Revista OM Line - 13ª Edição

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Só por hoje Só um dia basta pra você ser um grande herói, O seu castelo você constrói Com cada pedra no caminho E faz do seu segundo O que mais importa no mundo, Faz da sua vida uma estrada pra escalar alto, E cada dia é como um salto. Só você pode entender O que é dar a volta E não olhar pra trás. Só você pode entender O que é ir em frente Só por um Hoje a mais.

Música de Lorena Sales, artista plástica, terapeuta holística e praticante de meditação Raja Yoga Clique no ícone ao lado para ouvir a música


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CARTAZ AO LEITOR *

Queridos amigos e amigas, Saudações de Paz! O ano começa com tantos desafios. Estamos em meio a uma crise mundial sem precedentes! Será que, ainda assim, consigo ver a realidade ilimitada que está além da máscara? Eu, acredite ou não, visualizo que um futuro luminoso se aproxima, afinal, é certo que depois da escuridão vem a luz. É tempo de sentir o futuro e aproximá-lo através de pensamentos, palavras e ações. Não é apenas uma questão de ter fé e sim de torna-se uma personificação desta fé, torná-la realidade através das minhas ações. Substituir críticas por apreciação, lágrimas por sorrisos, competição por cooperação, rejeição por acolhimento. Crie o hábito de focar no que já está bom em si, nos outros e na vida. Abandone o hábito de sofrer e se preocupar por tudo e nada! Assuma a leveza como estilo de vida. Os artigos desta edição da Om Line apresentam dicas preciosas de como fazer essas mudanças. Leia, ouça, experimente, implemente em sua vida e... finalmente sinta: o futuro me chama! E eu vou! Feliz Ano Novo! Equipe Om Line




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SUMÁRIO *

36. MATÉRIA DE CAPA Novas perspectivas para Novos Tempos Patrícia Carvalho

10. OM PRIMEIRA PALAVRA Sim... Mas Como? Ken O’Donnell

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18. OM SÚTIL

56. OM PENSAMENTOS

Uma visão Dadi Prakashmani

Tempo... Tempo... Tempo... Lorena Sales

20. OM ESTILO DE VIDA

60. OM INSPIRAÇÃO

Lidando com a negatividade Sister Jayanti

O poder do ritmo Goreth Dunningham

28. OM CONHECIMENTO

64. OM DROPS DE SABEDORIA

Sri Lakshmi Devi Shivani Verma

A Calma depois da tempestade Ken O’Donnell

40. OM ATITUDE

66. OM COMIDA PURA

O propósito e a prática da meditação Raja Yoga

As flores que virão Ana Paula Paixão

48. OM POESIA

68. OM ÚLTIMA PALAVRA

A primavera de uma nova era Paulo Sergio Barros

O verdadeiro caminho Dadi Janki

52. OM TRANSFORMAÇÃO

70. MEDITAÇÕES OM LINE

Reflexões com o Passar do Tempo Alex Pochat

Meditação conduzida Luciana Ferraz

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ESPAÇO DO LEITOR *

OM SHANTI!

EXPEDIENTE Editora: Goreth Dunningham Design e diagramação: Felipe Arcoverde Revisão: Valéria Ferreira Amores Site: Ricardo Skaf Mídias Socias: Naiara Rios Colaboração: Samanta Brandão e Sandra Costa Ilustrações: Freepik.com

Envie para nós os seus e-mails, dúvidas e sugestões, através do Facebook e Instagram ou e-mail: revista.omline@br.brahmakumaris.org Facebook.com/omlinebrahmakumaris Instagram.com/omlinebrahmakumaris www.brahmakumaris.org.br/revista

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LIVE OM LINE *

As lives da Om line acontecem todos os sábados às 17h, direto pelo instagram @omlinebrahmakumaris

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Mente tranquila para abrir caminhos

A luz do silêncio

Liberte-se do desânimo

Maria Helena Dias coordenadora da Brahma Kumaris de São Leopoldo-RS e professora de meditação Raja Yoga há mais de 30 anos.

Rosângela Palmeira contadora, pratica meditação há 23 anos, na Brahma Kumaris atua como professora de meditação Raja Yoga, em Salvador-BA.

Francis Coviello engenheiro eletricista e praticante de meditação Raja Yoga há 6 anos, voluntário da sede de retiros da BK em Serra Negra-SP.

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OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

Sim... Mas... Como? Texto retirado e traduzido da revista “Retreat Magazine”, edição nº 11

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O momento de ser humano chegou! Se você está lendo esse artigo, é provável que seu nome esteja na lista dos peregrinos trilhando seu caminho para um futuro melhor. E pode ser que você (o leitor) e eu, tenhamos muitas experiências em comum. Por exemplo, muitos de nós recebemos uma avalanche de convites para congressos, cursos e seminários sobre as novas tendências nos negócios e trabalho. Nós reconhecemos que a necessidade de transformação a nível individual nas organizações tem uma posição proeminente nas prioridades do momento. Somos idealistas incorrigíveis em querer que o mundo seja um lugar melhor para viver e trabalhar, mas estamos um pouco perdidos sobre como exatamente promover essa transformação. “Entendendo o fator humano: um diferencial competitivo na era da excelência” foi o título de um evento recente sobre recursos hu-

manos cujo folheto colorido chegou à minha mesa. Ao abrí-lo, vi que os organizadores queriam ir até mesmo mais fundo em “Trazer à tona nossos valores de ser essenciais”. Outros desses convites eram para eventos e sessões de treinamento sobre “Espiritualidade no trabalho”, “O ser humano e a transformação organizacional”, “O lado humano da qualidade”, “Novos valores nas organizações”, “Qualidade de vida no trabalho” certamente revelam quão longe chegamos na nossa luta com os aspectos mais básicos das nossas reflexões sobre a direção do trabalho e do trabalhador. Vendo esses títulos expressivos, podemos pensar que o evento irá realmente abordar esses temas urgentes com a seriedade e profundidade necessárias ou se eles serão apenas mais uma conversa festiva. Esse será apenas mais uma rodada de trocas agradáveis de clichês sobre como é importante motivar nos edição 13 / ano 04

