Revista OM Line - 8ª Edição

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O que eu quero pra mim A vida toda te mostrou — você já parou pra notar? O que se faz de bom ou de ruim vai retornar O efeito sempre vai voltar — às vezes paro pra perceber! Tanto faz se você não acreditar. Seus dias podem não ser iguais — você já parou pra notar? A escolha certa te acompanha é só pegar Tudo volta ao mesmo lugar — às vezes paro pra perceber! De nada adianta você reclamar. Você nunca perguntou o porquê das coisas pelas quais passou? O que você faz — ou o que não faz! — sempre volta pra você É tão fácil perceber. O que eu quero pra mim É fazer o melhor e deixar tudo OK.

Música de Alex Pochat e Os 5 Elementos. Clique no ícone ao lado para ouvir a música


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EDITORIAL *

A revista dessa vez está reverberante! Tudo vai e volta. Tudo o que dou recebo. Repetimos isso, mas parece que a ficha não cai! Eu realmente me movo no dia a dia consciente de que a vida é um eco? Permita que a sua consciência mais pura e elevada ecoe nos textos e meditações desta edição. Ela foi preparada com muito cuidado e apreço com o objetivo de inspirá-lo a reverberar apenas coisas boas. Acreditamos que com essa atitude pessoal de cada um o mundo pode ser transformado, afinal, quando eu mudo o mundo muda. Ecoe o bem! Ommmm! Equipe Om Line


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SUMÁRIO *

30. MATÉRIA DE CAPA Eco da Vida Soraya Pessino

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7. BEM-VINDO

36. OM POESIA

A arte de limpar a janela Charlie Hogg

O eco das ações: o que doamos, recebemos Paulo Sergio Barros

12. OM DICAS

40. OM TRANSFORMAÇÃO

Dicas para ajudar você e o mundo ao redor Ken O’Donnell

O Eco da Vida: porque não jogamos dados com o Universo Patricia Cantalino

18. OM PENSAMENTOS

44. OM DROPS DE SABEDORIA

Pensamento e Karma: atenção! Shivani Verma

Viver e meditar: a gente colhe o que planta Ken O’Donnell

22. ESPAÇO OM

46. OM COMIDA PURA

Karma Yoga: ações em conexão com Deus Surya Bhai

Feijão, vó, amor e amor Ana Paula Paixão

26. OM ESTILO DE VIDA

48. MEDITAÇÕES OM LINE

Eco da Vida. Plantar. Colher Goreth Dunningham

Criando pensamentos e ações puros Luciana Ferraz

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ESPAÇO DO LEITOR *

OM SHANTI!

EXPEDIENTE Editora: Goreth Dunningham Design e diagramação: Felipe Arcoverde Revisão: Alex Pochat Site: Ricardo Skaf Colaboração: Ana Paula Paixão Ilustrações: Freepik.com

Envie para nós os seus e-mails, dúvidas e sugestões, através do Facebook e Instagram ou e-mail: revista.omline@br.brahmakumaris.org Facebook.com/revistaomline Instagram.com/revistaomline www.brahmakumaris.org.br/revista

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BEM-VINDO * por Charlie Hogg

A arte de limpar a janela

Em toda rua há uma Sra. Julgamento e uma Sra. Honestidade. Um dia, a Sra. Honestidade decidiu visitar a Sra. Julgamento. Tão logo a Sra. Honestidade chegou, a Sra. Julgamento começou a reclamar de seus novos vizinhos, uma família de estrangeiros. “Ela é uma dona de casa terrível”, disse a Sra. Julgamento, “Você deveria ver quão sujas são as suas crianças... assim como a sua casa. É quase uma desgraça estar vivendo na mesma vizinhança. Dê só uma olhada nas roupas que ela pendurou no varal, veja as manchas pretas nos lençóis e toalhas”, disse. A Sra. Honestidade andou até a janela para ver. “Na realidade as roupas estão bem limpas, minha querida. As manchas estão na sua janela”, disse. Assim como a Sra. Julgamento, quão frequentemente sou enganado por minhas próprias janelas sujas ao projetar meus próprios “maus julgamentos” externamente, completamente convencido de que estou edição 08 / ano 02

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BEM-VINDO * por Charlie Hogg

vendo a verdade? A semente original do mau julgamento colore tudo o que vejo, e assim, cada interação com meus vizinhos reforça minha atitude. Até que uma Sra. Honestidade chegue. Somente então vejo mais de perto a minha janela dos olhos. Assim que começo o processo de limpar a sujeira do lado de fora das minhas janelas, percebo algo interessante. Há também sujeira por dentro. A sujeira exterior é o produto de influências, atmosferas, opiniões e atitudes externas. A sujeira interna é o produto de expe-

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riências, percepções e suposições passadas inconscientemente colorindo a minha visão. Pare por apenas um minuto e reflita sobre os sentimentos de julgamento e autorretidão que surgem em você, assim como em todos nós. Estamos conscientes de que esses sentimentos nos deixam mais separados, mais isolados, mais apavorados. Ainda assim, dentro de todos nós, temos a grande voz do crítico ou do juiz. Todos são testados. Quer verbalizemos nossos pensamentos de


julgamento, quer os mantenhamos para nosso próprio consumo pessoal, os outros, de fato, sentem seu efeito. Novamente, reflita sobre o oposto. Lembre-se dos sentimentos de perdão ou compreensão. Lembre-se de como você deseja ser tratado quando cometeu um erro. Lembre-se de como você se sentiu quando desprendeu-se do passado de alguém e ofereceu-lhe um novo começo. Simplesmente imagine a cura nos relacionamentos se tivermos a humildade de desprender-nos do julgamento.

