Fundamento Jornal Umbandista Português
Palavra do Dirigente História(s) da A. T. U. P. O. “Plantando sonhos” ŽL e n d a d e O m u l u Obaluaiê
Distribuição Gratuita
Nº 005
Espiritualidade e Ciência... A Glândula Pineal
Entrevista com Pa i F e r n a n d o (Terreiro do Pai Maneco) ‘Os limites da tolerância Doutrina de Umbanda Para Reflectir “O que é o AMOR?” Oração
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a
Cosme e Damião “” S e m F o l h a não há Orixa!” Erva Doce ou Funcho.
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“Portugal emTranse” Lançamento do livro na sede da A . T . U . P . O.
“A nossa Reportagem” - Cosme e Damião p.7
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2 “Caminho da A.T.U.P.O”.
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Palavra do Dirigente Os Discursos Diários Saudações a todos! Irmãos de Fé, ao longo destes anos tenho observado uma grande evolução em quase todos os campos de nossas vidas, sejam eles o profissional, o espiritual, sentimental, político ou cultural entre tantos outros... Fico feliz por assistir a essa evolução que se dá, em todos os campos, na forma de DISCURSO; Vejo profissionais de diversos ramos, preocupando-se em oferecer melhores serviços e preocupando-se mais com o consumidor final! Vejo nós, que estamos à frente de uma religião, preocupados com os nossos fiéis, com a caridade, com o amor ao próximo e promovendo o entendimento entre as diferenças! Vejo chefes de Estado, governantes, cada vez mais falando em paz e na preocupação com as condições de vida de seus povos! Ou seja, vejo mestres, sábios, formadores, políticos, sacerdotes de diversas religiões aprimorando mais os seus conhecimentos e melhorando cada vez mais os seus discursos! Porém, infelizmente, vejo que ainda temos muito para aprender e pergunto-me quando passaremos à acção! Vejo, realmente, muitos passarem do discurso para a acção, mas vejo ainda mais pessoas que apenas desenvolvem os seus discursos, porém agindo de forma contrária aos mesmos. Tenho aprendido, nesta minha caminhada de fé, que só o equilíbrio é que traz a realização de uma verdade pensada ou dita através do discurso.Vejo o Equilíbrio desta maneira: o feminino e o masculino: Feminino: princípio intuitivo, pensamentos, teorias, sentimento, discursos, e outros. Masculino: princípio activo, acção empreendida. Contudo, a realização de algo será o resultado da soma dos dois princípios: do feminino e do masculino. Se assim não for, se agirmos apenas com o nosso feminino, continuaremos a discursar, a estudar e desenvolver a nossa capacidade de manipulação ou de simples teorias sobre o correcto. E sem o masculino, que seria a capacidade de pôr em acção o que pensamos e acreditamos, continuaremos a enganarmo-nos e a sermos enganados! Por isso, penso que o melhor é vivermos a verdade, e aVerdade é onde mora o Equilíbrio! Creio que com isso será mais fácil para todos vivermos de uma maneira mais sadia, de mais conforto e segurança para todos que estão à nossa volta, nesta Divina Família chamada o Nosso Mundo!
Pai Claudio de Oxalá A.T.U.P.O
História(s) da A.T.U.P.O. “Plantando Sonhos”
O
ntem, quando regressava a casa, depois do trabalho maravilhoso dos pretosvelhos, aprendi mais uma lição. Tinha dado boleia a uma senhora e, no caminho, vínhamos falando sobre diversas coisas, quando ela relembrou uma mensagem do nosso querido Pai e guia-chefe da casa, Pé de Vento. Foi num trabalho de final de ano, ainda no antigo espaço, que, como de costume e antes de ir embora, nos presenteou com mais uma mensagem de esperança: disse-nos que, ao chegarmos a casa, pegássemos num vaso e o enchêssemos de terra. Aí devíamos plantar os nossos sonhos e estes só cresceriam se cuidássemos do vaso todos os dias, regando-o com muito amor e não deixando as ervas daninhas aparecerem. Foi uma mensagem muito bonita, mas
na altura e no meu entendimento (e penso que no de muita gente), Pé de Vento falava de forma figurada. Mas nem todos assim pensaram! A senhora contou-me que, ao chegar a casa, tinha arranjado um vaso e plantado lá os seus sonhos. Fiquei surpresa e ainda mais quando me disse que, desde esse dia, os seus sonhos têm-se realizado e por isso não gosta de estar muito tempo fora de casa, porque precisa de cuidar da sua planta e de regá-la todos os dias com amor. A verdade é que quem vai à casa dessa senhora e olha para esse vaso, vê um vaso apenas com terra seca. Mas tenho a certeza que, para aquela senhora, esse é o seu vaso mais precioso e o que tem a planta mais bonita e viçosa da casa! Que lição de Fé! M.N.
