Música “I Hope”, BK David Kylowsk com ajuda de IA. Clique no ícone acima para ver o vídeo.
* CARTA AO LEITOR *
Saudações de Paz!
Você se sente desanimado e sem energia? Fica perdido em meio a tantas tecnologias? Tem vontade de começar novas atividades e fica sempre procrastinando, rolando o feed, vendo coisas desconexas nas redes sociais?
Se você deseja restaurar o ânimo e experimentar entusiasmo e equilíbrio na vida conecte-se com a sua natureza divina. Ative a própria energia vital e reconexão com a sua inteligência natural. Sim, há cada vez mais influência da inteligência artificial nas diversas esferas do mundo contemporâneo e, muitas vezes, chegamos a pensar que a IA é mais eficiente. Mas, lembre-se, ela foi criada pela inteligência natural. Então, definitivamente use a IA, mas com moderação, para que você não torne a própria inteligência, a natural, obsoleta. Reflexões sobre IA x IN é o que você encontrará nesta edição da revista Om Line. Aproveite!
Goreth Dunningham e equipe Om Line
*Esta imagem foi criada com ajuda de IA
34. MATÉRIA DE CAPA
A máquina pensa, a alma sente: inteligência natural X inteligência artificial Erica Berto
10. OM PRIMEIRA PALAVRA
Inteligência artificial (IA) está longe de ser natural
Ken O’Donnell
14.
OM VIRTUDES
É possível equacionar a inteligência artificial e a natural em uma sociedade digital?
Paulo Sergio Barros
18.
OM TRANSFORMAÇÃO
A consciência como mediadora
Patrícia Cantalino
22. OM COM O MUNDO
O impacto dos padrões
Ramon Almeida
28.
OM ATITUDE
Inteligência artificial (IA): vilã ou aliada na revolução humana?
Tatiana Di Lucia
38.
OM INSPIRAÇÃO
Consciência e inteligência: autoconhecimento e a capacidade de solucionar problemas
Francis Coviello
42. OM PAPO DE MÃE
Mães X O mundo real e o mundo virtual Fabyola Ribeiro
46.
OM JOVEM
Posso ser o que eu quizer: com a tecnologia ou com a espiritualidade?
Augusto Zimbres
50. OM DICA DE LEITURA
Qual conhecimento é como um tesouro?
Katia Roel
52.
OM PENSAMENTOS
Inteligência natural versus inteligência artificial
Sandra Costa
56.
OM COMIDA PURA
Sabor e consciência: a inteligência que a IA não tem
Ana Paula Paixão
58. OM ÚLTIMA PALAVRA
Citações de Dadi Janki
Dadi Janki
BK SHIVANI NO BRASIL
Vídeos de BK Shivani, uma das mais influentes oradoras motivacionais da Índia, que estará no Brasil para palestras e encontros em maio de 2025. Clique no ícone acima para ver a lista com vários vídeos
Envie para nós os seus e-mails, dúvidas e sugestões, pelo Facebook e Instagram ou e-mail: revista.omline@br.brahmakumaris.org Facebook.com/omlinebrahmakumaris Instagram.com/omlinebrahmakumaris www.brahmakumaris.org.br/revista
EXPEDIENTE
Editora Goreth Dunningham
Design e diagramação
Felipe Arcoverde Revisão
Josélia Ribeiro
Site Ricardo Skaf
Mídias sociais Naiara Rios
Ilustrações: Freepik.com
* OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) ESTÁ LONGE DE SER NATURAL
Recentemente, em uma reunião com os líderes da Brahma Kumaris, alguém mostrou um vídeo do fundador, Prajapita Brahma, falando e interagindo com outros. Todos ficaram surpresos, pois não existem filmes dele. O vídeo foi criado usando IA para manipular suas fotos. Pessoas que o conheciam disseram que os trejeitos não pareciam naturais, apesar do esforço da IA. No entanto, o uso de IA em vários aspectos de nossa vida está aumentando e continuará a crescer. Melhorias no poder de computação,
armazenamento de dados e algoritmos possibilitaram isso. Esses avanços permitem que a IA processe grandes quantidades de dados de forma rápida e precisa, levando a aplicativos mais inteligentes.
Com mais dispositivos digitais e uso da internet, houve um aumento de dados. A IA prospera com dados, e essa abundância impulsionou o crescimento de técnicas de aprendizado de máquina e aprendizado profundo. Recentemente, vi um aplicativo que oferece aulas de inglês. Ele corrige os erros de gramática e pronúncia dos usuários em tempo real. Essa capacidade sugere que os professores humanos possam se concentrar mais nos aspectos sutis do ensino de idiomas no futuro. Avanços semelhantes estão ocorrendo em outras áreas de aprendizado online.
À medida que a vida se torna mais desafiadora, há uma necessidade crescente de automatizar tarefas repetitivas, liberando humanos para trabalhos mais complexos e criativos. Como consultor, vi empresas usarem IA para ganhar vantagem competitiva, melhorando a produtividade e a análise de mercado. Durante uma sessão de planejamento estratégico, no mês
* OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell
passado, usei IA para resumir o processo, economizando horas de trabalho. Isso me ajudou a entender melhor o material e a concluir duas semanas de trabalho em meio dia.
Como todas as tecnologias, a IA tem lados positivos e negativos. Pode ser usada para aprimorar nossas melhores qualidades ou nossos piores defeitos. Por exemplo, a tecnologia GPS, agora comum em smartphones e carros, foi originalmente desenvolvida pelo exército para navegação e bombardeio de precisão. A mesma tecnologia pode beneficiar ou prejudicar a humanidade.
À medida que a IA se integra mais à sociedade, há um foco crescente em diretrizes éticas e regulamentações para garantir seu uso responsável. Isso inclui abordar questões como privacidade, viés e transparência.
Apesar da utilidade da IA, ainda não é natural, como vimos no vídeo gerado por IA de Prajapita Brahma. A inteligência artificial, criada por humanos por meio de algoritmos e computação, não é viva. A inteligência natural, encontrada em organismos vivos, especialmente humanos, é diferente. A IA aprende e melhora por meio de dados e algoritmos, muitas vezes
precisando de entrada contínua. A inteligência natural aprende com experiências, educação e interações sociais, adaptando-se intuitivamente a vários ambientes. É capaz de gerar ações que são corretas, mas não necessariamente lógicas. A IA processa informações com base em lógica e dados, mas carece de verdadeiras emoções e experiências subjetivas. A inteligência natural envolve processos de pensamento complexos, emoções, autoconsciência e consciência, influenciando a tomada de decisões e a criatividade.
