Revista OM Line - 6ª Edição

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Parei de ter dor de cabeça Parei de ter dor de cabeça decidi me liberar Levar a vida assim so easy tô legal de labutar De que me serve tanto peso se o que eu preciso é ultrapassar Cada barreira cada limite não tô aqui para penar A vida é daqui pra frente Com o passado a gente aprende A vida é presente Chega de querer brigar chega disso de reclamação Resolvi dar mais alegria ao meu pobre coração Que está ficando rico levando a vida numa boa Por isso hoje quem olha pra mim vai me ver é rindo à toa

Música do Grupo Viratrupe (formado por alunos e professores da Brahma Kumaris Brasil) Clique no ícone ao lado para ouvir a música


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EDITORIAL *

Depressão: desequilíbrio entre impressão e expressão. O mundo ‘entrando’ indiscriminadamente na forma de imagens, sons, formas, conceitos, vibrações. Isso desorganiza, pesa. Gera conflito interno, sufoca. Desse abarrotamento de dentro para fora surgem a ansiedade, a angústia, a confusão interna. Tudo isso vira pensamentos, sentimentos e experiências. Muitos deles negativos, de novo e de novo suprimidos internamente — ou saem na forma de expressões confusas, desesperadas, negativas. E é com tintas dessa qualidade que se pinta um mundo triste, depressivo, visto sempre pelo ângulo do fracasso e da impotência. Difícil, não? Quando estamos desenhando a lápis e os traços não saem bons aos nossos olhos apagamos com borracha, projetamos o que traçar e recomeçamos. Meditar é um processo parecido. Com a borracha do silêncio apagamos as impressões equivocadas, as inadequadas, as indesejadas. E é no silêncio que poderemos recriar. Novos pensamentos, sentimentos, palavras, ações. Tudo nasce novo e positivo. Reformulado, curado. Quando partimos para a expressão, tudo já foi desenhado internamente, em silêncio. É possível mudar o mundo em silêncio, sabia? Nessa edição, muitos professores de Raja Yoga compartilham seus métodos e dicas de como vencer a depressão através da meditação. Leia, aprecie, assimile, medite, se inspire e equilibre suas impressões e expressões. E então, fora depressão! Que você brilhe em felicidade, sempre! Equipe Om Line Magazine


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SUMÁRIO *

32. CAPA Meditação pra vencer a depressão Ramon Almeida

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8. OM PROTEÇÃO

42. ESPAÇO OM

Cuidando do nosso mundo - Parte 3 Ken O’Donnell

Pensamentos que curam

16. OM PENSAMENTOS

50. OM ATITUDE

Depressão: os sonhos não se perdem Diane Tilman

Depoimento: vencendo o medo do fracasso Alex Santos

22. OM ESTILO DE VIDA

58. OM DROPS DE SABEDORIA

Vivendo em paz no meio da tempestade Charlie Hogg

Viver e meditar: lidando com o caos Ken O’Donnell

28. MEDITE PELA MANHÃ

60. OM COMIDA PURA

União divina e estado de alerta Roger Cole

Nutrição que alegra Ana Paula Paixão

38. OM POESIA

62. MEDITAÇÕES OM LINE

Se me deprecio ou me ascendo Paulo Sergio Barros

Além da influências Luciana Ferraz

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ESPAÇO DO LEITOR *

Por muitos anos acompanhei as revistas da Brahma Kumaris. No início se chamava ‘Om Shanti’, sempre cheia de sabedoria e relatos de experiências. As formas mudaram e agora, como Revista Om Line, preencheu o meu desejo de ter sempre uma joia de sabedoria a qualquer momento e onde eu estiver. Parabéns por estarem sempre atentos às necessidades daqueles que estão sedentos por alcançar metas de realizações pessoais. Om Shanti.

Rosa Marusa

“Eu já era fã da revista Vida Plena, se tornou uma companheira dos retiros em Vilas do Atlântico, sempre tão atuais, quanta coisa eu aprendi! Agora, a revista digital ‘Om Line’ facilita ainda mais o acesso e a possibilidade de presentear e apresentar pessoas a algo gratuito de qualidade num mundo tão capitalista. Obrigado BK!”

Gustavo Balthazar

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EXPEDIENTE Editora: Goreth Dunningham

OM SHANTI!

Design e diagramação: Felipe Arcoverde Revisão: Alex Pochat Site: Ricardo Skaf Colaboração: Ana Paula Paixão Ilustrações: Freepik.com

Envie para nós os seus e-mails, dúvidas e sugestões, através do Facebook e Instagram ou e-mail: revista.omline@br.brahmakumaris.org Facebook.com/revistaomline Instagram.com/revistaomline www.brahmakumaris.org.br/revista

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OM PROTEÇÃO * por Ken O’Donnell

CUIDANDO

DO NOSSO MUNDO

Parte 3 (de um total de 3) 8


Este artigo, em suas 3 partes, trata da conexão entre uma mudança em nossa consciência e seu efeito em nossos mundos pessoal e coletivo. Na parte anterior falei da importância de cuidarmos de todas as nossas “casas”, do grego ‘oikos’. Agora começaremos falando de um grande obstáculo para a distribuição dos recursos do planeta: a ganância. Examinaremos possíveis soluções para um maior cuidado de todas as nossas casas e, por fim, falaremos da Iniciativa Ambiental da Brahma Kumaris.

A INFLUÊNCIA DA GANÂNCIA EM NOSSO MUNDO Mahatma Gandhi disse uma vez: há o suficiente para as necessidades do homem, mas não há o suficiente para sua ganância. Existem recursos no mundo para proporcionar uma vida digna para todos, mas muitos deles são mal-empregados no desenvolvimento de projetos desnecessários, na sustentação da corrupção ou hegemonias políticas e econômicas, e assim por diante. Mais de dois terços da população mundial não têm o suficiente para comer. 1

http://www.bbc.com/news/business-38613488

Oito bilionários 1 têm mais dinheiro do que a metade mais pobre da população mundial. Em setembro de 2008 houve a maior queda econômica desde 1929. Muito se disse sobre a causa ter sido “ganância total”. Um trabalho acadêmico submetido à George Washington University engloba o tipo de ganância que está à solta em nosso mundo agora. Os piores sofredores são, de longe, a nossa sociedade e, consequentemente, o nosso meio ambiente: edição 06 / ano 02

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OM PROTEÇÃO * por Ken O’Donnell

“A ganância dos gerentes das instituições financeiras levou a empréstimos fáceis com pouco ou nenhum adiantamento. A ganância dos proprietários de imóveis levou à compra de casas que não podiam pagar. A ganância em Wall Street levou à criação de novos instrumentos financeiros inteligentes, como títulos lastreados em hipotecas e permuta de inadimplência de crédito. A ganância dos CEOs levou a extravagâncias corporativas e pacotes ridiculamente elevados de remuneração dos executivos. A ganância dos consumidores levou ao uso excessivo de cartões de crédito para comprar coisas agora, ao invés de esperar até que eles ganhassem o dinheiro para pagar por isso. A ganância das empresas levou ao ‘offshoring’ (N.T.: deslocação industrial), e a substituição de mão-de-obra estrangeira de baixo custo custou caro para o trabalho doméstico”. 10

“O que acontece no mundo lá fora acontece primeiro dentro dos indivíduos. Internamente há uma distribuição pobre de energia e habilidades das colheitas de suas próprias conquistas”

Se os recursos fossem distribuídos de acordo com os princípios de boa vontade e direitos humanos básicos, haveria comida, roupas e abrigo para todos. Há comida suficiente, mas às vezes atinge-se o estado absurdo de ter que destruir as colheitas para manter os preços altos.