A essência feminina em todas as culturas encontramos a presença da essência feminina, expandindo os horizontes da espiritualidade e do amor ao sagrado da natureza. Desde a antiguidade, como mãe, guerreira, rainha, princesa, cortesã e outros símbolos femininos, as mulheres são elos de união com o Cosmos e exemplos de força e grandeza que se perpetuam pelos séculos na perene espiral do tempo.Vencendo preconceitos e barreiras impostas pela sociedade, as mulheres seguem conquistando seu espaço com mestria e registando o seu nome na história da política, do desporto, das artes, da educação e em todas as áreas do conhecimento. No campo holístico não é diferente. Munidas de uma aguçada intuição, as mulheres trilham o caminho na busca do auto-conhecimento e sabedoria. Elas compartilham e aplicam o saber como terapeutas holísticas nas diversas linhas. Deusas, Sacerdotisas, Poetisas, Amantes da magia dos Oráculos e do equilíbrio das terapias alternativas, a alma feminina ganha destaque no universo espiritual e artístico. Reikianas, Xamãs e Terapeutas sensitivas entre outras, fazem parte da Casa Nossas Mãos e de outros lugares espalhados pelo mundo, que propiciam um ambiente acolhedor para a troca de ensinamentos e luz do maravilhoso conhecimento holístico, que prima pela integração e harmonia das energias e dos elementos que semeiam a vida no planeta. Casa NossasMãos Rua Eça de Queirós, n.º 52 (Jardim de Santa Bárbara) - Contacto: 966 895 851
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Da senzala para a Universidade No dia 17 de Setembro de 2009, foi apresentado na sede da ATUPO, em Braga, o novo livro do Professor Ismael Pordeus, “Portugal em transe”, seguido de uma pequena palestra acerca dos seus fundamentos teóricos e repercussões práticas, culminando com uma sessão de autógrafos, onde o autor fez questão de escrever em quase todos os livros “ … a Umbanda Portuguesa vista sobre outro olhar…”. Sim, outro olhar!!!! Pela mão do Prof. Ismael vimos a nossa Umbanda ser olhada como objecto de investigação científica, num estudo sociológico de profundo interesse para todos nós que cultuamos esta religião aqui em Portugal. Este evento, que contou com a presença de inúmeras pessoas ligadas a esta religião, significou mais do que uma simples apresentação e divulgação de um livro. Simbolizou, na verdade, a devolução da Umbanda, depois de vista e revista e re-caracterizada como religião Luso-AfroBrasileira, ao seu povo, a todos nós que a cultuamos com fé e fazemos dela o farol de nossos caminhos e o leme de nossas vidas. O livro em questão, “ Portugal em Transe”, apesar de ser a divulgação de um estudo sócio-religioso e de fácil leitura, apresenta, sucintamente, as várias faces do “transe” religioso no nosso país – a Umbanda, o Candomblé e a “fumaça da Jurema”. Analisa, também, as várias fases por que estes cultos passaram ao longo das décadas, especialmente desde 1950, através do estudo das histórias das vidas de fundadores e fundadoras dos cultos LusoAfro-Brasileiros em Portugal. Para concluir este livro, o autor percorreu Portugal de
lés-a-lés, durante uma década, à procura de focos destes cultos. Encontrou Pais e Mães-de-Santo, localizou terreiros, deparou-se com rituais de vários géneros e reconheceu a mesma Umbanda, o mesmo Candomblé e a mesma Jurema que tinha abandonado, anos antes , do outro lado do oceano. Mais ainda, encontrou neste país algo que apenas tinha sonhado teoricamente: a verdadeira prova de que premissas deste seu ensaio sociológico são verdadeiras, ou seja, deparou-se no terreiro de Pai Cláudio de Oxalá, com um mensageiro de um recém-nascido panteão Português: o marinheiro Agostinho. Assim, caros leitores, a nossa Umbanda ficou mais rica, porque, a par de uma migração de Pais e Mães-de-Santo, de rituais e cultos, músicas e cânticos originalmente afrobrasileiros, fica provado, com este estudo, que a Umbanda começa a herdar características lusitanas - junto com os médiuns portugueses, aparecem entidades/guias tipicamente portugueses, como o já referido marinheiro Agostinho e até a linguagem utilizada em sotaque lusitano. E foi assim, à sua maneira sempre simples, sem deixar de ser académica, que o Prof. Ismael se despediu de nós, acabando por dizer que afinal “… toda essa escrita é uma narração cuja urdida inclui várias vozes: a do autor, mas principalmente, a voz de todos aqueles que dizem e fazem as religiões Luso-Afro-Brasileiras em Portugal, aos quais este trabalho é dedicado. …”. Nós por cá agradecemos a dedicação, o estudo, o interesse da comunidade científica e muito especialmente, do Professor Ismael. Que venha sempre! Ou como diria o marinheiro Agostinho…“ Eehhh Carapau !! C.S.
“Acontece na A.T.U.P.O”.
Uma lenda de Obaluaiê / Omulu Um dia, caminhando pelo mundo, Obaluaiê sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por onde passava que lhe dessem comida e água. Mas as pessoas, assustadas com o homem coberto desde a cabeça com palhas, expulsaram-no da aldeia e não lhe deram nada. Obaluaiê, triste e angustiado, saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas. Durante este tempo, os dias esquentaram, o sol queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, as crianças cheias de varíola, os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha amaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca. Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores do lugar e novamente entrou na aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens o alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água a quem quer fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho. Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa dos orixás. Como não se sentia bem entrando numa festa coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansã, a deusa dos ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e virilidade. E dançou com ele pela noite adentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã-Balé se uniram contra o poder da morte, das doenças e dos espíritos dos mortos, evitando que desgraças aconteçam aos homens. In "Mitologia dos Orixás"de Reginaldo Prandi, Ed. Companhia das Letras.(adaptado)