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OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

seres humanos a consciência correta essencial face aos nossos desafios, como é importante implantar os novos paradigmas que nos levarão à glória e sucesso. Nós sentamos nas sessões desses cursos e eventos na esperança de que dessa vez será diferente, principalmente porque nosso tempo e recursos são curtos. Temos outras coisas mais importantes a fazer do que perder essas horas ouvindo exposições sobre o novo comportamento exigido pelas dificuldades presentes que provavel-

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mente nem mesmo o apresentador coloca em prática. Depois do entusiasmo provocado pela retórica, piadas e exortações para uma cultura de mudança, voltamos à realidade do nosso carrossel diário com a convicção reforçada de que é mais fácil falar do que extrair


o que de melhor existe em nós. Afinal, também somos um desses seres humanos que “precisam descobrir e desenvolver seus próprios valores”. É bom fazer listas dos valores tão necessários para um profissional a trabalho, mas praticá-las exige poder e autodisciplina extras aos quais podemos ou não ter acesso. Pensar que são os “outros” no meu trabalho (e não eu) que tem de ser resgatados de sua ignorância e falta de iniciativa, termina sendo um erro caro. Tudo começa com minha própria transformação. Um outro sintoma de que provavelmente partilhamos na nossa busca por um mundo melhor é de uma natureza mais pessoal. Dentro das nossas atividades profissionais e sociais e, mais especificamente, no nosso mundo interno, já iniciamos nosso próprio processo de transformação. Ouvir de alguém mais, uma vez mais, que temos de mudar, começa a parecer um des-

respeito ao esforço que já fizemos. Quão fácil é listar os valores de que um bom profissional precisa nesse novo milênio: agilidade, flexibilidade, coragem, respeito, cooperação, desapego do passado e tantos outros. Se tento imaginar alguém com todas essas virtudes plenamente desenvolvidas, não posso imaginar um ser humano, mas um anjo. Talvez, afinal, não seja uma má ideia ser um anjo, pelo menos eu não teria de me preocupar sobre não ter Deus ao meu lado para me dar uma mãozinha quando as coisas derem errado. Certamente, os novos valores e atitudes que temos de urgentemente desenvolver vão além de ser capaz de verbalizar para os nossos amigos, colegas e clientes palavras política e socialmente corretas. A hora de colocar em prática o que sabemos ser verdadeiro e bom já chegou! Essa busca por respostas mais efetivas para as nossas crises inedição 13 / ano 04

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OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

dividuais é um dos sintomas mais claros desse momento. Numa pesquisa realizada na Inglaterra, no começo dos anos 80, 33% dos entrevistados estavam principalmente preocupados com sua sobrevivência; 47%, com conquistas materiais e externas; e 20%, com conquistas internas. Dez anos depois, a mesma pesquisa detectou que os mesmos 33% estavam preocupados com sua sobrevivência, 27% com conquistas externas materiais e 40% com as conquistas internas. Imagine se a investigação fosse feita hoje. Não é por acaso que os livros mais vendidos globalmente são sobre autoprogresso. Por essa razão, o movimento em direção a uma maior espiritualidade prospera. Esse não é um movimento organizado. Como a HR Magazine coloca, “A tendência em direção à espiritualidade nas empresas parece ser resultado de esforços espontâneos e personalizados de 14

administradores, departamentos, fábricas e empresas por todo o Canadá e Estados Unidos. Não há dúvida de que o interesse por espiritualidade no local de trabalho está crescendo.” Após anos de reestruturações através de programas como “Qualidade Total” e “Reengenharia” e de ser atingidas pelo furacão de mercados globalizados e instáveis, muitas empresas e seus empregados encontraram-se decaindo vertiginosamente. A demissão ou redundância forçada de muitos colegas e amigos não apenas afetou e gerou medo entre os sobreviventes, mas herdaram a síndrome do menos-pessoas-para-mais-trabalho, bem como tecnologias mais complexas do que eles precisavam dominar. Para trabalhar com as cicatrizes, medo e sobrecarga de trabalho que permeiam as organizações hoje, uma expressiva força espiritual é necessária.


Como Judith Hoy, presidente da “Learning Systems” e da “Organizational Development Network” diz no mesmo artigo mencionado acima, “O downsizing (redução), a reengenharia e os cortes de pessoal transformaram as corporações (norte-americanas) em lugares não muito amistosos. Os empregados desejam profundamente ter a força interior para ajudá-los a fazer seu trabalho e viver suas vidas apesar dos seus medos e inseguranças.