O que acontece no mundo lá fora acontece primeiro dentro dos indivíduos. Internamente há uma distribuição pobre de energia e habilidades das colheitas de suas próprias conquistas. Há desemprego de virtudes, inflação de negatividades, uma recessão de coragem, superpopulação de pensamentos e uma série de outras desordens que continuam a ser a causa primordial dos problemas do indivíduo. Indivíduos problemáticos contribuem para um mundo problemático. Descobrimos nosso potencial no momento em que conseguimos liberar a energia que fica presa para manter muitos drenos de desperdício pessoal — tempo, energia, dinheiro, talento, conhecimento, e assim por diante. Em outras palavras, não sabemos como ser econômicos ou ecológicos (em seus verdadeiros sentidos) com o que temos como indivíduos.

Para onde ir a partir daqui Quando olhamos para os efeitos óbvios da mudança climática e outras consequências ambientais do modo como vivemos, podemos nos sentir sobrecarregados pela dimensão dos desafios e atordoados em um estado de impotência. Podemos ser inspirados a tomar atitudes ecológicas eficazes, como: • Usar mais o transporte público e talvez até mesmo abandonar nossos carros; • Ter menos filhos; • Comer uma dieta baseada em vegetais; • Usar uma quantidade mínima de materiais não recicláveis; • Viajar menos de avião; • Usar nossos votos com mais cuidado e eleger pessoas mais conscientes para cargos públicos. Essas podem parecer pequenas gotas de vida mais limpa em um edição 06 / ano 02

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OM PROTEÇÃO * por Ken O’Donnell

compõem nossas vidas, eles são encorajados a cuidar de tudo no interesse do todo. Eles são todos “bens” dados por Deus, que precisam ser cuidados de maneira apropriada e sem desperdício. Especialmente no que diz respeito à riqueza e à natureza, essa atitude ajuda a fazer com que o dinheiro avance com o mínimo possível de danos ao meio ambiente. Todas as atividades são realizadas gratuitamente por voluntários com o coração aberto e uma atitude solidária. A maioria dos mais de 8.500 centros que formam uma rede global que oferece cursos e workshops sob a bandeira Brahma Kumaris são Soluções em tutela autossuficientes. Cada um deles, à Na Brahma Kumaris, todos os sua maneira, está fazendo um poumembros são encorajados a ter uma atitude de tutoria em relação co para ajudar não só a si mesmo, mas também a todos aqueles com a tudo pelo que são responsáveis — corpo, mente, riqueza e relacio- os quais entra em contato, entennamentos, inclusive com a Matéria dendo que é possível viver neste mundo de uma maneira social e ou a Natureza. Em vez de serem donos descuidados das coisas que ambientalmente amigável, colocanmar de dificuldades, mas, pelo menos, estaríamos ajudando com a solução, em vez de ser parte do problema. A principal tarefa, no entanto, é melhorar continuamente a forma como tratamos todas as nossas seis casas, de modo que não apenas ajudemos a atmosfera física, mas também a mental e a espiritual — onde quer que estejamos. Uma das soluções práticas para todos os desafios que enfrentamos, especialmente no nível da consciência, é desenvolver o senso de ser um tutor.

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do em prática alguns dos princípios mostrados neste artigo. Por meio da Iniciativa Ambiental da Brahma Kumaris 2, esperamos contribuir para um mundo mais limpo e mais verde. Essa iniciativa incentiva uma maior compreensão do papel da consciência e estilo de vida nas questões ambientais, através de diálogos, parcerias, participação em conferências da ONU e iniciativas locais. Também apoiamos um projeto dedicado à energia renovável para o futuro, da seguinte forma: 2

http://www.eco.brahmakumaris.org

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Energia Solar - India One Project Por quase 25 anos, a Brahma Kumaris e sua organização irmã, a World Renewal Spiritual Trust (WRST), uma renomada organização científica e industrial na Índia, têm conduzido treinamento, pesquisa e desenvolvimento em tecnologias de energia renovável. ‘India One’ 3, uma usina termelétrica solar de 1 MW situada perto do Campus Brahma Kumaris Shantivan, em Abu Road, Rajasthan, Índia, foi concluída em abril de 2017. Este projeto inovador usa

http://www.india-one.net

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OM PROTEÇÃO * por Ken O’Donnell

Em particular, na rede dos centros da Brahma Kumaris em todo o mundo praticamos e enfatizamos o seguinte: [Estilo de Vida Sustentável] Adotar um estilo de vida menos materialista e aumentar o uso de energia limpa economiza recursos do planeta e traz maior bem-estar; [Dieta] Comida vegetariana/vegana, cozida com amor, alimenta todo o nosso ser e traz clareza interior. Contribui para a saúde e para o futuro do planeta, reduzindo nosso rastro de carbono; [Meditação] Despender tempo em reflexão silenciosa ou meditação nos ajuda a nos conectar com nossos valores mais profundos e encontrar a força para viver por eles, permitindo-nos estar mais conscientes do impacto de nossas escolhas; [Vida Pacífica] Promover e viver de acordo com os princípios da paz universal pode levar a conflitos e guerras menos violentos, permitindo que vastos recursos sejam redirecionados para a criação de uma sociedade saudável e sustentável. 14


770 pratos parabólicos de 60m² recém-desenvolvidos e possui armazenamento térmico para operação contínua. A usina gerará calor e energia suficientes para um campus de 25.000 pessoas e é um marco para a geração de energia limpa e descentralizada na Índia. O projeto ‘India One’ é implementado pela WRST com financiamento parcial do Ministério de Energia Nova e Renovável da Índia (MNRE), Ministério

Alemão para o Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear e de Edifícios (BMUB), através da Empresa Federal Alemã para Cooperação Internacional (GIZ). Um centro de treinamento para a promoção de tecnologias de concentração solar foi criado no ‘India One’, patrocinado pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP), Global Environment Facility (GEF) e MNRE. *

Ken O’Donnell é praticante e professor de meditação há 43 anos. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É Coordenador para a América do Sul da Brahma Kumaris.

Para mais informações sobre a Iniciativa ambiental da Brahma Kumaris, acesse: http://www.eco.brahmakumaris.org (blog internacional) http://www.brahmakumaris.org.br/ambiente (página em português, site BK Brasil)

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OM PENSAMENTOS * por Diane Tilman

DEPRESSÃO:

OS SONHOS

NÃO SE PERDEM

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A depressão parece distante até que ressurjam velhos hábitos de pensamentos críticos ou velhas maneiras de reagir. Entender “os baixos” pode ser muito útil para abreviar esses momentos, de forma a experimentar novamente “os altos”, tão apreciados. A depressão é uma “baixa” difícil — uma vez que a dor, o sofrimento e a tristeza podem ser intensos — e vem sempre acompanhada pelo pensamento de que sempre nos sentiremos assim. A depressão é parte do processo de lamentação pela perda de um sonho. Na minha profissão, parece que todas as pessoas com as quais tenho trabalhado compartilham um sonho comum: um desejo de serem felizes e contentes interiormente; de serem amadas e valorizadas nas relações; de serem parte de um mundo seguro. E é aí que a espiritualidade pode dialogar harmoniosamente com a psicologia.