C
ompreendemos, através da leitura desta lenda, que há um conjunto de dualidades associadas à energia deste Orixá, cujo nome, Obaluaiê/ Omulu encerra em si próprio essa mesma dicotomia: se por um lado Ele é a energia ligada ao Sol, que em demasia provoca a seca, a infertilidade, a doença, é também a energia que cura, que aquece. É o Orixá que tanto traz consigo a peste, a varíola, que torna as mulheres estéreis, como é a cura para todas as doenças, a energia que permite a vida no planeta. É também o Orixá que representa a evolução espiritual do ser humano. No texto, Obaluaiê perdoa os homens por lhe terem recusado comida e água, “ainda com fome e sede”e faz com que o mal acabe. Esta passagem demonstra o quanto a sua energia está ligada quer à doença, quer à cura espiritual, à evolução. Estamos doentes, quando temos dentro de nós sentimentos de intolerância, arrogância para com o próximo, quando só damos importância ao aspecto exterior dos nossos semelhantes, menosprezando as suas qualiades e sentimentos. Podemos evoluir, se seguirmos o exemplo que nos é trazido na lenda por Obaluaiê. Só através do perdão, da humildade, da tolerância, caridade e amor incondicional é que sentiremos a irradiação divina deste Orixá, alcançando a cura, mental e espiritual. Mas, Obaluaiê não é responsável pela nossa evolução só em vida. Ele também está ligado, enquanto Omulu, ao nosso desencarne, é responsável pela nossa passagem. E tal como diz a lenda, é com a ajuda de Iansã, dividindo com Ela os seu domínios na calunga, que Ele, o “Guardião das Almas”, o “Senhor das passagens”, através da sua irradiação divina, nos protege e nos ampara com amor, conduzindo-nos sempre de acordo com o nosso merecimento, permitindo assim que continuemos a evoluir, para que um dia possamos chegar mais perto do Criador! Atôtô Meu Pai! M.N. Aromaterapia consiste no uso de óleos terapêuticos extraídos de plantas naturais a fim de estimular a boa saúde, o equilíbrio e o bem-estar. A magia dos óleos é que eles podem afectar a pessoa como um todo nos seus sintomas físicos, a sua atitude e seu estado de espírito. Sua aplicação poderá ser feita de variadas formas, desde inalação, ingestão de óleos essenciais, ou através da aplicação de produtos manipulados específicos elaborados para cada paciente, desde cremes óleos, loções, entre outros, tratando desde problemas como o acne, psoríase, eczemas, varizes, etc. Podendo esta terapia ser complemento de varias terapias, como a massagem, aurículo acupunctura e muitas outras existentes. Adquira produtos manipulados personalizados em: MAR&NATUR – Medicina Natural Centro de Terapias Naturais e Ocidentais – Terapia ao Domicilio Lugar do Faial, Rua 3 nº54 –Vila de Prado Contacto: 917 435 529 – 926 737 980
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4 “Perguntas e Respostas”
Pai Fernando
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Entrevista com Pai Fernando do Terreiro de Umbanda Pai Maneco Um exemplo a seguir....! Pai Fernando, fale-nos um pouco sobre o seu percurso espiritual, mais precisamente, na Umbanda. Desde a minha infância, eu via e sentia fenómenos espirituais. Com muito medo, aliás ao maior indício da mediunidade, eu me aconselhava com parentes espíritas e alguns médiuns que eu felizmente conhecia. Com vinte anos, iniciei meu desenvolvimento na Sociedade Brasileira Espírita, do médium Mauri Rodrigues da Cruz, onde conheci e participei de muitos fenómenos de materialização. Uns três anos depois, eu e alguns companheiros ingressamos na Faculdade Espírita do Paraná, onde formamos um grupo do espiritismo tradicional. Vinte e cinco anos após, fui visitar o Terreiro do Edmundo Rodrigues Ferro e nunca mais sai da Umbanda.Após a morte do Edmundo Ferro, me fiz pai de santo e criei, com alguns amigos, a Sociedade Espiritualista Edmundo Rodrigues Ferro – o Terreiro do Pai Maneco. Podemos constatar que o Terreiro Pai Maneco tem uma estrutura bastante organizada em termos jurídicos, espaciais e filosofia Umbandista, que é o reflexo de todo um trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Pai Fernando e todos aqueles que o compõem. Podia falarnos sobre o nascimento/percurso do seu terreiro? Por termos iniciado o Terreiro dentro da Faculdade Espírita, graças à gentileza e à confiança em nós depositada pelo Sr.Octávio Ulisséia, o fundador da Faculdade, tomei o cuidado de ter toda a parte material totalmente dentro da legalidade, desde estatutos até ao alvará da Prefeitura Municipal para seu funcionamento. Como iniciamos com poucos médiuns, uns vinte talvez, eu nunca criei nenhum plano e muito menos planejei algum crescimento material para o Terreiro. Nesses vinte e tantos anos, aumentamos o número de médiuns para mais de 1.600, bem como a nossa área. E, já há uns oito anos, estamos localizados num terreno com mais de 8.000 metros de terra e mais de 1.300 metros de área construída, com dois terreiros e um pavilhão, onde desenvolvemos a parte cultural e oficinas, destinadas a jovens e participantes do terreiro. Temos uma cantina e área de estacionamento para 150 veículos.Vou contar o segredo para termos atingido esse número: o Pai Maneco sempre me ensinou que o passado já aconteceu e o futuro ainda não, então, tem que viver só o presente.A compra do terreno, construção e tudo mais simplesmente aconteceu, sem planejamento. Meu grande desafio foi muito simples: segui o conselho do Pai Maneco e deixei que as coisas acontecessem.
