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Caranguejeiro Folia de Reis volta a alegrar a Prainha Branca

Aos 44 anos, José Severino Raimundo Neto, o Zé Caranguejeiro, já pescou muito peixe e caranguejo. Nascido em Vicente de Carvalho, filho de seu Ivan Raimundo Jr. e dona Lourdes, mora há mais de 30 anos na Vila dos Pescadores em Cubatão. “Aprendi aos 14 anos com o finado Livar a catar caranguejos nesses mangues todinhos”, afirma. Pegar peixe na rede foi com o amigo Sandro. Zé costuma ir bem longe para vender os caranguejos que ele ou outro companheiro pescou. Para isso sai cedinho da Vila dos Pescadores com os caranguejos amarrados à bicicleta e pode chegar até São Vicente pedalando, mesmo em dias de chuva. Zé tem muita história para contar, inclusive do dia em que levou uma ferroada de um caranguejo na perna. Assim é a vida do pescador!

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Os sons dos instrumentos e as cantorias se espalharam pelo ar celebrando a adoração dos reis magos ao nascimento de Jesus. Depois de dois anos sem festejos a Prainha Branca, em Guarujá, volta a comemorar a Festa de Folia de Reis, tradicional desde a década de 50. Este ano a data foi transferida de 6 para 15 de janeiro, domingo, e o horário passou para a parte da manhã. “A missa foi realizada às 10 h da manhã na capelinha de Nossa Sra. da Imaculada Conceição” explicou Claudenice Oliveira de Almeida Prado, presidente da Associação da Prainha Branca. “Ao final, as portas da igreja foram abertas e os foliões chegaram, começando o cortejo com cantorias seguindo pelo vilarejo até o início da trilha”, concluiu. A festança continuou até as 4h da tarde. “O tradicional é fazer a festa à noite, mas com a presença de turistas este ano fizemos de manhã e à tarde”, ponderou Claudenice, afirmando que as pessoas gostaram mais e que talvez no próximo permaneça assim.

A comunidade de Prainha Branca tem 115 famílias somando cerca de 400 pessoas. Vários moradores têm origem caiçara, com antepassados vindos da Ilha do Montão de Trigo em São Sebastião, e Ubatuba. ”Sou da terceira geração de moradores vindos de Montão de Trigo”, afirma Claudenice. “Meus avós maternos eram Maciel e Benedita”, acrescenta. Os avós paternos, Lousinha e Henrique, vieram de Pernambuco. Seu marido, Marildo Flavio, nasceu na Prainha Branca. Seu avô, Maciel, sempre pescador, há 30 anos atrás chamou seu primo, Silvano Ledo, conhecido como Pássaro (1958-2020), e deu a ele sua viola e a incumbência de dar continuidade à festa da Folia de Reis, que estava esquecida há alguns anos. Pássaro, músico e poeta, chamou seus amigos de São Paulo que tocavam e prosseguiram as comemorações, até seu falecimento. Em seguida veio o período da pandemia, e em 2023 as festividades são retomadas com muita esperança e alegria.

Hino de Reis

25 de dezembro Quando o galo deu sinal Que nasceu o menino Deus Numa noite de Natal

A estrela do Oriente Fugiu sempre dos judeus Para avisar os três reis santos Que o menino Deus nasceu

Os três reis quando souberam Viajaram sem parar Cada um trouxe um presente Para o menino Deus saudar

Nesse instante no ranchinho Passou a estrela-guia Visitou todos os presentes Onde o menino dormia

Oh Deus, salve a casa santa Onde é sua morada Onde mora o Deus menino E a hóstia consagrada

Silvano Ledo, músico e poeta, o Pássaro, sempre lembrado

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