Minha avó morreu há algum tempo, com 94 anos. Durante toda a sua vida ela só esteve no hospital por um dia, aos 92 anos, para fazer uma cirurgia de catarata. Ela teve uma vida saudável e feliz e era amada por todos. Durante uma de minhas últimas visitas, percebi que muito do contentamento visível dela vinha de sua habilidade de sempre sintonizar-se com o bem nos outros. Eles respondiam a ela com os mesmos sentimentos. De um modo natural, isso criou uma vida de dar e receber amor. Pare-

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BEM-VINDO * por Charlie Hogg

ce que pagamos um terrível preço pelos olhos de julgamento e criticismo. Perdemos amor precioso de outros corações. Como eu me sinto quando vejo as especialidades dos outros? Sinto-me bem sobre mim mesmo. Como eu me sinto quando vejo minhas próprias especialidades? Até melhor. Mas isso é fácil? Participei muitas vezes de workshops onde foi pedido a todos os participantes que fizessem uma lista de suas qualidades positivas e também uma lista de fraquezas que gostariam de mudar. A lista de fraquezas é fácil, mas quando refere-se aos pontos fortes, quase todos nós achamos difícil escrever pelo menos alguns. Será que posso dizer que realmente me conheço? Frequentemente o que escrevemos são talentos e habilidades, o que faço ou o que aprendi, ao invés daqueles traços característicos que são únicos a mim. 10

Como descubro minhas especialidades? Faça uma experiência. Feche os olhos e gentilmente vá além da percepção do seu corpo. Agora, através do olho da sua mente olhe para si mesmo como um observador desapegado. O que você vê? Quais são suas especialidades? Pense profundamente sobre suas motivações internas, como você trata os outros, as coisas que mais valoriza. Uma lista de especialidades começará a crescer. Não deixe que seja apenas uma palavra. Expanda sobre elas de tal forma que a profundidade de suas especialidades seja revelada. Algo interessante pode acontecer à medida que você vai evoluindo nesse processo. Talvez uma pequena culpa ou embaraço entre: “Será que estou me iludindo? Meu ego tomou conta?”. De algum modo criamos barreiras internas que não nos permitem desfrutar da autoapreciação. O bom senso me diz que, se


não consigo ver especialidades em mim, é quase impossível vê-las nos outros. Minha barreira interna emana de uma profunda falta de autoestima que me diz que não tenho valor. Atravessar essa barreira está no coração do processo espiritual. Assim que me liberto dessa paralisia interna, minha própria bondade intrínseca torna-se naturalmente aparente. Não apenas minhas forças tornam-se aparentes, mas minha visão sobre minhas fraquezas torna-se de compaixão. Torno-me livre da prisão da desesperança. Eu

posso mudar! (...) Será que esse tipo de pensar é um pouco ingênuo? Será que apenas vejo o bem e permaneço cego ao negativo? Não, a arte de ver as especialidades significa ver ambos, o positivo e o negativo, mas então soltar-se do negativo. Por que eu deveria adicionar força à negatividade? Que minha resposta às fraquezas dos outros seja com compaixão ao invés de raiva ou ódio. No caminho do desenvolvimento pessoal e crescimento espiritual, a arte de limpar a janela é essencial. *

Charlie Hogg é praticante de meditação há 43 anos, vive em Sydney, coordenador nacional da Brahma Kumaris na Austrália e viaja regulamente pelo mundo, tendo participado de fóruns, seminários, retiros e workshops em mais de 60 países. edição 08 / ano 02

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OM DICAS * por Ken O’Donnell

DICAS PARA AJUDAR VOCÊ E O MUNDO AO REDOR

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[01] Manter o intelecto amplo e aberto Mesmo sem perceber, eu posso estar interpretando a realidade de uma forma muito subjetiva. Enquanto tento manter bons sentimentos sobre a forma como penso, eu posso estar realmente tornando minha prisão pessoal mais forte. E, desse modo, minha compreensão das coisas pode tornar-se muito limitada. Temos a tendência de colocar eventos, relacionamentos e até mesmo nós mesmos em compartimentos. Nós os circundamos com uma fronteira de tempo e espaço e eles se tornam pequenas peças em um quebra-cabeça. Alguns deles não são nem mesmo nosso próprio quebra-cabeça, mas pertencem a outros. Todas essas peças são bem etiquetadas com seu tempo e lugar: onde estavam, como aconteceu, quem estava envolvido. Acabamos não conseguindo ver a ligação entre elas. Então, somos forçados a fazer malabarismos com essas peças no campo do nosso intelecto, tentando fazer com que elas se encaixem em nossa compreensão das coisas. Quando isso acontece, não conseguimos ver o contexto nem a razão por trás dessas diferentes partes da vida. O que podemos fazer? Com a prática da meditação, a tendência é tornar-se mais objetivo. Eu paro de culpar outras pessoas e eventos e começo a ver como as coisas se encaixam. Mantenho meu intelecto amplo e aberto. Entendo que há um edição 08 / ano 02