terreiro. Também não sei porquê, apenas deixei que acontecesse. Uma característica bastante divulgada em Portugal acerca do Terreiro Pai Maneco é a composição de pontos cantados. A inspiração surge como? Quantos cds já foram publicados? Apesar de ser uma pessoa sem nenhum ritmo musical e muito menos o canto, adoro a música e sei que ela une as pessoas. Incentivado por alguns médiuns, fui determinado em melhorar a qualidade da música no Terreiro, principalmente porque a música é o carro chefe da religião, e isso começou a trazer pessoas ligadas à cultura musical, profissionais e também surgiram muitos jornalistas, escritores, artistas de teatro e até cinema. Claro que com toda essa mistura, além da ajuda dos espíritos, começaram a surgir pontos e músicas da Umbanda, algumas até cantadas em shows de bares e clubes, o que me enche o peito de orgulho. Eu pertenço ao povo e a Umbanda é do povo. A música usada e introdução de instrumentos como pandeiro, o surdo, e vários outros instrumentos de percussão que não sei o nome, no começo assustava as pessoas.A música popular brasileira é o samba e o samba é a Umbanda.Acho que toda música de Umbanda tem uma inspiração extra que são as entidades da Umbanda. Projectado mesmo, fizemos o CD “Akuan”, inteiramente profissional. Achei que a realização de um Cd profissional, além de ser caro, tira do consumidor comum e que pertence ao povo a possibilidade de sua aquisição. Por isso, viabilizamos em nosso site a possibilidade de todas as músicas serem “baixadas” a custo zero. Não se pode lucrar com as coisas dos espíritos e a música é deles. Denota-se que a divulgação da Umbanda e a sua doutrina a nível global é uma das suas preocupações (Textos/ Artigos/ Livros/ Cursos). Quer comentar? Como vim da linha do espiritismo tradicional onde as obras espíritas, principalmente as do Chico Xavier, são fartas e de alta qualidade, na Umbanda sofri muito – e até hoje acontece, com a pouca literatura sobre a Umbanda. Quis dar aos outros essa possibilidade de ter ao seu alcance os ensinamentos sobre a religião, obedecendo á sua diversidade, e criamos o site www.paimaneco.org.br. que é bastante visitado e com todas as informações possíveis. O que eu sei, eu divulgo para que os jovens possam tirar algum proveito. Só para dar uma ideia: no ano passado foram acessadas 2.000.000 (dois milhões) de páginas. Não deixa de ser um número expressivo e que bem demonstra o interesse das pessoas por essa religião ainda nova, mas crescente.
Para terminar, gostaria de deixar uma mensagem para os leitores do nosso Jornal? Não uma mensagem, mas um pedido: Cresçam, divulguem e demonstrem a Umbanda como realmente ela é, cheia de Sei que neste momento, já desenvolve trabalhos amor, honestidade, limpa e que não pode ser explorada noutras cidades: Rio de Janeiro e Florianópolis.... financeiramente por ninguém. Agradeço a gentileza de terem Realmente já, em Florianópolis a Mãe Alice de Ogum dirige escolhido nosso terreiro para essa reportagem. P.F. um terreiro e no Rio de Janeiro estamos iniciando um novo O ZenCreme Shiatsu - É uma massagem tranquilizante de origem japonesa que ageModo directamente sobre o sistema nervoso aliviando o stress e tensões Leite de Preparação: acumuladas, elimina o cansaço e alivia certas dores físicas através da pressãoFerva digitalantecipadamente e manipulação de750 pontos Acupunctura. de forma regular ml dede leite com casca Feito de limão e o pau de previne doenças porque desenvolve mecanismos de defesa no corpo. o Zen Shiatsu com umacerca mão de (também chamadaede "mão mãe") Ingredientes: canela etrabalha deixe repousar de apoio ½ hora para arrefecer tomar-se do contato direto cliente os meridianos *em 1 litro de leite decom sojaoou aveia(tonificando) enquanto a outra mão age sobre sabor da canela. e pontos dissolvendo bloqueios e estagnações de energia. mãe"de traz sensação de segurança e relaxamento ao cliente. *A5"mão colheres amido de milho Dissolva a farinha no restante leite e junte ao preparado anterior, * ½ frasco de geleia de arroz mexendo sempre até engrossar em lume brando. Adoce com a geleia de *NossasMãos 1 casca de limão arroz mexendo bem. Sirva numa travessa regional polvilhado com Eçade decanela Queirós, n.º 52 (Jardim de Santa Bárbara) *Rua 1 pau canela. 966895851 *Tel. 1 colher de café rasa de açafrão ( facultativo ) Restaurante : O Alfacinha * Canela em Pó Rua D. Gonçalo Pereira , 75 - 4700 Braga - Contacto: 253 261 021
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Espiritualidade e Ciência - A Glândula Pineal
E
screver sobre este assunto é de grande responsabilidade pessoal, social e religiosa.A primeira prende-se com o facto de devermos ser verdadeiramente honestos para com as nossas próprias convicções ou dúvidas, o que implica um mergulho interior, que nem sempre estamos dispostos a fazer por recear a profundidade da questão. A segunda responsabilidade, esta de cariz social, prende-se com a certeza que carregamos nesta vida de que tudo o que é dito, partilhado ou manifestado por uma instituição deve corresponder à sua filosofia ou pelo menos não ir contra ela, o que por vezes é extremamente difícil e doloroso, porque não deixamos de ser “um” quando passamos a ser parte integrante de “muitos”.A última (religiosa) prende-se com a necessidade que nos é inerente em alcançar a verdade. E de onde vem esta? Qual a sua origem? Vem de Deus? Ou da Ciência? Antes de nos propormos a responder, ou melhor dizendo, a orientar uma busca que deve ser sobretudo pessoal, pedimos a todos os leitores que se apetrechem das suas “lentes pessoais” para lerem e compreenderem este texto, pois a verdade está dentro de cada um, a nossa, apresentamos a seguir. A que ou quem se deve o conhecimento ou origem das coisas? Até que ponto Ciência e Religião são assim tão opostas ao ponto de se temer as descobertas de ambas? Onde se cruzam ou se interceptam? Será o princípio de uma nova era que começa a ultrapassar as fronteiras das Academias de Ciências e começa a aproximar-se dos que verdadeiramente se questionam – aqueles que buscam uma orientação íntima e pessoal?! A pertinência desta temática surge