O conhecimento espiritual acrescenta novos elementos ao entendimento tradicional da psicologia nesta área. A meditação Raja Yoga, que é a que praticamos na Brahma Kumaris, enfatiza que nosso estado natural é o de sermos cheios de paz e plenos. Neste sentido, o desenvolvimento da consciência de ser um ser espiritual, uma alma, opera com as leis do amor. Quando as pessoas iniciam um caminho espiritual, experimentam um alívio imediato ao se libertarem da dinâmica do ego e do poder que parecem governar o mundo contemporâneo. O sonho de plenitude é experimentado através da meditação — e a esperança gerada alimenta o crescimento espiritual. Já a dinâmica do sentimento gerado pela perda do amor, da segurança e da esperança é basicamente a mesma para todas as pessoas que experimentam a edição 06 / ano 02

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OM PENSAMENTOS * por Diane Tilman

depressão. No estado de depressão profunda ou de uma intensa dor emocional, os sentimentos podem ser torturantes. É como se houvesse um gemido interior. Este sofrimento intenso é geralmente desproporcional à situação que o gerou. Mas o conhecimento espiritual oferece uma nova explicação: é entendido que a dor é muito maior que o fato gerador. Uma vez entendida esta dinâmica, torna-se mais fácil colocar em perspectiva o evento gerador atual e focar na cura da dor. A energia de amor experimentada através da meditação e a mudança na percepção da própria identidade, de física para espiritual, constituem ajudas incalculáveis para a cura dessa dor oculta. Em todo o mundo, cada vez mais os psicólogos estão se utilizando de práticas espirituais no tratamento de questões que resistem a mudanças com méto18

dos psicológicos tradicionais. Os estágios vivenciados pela maioria das pessoas que experimentam a dor da perda são: negação, depressão, raiva, negociação e aceitação. Pessoas cronicamente deprimidas carregam traumas não resolvidos e/ou desequilíbrios químicos. O tratamento psicológico torna-se imperativo para pessoas que vêm experimentando depressão ao longo dos anos, que se sentem constantemente oprimidas ou que têm tendências suicidas. A depressão parece ser o resultado do ato de se prenderem ao processo de dor. Elas sempre sentem a falta de algo e/ou inabilidade para, sozinhas, resolverem seus problemas internos. A energia de amor e paz advinda da prática da meditação naturalmente reduz as tendências negativas. No entanto, os velhos hábitos precisam vir à tona de vez em quando, de forma que possa


haver um processo completo de transformação. Alguns podem ter uma reação de raiva, outros podem temer não ser bem sucedidos. E para outros surge um sentimento de inutilidade ou desesperança, conduzindo ao estado depressivo. Um método inestimável para a conquista da depressão é o desenvolvimento do autorrespeito, com base nas qualidades eternas essenciais. Medite sobre as virtudes. A humildade e o autorrespeito são essenciais para se evitar a arrogância (uma precursora comum do sentir-se tolo e consequentemente indigno). Desfrute do contentamento, da leveza, da benevolência e da paciência. Adote um pensamento espiritual que o faça sentir-se maravilhoso e aproveite a experiência de sentir-se aquilo enquanto trabalha, cozinha e caminha. Alimente a mente com pensamentos bonitos. A mente é naturalmente ativa; se edição 06 / ano 02

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OM PENSAMENTOS * por Diane Tilman

não for alimentada com algo mais nutritivo trará de volta os velhos hábitos de produzir pensamentos negativos. Uma outra forma de transformar a tendência para a depressão é desenvolver internamente um pai/mãe amoroso. Observe como você se trata em uma conversa interior. Reconheça quaisquer comunicações críticas internalizadas, depreciativas, indutoras de culpa ou acusatórias. Desfrute do ato de desenvolver o pai/mãe amável. E mais: não se compare com os outros. Somente na “consciência de corpo” existem sentimentos de superioridade e inferioridade. Ambos os tipos de comparação acontecem no momento em que as pessoas tentam extrair o seu valor do mundo exterior, ao invés de permanecerem centradas internamente. A simples aceitação do eu no momento presente fornece po20


der. Quando estamos deprimidos, andar e exercitar-se ajudam a manter o equilíbrio químico. Importante também é dormir o suficiente e manter uma dieta pobre em açúcar e cafeína. Conversar com alguém que nos valorize pode trazer uma perspectiva mais alentadora. Se você decidir encarar uma raiz emocional, encare-a com suavidade. Permita-se experimentar seus sentimentos, cerque-se com a luz do amor e torne possível a ajuda de Deus. Encontre uma relação com Deus, onde o amor e a força possam ser aceitos. Uma vez que o amor tenha sido experimentado em conexão com Deus, Ele poderá ser seu em outras relações. Em cada evento há sempre algo de belo a aprender. Pode ser uma nova consciência da importância e beleza de uma virtude. Em cada realização tornamo-nos mais próximos do nosso sonho. Om Shanti! *

Diane Tilman é escritora e psicopedagoga infantil na Califórnia.

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OM ESTILO DE VIDA * por Charlie Hogg

É possível viver em paz em um mundo como o nosso? Estresse é uma palavra muito ouvida nos últimos tempos. Descobrimos que não é apenas o homem de negócios engravatado que sofre com isso, mas todos nós. Estresse é definido como “a inabilidade de lidar com as mudanças”, e assim, não é nenhuma maravilha que estejamos todos estressados — considerando que nos últimos cinquenta anos o mundo viu mais mudanças que em todo o resto da história! 22


Construímos uma rede de suportes em torno de nós. É uma rede formada por nossos relacionamentos, posição social, posses e tudo aquilo que vem na mente como sendo nossa autoimagem. Vimos que as coisas ao redor estão em constante mudança. Quando as adotamos como nossos suportes, também nos tornamos vítimas de todas essas mudanças. Precisamos de amor, paz e felicidade... As experiências mais necessárias para todos nós são as experiências de paz, de amor e de felicidade. Mas por não as desenvolvermos internamente, usamos nosso sistema de suportes para alimentar o eu. Quando essa rede está instável e não recebemos essas coisas, experimentamos um completo vazio. O principal suporte que temos é o relacionamento com os outros.

Não há dúvida de que a coisa mais importante na vida é a experiência do amor. Amor é o alimento absoluto para cada indivíduo, mas estamos incapazes de amar o próprio eu e acabamos dependendo daqueles que estão à nossa volta. Então, quando eles estão instáveis, nós nos tornamos imediatamente afetados e nosso estado mental torna-se negativo. Os graus de instrução e profissão são outras formas de suporte, através das quais desenvolvemos sentimento de aquisição e esperamos que tragam satisfação à vida. Mas quando a carteira profissional não funciona como o esperado nos tornamos suscetíveis a essa instabilidade e começamos a perder a autoestima. Outra forte base de suporte neste mundo é a riqueza. Por que corremos atrás dela? Frequentemente, intelectualizamos que ela não é necessária para a edição 06 / ano 02

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OM ESTILO DE VIDA * por Charlie Hogg

