Jornal Fundamento_13

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Distribuição Gratuita | Nº 013

Pai Élcio de Oxalá e Mãe Inês de Oxum na ATUPO O Batismo na Umbanda Evento “Expressões Afro-brasileiras” Umbandoterapia


agosto | 2013

Índice

Palavra do Dirigente

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Histórias da ATUPO «Lição de Preta Velha»

Doutrina de Umbanda «O Batismo na Umbanda»

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Reportagem

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«A ATUPO no Evento Expressões Afro-brasileiras »

08

Sem folha não há Orixá «Folha de Oliveira»

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Equipa técnica: Diretor do Jornal Cláudio Ferreira

Revisão Mary Nogueira

Diretor de Conteúdos Cláudio Ferreira

Fotografia Fernando Silva Miguel Faria Paulo Fernandes Edição Gráfica Bernardo Cruz Paulo Fernandes Contacto fundamento@atupo.com

A redação do Jornal Fundamento segue as normas do novo acordo ortográfico, salvaguardando as opções ortográficas dos autores convidados.

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Pai Cláudio de Oxalá

Histórias da A.T.U.P.O.

Lição de Preta Velha

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Ficha Técnica

Redação Cláudio Ferreira Bernardo Cruz Fernanda Moreira Frederico Castro Frederico Marques Leonel Lusquinhos Mary Nogueira Vitorino Camelo Anabela Loureiro

Quero agradecer a meu Pai Oxalá por mais uma vez nos dar a oportunidade de estarmos com Pai Elcio. Acompanhei Pai Elcio de norte a sul de Portugal e estar com ele, sentir como ele vive e sente a Umbanda e sua mú sica sã o liçõ es de amor e simplicidade. Foram momentos de luz, de muita alegria e risos, sentimentos e emoçõ es. Quando canta aos Orixá s, põ e em cada palavra carinho! Se fecharmos os olhos e o ouvirmos cantar, conseguimos nos transportar para matas e cachoeiras, para o alto das montanhas, locais nunca sonhados e mares nunca navegados. Canta como cantam os anjos para Deus, tentando alcançar a sua gló ria! Obrigado Pai Elcio, por caminhar vestido de branco por estradas de Aruanda, de acreditar e carregar essa bandeira de nosso Pai Maior! Cante Pai Elcio e, quando cantar, peça por todos os filhos de Deus na Terra, pois seu Canto sã o oraçõ es aos olhos de Deus!!!

06 07

O Convidado Escreve «Umbandoterapia por Heldney Cals»

Chefe de Redação Mary Nogueira

audações a todos Irmãos de Umbanda!

04 05

Entrevista «Pai Élcio de Oxalá e Mãe Inês de Oxum»

Diretor Comercial Frederico Castro

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Palavra do Dirigente

im de gira no Templo de Umbanda Pai Oxalá ! Canta­se mais um ponto de h o m e n a g e m a o s v o v ô s e v o v ó s , agradecendo­lhes o trabalho, a ajuda espiritual! Vovó Benedita, sentada no seu banquinho, apoiada em sua bengala, escuta, de olhos fechados mas de coraçã o aberto, o canto alegre que vibra e envolve todos em redor. Abre os olhos, sorri e diz: “E, fia, esta alegria me lembra o tempo em que nó s ficá vamos em roda, louvando os Orixá s!" "Depois do tempo da senzala, vovó ?", perguntei. "Nã o, fia. Tinha senzala, sim, tinha as correntes!", respondeu. E continuou," Mas sabe fia, quem ama o Orixá é livre no espıŕito! E correntes de homem nenhum, correntes que prende a carne num consegue prendê um espıŕito livre, um espıŕito que ama. Esse é livre para sempre!" Nesse momento, uma lá grima rolou pela minha face, tocada pela beleza do sentimento transmitido pela Vovó ! Nesse momento, compreendi a grandeza de suas palavras, do seu sentimento pelos Orixá s, pela Vida, por Deus! Um Amor tã o grande que permitiu que hoje os pretinhos velhos desçam nos templos de Umbanda para nos trazerem liçõ es de humildade e sabedoria; para ensinar a todos nó s, homens e mulheres livres que, mesmo acorrentados, eram livres no seu coraçã o; para mostrar­nos que, mesmo nã o tendo nada, agradeciam aos Orixá s o pouco que tinham, louvando­Os com

alegria; para dizer­nos que, mesmo retirados d e s e u s fa m i l i a re s e d e s u a s c a s a s , encontravam um lar e harmonia numa corrente de irmã os, unidos pelo mesmo sentimento de Fé e de Amor ao Divino! Obrigada, querida Vovó Benedita! Adorei as almas! Mary Nogueira

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Nº 013

O BATISMO NA UMBANDA

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batismo na Umbanda é das primeiras consagraçõ es feitas, quando nascem filhos de Umbandistas, assim como na Igreja Cató lica, por escolha dos pais e tradiçã o religiosa ou quando há o despertar espiritual e a escolha da pessoa em se batizar no segmento religioso de Umbanda! Escolhido por ela, adentrará assim nos caminhos da Umbanda. O batismo na Umbanda nã o é só feito para todos aqueles que fazem parte de uma

