Jornal Fundamento_19

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Janeiro | 2016

Índice

Palavra do Dirigente

Palavras do Dirigente

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Reportagem «Entevista a Pedro Brandão - Dirigente Espiritual do Templo de Urubatão»

02 03

Reportagem «As Mouras Encantadas»

04

Reportagem «Exu - O Braço Esquerdo de Deus»

05 06

O Convidado Escreve «Mediunidade de Transporte, por Douglas Rainho»

07 08

Sem folha não há Orixá «A Urtiga»

09

Mais um ano que passou e é dito que é tempo de re�letir. Eu diria que sim, é sempre bom pararmos e analisarmos tudo o que já vivemos. Deixo um texto escrito por mim para ajudar a re�letir na entrada deste novo ano. Espero que gostem! Natureza Guerreira

O que seria das nossas vidas sem alguns dragões (azares, medos, desilusões e outros infortúnios)? Muitos dirão: -Haveria a paz que sempre procurei, e seria feliz! Acredito realmente que muitas pessoas estão vivendo momentos de luta com dragões interiores e exteriores e o cansaço dessas batalhas, onde não veem resultados, faz com que tudo o que queiramos no momento seja ter paz e o �im da luta. Mas nossa natureza é guerreira, curiosa, descobridora; en�im, somos de uma natureza onde a busca é sempre constante, o desa�io de viver faz com que mesmo que nós não procuremos a batalha, ela se faça sempre presente em nossas vidas. A conclusão a que chego é que nascemos todos guerreiros, de natureza guerreira. O que nos diferenciará é o bom do mau guerreiro. O mau guerreiro é aquele que congela, que espera que alguém lute as suas batalhas, aquele que diz que enfrentou grandes dragões, mas nunca viu nenhum; existe ainda aquele que se esconde atrás dos outros e no �im reclama a vitória com todos. Mas o pior guerreiro ainda é aquele que não consegue ver em si o que é ser um mau guerreiro e aponta as suas derrotas a todos e a tudo o que está à sua volta, nunca a ele próprio, pois ele ainda não aprendeu a vencer a si mesmo e essa vitória ele só terá no momento em que ele aprender a enxergar as suas fraquezas. O bom guerreiro re�lete sobre as derrotas e assume as suas fraquezas, porque sabe que isso o tornará mais forte e o levará a triunfar no desa�io da vida!

Entrevista Ficha Técnica

Equipa técnica: Diretor do Jornal Cláudio Ferreira Diretor de Conteúdos Cláudio Ferreira Chefe de Redação Mary Nogueira Redação Cláudio Ferreira Bernardo Cruz Fernanda Moreira Filipe Ferreira Leonel Lusquinhos Mary Nogueira Paulo Fernandes Vanessa Inhauser

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ENTREVISTA A PEDRO BRANDÃO Dirigente Espiritual do Templo de Urubatão

Revisão Mary Nogueira Fernanda Moreira Fotografia Fernando Silva Edição Gráfica Bernardo Cruz Miguel Faria Contacto fundamento@atupo.com

A redação do Jornal Fundamento segue as normas do novo acordo ortográfico, salvaguardando as opções ortográficas dos autores convidados.

Pai Cláudio - Sacerdote de Umbanda Atupo - Templo de Umbanda Pai Oxalá

Depois de o Templo de Urubatão ter completado um ano de existência no passado dia 15 de Novembro, dia Nacional da Umbanda, o Fundamento esteve à conversa com Pedro Brandão, antigo ogã da Casa de Pai Pedro de Ogum e hoje fundador e dirigente espiritual do templo, sito em Malveira, Portugal.

Como foi o seu primeiro contacto com a Umbanda? Fale-nos um pouco sobre o seu percurso espiritual, a missão a que se propôs com a criação do Templo de Urubatão. O ditado já é velho, Para a Umbanda, ou se vai por Dor ou por Amor. Numa determinada altura da minha vida, recorri a uma cartomante, a quem estarei para sempre grato, que me disse que as cartas estavam a dizer que eu teria de ir a um sítio. Sem saber de que sítio se tratava, lá fui. Era uma Gira de pretos velhos e as primeiras palavras que ouvi foram " Seja bem vindo, �ilho! Este nego estava a ver que nunca mais!”. E sem entender nada, fui �icando. Tive a sorte de logo à primeira visita estar no local certo, no Templo Sagrado de Umbanda liderado pelo meu Pai Pedro de Ogum, que, para o meu feitio, era perfeito, pois tinha sempre resposta para as mil e uma perguntas que eu estava sempre a colocar. O tempo foi passando e, de uma forma natural, fui-me embrenhando no fundamento e quando dei por ela estava apaixonado pela Umbanda, a certa descon�iança, pois nunca tinha estado num templo de Umbanda.

Continua

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019 que nunca o medo de assumir que estamos errados nos turve o raciocínio e impeça a nossa evolução pessoal e espiritual. Cultuamos os Sagrados Orixás e o atendimento espiritual é levado a cabo por todas as entidades que trabalham na Umbanda.