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OM DICAS * por Ken O’Donnell

pano de fundo de eternidade em todas as coisas temporárias que estão acontecendo. Todos nós somos seres espirituais passando por uma experiência humana. Existimos diante dos nossos corpos, lhes damos vida por um certo tempo e depois os deixamos e continuamos. Todos nós somos atores neste palco interpretando nossos papéis individuais. O papel de um não é como o papel de nenhum outro. Não posso controlar os papéis dos outros. Posso apenas controlar o meu próprio papel. Se eu mantiver essa percepção, serei capaz de começar a encaixar as peças do quebra-cabeça. À medida que as coisas se tornam mais claras, não preciso mais pensar nelas. Se eu tiver essa perspectiva mais elevada como descrita no parágrafo anterior, eu permaneço mais calmo e estável em qualquer situação. 14

[02] Encontrar apoios reais e sustentáveis Uma vez tive a oportunidade de salvar um amigo de se afogar. Ele tinha caído numa pequena represa e não conseguia nadar. A partir do treino básico nos meus dias de surf, nadei até ele com cuidado. Ele estava em profundo pânico. Quando cheguei perto, ele tentou se sustentar colocando as mãos na minha cabeça, empurrando-me para baixo. Eu tinha que ser muito firme com ele. Caso contrário, ambos teríamos nos afogado. A lição desta experiência mostra exatamente o que eu não deveria


ça, preciso de algo ou de alguém de fora para me ajudar. Preciso me tornar forte por conta própria e encontrar apoios mais confiáveis. fazer ao tentar sair de algum buraco existencial que eu possa ter cavado para mim mesmo. Se eu tentar me sustentar em alguém que não é suficientemente estável, nós dois vamos cair juntos. Provavelmente, a outra pessoa também está procurando apoio semelhante. Coragem, determinação e, mais especificamente, o sólido apoio do conhecimento espiritual e a prática da meditação são suficientemente firmes. Cabe a mim estabelecer uma base completamente firme, independente de outras pessoas e fatores. É instintivo buscar apoio no momento da ansiedade, mas geralmente apenas substituímos um auxílio instável por outro igualmente frágil. Em vez de procurar ajuda de dentro da areia movedi-

[03] Estar aberto à mudança de crenças Os antigos descreviam nosso mundo como um mundo cheio de armadilhas que nos afastam da promessa da vida eterna e do verdadeiro desenvolvimento espiritual. O medo e as ameaças foram incorporados em tudo. A maneira de contornar isso era agradando os deuses, permanecendo devotos e reverentes, na esperança de que as coisas se tornassem melhores de alguma forma. Culturas adequadas, chuva suficiente, vitória na batalha — esses eram os sinais de que os deuses estavam sorrindo. A ciência rejeitou corretamente tais superstições, mas provavelmente errou do lado do pragmatismo. edição 08 / ano 02

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OM DICAS * por Ken O’Donnell

Basicamente, há duas premissas atrás da crença cega na ciência: (a) Os seres humanos podem entender o universo em sua totalidade e a ciência é o único meio que pode mostrar o caminho. (b) O mundo que vemos, ouvimos, tocamos, sentimos e medimos é o único mundo “real”. Há duas consequências principais disso: (a) Isso tem estimulado uma preocupação geral com os sentidos e seus objetos e a indiferença para com as coisas além deles. (b) Acreditamos mais na ciência e aguardamos ansiosamente novas descobertas que, em alguma data futura desconhecida, nos darão uma explicação completa de nossa existência. 16


A partir de Einstein, sabemos que tempo e espaço são inseparáveis, mas onde entra a dimensão da consciência na forma como vemos o mundo material? Tudo o que acontece tem um tempo e um lugar. Mas também tem uma razão. Embora superstições infundadas tenham sido deixadas para trás, a ciência e sua filha favorita, a tecnologia, praticamente nos pregaram um mundo de coisas, números e fórmulas. Uma vez eu estava em um jantar com o presidente de um país latino-americano. Ele havia acabado de retornar de um encontro com todos os presidentes das Américas. Perguntei-lhe como foi a sua experiência e ele disse que estava consternado com uma coisa: nos 3-4 dias de reuniões, tudo o que eles discutiram foi a economia — comércio, tarifas, taxas de câmbio, dívidas, créditos e assim por diante. Nem uma vez falaram sobre a condição humana e nossas maiores aspirações.

Ken O’Donnell é praticante e professor de meditação há 43 anos. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É Coordenador para a América do Sul da Brahma Kumaris.