Reportagem

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os passados dias 27 e 28 de Abril, reali­ zou­se uma nova ediçã o do evento “Expressõ es Afro­Brasileiras”, na sede do Ilé Asé Omin Ogun, em Fernã o Ferro, com uma exposiçã o intitulada “Religiosidade de Matriz Africana: Candomblé , Culto de Cabo­ clos, Umbanda e Omolokô ” e a realizaçã o de vá rias conferê ncias, onde pensadores, artis­ tas, iniciados, pais e mã es de santo, sacerdo­ tes de Umbanda compartilharam os seus saberes e as suas experiê ncias . O babalorixá Paulo de Yemonjá , em entrevista ao Funda­ mento, referiu a importâ ncia deste evento na divulgaçã o das expressõ es de matriz luso­ afro­brasileira, para mostrar ao mundo a religiã o e toda a riqueza cultural a ela ineren­ te, nas suas palavras, “para que as pessoas entendam que é uma forma de estar na vida, para desmistificar preconceitos!” Vá rios foram os temas tratados, desde o “Can­ www.umbanda.pt

Doutrina de Umbanda

corrente! Hoje, na Umbanda, já existe uma comunidade que nã o trabalha dentro de uma corrente espiritual, mas que já assume a religiã o como um caminho de crescimento espiritual, onde encontra respostas para suas dú vidas em seus caminhos na Terra. Estas pessoas batizam seus filhos na Umbanda, batizam­se na Umbanda e casam na Umbanda. Irei falar resumidamente sobre o ritual do batismo na Umbanda, pois os rituais de batismo, como muitos rituais dentro da Umbanda, diferem muitas vezes de Templo para Templo. Essas diferenças acontecem devido à s raıźes de cada casa. Como a pró pria Umbanda, que herda em si ritos e tradiçõ es diferentes de vá rias religiõ es e cultos que foram agregados, també m os Templos carregam mais influê ncia de um ou outro culto ou religiã o, dando origem aos diferen­ tes segmentos e rituais religiosos de Umbanda. Os rituais de batismo podem ser feitos em vá rios pontos de vibraçã o da natureza, assim como dentro dos Templos de Umbanda. Em nosso Templo, temos um dia no ano em que vamos à cachoeira para realizar os rituais de batismo, onde todos os que vã o se iniciar na corrente de trabalho umbandista ou a assistê ncia do Templo que abraça a Umbanda como sua religiã o sã o aı ́batizados na vibraçã o pura de Mã e Oxum. E feito, primeiramente, o Cruzamento de Pemba no chacra frontal do filho batizado. A pemba, atravé s da manipulaçã o de uma entidade, é um elemento magı́ s tico da

Umbanda, com a propriedade de atrair o poder do fogo, da á gua, da terra e do ar. O chacra frontal é estimulado e potencializado atravé s da pemba, trazendo paz, harmonia, visã o interior, ou seja, ajuda a estimular um trabalho de reforma ın ́ tima e evoluçã o do Ser na Terra. As Aguas, fonte da vida, sã o derramadas sobre a coroa espiritual (chacra coroná rio) do filho batizado que, para alé m de purificar, tê m o poder de estimular o amor e a fraterni­ dade na sua força espiritual. O chacra coroná rio é a nossa ligaçã o com Olorum, com o Universo, com a luz divina que provem de nossas entidades. Assim, esse chacra será banhado pelas á guas de Mã e Oxum, estimu­ lando essa ligaçã o ao mundo espiritual. A Vela do batismo é acesa como sım ́ bolo da Luz e do Fogo de Deus: Luz para que seus filhos encontrem sempre os seus caminhos dentro da espiritualidade, da religiã o e em sua passagem na Terra; caminhos estes que elevem e os aproximem cada vez mais da Fonte de Luz de nosso Pai Criador; Fogo que provoca a transformaçã o, consumindo nossas fraquezas interiores e moldando nossa alma, nos tornando assim mais virtuosos. A Rosa Branca é entregue, no final, ao filho batizado, simbolizando o nascimento para a espiritualidade, a pureza, o amor. E como diz o Caboclo Sete Flechas: “Que a tua vida seja como esta rosa...perfumada e bela!!!” Pai Cláudio de Oxalá ATUPO

A ATUPO no Evento

“Expressões Afro-brasileiras” domblé : Ketu”, palestra ministrada pelo Agbá Aristides Mascarenhas do terreiro Naçã o Ketu Ilé Asé Opo Ajagunã , també m presiden­ te da FENACAB no Brasil, “O que significa adotar uma filosofia religiosa de matriz Afri­ cana”, com intervençã o do Agbá Pai Jomar de Ogun e do Babalorixá Paulo de Yemonjá , representantes da FENACAB em Portugal. Apó s um laudo pasto, foi apresentado um filme documentá rio de Renata Amaral, inti­ tulado “A Pedra da Memó ria”, sobre os vá rios cultos existentes em Africa e no Brasil. A ATUPO foi també m convidada a participar no evento, tendo sido representada pelo seu dirigente espiritual, Pai Clá udio de Oxalá , que, no final, partilhou com os demais um pouco da histó ria do aparecimento da Umbanda, alguns dos seus fundamentos, as vá rias heranças culturais presentes na Umbanda, desde a cultura indı́gena até à

cultura africana, desmistificando ainda alguns preconceitos em relaçã o à s entidades de esquerda, Exu e Pomba­Gira e responden­ do a questõ es colocadas pelos presentes. O evento culminou num Siré , onde vá rios Orixá s foram louvados, dando a conhecer a todos um dos vá rios rituais do Candomblé . Mary Nogueira