Enquanto dirigente espiritual, quais as suas principais preocupações na formação e desenvolvimento dos seus médiuns? Relativamente a esta questão, creio que a minha principal preocupação será que, quer os médiuns quer a assistência, entendam o que é realmente a Umbanda, e qual o seu verdadeiro propósito, para depois então começarem o seu desenvolvimento espiritual, espero que já libertos de grande parte das dúvidas e bem cientes das suas funções, deveres e responsabilidades.

Digo de uma forma natural pois até então, eu não acreditava em nada. Mas os anos foram passando, muito aprendizado, muitas mudanças internas, até que passo a Ogã. Sabia da responsabilidade e a minha vontade de aprender levou a querer saber sempre mais, entender sempre o porquê das coisas ao ponto de dar com os vizinhos em loucos, pois não parava de tocar a toda a hora. Mais tempo foi passando e recebi o cargo de Alabê. Como tudo na vida, existe um princípio, um meio e um �im e, com o desencarne de meu Pai Pedro de Ogum, a minha vida deu uma volta enorme: primeiro, a raiva, depois o sentimento de �icar sem chão e, mais tarde, a aceitação. O que me levou a um problema: e agora? Não sei viver sem Umbanda e não tenho chão. Lembrando-me das palavras do Pai Cláudio de que não poderíamos parar o trabalho já iniciado, ganhei coragem e fui até Braga onde tive, além de uma receção espetacular da parte de todos, a con�irmação de que apesar de todos os medos, estaria à altura desta missão. Não foi fácil

entender, mas aí sim, a Fé ditou realmente o meu caminho. E, no dia 15 de Novembro de 2014, nasceu o Templo Urubatão e, com ele, após uma abertura de gira, muito nervoso com vontade de fugir, nasceu também uma vocação e a certeza que o Mestre tinha sido o melhor e que com os seus ensinamentos iríamos ser capazes.

Como funciona o Templo de Urubatão em termos de ritualística (linhas de trabalho, atendimento, orixás)? O Templo Urubatão e, citando as palavras do Sr. Urubatão, é uma Casa de Oxalá ,uma Casa de colo, amor e de ajuda sem olhar a quem. Seguimos os fundamentos umbandistas que nos são passados pelas entidades mentoras da Casa, os fundamentos que eu aprendi e principalmente todos aqueles que eu possa vir a aprender, que me pareçam corretos, mesmo que contradigam aquilo que até então para mim era uma certeza. Como eu digo aos �ilhos, por agora é assim até que eu veja que estava errado e passa a ser de outra forma. Acredito que só assim se possa evoluir, e

Além do projeto espiritual, há outros projectos culturais ou sociais em que a família do Templo de Urubatão esteja envolvida? Quais? Apesar de ainda muito no início e estarmos ainda muito envoltos em obras para podermos acolher quem nos procura nas melhores condições possíveis, críamos a Ajuda T.U, uma associação de ajuda humanitária, fazendo recolha de bens e alimentos para que os mesmos sejam entregues a quem necessita, de uma forma simples e direta, envolvendo para tal os �ilhos a assistência e até mesmo muitas pessoas que não frequentando o Templo nos ajudam. Porque Ajudar está mesmo nas nossas mãos. Criamos também a Escola de Curimba Templo Urubatão que pretende partilhar conhecimentos para que possa existir um intercâmbio saudável quer a nível de pontos cantados como também de técnicas de toque. Num futuro, gostaria também de, em conjunto com a Ajuda T.U, poder ensinar e levar a alegria e a nossa música a instituições de apoio a crianças. Como de�iniria a "Umbanda", enquanto religião, com base no seu conhecimento e experiência? Apesar de ser suspeito, a Umbanda, na minha opinião, é a Religião mais bonita do Mundo. É a junção de tudo e todos, o que a torna simples e naturalmente perfeita. A Umbanda é realmente uma senhora velada, que se vai revelando aos poucos para aqueles que a queiram conhecer e que estejam dispostos às mudanças que vão sendo necessárias, fruto desse mesmo conhecimento e da própria evolução da Umbanda.

Que projetos tem para o futuro no que concerne ao crescimento do Templo de Urubatão e da Umbanda? Neste momento, terminar as obras! Não sei se terminarão algum dia! Quanto a projetos futuros, muitos e muitos sonhos! Gostaria de poder chegar ao maior número de pessoas possível, para que de uma ou de outra forma poder ajudar, ter a capacidade de, com a ajuda de todos, continuar a acreditar que é possível um mundo melhor, que na realidade um pequeno gesto pode gerar muita mudança. Queria também aproveitar para agradecer ao Pai Cláudio, pois muitos dos projetos com que sonho vêm do exemplo da A.T.U.P.O, esta Grande Família que sei que também é um pouco minha! Salve a nossa Umbanda e que Oxalá nos abençoe! Axé!