das recentes descobertas realizadas pelo Psiquiatra e Investigador Brasileiro Dr. Sérgio Felipe de Oliveira (Médico Psiquiatra Brasileiro, Mestre em Ciências pela US). De acordo com as últimas investigações desenvolvidas pelo mesmo, o fenómeno de Mediunidade pode ser explicado cientificamente através do estudo da Glândula Pineal. As investigações afirmam que a glândula funciona como uma espécie de antena que capta os espectros do campo electromagnético, convertendo-os em estímulos neuroquímicos ( “tratados” pelo cérebro que lhes atribui significado). Especula-se que a comunicação entre o mundo espiritual e o material/biológico é possível através desse processo de conversão. Não podemos afirmar que a temática desta investigação é inédita, porque encontramos ao longo da história diversas referencias a este órgão, contudo, é sem dúvida propulsora na medida em que se propõe a unir a Ciência e os fenómenos mediúnicos através da validação da segunda pela primeira. Ao longo da história, sempre existiu um fascínio pelo estudo da Glândula Pineal e pelo carácter esotérico que sempre fora associado à mesma. A Glândula Pineal foi considerada, por René Descartes, o local onde se encontrava a alma do Ser Humano. No Antigo Egipto, era representada no Olho de Hórus, o olho que tudo vê. Para as correntes filosóficas e místicas do Oriente a Epifise (como também é designada) está ligada ao Chakra Coronário e ao Frontal, sendo considerada como o Terceiro Olho, o qual permite o contacto com o mundo espiritual. Esta visão não parece ser descabida, na medida em que a estrutura da Pineal é semelhante à dos nossos olhos. Na doutrina espírita podemos encontrar algumas referências à Pineal, nomeadamente num livro psicografado (Missionários da Luz) por Chico Xavier sobre a orientação do espírito André Luiz, o qual a descreve como a glândula da vida espiritual e mental. Já Allan Kardec refere que os médiuns videntes são capazes de ver os espíritos mesmo com os olhos fechados, pois não são os olhos físicos que o fazem, mas sim o espírito. Alguns testes apontam para um incremento na actividade e luminosidade da Pineal, aquando das comunicações mediúnicas. Actualmente, o que é interessante e se considera um grande passo, é que
a ciência começa a aceitar e a provar as manifestações mediúnicas como factos reais. De acordo com o Doutor Sérgio, temos um órgão físico responsável pela captação das energias que vêm da dimensão espiritual, sendo que os médiuns têm revelado ter mais cristais no interior da pineal, que aumentam a captação. Contudo, refere também que é necessário um treino de interpretação dessas mensagens, de modo a que haja um desenvolvimento desta área. O que aconteceria, ou acontece nos casos em que não há uma gestão ajustada do médium sobre a sua mediunidade? Ou das forças mediúnicas manifestadas em si? Entre muitas outras coisas, talvez uma espécie de reencontro com a linha ténue que divide o “normal” do patológico, ou seja, a loucura ou qualquer outra representação afim, uma vez que esta parece ter cada vez mais “rostos”. Um dos aspectos mais interessantes desta investigação tem sido o facto da mesma criar espaço para a expansão de mentalidades.A aproximação destas duas áreas está a fazer com que cada vez mais se deixe de lado os tabus e a vergonha em se “falar destas coisas do oculto” e mais, as diferentes classes profissionais de saúde mental, a favor ou contra a sua vontade, começam a ter evidências de que nem tudo se diagnostica com base no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM - Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais). Neste manual que acabamos de citar, tal como referido pelo Doutor Sérgio, podemos encontrar uma advertência acerca do assunto, pois já reconhece determinados manifestações como sendo de caracter totalmente espirituais e que por isso devem ser diferenciados pois são muitas vezes confundidos com perturbação mental. O que isto quer dizer? Que, de facto, a Ciência já não negligencia as manifestações espirituais que possam originar algum tipo de transe ou comportamento desajustado à norma, não as denomina apenas como “loucura”. A Ciência da saúde mental parece começar a deixar de limitar a experiência da espiritualidade, o que nunca fez sentido porque quando uma pessoa se sente amada, desabrocha e cresce, tornando-se uma pessoa interessante, e a vivência consciente da espiritualidade, deve proporcionar-nos tais sentimentos e não medos e constrangimentos. Trata-se de um salto, de uma abertura de mentalidades, que pode gerar muitas outras conquistas e descobertas. Por exemplo, a partir da revolução Científica, era que data o nascimento do Iluminismo, marcado pela primazia da razão, em que os iluministas admitiam que os seres humanos tinham perfeitas condições de tornar este mundo um mundo melhor - mediante introspecção, livre exercício das capacidades humanas e do ajustamento político-social-, dá-se a cisão entre Ciência e Religião, em que Deus fora posto em segundo plano. Esta separação não se manifesta na forma de guerra, mas de divergência ideológica, na falta de reconhecimento e vontade de integração das duas perspectivas. Durante muitos anos e até aos nossos dias, era inclusivé conveniente que estas duas vertentes não se integrassem, pois caso isso acontecesse, uma das duas iria perder a sua supremacia. Contudo, com o passar dos anos, o homem foi questionando situações e eventos a que a ciência não conseguia dar resposta. A emergência da fé, da espiritualidade tornou-se uma necessidade. Bom, e porque é que tudo isso é importante para nós e para si? Porque Deus está mais próximo! Porque uma espécie de consciência colectiva começa a perceber as suas magníficas e fantásticas manifestações, de que é exemplo o processo mediúnico, e não menos importante, a Ciência começa a dar passos no sentido da União, da validação da existência Dele. Este facto é muito importante para aqueles que precisam de alguma evidência para encontrá-lo. Contudo, convêm não esquecer: a verdade vem de dentro de cada um! Esperemos que ambas divulguem a valorização ampla da vida, sem perspectivas tendenciosas. F.M & J.P.
