A minha flor sorridente

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A minha flor sorridente

Turma do 7.º C do Colégio Marista de Carcavelos Professora responsável: Susana Teixeira


A minha flor sorridente

Numa linda manhã de primavera decidi plantar uma semente que o meu pai me tinha dado. Como não tenho jardim e queria vê-la crescer, resolvi semeá-la no canteiro da varanda. Comecei por ir buscar uma pequena pá e um jarro com água e li as instruções do pacote que mostrava uma flor amarela.

Escavei um pequeno buraco e coloquei a semente cautelosamente, tapei-a com terra e, em seguida, reguei-a até ficar ensopada. -2-


Nesse mesmo dia, quando me fui deitar, imaginei que tinha plantado a mais bela das flores amarelas e que esta seria apenas a primeira semente que eu iria plantar. Com a certeza de que a minha flor seria magnífica, pensei de imediato que tinha que semear nas varandas dos meus amigos e dos meus vizinhos. E foi com estes pensamentos que adormeci. Passaram quinze dias e qual não foi o meu espanto quando me deparo com uma flor da cor do sol, ainda pequena e frágil, mas tão bonita que fiquei vários minutos a olhar para ela.

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A minha vizinha do lado cumprimentou-me da sua janela e disse: - Que linda flor, Catarina! Foste tu que a semeaste?

Eu respondi que sim. A senhora sorriu e afirmou que uma flor tão bonita deixava qualquer pessoa feliz logo pela manhã. Assim, ofereci-me para também semear na sua varanda e a vizinha aceitou.

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Decidi chamar à minha flor Luminosa, pois já me tinha conseguido arrancar um grande sorriso e um ainda maior à minha vizinha. Mais tarde, a minha flor era a mais conhecida de todas as casas do bairro. Lembrei-me de que seria uma excelente surpresa para oferecer à minha tia e madrinha Francisca. Ela é uma senhora ainda nova, doce, carinhosa e com o olhar mais simpático que eu alguma vez vi. Chegaria da Holanda, à hora de jantar, país onde vivia há seis anos por questões de trabalho. Vinha juntar-se a nós para celebrar a Páscoa, o que na minha família era tradição há muitos anos. Eu e o meu pai fomos ao aeroporto buscar a minha tia, enquanto a minha mãe e os meus avós acabavam de preparar a festa. Para mim, tinha uma especial importância estar com a minha tia pois ela tinha estado fora todos estes anos e eu só estava com ela em ocasiões festivas. Já em casa e enquanto todos conversavam, fui ao quarto. Estava muito nervosa por conhecer a sua reação quando lhe desse a semente que guardava no bolso.

«Será que a Luminosa vai ser tão especial para a minha tia como é para mim?», pensei. Aproximei-me dela, que estava com um grande sorriso na cara e com uma chávena de chá na mão, e disse-lhe: - Aqui está o teu presente de boas-vindas! Coloquei a mão dentro do bolso, onde estava guardada a semente que lhe iria dar. Logo percebi que não estava lá. Vieram-me as lágrimas aos olhos, não sabia o que dizer. Fui em passinhos muito curtos até ao quarto olhando para o lado, para ver se a tinha deixado cair. Com muita infelicidade minha, não a encontrei.

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A minha tia entrou no quarto e perguntou: - Que se passa, querida? O que aconteceu? - Perdi a minha última semente, a que te ia dar! – respondi em soluços. A minha tia confortou-me: - Não faz mal, compramos outro saquinho de sementes. - Tia, não estás a perceber, de todas as sementes que possamos comprar, nenhuma será do saquinho da Luminosa. – interrompi-a irritada, arrependendome logo de seguida. A minha tia insistiu docemente: - Mas de qualquer maneira, a flor vai ser da mesma espécie. Espera um pouco. – disse saindo do quarto. Não parei de chorar e levantei-me murmurando para mim: «Jamais vai ser tão

especial e importante como as que vieram naquele saco.»

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Não sei porquê mas tinha qualquer coisa de diferente. Não argumentei mais, apenas baixei a cabeça com pouca esperança de a encontrar. De repente, a minha madrinha voltou ao quarto para me dar um beijinho, reparando que eu ainda estava triste. A minha tia, que já me conhecia, pegou no telemóvel e mostrou-me umas fotografias para me alegrar.

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As fotos apresentavam um prado verde cheio de flores na Holanda. Quando olhei melhor, fiquei pálida. Qual não foi o meu espanto, apesar de lindas e multicores, nenhuma era igual à Luminosa! Então… poderia a minha flor ser única? Fui à varanda e mostrei-lhe a minha flor e a minha madrinha riu-se com a beleza e aparência da própria flor.

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Garantiu-me que a minha flor era única porque tinha sido plantada com cuidado e muito carinho. Acrescentou que isso era o mais importante. Fiquei no meu quarto até a festa acabar. Não tive coragem de ir procurar de novo a semente. Depois fui para a cama e peguei numa caneta e no meu diário – lá dentro estava a semente! Dei um grito de alegria e alívio. Quando me acalmei, peguei nela e, ao perto, percebi que era azul. Observei-a melhor. Decidi plantá-la. De qualquer maneira queria vê-la crescer pois a curiosidade estava a deixar-me impaciente. Eu pensava: «Como será esta flor?».

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Passada uma semana apenas, lá estava ela, qual não foi o meu espanto, quando me apercebi que se assemelhava bastante à Luminosa, com uma única diferença, era azul. Sorri de felicidade.

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A partir desse dia, sempre que tinha oportunidade, ia a casa dos meus amigos e, no espaço que eles indicassem, semeava uma flor. Depois, pedia-lhes que, quando a flor surgisse, tirassem uma fotografia ao lado dela com um grande sorriso. Também consegui convencer alguns dos meus vizinhos a fazer o mesmo e, quando passava pelas pessoas, elas perguntavam-me a sorrir:

- Então Catarina, como está a Luminosa? E eu respondia: - Tão grande e bonita como as vossas. Este foi o meu contributo para proporcionar a muitas pessoas a alegria de viver. Uma simples semente que ao florescer desenhou sorrisos, libertou risos e multiplicou a felicidade.

FIM - 11 -


Conto elaborado pelos alunos da turma do 7.º C do Colégio Marista de Carcavelos

Afonso Esteves Ana Carolina Santiago António Pires António Boné Bernardo Carvalho Carlos Marques Catarina Cerqueira Catarina Cruz Diogo Martins Francisco Pires Gonçalo Nunes Guilherme Martins Ian Pamplona João Fragoso João Lima Laura Alpizar Liliana Cunha Madalena Ferreira Maria Ribeiro Mariana Santos Mariana Reis Marta Leitão Matheus Pierrobom Mónica Ramirez Pedro Trindade Rafael Tinoca Ricardo Diogo Rita Pargana

Professora responsável

Susana Teixeira

Professor de Educação Visual

Miguel Rodrigues

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