Levou tempo, mas pela mera força das circunstâncias, a espiritualidade é, finalmente, um assunto em salas de diretoria e programas de treinamento em organizações ao redor do mundo que veem como imperativa a tarefa de tornar o local de trabalho mais respeitoso, seguro e saudável. Nos locais de trabalho nos anos 70, a espiritualidade era totalmente confundida com religião ou até mesmo com o movimento hippie edição 13 / ano 04

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OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

que naquele momento estava em seu ápice. Ainda hoje, quando se fala sobre espiritualidade no local de trabalho, isso cria medo ou preocupação nos responsáveis pelo desenvolvimento de recursos humanos. Eles imaginam todos os tipos de atividade religiosa: rituais na hora do almoço, encontros com leitura de escrituras e proselitismo assumindo o controle das mentes dos empregados. O que eles precisam entender, talvez, é que a espiritualidade é basicamente o estudo e o desenvolvimento de valores humanos, a não ser confundidos com práticas religiosas como são comumente observadas. Isso implica no retorno da autoestima como a base do crescimento pessoal. Isso abre o caminho para exatamente os mesmos valores que um empregador ou líder bem sucedido precisam nesse momento de caos econômico e existencial. Então, talvez agora, finalmen16

te tenha chegado o momento em que focaremos em como melhorar a qualidade do ser humano nos níveis emocional e espiritual, não apenas no ambiente profissional, mas em tudo o que a vida envolve. Há quatro fases na construção de um prédio – estudo do conceito básico da construção, avaliação do local de construção, o projeto arquitetônico e a execução do trabalho. Do mesmo modo, há quatro etapas para melhorar nossa qualidade interna: Base conceitual: o que é qualidade e onde ela se aplica; noções da visão sistêmica ou holística de processos e a importância do indivíduo nos diversos sistemas dos quais fazem parte. Avaliação da situação atual: porque as instituições e os indivíduos que as compõem não estão desenvolvendo seu potencial completo.


Projeto de autotransformação: como planejar e iniciar a transformação pessoal que traz “qualidade total” à vida. alguém que não se prepara. Se o mundo piora, meu esforço para deConstrução para uma vida melhor: senvolver valores positivos agora motivação e a prática de autorre- me ajudará a enfrentar as dificuldaflexão a fim de desenvolver relacio- des melhor do que alguém que não namentos práticos. fez nada. E, finalmente, sem nem mesmo considerar o futuro, meu Um dos meus mais importan- esforço para melhorar agora, e as tes pontos de aprendizagem que consequentes vitórias pessoais, sempre me encorajou em direção grandes e pequenas, já me ajudam a essa meta é o seguinte: Se sem- no presente. É extremamente inpre busco me aprimorar, não tenho teressante observar e fazer parte nada a perder. Se o mundo melho- de uma fase na história humana rar eu estarei mais bem preparado que o futuro lembrará como um para ocupar meu lugar nele do que grande ponto de virada. *

Ken O’Donnell é praticante e professor de meditação há mais de 40 anos. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É Coordenador da Brahma Kumaris para a América do Sul.

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OM SÚTIL * por Dadi Prakashmani

UMA VISÃO Uma visão que é compartilhada por todos nós é a de que estamos à beira de uma transformação mundial. É como se o planeta inteiro estivesse na escuridão. Mas, depois da noite, deve vir o dia, e nós estamos agora sentados nos estágios iniciais do amanhecer. Já podemos ver os raios do Sol Espiritual. Essas são as boas novas que queremos comunicar. O momento presente é um momento de febre, porque o mundo está doente. Há tanto de tudo. Há muitos reinos pequenos com

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muita gente que é muito destrutiva. Mas, se há muito de alguma coisa, a mudança está sempre no vento. Por causa da febre, a doença será curada. O sofrimento é um estímulo que por si só pode aproximar as pessoas de Deus. Ele nos ensina lições importantes que não podemos receber de outra maneira. Se nos tornamos uma vez mais mestres de nossas mentes, o sofrimento vai parar. Eu antevejo um mundo onde não haverá nada faltando, no qual não


haverá pessoas insatisfeitas. É hora para que o mundo presente seja transformado. Isso não é apenas uma crença, mas uma experiência. Nós tivemos visões claras disso, e temos fé firme nisso. É por isso que dizemos para o mundo, “Venham, vamos criar o paraíso juntos. É hora de transformar o mundo.” *

Dadi Prakashmani, yogini indiana, foi a sucessora de Brahma Baba na liderança administrativa da Brahma Kumaris. Líder espiritual internacional, profundamente amada e respeitada por todos que tiveram a felicidade de conhecê-la.

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OM ESTILO DE VIDA * por Sister Jayanti

Lidando com a negatividade Texto retirado e traduzido da revista “Retreat Magazine”, edição nº 12 Nesse nosso mundo de hoje há tantas dúvidas sobre o nosso futuro, o meio-ambiente e a população, a situação financeira e política, a distribuição de renda. Você apenas tem de pegar um