Reflexologia: É uma terapia que se baseia no princípio da existência de reflexos nos pés e mãos relacionados com todos os órgãos, glândulas e membros do corpo. Ao estimular estes reflexos, através de técnicas específicas, o terapeuta de Reflexologia ajudar o corpo nos vários processos homeostáticos (de equilíbrio). Ervanária 100 % Brazil Venda de Produtos Naturais e Artigos Religiosos. Rua Dom Gonçalo Pereira nº 64 – Sé – Braga Contacto: 253 117 490
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6 “Umbanda no Mundo”
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OS LIMITES DA (nossa) TOLERÂNCIA Não, acho que ainda não chegamos ao patamar da tolerância mínima aceitável para uma sociedade que se diz moderna e tolerante e que luta por uma igualdade de direitos a todos os níveis, entre todos os seus constituintes. Estamos em evolução e, para isso, basta olharmos 30 a 40 anos atrás e vermos o avanço que demos em muitas coisas. Essa Evolução acompanhará o nível de maturidade de cada um. Assim sendo, podem passar-se décadas inteiras, para não dizer séculos, até que se possa tornar numa realidade, uma verdadeira sociedade TOLERANTE. Contudo, a fé é imensa e cada gota conta para se encher ou esvaziar um oceano. Eis aqui alguns exemplos de (in)tolerância que merecem a nossa atenção: começa-se, como em quase tudo, pela nossa casa, quando damos o exemplo aos nossos filhos. Desde jovens começamos com os “gordos” e os “caixas de óculos” lá da turma, na juventude quem não é punk ou gótico ou rock-a-billy, como éramos, está fora da cena mais “cool” que pode existir, logo não presta. Assim crescemos e como se isso não bastasse, atingimos a maturidade a pensar da mesma maneira. Desprezamos pessoas por se darem bem ou mal com este ou com aquele, independentemente do seu valor; alarmamo-nos com um deficiente mais desajeitado que nos aparece à frente; discriminamos um pobre só porque nos chateia na rua; mete-nos nojo um bêbado caído na calçada; e quase excluímos das nossas relações quem não partilha a nossa religião, passam a ser as ovelhas ranhosas da sociedade. Onde está a nossa tolerância? Por outro lado, temos a mesma situação no sentido inverso. A intolerância parte de quem não partilha da nossa expressão religiosa. Então, apelidam quem nos procura de fanáticos, crentes, maluquinhos que acreditam nas palhaçadas de uns quantos sabidolas que, de certeza, andam a extorquir dinheiro a algumas almas mais desprevenidas (que também os há e em todas as religiões). A que propósito quando olhamos para os outros, para a diferença, e vemos pessoas vestidas de branco a cantar, pensamos logo em maluquinhos ou macumbeiros; porque é que quando vemos uma pessoa vestida de burka, pensamos em terroristas, porque é que não conseguimos dissociar essas imagens???
A única explicação que encontro remete-nos para as nossas imensas barreiras culturais, pela nossa falta de cultura e não pelo excesso dela (como pensariam muitos), pelo nosso desconhecimento do que são, ou podem ser, os “outros”, pelo imenso comodismo que temos em não aprender para não ter de questionar e por inerência, não ter de discutir ou explicar, evitando assim expormos as nossas fraquezas. Quando vamos querer, desejar, conhecer melhor os outros para assim podermos ser mais plurais, mais abrangentes, mais latos de visão e de conhecimento? Não será assim que crescemos mais e melhor? Não será ao olhar para o passado e o presente de outras religiões que podemos colmatar erros na nossa? Não será com a experiência que se prepara um futuro melhor? As pessoas que permanecem no pluralismo ideológico consideram que a coexistência é possível entre todos, mesmo entre aqueles que têm diferentes opiniões ou ideias, porque cada indivíduo tem uma verdade na sua individualidade, então têm que respeitar um ao outro. É coexistência em harmonia. Este pensamento é o que permitiu aos japoneses xintoístas aceitarem religiões estrangeiras como o Budismo, o Confucianismo e o Taoísmo sem nunca ter havido relatos significativos de complicações interreligiosas. É assim tão difícil aceitar ideias diferentes da nossa? Não nos podemos complementar, e assim criar uma espiral de crescimento comum? A uniformização ideológica tende a um comodismo, tende a um abrandamento evolutivo e é precisamente no convívio com a diferença que descobrimos coisas e vivências que nos fazem pensar, questionar, solucionar novos problemas, e superar velhas dificuldades. E aí, sim! Com o superar de barreiras surge a evolução, o andar para a frente, o querer mais, são novos portões que se abrem e que nos mostram que o NOSSO mundo não acaba aqui, mas afinal tem horizontes bem mais largos do que os que pensávamos ter. Vamos tolerar para sermos tolerados, vamos crescer para que possam crescer connosco, vamos dar a mão para podermos segurar na mão de alguém também! F.S.
Doutrina de Umbanda Chegou ao fim o primeiro curso de Umbanda realizado na sede da ATUPO ministrado pelo padrinho da casa Bernardo Cruz. Apesar de se ter prolongado por mais tempo do que o inicialmente previsto, devido a alguns atrasos, o curso fez sucesso e decorreu dentro de um ambiente carregado de energia positiva e em que se respirava boa disposição. Na opinião de vários frequentadores, este curso contribuiu para um melhor conhecimento da filosofia e fundamentos da Umbanda, bem como para uma melhor compreensão da sua ritualística, mostrando quão bela e rica é a nossa religião. Mas não fiquem tristes aqueles que não tiveram oportunidade de frequentar esta primeira turma, pois brevemente o curso recomeçará com um segundo grupo. Basta que os interessados façam a sua inscrição (gratuita) na sede da ATUPO.