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Jornal Umbandista Português

Entrevista

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ada vez mais a ATUPO se constitui també m como um polo de referê ncia na divulgaçã o da cultura Umbandista. Desta vez, no passado dia 30 do mê s de Março, recebemos a visita de dois ilustres convidados: Pai Elcio de Oxalá , a Voz da Umbanda, presença já habitual em nosso Templo e Mã e Inê s de Oxum, Presidente e Sacerdotisa da Instituiçã o Pedra Preta. Unidos pela mesma religiã o, vieram a Portugal a convite de Pai Clá udio de Oxalá , dirigente da ATUPO, para nos brindarem com os seus mais

09 | 10 | 2010 agosto 2013 Setembro| Outubro | 2010

recentes trabalhos. Pai Elcio de Oxalá moderou um Workshop sobre Pontos Cantados da Umbanda, contagi­ ando a todos com a sua simplicidade e alegria, partilhando o seu vasto conhecimento sobre o fundamento do canto na Umbanda. Outro momento alto da noite foi a apresentaçã o do mais recente livro, “Ensinamentos de Umbanda”, de Mã e Inê s de Oxum, pela primeira vez em Portugal, Presidente e Sacerdotisa da Instituiçã o Pedra Preta, uma organizaçã o sem fins lucrativos, onde desenvolve trabalhos de atendimento, ministra també m cursos com terapias alternativas, como: Florais de Bach, cristais, reiki, cromoterapia, cursos de tarô e

numerologia. Apó s uma breve referê ncia à s suas raıźes e iniciaçã o na Umbanda, Mã e Inê s explicou a necessidade de ter escrito um livro sobre os ensinamentos que lhe tê m sido passados ao longo dos seus 39 anos de experiê ncia e dedicaçã o à Umbanda. Estes dois eventos pú blicos decorreram na nossa sede, perante a afluê ncia de muitos que tiveram a oportunidade de, no final do workshop e da apresentaçã o do livro, adquirir o ú ltimo CD de Pai Elcio, “Luz Divina”, e o livro de mã e inê s, que carinhosamente distribuıŕam autó grafos e sorrisos. O Jornal Fundamento aproveitou a ocasiã o para entrevistar estes dois ilustres convidados.

nas letras. F: Passaram quatro anos desde a última vez que cá esteve. Sentiu diferenças ou mudanças nos lugares ou pessoas com quem esteve? PE: Na verdade, eu nã o senti grandes diferen­ ças. Faz dez anos que conheço Pai Clá udio e seu Templo e quando volto agora, encontro a mesma corrente mediú nica que conheci no passado, nã o morreu ningué m, nã o saiu ningué m, cresceu. Parabé ns a esse dirigente, Pai Clá udio de Oxalá que é , na minha visã o, um Paizã o! Na sua Casa, é uma Famıĺia! F: Uma Família que tem uma forte ligação com o Pai Élcio de Oxalá! PE: Verdade! Hoje eu nã o vejo a ATUPO mais como um ó rgã o deliberativo particular e sim como uma das minhas Casas, onde eu venho recarregar as minhas energias, rever os meus filhos, os meus netos… F: O Pai Élcio fala em Casas. A que Casas se refere? PE: Eu nã o tenho uma só Casa, um só Templo que frequento. Todas as Casas de Umbanda no Brasil sã o minhas Casas, como já me havia sido dito por uma entidade. Sou convidado em Minas, Rio, Bahia, todos os lugares, inclusive fora do Brasil. Por isso, eu digo, “Sou Umbanda!” F: Também em Portugal já esteve em várias Casas de Umbanda, do Norte até ao Sul. Pode dizer-se que já conhece mais do nosso País do que muitos portugueses! PE: Com certeza! Já estive em Braga, Porto, Lisboa, Algarve, Viana do Castelo. E desde já digo que quem vem a Portugal e nã o vai a Viana, nã o conhece Portugal. Me encantei com aquela