Mary Nogueira

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09 | |10 | 2010 Janeiro 2016 Setembro| Outubroo || 2010 2010

Reportagem

As mouras encantadas: as Iaras luso-galaicas!? Portugal e Galiza possuem uma tradição milenar, com uma história comum e igualmente com seres mitológicos e encantados, que sempre �izeram parte do folclore transmitido durante séculos de forma oral pelos mais velhos, em frente às lareiras e fogueiras. As mouras encantadas fazem parte desse misticismo mútuo, que em nada tem a ver com os mouros/ sarracenos, nome dado aos árabes que viveram na Península Ibérica até ao século XV. Especula-se que o termo "moura "provem de uma derivação linguística proto-celta. Analisando as palavras celtas "mori", que signi�ica mar, ou "mori-morwen", que designa sereia, provavelmente encontramos aqui a relação mais plausível para a palavra moira usada para designar espíritos ligados às águas. Leite de Vasconcelos, arqueólogo que se dedicou ao estudo e levantamento de certas tradições, levantou a hipótese de as mouras encantadas poderem ter assimilado as características de divindades locais, como ninfas e espíritos da natureza . O mesmo juízo fazia Consiglieri Pedroso ao considerar as mouras "génios femininos das águas". Uma outra possível origem de moura (moira), também de origem celta, é "mahra" e "mahr" que signi�ica espírito. As moiras ou mouras encantadas são então espíritos, seres fantásticos com poderes sobrenaturais. Várias lendas descrevem as mouras encantadas como jovens donzelas de grande beleza ou encantadoras princesas e "perigosamente

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sedutoras". Segundo antigos relatos populares, são as almas de donzelas que foram deixadas a guardar os tesouros que os mouros encantados esconderam antes de partirem para a mourama. Aparecem frequentemente, cantando e penteando os seus longos cabelos, louros como o ouro ou negros como a noite, com um pente de ouro, prometendo tesouros a quem as libertar do encanto, oferecendo sempre ouro, como recompensa, caso as pessoas façam o que elas querem. Podem assumir diversas formas e existe um grande número de lendas, e versões da mesma lenda, como resultado de séculos de tradição oral. Assumem muitas vezes a forma de serpente, as chamadas mouras- serpentes. Surgem como guardiãs dos locais de passagem para o interior da terra, os locais "limite", onde se acreditava que o sobrenatural poderia manifestar-se. Aparecem junto de nascentes, fontes, pontes, rios e poços, dados serem locais que segundo as tradições eram a passagem para o mundo espiritual. Muitas vezes eram atribuidas virtudes mágicas às suas águas, como é o caso da Fonte da Moura Encantada ( Póvoa do Varzim). Também é do costume popular dizer que quem casou em terra alheia, "bebeu da fonte" e �icou enamorado, numa alusão às lendas em que os jovens se apaixonam e �icam encantados pelas mouras. No livro Os tripeiros: romance-chronica do seculo XIV, a moura encantada é descrita como: "… uma �igura branca, toda branca, muito branca, com os cabelos, nem �ios de ouro, soltos pelas costas; e aparece a bailar na água de um lado para o outro…" Analisando tudo isto, uma questão se coloca: podemos considerar que as mouras encantadas têm relação com as Iaras, das lendas indígenas brasileiras? Em Monteiro Lobato, por exemplo, uma iara é descrita como "uma ninfa de deslumbrante beleza, em repouso numa pedra verde de limo, a pentear com um pente de ouro os longos cabelos verdes cor do mar (...) Em torno dela centenas de vagalumes descreviam círculos no ar; eram a coroa viva da rainha das águas" . Outros as descreveram como morenas, mestiças ou indígenas. Mãe de água é o nome mais popular fora da Amazónia. Segundo o dicionário Houaiss, a forma mãe-d'água é registada desde 1716, mas referia-se originalmente ao mito o�ídico (relativo a serpente) das águas, cuja crença ainda sobrevive em certas áreas como boiúna ou cobra-grande. A boiúna, de mboi, "cobra" e una, "negra", também conhecida como boiaçu, de mboi e açu, "grande", ou ainda cobra-grande é, segundo Câmara Cascudo (historiador e antropólogo brasileiro), o mais poderoso e complexo dos mitos amazónicos, exercendo ampla in�luência nas populações às margens do rio Amazonas e seus a�luentes. Faz parte do ciclo dos mitos d'água, de que a cobra é um dos símbolos mais antigos e universais.