Essas diferenças mostram como a IA e a inteligência natural operam de maneiras fundamentalmente distintas. Atualmente, a IA está longe de ser natural.
Ken O’Donnell é praticante de meditação Raja Yoga desde 1975. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É o atual coordenador da Brahma Kumaris para a América do Sul
* OM VIRTUDES * por Paulo Sergio
Barros
É possível equacionar a inteligência artificial e a natural em uma sociedade digital?
O CÉREBRO ELETRÔNICO FAZ TUDO
FAZ QUASE TUDO [...]
MANDA E DESMANDA [...]
SÓ EU POSSO PENSAR SE DEUS EXISTE [...]
SÓ EU POSSO CHORAR
QUANDO ESTOU TRISTE [...]
QUE CÉREBRO ELETRÔNICO NENHUM ME DÁ SOCORRO
COM SEUS BOTÕES DE FERRO E SEUS
OLHOS DE VIDRO
[GILBERTO GIL]
A inteligência artificial (IA) tem se popularizado rapidamente e transformado diversas áreas da sociedade. Em cada indivíduo, ela tem causado impactos, encantamentos, oportunidades, dependências etc. Contudo, quais os efeitos implícitos e explícitos em nossa vida? São muitos e estão no aprendizado, nas relações, nas emoções, na espiritualidade e muito mais. Ninguém está imune (conectados e desconectados) aos efeitos positivos e negativos
dessa tecnologia. Em um mundo digital, nosso cérebro, sentimentos, emoções e atitudes parecem viver em conexão constante aos dispositivos eletrônicos, criando dependência excessiva. O medo de se desconectar gerou a nomofobia, uma síndrome que provoca estafa, depressão, tristeza, falta de sono, dificuldade de se relacionar, dentre outras.
Quais são os benefícios e os riscos da IA? Especialistas alertam que a IA contribui intensamente para a pesquisa e aquisição do conhecimento, dinamicidade, criatividade, variedade e rapidez da informação e da comunicação, tomada de decisões, criação de conteúdo, compreensão de dados
* OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros
* etc. Entretanto, há os riscos: plágio, desinformação e notícias falsas, manipulação da informação, dependência excessiva, disseminação de preconceitos e discriminações, aprendizagem mecânica e sem reflexão, violação de privacidade, dentre outros. Como equacionar os prós e os contras? Aqui entra a nossa inteligência natural (IN). Se a IA “é a tecnologia empregada para fazer máquinas se comportarem como humanos”, a IN é a expressão do humano sendo essencialmente humano. Noutros termos, praticarmos as virtudes e os valores éticos e espirituais que vão direcionar nossa vida, inclusive o uso da IA, para o benefício próprio, do outro e do mundo. Praticar a cooperação, a paz, a justiça, o respeito, a empatia e compreensão, naquilo que fazemos, inclusive enquanto usamos a parafernália tecnológica ao nosso dispor, é uma forma de usarmos a nossa inteligência natural (espiritual).
“...Se a IA ‘é a tecnologia empregada para fazer máquinas se comportarem como humanos’, a IN é a expressão do humano sendo essencialmente humano. Noutros termos, praticarmos as virtudes e os valores éticos e espirituais que vão direcionar nossa vida, inclusive o uso da IA, para o benefício próprio, do outro e do mundo...”
EM TEMPOS DE IA, NÓS, CONECTADOS AO MUNDO DIGITAL, PRECISAMOS:
1. Estar atentos à verdade, ao respeito e ao compromisso de não acessar e divulgar informações falsas, conteúdos enganosos, obtidos e manipulados por meio da IA.
2. Ser éticos e responsáveis com a privacidade dos outros, evitando exposições, difamações e fofocas.
3. Ser honestos e respeitosos ao evitar apropriação indevida da criação de cientistas, artistas etc.
4. Criar redes colaborativas para formar indivíduos éticos, responsáveis, empáticos e solidários, a fim de utilizar o conhecimento em prol do bem-estar social.
5. Questionar sempre se o uso que fazemos das tecnologias digitais é benéfico a nós, aos outros e ao mundo.
6. Disseminar atividades fundamentadas em princípios espirituais que fomentem inclusão da alteridade, respeito à natureza e oposição a qualquer forma de violência.
Paulo Barros é educador, escritor e professor da Brahma
Kumaris em Fortaleza-CE
* OM TRANSFORMAÇÃO * por Patrícia Cantalino
A consciência como mediadora
É tão bom termos a comprovação sobre o que a mente humana é capaz de fazer, alcançar e ser.
Quantas inovações e soluções! A inteligência artificial (IA) é uma delas, inclusive. A criação que não para de crescer!
A discussão sobre IA versus IN (inteligência natural) tem ganhado destaque nos últimos anos. No entanto, essas duas formas de inteligência possuem diferenças fundamentais em sua natureza, funcionamento e aplicação: IA já supera os humanos em áreas como cálculos matemáticos, alguns diagnósticos médicos e reconhecimento de imagens, mas aspectos
como a empatia, o julgamento moral e a intuição continuam sendo exclusividades da IN. Bom, olhando de fora, é fácil perceber: uma complementa a outra, num crescente de benefícios para a humanidade, mas... continuarão sendo só benefícios? E quando os usuários (e ou desenvolvedores) da IA estão desconectados (com a permissão do trocadilho) de si? E quando há ganância por mais e mais? E quando a empatia é fraca? E quando a necessidade de poder beira o ilimitado? Pois é, embora a IN exista, ela está desnutrida, carente de força espiritual, de mais beleza interna. À natureza
* OM TRANSFORMAÇÃO * por Patrícia Cantalino
“Bom, olhando de fora, é fácil perceber: uma complementa a outra, num crescente de benefícios para a humanidade, mas... continuarão sendo só benefícios? E quando os usuários (e ou desenvolvedores) da IA estão desconectados (com a permissão do trocadilho) de si? E quando há ganância por mais e mais? E quando a empatia é fraca? E quando a necessidade de poder beira o ilimitado?”
humana falta mais amor, humildade e altruísmo (claro, falta um bocadinho de muitas coisas mais). Sem a sensibilidade das virtudes, sem a força do discernimento, sem uma consciência mais profunda do Eu – ser espiritual, eterno e de luz –, mediando os campos IA e IN, sem a nutrição desses saberes assimilados, a IN perderá rapidamente o propósito da IA: facilitar a vida... Se chegarmos a esse ponto, nem precisamos ir muito longe e dar asas à ideia de um futuro
em que a humanidade estará comandada por robôs... Se nos perdemos de nós, a ponto de perder o propósito da IA, qual pior derrota?
