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Introdução
Rigging é a criação dos controles de personagens na técnica 3D digital, parte de seus fundamentos foram inspirados na técnica Stop-Motion. Nessa técnica de animação, para que seja possível animar personagens é necessário que, nas etapas de pré-produção, o boneco a ser animado seja fabricado com uma estrutura interna articulável, equivalente a um esqueleto, que dê sustentação e o mantenha imóvel nas diferentes poses impostas pelo animador no momento do registro de cada fotograma. Na técnica conhecida como 3D digital, existe uma disciplina especializada que lida com questões similares, inerentes ao meio virtual e necessárias para que um modelo tridimensional possa ser controlado pelo animador. No âmbito virtual, os objetos e modelos criados são equivalentes a estruturas físicas imóveis, como esculturas, só que digitais. Um personagem modelado digitalmente é um modelo estático que necessita, além de outras coisas, estruturas internas e controles manipuláveis para que sejam posteriormente usados pelo animador para lhe dar vida e movimento. Essa disciplina é o que se denomina rigging, que no inglês significa cordame, um termo originalmente vindo da náutica e que define, grosso modo, o conjunto intrincado de cordas e polias que mantém os componentes móveis e estruturais de uma embarcação constantemente ajustados e operantes. O termo, aparentemente distante é válido, pois remete adequadamente à complexidade do trabalho do artista em questão, este denominado casualmente rigger ou mais formalmente: Diretor Técnico de Personagem. Usaremos ao longo desses capítulos o termo rigger por ser um termo que independe do nível de proficiência do artista, já que o cargo de diretor técnico não é comumente relegado a iniciantes, a quem esse texto foi direcionado. O objeto resultante do trabalho de um rigger é popularmente chamado de rig, o que designa o sistema de controles do personagem como um todo, já pronto para animação, com todos seus controles e interfaces configurados e acessíveis ao animador.