Senhora dos elementos, a cobra-grande tinha poderes cosmogónicos, explicando a origem de animais, aves, peixes, o dia e a noite. E aqui, mais uma vez podemos estabelecer um paralelismo com as mouras encantadas, que muitas vezes apareciam em forma de serpente, fazendo com que originalmente estivessem ligadas às lendas da criação, transformação e passagem. Numa outra lenda, uma cobra-grande se transforma numa bela morena nas noites de luar do mês de junho, para seduzir os homens durante os arraiais de festas juninas, como se fosse a versão feminina do boto. Já na tradição popular luso-galaica, é no dia de São João que se acredita que as mouras aparecem com os seus tesouros, quando se pode quebrar o seu encantamento, seduzindo os homens. Em algumas lendas é neste dia que a moura encantada espalha os �igos num penedo, ao luar. Estas lendas estão possivelmente relacionadas com a tradição popular de, nalgumas regiões, apanhar-se o �igo lampo no dia de São João, um �igo branco que se levava de presente. Este dia marca a data do solstício de Verão, sendo a sua referência a algum culto solar, e como tal um culto de fertilidade, estando os �igos como reminiscência disso, pois os �igos, são símbolos de fertilidade e virilidade, associados ao sexo masculino. Independente da cultura, da região ou local de incidência, as Iaras, Mouras, ou outros nomes que elas possam apresentar, fazem parte do saber espiritual do ser humano, sendo �iguras na sua origem ligadas à criação, à fertilidade, ao nascimento e crescimento. Ao longo dos séculos, muitas lendas, juntamente com a criação judaico-cristã, que endemoniava todos os antigos seres de culto, foram criando, grande parte das vezes, ideias erradas dessas energias. Hoje em dia as Iaras são cultuadas na nossa Umbanda, trazendo a sua energia de fertilidade, evolução, transformação, crescimento e encantamento, como sempre �izeram na sua existência, em prole do nosso desenvolvimento como seres humanos, estando muito provavelmente nessas linhas de trabalho, as nossas Mouras Encantadas, as Iaras luso- Galaicas.

Filipe Ferreira

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Reportagem

Exú, o braço esquerdo de Deus

Dentre todos os mistérios comportados, não só pela Umbanda, mas também por outras religiões de raiz africana, Exú é talvez o maior e o mais incompreendido. Envolto numa atmosfera de mistério e enigma, este Orixá tem sido, ao longo da história, capaz de suscitar uma ambiguidade de sentimentos que o levam a ser temido e odiado por muitos e, simultaneamente, amado por tantos outros. Considerado uma divindade por uns, o diabo por outros, ou ainda confundido com as entidades regidas por esta energia, quem é a�inal Exú? Exu, palavra iorubá (Èsù) que signi�ica “esfera” representando o in�inito, o que não tem começo nem �im é, segundo a mitologia Africana, o “mensageiro”, aquele que recebe e leva os pedidos e as oferendas dos seres humanos ao Orun. Os homens habitam a Terra, o Aiyê, e os Orixás o Céu, o Orun. Porém, existe uma ligação entre estes dois mundos, através da qual os homens oferendam os Orixás, seus antepassados e fundadores das linhagens das famílias, recebendo em troca a proteção e ajuda para seus descendentes humanos. Quem tem a tarefa de levar as oferendas até ao Orun e ao mesmo tempo assegurar a comunicação entre os dois mundos, sendo o portador dos conselhos, orientações, determinações e ordens dos Orixás, fundamentais para a sobrevivência dos mortais é Exu! Por ser o Orixá da comunicação, o que permite que se rea�irmem os www.umbanda.pt

laços de lealdade, solidariedade e retribuição entre os seres humanos e os Orixás, os povos criaram o costume de oferendá-lo sempre que outro Orixá era cultuado, assegurando assim o estabelecimento da ligação entre os planos espiritual e terreno. Daí o costume de dizer-se que Exú não trabalha sem pagamento, o que acabou por imputar-lhe uma imagem de calculista e mercenário, aos olhos dos cristãos, defensores do ideal da caridade. O desvirtuamento desta função de Exú levou inclusive a que muitos devotos acreditassem que as oferendas preliminares a Exú devessem ser feitas simplesmente para que este não atrapalhe ou prejudique os rituais e cerimónias. Em termos meta�ísicos, Exú representa o princípio da individualização ou diferenciação do ser, pois é ele quem governa o processo pelo qual as centelhas divinas se separam da grande massa que é Deus para darem origem aos indivíduos diferenciados. Exu representa também o princípio da continuidade, que possibilita a expansão da vida a partir de uma única célula, a partir de um indivíduo inde�inidamente multiplicado. Ele é a manifestação da sexualidade e da fecundação, tendo por seu símbolo o Ogó (um bastão de forma fálica, feito de madeira e cabaças), pois para os povos da África ancestral o sexo e a existência de uma vida sexual regular assumem uma importância vital para o princípio da continuidade. A sua essência é o movimento, inicial e