cidade! Tudo de bom tem naquela cidade (risos). Aliá s, Portugal tem tudo de bom: no Algarve, encontrei as mais belas praias; em Braga, visitei vá rias igrejas, visitei o Bom Jesus, andei de bondinho movido a á gua. Estive em Guimarã es, cidade berço de Portugal, visitando o castelo do primeiro rei. E como me disse Pai Tomá s, preto velho de Pai Clá udio, “ Os portugueses descobriram o Brasil e Pai Elcio está descobrindo Portugal!” (risos) F: E depois de Portugal? Que projetos o aguardam no Brasil? PE: Futuramente, eu estarei lançando o novo CD na Umbanda Sagrada de Pai Rubens Saraceni, depois um lançamento no Vale de Pai Ronaldo de Linares e també m uma tarde de autó grafos no Portal da Libertaçã o de Pai Ortiz. Mas antes de ir, estarei num projeto da ATUPO, participando de um novo CD que está sendo gravado aqui em Portugal por Vanessa de Oxum, onde eu terei uma participaçã o especial. F: Pai Élcio que já deu tanto à Umbanda, não podemos deixar de lhe perguntar, o que acha que ainda falta fazer? PE: Eu sou instrumento da Umbanda, onde meu Pai me manda, lá estarei! Por isso, eu digo, “Eu sou Umbanda!” F: Da última vez que o Fundamento esteve com Pai Élcio, deixou uma mensagem aos nossos leitores. O que gostaria de dizer-lhes hoje, passados estes anos? PE: A meus irmã os, aos Papais, Mamã es, filhos e netos de Portugal, que Papai e Mamã e ilumi­ nem sempre a caminhada de você s e que nó s possamos realmente nos ver como uma só famıĺia, Brasil e Portugal, juntos para sempre! Saravá !

À conversa com... PAI ÉLCIO DE OXALÁ, A VOZ DA UMBANDA! F: Pai Élcio está novamente em Portugal. Que projetos o trouxeram desta vez a terras lusas? PE: Eu vim a convite do Pai Clá udio do Templo de Umbanda Pai Oxalá , fazer um workshop na ATUPO (Templo de Umbanda Pai Oxalá ), em Braga, no Barracã o de Xangô , no Algarve e nas Lendas de Aruanda, em Leiria. Vim fazer també m o lançamento do meu novo CD e DVD “Luz Divina”. F: Fo i e n t ã o u m p r iv i l é g i o p a ra o s Umbandistas portugueses terem ouvido o seu CD em primeira mão. PE: E verdade. Esse lançamento foi feito em primeira mã o, em Portugal e no Brasil será por volta de fins de Abril. F: E porque é que o Pai Élcio, a “Voz da Umbanda” no Brasil, decidiu fazer o lançamento cá? PE: Como eu já vinha fazer o workshop, resolvi també m fazer o lançamento, uma vez que també m tenho cá muitos fã s. F: Em que dia foi feito e como sentiu a recetividade por parte do povo português? PE: Foi feito no dia 30, na ATUPO e no Barracã o de Xangô . A sua recetividade? Melhor seria impossıv ́ el! Foi um lançamento com muito sucesso. Foram vendidas mais de 200 có pias, em duas noites. F: Em que consistiu o workshop? PE: O workshop foi sobre pontos de abertura e encerramento, defumaçã o, batimento de cabeça, descarrego e firmeza e cantos em geral, enfim, todos os ensinamentos de raıźes. F: E correu como esperava? Acha que correspondeu às expectativas, uma vez que foi o 1º workshop de pontos de Umbanda em Portugal, iniciativa de Pai Cláudio de Oxalá? PE: Sim. Senti que foi um momento de contri­ buiçã o, de muita alegria no coraçã o das pessoas. Para mim, foi muito bom ver as pessoas felizes. Essa iniciativa de Pai Clá udio foi realmente importante, porque sinto que falta cá uma pessoa em Portugal que possa estar trazendo esse canto para nossos irmã os lusitanos, sendo que a maioria pega os pontos na internet e muitas vezes vê m com diferenças www.umbanda.pt

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006013 Nº

...E MÃE INÊS DE OXUM F.: Mãe Inês, é a primeira vez em Portugal? M.I.: Sim, é a primeira vez. F.: O que tem sentido nesta sua passagem por terras lusas? M.I.: Olha, estou maravilhada com a hospitali­ dade dos portugueses. Estou­me sentindo em casa, como se todos fossem da minha famıĺia. Estou amando; estou até com dó de voltar para o Brasil. F.: E em que lugares é que já esteve? M.I.: Já estive em Coimbra, Leiria, Mirandela, Vila Flor, Porto… F.: Esta viagem tem então correspondido às suas expectativas! M.I.: Superou as minhas expectativas. Vi coisas lindas, maravilhosas, que nã o esperava encontrar. Uma gruta que eu fui visitar que se chamava Mira de Aire, achei a coisa mais linda do mundo! F.: A Mãe Inês veio a Portugal e foi a Umbanda que a trouxe cá, não é assim? M.I.: Sim. Foi a Umbanda que me trouxe! F.: E a Umbanda? Como é que entrou na sua vida? M.I.: A Umbanda entrou na minha vida ainda menina. Com 12, 13 anos comecei a ter manifestaçõ es naturais, sem ao menos ter ouvido falar de Umbanda. A minha famıĺia era cató lica, os meus pais eram extremamente conservadores. Quando eu passei a ter manifestaçõ es, eles achavam que eu estava com problemas de saú de. F.: Que entidade é que incorporou nessa altura? M.I.: A primeira foi a minha Santa Oxum e em seguida o meu Caboclo, que acabou me desenvolvendo, que é o Caboclo Pedra Preta. F.: E hoje tem um trabalho no Brasil, tem uma Casa de Umbanda. M.I.: Tenho, sim. Tenho um templo que se chama Instituiçã o Pedra Preta, que já está fazendo 34 anos de fundamento. F.: A corrente mediúnica é formada por quantos médiuns? M.I.: A corrente de mé diuns deve ter hoje à volta de umas 60 pessoas mais ou menos e a gente leva a Umbanda bem tradicional. Eu gosto de conservar as raıźes e tudo o mais. F.: O Fundamento sabe que a Mãe Inês faz os trabalhos de atendimento, as giras, mas também desenvolve outras atividades, trabalhos de cura, terapias… M.I.: E, a gente chama de terapias alternativas. As 4ª feiras nó s trabalhamos com a incorpora­ çã o, o passe, a consulta e à s 5ª feiras fazemos um trabalho de terapia que inclui a cromo, os cristais, florais, reiki, passes só com vibraçõ es sem incorporaçõ es. Até mesmo cirurgias espirituais nó s fazemos e o resultado paga todo o nosso esforço. F.: Como acha que a religião se tem desenvolvido nestes anos todos? M.I.: Olha, eu me desenvolvi já faz 39 anos. Como gosto muito de ler, tenho acompanhado esse desenvolvimento muito de perto. Desde a é poca em que eu comecei, sinto que as entida­ des tê m acompanhado esse desenvolvimento do sé culo XXI. Infiltram muito as pedras, que www.umbanda.pt

