresentares... Ainda dizes que sou especial! Imagina se não fosse. Sabes? Eu sou uma perdiz, bem, uma ave, que voa... cão tolo! – O meu nome é Óscar! – Disse o cão alegremente. – Porque fugiste de mim? – Eu não fugi de ti. Não tenho medo de ti, se é isso que queres dizer. Tenho asas, posso voar e tu não. Porque é que haveria de fugir de um ser que nem sequer tem asas para voar? Nunca me poderias apanhar se eu não quisesse. – Medo! Porque haverias de ter medo de mim? “Porque és um cão de caça”, pensou a perdiz, mas não o disse. “Deve ser novato...” – Como te chamas, criatura perdiz? – Eu sou a Luna. Muito prazer! – Aposto que com essas asas deves ser boa a jogar à apanhada! Vamos brincar! – Convidou o Óscar, enquanto saltava energicamente. Luna respirou aliviada, sorriu lançando-se num voo rápido e preciso pelos campos, enquanto Óscar corria atrás dela, latindo cheio de alegria por ter conquistado mais um amigo. A partir daquele dia, todos os dias foram dias de brincadeira comuns. O velho tronco do sobreiro servia de lugar de encontro e de observador passivo e mudo da amizade algo estranha destes dois amigos. Certo dia, porém, num intervalo repousante da brincadeira, Óscar
perguntou à perdiz: – Ensinas-me a voar? – Pediu o Óscar. A perdiz soltou uma gargalhada: – Nunca conheci um cão que soubesse voar e também que quisesse aprender a voar. No entanto, corres tão depressa que um dia, quem sabe, poderás mesmo voar! – Sabes, Luna, tu és a minha melhor amiga. – Disse Óscar. – Tu também és o meu melhor amigo, Óscar. – E nós vamos ser amigos para sempre, não vamos? Luna hesitou: – Sim, para sempre. E os anos passaram... Óscar aperfeiçoou as artes da caça com o seu dono. Aos poucos, foi-se tornando um jovem cão, experiente e forte. O seu faro era infalível e a sua agilidade indiscutível. Poucas vezes via Luna, pois passava a maior parte do tempo com o seu dono a caçar. Mas um dia aconteceu o que teria de acontecer, mais dia, menos dia -– Luna foi atingida. Como sempre, o dono de Óscar recompensava-o, encostandoo contra a perna e afagando-o com meiguice nas orelhas.
Naquele dia, porém, Óscar afastouse das pernas do seu dono, agarrou a perdiz entre os dentes e fugiu esbaforido, como se tivesse asas... Embrenhou-se pelo mato, parando apenas junto do velho tronco do sobreiro. Ali, pousou a sua amiga e, com ternura, lambeu-lhe a ferida, como só um cão o sabe fazer. O tempo passou... Óscar conseguia ouvir o latir dos outros cães de caça do seu dono que entretanto o substituíram, mas Luna estava ao seu lado e isso era o mais importante. Agora... as ervas altas oscilam lentamente ao ritmo da brisa. Está um dia quente e silencioso... Um velho sobreiro torcido destaca-se naquele campo de searas pálidas e amareladas. Nada parece mover-se... apenas o zumbido insistente dos insectos permanece. Ninguém pode imaginar que, no meio das ervas altas, ainda hoje brinca um cão e uma perdiz... Apenas porque toda a gente pensa que um cão e uma perdiz nunca podem ser amigos. Isso é porque ainda não sabem também que os animais nos dão verdadeiras lições de amizade e lealdade. Eu, por mim, acredito que sim. Lobita (Ana Margarida Almeida, 7.º 2) (3.º Ciclo – Prosa: 1.º Lugar no Concurso Literário de 2010/2011)
Poesia em ti
Se eu fosse a clarividência Despia sem medo a verdade, Revelava o segredo da essência Da beleza da tua banalidade. Se eu fosse o mundo inteiro Venerava-te com pura devoção Asfixiada no sentimento matreiro Da candura da contemplação. Estou presa no ciclo da tua perfeição. Mas não te iludas: tens defeitos! Erras nas palavras mudas que dizes... Também erro, ainda somos aprendizes... É mero o mal que rege teus feitos, E muito o sal que derrama a maldição! Benny (Inês Pereira – 12.º C) (Ensino Secundário – Poesia: 2.º Lugar no Concurso Literário de 2010/2011)
