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5.2. Segundo núcleo: Intervenção na rádio da escola

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INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

características de cada indivíduo pela forma com que este respondia. Como é o caso da aluna Gabriela de 12 anos que para a pergunta “Você está ficando com alguém?” ela respondeu “Obviamente não” e na pergunta seguinte “Há quanto tempo você não beija?” ela escreveu “Nada do seu interesse”, assim, a estudante continua com a sua personalidade forte respondendo as questões: “Você já perdeu o tempo com alguém?” “Claro que sim, já faço origamis com meu papel de trouxa”, “Há quanto tempo o professor não chama a sua atenção?” “Acho que uma hora” e por fim “Há quanto tempo que você fez algo que sua mãe não pode saber?” “Não quero falar sobre isso”. Já o professor José Augusto, na parte dos adultos, relatou que seu sonho, quando mais novo, era ser mecânico de avião assim que crescesse e também, segundo ele, sente muita falta de sua infância, na qual gostava muito de brincar. No final do caderno quem quisesse deixar algum comentário poderia, porém, poucos foram os que quiseram fazêlo. Uma dessas pessoas foi o mesmo professor, que deixou o seguinte comentário “Se a violência trouxesse a paz, estaríamos no paraíso”. No total, 29 alunos e 9 funcionários da escola participaram, alguns respondendo às questões de forma rápida e monossilábica e outros, muitas vezes, responderam a maior parte das questões com “eu não quero responder” ou simplesmente deixando o espaço de resposta em branco. Diante de algumas participações, como a das pessoas que responderam de forma vaga, ficamos sem entender o porquê o indivíduo se disponibilizou para o jogo e reagiu dessa forma. Agora, pós-processo, me questiono o que faltou na mediação dessa atividade, porém ainda não sei responder.

5.2. Segundo núcleo: Intervenção na rádio da escola

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Dentro da rotina escolar, toda quinta-feira a rádio da Escola Municipal Aurélio Pires convida os alunos a participarem da quinta cultural, onde são propostos jogos de interação entre os alunos. A ideia de fazer uma ação na rádio, por meio de uma quinta cultural, surgiu a partir do envolvimento de alguns integrantes do núcleo com esse evento. Então, esse núcleo organizou perguntas e jogos envolvendo o tema “tempo”, sempre pensando em toda a discussão que tivemos acerca da identidade. Para isso, eles selecionaram jogos corporais que havíamos trabalhado em outras aulas, que envolvessem o tempo também como ritmo, trabalhando no estado lento, médio e rápido

composições físicas que pudessem modificar os corpos dos espectadores-jogadores a fim de colocá-los em estado de jogo.

Então, os estudantes propuseram uma corrida em câmera lenta, pular de uma perna só até sobrar um jogador, o jogo da estátua13 e sorteio de brindes para quem trouxesse uma foto da infância, quem tivesse um relógio de pulso e quem acertasse perguntas14 envolvendo a história da escola, da rádio e do Brasil. O coordenador da rádio nos ajudou e se tornou parte integrante do grupo naquele momento, fazendo com que a intervenção ganhasse mais potência a partir da participação e colaboração de todos os envolvidos. É importante destacar que a apresentação e o contato com o público tiveram como principais atuantes os alunos, os quais se preocupavam a todo o momento em transformar aquela ação em algo do coletivo, respeitando os participantes e convidandoos aos jogos.

Além disso, o trabalho com trilha sonora também esteve presente. Mônica e eu pedimos aos alunos que pensassem em músicas que tivessem a ver com tudo o que estávamos propondo e eles deveriam se preocupar com os jogos e também com a intervenção sonora. Em consonância a essa proposta, foi colocada pelos alunos a ideia de que, ao invés de tocar o sinal, o convite para a intervenção pudesse ser o despertador de um relógio, mas infelizmente pelo atraso que tivemos essa ideia não foi concretizada, pois mesmo tendo combinado com todos os funcionários da escola, alguém bateu o sinal, descumprindo com o acordo. Porém, todo o resto da intervenção ocorreu como o planejado.

De acordo com os alunos que participaram desse núcleo, a partir dessa intervenção estávamos dialogando diretamente com os alunos e funcionários da escola, fazendo com que a participação de todos tornasse a intervenção um sucesso. Essa ação, proposta por esse núcleo, possibilitou a quinta cultural, à turma 7 A e a todos da escola, um momento de diversão e interação.

13 Nesse jogo, os jogadores devem ficar sem se mover até que sobre uma pessoa, o vencedor. 14 Algumas perguntas criadas pelos alunos foram: “Há quanto tempo a rádio existe?” “Há quanto tempo a escola funciona neste espaço?” e “Há quanto tempo os portugueses chegaram no Brasil?”.

Fotos 7, 8 e 9: Intervenção da rádio na quinta cultural

Foto 8: Jogo da estátua

Foto 9: Corrida em câmera lenta

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