No processo de quantificação de tudo, esquecemos quem somos, de onde viemos, para onde vamos e, mais importante, em quem ou em que confiar. Se a alma e Deus realmente existem, mesmo os fenômenos físicos descritos pela ciência têm que ser reinterpretados à luz de uma realidade mais sutil. A ciência só pode conjeturar sobre ela, mas não medir por meio de seus instrumentos. Aceitar que existem outras explicações para a nossa existência além daquelas sobre as quais a ciência e as religiões dogmatizam pode ser uma boa coisa. Mantenham suas mentes abertas. * edição 08 / ano 02

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OM PENSAMENTOS * por Shivani Verma

PENSAMENTO E KARMA:

ATENÇÃO!


Todo pensamento é “karma”, uma causa. Cada vibração, comportamento e situação que vem para mim é uma consequência, um efeito. Nunca reaja, pois cada pensamento, palavra ou comportamento está criando uma causa que terá um efeito. Pensamentos de compaixão e amor são uma proteção para a alma hoje e no futuro. Proteja o que é permanente: a pureza da alma. O que nós adquirimos externamente é temporário. Permanentes são os nossos registros internos, eternos, originais, que chamamos sanskaras. Se com karmas e sanskaras negativos — como, por exemplo, inveja e práticas não éticas — obtivermos algum ganho temporário, criaremos perdas no poder e no destino da alma. Não enfraqueça o poder da alma para provar-se certo, ou com ego. Existe karma (ação) e dharma (conduta, religião). Dharma é “qualidade” ou “tarefa”. O dharma da alma é paz, compaixão, verdade, cooperação e todos os nossos valores. Dharma e karma devem estar integrados: cada karma deve ser baseado em nosso dharma. Posso dizer que meu dharma, qualidade, tarefa é colocar, implementar meu dharma em ação, karma. Essa é a minha causa. Se ficamos pensando e falando com outros sobre suas fraquezas e impurezas ficamos envolvidos com as vibrações deles. edição 08 / ano 02

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OM PENSAMENTOS * por Shivani Verma

Isso diminui nossa pureza e, ao mesmo tempo, nossa negatividade os atinge e diminui a pureza deles. Não podemos absorver as fraquezas daqueles ao nosso redor. Se julgamos, criticamos ou fofocamos, o impacto é que nossa energia diminui, nossa saúde fica afetada e o ambiente absorve energia impura. Quando nossa energia diminui, isso afeta nossos relacionamentos e preenchemos nossa aura com negatividade. Nossa aura tem a ver com nossa personalidade e é a fundação dos nossos relacionamentos. Se eu vejo algo errado onde nada posso fazer, minha atitude mental deveria ser a de ter bons votos, para que aqueles que estão errando sejam empoderados e assim parem de errar. Essa atitude irá proteger nossa energia e, ao mesmo tempo, dará energia pura a eles. Essas energias puras irão dar poder a eles para que 20

consigam se conectar com sua própria divinidade. Vibrações puras ajudam a resolver problemas e vibrações baixas os aumentam. Devemos criar apenas os pensamentos que queremos que se tornem realidade, e irradiar aquela vibração para que se materializem, se manifestem. E para que sua energia e vibração não se reduzam, não baixem, se proteja. Preste atenção ao primeiro pensamento. Lembre-se de que hoje é sempre. *

Shivani Verma é yogini indiana, palestrante internacional, apresentadora do programa de TV “Awakening with Brahma Kumaris”, tem 2,5 milhões de seguidores no Facebook, suas palestras têm 110 milhões de visualizações no YouTube e é escritora bestselling na Amazon.



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ESPAÇO OM * por Surya Bhai

Karma Yoga

ações em conexão com Deus

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Com o objetivo de acumular ações puras, preste grande atenção para não dar sofrimento aos outros, porque quem dá sofrimento a alguém experimenta obstáculos em sua jornada de autoprogresso. Preste atenção aos seus pensamentos, palavras e ações. Quando estiver trabalhando, traga à sua consciência o porquê de você estar fazendo aquele trabalho. Pense: esse trabalho me foi dado por Deus. Preciso satisfazer Deus e não um ser humano ou um patrão. Preciso agir de acordo com as orientações de Deus. Com essa consciência elevada envolva-se totalmente no seu trabalho. Pode ser que seu trabalho seja muito estressante e que as pessoas perturbem você, mas mantenha sua concentração naquilo que você

está fazendo e não nos outros — facilmente você permanecerá em uma consciência elevada e não será afetado pelo que os outros estão fazendo. Ninguém será capaz de perturbar você. Estabelecida essa consciência, você pode alcançar total concentração e sua mente não vagueará aqui e ali. Suas ações automaticamente se tornarão claras e precisas. E assim, você se tornará um exemplo para outros e todos se sentirão inspirados por seu estágio de paz e amor. Desta forma você se torna um instrumento de Deus no serviço para doar sabedoria não através de palavras e sim através do seu comportamento e ações. Todos perceberão quão sereno e pacífico você é. edição 08 / ano 02

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ESPAÇO OM * por Bk Surya

Dicas práticas de como criar uma atitude mental correta enquanto fazendo ações [01] Enquanto se banhando, tenha a consciência de estar purificando o corpo e a alma. [02] Enquanto escutando alguém, tenha a consciência de estar recebendo raios de luz e poder de Deus e que você, a alma, está ouvindo pacificamente através dos ouvidos físicos (assim você não será influenciado pelo que ouve). [03] Enquanto vendo outros seres humanos, pratique ver a alma e irradie raios de luz e poder à outra alma. [04] Enquanto trabalhando, sinta que está sendo movido por Deus. Que é a energia Dele que está fazendo você trabalhar. Assim você não se sentirá cansado. [05] Enquanto cozinhando e comendo, sinta que está preparando esse alimento para Deus e que Ele mesmo está alimentando você. Assim você divinizará sua nutrição. [06] Na hora de dormir, entregue o seu dia a Deus e permita-se dormir no colo Dele.