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CONCURSO LITERÁRIO... Eu, aquele e os outros Viajar. É vulgar? Simples? Luxo de rico ou mania de pobre? Crença de louco ou capricho de poeta? Atravessar a fronteira ou um livro abrir? Entrar ou sair? Proibido ou obrigatório? Em família, excursão ou na mais profunda solidão? Com o melhor traje ou como viemos ao mundo? Devemos ansiar viajar ou fugir como quem do Diabo tenta escapar? Tantas perguntas exigiriam não menos respostas. E se é fácil questionar não tão elementar é saber responder. Viajar tem um sentido mais lato, muito mais lato, do que aparenta. Viajar implica deslocar, diríamos. Mas será assim? Não sonham? Eu sonho e bastante e em cada um dos meus delírios nocturnos visito mundos. O meu, o do vizinho e por vezes o da Branca de Neve. Imagino-me nos mais diversos locais rodeada das mais diversas pessoas falando nas mais diversas línguas e vestindo as mais berrantes criações estilísticas. E invento mundos e terras e formas e cores e viajo nos mais variados meios de transporte: jangadas, balões, foguetões e bicicletas. De carro, nunca fui. Viagens históricas. São do melhor. Quanto mais longe viajarmos menos pagamos, porque os homens das cavernas não dão muito valor ao dinheiro. E descubro datas e locais, animais e plantas e sons e cheiros. Nas páginas dos livros velhos e poeirentos da biblioteca municipal encontro partes da história de todos e da história de ninguém. Conheço quem não me conhece e reconheço criaturas extintas, maravilhas da mãe Terra. E os inventos... A roda, a escrita, a lâmpada, o telefone e as vacinas. Que seria de nós sem eles? E agradeço entusiasticamente ao senhor que inventou a cama que tanto jeito que nos faz. Peço desculpa por não me recordar do nome, mas não é fácil saber os nomes de quem me pertence e de quem nada me deve. E como é óbvio não poderia esquecer as ditas viagens. As “típicas” viagens. Malas feitas, bilhete guardado no bolso mais pequeno, aquele com fecho, da carteira, chaves entregues à mãe para regar as plantas e a música favorita no coração e no Ipod. Não contem, mas às vezes o Sr. Bolinhas também quer ir... e eu deixo. Não sou capaz de abandonar aquele que me acompanhou durante tantos anos, quando passava as noites agarrada a ele até adormecer com a sua orelha fofinha na mão. O Rio de Janeiro foi bom. Praia, calor, chinelo no pé e um sorriso nos lábios. As pessoas são afáveis e tratam-te como igual. De Moscovo não fiquei fã. Terá sido a postura hirta e gélida dos transeuntes? Não sei dizer. Talvez fosse a falta do Bolinhas que havia ficado esquecido debaixo da cama. O melhor foi Angola. Dormi no chão, não tomei banho durante quatro dias e a água que bebi deixava muito a desejar, mas fazia tudo de novo. De lá trouxe um colar de grãos de café que hoje uso como pulseira, foi o Josué que fez para mim. É incrível a arte e engenho que as mãozinhas feridas e ossudas de uma criança de seis anos conseguem ter. De mim, deixei ficar um pedaço de coração que aposto estar cheio de generosidade e amizade para quando lá voltar, e umas sandálias. O Josué não tinha o que calçar e o meu armário tem 23 pares de sapatos dos quais uso dois ou três. Que luxúria. Com o Josué viajei de uma forma que nunca havia feito. Não saí de mim. Mergulhei nas profundezas do meu ser explorando cada centímetro das vísceras que me compõem. Vi bondade e caridade mas também egoísmo. E o pior é que muito do que naquele enorme pedaço de mim estava escrito eu não consegui ler. Pareceram-me ser as normais letras do alfabeto, mas uma corrente forte de aço presa com um cadeado não me deixou ler. O cadeado não tinha ranhura para chave alguma, mas descobri uma pequena inscrição: “Não procures longe quando o que mais anseias descobrir está mais perto do que a carne do osso.” Na altura não percebi. Paciência. Sabia pouco