dinâmico que leva à propulsão, ao crescimento e à multiplicação; Exu está em todos os lugares, no tudo e no nada, Ele é livre de circular entre os mundos. Este aspeto é bem representado pelo chapéu em cone, de forma espiralada como o caracol, que carrega no alto do Ori e que representa um ponto movendo-se e evoluindo em direção ao in�inito (sendo muitas vezes confundido com um chifre do diabo). Enquanto Ogum é o senhor dos caminhos e limites, Exú é aquele que ultrapassa todos os limites, é o senhor das encruzilhadas (cruzamento de caminhos), representativas da dualidade das escolhas, das possibilidades, do livre arbítrio. É o senhor do horário e por isso nada mais apropriado do que a sua hora ser a meia-noite; passagem de um dia para o outro ou do dia para a noite. Bará, Legbá, Elegbara, Eleggua, entre outros nomes por que também é conhecido, Exú foi o Orixá da África ancestral que mais “sofreu” com a incompreensão da cultura europeia. Devido às quali�icações morais narradas pela mitologia, que o mostra como um Orixá jogador, interesseiro, sem limites e com uma forte conotação sexual, como possuidor de uma personalidade irreverente e rebelde, capaz de contrariar e quebrar todas as regras e normas de conduta estabelecidas, foi rapidamente confundido, pelos primeiro europeus que tiveram contacto com os cultos africanos, na sua maioria missionários e padres cristãos, com o diabo judaico-cristão. Quando a religião dos Orixás foi levada para o Brasil, também esta imagem de Exú, criada pelo sistema de pensamento cristão, foi levada. O sincretismo que criou a correspondência entre Orixás e santos católicos não foi apenas uma forma que os negros encontraram para defender os seus cultos da intransigência do senhor branco, foi também a apropriação ou captura da religião dos Orixás por parte do catolicismo, segundo um modelo que pressupõe a existência de dois polos opostos entre si; o bem e o mal; a virtude e o pecado. Esta conceção de um universo dividido entre o bem e o mal não existia na África ancestral, e foi este processo de cristianização dos Orixás que empurrou Exú para o domínio do inferno católico, acabando por ser esquecida grande parte da sua essência. Uma grande maioria dos ade ptos dos cultos afro-brasileiros, como babalorixás e dirigentes de terreiros mal informados, ajudaram também a cimentar esta imagem errónea de Exú, que se difundiu entre o povo e que é hoje muitas vezes utilizada para descredibilizar e desacreditar as religiões afro-brasileiras. continua

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Essa associação simbólica do Orixá Exu ao demónio, fazendo dele símbolo de tudo o que é maldade, perversidade e ódio, em oposição à pureza, elevação e amor de Deus, estendeu-se às entidades que desenvolvem o seu trabalho espiritual sob a vibração e comando do Orixá Exú, a denominada Linha de Esquerda, tendo esta visão e conceito, perdurado durante décadas entre os adeptos dos vários cultos afro-brasileiros, inclusivamente na Umbanda. Só recentemente, durante as duas últimas décadas, é que se começou a ter um novo entendimento destas Linhas de Trabalho e a assistir a uma mudança de conceitos e mentalidades, em grande parte, graças aos esclarecimentos e imenso trabalho realizado por estas entidades representantes deste Orixá. São entidades que trabalham ao serviço da Lei Maior, formando uma espécie de “Polícia de Choque” do astral, os guardiões e guardiãs. Para além de manifestarem todas as características negativas da personalidade humana como forma de nos fazer tomar consciência dos nossos próprios defeitos, estas entidades lidam com tudo o que existe no baixo astral, usando o medo, a agressividade e magia como armas. Quando incorporados, apresentam muitas vezes um ar sério e semblante sisudo, mas também são faladores, alegres e brincalhões, apesar de sarcásticos e irónicos. A forma como atuam por vezes choca-nos, pois temos a tendência para achar que, por serem Guias de Lei, deveriam apresentar uma postura dócil, serena e educada. Contudo, são estes os métodos que utilizam para fazer chegar a Lei Divina ao meio das trevas. Atuando numa vibração muito próxima da vibração do plano �ísico, são grandes conhecedoras do Ser Humano, nomeadamente das suas di�iculdades, fraquezas, vícios e medos e

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portanto, exímios na resolução de problemas de ordem material ou relacionados com di�iculdades nos caminhos da vida, como dinheiro, emprego, disputas ou intrigas. São executores da Lei Kármica pelo que não são bons nem maus, simplesmente atuando de acordo com o merecimento de cada um a favor da evolução. Da mesma forma que nos defendem e protegem dos perigos que possam ameaçar a nossa caminhada, também nos colocam no caminho obstáculos, di�iculdades e tentações, de modo a que consigamos resgatar dívidas do passado e, através do aprendizado, conquistemos o conhecimento necessário à nossa evolução. É importante salientar que, apesar da energia em que vibram e da sua postura irreverente, estas entidades de Lei não devem ser confundidas com espíritos zombeteiros e obsessores que muitas vezes se manifestam em terreiros, onde reinam a ignorância e falta de preparação, cometendo os mais variados tipos de atrocidades, manipulando médiuns e consulentes para satisfação dos seus vícios, vaidades e propósitos negros. Sendo o Orixá Exú uma das irradiações divinas que rege a sexualidade, as entidades que vibram nesta energia manifestam naturalmente a virilidade, no caso dos Exús, a sensualidade e a sedução, no caso das Pomba-Giras, que utilizam como ferramentas para trabalhar a autoestima e autocon�iança de quem os procura. Mas isto não signi�ica que, para realizar o seu trabalho, o Exú tenha que estar vestido da cabeça aos pés como se tivesse acabado de chegar do séc. XVIII ou a Pomba-Gira como se estivesse num cabaré. Um Guardião pode usar uma capa, um tridente, assim como uma Pomba-Gira vestir a sua saia vermelha ou outro tipo de acessório, mas estes são apenas instrumentos de trabalho.