Mas, se mantivermos foco numa nutrição espiritual, fortalecendo nossa IN, poderemos apostar num equilíbrio entre todo o potencial da IA e as características especiais da IN, com (arrisco dizer) a garantia de um desenvolvimento ético e benéfico para todos. E lembrando... claro, esse foco é válido para cada um de nós – não apenas profissionais de TI e afins, pois, acessando Jung... existe um “inconsciente coletivo”, então, quando fortaleço minha consciência, estou somando à massa crítica para uma IN mais consciente também. De acordo?
Patrícia Cantalino é professora de meditação na Brahma Kumaris desde 1998. Atua como assistente da coordenação da BK na região Nordeste
O impacto dos padrões
Ao unir os termos “entre” e “escolha” ( inter e legere, em latim), a palavra inteligência (intelligere) indica a capacidade humana de navegar entre possibilidades e exercer a faculdade de conhecer, compreender, pensar e decidir. Ao expressar o que decidiu, na dualidade do mundo onde vive, o indivíduo armazena experiências que considera certas ou erradas, adequadas ou inadequadas, renováveis ou evitáveis e alimenta a memória com vivências que influenciam e são influenciadas por conceitos, interpretações e emoções, para construir uma individualidade, traços de personalidade e padrões de pensamentos.
“No âmbito coletivo, os constrangimentos, indignações e conflitos se potencializam na medida em que cada indivíduo dá primazia aos próprios modelos mentais, tentando manter o senso de controle e de razão para se sentir confortável na armadilha da falsa realidade imposta pelos condicionamentos mentais”
A PERSONALIDADE
A formação da personalidade é legítima e, conforme a situação, o conhecimento cognitivo pode ser bem aplicado no cotidiano, porém essa legitimidade se enfraquece quando o indivíduo passa a se identificar com seus padrões de personalidade - como os interpreta -, a ponto de considerá-los a verdade absoluta e não um conjunto de verdades relativas sedimentadas na mente humana.
No âmbito coletivo, os constrangimentos, indignações e conflitos se potencializam na medida em que cada indivíduo dá primazia aos
próprios modelos mentais, tentando manter o senso de controle e de razão para se sentir confortável na armadilha da falsa realidade imposta pelos condicionamentos mentais.
Muitos desconhecem e ou não aceitam uma forma natural de pensar, com altivez e bem-estar e preservam as percepções meramente sensoriais e materiais da consciência do corpo.
OS PADRÕES
O vultuoso conjunto de informações do subconsciente instaura notável congregação de expectativas e desejos singulares ou insaciáveis
“...É imprescindível, portanto, manter o discernimento necessário à conclusão do processo de pensar para garantir atitudes virtuosas, no comportamento introspectivo e na postura do observador amorosamente desapegado até mesmo das próprias convicções”
que interessa a quem os sustenta, pois tudo ali lhe parece familiar. Tais traços de personalidade enaltecem o “eu menor” (ego), que passa a dominar sua vida, provocando um falso contentamento pautado na repetição de hábitos.
Estes padrões não constituem a real natureza do indivíduo, mas retroalimentam dados que reforçam as convicções pessoais e citações alheias, nutrindo ilusões e vícios, na rede de conexões neurais formada pelos 86 bilhões de neurônios do cérebro humano. É imprescindível, portanto, manter o discernimento necessário à conclusão do processo de pensar para garantir atitudes virtuosas, no comportamento introspectivo e na postura do observador amorosamente desapegado até mesmo das próprias convicções.
A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA)
Na mesma linha de raciocínio acima descrita, a sugestão de conteúdos (adequados ou não), via IA, pode ser acelerada a partir de referências
(padrões) disponíveis na rede mundial de computadores (internet ou web), que conta com grande volume de informações, extraordinária infraestrutura de conexões físicas e notável velocidade de processamento de dados, o que permite, por meio de dispositivos e softwares, identificar paradigmas de hábitos e usos para apoiar ou induzir decisões e propor tarefas.
Isso já ocorre na montagem de textos, reconhecimento facial, assistentes de voz e nos algoritmos de redes sociais que sugerem conteúdos parecidos com aquele observado pelo usuário, preservando costumes por simples emulação. Cabe ser vigilante para evitar um confinamento ainda mais rápido aos gabaritos que preservam desejos, apegos e ilusões. E colher, de forma ética e no plano não conclusivo, as respostas das facilidades automatizadas, pois carecem de avaliação e confirmação, para não replicar ideias corriqueiras, estipuladas ou falsas.
A INTELIGÊNCIA NATURAL (IN)
Muito além de artifícios, a natural apreciação do
* OM COM O MUNDO * por Ramon Almeida
silêncio sustenta um melhor padrão de comportamento, revelando a sublime natureza interior, conectada ao Divino, para reencontro com a mente original que rege a expressão dos valores humanos essenciais. A ação (karma, em hindi) será orientada pela retidão de conduta e princípios elevados que sustentam o Bem e a Verdade (Dhri, em hindi).
E a caminhada testemunhará o desapego aos condicionamentos mentais arraigados na prática regular da meditação como base para requalificar a insciente mente elaborada, com atenção consistente ao milenar conhecimento do Raja Yoga e perseverante Lembrança de Deus (Manmanabhav, em hindi), sempre presentes no equilíbrio da Consciência de Alma. Om shanti.
*
Ramon Almeida é engenheiro e voluntário do Centro Raja Yoga
Brahma Kumaris
* OM ATITUDE * por Tatiana Di Lucia
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA): VILÃ OU ALIADA NA REVOLUÇÃO HUMANA?