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jornal para realizar que o mundo se encontra num estado precário. É fácil tornar-se negativo. Se quero me tornar negativo, posso encontrar mil razões para fazer isso. Se permito que todos esses fatores me influenciem então, é como se mil revólveres estivessem apontados para a minha cabeça, de modo que me sinto extremamente negativa. Um outro fator é as pessoas que me cercam. É muito fácil tornar-se influenciado pela negatividade delas. Posso ser influenciada por pessoas com as quais trabalho e, às vezes, a negatividade delas me ataca, então, torna-se difícil manter meu equilíbrio, leveza e felicidade devido às suas reações e respostas negativas a tudo–ou poderia ser a minha própria resposta negativa em relação a elas. Posso não gostar do modo como elas falam comigo ou me olham, de modo que ocorre um acúmulo gradual de sentimentos de ser pressionado por todas as direções. Então, como escapar disso? Mesmo se eu escapasse, restaria uma outra realização profunda: o problema não está realmente no mundo externo ou nas pessoas que me cercam. Se passo alguns momentos em reflexão honesta, percebo que o que está acontecendo dentro de mim é a raiz da minha negatividade. Isso provavelmente não me trará júbilo ou leveza e poderá até mesmo causar sentimentos de peso ou depressão porque significa que entendi que a negatividade está vindo de denedição 13 / ano 04

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OM ESTILO DE VIDA * por Sister Jayanti

Após a escuridão, a luz virá; a noite tem de se tornar dia. tro. Como lidar com ela? Primeiramente, posso tentar entendê-la, e entendendo-a e realizando-a, andei um longo caminho em direção de ser capaz de corrigir isso. Eu entendo que o período da história pelo qual a civilização está passando agora é particularmente sombrio. Mas ele não vai durar para sempre. A condição do mundo é atemorizante, mas mudará. Após a escuridão, a luz virá; a noite tem de se tornar dia. Isso acontecerá com a passagem do tempo; não posso forçar esse dia a vir, não posso forçar seu ritmo de modo que aprendo a ser um observador desapegado. Posso fazer parte dos movimentos que trarão o dia e não permitir que as coisas afetem meu estado 22

interior de consciência. Isso requer alguma experimentação. Posso estabelecer aqui uma analogia: um ator desempenha um papel no palco e está totalmente envolvido em tudo o que acontece. Alguém na plateia está também ciente de tudo o que acontece no palco, mas tem um estado de consciência diferente. Eu preciso aprender a ser ambos nesse jogo da vida − tenho de ser um ator e um observador. E quanto à negatividade das outras pessoas? Sei que se sou afetado pela negatividade de outras pessoas, vou ser mergulhada num ciclo de ações, reações e respostas sobre o qual não tenho controle. Mas se os vejo, ouço e respeito como seres humanos e indivíduos


e entendo seu ponto de vista, não me deixarei ser arrancada da minha posição de estabilidade interna. Se posso me certificar de que permaneço meu próprio mestre, a negatividade dos outros não me influenciará. Posso perguntar a mim mesma o que quero e, então, andar na direção de alcançar essa meta. Posso desenvolver a arte do desapego, ser amistoso e ao mesmo tempo, não permitir que os outros me toquem. Posso estabelecer aqui uma outra analogia: pense sobre a imagem de uma flor de lótus. Ela vive em águas sujas estagnadas e ainda assim, tem uma camada de cera sobre suas pétalas de modo que nada pode tocar sua superfície, a sujeira simplesmente escorre. Posso criar em mim essa camada de proteção de modo que minha pureza e estabilidade internas permaneçam minimamente afetadas. Apenas desse modo posso ser verdadeira comigo. De outro modo, me torno

uma marionete das circunstâncias e situações que os outros criaram e não sou mais um mestre dos meus sentimentos e destino. Aprendo a ter essa proteção através da experiência de desapego e consciência de Deus e isso trará um toldo de bênçãos influenciando a mim e aos outros ao meu redor. Há algum ser humano criando uma sombra sobre você? Às vezes me encontro numa situação na qual estou reagindo contra alguém e então torna-se cada vez mais difícil e irritante lidar com esse indivíduo. Estou criando uma imensa carga para mim, a qual tornará ainda mais difícil viver comigo e com esse indivíduo. Se desejo criar um ambiente de paz e amor ao meu redor, minha resposta às negatividades em direção a qualquer um torna-se extremamente importante. Devo não tentar permitir que esse acúmulo de negatividade aconteça. Se ele já ocorreu, deixe-me analisar edição 13 / ano 04

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OM ESTILO DE VIDA * por Sister Jayanti

o processo inteiro e ver que se trata de uma forma sutil de ego porque considero que o modo como penso, as coisas que faço e meu entendimento, estão todos corretos e a outra pessoa está errada. Então, estou constantemente criticando − isso significará um acúmulo dessa negatividade. Reconheça que ela partiu do seu próprio ego e aprenda humildade e respeito. Reconheça o valor do indivíduo e aceite a bondade que há neles. Todos têm imenso valor, eu apenas tenho de ter a visão certa para ser capaz de ver isso. Quando começo a apreciar o valor dos outros, realizo que a negatividade, na verdade, é minha. Sim, eles fazem as coisas de um modo diferente do meu, mas tem de haver variedade, então deixe-me apreciar isso. Não posso mudá-los ou controlá-los; o que posso fazer é mudar minha atitude e minhas respostas. Se continuo a ter uma visão de amor e respeito 24

por eles, sei que através disso haverá uma chance muito boa de que eu possa influenciá-los e ajudá-los em seu processo de transformação. Se reagir contra eles, não serei capaz de influenciá-los no futuro porque minhas reações terão levantado uma barreira entre nós, e, por meio disso, tornando a comunicação muito difícil. Se mudo minha atitude de um modo genuíno − e não a partir de diplomacia ou cortesia artificial, mas vendo seu estado divino original eterno − então, com respeito genuíno, um bom nível de comunicação se estabelecerá, e talvez, no momento certo, poderemos falar sobre as coisas e uma transformação poderá ocorrer. Mas não devo permitir que esse acúmulo de negatividades destrua nossa comunicação com eles; de outro modo, muros terão sido erigidos, os quais dificultarão um entendimento posterior. Talvez a coisa mais difícil para nós seja aceitar a negatividade que