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Surya Bhai é indiano, experiente professor de meditação da Brahma Kumaris, residente do Campus de Gyan Sarovar no estado do Rajasthan, na India.

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OM ESTILO DE VIDA * por Goreth Dunningham

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Agora é moda dizer que a vida é um eco. Mas o quanto temos verdadeira consciência dessa dinâmica? Você gostaria de fazer o exercício de observação da vida para melhor compreensão desse conceito? Vamos lá! Como quem assiste a um filme, observe a sua trajetória, a história de sua vida. De forma desapegada, sem paixão. Veja o que você deu à vida. O que você pensou, sentiu, falou e fez. Ou seja, o que você vibrou. É perceptível que as cenas foram mudando. As cores, matizes e formas, também. Mas as suas vibrações eram emitidas por você. Ao pensar, você vibrava algo. O que era? Amor, paz, pureza, alegria, leveza, harmonia? Ou você vibrava confusão, medo, raiva, arrogância, apego, ganância? Muitos se queixam de vazio, solidão ou tristeza ao observar a própria trajetória, pensando a vida em termos de construções externas. Alguém no fim da

vida pensa: Ah, eu construí muito! Estudei, trabalhei, casei, tive filhos, construí um patrimônio sólido! E o que me resta agora? Solidão! Mas a pergunta continua: o que você vibrava enquanto fazia tudo isso? Esse é o X da questão. Como você se sente com relação à vida vai depender muito do que você vibra. Se você vibra luta, vai sentir que a vida é uma luta! Se vibra dúvida, vai sentir que a vida é duvidosa. Se vibra necessidade, vai atrair miséria. Se vibra generosidade e gratidão vai atrair abundância. Se vibra alegria vai sentir que a vida é uma festa! Vibra aprendizado? A vida é uma escola. Se vibra amor, vai receber amor. Ao compreender essa dinâmica, esvazia-se de sentido a clássica pergunta do vitimismo: “o que eu fiz para merecer o que estou recebendo da vida?”. Estou recebendo o que verdadeiramente dei em termos de energia. Se sou um agriculedição 08 / ano 02

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OM ESTILO DE VIDA * por Goreth Dunningham

tor e planto milho com ganância, medo da perda e preocupações, vou colher milho? Não! Vou colher falta de chuva, pragas na lavoura e outras dificuldades que prejudicarão a minha colheita. Mas eu plantei, então deveria colher! Mas com qual energia eu plantei? Vou colher a energia que vibrei! Se diante das dificuldades da vida o meu desejo do coração é o de eliminá-las, vibro eliminação... Saio eliminando as dificuldades e deixando espaço vazio para outras virem. Mas se vibro aprendizado, aprendo algo com cada dificuldade, recebo algo das cenas difíceis. A vibração é de ganho e não de perda. Então aquelas dificuldades se tornam trampolins para mais crescimento. Você já havia pensado nisso? Provavelmente sim. Mas não apenas pense, fique atento ao Eco da Vida. 28


Se você não está feliz com o que está recebendo, observe o que está emitindo. É como se você entrasse em uma caverna e propagasse um som. O que você irá ouvir é o som que você mesmo propagou. Tão óbvio, não? Porém, no nosso “atribulado dia a dia”, esquecemos a profunda verdade de que a vida é um eco, é dar e então receber, é reciprocidade. Esquecidos disso, reclamamos e propagamos confusão. É como diz a máxima popular: “quem semeia vento, colhe tempestade”. Então, agora que você está consciente do poder das suas vibrações, emane boas energias, pense em paz, amor, alegria, pureza e fale palavras preenchidas com esses valores. Faça suas ações com atenção e as intenções mais puras e positivas. Emita luz e você receberá luz. Simples assim! *

Goreth Dunningham é graduada em Comunicação Social e Design de Moda. É editora da Om Line Magazine, coordena uma unidade da Brahma Kumaris em Salvador (BA) e escreveu o livro “Diário de um anjo em construção”.

