Memória por ISAURA

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MEMÓRIA




Sempre disse que escrevo canções porque não sei escrever um livro. E sempre soube porque escrevo: escrevo porque não me quero esquecer. Nunca gostei de celebrar aniversários desde muito nova - nova demais para não gostar de festas - mas fazer anos recordava-me de como somos pequenos, como cabemos na palma da mão deste mundo tão grande e tão bonito onde sempre adorei existir. A mim diziam-me que fazer anos era estar vivo, era ter tido a benção de mais um dia, mais um ano. No meu entender, aben-

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çoada era eu todos os outros dias do ano e a cada 15 de julho ficava de peito apertado e assistia-me o direito de estar contrariada. Que bom que é estar com quem gostamos, que bom que seria nunca termos de envelhecer e de nos despedir de ninguém. Quando escrevo sinto que me despeço menos dos outros e de mim. Nas minhas canções não perco muito tempo a inventar histórias que não existem, prefiro antes usar as minhas e as que vejo à minha volta e aproveitar que ficam escritas para sempre. Quem somos nós se não sabemos de onde vimos? Com quem viemos e de quem nos ensinou a caminhar? Hoje faço 29 anos e também hoje não foi um dos meus dias favoritos. Mas sinto que talvez este ano seja diferente porque escrevo este texto, porque vocês se vão lembrar de mim e eu de vocês. Porque havemos de nos conhecer e fazer parte das histórias uns dos outros. Vou conhecer a vossa terra e falar-vos da minha, cantar e ouvir-vos cantar! Mal posso esperar para vos encontrar! Com amor, Isaura

15 de julho de 2018

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Nas tuas mãos Vejo as minhas também No coração Tudo o que dizes eu sei Se trago o fado Dentro de mim É como cantavas É como tu, sim Eu nunca esqueço Diz-me que mereço Ser como tu Eu nunca esqueço Sou um recomeço Sou como tu

Nas minhas mãos Vejo saltos que dei Como no chão Tudo o que dizes eu sei Se trago o fado Dentro de mim É como cantavas É como tu, sim Eu nunca esqueço Diz-me que mereço Ser como tu Eu nunca esqueço Sou um recomeço Sou como tu


Eu nunca esqueço Diz-me que mereço Ser como tu Eu nunca esqueço Sou um recomeço Sou como tu


EXERCÍCIO 2

(O que é que vês?)

Observe a ilustração durante cinco minutos. De seguida, tape a ilustração e responda ao exercício de Verdadeiro (V) ou Falso (F).

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As seguintes afirmações sobre a ilustração são Verdadeiras (V) ou Falsas (F)? (V) (F) a) A boneca que estava em cima da mesa é uma barbie. b) O lápis que estava em cima da mesa é de cor verde. c) A cor do portátil que está na mesa é preta. d) Não estava nenhum livro em cima da mesa. e) A Gaiola que está em cima da mesa é amarela.

(V) (F) (V) (F) (V) (F) (V) (F) (V) (F)

Estratégia de Intervenção: Atenção e Observação Objetivos cognitivos: Manter e/ou melhorar a memória sensorial (memória visual)

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A Memória a Curto Prazo é o tipo de memória que retém, durante um período limitado de tempo, as informações e o conhecimento que estão a ser processadas ativamente por uma pessoa, isto é, quando uma pessoa está a tentar entender, lembrar ou pensar em algo.

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(És (ím)par!) 1 O I C Í C R E X E

Estratégia de Cálculo

Intervenção:

itivos: azo Objetivos cogn horar a memória a curto pr el m ho u al o ab Manter e/ emória de tr melhorar a m Manter e/ou


Assinale números pares: 2 - 3 4 - 2 9 - 8 8 - 14 - 2 0 - 32 - 9 6 - 8 58 - 72 - 901 - 44 - 53 - 21 - 98 - 5 - 40 1 2 0 - 3 - 7 7 - 3 1 - 1 - 5 5 - 8 3 - 1 5 - 10 0 4 - 1 8 - 7 - 9 - 16 - 2 6 - 2 0 4 - 1 3 - 47 6 0 - 2 2 - 49 - 6 9 - 8 1 - 10 - 9 9 - 1 2 - 3 3 9 4 - 8 5 - 7 8 - 1 1 - 49