Os Exus e Pomba-Giras são linhas de trabalho compostas por espíritos de homens e mulheres que, pela sua conduta negativa em terra, foram conduzidos para as dimensões inferiores e negativas do plano astral, e a quem foi dada a oportunidade de se redimir e evoluir, até conquistarem o direito de voltar ao lado positivo das forças Divinas. São estas entidades que incorporam nos médiuns e trabalham nas Giras de Esquerda, entidades que aceitaram a Lei da Umbanda como uma oportunidade para se redimirem dos seus erros e evoluir, através do auxílio ao próximo, tal como as entidades da Direita. Não cobram pelo seu trabalho, não manipulam pessoas com o objetivo de conseguir favores sexuais, bens materiais ou obter qualquer tipo de poder/in�luência. Acima de tudo não contrariam a Lei Divina. Exu não é o diabo, não é o responsável pelos males do mundo e da humanidade. Exu nada tem a ver com as imagens de demónios, com chifres e pés de cabra que tanto nos acostumamos a ver. Exu é sim o mensageiro que leva a Luz onde só existe escuridão, sofrimento e ignorância, é o guerreiro que desce bem fundo até aos planos extra�ísicos mais densos para resgatar todos aqueles que se perderam ao longo de sua caminhada pela sua falta de fé, de esperança, de amor, combatendo, de forma nobre, os espíritos trevosos que atentam contra a evolução, é quem faz o errado virar certo e o certo desacerto de acordo com o merecimento, é o autêntico Braço Esquerdo de Deus que conhece a Lei Divina , executando-a da melhor forma possível, como o mais �iel soldado do Pai Maior!

Bernardo Cruz

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O convidado escreve

Mediunidade de Transporte, por Douglas Rainho

A mediunidade de transporte – em alguns casos também chamada de descarrego – é uma mediunidade que ou caiu em desuso nos terreiros ou é bem mal-explicada e trabalhada. Alguns referenciam que o cambone é um médium de transporte nato, pelo simples fato do mesmo doar energia ectoplasmática durante as sessões ou giras de Umbanda. Porém isso está incorreto. O cambone tem sim um papel de extrema importância e pode – geralmente o faz – doar ectoplasma para os guias que ali estão para que os mesmos manipulem em prol do assistido. Veja, o ectoplasma aqui citado é a energia vital em excesso. Jamais será tirado algo que fará mal para o indivíduo e também sem a concordância deste. Quando se aceita ser cambone, tacitamente se “assina” esse tipo de contrato de doação energética. Porém, a mediunidade de transporte é bem distinta, apesar de utilizar-se do princípio do ectoplasma também. Sabemos que o ser humano não é constituído apenas de matéria, dentro das tradições orientais mais populares, nos é dito que possuímos sete corpos: Atma (espírito), Búdico, Mental Superior, Mental Inferior, Corpo Astral (Espiritual), Duplo-Etéreo e Material. Dentro da classi�icação espírita, Kardec sintetizou os corpos Búdico, Mental Superior e Inferior, o Corpo Astral e o DuploEtéreo em um só denominado Perispírito, deixando a sua de�inição assim: Espírito, Perispírito e Matéria. Ele simpli�icou a estrutura energética do ser humano, mas sem desquali�icar a sua essência. Dentre esses corpos, o que podemos denotar é que ao desencarnar perdemos dois deles: Duplo-Etéreo e o Material. Apesar do Duplo-Etéreo ser um corpo invisível a olho nú, ele ainda é em parte material e será desagrewww.umbanda.pt

gado após o desencarne, depois de aproximadamente 48 à 72 horas. Isso pode variar, conforme o apego a matéria ou a espiritualização do indivíduo. Em muitos casos os espíritos obsessores ou negativados (desequilibrados, desarmonizados e alguns até mesmo sem saber que estão mortos), acabam interferindo na vida material das pessoas. Trazendo perturbações de ordem espiritual, manifestações fenomênicas, etc. Alguns, precisam se nutrir da energia da vida (duplo-etéreo) para lembrar como era na matéria. Outros tantos, acabam simplesmente por obsedar pela maldade e pela vingança. Seja qual for o caso, o espírito em desequilíbrio ou em embrutecimento consciencial, acaba se esquecendo de certas particularidades da vida material. Nesses casos, quando alguns procedimentos falharam é que entra o médium de transporte. O médium cederá seu instrumento mediúnico, para que um espírito embrutecido ou desequilibrado possa “incorporar” e tomar um CHOQUE anímico. Ou seja, ele irá sentir as di�iculdades e restrições da matéria e em alguns casos isso é o su�iciente para colocar determinadas entidades nos trilhos novamente. Existe até dentro dos tratamentos de passes dos centros espíritas o passe chamado Choque Anímico (CH). Que tem o mesmo