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MATÉRIA DE CAPA * por Soraya Pessino

ECO DA VIDA Observem a parábola a seguir. Ela desenha, de forma fictícia, o significado da responsabilidade individual com tudo que se reverbera para o universo, e introduz uma necessária e contínua reflexão sobre o eco da vida. 30


Um filho e seu pai caminhavam pelas montanhas. De repente, seu filho cai, se machuca e grita: – Aai!!! Para sua surpresa, escuta a sua voz se repetir em algum lugar da montanha: – Aaai!!! Curioso, pergunta: – Quem é você? Recebe como resposta: – Quem é você? Contrariado, grita: – Seu covarde!!! Escuta como resposta: – Seu covarde!! Olha para o pai e pergunta aflito: – O que é isso? O pai sorri e fala: – Meu filho, preste atenção... Então o pai grita em direção à montanha: – Eu admiro você! A voz responde: – Eu admiro você! De novo, o homem grita:

– Você é um campeão! A voz responde: – Você é um campeão! O menino fica espantado, não entende. Então o pai explica: – As pessoas chamam isso de ECO, mas, na verdade isso é a VIDA. Ela lhe dá de volta tudo o que você diz ou faz. (autor desconhecido). Sua vida depende de você e das suas atitudes. Não direcione seus pensamentos para quem você foi, e nem para o que poderá acontecer. Entre o passado e o futuro existe um momento mágico, o mais importante instante: o agora. Imagine o passado apenas como uma estrada trilhada, o caminho que te permitiu chegar aqui. Já o futuro, poderia ser interpretado simplesmente como o seu objetivo, lugar a ser alcançado, incerto, variável. Com esse edição 08 / ano 02

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MATÉRIA DE CAPA * por Soraya Pessino

olhar desapegado sobre o ontem e o amanhã, o agora pode ser concebido como a conexão entre tudo o que passou e o que se aspira. Dessa forma, entende-se que no momento presente você tem a oportunidade de se libertar do peso do passado e construir os caminhos para alcançar o que deseja no futuro. Sim, no dia de hoje você pode transformar, criar, libertar, e a trilha a seguir só depende de você, das suas escolhas conscientes no presente. O caminho da rendição genuína ao momento é muito simples. Não desperdice seu tempo remoendo o que viveu ontem ou especulando o que virá amanhã. Ao se libertar dos pensamentos inúteis (do lixo das lembranças do passado e da carga das expectativas com o futuro) é possível viver de forma leve. É um processo cíclico: ao desapegar você se torna leve e isso te permite residir no 32

presente — e somente residindo no presente você conquista a leveza. Isso é ser karmateet, permanecer além das influências dos arrependimentos do passado ou preocupações futuras. O desapego dos pensamentos temporais lhe possibilita viver o momento com consciência e, assim, reverberar para o universo a dimensão do ser que se tornou. Reverberar significa expandir, repercutir. Somente quando você é capaz de absorver com doçura a sua vivência, mantendo-se livre do acúmulo de registros desnecessários, você pode pulsar sabedoria, expandir conhecimentos, transformar a sua vida e contribuir para a melhoria de tudo ao seu redor. Reverberar sabedoria também é uma forma de serviço. Neste exato momento, no agora, entra em cena um lindo milagre, o eco da vida. A ressonância dos seus atos não será


“O desapego dos pensamentos temporais lhe possibilita viver o momento com consciência e, assim, reverberar para o universo a dimensão do ser que se tornou.” edição 08 / ano 02

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MATÉRIA DE CAPA * por Soraya Pessino

tratada aqui como um milagre de sentido religioso, mas sim como efeito da espiritualidade quântica. A palavra milagre está sendo utilizada nesse texto como um termo que significa “formidável”, pois quando você segue Deus, nosso pai, ao fazer qualquer serviço, você se torna uma alma miraculosa. E essa habilidade, a experiência de servir com intuito genuíno, proporciona reflexos naturais em sua vida. Como um bumerangue, de dimensão incomensurável, que responde ao seu serviço trazendo felicidade ilimitada para sua existência. O que você emana, volta para você. Se você se doa ao serviço com amor, se está se colocando como instrumento de Deus para ajudar a humanidade, se está agindo com desapego e consciência elevada, se existe empenho genuíno em suas ações, inevitavelmente isso retornará 34

para você por meio de felicidade suprassensorial, proteção divina e remoção de tristezas. Se a vida é um eco e você precisa estar no presente para emanar, de forma consciente, algo bom que possa reverberar e voltar como fortuna para sua vida, é importante equilibrar a ideia do serviço com o empenho pessoal de quem serve. É desafiador, mas muito simples. Yoga é a conexão de Deus com cada alma humana, e a meditação se configura como um dos caminhos para essa interação. Nesse sentido, é fundamental manter o exercício da meditação como uma prática constante. O empenho pessoal passa pela concentração frequente no momento presente, no diálogo constante com Deus, e na permanência no silêncio (independente dos ruídos cotidianos). Esse empenho age positivamente em você. Já o


seu serviço impacta diretamente no outro. Portanto, para que esse impacto seja positivo, você deve estar bem — e, a partir daí, poderá emanar algo positivo para o universo. Em resumo, mantenha-se no presente, tenha empenho pessoal, se coloque como um instrumento divino em tudo que fizer e aceite com humildade a fortuna espiritual que retornará para você. Isso é o eco da vida. E com essa consciência cabe a cada alma estar vigilante sobre o que reverbera para o mundo e para si. O que está fora de seu controle não depende de você; cuide apenas do que pode, se desapegue das (pré)ocupações e esteja aberto para tudo de lindo que retornará. A vida é uma experiência; escolha como quer passar por ela e siga com leveza. A decisão do caminho será sempre sua. Om Shanti! *

Soraya Pessino, graduada em Relações Internacionais, Mestre em Interdisciplinaridade, praticante de meditação Raja Yoga na Brahma Kumaris.