Mulheres, , as mais sacrificadas… A insuficiência venosa, que se traduz na sensação de peso, cansaço, inchaço e dores nas pernas, está cada vez mais presente nos dias que correm. Caso não se comece a prevenir desde muito cedo, pernas esbeltas e lisas poderão dar lugar a pernas com veias dilatadas, úlceras e manchas permamentes, de difícil tratamento, o que não é nada agradável nem cómodo, tanto no sentido estético como a nível de saúde. Faça-nos uma visita e fique a saber mais... Ervanária BIO CHÁS, Centro de tratamento natural e dietéticos, Lda. Av. Central Centro Comercial Avenida, 1 andar, loja 50 4710 228 Braga Contacto: 918 778 937
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“Tem paciência, dois-dois, eu dou por serem considerados inimigos dos camisa azul, mas para o ano que vem, Deuses Romanos. dois-dois comer caruru”. Ao longo dos tempos, foram atribuídos inúmeros milagres de cura aos também ste é um dos mais famosos pontos, chamados de “santos pobres”, considerados cantado em homenagem aos Santos verdadeiros médicos do astral, sendo mais Gémeos, Cosme e Damião, quando os tarde escolhidos para patronos dos “terreiros” enfeitam as suas casas com médicos cirurgiões. bandeiras fitas e desenhos, mantendo, até Também na Mitologia Grega, se cultuou aos dias de hoje, a tradição de dar às o poder dos dois gémeos filhos de Zeus, de crianças e a todos os consulentes e nomes Castor e Póllux, que nas suas simpatizantes doces e brinquedos, dentro e atribuições tinham o dom de curar doenças e conceder filhos às mulheres estéreis. Na tradição Africana, Ìbejì ou Ìgbejì (gémeos em tradução literal) é a divindade gémea da vida, protectora dos gémeos na mitologia Yorubana, manifestada também, sob outros nomes, em outras “Nações” como Angola ou Congo. Entre as várias divindades africanas, Igbeji é o que manifesta, em si, e para o mundo, o princípio da dualidade, na forma a que todas as coisas, em todas as circunstâncias, têm dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, e se as duas partes forem ouvidas. O Igbeji é essencial em todos os cultos, tendo o mesmo respeito que é dispensado a qualquer outro Orixá. Como conta a lenda, “o que um Orixá faz, Igbeji pode desfazer, mas o que um Igbeji faz nenhum outro Orixá desfaz”.
7 “A nossa Reportagem”. entidades de grande carisma e elevação espiritual, com imensa capacidade para realizar trabalhos espirituais.
E
Na sua essência mais pura, simbolizam o temperamento infantil, a jovialidade tantas vezes inconsequente mas pura, a obstinação, a energia e a alegria que extravasa a sua aparente leveza perante as adversidades da vida. Citando, “Podem apresentar variações bruscas de temperamento, e certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais , reduzindo, às vezes , o comportamento complexo das pessoas que estão à sua volta a princípios simplistas como "gosta de mim" ou "não gosta de mim".(…) Ao mesmo tempo, suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas.” (Fonte-Wikipedia). Desta frase podemos retirar, em nós mesmos, e para nós, a importância da breve experiência do nosso começo como seres humanos, tanto nas dificuldades, como nas fora de portas. boas recordações. Recordemos e No Brasil, na igreja de São Cosme e São aprendamos com esses tempos, que nos Damião, no bairro da Liberdade, em parecem cada vez mais distantes, a perdoar Salvador, celebram-se missas durante todo mais facilmente, a viver com mais alegria o dia 27 de Setembro, que lhes são cada dia, e a fechar os olhos, mesmo que só dedicadas… de vez em quando, e sonhar com aquilo que Os dados mais concretos da História queremos na vida. “Se hoje isso nos parece Ocidental relatam dois irmãos gémeos mais difícil, foi fazendo isso que nos trouxe até originários da Arábia, de uma família nobre este momento, e será também isso que nos fará de pais cristãos, no século III. Estudaram ir mais além” (Andrade de Sousa, 89). medicina na Síria e depois foram exercê-la Em África, as crianças representam a desde a Egeia à Ásia Menor, sem receber certeza da continuidade. Por isso, os pais qualquer pagamento, “curando as doenças consideram seus filhos sua maior riqueza. em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder". Que isso nos mostre que também valerá a Cosme e Damião foram martirizados na pena conservarmos essa riqueza em nós Síria, depois de perseguidos por mesmos, no nosso eterno sonho de criança, Diocleciano, tendo os seus corpos sido para que também nós aprendamos a transladados depois para o templo em caminhar melhor o nosso futuro, com a Roma que lhes foi consagrado, templo esse bênção de Cosme e Damião. Como dita a mandado edificar pelo Papa Félix IV (526O dia de São Cosme e Damião é 30): a Basílica no Fórum de Roma com as celebrado por grande parte das Religiões Oração, “Que a alegria da consciência tranquila, que sempre vos acompanhou, iniciais SS - Cosme e Damião. Brasileiras de matriz Africana, como o Das várias versões das suas mortes, por Candomblé, o Batuque, ou o Xambá e pelos repouse também em meu coração. Que a vossa falta de consistência de provas históricas, centros, templos e terreiros de Umbanda. protecção conserve meu coração simples e subsiste aquela que relata que eram dois São associados aos Ìbejìs os Erês , os sincero, para que sirvam também para mim as irmãos, bons e caridosos, que realizavam gémeos amigos das crianças que teriam a palavras de Jesus: Deixai vir a mim os curas sob a forma de verdadeiros milagres, capacidade de agilizar qualquer pedido que pequeninos, porque deles é o Reino do Céu. na sua fé em Deus, e que por isso teriam lhes fosse feito, em troca de guloseimas, São Cosme e Damião, rogai por nós!” V.C. sido degolados sob a acusação de feitiçaria e Amizade é cultivar flores nos jardins do coração, retribuindo-lhes um pouco de compreensão.. É doar-lhes um poucode carinho, amor e muita atenção sem nunca esperar ou exigir retribuição. É uma Rosa vermelha, com significado de amor, ou a simplicidade de um pequeno Lírio do Campo, branco, com mensagens de paz na terra, saudade no coração , saúde e bastante amor. É um Bem-Me-Quer danado de dor, por se afastar dos amigos para dar tempo de se recompor. É um Cravo ou um Dente de Leão, uma Margarida , Brinco de Princesa ou um raro buquê de flores de imensa beleza... Homenageie os amigos que você cultiva nos jardins suspensos do seu coração. Existimos para lhe proporcionar todo o tipo de serviços em decoração e arte floral! Nogueiral Flores - Rua Quinta da Barra, loja nº 2 - 4715 227 Nogueira Braga - Telem: 914 285 964