Assinale números ímpares: 8 - 3 - 32 - 6 3 - 1 5 - 17 - 2 6 - 8 1 - 102 10 5 - 5 5 - 3 3 - 3 8 - 9 9 - 78 - 8 7 - 5 1 45 - 2 2 - 1 1 - 1 2 6 - 5 - 6 6 - 9 0 - 2 8 - 41 7 2 - 1 3 4 - 7 - 9 - 2 7 - 6 4 - 3 03 - 43 - 9 1 3 5 - 76 - 24 - 1 2 - 1 9 - 2 5 - 3 1 - 5 9 - 1 7 2 209 - 1 - 13 - 92

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- Estás aqui há muito tempo? – perguntou-me o José, com um sorriso no rosto. Dei-lhe um abraço. - Há cerca de três horas! E tu? - Cheguei agora mesmo! O que é que perdi? – questionou-me. - A Liberdade está a chegar, amigo! A Liberdade está a chegar! – disse-lhe, emocionado. Ali ficamos os dois, até que, de dentro do Quartel, saiu uma Chaimite, escoltada pelas tropas. Começou-se a ouvir um rumor que atestava que lá dentro seguia Marcello Caetano e os ministros demissionários. Ouviram-se palmas e vivas. Nos rostos moravam, agora, sorrisos rasgados. Eu e o José seguimos para o Terreiro do Paço, onde estava já uma enorme multidão que manifestava a alegria e um profundo agradecimento ao Movimento das Forças Armadas. Vimos militares e populares com cravos vermelhos ao peito e com cartazes nas mãos. Gritavam: - Liberdade! No meio da multidão, avistámos o Manuel. Quando, finalmente, o conseguimos alcançar, o Manuel entregou-me aquilo que lhe havia pedido para guardar antes de ir para Angola: três livros censurados pela PIDE. Ele leu alto e sem medo: Liberdade querida, e suspirada, Que o despotismo acérrimo condena; Liberdade, a meus olhos mais serena Que o sereno clarão da madrugada: Atende à minha voz, que geme e brada Por ver-te, por gozar-te a face amena;

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Liberdade gentil, desterra a pena Em que esta alma infeliz jaz sepultada. Vem, oh deusa imortal, vem, maravilha, Vem, oh consolação da humanidade, Cujo semblante mais do que os astros brilha: Vem, solta-me o grilhão de adversidade; Dos céus descende, pois dos céus és filha, Mãe dos prazeres, doce Liberdade! 3 3

“Liberdade querida e suspirada” de Manuel Maria de Barbosa du Bocage in “Citações e Pensamentos de Bocage”

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Somos memória. Trazemos memória de um passado. Seremos memória num futuro. A memória, esse arquivo extraordinário instalado no nosso cérebro, não é apenas uma coleção de lembranças e de histórias do que já passou, é, também, um valioso repositório de informação que nos ajuda a tomar decisões no Presente e no Futuro. O treino da memória é fundamental desde tenra idade, mas assume uma relevância ainda maior à medida que envelhecemos. O projeto “Memória por Isaura” tem como objetivo ser um espaço de partilha e de reflexão sénior e intergeracional sobre a Memória, não apenas numa perspetiva histórica e de transmissão do legado material e imaterial dos mais velhos, mas também, numa lógica de disseminação de instrumentos e de estratégicas de ativação e exercício da memória nas suas várias estruturas. Memória Sensorial, Memória de Curto Prazo e Memória de Longo Prazo são os três tipos de memória explorados no livro, através de três histórias ficcionadas, de três temas musicados pela promotora do projeto, a cantora e compositora portuguesa Isaura, e de quinze exercícios de estimulação cognitiva, que o/a leitor/a poderá realizar individualmente ou em grupo.

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