“A meditação é um método para desenvolver autossuficiência de tal forma que possamos verdadeiramente experimentar um sentimento de calma interior em todas as circunstâncias” felicidade e, ainda assim ficamos nessa corrida, vendo que riqueza nos dá um sentimento de segurança, levando-nos a um estado de paz mental. Mas, quando há falta ou perda de riqueza... aonde isso nos leva? Descobrimos que nela não há nenhuma estabilidade e que, se vivemos por isso, estaremos destinados apenas a nos tomar suas vítimas. O que devemos fazer? Fugir ou escapar é sempre uma alternativa e todos nós a conhecemos. De um jeito ou de outro, 24

teremos que encarar a verdade no final. Um dos métodos mais populares de fugir da verdade é a difamação (apontar os dedos). Apontar o dedo é, frequentemente, uma maneira de tentar lidar com a confusão ao redor. Na verdade, é muito irracional e pouco realista esperar que algum suporte externo não vá oscilar, especialmente nessa época. É inevitável que estejamos envolvidos com nossa própria rede de suporte, vivendo próximos a nossos amigos, amando parentes, desenvolvendo nosso trabalho,


etc. Mas talvez nós precisemos ser autossuficientes internamente. Talvez precisemos nos tornar pessoas sadias, vivendo sobre nossos próprios pés e, a partir daí, apreciar as estruturas de suporte sem depender delas. Talvez essa seja a maneira de nos sentirmos confortáveis na vida. Quando somos visita na casa de alguém não sentimos como se as coisas fossem nossas e devêssemos depender delas. Somos conscientes de que estamos apenas de passagem. Usamos tudo e gostamos, mas não nos tornamos dependentes.

A meditação é um método para desenvolver autossuficiência de tal forma que possamos verdadeiramente experimentar um sentimento de calma interior em todas as circunstâncias. Na verdade, tornamo-nos capazes de criar este sentimento internamente. Estudar a meditação é, primeira e realmente, olhar-nos internamente; descobrir nossos próprios recursos e como podemos usá-los para permanecer sempre estáveis. Dentro do nosso sistema educacional, grande valor é dado para a aquisição externa, mas a medi-

“São os nossos pensamentos que criam a atmosfera do mundo — e são eles que podem mudá-la. O que começamos a ver é que perdemos o controle sobre nossos pensamentos. Parece haver um conflito entre a nossa consciência e os desejos” edição 06 / ano 02

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OM ESTILO DE VIDA * por Charlie Hogg

tação valora a aquisição interna, pois começamos a entender a natureza da mente. A mente cria pensamentos 24 horas por dia, não apenas enquanto acordados, mas dormindo também. A mente é o instrumento mais poderoso que existe. O que quer que tenha sido criado, sabemos que foi criação da mente. A mente tem a habilidade de criar as mais belas coisas... a mais bela música, a arte. Sabemos também quão brutal e destrutiva pode ser a mente humana. Fomos ensinados que a mente pode criar mais de 2.000 pensamentos por minuto! Há tanta atividade acontecendo dentro dela. Meditação é a prática de começar a selecionar entre todas essas atividades. É também um processo onde começamos a ter algum controle sobre a qualidade dos pensamentos. Todos nós conhecemos as expressões “boas 26

vibrações” e “más vibrações”. Tudo isso é uma função dos nossos pensamentos. São os nossos pensamentos que criam a atmosfera do mundo — e são eles que podem mudá-la. O que começamos a ver é que perdemos o controle sobre nossos pensamentos. Parece haver um conflito entre a nossa consciência e os desejos. É como se os desejos nos puxassem e fossem mais fortes do que a nossa consciência ou vontade. Parece que criamos um mundo onde a mente é escrava das coisas externas e possuímos tão pouco controle interno... A mente tornou-se uma vítima dos ciclos negativos de pensamentos. A meditação é um método para começar a mover a mente em ciclos positivos de pensamentos. Parece haver duas maneiras pelas quais os pensamentos ocorrem na mente. Po-


demos chamar isso de sombras e influências. As sombras são coisas do passado, as imagens, as experiências vividas, que lampejam na tela da mente. Há pensamentos e sentimentos, mas são os sentimentos que, realmente, são mais poderosos. Sombras são como pensamentos do passado que criam sentimentos no presente. Há as influências do mundo externo: pessoas, situações e circunstâncias. Normalmente é como se elas controlassem completamente o eu, gerando pensamentos de diferentes qualidades. Como vimos, a meditação leva a mente a ter pensamentos de paz preenchidos de autorrespeito, o que nos livra das sombras e influências negativas, trazendo de volta a força interior. Esse trabalho de pensamentos é o segredo para vivermos em paz, ainda que no meio de grandes tempestades. Om Shanti! *

Charlie Hogg é praticante de meditação há 43 anos, vive em Sydney, coordenador nacional da Brahma Kumaris na Austrália e viaja regulamente pelo mundo, tendo participado de fóruns, seminários, retiros e workshops em mais de 60 países.

“A meditação leva a mente a ter pensamentos de paz preenchidos de autorrespeito, o que nos livra das sombras e influências negativas, trazendo de volta a força interior” edição 06 / ano 02

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MEDITE PELA MANHÃ * por Roger Cole

Exercício de meditação

União divina e estado de alerta Texto retirado do livro “Missão de Amor”, de Roger Cole

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Este exercício é o método mais significativo e influente para a autorrealização:

[01]

Ao levantar pela manhã, faça de seu primeiro pensamento um pensamento divino, tal como ‘eu sou um filho de Deus’ ou ‘eu sou um com o Universo’. Use qualquer coisa que faça você sentir que está em um relacionamento divino. Será de grande ajuda dedicar dez ou quinze minutos à preparação da mente antes de deitar-se. Lembre-se que a mente “viaja” na direção de seus pensamentos.

[02]

Depois, anime-se, se necessário, com uma chuveirada, café ou chá. Faça aquilo que melhor se adapta à sua preparação para o momento mais valioso de seu dia.

[03]

Então, sente-se para a meditação ou prece. Faça sempre no mesmo lugar todos os dias. Desenvolvendo uma prática espiritual regular em um lugar fixo você estabelece uma atmosfera indutiva para si mesmo e para os outros.

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MEDITE PELA MANHÃ * por Roger Cole

[04]

Inicie a meditação, mas tente fazê-la com os olhos abertos. Esse hábito o prepara melhor para conservar a experiência viva por todo o dia. (...) Quer você considere a meditação com os olhos abertos adequada ou não, afaste seus pensamentos dos pontos de atração do corpo, do mundo e dos relacionamentos. Veja-se na forma de luz espiritual e conecte-se, por meio dessa imagem, à sua fonte de divinidade.

[05]

Quando os sentimentos espirituais entrarem em sua meditação, entregue-se silenciosamente e receba a companhia do Divino. Isso é união. Abrace, vivencie, valorize, alimente e recorde essa experiência. Permaneça assim por 10 ou 15 minutos — quanto mais tempo melhor. Quase ninguém consegue evitar que os pensamentos interrompam essa união. Se sua mente começar a vaguear, guie-a de volta gentilmente e restabeleça os pensamentos que criaram a união. Outra alternativa é simplesmente observar o pensamento que o distraiu e deixar que passe como se estivesse projetado em uma “tela” em sua mente. Experimente e veja o que funciona melhor para você. Uma dica: algumas vezes, quando surgem dificuldades, vale a pena parar por alguns minutos e começar novamente.

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Não fique frustrado ou sinta que está fracassando. Isso destrói seu propósito. Eu diria que 95% de minha vida de meditação foi inexpressiva em termos de experiências marcantes, ainda que significativa em termos de amadurecimento acelerado. Houve períodos em que nada acontecia mas, retrospectivamente, eu percebia os resultados. Nós vivemos atualmente em uma sociedade “imediatista”, em que as pessoas se apressam demais em afirmar que alguma coisa não funciona para elas. A meditação e a oração requerem paciência, delicadeza e... fé. Elas são definitivamente benéficas.