antigamente nã o usavam, trabalham muito com cores, com outros tipos de instrumentos – antigamente era só o atabaque. Hoje nã o! Hoje a gente trabalha com outro tipo de instrumentos que ajudam na formaçã o e na vibraçã o espiritual. F.: O que é que a mãe Inês considera importante na formação de um médium de Umbanda? M.I.: Primeiro a Fé ! Tem que acreditar naquilo que você está abraçando! Depois a disciplina e a humildade. Se você nã o for humilde, você nã o pode seguir a Umbanda. F.: Que importância tem a formação e o conhecimento no desenvolvimento dos médiuns de sua Casa? M.I.: Como eu tive problemas no meu desenvol­ vimento por falta de conhecimento, quando uma pessoa me diz, “eu queria entrar na sua casa para desenvolver”, eu falo “Olha, primeiro você vai ter de aprender onde vai entrar, que barc vai navegar”; aı,́ ela tem de frequentar um curso, no mın ́ imo durante trê s meses, apren­ dendo todos os fundamentos necessá rios. F.: É a Mãe Inês quem ministra esses cursos? M.I.: Sou eu que ministro e explico todo o procedimento de banhos, de concentraçã o, de sensibilidade antes da incorporaçã o para nã o haver mistificaçã o, porque à s vezes eles se empolgam muito com o toque, com as roupas, com os adereços, as guias e acabam entrando “de gato no navio”. Entã o, primeiro tem que ter o conhecimento, a base. F.: Veio a Portugal promover o seu livro, “Ensinamentos de Umbanda”. Como tem sido a recetividade em relação ao livro? M.I.: Surpreendeu­me, porque eu já escrevi dois livros que falam sobre salmos. Como eu fui criada dentro do catolicismo, aprendi a ler e estudar a Bı́blia e o povo que frequenta a Umbanda geralmente é considerado povo sem cultura. Entã o, as pessoas diziam, “isso ningué m vai ler”. Acabei­me surpreendendo, porque lancei o livro em Novembro e vendi já bastantes livros. Lá no Brasil, já teve uma boa aceitaçã o e todas as pessoas dizem que está muito bom, porque está numa linguagem simples. Por ser um livro com poucas pá ginas, muito objetivo e acessıv́el,

é muito fá cil de ler e incentiva aqueles que nã o gostam de ler. Nã o é minha intençã o me promover como escritora e sim espalhar sementinhas da Umbanda pelos quatro cantos do mundo. Ali eu coloquei as oraçõ es, ­meu princı́pio que seriam os salmos­, banhos, a oraçã o do perdã o, que é muito importante para você se desenvencilhar de passados e caminhar em frente, ensinamentos bá sicos de como se abre até quando se encerra uma gira. Eu fiz um compacto de tudo isso. Acho que isso ficou bem fá cil para as pessoas que tê m um mın ́ imo de conhecimento entenderem mais um pouqui­ nho da Umbanda. F.: Que templos de Umbanda já visitou cá em Portugal? M.I.: Na verdade, eu só estive na casa do Pai Clá udio. Nã o visitei nenhum terreiro. Só vim aqui a convite do Pai Clá udio mesmo e nã o fui nem visitei nenhuma casa. F.: O que acha que vai encontrar hoje, uma vez que vai participar de um trabalho no Templo de Umbanda Pai Oxalá? M.I.: Acredito que vou­me maravilhar mais ainda. Sim, é engraçado porque nada é por acaso. Só o facto de eu ter descoberto que o Pai Clá udio tem as mesmas entidades de comando que eu! O meu primeiro Caboclo e Mentor da minha casa é o Caboclo Pedra Preta, o meu segundo Caboclo é o Caboclo 7 Flechas e o Pai Clá udio tem primeiro o Caboclo 7 Flechas e depois o Caboclo Pedra Preta. Acho que isso nã o é coincidê ncia, isso é a mã ozinha lá de cima, do Grande Criador, que colocou a gente junto e quem sabe a gente vai ter uma sintonia perfeita nos trabalhos, que é isso que eu espero. F.: Mãe Inês, quer deixar alguma mensagem para os leitores do nosso jornal? M.I.: A ú nica coisa que eu digo sempre na minha casa é fazer o bem sem olhar a quem. Nã o importa se é rico, se é pobre, todos somos irmã os, todos merecemos um pouquinho de carinho, de atençã o e simplicidade. A Umbanda é isso: é paz, é amor, é humildade! Fernanda Moreira e Mary Nogueira