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OM POESIA * por Paulo Sergio Barros

O eco das ações: o que doamos, recebemos

“Que seu critério seja seu mestre: ajuste a ação à palavra, a palavra à ação” William Shakespeare, Hamlet

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As ações estão guardadas na mente — em forma de sementes — e fluem a cada pensamento, até materializarem-se na nossa comunicação e trato com as pessoas, com a natureza e conosco mesmos. É uma realidade inexorável. Talvez não saibamos a profundidade desse segredo. Ou sabemos, mas não a entendemos em essência. Quiçá entendemos, mas não na extensão de torná-la uma experiência constante em nossas vidas.

As ações, uma vez praticadas, são como uma semeadura: a colheita é uma questão de tempo, mas a sua qualidade depende da semente. Ações soam como um eco. É como se o nosso próprio som voltasse para nós mesmos. Eles retornam como sons suaves: contentamento, paz, alegria. Ou como barulhos perturbadores: medo, raiva, preocupação.

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OM POESIA * por Paulo Sergio Barros

Apresentam-se a nós como refle- Nossas ações nos põem diante de xos do que fomos, somos e do que um límpido espelho. podemos vir a ser. É um grande poder entender a dimensão das ações Boas ações = bons reflexos no tempo. É uma sorte de poder que - Nós nos tornamos livres de não vem de magias, da ciência ou dos intenções egoístas nas ações nossos desejos sem esforços. Para e relacionamentos; entendermos acuradamente os efei- A qualidade dos nossos tos das nossas ações nas três dimenpensamentos pelo “eu” e pelos sões do tempo, precisamos adotar a outros tornam-se benevolentes; meditação como prática diária. - Nós nos tornamos livres de ter pensamentos e sentimentos de Ela nos fará: tristeza ao ver os atos errados das - mergulhar no silêncio pessoas e as circunstâncias profundo da mente; sociais e naturais; - compreender os segredos - Nós nos liberamos do medo internos da nossa personalidade; dos desafios da vida; - observar, discriminar e - Fortalecemos a autoestima determinar os pensamentos que na medida em que os desejamos, para que sejam a força pensamentos benévolos são a motriz positiva das nossas ações; energia predominante na mente; - lapidar as palavras; - Como suas boas ações se - doar bons sentimentos refletem na sua vida? para tudo que é vida; - criar cada ação como um ato benevolente. 38


Más ações = maus reflexos - Quando repetidas incessantemente, as más ações nos tornam como insetos presos em uma teia em constante luta por liberdade; - Torna-nos dependentes da energia do fruto da ação errada; - Torna-nos dependentes dos sentimentos, opiniões, aprovações e rejeições das pessoas; - Faz-nos peregrinar por amor e respeito das pessoas; - Ficamos presos às dores e aos prazeres do passado, esquecendo o presente e o porvir; - Ficamos atados aos velhos hábitos, comportamentos e fraquezas como se fossem nossa natureza original; - Como suas más ações refletem na sua vida?

As ações são inexoráveis. São uma relação de doar e receber no convívio cotidiano. Doar e receber engendram-se mutuamente e identificam-se um com o outro. Se quisermos receber, precisamos doar. Se recebemos é porque doamos. Só precisamos fazer a escolha justa. A mais auspiciosa prosperidade nas nossas vidas está nessa consciência da generosidade, coração desapegado, mãos abertas, mente doadora. *

Paulo Barros é educador, escritor e professor da Brahma Kumaris em Fortaleza-CE.

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OM TRANSFORMAÇÃO * por Patricia Cantalino

O Eco da Vida porque não jogamos dados com o Universo

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Imagine que você acordou hoje e sua vida está (vamos dizer...) um tanto diferente: sua casa tem outros móveis, pessoas que você nunca viu lhe cumprimentam de forma amistosa (ou rude...), sua conta bancária está muito maior (ou menor...), mora numa cidade que lhe é estranha. Está mais saudável que nunca... (ou mais doente que nunca...). Sente-se muito, muito feliz (ou muito, muito infeliz). Nas paredes, há certificados e títulos que você nunca conquistou e... em seu armário? Roupas que jamais compraria. E aí? Pense bem; seria de pirar, não seria? E por que? Porque não

combina! Porque falta eco! Falta o eco nascido no padrão geral dos seus pensamentos, na sua maneira de se comunicar, no seu jeito de estar na vida... Falta o eco nascido do seu caráter, da sua visão de mundo, da sua energia... (talvez por isso, todos os dias, consciente ou não, você espera um eco que lhe seja familiar, um ecoerente). Pois é... o biótipo, a saúde física e mental, os relacionamentos, as defesas e tudo, tudo que permeia a sua história, é eco. É o ecoar do som, que gerado na semente da sua consciência, reedição 08 / ano 02