Quando me reconheço como uma alma eterna, altero completamente minha visão de mim mesmo.

sentimos em nós mesmos. Vemos nossas fraquezas, vemos as dificuldades que criamos, vemos as dívidas emocionais que acumulamos e imaginamos como será possível algum dia lidar com tudo isso. Se perco esperança as coisas se tornam difíceis. Portanto, não permito que o ciclo de negatividades venha a existir, não perco o amor por mim mesma ou os pensamentos negativos me puxarão cada vez mais para baixo. Tão logo vejo que há a possibilidade desse ciclo negativo começar, me certifico de que o interrompo naquele momento porque esses ciclos são poderosos; um pensamento fraco e outro e mais outro, e estou armadilhada. Quando não posso pará-los antes que come-

cem, isso me prende a um nó. Primeiramente, tenho de ver a causa e o que precisa ser feito, e olhar para o futuro de modo a poder prevenir as coisas de acontecerem; e, então, tomar precauções de modo que isso não venha a acontecer de novo. Quando me reconheço como uma alma eterna, altero completamente minha visão de mim mesmo. Volto à percepção da minha forma original, sinto o ser divino que verdadeiramente sou, e a esperança retorna. Entrando na consciência dessa experiência da minha imortalidade, do “eu, a alma”, sou capaz de mudar completamente minha visão. Sei que nessa consciência de ser um filho de Deus, tenho dentro de mim a capacidade de ter pureza, edição 13 / ano 04

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OM ESTILO DE VIDA * por Sister Jayanti

Quando aprendo a remover a negatividade, sou atraído pela beleza que a positividade pode trazer. paz e amor. Se permito que essas qualidades emerjam e passo alguns minutos em silêncio todos os dias, apenas deixando minha mente tornar-se desapegada de todas as outras coisas nas quais ela está geralmente presa, posso valorizar quem eu realmente sou. À medida em que esse estágio floresce, a cada dia sua influência dura cada vez mais. À medida em que desenvolvo essa consciência de autorrespeito e autoestima e abandono o ciclo de negatividades que me puxou para baixo, certifico-me de que minha visão, palavras e ações demonstrem essa estima. Ela se expressa em valor e respeito pelos outros e a partir deles, obtenho a mesma resposta de volta. Enquanto carecia de autoestima, 26

busquei apoio e confirmação do lado de fora no mundo. Apenas nesse estado, onde estou gerando meu próprio autorrespeito internamente, posso obter o respeito dos outros. Esse é o modo pelo qual posso mudar minha autoimagem negativa. Quando aprendo a remover a negatividade, sou atraído pela beleza que a positividade pode trazer e, porque desenvolvo um gosto por isso, aprendo a aceitar a positividade e rejeitar a negatividade. Exerço, portanto, um maior impacto sobre a atmosfera ao meu redor e sobre as pessoas com as quais estou. Até mesmo um indivíduo que entre nessa consciência de tornar as coisas positivas, de aprender a lidar com as coisas de um modo po-


sitivo, faz uma grande diferença. O peso do mundo ocorreu devido ao acúmulo de todos os nossos pensamentos e ações negativos e o único modo pelo qual podemos transformá-los e substituí-los, é através do poder da positividade. Isso nos capacita a promover transformação, primeiramente no nosso ambiente, local de trabalho e lar, que inevitavelmente, irão se estender e mudar a sociedade. No estado de falta de paz e coragem, as forças da escuridão se tornam mais pesadas e fortes. Quando me torno ciente de que sou um filho de Deus, um ser de luz, um instrumento da luz e deixo a luz da consciência, sabedoria e verdade me transformarem, então, posso ser um instrumento para levar luz ao mundo ao meu redor. No estado de negatividade, há grande medo e ignorância. Se consigo entender isso, seu poder reduz e, ela é gradualmente eliminada e há um maior entendimento das razões para

Sister Jayanti é diretora da Brahma Kumaris para a Europa e Oriente Médio.

um estado de mundo negativo e das minhas conexões cármicas com outros indivíduos. Entendendo todas essas coisas, a luz entra no cenário, a escuridão é removida, e sei o que fazer e como fazer. Tenho de levar luz ao mundo e, desse modo, a escuridão não será mais capaz de me influenciar, e serei capaz de ajudar a remover a escuridão dos outros. * edição 13 / ano 04

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OM CONHECIMENTO * por Shivani Verma

Sri Lakshmi Devi Poder de Cooperar: A oitava de uma série de aulas sobre os poderes da alma Nos últimos dias nós entendemos sete poderes da alma. O primeiro poder foi o poder de retirar-se ou desapegar-se, o que significa desapegar das situações e desapegar das vibrações e o comportamento das pessoas. Eles não nos influenciam. Nós escolhemos