[06]

Quando terminar sua meditação matinal, fixe-se na experiência da união divina ao retornar à consciência do seu corpo. Determine-se a permanecer na companhia do Divino durante o dia. Você pode fazer isso mantendo a consciência de que você e os outros são uma alma ou considerando que o Divino é seu amigo e companheiro.

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CAPA * por Ramon Almeida

A história da humanidade tem vários registros da importância de encontrar algo maior, como um convite para compreender a própria existência e buscar esclarecimentos sobre a sua origem e destino. O alvo é a Verdade — e tudo que dela se afasta representa as ilusões. É certo que o vínculo com a Verdade foi natural em outro momento vivido, senão não haveria como justificar a atração pela busca, ressaltando aqui uma curta frase em hindi (idioma indiano) que diz “hum so”, para indicar “sou o que fui”. No mundo material, a preservação do estágio de excelência mereceu essencialmente três atitudes por parte dos seres imateriais 32


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CAPA * por Ramon Almeida

que somos: (i) a conexão permanente com Deus, (ii) a apreciação do conhecimento espiritual e (iii) a expressão das virtudes divinas. Entretanto, o ambiente do espaço-tempo imerso na frequente condição de impermanência que o caracteriza exigiu forte atenção ao adequado uso do livre arbítrio, o que, conforme o drama da vida, nem sempre se observou. Os méritos e deméritos submetidos à lei da causa e efeito conduziram a humanidade à busca pela lucidez esquecida, em um cenário em que a conexão divina se desfez, a devoção emergiu e os valores foram subvertidos. No ímpeto de compartilhar ideias e experiências que sempre marcaram o comportamento humano, as mais variadas formas de comunicação criaram influências mútuas na realidade percebida por quem se disponibilizou ao caminho das transformações. Porém, a notável expansão da tecnologia das últimas décadas acelerou 34


a disponibilidade da informação a tal ponto que a sua relevância e veracidade perderam valor diante do desejo de disseminar conteúdo não necessariamente adequado ou mesmo verdadeiro. Logo surge o conhecimento meramente racional como forma de investigar fatos transfigurados como verdade, em detrimento da busca pela essência do Dhri, palavra que no idioma indiano significa a preservação do Bem e da Verdade originais. A ciência utiliza a mente para explorar coisas ou objetos. Nesse contexto, o indiano Swami Vivekananda, que ajudou a introduzir a yoga na Europa e América da segunda parte do século XIX, afirmou que o Raja Yoga poderia ser considerado como uma ciência, por utilizar a mente para explorar a própria mente. A mente é uma ferramenta para exploração e não deve ser usada para consolidar convicções, pois essas moldam verdades relativas, estimulam a personalidade e a identificação indevida com as imagens autoedição 06 / ano 02

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CAPA * por Ramon Almeida

geradas que nos confortam e caracterizam o ego, em um processo insciente que nos afasta da essência da Verdade absoluta. Todos aqueles que se esforçam para ativar a consciência mais elevada (budhi) sabem e sentem que este é o momento apropriado para permanecer incorpóreo, sem ego e sem vícios, resgatando uma vez mais a meta original de encontrar a Verdade e se aproximar da Pureza, da Paz, do Amor e da Felicidade. Um objetivo nobre e elevado potencializa, em muito, o ânimo, o entusiasmo e o interesse pela vida. Por outro lado, a ausência de um foco consistente pode induzir angústia, apatia, desânimo e desinteresse pela existência. Nesses polos distantes do comportamento humano, propositalmente indicados, identifica-se, por um lado, os praticantes da meditação e, por outro, os que sofrem de depressão, considerada pela 36

Organização Mundial da Saúde como o “mal do século”. A depressão, aqui caracterizada resumidamente pela falta de objetivos consistentes e na insaciabilidade dos desejos, também pode ser observada em comportamentos de irritação, ansiedade, baixo nível de autoestima, dificuldade para se concentrar ou na sensação de incapacidade para realizar as atividades mais simples. O oposto dessas características é facilmente identificado nos praticantes da meditação Raja Yoga, que demonstram comportamentos compreensivos, cooperativos, facilidade para realizar tarefas, concentração e elevado padrão de autoestima. Dessa forma, a meditação opera no extremo oposto da depressão, sem desprezar o progresso da vida moderna, em uma atitude de pensar menos e melhor, sendo seletivo e preciso no desenvolvimento de atividades verdadeiramente


essenciais nesta existência e neste momento da humanidade. É possível viver no som, além do som; e na luz, além da luz. Importante registrar que, além de favorecer o bem-estar pessoal, pesquisas científicas de universidades americanas comprovaram o benefício da meditação na saúde física, concluindo que “meditar durante 30 minutos todos os dias ajuda a aliviar sintomas da ansiedade, depressão e dores crônicas”. Fica cada vez mais claro, portanto, que o silêncio não apenas ajuda a revelar o potencial pleno de uma pessoa, mas também estimula reflexos, favorece o fazer acontecer e constitui um “antiestresse” natural. Aceitem votos sinceros de que a herança elevada seja mantida à sua frente como a principal meta e objetivo (Madhyajibhav) e que Deus seja o Único em sua mente (Manmanabhav). Om Shanti. *

Ramon Almeida é engenheiro e diretor administrativo da Brahma Kumaris no Brasil.


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OM POESIA * por Paulo Sergio Barros

Se me deprecio ou me ascendo Reflexões sobre o Silêncio Espiritual

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Nossas vidas parecem endossar uma relação dialogal entre dois tipos de silêncio que são, ao mesmo tempo, antagônicos e complementares: um prosaico (comum, necessário, que nos alerta para elevar-nos ou nos deprime) e outro poético (meditativo, espiritual, que nos eleva). O poeta Manoel de Barros tratou um pouco disso no poema Zona hermética: E aquele Que não morou nunca em seus próprios abismos Nem andou em promiscuidade com os seus fantasmas Não foi marcado. Não será exposto Às fraquezas, ao desalento, ao amor, ao poema. Esses versos nos remetem à necessidade que temos de nos reconhecermos e de buscar trilhas para o nosso equilíbrio. Um dos caminhos é o silêncio meditativo. O silêncio fotografa os vazios, a escassez e a plenitude de nossas mentes. É uma tarefa minuciosa, subjetiva, demorada, pode ser dolorosa em algum momento e será, certamente, surpreendente. É uma atitude que podemos ter em qualquer situação e se constitui na energia seminal para que possamos ver o interior e interpretar os sinais, os mitos, os estorvos, os senimentos, os desejos. Essa tarefa traça um itinerário silencioso que nos exporá às “fraquezas, ao desalento” (o lado prosaico do caminho), ao “amor”, à determinação e à paz (o lado poético do percurso). edição 06 / ano 02

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OM POESIA * por Paulo Sergio Barros

A quais cenários o silêncio pode nos revelar? Cenário I: depreciativo

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É o silêncio meramente prosaico, quando preferimos ou aceitamos a mente cheia de toda sorte de pensamentos, desejos, imagens, miragens e outros supérfluos, sem passar por nenhuma triagem ou crivo. De fato, quando a mente aloja tudo isso, sem nenhuma seleção, tira-nos a energia e nos torna vazios. Por preferência, aceitação ou mera ignorância do que está acontecendo, tornamo-nos enfraquecidos, abatidos, ansiosos e melancólicos e nos sentimos em um estágio de fraqueza, baixa autoestima e sem autoconfiança. Esse vazio nos leva a um estado de sentimento de ausência e de perda crescente e, não raro, ao esgotamento de nossa fé, esperança, determinação e coragem. Há pessoas que, involuntariamente — ou por não terem forças para escolher com o que preencher o ser —, vivem mais nesse vazio (cheias de supérfluos). O vazio lhes parece mais prazeroso ou é forte demais contra suas vontades, é ilusório; é atribuído a ele um infinito poder. É um tipo se silêncio sombrio e denso que corta as asas da alma.