de mim mas já era alguma coisa. O Josué era feliz sem nunca ter saído dos 4km de terra em que nascera e que explorava todos os dias. E todos os dias eu acompanhava o seu relato da paisagem. Nunca era o mesmo apesar de os objectos nunca mudarem. A cabana, o riacho, a árvore torta a este e o pôr-do-sol a poente. Nada mudava, contudo o Josué descrevia tudo com tal vigor e novidade como se da primeira vez se tratasse. Ele realmente viajava. Com paus ia até ao tempo das batalhas reais. Montado no burrico da aldeia imaginava-se um cavaleiro e precisava apenas de um pouco de lata para inventar uma armadura e se sentir um gladiador. Era um príncipe sem coroa mas com o coração mais terno e genuíno que alguma vez conheci. A verdade é que o Josué não resistiu. O seu sorriso desdentado não mais se abriu e a aldeia nunca mais teve a vida que outrora tivera. A malária vitimou mais um. E com ele outros 26 da aldeia. Comigo tenho a fotografia que lhe tirei com a minha Polaroid, todavia ainda não ganhei coragem para escrever a mensagem que cabe naquele espacinho branco do fundo. Viajei ainda mais. Não mais quis exercer a minha profissão. Deixei a vida que levava e torneime voluntária da AMI. Dos 23 pares de sapatos apenas uso um, as velhas sandálias que a minha mãe me ofereceu quando foi ao Egipto. Voltei a Angola e reconheci de imediato a aldeia que mais paz e conhecimento me trouxe. O Mateo, irmão do Josué, tem agora cinco anos e é igualzinho ao menino do sorriso aberto. Levou-me até à cruz que serve de âncora para a memória do Josué. Deixei flores e, recordando as nossas conversas, imergi em mim. Não mais o havia feito desde que ele morrera. E desta vez, para minha surpresa, não havia cadeados, apenas luz e milhares de palavras a insurgirem-se diante dos meus olhos. A maior de todas era amor. Finalmente percebi. Tinha palmilhado milhares de milhas na busca do meu eu quando esse eu nunca saiu de mim, só tinha que o deixar nascer. Como não percebi mais cedo? O meu eu era aquele que hoje ajudava as crianças e as mães, os pais e os avós a sorrir todos os dias para a vida. Só nasceu quando eu me libertei da nuvem que a minha antiga vida lhe causara. Agora, já escrevi uma mensagem para o Josué na fotografia da Polaroid: Josué, o menino que via gigantes onde estavam montes e me fez ver que a maior viagem que fazemos é aquela em que nos descobrimos. Isadora (Ana João Marques – 12.º B) (Ensino Secundário – Prosa: 2.º Lugar no Concurso Literário de 2010/2011)
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EXPOSIÇÃO... EXPOSIÇÃO ANU AL DE AR TES ANUAL ARTES NA 14.ª EDIÇÃO
Na inauguração...
Olhares sobre a exposição...
Olhares sobre a exposição...
FICHA TÉCNICA
Foi inaugurada, no dia 30 de Maio, pelas 21h 30m, mais uma edição da exposição Editores: anual de Artes da Escola Rosa Ferrão, Manuel Ferreira, Paulo Pereira Guedes Secundária. Desta vez, os espaços de circulação do novo Redacção: pavilhão A acolhem os Alunos, Pais/EE, Assistentes Técnicos e trabalhos dos alunos do Operacionais e Professores ensino secundário do curso de Artes Visuais, que revelam Paginação e Impressão: uma criatividade e Imprensa do Douro originalidade assaz inovadora, que se saúda e se incentiva. Intitulada “Cinco SenEndereço: tidos”, os trabalhos que Agrupamento de Escolas Dr. João de Araújo Correia compõem a exposição, Avenida Sacadura Cabral orientada pela docente Isabel 5050-071 Peso da Régua Babo, constituem uma montra da capacidade de Telefone: 254 320 720 iniciativa e de empreenFax: 254 322 262 dedorismo. Esta actividade é uma das Email Geral: esjac@mail.telepac.pt que demonstra que, quando Email do Jornal: perspectiva.esjac@hotmail.com o homem tem querer e a vontade existe, a obra facilmente nasce. Web: www.escolasjoaodearaujocorreia.com
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