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OM TRANSFORMAÇÃO * por Patricia Cantalino

sulta no fiel feedback nomeado vida. Então isso é tão animador (e talvez assustador)! Dá para ir conversando com a vida enquanto ela se desenrola num filme personalizado? Pois é, dá. Basta esticar os ouvidos e ficar atento ao eco que chega, ir fazendo ajustes no modus operandi: pegar as oportunidades e melhorar capítulos mal escritos, acertar negócios inacabados, colocar os pingos nos “is” com dignidade, redirecionar pensamentos traquinos e refinar palavras desaforadas. Afinal, há sempre uma forma sábia, uma maneira virtuosa de agir, não é mesmo? E se esse papo estiver muito utópico... bom, dá para fazer diferente, mas #ficaadica: com o coração honesto, anote os contrastes, porque, afinal de contas, a vida é eco e um gigante laboratório também! E a essa altura me veio à mente... “Deus não joga dados com o Universo” — pessoas também não.* 42


“É impossível viver sem falhar em alguma coisa a menos que você viva tão cautelosamente que acabe não tendo vivido, e neste caso você teria falhado por definição.” Joanne Rowling – autora de Harry Potter

Patricia Cantalino é bióloga e terapeuta reichiana de formação, assistente da coordenação BK região Nordeste e profª de Meditação Raja Yoga e cursos de Qualidade de Vida da BK.

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OM DROPS DE SABEDORIA * por Ken O’Donnell

Vídeos retirados do canal no Youtube “Viver e meditar” de Ken O’Donnell

A GENTE COLHE O QUE PLANTA

ONDE ENCONTRAR www.youtube.com/viveremeditar www.facebook.com/viveremeditar

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VÍDEOS Clique nos ícones acima para ver os vídeos do canal “Viver e meditar” de Ken O’Donnell

Vídeo 1 Cuidar de sua felicidade

Vídeo 2 Coragem

Vídeo 3 Sucessso real

Ken O’Donnell é praticante e professor de meditação há 43 anos. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É Coordenador para a América do Sul da Brahma Kumaris.

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OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixão

Feijão, vó, amor e amor Quando criança, veraneava todos os anos na ilha de Itaparica, Bahia de Todos os Santos. Era um momento mágico: férias, “liberdade”, primos, praia de manhã, de tarde e de noite. Mas tinha um detalhe nisso tudo pelo qual eu esperava ansiosamente: o feijão da minha vó. Era o melhor feijão do mundo. Até hoje tenho uma lembrança afetiva daquele sabor. Naqueles dias tão especiais, perguntava-me o porquê de minha vó não ir conosco para a praia. Tinha impressão que ela estava perdendo algo, já que era sempre tão divertido. Mas ao chegarmos 46

em casa, e todos tinham que voltar para almoçar juntos, lá estava ela nos esperando com um lindo sorriso no rosto e a mesa posta. Sentíamos o cheiro do feijão e do amor no ar. Comidinha com gosto de amor. Clichê? Sim, mas a pura verdade. Hoje entendo a lei do retorno e realizo que nada poderia ser diferente. Havia uma troca e cumplicidade todo o tempo. Como diz o ditado: “Colhemos o que plantamos”... e minha vó sabia bem sobre esse plantio e não lhe faltavam beijos, abraços, respeito e carinho. *


FEIJÃO MULATINHO Ingredientes ½ kg de feijão 3 colheres de sopa de azeite de oliva 1 pimentão verde 1 pimentão vermelho 2 tomates 1 molho de coentro 4 folhas de louro 1 colher de chá de páprica 1 colher de chá de cominho 1L de água Sal e amor a gosto

Modo de preparo Deixe o feijão de molho por pelo menos 12 horas. Escorra e reserve. Pique os temperos e em uma panela refogue-os no azeite de oliva, deixando um pouco do coentro para o final. Acrescente a páprica, o cominho e o sal. Depois de alguns minutos acrescente o feijão e o envolva nessa mistura por 5 minutos. Coloque a água, as folhas de louro e deixe cozinhar até que os grãos fiquem macios. Finalize com um pouco de coentro e sirva com um arroz branco soltinho.

Ana Paula Paixão é designer, coordenadora do grupo jovem da BK no Nordeste, professora de meditação Raja Yoga e encantada com a natureza.

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MEDITAÇÕES OM LINE * por luciana ferraz

CRIANDO PENSAMENTOS E AÇÕES PUROS Nessa posição tranquila, completamente consciente da alma que sou... experimento que sou o senhor, o mestre dos meus pensamentos... do centro da minha testa, do meu trono físico... eu, a alma, sou capaz de governar a minha existência... meus pensamentos saem exatamente como eu programo... sou capaz de escolher cada um dos meus pensamentos.. sou dono do meu processo interno... e escolho apenas pensamentos de paz... Meditação retirada do CD “Raja Yoga - Meditação Orientada”, de Luciana Ferraz, da Editora Brahma Kumaris Clique no ícone ao lado para ouvir a meditação completa 48

Luciana Ferraz é socióloga, coordenadora da Brahma Kumaris no Brasil, tem mais de 40 anos de prática de meditação Raja Yoga, ministra palestras em muitos países e é membro do comitê internacional de Meio Ambiente da BK.


Clique na imagem na tela do tablet para ver o vídeo de apresentação da Editora Brahma Kumaris

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OM line é uma revista digital para quem almeja restaurar o equilíbrio interno.

Uma publicação da Brahma Kumaris Brasil brahmakumaris.org.br/revista 50


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