princípio, vitalizar o ser desencarnado para que ele lembre-se de como é estar aqui, em uma terra de expiação. Logo após o trabalho do médium de transporte, o espírito é então retirado do campo mediúnico do mesmo e levado para as zonas de recuperação, pelas falanges que cuidarão do espírito agora em estado de choque ou ao menos temeroso. Hoje em dia, muitos dizem que esse tipo de arti�ício não é mais necessário, pois evoluímos e não precisamos mais utilizar dessa mediunidade. Outros, acabam por dizer, que é necessário, mas que qualquer pessoa pode se tornar um desses tipos de médium de transporte e pode fazê-lo. Ambos, na minha visão estão enganados. A mediunidade de transporte ainda é necessária, mas assim como era no passado, os casos em que ela é necessária são escassos. Não é regular fazer transporte em TODAS as giras e sessões e também não é qualquer um que pode doar a sua matéria para esse tipo de atividade. Os mais antigos da tradição umbandista, chamavam esses médiuns de médiuns de descarrego ou médiuns de Exus, pois tratavam todos os espíritos em desequilíbrios, negativos, negativados, etc. como espíritos de exus catiços. Existem pessoas que tem uma certa “vitalidade espiritual” diferente, mais abundante, que são os ideais para esse tipo de trabalho. Com essa mania das novas Umbandas de que todos são médiuns, seja de incorporação ou de transporte, estão criando verdadeiros casos de obsessões complexas e até mesmo coletivas nos terreiros. Pessoas que acabam perdendo a sua própria vitalidade, sua energia vital, entrando em colapso nervoso, psicológico, emocional e até mesmo manifestando desordens �ísicas. Em outros casos, o terreiro inteiro acaba sendo desvitalizado e perdendo a força! Quantas vezes não ouvimos dizer que determinado terreiro era bom, mas que de uns tempos pra cá parece que �icou fraco? Que os pedidos e ajudas não são mais atendidas? Inúmeros! Então, médium de transporte (ou de descarrego ou de exu) é um indivíduo com uma constituição �ísico-espiritual diferente, que passará por um processo de aprendizado e saberá utilizar da melhor maneira possível sua mediunidade sem que está lhe traga prejuízos em sua vida cotidiana ou a sua saúde. continua

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Já para o Espiritismo, codi�icado pelo pedagogo francês Allan Kardec, a mediunidade de transporte é outra coisa. Usa-se a mesma nomenclatura, mas para um fenômeno diferente, que é conhecido nos meios de estudos parapsicológicos como “Apport”. Para a Doutrina Espírita, mediunidade de transporte é a capacidade de fazer com que um objeto material seja levado a outro local. Por exemplo, dentro de uma gaveta trancada, há um pequeno objeto (anel por exemplo). Através da manifestação fenomênica da mediunidade de transporte, tal objeto é desmaterializado de dentro da gaveta e levado até outro local. Isso podendo ocorrer também, com o objeto sendo deslocado “manualmente” sem proceder a desmaterialização, ou seja, determinado espírito manipulando a matéria (lembrando que é necessário ter um médium de efeitos �ísicos próximo) pega o anel e o carrega (como um ser humano encarnado o faria de forma ordinária) até outro local. No livro do espírito encontramos também dentro da categoria de médiuns especiais, como médiuns de aporte ( Os que podem servir aos Espíritos para o transporte de objetos materiais. Variedade dos médiuns motores e de translação. Excepcionais) (…) Dentro da categoria dos fenômenos mediúnicos de característica �ísica, existem www.umbanda.pt

diversas subdivisões. Recomendamos a leitura do Livro dos Médiuns, para mais informações. Dentro dessa lógica, podemos traçar um paralelo com os inúmeros relatos sobre aparições de objetos em travesseiros ou dentro de tufos de algodão. Ramatis, ponderá sobre isso em seu livro Magia de Redenção, quanto as magias negras, feitiçarias e macumbas feitas com objetos que depois se materializam em alguns locais, geralmente nos objetos que já citamos acima. Para causar um efeito magnético e uma perturbação no campo espiritual e energético do alvo dessas magias negativas. Podemos então, claramente dizer, que determinados espíritos sob a batuta de um mago negro, feiticeiro maligno, etc. pega certos objetos de uso pessoal do médiuns – que contém sua impressão energética – e os levam até o mago negro. Esse, por sua vez, agirá com todo seu conhecimento sobre essas artes negras para que impregne com energias nocivas tais objetos, ou até mesmo, os utilizar para criar um elo (link) com o alvo. Depois ordenará a seus asseclas espirituais que devolvam os tais objetos a seus locais de origem. Em alguns casos, há ainda outro tipo de manifestação, como uso de pregos, pregos de caixão e outras coisas, sendo magnetizados

negativamente junto com “links” pessoais, como cabelo, unhas, sangue, etc, do alvo. Esses serão materializados depois dentro de seu travesseiro, pela proximidade com o campo energético e também com o aparelho mental, para que possa perturbá-lo e que tenha mais e�icácia em seu sórdido objetivo. As manifestações de mediunidades de transporte são distintas pro Espiritismo e para a Umbanda, porém, acho que conseguimos deixar claro sobre as mesmas. (…) O importante é sempre manter a responsabilidade sobre as questões espirituais e principalmente mediúnicas. Axé!