Estamos diante de uma revolução sem precedentes: a inteligência artificial (IA) está moldando a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos. De algoritmos que recomendam o que assistir em plataformas de streaming a avanços médicos que detectam doenças em estágios iniciais, a IA já impacta profundamente nossa sociedade. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)1, mais de 50% das tarefas profis-
sionais podem ser automatizadas nos próximos anos, transformando setores inteiros. Mas será que essa transformação é uma aliada para a evolução humana ou uma ameaça a nossa autonomia e ética? Ao mesmo tempo que promete resolver problemas globais, a IA também levanta questões preocupantes sobre empregos, privacidade e preconceitos. Assim, o futuro da IA depende menos da tecnologia em si e mais de como escolhemos utilizá-la.
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA IA
A trajetória da inteligência artificial (IA) remonta à década de 1950, quando o matemático britânico Alan Turing propôs o “Teste de Turing” para avaliar a capacidade de uma máquina em exibir comportamento inteligente equivalente ao humano2. Em 1956, durante a conferência de Dartmouth, o termo “inteligência artificial” foi cunhado, marcando o início formal desse campo de estudo2. Desde então, a IA tem evoluído significativamente, passando por fases de otimismo e desafios, como os “invernos da IA”, períodos de redução no financiamento e interesse devido a expectativas não atendidas3. Atualmente, tecnologias avançadas como o GPT (Generative Pre-trained Transformer) exemplificam os progressos em aprendizado de máquina, permitindo a geração de textos com alta coerência e relevância. No entanto, essa evolução também levanta preocupações éti-
“...essa evolução também levanta preocupações éticas, incluindo a potencial concentração de poder em grandes corporações e governos, o que poderia exacerbar desigualdades e limitar a diversidade de aplicações da IA”
*
OM ATITUDE * por Tatiana Di Lucia
cas, incluindo a potencial concentração de poder em grandes corporações e governos, o que poderia exacerbar desigualdades e limitar a diversidade de aplicações da IA4
VANTAGENS DA IA
A inteligência artificial (IA) oferece benefícios significativos, incluindo a automação de tarefas repetitivas e perigosas, o que aumenta a eficiência e reduz riscos ocupacionais. No campo médico, a IA aprimora diagnósticos e tratamentos, permitindo análises mais precisas e personalizadas. Empresas têm utilizado a IA para otimizar processos, resultando em maior produtividade e redução de custos. Além disso, a IA facilita o acesso a informações e serviços, promovendo a inclusão digital. Por exemplo, a combinação de machine learning (aprendizado de máquina) e IA permite que algoritmos tomem decisões mais rápidas e precisas,
superando limitações humanas como fadiga e erros5.
AMEAÇAS E RISCOS DA IA
A inteligência artificial (IA) apresenta riscos significativos que merecem atenção. A automação pode levar à substituição de empregos humanos, exacerbando desigualdades econômicas e sociais. Além disso, a IA pode ser utilizada para manipulação de informações, como na disseminação de fake news (notícias falsas) e criação de deepfakes (falsos vídeos, fotos e áudios), comprometendo a confiança pública. Questões éticas também emergem, incluindo preconceitos embutidos nos algoritmos e falta de transparência nos processos decisórios das máquinas. Para mitigar esses riscos, é essencial desenvolver algoritmos que considerem aspectos éticos, sociais e legais, promovendo um uso responsável da IA6.
“...Portanto, é fundamental que os desenvolvedores adotem uma abordagem ética e transparente, garantindo que os sistemas de IA sejam justos, imparciais e compreensíveis. Por conseguinte, a tecnologia em si não é intrinsecamente boa ou má; seu impacto depende de como é projetada e aplicada...”
A DUALIDADE DA IA: O PAPEL HUMANO NA DECISÃO
Ao contrário do que se poderia pensar, mesmo tendo sido treinada com informações baseadas na conduta humana, a inteligência artificial (IA) não possui emoções ou comportamentos humanos, como vergonha ou necessidade de elogios; ela opera com base em algoritmos e padrões definidos7 No entanto, a forma como a IA é desenvolvida e utilizada reflete os valores humanos incorporados em sua programação. Portanto, é fundamental que os desenvolvedores adotem uma abordagem ética e transparente, garantindo que os sistemas de IA sejam justos, imparciais e compreensíveis8. Por conseguinte, a tecnologia em si não é intrinsecamente boa ou má; seu impacto depende de como é projetada e aplicada. Dessa forma, uma colaboração interdisciplinar entre engenheiros, cientistas so-
ciais, filósofos e pensadores de diversas linhas de conhecimento é essencial para alinhar o desenvolvimento da IA com os valores e necessidades da sociedade, promovendo um avanço tecnológico que respeite princípios éticos e beneficie a humanidade como um todo9.
CONCLUSÃO
* OM ATITUDE * por Tatiana Di Lucia *
A inteligência artificial não representa o fim da humanidade, mas o início de uma nova era que exige escolhas conscientes e responsáveis. Para que o futuro dessa história seja feliz, a humanidade precisa resgatar a si mesma, cultivando valores mais elevados como ética, empa-
NOTA DA AUTORA
tia, cooperação, senso de justiça e integridade. Além disso, a inclusão da espiritualidade na vida diária e o aprimoramento da consciência são essenciais para que a relação entre homem e máquina se torne uma força para o bem comum e a construção de um mundo melhor.
Se as máquinas estão sendo treinadas com os valores que refletimos, a grande pergunta é: estamos prontos para cultivar dentro de nós os valores que queremos ver refletidos no futuro? Afinal, o que estamos dispostos a mudar em nós para que as tecnologias que criamos não apenas transformem o mundo, mas também o elevem?
O presente artigo foi elaborado com auxílio de inteligência artificial nos seguintes quesitos: sugestão do roteiro do texto, pesquisas de referências, melhoria da escrita, correção de erros de linguagem e grafia. Esse trabalho levaria, pelo menos 40 horas para ser produzido, mas, com auxílio de IA, demorou cerca de 4 horas totais.
REFERÊNCIAS
[1] ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Robôs vão mudar ou eliminar 5 em cada 10 empregos, diz OCDE. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/ Tecnologia/noticia/2018/08/robos-vao-mudar-ou-eliminar-5-em-cada-10-empregos-diz-ocde.html?utm_ source=chatgpt.com>. Acesso em: 21 Jan. 2025.
[2] NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL. Quem inventou a inteligência artificial? Veja como nasceu uma das sensações da ciência. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2023/03/quem-inventou-a-inteligencia-artificial-veja-como-nasceu-uma-das-sensacoes-da-ciencia. Acesso em: 21 jan. 2025.