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nosso próprio comportamento e pensamentos. Nós permanecemos desapegados da energia deles. O segundo poder que invocamos foi o poder de deixar pra lá. Com esse nós nos libertamos de coisas que não são importantes, facilmente, e quando nos libertamos do que não é importante a alma recebe muito mais poder e então passamos a nos libertar de situações maiores com mais facilidade, também. Quando fazemos isso, toleramos o comportamento de outras pessoas. Nós não sentimos que estamos tolerando. A tolerância se torna natural. Nenhum comportamento, energia, vibrações ou carma dos outros causará distúrbio em nossas mentes. Nós os toleramos. Uma vez que tenhamos tolerado, a mente não levanta questionamentos como “por que eles são

assim?”, “por que isso aconteceu?”, “por que essa situação é dessa forma?”. Então, o próximo poder que emerge em nós é o poder de aceitar. Nós aceitamos. Então, passamos por esses quatro poderes: retirar-se, deixar pra lá, tolerar e aceitar. A mente passa a se tornar pacífica. Há quietude na mente. A contínua conversa interna de pensamentos que surgem ao longo do dia começa a ficar silenciosa. Por causa desse silêncio, nossa intuição se torna mais forte. Clareza e criatividade também aumentam, nossa vibração se torna mais elevada e nós desenvolvemos o próximo poder que é o poder de discernir e saber o que é certo e o que é errado se torna mais muito fácil. Uma vez discernido o que é certo, o próximo poder é o de decidir. Quando nós praticamos o poder de discernir e

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OM CONHECIMENTO * por Shivani Verma

decidir com precisão, ainda que haja algo antiético acontecendo ao nosso redor, conseguimos usar com facilidade, o poder de enfrentar. Quando nós estamos usando esses sete poderes, sem percebermos, o oitavo poder pode emergir em nós. Tudo isso é uma transformação dentro de nós. Tudo isso está acontecendo aqui, internamente. Quando tal transformação acontece dentro de nós, nossa energia alcança outro nível. Nossos pensamentos se tornam poderosos e puros. Todas as nossas palavras tornam-se acuradas e benéficas. Todos as nossas ações dão felicidade aos outros, porque nós criamos os sete poderes em nós. Então, o oitavo poder que emerge automaticamente é o poder de cooperar com os outros. Os primeiros sete poderes foram para nós mesmos e

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o resultado do uso deles é que nós podemos empoderar outros porque, mesmo que não ajam de forma correta conosco, nós permanecemos desapegados. Isso significa que mesmo que alguém tenha agido errado conosco, nós estamos desapegados de sua energia e nós não criamos pensamentos errados sobre essa pessoa e, quando não criamos pensamentos errados, boas energias estão irradiando a partir de nós para ela. Nós estamos cooperando com essa pessoa ao não irradiar energia negativa para ela. Alguns têm essa atitude prejudicial ou são vítimas de seus hábitos errados; alguns são escravizados por vícios; alguns cometem erros repetidamente; alguns estão caindo... Poderia ser um membro de nossa família... Mas nós não vamos nos preocupar com eles porque


nossa preocupação envia energia ruim para eles. Nós devemos aceitar que essa é a situação atual. Nós discernimos sobre isso. Agora manteremos nosso estado emocional elevado e criaremos boas virações para o sucesso deles. Isso significa que nós estamos cooperando com eles. Se nós ficamos preocupados com eles por causa de nossos antigos hábitos de experimentar preocupação, preocupados com o que eles farão agora, como acertar as coisas por eles, todos esses pensamentos irão exaurir ainda mais o estado mental deles. Em algum momento nossas vibrações podem tanto elevar a vibração das outras pessoas, como derrubar a vibração das outas pessoas. Quando nós encontramos um tipo de pessoa, o estado da nossa mente melhora e quando encontra-

mos outro tipo de pessoa, o estado da nossa mente vai pra baixo. Tudo depende de onde eles estão em suas vibrações. Então, quando elevamos o estado ou o nível de nossa energia, quem quer que entre em nosso campo de energia – pessoas com as quais vivemos, trabalhamos e interagimos – essas pessoas receberão nossa energia elevada e essa é a nossa cooperação para com eles. Essa é nossa cooperação para com todos. Essa é nossa cooperação para com a situação. Suponha que há uma crise. Uma situação extremamente difícil e todos em volta estão preocupados. Todos estão culpando uns aos outros e está um caos total ao passo que nós estamos estáveis e focados. Isso significa que nossa vibração é oferecer cooperação a essa situação, porque nós estamos transformando

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OM CONHECIMENTO * por Shivani Verma

o problema em uma solução. Nós precisamos cooperar o dia inteiro. Nós precisamos cooperar com as pessoas, as situações e, mais importante, com o mundo, porque nossas vibrações estão irradiando para a Natureza ao nosso redor. Nossas vibrações irradiam para o corpo, então nós precisamos cooperar com nosso corpo. Quando nós trazemos uma mudança e criamos uma vibração elevada na mente, isso irradia para o corpo, então nosso corpo recebe cooperação; irradia para as pessoas, então as pessoas recebem cooperação; irradia ao nosso redor, então a Natureza recebe cooperação; irradia para o meio ambiente, então nosso planeta recebe cooperação. Quando falamos sobre a transformação mundial e perguntamos “quem vai transformar o mundo” expressamos