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agosto | 2013

O convidado escreve

UMBANDOTERAPIA

A Terapia de Umbanda Por Heldney Cals, médium e sacerdote de Umbanda do Templo Escola Lendas de Aruanda atuais ferramentas holıśticas, cada vez mais nos afastamos do conceito de Deus e tentamos “cientificar” os ensinamen­ tos ou fundamentos das mesmas, tornando­as mais pró ximas da medici­ na alopá tica. Nã o é que exista nada de "Homem, conhece-te a ti mesmo, para errado com o modelo citado, mas sua poderes conhecer os deuses açã o e fundamentaçã o sã o diferentes e reconhecer o Deus que habita em ti". dos modelos espiritualistas. Assim, entendendo que terapia é curar Hipócrates com ou atravé s de Deus, encontramos na Umbanda um excelente agregado de uanto se diz que a Umbanda é muito mé todos e experiê ncias que tratam os mais do que uma religiã o, tenho que mais variados tipos de problemas. dar toda a razã o, pois a Umbanda Na Umbanda temos: Olorum (Deus); fornece um mundo de possibilidades, Orixá s; Guias espirituais (Mestres de muitas vezes despercebidas por seus Luz); Conceitos; Doutrina e liturgia pró prios adeptos.Uma delas é a capaci­ religiosa; Magia; Passe energé tico e dade terapê utica que a Umbanda possui espiritual; Alinhamento de chacras; de forma intrın ́ seca nos seus trabalhos Mediunidade; Desobsessã o; Quebra de mediú nicos. Magia Negativa; Aconselhamento Hoje, dentro do segmento espiritualista espiritual; e tantos outros recursos que em geral, muito se valoriza a palavra visam o equilı́ b rio, o bem­estar, a terapia, mas será que existe uma transformaçã o e desenvolvimento compreensã o real desse termo? Terapia humano, que o leva a processos de cura é um termo oriundo do grego que em vá rios campos e setores da vida. significa “servir a Deus”, ou “tratar Mas como se processa a terapia na atravé s de Deus”, ou seja, é um conjunto Umbanda? de processos que visam o alıv́io ou a Por mais que eu venha a dissertar sobre cura de determinados problemas isso, será sempre uma visã o parcial e atravé s de Misté rios Divinos. limitada dos inú meros caminhos A busca da cura atravé s de Deus, do terapê uticos que a Umbanda oferece. sagrado sempre existiu e continuará a Podemos dizer que essa terapia espiri­ existir. A prova disso é a procura cres­ tual, magıśtica e religiosa da Umbanda cente que as terapias com enfoques se processa atravé s de mé todos e espiritualistas ou holı́sticos tê m tido estados diferentes, pois o processo se dá nos ú ltimos anos, visto que a nossa tanto nos assistentes como nos seus ciê ncia clá ssica nem sempre é possuido­ mé diuns. Sem querermos estabelecer ra de todas as respostas. O interessante uma ordem, vamos tentar formatá ­la da é observar que, mesmo dentro das seguinte forma:

Apoios

Q

1. O consulente, que já cansado de tentar auxıĺio de vá rias outras manei­ ras, procura na Umbanda o “milagre” q u e t r a n s f o r m a r á s u a v i d a . Normalmente, esse primeiro contacto se dá em busca de soluçõ es quotidianas, as quais os Guias tentam, dentro do possıv́el, auxiliar da melhor maneira, aconselhando, realizando passes espirituais e receitando alguma oferen­ da de modo a criar um campo propicia­ dor do objetivo por ele (o Guia) preten­ dido em funçã o do assistido. Aqui as coisas podem seguir duas vertentes: a) O consulente sente rá pidas melhoras e isso traz uma maior confiança e abertura de sua parte, o que facilita muito a açã o de sua cura e transforma­ çã o interior. b) O consulente nã o sente melhoras ou se recusa a escutar os conselhos dos Guias; aqui també m teremos duas variantes: I. Aqueles que nã o querem melhorar ou aprender e esperam que os outros e a vida façam tudo que eles querem para se sentirem melhor. II. E aqueles que querem entender e aprender como podem fazer para se ajudar; claro que esse comportamento está implıćito no primeiro caso, o que sentiu as melhoras. Nesse caso, como no primeiro, é normal que o iniciante na Umbanda queira aprender um pouco sobre o novo universo que a ele se apresenta. Na sua busca de entendimento, ele logo se depara com uma das leis de Umbanda que diz: “Quem deve paga. Quem merece recebe!”