[3] WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. História da inteligência artificial. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_intelig%C3%AAncia_artificial. Acesso em: 21 jan. 2025.
[4] CADENA SER. ¿Puede suponer la IA un riesgo de concentración de poder o pérdida de puestos de trabajo?. Disponível em: https://cadenaser.com/ cmadrid/2025/01/21/puede-suponer-la-ia-un-riesgo-de-concentracion-de-poder-o-perdida-de-puestos-de-trabajo-ser-madrid-sur. Acesso em: 21 jan. 2025.
[5] DANS, Enrique. Trabajos automatizados para elevar la creatividad y la productividad. El País, 29 set. 2024. Disponível em: https://elpais.com/extra/grandes-empresas/2024-09-29/ trabajos-automatizados-para-elevar-la-creatividad-y-la-productividad.html. Acesso em: 21 jan. 2025.
[6] CARVALHO, André Carlos Ponce de Leon Ferreira de. Inteligência Artificial: riscos, benefícios e uso responsável. Estudos Avançados, v. 35, n. 101, p. 2534, 2021. Disponível em: https://www.revistas.usp. br/eav/article/view/185020. Acesso em: 21 jan. 2025.
[7] ALL ABOUT AI. Esclarecendo Mitos sobre IA: Separando Fato de Ficção na Era das Máquinas Inteligentes. Disponível em: https://www.allaboutai.com/pt-br/recursos/esclarecendo-mitos-sobre-ia/. Acesso em: 21 jan. 2025.
[8] MONTINI, Alessandra. Para onde caminha a ética na era da inteligência artificial?. FEBRABAN, 2024. Disponível em: https://febrabantech.febraban.org.br/especialista/ alessandra-montini/para-onde-caminha-a-etica-na-era-da-inteligencia-artificial. Acesso em: 21 jan. 2025.
[9] INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS DA USP. Como trabalhar a ética na Inteligência Artificial. Disponível em: https://www.iea.usp.br/noticias/ questoes-eticas-na-inteligencia-artificial-foram-debatida-por-pesquisadores. Acesso em: 21 jan. 2025.
Tatiana Di Lucia, psicóloga clínica (CRP 04/33.151), administradora de empresas. Atua como professora voluntária de Raja Yoga na Brahma Kumaris, palestrante e gestora de Automações e Inteligência Artificial
* MATÉRIA DE CAPA * por Erica Berto
A MÁQUINA PENSA, A ALMA SENTE
INTELIGÊNCIA NATURAL X INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Imagine uma máquina que responde suas perguntas em segundos, cria músicas, escreve textos e até faz diagnósticos médicos. Impressionante, não é? Mas, apesar de toda essa capacidade, algo essencial falta. Já percebeu que, por mais avançadas que as tecnologias sejam, elas não conseguem sentir alegria, amor ou compaixão? É essa habilidade de cultivar sentimentos e experiências que nos faz realmente humanos. Somos seres conscientes, dotados de qualidades inatas: paz, amor, pureza, verdade, equilíbrio, poder espiritual e sabedoria. Enquanto as máquinas evoluem em velocidade recorde, surge a reflexão: o que a inteligência artificial (IA) pode realmente substituir? E o que permanece exclusivamente humano?
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL VS. INTELIGÊNCIA NATURAL
A inteligência artificial é um conjunto de algoritmos que permite às máquinas aprenderem com dados, identificarem padrões e tomarem decisões baseadas em informações. Está presente em assistentes virtuais, recomendações de
* MATÉRIA DE CAPA * por Erica Berto
“Nossa inteligência vai além do racional. A capacidade de silenciar a mente, conectar-se consigo, conectar-se com a Fonte Divina, sentir o outro, perdoar e criar com o coração é algo que nenhuma máquina pode replicar”
filmes, aplicativos de transporte e muito mais. Contudo, a IA funciona como um espelho: reflete o que foi programada para reconhecer.
Por outro lado, a inteligência
natural é a nossa capacidade inata de introspecção, empatia, criatividade, discernimento, tomada de decisões e conexão com algo maior do que nós mesmos. É o que nos permite sentir o silêncio da alma, conectar com Deus, ouvir a intuição e agir baseados em valores internos profundos.
OS LIMITES DA MÁQUINA
Apesar de resolver problemas com-
plexos com eficiência, a IA carece de consciência e emoções verdadeiras. Ela não sente amor, medo ou alegria. E, o mais importante, não possui valores éticos intrínsecos. Suas ações são baseadas em códigos e dados, não em convicções morais. Isso nos lembra que, por mais avançada que seja a tecnologia, ela não pode substituir a experiência humana.
O VALOR DA INTELIGÊNCIA NATURAL
Nossa inteligência vai além do racional. A capacidade de silenciar a mente, conectar-se consigo, co-
nectar-se com a Fonte Divina, sentir o outro, perdoar e criar com o coração é algo que nenhuma máquina pode replicar. A intuição, por exemplo, é um guia silencioso que nos orienta mesmo sem dados concretos. É essa inteligência que nos conecta com a própria essência espiritual, a alma.
O EQUILÍBRIO POSSÍVEL
A inteligência artificial pode, sim, melhorar nossas vidas. Pode otimizar processos, resolver problemas complexos e nos dar mais tempo para o que realmente importa. Mas é a nossa inteligência natural e espiritual que deve guiá-la. A tecnologia é uma ferramenta, não um substituto para nossa humanidade.
REFLEXÃO FINAL
Em um mundo cada vez mais digital, o desafio é lembrar que somos mais do que mentes que pensam:
somos almas, seres conscientes, que possuem qualidades inatas e que têm a capacidade de se conectar com a Fonte Suprema. É esta consciência humana que está por trás da IA, discernindo e tomando decisões. Ao equilibrar o uso da tecnologia com a escuta do coração, encontramos um caminho para a harmonia, conectados tanto com o avanço externo quanto com a nossa essência interna. *
Erica Berto é Gerente de Dados e IA. Praticante de meditação Raja Yoga há 15 anos, atua como professora de meditação e equilíbrio de vida. Integra a equipe do aplicativo MeditaBK e a equipe de coordenação da Brahma Kumaris em São Paulo
* OM INSPIRAÇÃO * por Francis Coviello
CONSCIÊNCIA E INTELIGÊNCIA
AUTOCONHECIMENTO E A CAPACIDADE DE SOLUCIONAR PROBLEMAS
O objetivo deste artigo é promover uma avaliação e reflexão sincera, honesta e objetiva sobre onde e como devemos priorizar nossos esforços.