Cenário II: ascendente

É o silêncio poético, ou seja, quando usamos a matéria-prima (virtudes) e a linguagem (pensamentos, sentimentos, palavra, ação, sorriso...) da espiritualidade para identificarmos e preenchermos os vácuos, sem antes passar por acurada discriminação, como um joalheiro que precisa identificar joias verdadeiras entre muitas falsas. Precisamos desse olho de joalheiro que reconhece, limpa, amplia e recolhe o valor em um lugar sagrado, no íntimo do ser, para ascender o nosso espírito. O silêncio espiritual nos educa a distinguir entre pedras comuns e preciosas. Mais do que isso: a eleger com o que preencher os nossos vazios; selecionar os nutrientes adequados para tornar a mente plena, dar asas à alma, voar. O silêncio espiritual não nega a face prosaica da vida, ao contrário: a reconhece como sua matéria-prima, seu impulso para aprimorar nosso olho discriminador e ascender a alma. Na espiritualidade, precisamos dos dois silêncios: o silêncio prosaico, que devemos evitar que prevaleça e ingira nossas vidas; e o silêncio espiritual, que nos transcende e nos abre sendas para aspirarmos o melhor que pudermos ser.

Paulo Barros é educador, escritor e professor da Brahma Kumaris em Fortaleza-CE.

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ESPAÇO OM *

Hoje em dia, a maioria das pessoas sabe que pensamentos e sentimentos também afetam o corpo. Às vezes, o impacto é pequeno — talvez nada mais do que um efeito passageiro na pressão arterial ou na química do corpo. Outras vezes, pode ser uma ameaça de vida, tal como quando o medo ou a raiva prejudicam o coração, ou como quando a infelicidade crônica diminui nossas defesas contra infecções e câncer. Há uma série de condições através das quais os sentimentos de tristeza podem contribuir para uma variedade de dores e sofrimentos. Tanto a sabedoria milenar quanto a ciência moderna informam-nos que podemos diminuir tais riscos, ao desenvolvermos uma visão positiva. Procurar soluções positivas com otimismo e humor, em vez de tornar-se triste ao conviver com tudo o que está errado, é realmente benéfico para a saúde. 42


Por que a vida parece estar mais difícil para muitos? As sociedades ricas fazem muito esforço para melhorar as instalações físicas, mas nossa mente é negligenciada. O aumento do nível de estados negativos, como ansiedade, dependência, irritabilidade e depressão, acompanham os desejos, que aumentam. Tanto como minar a saúde dos indivíduos, essas atitudes e emoções negativas prejudicam a sociedade e o meio ambiente por causar a perda dos valores fundamentais em nossas ações. Tornamo-nos menos capazes de cuidar e cooperar uns com os outros e com o mundo à nossa volta.

O que podemos fazer sobre isso? Quando nos sentimos tristes e vazios por dentro, nos tornamos parte do problema, ao invés da solução. Frequentemente, tentamos nos consolar culpando as outras pessoas e circunstâncias, mas isso só torna as coisas piores. Em vez disso, temos que aprender o modo de tornar a nossa mente forte. Isso significa: preenchê-la com positividade.

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ESPAÇO OM *

O que é positividade? Uma energia ou atributo espiritual sutil, natural a todos nós, que pode ser acumulada na mente, assim como a energia elétrica se acumula na bateria. Um estado mental positivo promove a cura da própria pessoa — e essa energia passa a fluir naturalmente para os outros.

Quais tipos de pensamentos promovem a positividade? Quando pensamos no que significa ser humano, em termos das qualidades comuns à humanidade, tais como amor, paz, felicidade, nos conectamos com a energia da verdade dentro de nós. Há um centro de bondade dentro de cada um de nós e, quando acionamos esse poder, sentimentos positivos emergem naturalmente.

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Como posso conservar minha positividade? Trabalhando para remover as preocupações e tristezas do meu coração e mente. Isso ajuda a reconhecer que os sentimentos negativos são desencadeados pela dependência de um ou outro aspecto da existência física: o corpo, os relacionamentos, a riqueza ou as circunstâncias do mundo à minha volta. Se qualquer um desses aspectos é perturbado, fico propenso a ficar aborrecido. Mas é a dependência dessas coisas, não o transtorno em si, que causa uma angústia profunda. Se torno-me livre internamente, as preocupações e o sofrimento terminam.

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ESPAÇO OM *

Como posso retomar o controle de minha mente? Quando observo o mundo interno dos meus pensamentos e sentimentos, posso desenvolver novas maneiras de responder às situações e eventos que podem me ajudar a manter um estado mental positivo. Posso ver, por exemplo, que, ao ficar triste e temeroso sobre uma enfermidade, isso apenas piora a saúde. Posso aproveitar o tempo que um período de doença me oferece para sair do cenário de altos e baixos e descansar, avaliar como eu tenho vivido. Então, se eu for honesto posso ver maneiras para melhorar minhas atitudes e ações. Essa percepção sobre si mesmo trará esperança renovada e felicidade. Enquanto estou olhando para dentro, eu realmente tenho uma opção. Por que escolher a preocupação que só faz mal a mim? Por que não optar por uma abordagem positiva que irá me elevar?

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Como não me preocupar quando o meu corpo não está bem? Quando desperto o poder da minha mente, posso começar a dar um passo para trás e perceber o que está acontecendo com o meu corpo. Quanto mais me torno um observador — olhando o que está acontecendo, em vez de ficar preso — mais minha mente se torna livre. São a minha mente, meus pensamentos e os meus sentimentos que, mesmo meu corpo estando doente, criam pensamentos de felicidade e paz. Esses sentimentos positivos ajudam o corpo — e a dor e a doença frequentemente diminuem (ou podem até desaparecer).

Como posso me sentir bem com alguém que me tratou mal? Muito frequentemente, entramos em situações de confronto e nos sentimos mal em relação a outras pessoas, por elas terem maus sentimentos em relação a nós, por confirmarem nossa opinião sobre elas, e assim por diante. Todos saem perdendo. Temos que ver muito claramente o mal que isso está causando. A doença geralmente vem quando nos sentimos maltratados ou enganados. Com força mental podemos recuperar a paz e ter sentimentos positivos, até por aqueles que não se sentem bem em relação a nós.

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ESPAÇO OM *

Como o poder da positividade ajuda os outros? Os pensamentos e sentimentos positivos fluem entre as pessoas, como a corrente elétrica. Eles se manifestam com as qualidades da compaixão e do entendimento. Quando uma pessoa doente é presenteada com essa energia positiva, ela sente uma calma interior que torna mais fácil para ela se recuperar.