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Nº 013

Essa lei flui de forma natural e todos nó s a achamos justa, e logo esse consulente quer saber mais, pois interessa a ele també m se tornar merecedor ou mais merecedor. 2. Aqui começa a segunda etapa, a do aprendizado, o da instruçã o e a doutri­ naçã o. Lembro que esse processo dura a vida toda; o tempo todo temos que procurar aprender, conhecer e se melhorar. Nesse processo, o iniciado vai aprendendo, conhecendo, se auto avaliando, se transformando, se melhorando. E à medida que essa transformaçã o, essa melhora acontece, um novo ser começa a surgir, sua maneira de estar, com os outros, na vida, també m se transforma, o que inevitavelmente trará uma nova consequê ncia, situaçõ es mais favorá ­ veis, mas també m novos desafios. E à medida que novos desafios surgem, ele quer saber mais, quer aprender sobre Deus e seus misté rios e vai conhecendo sobre ele mesmo e quer mais meios e força para superá ­los. Nesse perıo ́ do, o consulente já alterou sua fé , já enxerga Deus, os Orixá s, os Guias de uma outra forma, ele já nã o escuta os Guias unica­ mente como o aflito que quer ver resolvido seus males, ele escuta como aquele que acredita, que confia, que de todo coraçã o quer crescer, se desen­ volver e se tornar uma pessoa melhor. E tudo isso, ele passa muitas vezes sem se aperceber, pois o processo é quase sempre muito subtil.

Umbanda de uma forma mais ativa e o processo de cura se torna mais intenso, pois ele vai aprendendo a sentir o sagrado “dentro” dele de uma outra forma. Ele começa a sentir a força dos Guias, dos Orixá s e esse sentir já faz por si mesmo uma transformaçã o, já faz uma cura. Com o tempo, ele começa a aprender com seus Guias, pois à medida que seus Guias vã o aconselhando, ensinando outros assistentes, vã o ensinando a seu mé dium també m. Ele vai aprendendo uma nova forma de ver a vida, pois muitas vezes a visã o ou a açã o do Guia é contrá ria à quilo que ele pensa e acredita. E por confiar no “seu” Guia, ele começa a refletir sobre “suas” pró prias verdades. Com o tempo, ele começa, de forma impercetı́ v el, a “absorver” as qualidades de seus Guias e Orixá s, sua personalidade vai lenta­ mente e naturalmente sendo moldada atravé s do contacto e do serviço ao sagrado que vibra dentro dele. Uma poderosa reforma ı́ n tima começa a acontecer atravé s de sua proximidade estreita com os Guias e com os Orixá s. A oportunidade de trabalhar e se desenvolver com diversos Guias, com diversas linhas de atuaçã o dá ao mé dium de Umbanda um aprendizado ı́mpar, pois, alé m das caracterı́sticas individuais de “seus” Guias, ele absorve uma valiosa forma de conhecimento e transformaçã o atravé s dos modelos (arqué tipos) sociais que se apresentam nas diversas linhas de trabalho de

Umbanda. Os Guias que atuam na Umbanda se apresentam dentro de uma determina­ da estrutura psıq ́ uica social que facilita o trabalho de cura e transformaçã o levado a cabo por esses missioná rios da luz. O mé dium de Umbanda, agora umbandista, aprende a conhecer, respeitar e amar o diferente: de exu a preto velho, passando por caboclos, baianos, boiadeiros, crianças e etc. Ele vai aprendendo a conviver com o negro, com o branco, com o ı́ n dio, com o humilde, com o sarcá stico, com o doce, com o bravo, etc. Assim, os arqué tipos sociais e comportamentais, trazidos pelos Guias, criam um impacto doutri­ ná rio, associado aos misté rios dos Orixá s acoplados em cada linha de trabalho e em cada Guia, vai moldando a psique do mé dium, o fazendo manifes­ tar suas qualidades inconscientemente, auxiliando em todos os aspetos de sua vida. E sem se dar conta, motivado pela vontade de ser melhor, de se sentir melhor, de aprender, de crescer, o mé dium vai superando bloqueios mentais, emocionais, psı́quicos, com­ portamentais e espirituais. E vai desenvolvendo uma tranquilidade, uma serenidade dentro dele que o vai deixando mais confiante e viver e vivenciar a vida. Heldney Cals

3. Normalmente, aqui começa um terceiro está gio de seu tratamento, de seu desenvolvimento e ele é convidado por uns dos Guias a desenvolver, de uma forma mais ativa, a sua mediunidade, pois até entã o ele só a desenvolvia atravé s de comunicaçã o com os Guias e com alguns rituais e oraçõ es. 4. Aqueles que aceitam, começam a desenvolver sua mediunidade de