Levando em consideração a definição de “inteligência” na qual é descrita como a capacidade de entender e compreender algo, e logo a habilidade de resolução de problemas, seria a inteligência artificial o tipo mais apropriado para a solução dos problemas atuais que a humanidade vem enfrentando?
Recentemente, foi anunciado que os ponteiros do Relógio do Juízo Final nunca estiveram tão próximos à meia-noite. O termo “sem precedentes” está cada vez mais presente e é comum nos noticiários e relatos diários dos acontecimentos, sejam eles no âmbito econômico, político, social, ambiental, saúde e tantos outros. Por um lado, existe uma clara e urgente necessidade de mudança e soluções diante do cenário atual. Por outro lado, esforços intensos, investimentos e aprimoramento da ciência e tecnologia, com destaque para a inteligência artificial.
* OM INSPIRAÇÃO * por Francis Coviello
“Se existe no mundo a dualidade e um universo de possibilidades no qual a consciência e a realidade se interconectam, poderíamos então propor uma reflexão sobre a inteligência natural?”
Importante, sim, reconhecer os benefícios desta tecnologia que é capaz de reduzir o tempo do processamento analítico de dados, automatização de processos etc. Porém, há outros aspectos que necessitam da nossa atenção. Se existe no mundo a dualidade e um universo de possibilidades no qual a consciência e a realidade se interconectam, poderíamos então propor uma reflexão sobre a inteligência natural? Quais seriam as características deste tipo de inteligência? Com base em quais
dados ou informações ela seria alimentada?
Seria essa inteligência nossa capacidade inata e natural de viver com base em valores e sabedoria? Como acessá-la?
Muitas pessoas estão “despertando” para essa nova consciência. A sensação de que, ao longo da própria jornada, a essência e o propósito da vida foram perdendo-se. É neste momento que nasce a consciência espiritual, ou seja, a percepção que há algo mais sutil e profundo que rege o movimento da
vida aqui neste mundo. É por meio desta consciência que nasce o reconhecimento dos valores originais do ser, das virtudes divinas e uma nova relação consigo, com outros seres humanos e com a natureza. O modo de acessar e fortalecer essa estado de percepção é por meio da meditação, juntamente com o conhecimento espiritual. Manter-se desperto e com essa consciência o maior tempo possível por si só permitirá emergir a sua inteligência natural, proporcionando que suas escolhas e atitudes sejam mais assertivas, benéficas e transformadoras. *
Francis Coviello é aluno e professor da Brahma Kumaris em Serra Negra/SP. Atua profissionalmente como consultor de projetos nas áreas de sustentabilidade e energia solar
* OM PAPO DE MÃE * por Fabyola Ribeiro
Mães
X O mundo real e o mundo virtual
Criar e educar filho não é algo tão fácil, principalmente nesse mundo atual, onde a tecnologia se faz cada vez mais presente e os pais trabalham sempre mais e contam com menos redes de apoio. Durante a gestação, lemos e estudamos muito, e até idealizamos como será nossa criação... Pensamos: “Meu filho não comerá açúcar, será amamentado
exclusivamente até o sexto mês de vida, não assistirá a telas…”. Mas, aí, vem um choque de “realidade” e descobrimos que nada é “um conto de fadas”.
Que nossos pequenos não vêm com manual de instruções, isso é fato! Mas sabemos que crianças precisam de atenção, paciência, disciplina, tempo e pulso firme. Como contrapartida, as telas nos trazem mais praticidade no dia a dia e nos permitem realizações de tarefas diárias. E, aí, entramos num doloroso e culposo embate, pois temos noção do mal que isso faz para o desenvolvimento dos nossos filhos. Diante disso, precisamos entender e aceitar a importância de estabelecer limites, principalmente quanto ao uso das tecnologias.
Estudos mostram que as crianças que são muito expostas a telas começam a apresentar distúrbios sociais, expondo dificuldades de
interação; distúrbios comportamentais, manifestados como ansiedade, irritabilidade, depressão, transtorno do sono e alimentar; sedentarismo, podendo causar obesidade, além da limitação do conhecimento e da experiência de novas formas de aprender e se divertir.
* OM PAPO DE MÃE * por Fabyola Ribeiro
chamado de “memórias da infância”. Sentimos tanta saudades dessa época e, às vezes, sequer damos oportunidade a nossos filhos de criarem as deles. Pense nas lembranças que fazem de você a pessoa que é hoje, que te “A vida das crianças precisa ter um equilíbrio entre o uso da tecnologia e vivências reais, é necessário conhecer as atividades que promovem sua saúde física e mental, e que estimulam a criatividade e imaginação, fazendo fluir sua simplicidade e espontaneidade”
A vida das crianças precisa ter um equilíbrio entre o uso da tecnologia e vivências reais, é necessário conhecer as atividades que promovem sua saúde física e mental, e que estimulam a criatividade e imaginação, fazendo fluir sua simplicidade e espontaneidade.
Vocês lembram de algo especial da própria infância? Aquele almoço de domingo em família, férias com primos, travessuras que marcaram, “castigos” por algo que aprontaram, brincadeiras divertidas que proporcionaram muitos risos… Enfim, isso é
ajudam a fundamentar relacionamentos com Deus, com outras pessoas e que te auxiliam a fazer escolhas inteligentes.
A forma como lidamos com a tecnologia reflete no comportamento dos nossos filhos. Ou seja, se temos pais conectados, teremos filhos conectados! Precisamos oferecer-lhes referências e vivências reais, ensinando o que é útil e o que é ruim, cultivando relações afetivas para um desenvolvimento humano saudável.
Resumindo, educar é dar oportunidades aos nossos filhos.
Acolher, orientar, respeitar... Enfim, enxergá-los como pessoas que terão problemas, dificuldades, mas também alegrias. E, acima de tudo, condições para viver e conduzir a própria vida quando sairmos de cena, já que não estaremos sempre ao lado deles.
Fabyola Ribeiro é enfermeira, praticante de meditação Raja Yoga e mãe de Maria e Yasmin *
* OM JOVEM * por Augusto Zimbres
POSSO SER O QUE EU QUISER
COM A TECNOLOGIA OU COM A ESPIRITUALIDADE?