Há uma boa razão para se preocupar com o mundo? É verdade que há muito sofrimento, mas se focamos no negativo isso drena a força que nos ajuda. A bondade e a verdade também estão a serviço do nosso mundo, tanto quanto as forças mais obscuras. Quando eu aciono a percepção das qualidades positivas comuns à humanidade, como trazer luz às trevas, o passado para de me assombrar — e eu paro de me preocupar com o futuro. Vejo mais claramente o que tenho que fazer agora para conquistar felicidade e saúde duradouras. 48


De onde vem o amor? O amor é intrínseco à natureza humana. Mas quando perdemos de vista o fato de que somos amor por dentro, corremos atrás dele fora de nós mesmos. Quando largamos os desejos egoístas, nos tornamos livres de preocupações e sentimentos rancorosos — e nossas vidas se tornam plenas de amor. Isso é muito curativo.

Por que eu deveria sentir amor quando as pessoas não me amam? Porque o amor cura e traz felicidade. Quando sinto amor em relação aos outros há um benefício ao redor. Ser amoroso é um modo natural de viver. Se esforço-me para tornar-me mais amoroso, a minha própria felicidade aumenta imediatamente; e logo as atitudes dos outros também se tornarão mais suaves. Muitas pessoas estão carregadas com negatividade como resultado da falta de amor. Isso aparece nos pensamentos críticos e sentimentos negativos cíclicos, às vezes, em relação à própria pessoa e, às vezes, culpando os outros. Tais pensamentos e sentimentos drenam energia e esgotam o bem estar de todos. Se reconheço isso e torno-me determinado em permanecer positivo, posso terminar os ciclos negativos e colocar em ação o poder do amor. Então, há benefício em todas as minhas interações. Dessa maneira, cada um pode contribuir para um mundo melhor. edição 06 / ano 02

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OM ATITUDE * por Alex Santos

DEPOIMENTO

A doença do século XXI atende pelo nome de “depressão”. Essa epidemia, que faz par com o transtorno da ansiedade e a Síndrome de Burnout, aprisiona mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, matando mais de 800 mil pessoas por ano. É muita gente, concorda? 50


Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde apontam que a cada 90 minutos uma pessoa se mata no mundo: no Brasil, são 30 suicídios por dia; e na Bahia, uma pessoa por dia desiste de viver. O problema é muito complexo e multifacetado, e pode ter como causa inúmeros estressores psicossociais, também potencializados pelo uso de álcool e drogas. Questão grave de saúde pública, o suicídio tem na depressão a sua maior causa, mas pode ser identificado em pessoas com longa exposição ao estresse, ansiedade, fadiga, sintomas físicos e causas ligadas à carreira profissional. Em 2016, 10.575 pessoas tiraram suas próprias vidas, enquanto que em 2017 esse número saltou 7,5%, totalizando 11.433 pessoas. De 2007 a 2016, foram 106 mil mortes. É um mar de gente. E eu poderia ser mais um nessa triste estatística. edição 06 / ano 02

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OM ATITUDE * por Alex Santos

Estudos revelam que apenas 20 minutos de conversa com um potencial suicida pode reduzir os casos em até 90%. De fato, a depressão é um assunto tabu que, por preconceito, não recebe a devida atenção, tanto de familiares quanto do poder público. Pessoas em depressão são tidas como “fracas”. Sabedoras disso, elas não conversam, não falam. E nisso está a constatação de muitas mortes que acontecem sem que o doente “entregue os sinais” que premeditam seu derradeiro ato. E, ao passo que escrevo estas linhas, crio coragem para relatar publicamente o que experimentei entre dezembro de 2015 e novembro de 2017: o grande deserto que atravessei e que considero como “os piores anos de minha vida”. Foram mais de 3 anos enfrentando sozinho, com a ajuda apenas de minha esposa (e sem ninguém saber), uma 52


“Estudos revelam que apenas 20 minutos de conversa com um potencial suicida pode reduzir os casos em até 90%”

doença que acomete 6% da população brasileira; 12 milhões de pessoas, sabia? A depressão que se instalou em mim passou por todos as etapas da Burnout. Interessante é que essa síndrome é supersilenciosa, sorrateira, e você somente a percebe no seu penúltimo estágio: a tristeza profunda. Ia dormir pedindo para não acordar. Sentia desesperança, exaustão, vida sem sentido, vazio interior e sentimento de que tudo é complicado, difícil e extenuante. E tudo estava relacionado à maior crise econômicofinanceira enfrentada pelo nosso país. Empresário do setor de serviços educacionais, saí de uma folha de pagamento onde tínhamos 80 funcionários para apenas 15. Falimos! Acumulamos mais de R$1 milhão em dívidas que ainda estão por aí — e aquilo tudo foi demais para mim. edição 06 / ano 02

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OM ATITUDE * por Alex Santos

O fim do mundo veio quando tive que tirar meus filhos da melhor escola da Bahia. O meu sonho para eles. Ali o meu abismo se abriu. Chorava constantemente pela casa; um choro incontrolável, lancinante, que me dominava, desesperado, inexplicável. Não conseguia parar. Eu só queria morrer... Sentia tonturas constantes, tremores, falta de ar, insônia, problemas digestivos e muita ansiedade. Brigas constantes com a minha esposa, violência e maus tratos aos filhos. Impaciência e nervosismo eram as evidências de comportamento mais presentes. Alguns desses sintomas somatizados ainda estavam presentes até o primeiro semestre de 2018, e outro, o remanescente, ainda venho carregando até agora. Ainda estou me libertando... Porém, o que mais me aterrorizava era a vontade de me matar. Dormia pedindo a Deus para mor54

“Encontrei na meditação Raja Yoga a estratégia para conquistar três benefícios imediatos: estabilização mental, equilíbrio interno e paz interior”


rer, para não acordar. Planos de me jogar pela janela de meu apartamento se tornaram constantes. Eram os meus sinais... e é assim que começa. Ganhei uma arritmia cardíaca que fazia o meu coração “vacilar” 15 mil vezes por dia. A crise financeira na minha família se aprofundou e eu não tinha recursos para buscar psicólogos. Em 2016, em vias de me jogar pela janela de meu apartamento, desesperado em busca de uma solução imediata para os meu problemas profissionais, conheci “por acaso” a Meditação Raja Yoga, oferecida pela Escola Brahma Kumaris. Resolvi me aprofundar nesse conhecimento milenar. Para mim, não havia saída. A Filosofia Raja Yoga tem mais de 5 mil anos e é a linha mais antiga do Yoga, pois trabalha com autoconhecimento e autoliderança. Deus, por meio dessa jornada, salvou a minha vida.

O senso comum pensa que meditação é esvaziar a mente; nada mais equivocado. Meditar é curar-se — e no Raja Yoga é olhar para Deus 24 horas por dia. Raja Yoga não é religião, é conexão com Deus. A filosofia Raja Yoga, por meio de sua ferramenta principal que é a meditação, me ensinou a dar um passo para trás para ver a vida como um observador desapegado, cultivador do silêncio nas palavras, pensamentos e ações. Além disso, a prática do silêncio me ajuda a cancelar padrões mentais negativos e a conhecer a paz profunda da alma, tranquilizando minhas reações para que, assim, possa dar muitos passos à frente. O Raja Yoga propicia o fortalecimento do ser para que seja possível enfrentar os desafios da vida de forma equilibrada. Encontrei na meditação Raja Yoga a estratégia para conquistar três benefícios imediatos: estabiedição 06 / ano 02