Douglas Rainho Texto extraído do Blog “Perdido em Pensamentos”

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Janeiro | 2016

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A Urtiga

Sem folha não há Orixá

Caros irmãos, nesta 19º edição, iremos abordar uma planta bem conhecida por todos. A�inal, quem já não teve um encontro desagradável com uma urtiga? Como pode uma planta que ao toque é tão desagradável ter efeitos terapêuticos? A urtiga-comum de nome cientí�ico Urtica dioica também conhecida como Urtigão, Urtiga-maior, Ortiga ou Ortigão, pertence à família Urticaceae. A origem do seu nome cientí�ico vem do latim were que signi�ica queimar. Não deve ser confundida com a Urtiga-branca de nome cientí�ico lamium álbum, que pertence a uma família diferente. Embora o aspeto seja semelhante, a urtiga-branca não “pica” isto é, não possui efeitos urticantes. A urtiga é utilizada pelos homens há muito tempo (4000-3000 a.C.). Desde a idade do bronze que a urtiga era utilizada para impregnar as �ibras do vestuário e posteriormente do papel. Usada pelos soldados romanos, a urtiga era plantada nos campos, para que pudessem esfregá-la no corpo e assim conseguirem suportar melhor o frio. Países como a Noruega, Dinamarca e Escócia cultivavam a urtiga para fabricarem fatos para os marinheiros e redes de pesca. A indústria do vestuário recorreu à urtiga até ao Século XX, os soldados alemães da Primeira Grande Guerra tinham os seus uniformes impregnados de �ibras de urtiga. O uso na culinária remonta até à Roma antiga onde o escritor Plínio o Jovem, as comia como se fossem espinafres.

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CARACTERÍSTICAS: É uma planta perene, um pouco lenhosa na base, com caules simples ou pouco rami�icados. As folhas apresentam um formato lanceolado ou triangular, semelhante à forma de um coração, com a parte superior com pêlos curtos misturados com pêlos urticantes e na parte inferior encontram-se pêlos muito rígidos. As suas �lores apresentam-se em cacho mais ou menos rami�icado, com pêlos muito densos e pêlos urticantes dispersos. Os frutos têm uma cor verde azeitona ou castanha e forma ovoide. CULTIVO: A urtiga prefere solos húmidos frescos e sem muita exposição ao sol. Encontra-se em quase todo o sítio, em particular em terrenos não cultivados, matas e caminhos. A urtiga resiste até aos 45 graus negativos. Para cultivar pode utilizar-se a semente ou estaca, a distância entre elas deve ser de 30 a 60 cm. PARTES UTILIZADAS: folhas, caule e raiz. MEIOS DE UTILIZAÇÃO: Interno: chá, culinária Externo: cremes, banho, champô INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: A urtiga é muito rica em vitaminas, em particular as do grupo B, mas também C e K. Rica em betacaroteno, minerais como o magnésio e o ferro, oligoelementos, aminoácidos e proteínas, cálcio, sais e fosfatos. Por isso é utilizada em doenças reumatismais, como a artrite, infeções e litíase urinária, sintomas associadas a hiperplasia prostática, falta de apetite, fadiga, tensão alta, acne, alopecia

(queda de cabelo) e pele oleosa. PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS: Tem propriedades adstringentes, anti anémica, anti diabética, depurativa, diurética, hemostática. E também anti-in�lamatória, anti-alérgica, diurética, analgésica e estimulante do apetite. CONTRA INDICAÇÕES: A Urtiga está contraindicada no caso de edema causado por doenças cardíacas. A URTIGA NA UMBANDA: Considerada uma erva de Exu, a urtiga é usada em banhos fortes, descarregos e limpezas. É axé de assentamento de Exu e também utilizada nos ebós de defesa. Seu poder está ligado à proteção e saúde, sendo utilizada também como antídoto contra vários venenos.

Fontes: http://www.tuasaude.com/urtiga/ http://www.plantasmedicinaise�itoterapia.com /urtiga-urtica-dioica.html http://www.dulcerodrigues.info/plantas/pt/or tiga_pt.html http://ritantao.blogspot.pt/2008/09/urtiga.ht ml http://www.biorede.pt/page.asp?id=2446

Leonel Lusquinhos e Vanessa Inhauser

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