Na minha infância, adorava jogar futebol de botão. Mas esse meu interesse em um jogo manual foi substituído pelo International Superstar Soccer, quando consegui ter o famoso videogame Super Nintendo. Os bonecos de super-heróis também foram substituídos por games de ação, em que eu achava curioso que os personagens comandados por controle remoto podiam “morrer” até três vezes, mas “renasciam” e seguiam adiante com a sua aventura depois que eu apertasse o botão “Continue”.
À medida que reduzi minha frequência no videogame, observava, com estranheza, muitas pessoas cuidando do seu animalzinho virtual num Tamagochi. Mais velho, apenas observei como os mais jovens passavam a se divertir com realidade virtual, na qual poderiam, por exemplo, escalar o Monte Everest usando óculos 3D.
Recentemente, quando a tecnologia chegou ao ponto de ter inteligência e criatividade, fui informado que, se quisesse, poderia me divertir, por exemplo, pedindo para uma inteligência artificial criar um retrato meu feito por Van Gogh. E, naturalmente, poderia pedir à máquina que fizesse a gentileza de inspirar o “Vincent” a me dar uma moral, para que eu saísse bem bonito na tela.
Afinal, com a ajuda da tecnologia, posso ser o que eu quiser. Posso ser campeão da Copa do Mundo de futebol, posso ser imortal, posso ser um super-herói com poderes ilimitados, posso ser mais um na lista dos que alcançaram o pico mais alto do mundo ou posso ser um galã retratado por um grande artista. Entretanto, não posso chamar nada disso de real. OK, posso até me divertir com essa “brincadeira de bonecas”. Mas será que estou brincando com a
* OM JOVEM * por Augusto Zimbres
“Hoje, no entanto, com a consciência espiritual que tenho, consigo perceber que sim, posso ser o que eu quiser de uma forma duradoura, mas que aquilo que o ego quiser será sempre efêmero”
tecnologia meramente para ter um refrescamento que, talvez, considere saudável em meio a uma vida intensa? Ou estou tentando compensar a minha insatisfação com a impossibilidade de ser o que eu quiser na minha vida real?
Agora, com a ajuda da inteligência artificial, posso criar um filme ou uma música e parecer muito talentoso, muito competente ou, como diz o nome, muito inteligente. Outros podem acreditar que essa criação seja fruto da minha inteligência natural. E,
assim, o ego ganha o contorno de um personagem virtual como se fosse real. Aliás, o ego sempre funciona dessa forma.
Hoje, no entanto, com a consciência espiritual que tenho, consigo perceber que sim, posso ser o que eu quiser de uma forma duradoura, mas que aquilo que o ego quiser será sempre efêmero.
De fato, não apenas posso ser imortal, como eu já sou isso. Sou uma energia viva e consciente, que possui muito mais do que as três vidas dos heróis de videogame
como Sonic ou Mario Bros. Mas ser campeão da Copa do Mundo de futebol ou ter alcançado o topo do Everest é efêmero, é algo que, ao contrário da consciência dos meus superpoderes espirituais, pode ser apagado pelo tempo.
Que tal, então, escrever assim para a inteligência artificial: Vamos criar um mundo novo? Tenho certeza de que ela vai dizer: “Sim”.
Augusto Zimbres é apresentador do canal Inspira Saúde Plena no YouTube. Lidera o movimento jovem da Brahma Kumaris para a América Latina com muito ânimo e entusiasmo
*
Se o meu intelecto, ou seja, a minha capacidade de raciocínio e discernimento, estiver conectado com a minha verdadeira natureza espiritual e com a Fonte de todos os superpoderes da alma, que compõem essa natureza, conseguirei vivenciar a consciência de ser alguém que tem o propósito de presentear o mundo com a minha verdade imperecível. Inclusive, posso fazer isso enquanto aproveitando toda utilidade que a tecnologia me provê, para me ajudar nesse trabalho de construir um mundo novo. E esse será um mundo no qual ela vai estar a serviço da felicidade de todos, pois todos somos dignos de viver em felicidade.
* OM DICA DE LEITURA * por
Katia Roel
Qual conhecimento é como um tesouro?
Quando conhecemos bem um aparelho eletrônico, conseguimos fazer uso e usufruir de todas as suas funcionalidades. Assim, tomamos benefício completo de tudo que ele pode oferecer. Vamos imaginar se tivermos todo o conhecimento sobre o potencial interno do ser. Quão melhor eu poderia ser? Esse é o valor do autoconhecimento.
Com o avanço tecnológico e a velocidade das informações, nos vemos tão atraídos pelas maravilhas e novas descobertas do mundo. Tudo isso nos puxa para fora de nós.
Visualize-se na condição de estar só consigo e com os próprios pensamentos...
Certamente que a maioria de nós encontra resistência em estar em silêncio consigo. Mas, aí, estaria a solução de muitos desconfortos criados por nós.
Assim como às vezes procrastinamos para iniciar a arrumação de um armário e, quando iniciamos, vemos que não é tão difícil. Conforme a organização vai tomando forma, vamos ganhando mais entusiasmo para prosseguir no trabalho.
É por meio do trabalho interno, no mundo interno, que tocamos
o ponto em que tudo inicia. O início da disposição, do amor, da segurança, da coragem e muitas outras qualidades que são como funcionalidades altamente necessárias para melhor qualidade de vida.
É sobre isso que aprendemos no livro “É tempo de fazer o trabalho interno”, de Aruna Ladva.
O relógio da nossa história, as cenas do mundo e o próprio interior parecem apontar para a mesma direção: necessidade de autoconhecimento e trabalho interior. Porque, quando eu mudo, o mundo muda. Porque, quando eu melhoro, vibro melhorias para o mundo.
Pegue essa dica de ouro e, depois, compartilhe comigo o que achou do livro “É tempo de fazer o trabalho interno”.
Sucesso e conquistas lindas na jornada serão como uma sombra!
Clique no ícone acima para compartilhar o que achou do livro.
Katia Roel é professora de meditação Raja Yoga e coordenadora da Editora Brahma Kumaris. Reside e coopera nas atividades voluntárias do Centro de Retiros da Brahma Kumaris em Serra Negra-SP
* por Sandra Costa
INTELIGÊNCIA
NATURAL versus INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL *
A discussão sobre inteligência natural versus inteligência artificial (IA) é um tema fascinante e cada vez mais relevante na sociedade contemporânea. A inteligência natural refere-se à capacidade cognitiva dos seres humanos e de alguns animais, que envolve raciocínio, aprendizado, adaptação, percepção e resolução de problemas. É uma forma de inteligência intrinsecamente ligada à experiência, emoção e contexto social, moldada por milhões de anos de evolução.