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agosto | 2013

Sem folha não há Orixá

C

arıśsimos leitores, nesta ediçã o dedicaremos este espaço a uma planta com sé culos de histó ria e muito conhecida por todos: a Folha de Oliveira ou cientificamente Olea europaea L. Inú meras sã o as lendas em torno desta planta. Desde tempos remotos que a oliveira tem estado ligada a prá t ica s religiosa s, a mitos e tradiçõ es, a manifestaçõ es artıśticas e culturais, a usos medicinais e gastronó micos. Na Gré cia antiga, as m u l h e re s , q u a n d o d e s e j ava m engravidar, ficavam longos perıo ́ dos de tempo à sombra das oliveiras. Da madeira das oliveiras construıám­se ceptros reais e com o azeite ungiam­ se reis, sacerdotes e atletas. Com as folhas, faziam­se grinaldas e coroas para os vencedores. A oliveira era c o n s i d e ra d a s ı́ m b o l o d e p a z , abundâ ncia, gló ria e sabedoria. Os egıp ́ cios, há seis mil anos, atribuıám a Isis, mulher de Osı́ r is, Deus supremo da sua mitologia, o mé rito de ensinar a cultivar a oliveira. A oliveira é referenciada em quase todos os textos religiosos, indepen­ d e n t e m e n t e d a r e l i g i ã o : n o "Gé nesis", a pomba de Noé traz no bico um ramo de oliveira para lhe mostrar que o mundo revive. No "Exodo", Yaveh prescreve a Moisé s a "Santa Unçã o" na qual o azeite se m i s t u ra c o m p e r f u m e s ra ro s . Segundo a Bı́ b lia, o rei Salomã o enviava azeite a Hiram I, rei de Tiro, em troca dos materiais e dos artesã os utilizados na construçã o do Templo. Noutra passagem da Bıb ́ lia, Josué e Zorobabel entregam azeite à s populaçõ es fenı́cias de Sı́don e de Tiro, em troca da madeira dos cedros do Lıb ́ ano. Sabe­se que as azeitonas q u e f i c ava m n o s ra m o s e ra m d e i x a d a s p a ra o s i n d i g e n t e s , enquanto o azeite de primeira qualidade era utilizado, por exemplo, n a p re p a ra ç ã o d o s b o l o s d a s oferendas. No horto de Getsemani, vivem ainda oito grandes oliveiras www.umbanda.pt

Folha de Oliveira que viram rezar, chorar e morrer Cristo. També m o Corã o canta a á rvore que nasce no monte Sinai e refere­se ao ó leo que dela se extrai para ser transformado em luz de candeia "que parece um astro rutilante". Durante sé culos, a oliveira tem sido considerada como a “Arvore da Vida”. Atualmente, a maioria das pessoas conhece­a como o sım ́ bolo internaci­ onal da paz e como a fonte de um saudá vel e delicioso ó leo utilizado na culiná ria. Alé m disso, acredita­se que a folha da oliveira tenha um valor significativo como erva capaz de aumentar a imunidade bioló gica humana.

CULTIVO: A Oliveira prefere o clima temperado frio, com temperaturas entre 5ºC e 10ºC no Inverno e quente e seco no Verã o. Crescem també m em climas tropicais e subtropicais, desde que nã o sejam muito hú midos. Gosta de muita exposiçã o solar e de bastante á gua durante a fase de frutificaçã o, mas pouca na fase de maturaçã o. Adapta­se a quase qualquer tipo de solo, mas nã o gosta de solos alagados. Propaga­se fundamentalmente por estaca. PARTES UTILIZADAS: folha e fruto. MEIOS DE UTILIZAÇAO:  Uso Interno: chá  Uso Externo: banhos, emplastros, etc. INDICAÇOES TERAPEUTICAS: A folha de Oliveira está indicada para patologias como: asma, algias, colite, constipaçã o, enterite, erupçõ es cutâ neas, estomatite, gastrite, gota, hipertensã o arterial, pedras nos rins, queimaduras, toxinas no sangue, reumatismo, vermes intestinais.

PROPRIEDADES TERAPEUTICAS: a n t i ­ r e u m á t i c a , a n t i ­ s é p t i c a , analgé sica, antiasmá tica, anti­ ­inflamató ria, broncodilatadora, depurativa, diuré tica, emoliente, espasmolı́tica, reduz o colesterol, hipoglicemiante, hipotensora, l a xa n te , a ro m á t i c a , n u t r i t iva , CARACTERISTICAS: Originá ria da restauradora, anti­helmı́ n tica e regiã o oriental do mar Mediterrâ neo, cicatrizante. a á rvore pode atingir os 10 metros de altura. Contudo, existem espé cies CONTRA INDICAÇOES: Nã o deve ser que nã o ultrapassam os 6 metros. As utilizada durante a gravidez. suas folhas sã o perenes, pequenas, Fontes: b r i l h a n t e s e d e c o r v e r d e ­ http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/oliva.ht ­acinzentada. As suas flores sã o ml#.UdCrUPlQFhQ brancas e amarelas e florescem em http://guiadasplantasmedicinais.comunidades.net/ http://nplantas.com/tag/oliveira/ fim de Abril, Maio e Junho e o seu http://esec­ponte­ fruto é a azeitona que surge em sor.drealentejo.pt/azeite/aplica.HTM Setembro e Outubro. Leonel Lusquinhos De salientar a longevidade das oliveiras. Estima­se que algumas das oliveiras presentes em Israel nos dias atuais devam ter mais de 2500 anos de idade. Em Santa Iria de Azó ia, Portugal, existe uma oliveira com 2850 anos.

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