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claramente que nós estamos esperando por isso. Nós costumamos pensar que nosso mundo precisa de mudança, nosso país precisa de mudança... “minha cidade precisa de mudança, minha família precisa de mudança... muitos precisam de mudança”. Mas, o que nós estamos fazendo a respeito disso? Se nós ficamos só pensando que o mundo precisa de mudança, esses pensamentos não farão a mudança no mundo. Se nós pensamos que uma profissão em particular ou o poder político vai mudar o mundo, que o poder religioso vai mudar o mundo ou o poder da ciência vai mudar o mundo, isso não poderá acontecer. O mundo é criado pelo estado mental de cada um de nós. Isso é a consciência coletiva de nossas mentes. Suponha que há quatro pessoas,


contando com você, em casa. A energia combinada dessas quatro mentes será a energia da sua casa. Se um escritório tem cem funcionários, então essas cem mentes juntas será a energia do escritório. Hoje nós somos milhões de pessoas habitando o planeta. Nossas mentes juntas é a energia do planeta. Então, nós somos parte disso. Como nós estamos cooperando? Nós cooperamos vivendo com todos uma vida de pureza, paz, aceitação, felicidade, amor e sabedoria. Nós entenderemos as pessoas, seremos empáticos e compassivos. Todos esses traços de personalidade são de cooperação para com o planeta e quando criamos essa autotransformação, estamos cooperando e contribuindo com a mudança do mundo. Quando o

mundo novo virá? Como o mundo chegou a esse ponto? Quantos de nós contribuiu para a criação dessa situação em que o mundo se encontra? Todos nós, quando criamos preocupações, raiva, quando estávamos estressados com nossas expectativas frustradas, quando experimentamos ódio, tristeza ou dor. Todo esse tempo nós cooperamos em criar o mundo. Nossa energia criou a Kaliyuga (Idade do Ferro) no planeta. Nós cooperamos para criar a Kaliyuga. Agora nós precisamos cooperar para criar a Satyuga (Idade do Ouro) no planeta. Cheque-se durante o dia e crie esse pensamento poderoso: “O estado de minha mente cria o mundo. O que eu sou em minha mente, internamente, eu estou contribuindo com o mundo. Mesmo que eu traga

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OM CONHECIMENTO * por Shivani Verma

apenas uma mudança em mim, eu mudarei a vibração do mundo. Essa é a minha conexão com o mundo.” Esse poder é o poder da cooperação. Esse poder é representado por Sri Lakshmi Maa, a deusa da Prosperidade. Sri Lakshmi Maa é mostrada tanto sentada quanto em pé, numa flor de lótus. Se nós refletirmos sobre isso, o que isso significa? Significa que nós precisamos conviver com todos. Nós dizemos que esta é a Kaliyuga, a era de conflitos, confrontos e falta de paz. Mas uma lótus floresce rodeada de lama e sujeira. Ela não vive separadamente, distante disso. Isso significa que nós precisamos viver nesse mundo cercados pelos várias personalidades, mas precisamos florescer como a flor de lótus, o que significa estar ali, mas não estar ali. Permanecer

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lá, mas intocado. Desapegado, mas amoroso com todos. É quando nossas vidas se assemelham com a flor de lótus. Então é isso o que simboliza a deusa sentada ou em pé na flor de Lótus. Uma das mãos de Sri Lakshmi Maa está mostrando o caminho (palma voltada para fora), com moedas de ouro caindo da sua mão para o chão. A segunda mão de Sri Lakshmi Maa está mostrando doações de bênçãos, o que significa que ela está doando com as duas mãos. A alma, que é poder, não quer nada de ninguém. Essa alma não precisa que o mundo esteja do seu jeito. Não há desejo do mundo ser do jeito dela ou das pessoas serem do jeito dela. Não! Nós já fizemos nosso trabalho interno, aqui na mente. Essa alma apenas continua doando com ambas as mãos. Sri Lakshmi


Maa é mostrada doando moedas de ouro de uma mão. As moedas de ouro simbolizam o conhecimento. Isso significa que o conhecimento que nós recebemos e as qualidades que nós desenvolvemos não permanecerão apenas conosco. Nosso conhecimento, nosso poder, nossa disciplina continuam irradiando para os outros a partir de nós. Não importa qual personalidade a outra pessoa traga, nós sempre daremos bênçãos a ela, porque a alma é poderosa, não há sequer um pensamento negativo criado. Como essa alma cooperará? Doando bênçãos. Então, todos os nossos pensamentos, palavras e ações devem ser uma bênção para os outros. Nossas ações mudarão o destino das pessoas. Uma alma poderosa assim cooperará com a criação da Satyu-

ga nesse planeta. Nesse ano novo vamos praticar isso: “com as minhas vibrações, pensamentos, palavra e comportamento, para o meu meio ambiente, meu corpo e às pessoas ao meu redor, eu, a alma, coopero com a minha pureza. Eu sou Shakti (poder). Eu sou a personificação de Sri Lakshmi Maa.” Om Shanti. *

Shivani Verma é yogini indiana, palestrante internacional, apresentadora do programa de TV Awakening with Brahma Kumaris, tem 2,5 milhões de seguidores no Facebook, suas palestras têm 110 milhões de visualizações no YouTube e é escritora bestselling no Amazon.