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OM ATITUDE * por Alex Santos

lização mental, equilíbrio interno e paz interior. Hoje compreendo que a vida pode e deve ser organizada com base em 4 pilares básicos: bem estar pessoal, carreira profissional, vida social e qualidade de vida. Porém, quando você entrega energia e foco a apenas uma dessas áreas, todas as outras estolam, como um avião em queda livre. E geralmente a área que mais focamos e que encaramos como principal toma mais de 30% de toda a nossa existência material. Refiro-me à carreira profissional. Para facilitar, veja a vida como se fosse feita de 4 asas, podendo voar com no mínimo duas, em casos extremos. No meu caso, perdi as três principais (qualidade de vida, bem estar pessoal e vida social) e, em específico, o setor da vida espiritual, que hoje considero o pilar central da minha casa e o mais importante de todos. 56

Ao passo que estudava na Brahma Kumaris, ia me fortalecendo, organizando os fragmentos de minha vida, juntando os cacos, como se diz. E fui avançando. Então, passei a compreender o sentido da palavra meditar, cuja raiz (do latim medire) significa cura. Meditar é usar o silêncio para mergulhar em si mesmo, observando-se e curando-se por meio da aquisição do poder de Deus. Também pode ser entendido como o processo de autoconhecimento, autoapreciação, diálogo consigo mesmo, substituindo tudo o que é negativo pela reativação das qualidades inatas da alma: paz, amor, felicidade, poder, equilíbrio e pureza. A minha principal estratégia para começar a praticar a meditação Raja Yoga foi criar tempo. Eu venci a depressão criando tempo para mim mesmo e para Deus, dando atenção à coluna principal da casa: a vida espiritual. Se essa


área pegar fogo, a sua vida pode entrar em colapso total. Acredite! Aconteceu comigo e hoje a história é bem diferente. Sinto-me muito mais preparado para encarar os próximos desafios. Tenho certeza que se houvesse em mim esse preparo que tenho hoje, teria sido mais resiliente frente ao furacão que sacudiu a minha história. Ah! sobre a minha arritmia: cessou completamente. Não tomei remédios, não fiz nada, e tenho todos os laudos médicos do antes e do depois que podem comprovar. A cardiologista que me atendeu afirmou que a prática da meditação é um caminho “alternativo” e muito válido para o controle do estresse. E então, o que está esperando? Crie tempo agora mesmo e priorize essa área da vida como a primeira demanda a ser bem administrada. Cuide de si mesmo e da sua relação com Deus e você se tornará inabalável. Om shanti! *

Alex Santos, 44 anos, esposo de Rosa, pai de Açucena, Ricco e Lisa (pet), de formação cristã evangélica, voluntário, músico, empreendedor e professor universitário.

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OM DROPS DE SABEDORIA * por Ken O’Donnell

Vídeos retirados do canal no Youtube “Viver e meditar” de Ken O’Donnell

LIDANDO COM O CAOS 58 58


Vídeo 1 Conviver com o mundo maluco

Vídeo 2 Lidando com o caos

Vídeo 3 Lidando com conflitos

Vídeo 4 Eu sou um ser de paz

Vídeo 5 Autocontrole

Vídeo 6 Sucessso real

VÍDEOS Clique nos ícones acima para ver os vídeos do canal “Viver e meditar” de Ken O’Donnell

Ken O’Donnell é praticante e professor de meditação há 43 anos. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É Coordenador para a América do Sul da Brahma Kumaris.

ONDE ENCONTRAR www.youtube.com/viveremeditar www.facebook.com/viveremeditar

edição edição 06 06 // ano ano 02 02

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OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixão

Nutrição que alegra Alecrim alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado Foi meu amor que me disse assim que a flor do campo era é o alecrim Se cantar espanta os males, nutrir-se de alguns alimentos como o rosmarinus, “orvalho do mar”, pode nos causar muita alegria. Isso porque ele melhora a produção de serotonina, neurotransmissor que estimula a conexão entre os neurônios e gera bem-estar. A dica aqui é ter um pezinho dele na cozinha. É de fácil cultivo, decora e tem um perfume encantador. 60

Porém, o alecrim não está sozinho nessa lista; existe um grande número de alimentos que geram sorrisos largos. A castanha, amendoim, ervilha, abacate, couve-flor, banana, grão-de-bico, aveia e chocolate amargo são alguns deles. Não há dificuldade em colocá-los na dieta. Eles são fáceis de encontrar e deliciosos.


Mas... como alimentar a alma? É tão simples quanto alimentar o corpo? A felicidade é a maior nutrição. E conseguimos experimentá-la de forma verdadeira quando silenciamos e ouvimos a voz interior que nos revela quem somos. É simples e só depende de nós. Que tal preparar e tomar um chá nessa consciência? Ferva 2 xícaras de água e adicione 01 ramo de alecrim. Desligue e abafe por alguns minutos. Acrescente 01 limão e adoce a gosto. Pronto. Beba quente ou frio e seja feliz. Para acompanhar segue a receita de um delicioso biscoito. *

Quando a alma se alegra o corpo cura

BISCOITO CROCANTE

Ingredientes 02 colheres de sopa de farinha de linhaça 1/4 de xícara de água 01 colher de chá de essência de baunilha 3/4 de farinha de amendoim 1/2 xícara de farinha de arroz 1/2 xícara de açúcar mascavo 01 pitada de sal 1/2 colher de chá de canela em pó

Modo de preparo Misture os três primeiros ingredientes e deixe a linhaça hidratar por 15 minutos. Reserve. Em uma vasilha misture os demais ingredientes e acrescente a linhaça hidratada, que já deve estar em estado gelatinoso. Amasse bem com as mãos. Em seguida, com as mãos untadas com um pouco de óleo, faça disquinhos com mais ou menos 8cm de diâmetro e 0,4cm de espessura (isso equivale a uma colher de sopa de massa). Coloque-os em uma assadeira untada com óleo e leve para assar em forno pré-aquecido a 200 por uns 10 minutos.

Ana Paula Paixão é designer, coordenadora do grupo jovem da BK no Nordeste, professora de meditação Raja Yoga e encantada com a natureza.

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MEDITAÇÕES OM LINE * por luciana ferraz

ALÉM DAS INFLUÊNCIAS Sentado de forma confortável e estável, suavemente, volto minha atenção para o meu interior. Meditação retirada do CD “Viagem Interior”, de Luciana Ferraz, da Editora Brahma Kumaris Clique no ícone acima para fazer o download da meditação completa

Como uma pedra atirada em um lago de águas tranquilas, meus pensamentos positivos produzem pequenas ondas na superfície da minha mente, ondas que vão se ampliando, atingindo meus sentimentos... minha maneira de ver o mundo, de me relacionar com as pessoas. Meus pensamentos positivos vão influenciando toda a minha existência... trazendo benefício para os que estão em meu convívio e para o ambiente do meu lar e trabalho.

Luciana Ferraz é socióloga, coordenadora da Brahma Kumaris no Brasil, tem mais de 40 anos de prática de meditação Raja Yoga, ministra palestras em muitos países e é membro do comitê internacional de Meio Ambiente da BK.

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Conscientemente deixo que tudo seja inundado por estas ondas de paz e serenidade que flutuam na minha mente. Uma sensação de refrescamento e renovação invade meu ser... a possibilidade de uma nova atmosfera na rotina do lar e nas responsabilidades, com mais equilíbrio... preenchida de leveza...


Clique na imagem na tela do tablet para ver o vídeo de apresentação da Editora Brahma Kumaris

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OM line é uma revista digital para quem almeja restaurar o equilíbrio interno.

Uma publicação da Brahma Kumaris Brasil brahmakumaris.org.br/revista 64


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