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Turistas e moradores vivenciaram um cenário de caos
Uma turista relata sequência de acidentes causados pelo temporal no litoral norte, misturando cenas de destruição a atos de solidariedade
Federal liberou R$ 9 milhões para socorrer os municípios afetados. Na Aldeia Guarani do Rio Silveira, na Rodovia Manoel Hipolyto Rego (divisa entre Bertioga e São Sebastião), cerca de 800 moradores também enfrentam estado de calamidade pública e precisam de ajuda humanitária urgente.
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Até dia 27/02, 65 óbitos foram confirmados, sendo 64 em São Sebastião e um em Ubatuba. Somam mais de 1.090 desalojados e 1.172 desabrigados em todo Estado. No dia 23/02 chegou a São Sebastião o navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico, da Marinha, que vai atuar como hospital de campanha na região, que também será atendida por helicópteros e embarcações menores para resgates, e transporte de cargas. Acompanharam a chegada da embarcação os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e dos Portos e Aeroportos, Márcio França. Góes declarou que o presidente Lula determinou a retomada do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Encostas e autorizou a construção de casas para os desabrigados, desde que sejam encontrados terrenos seguros para isso. O governador de SP, Tarcísio Freitas, afirmou que o governo irá instalar sistema de alerta feito por sirenes nas áreas de risco do estado. O sistema de alerta por mensagens de texto por SMS não conseguiu evitar a catástrofe ocorrida.
Fundo Social de São Pauloampliou as possibilidades de doação às vítimas da tragédia no Litoral Norte. Para doar cestas básicas e cobertores:
Conta Bancária
Banco do Brasil-Agência nº 1897-X
Conta corrente nº 19.490-5 CNPJ/MF nº 44.111.6980001/98
Em Guarujá: Prefeitura de Guarujá-Doação de roupas, produtos de higiene e alimentos não perecíveis no Ginásio Tejereba, na rua Sílvio Daige, Jardim Tejereba Em Ilhabela: Prefeitura de Ilhabela arrecada colchões, mantas, fogão, materiais de limpeza e produtos de higiene na sede do Fundo Social, rua Guaiamu, 56, Perequê. Mais informações (11) 99932-7150.
Pelotões da Polícia Militar Ambiental Marítima e Terrestre do 3°BPAmb no litoral norte: Recebem doações de cestas básicas, velas, água potável, fraldas infantis e geriátricas de todos os tamanhos, cobertores, lençóis, colchões, toalhas de banho, roupas para todas as idades, itens de limpeza e higiene.
Em Ubatuba: Rua Plínio de França, nº 51, Saco da Ribeira / Rua Antônio Marquês do Valle,
241 – Silop Em Caraguatatuba: Avenida Horácio Rodrigues, 607 –Martim de Sá.
Em São Sebastião: Alameda Santana, 444 – Pontal da Cruz Aldeia Guarani do Rio Silveira – divisa de Bertioga e São Sebastião-Famílias perderam geladeiras, móveis, fogões, TV e colchões e roupas, cobertores e lençóis.
A Guarani Tupi Fabiana Fernandes Timóteo conhecida por todos como Faby Fernandes filha do Cacique Adolfo Timóteo da Aldeia Guarani Rio Silveiras. As doações podem ser enviadas para a escola estadual Txeru Ba e Kua-i localizada em Boracéia na avenida Tupi Guarani. Escola Estadual Indígena Txeru Ba e kua-i. Mais informações: (12) 3867-6115 Endereço no google - maps: https://maps.app.goo.gl/ PQPqdW6qYUqFSxd4A
Instituto Gremar em parceria com a Defesa Civil dos municípios- Recebe doações às vítimas da enchente na Estrada Alexandre Migues Rodrigues, 916 - Jardim Las Palmas, Praia do Tombo, Guarujá/ SP. Das 8 às 18h, todos os dias da semana. Itens prioritários: Água mineral; arroz; sal; macarrão; óleo vegetal alimentício; fraldas; absorventes; lenço umedecido; álcool 70% e água sanitária. Mais informações (13) 3395-7000.
Quando a paulistana Thatiana Butler, 45, preparou as malas para passar o carnaval em Boiçucanga, no litoral norte de SP, imaginava muita diversão, apesar da previsão de chuva. Afinal, era carnaval! Ela, o marido Rogério, 45, e a filha Lívia, 12, compartilharam uma casa alugada com um casal amigo. Ao chegarem na sexta-feira, dia 17/02, tudo ainda parecia perfeito. As coisas começaram a ficar estranhas no sábado, com uma forte e intermitente chuva que durou mais de 10 horas. Os primeiros alagamentos e deslizes de terra começara a acontecer, a notícias foram se espalhando e as pessoas começaram a entrar em pânico. “Parecia o fim de mundo, o povo correndo no mercado com medo de ficar sem alimentos”, lembra-se. Muitos relatos de inundação, as pessoas andando de barro até a cintura. “Onde estávamos não entrou água, mas no camping a 500 metros dali a água levou tudo”, conta. “Aí, aos pouco fomos vendo tudo o que a chuva fez, inundou boa parte da cidade, deixou muita gente ilhada, casas e famílias soterradas”, lamenta. Pessoas se amontoavam para dormir dentro de um carro, ou conseguiam a oferta para se abrigar na casa de alguém. “Muita gente contou com a boa ação de moradores que escaparam da água”, relata com gratidão. “Muitas pessoas se ajudando, ajudando estranhos, ajudando a tirar o barro, chegando com pequenas doações aos abrigos”, relata. “O nosso vizinho nos deu todo apoio”, completa. A volta no dia 22/02 foi feita pela Rio-Santos e Imigrantes levando sete horas para chegar a São Paulo. “Aí ao chegar deu aquela sensação de alívio por estar bem e ao mesmo tempo, muita tristeza por tanta morte e destruição”, resume Thatiana definindo os sentimentos conflituosos que sentiu após presenciar esta chocante tragédia em sua vida.