Por outro lado, a inteligência artificial (IA) é um campo da ciência da computação que busca criar sistemas e máquinas capazes de realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana. Isso inclui reconhecimento de fala, tomada de decisões, aprendizado a partir de dados e até mesmo a criação de obras artísticas. A IA é baseada em algoritmos, modelos matemáticos e grandes volumes de dados, permitindo que as máquinas aprendam e melhorem seu desempenho ao longo do tempo.
Um dos principais contrastes entre essas duas formas de inteligência é a forma como aprendem e se adaptam. A inteligência natural
* OM PENSAMENTOS * por Sandra Costa
é altamente flexível e contextual, permitindo que os humanos façam conexões complexas entre ideias e experiências. Já a inteligência artificial, embora possa processar informações em uma velocidade impressionante e encontrar padrões em grandes conjuntos de dados, muitas vezes carece da compreensão profunda que os humanos possuem sobre emoções, ética e nuances sociais.
Além disso, a inteligência natural é influenciada por fatores como cultura, educação e ambiente, enquanto a inteligência artificial é limitada pelos dados que recebe e pelos algoritmos que a governam. Isso levanta questões éticas e sociais importantes, especialmente quando a IA é utilizada em áreas sensíveis, como saúde, justiça e segurança.
A possibilidade de viés nos dados de treinamento pode levar a decisões injustas ou discriminatórias, evidenciando a necessidade de supervisão humana e diretrizes éticas na implementação da IA.
Por outro lado, a inteligência artificial oferece inúmeras oportunidades para complementar e expandir as capacidades humanas. Em muitas áreas, como medicina, ciência
de dados e automação, a IA tem demonstrado ser uma ferramenta valiosa que pode aumentar a eficiência e a precisão, liberando os humanos para se concentrarem em tarefas mais criativas e estratégicas.
Em resumo, enquanto a inteligência natural e a inteligência artificial possuem as próprias características e limitações, a interação entre ambas pode levar a avanços significativos. O desafio está em encontrar um equilíbrio que aproveite o melhor de cada uma, promovendo um futuro onde a tecnologia sirva como aliada na busca de soluções para os complexos problemas da humanidade.
*Este texto de Sandra Costa foi escrito com ajuda de IA *
Sandra Costa é praticante de meditação Raja Yoga
* OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixão
Sabor e consciência
A inteligência que a IA não tem
A inteligência artificial está avançando rapidamente, tornando-se parte do nosso dia a dia. Ela otimiza tarefas, antecipa necessidades e até sugere o que comer. Mas há algo que a IA jamais poderá substituir: a inteligência natural do corpo e da mente.
Nossa intuição, sensibilidade e capacidade de estar presente no momento são qualidades únicas da inteligência natural. Quando nos conectamos com essa sabedoria, por meio da meditação, da respiração e alimentação consciente, cultivamos um estado de presença que nenhuma máquina pode copiar. Escolher o que comer é um ato de consciência. A nutrição vai muito além de calorias; é uma fonte de energia, responsabilidade e respeito pela natureza
e por tudo o que vive nela. O que colocamos no prato impacta nosso corpo, nossa mente e o mundo ao redor. Para nutrir essa inteligência natural, nada melhor do que um alimento preparado com intenção e na lembrança de Deus. *
ENSOPADO DE TOFU COM LEGUMES
Ingredientes
• 250 g de tofu firme, cortado em cubos
• 2 batatas médias, cortadas em cubos
• 1 cenoura grande, cortada em rodelas
• ½ couve-flor em floretes
• 1 tomate picado
• 1 colher (chá) de páprica defumada
• 1 colher (chá) de cúrcuma
• 1 colher (chá) de cominho
• 2 colheres (sopa) de azeite de oliva
• 2 xícaras de caldo de legumes
• ½ xícara de coentro picado
• Sal a gosto
Modo de preparo
Em uma panela grande, aqueça o azeite e adicione o tomate, a cúrcuma, a páprica, o sal e o cominho. Cozinhe até o tomate desmanchar. Acrescente as batatas, a cenoura e a couve-flor. Misture bem e refogue por alguns minutos. Despeje o caldo de legumes, tampe a panela e cozinhe em fogo médio por cerca de 15 minutos, ou até os legumes começarem a ficar macios. Adicione os cubos de tofu, misture delicadamente e deixe cozinhar por mais 5 minutos para absorver os sabores. Finalize com o coentro picado e sirva com arroz soltinho.
Ana Paula Paixão pratica
meditação Raja Yoga há mais de 14 anos. É
designer, culinarista e encantada com a natureza
* OM ÚLTIMA PALAVRA * por Dadi Janki
Citações de Dadi Janki
“Fraternidade significa entender que um grito de dor é igual em todas as línguas, e o mesmo se aplica a um sorriso”
“Poder verdadeiro não é dominação, mas combustível espiritual. É o que faz com que você atue com seu potencial máximo”
“O truque para resolver problemas é chegar à raiz de um problema antes mesmo dele aparecer”
“Nossas ações são como sementes. O que plantamos hoje colheremos amanhã”
“O perdão é a chave para a liberdade. Ao perdoar, libertamos a nós mesmos e aos outros”
“A arrogância impede o desenvolvimento da humildade, cria raiva e ganância, e faz com que as pessoas se afastem. A arrogância também prejudica o serviço aos outros, tornando-o egoísta e limitado, e impede o desenvolvimento de um bom relacionamento com Deus.
A humildade permite servir aos outros sem esperar recompensas e desenvolver um relacionamento natural com Deus, recebendo amor, paz e felicidade”
“A verdadeira felicidade vem de dentro. Quando você está em paz consigo, irradia paz para os outros”
“O amor é a força mais poderosa do universo. Quando você ama, transforma não apenas a si próprio, mas o mundo ao seu redor”
“A vida é uma jornada de autoconhecimento. Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para conhecer os outros”
Dadi Janki, yogini indiana, líder espiritual da Brahma Kumaris, foi considerada pelo Instituto de Pesquisa Médica do Texas como a mente mais estável do mundo. Deixou o corpo físico e ascendeu ao mundo espiritual em março de 2020