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Para Reflectir
“Numa sala de aula, havia várias crianças; quando uma delas perguntou à professora: - Professora, o que é o AMOR? A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse: - Quero que cada um mostre o que trouxe consigo. A primeira criança disse: - Eu trouxe esta FLOR, não é linda? A segunda criança falou: - Eu trouxe esta BORBOLETA - veja o colorido de suas asas, vou colocá-la na minha colecção. A terceira criança completou: - Eu trouxe este PASSARINHO - ele caiu do ninho junto com outro irmão. Não é engraçado? Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido. A professora dirigiu-se a ela e perguntou: - Meu bem, porque não trouxeste nada? E a criança timidamente respondeu: -Desculpe, professora.Vi a FLOR e senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la, para que o seu PERFUME permaneça por mais tempo. Vi também a BORBOLETA, leve, colorida… ela parecia tão feliz, que não tive coragem de aprisioná-la.Vi também o PASSARINHO, caído entre as folhas, mas ao subir a árvore, reparei no olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto, professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe? A professora agradeceu à criança e deu-lhe a nota máxima, pois ela foi a única que percebeu que só podemos trazer o AMOR no nosso coração”. Eliane De Araujo
Sem Folha não há Orixá Irmãos de fé, encontramo-nos mais uma vez neste espaço para partilharmos alguns conhecimentos sobre as plantas e ervas utilizadas na nossa tão amada Umbanda. Nesta edição iremos falar sobre a Erva-Doce ou Funcho, cientificamente denominada de Foeniculum vulgare Mill. A Erva-Doce/Funcho, oriunda da zona do mediterrâneo, norte de África e Oeste da Ásia, é uma planta utilizada pelas suas propriedades medicinais, ornamentais, culinárias e aromáticas desde a Antiga Grécia, onde era denominada de marathon, estando na origem do nome Maratona (que em português seria Funchal), o local da mítica batalha de Maratona (490 a.C.), entre gregos e persas.A mitologia grega diz que Prometeu usou um talo de funcho para roubar o fogo aos deuses. Ao longo dos tempos, vários estudos científicos têm sido realizados para comprovar as propriedades desta erva, nomeadamente no que se refere ao seu uso pela indústria farmacêutica, na elaboração de certos medicamentos para determinadas patologias. No que se refere à Gripe A, o funcho pode também actuar de forma preventiva desta doença, devido às suas propriedades serem semelhantes às do anis estrelado, que é utilizado na composição do medicamento para a prevenção e profilaxia desta patologia. CARACTERÍSTICAS: As folhas são longas e muito finas, em forma de agulha, bastante flexíveis; contudo, podem tornar-se duras externamente, quando não encontram água suficiente. Suas flores são muito pequenas e de cor amarela, crescendo em inflorescência, isto é, pequenos grupos de flores que partem de um único ramo. Pode atingir, em condições ideiais de cultivo, os dois metros de altura. CULTIVO: É uma planta que se adapta muito bem a diversos climas. No entanto, tem preferência por regiões temperadas com verões quentes, não sendo muito resistente às geadas. Desenvolve-se muito bem com luz solar directa e em solos profundos. O plantio deve ser feito em época de chuva, para garantir um bom fornecimento de água. MEIOS DE UTILIZAÇÃO: · Uso Interno: chá · Uso Externo: Aromática (culinária), Óleos e tintura. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: O funcho é utilizado nos seguintes casos: cefaleias; gripe; asma; bronquite; tosse crónica; cólicas intestinais; infecções; inflamações; vómitos; tratamento da dismenorreia. PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS: O funcho apresenta as seguintes propriedades: acção carminativa; anti-espasmódico; antiinflamatório; anti-bacteriano; diurético; calmante e expectorante. CONTRA INDICAÇÕES: Não utilizar durante a gravidez. L.L.
“A nossa Homenagem”
Oração a São Cosme e São Damião
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ão Cosme e São Damião, que a vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as n o s s a s c r i a n ç a s . Que a alegria da consciência tranquila que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração. Que a Vossa protecção, Cosme e Damião, conserve meu coração simples e sincero, para que sirvam também para mim as palavras de Jesus: “Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino do Céu!” São Cosme e Damião, rogai por nós!
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Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Funcho; http://www.astral.oxigenio.com/jardim_aromatico/jardim_funcho.htm; http://natural.enternauta.com.br/plantasmedicinais/er va-doce-propriedades-medicinais/ ; http://www.oficinadeer vas.com.br/detalhe .php?id_produto=55&p=FunchoDoce ; http://www.floridata.com/ref/F/foen_vul.cfm ; http://www.fishoil-s.com/foeniculumvulgare .html ; http://www.lac.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=213&Itemid=294; http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/funcho/funcho.php 5 6 0 2
Ficha Técnica:
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