![](https://static.isu.pub/fe/default-story-images/news.jpg?width=720&quality=85%2C50)
4 minute read
5.5. Excursão para a exposição de Arte e política
from Paulo Henrique de Oliveira - PRINCÍPIOS DO TEATRO PÓS-DRAMÁTICO COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
by Biblio Belas
5.5. Excursão para a exposição de Arte e política
Após os trabalhos realizados ao longo do mês de junho, fomos ao SESC Palladium visitar a exposição de Arte-política para que os alunos pudessem aprofundar seus conhecimentos sobre política e arte, principalmente como unir os dois a fim de potencializar o discurso artístico a partir de questionamentos acerca do tempo e história do país.
Advertisement
Fomos recebidos por uma monitora que mediou o contato dos jovens com a obra, conversando sobre política, movimentos artísticos e o papel de cada obra para a época, que em sua grande parte foi feita na ditadura. Ao longo da visita, os alunos relataram conexões que estavam fazendo com o trabalho que fizemos e com o que estavam vendo, percebendo que a arte pode ser usada para questionar e provocar o público, com o intuito de trazer discussões a respeito do tempo histórico em que estamos.
A visita ao SESC fechou as discussões sobre arte e política de forma enriquecedora aos alunos. Percebo que as discussões feitas no percurso da exposição pela monitora trouxeram outras visões sobre de arte e política, deixando os alunos em contato com outras percepções acerca do mesmo tema.
Fazer a conexão da arte teatral desvinculada do palco, cenário, figurino e texto foi de extrema importância ao longo do semestre, mostrando aos alunos que é possível criar uma linguagem teatral por meio de diversos artifícios e que o teatro é tão amplo que não se pode defini-lo de forma superficial. Sinto que os alunos foram se dando conta disso ao longo do semestre e para reforçar tudo o que havíamos feito ainda seria necessária uma conversa final, na qual todos pudessem refletir melhor acerca do que ocorreu nesse semestre e principalmente ouvir o outro, suas impressões e considerações de todos os integrantes do trabalho.
Então, em nosso último encontro, fizemos uma grande roda de reflexão sobre o processo e para que os alunos pudessem se preparar para a discussão, Mônica e eu pedimos para que eles, após rememorar todos os trabalhos que foram feitos em sala, escrevessem durante um tempo o que ficou do processo, quais conexões eles conseguiram fazer entre todas as atividades e discussões, a que conclusão eles chegaram e o que eles perceberam com a finalização do processo na exposição de arte-política.
Além de prepará-los para a discussão, esse momento reflexivo individual possibilitou a muitos entenderem o que tinha acontecido no nosso semestre. Após esse momento, nos reunimos em uma grande roda, na qual os alunos relataram suas dificuldades, suas impressões do que tinha dado certo e o que poderia ser feito para melhorar algumas ações. Para dar voz aos principais sujeitos desse trabalho, irei transcrever abaixo alguns outros fragmentos do relato escrito por eles em nosso último encontro:
Ester de Freitas:
“Durante o nosso trabalho vimos que é difícil chamar atenção das pessoas pois elas ficam com vergonha ou até mesmo medo. Às vezes as pessoas cobram do outro o que ela mesmo não faz por exemplo na política quando falamos sobre a corrupção na escola vemos que as pessoas furam fila por exemplo, mas querem que os políticos não sejam corruptos. Percebi durante nossas discussões ou até mesmo em nossos trabalhos quando acontecia algo de errado as pessoas sempre querem culpar alguém nunca ela mesmo. Nosso trabalho foi importante porque trouxemos as pessoas para participar sem ter medo do que o outro vai achar e sem ter vergonha. A mudança tem que começar de nós mesmos. As pessoas participaram bem elas queriam sempre ajudar. O trabalho ajudou mais a gente do que os outros, nos ajudou a ver nossas atitudes.” João Vitor:
“Em todo esse trimeste eu aprendi que tudo tem o seu tempo e que não adianta ficar querendo ir além do que você consegue, aprendi também que política não é coisa que se brinque e temos que observar e prestar muita atenção em quem votamos para ficar na presidência. E sobre a instalação aprendi que temos que aproveitar o máximo das nossas vidas e essas aulas foram muito boa pra mim pois antes eu nem ligava para política não estava nem aí mais agora posso aconselhar os meus familiares e amigos. A exposição de arte eu entendi que muitas vezes o homem tem mais poder que as mulheres e que muitas vezes eles não deixa elas aparecerem e se expressar suas opiniões gostei muito desse trabalho.” Ana Beatriz Campos:
“[...] Lá na excursão teve aquelas palavras que tinha muito a ver com o que a gente conversou aqui na sala sobre política, como o poder que muitas pessoas acham ter, por exemplo aqui na escola as pessoas que são filhos de funcionários acham que podem mandar nos outros”. Yasmin Kneipp:
“Nesse trimestre nós dividimos em grupos para discutir o que nós não gostávamos em relação ao respeito aqui na escola e expressamos isso em forma de teatro depois nós dividimos de novo em novos grupos e cada grupo era um núcleo tinha um da cena, instalação, rádio e caderno. Em cada aula de artes apresentavam um núcleo diferente, depois fomos em uma excursão no SESC Paladium ver uma exposição de arte política lá a moça fez uma brincadeira com a gente que tinha a ver com os quadros que estavam na exposição.”