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MATÉRIA DE CAPA * por Patrícia Carvalho

Novas Perspectivas para Novos Tempos 36


Há uma dinâmica interessante ao redor da palavra mudança. Todos nós buscamos inovação, descoberta, novas experiências, adentrarmos terrenos internos e externos até então desconhecidos. Há uma relação entre a descoberta e a satisfação. Talvez porque tenhamos nos afastado tanto de nosso estado pleno, perfeito, que de uma certa forma buscamos essa experiência projetando movimento na vida que se passa à nossa volta, como se essa plenitude original do ser fosse algo a ser encontrado fora de nós mesmos, em alguma esquina, em algum relacionamento, na novidade, no futuro. Ao mesmo tempo resistimos à mudança, com medo, rejeição. Protelamos, negamos, e não acreditamos que no tempo benevolente que estamos vivendo toda a mudança abre perspectivas para a superação e a transformação. Precisamos acreditar que a transformação, por si só, é a maior benevolência. Mudança faz parte da lei do Universo. É a única certeza que todos nós temos no edição 13 / ano 04

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MATÉRIA DE CAPA * por Patrícia Carvalho

mundo físico: a impermanência de todas as coisas. Logo, resistir à esse movimento natural acaba nos desgastando, e o sintoma do desgaste é a perda da esperança, da fé, da motivação, da felicidade. Portanto, a única opção que nos resta é a da aceitação. Entendendo que as coisas são como devem ser, e que nosso estado interno não depende de nada externo para existir. A felicidade, o equilíbrio, a paz, o amor, a força, são inatos. Fazem parte da matriz divina de cada ser. Quando, de alguma maneira, tentamos resistir, impedir a mudança, a vida nos compele. O Coronavírus é uma manifestação inegável disso. Se a humanidade adormece na zona de conforto das ilusões desconfortáveis, o barco da vida, de tempos em tempos, sacode, para despertar. Ainda assim a inércia que carac38

teriza a Idade do Ferro da humanidade é uma força tão grande que basta as coisas se acalmarem para fazermos de conta que nada aconteceu. No entanto, a repercussão da experiência mundial mais recente nos mostra que ainda teremos sequelas dessa sacudida por um bom tempo. Logo, precisamos nos adaptar. A flexibilidade é um poder. Ajustar-se à uma nova realidade, procurar adaptar-se às necessidades do momento, assim como um objeto, que por ser flexível não se quebra, mas se molda, e muitas vezes, com resiliência, consegue voltar à sua forma original, sem ser afetado. Sem flexibilidade arrebentamos na forma somatizada de doenças físicas, mentais, emocionais, e talvez nunca mais tenhamos a chance de nos reencontrarmos em meio aos escombros.


A pandemia vigente nos trouxe muitos desafios, mas também muitas oportunidades, aprendizado, novos horizontes. E por mais que pareça difícil dar o primeiro passo num terreno desconhecido, tão logo tenhamos a coragem a vida nos ampara, e os braços de Deus, do Universo, se abrem para nos conduzir com doçura, com leveza. Sim, temos uma idéia de nosso destino. Todos queremos chegar lá, naquela realidade feliz, que alguns chamam de Paraíso, de Céu, de Nirvana, de auto-realização. Mas só teremos certeza quando chegarmos, e o que nos separa é

justamente a caminhada nesse terreno desconhecido. Porque se fosse conhecido o Paraíso já seria aqui. E o que traz conforto ao coração é saber que a humanidade inteira caminha nos mesmos trilhos. E na caminhada, alguns são guias, vêem a luz, outros são aqueles que precisam seguir, precisam de direção, pois se sentem na escuridão. Basta entender em que grupo queremos estar, e trabalhar por isso. Porque sem empenho não há resultado. Bem vindos ao novo!! Bem vindos ao agora! Bem vindos ao amanhã! *

Patrícia Carvalho é cirurgiã-dentista, praticante de meditação Raja Yoga há 30 anos.

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OM ATITUDE *

O propósito e a prática da meditação Raja Yoga Texto retirado e traduzido da revista “Retreat Magazine”, edição nº 8

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Nas primeiras seis aulas do “Curso Introdutório de Meditação Raja Yoga”, é visto que a prática da meditação não se confina a um determinado tempo e lugar. O propósito da meditação é mais do que apenas uma técnica para obter uma sensação de calma. A meditação reconecta e repara nosso relacionamento com nós mesmos. Ela é um meio de experimentar ser como realmente somos: seres de luz espiritual (alma), e superar a identidade enganosa da nossa forma física (corpo), que formou uma impressão profundamente arraigada sobre nossos pensamentos, valores, atitudes, comportamento e relacionamentos seguintes.

Num estado conhecido como “consciência de alma” você pode experimentar suas qualidades e virtudes inatas como paz, amor, generosidade, liberdade, júbilo. Essas virtudes deixam de ser ideias ou experiências momentâneas ligadas a algum prazer físico, elas se tornam acessíveis quando quer que você decida entrar em “consciência de alma.” A meditação, portanto, não é algo que “você faz”, mas um “estado de ser”. Vem daí a importância de estar em consciência de alma durante suas interações com os outros e o mundo. A meditação torna-se também um método pessoal de aprendizado e transformação. À medida em que nos voltamos para dentro edição 13 / ano 04

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OM ATITUDE *

e nos tornamos conscientes de alma, começamos a ver os hábitos, ou sanskars, que criamos em nossas jornadas por essa vida e vidas anteriores. Eles são como sulcos num disco, formados por muitos nascimentos, que contêm memórias e impressões de ações, sentimentos e pensamentos passados. Principalmente, além da percepção consciente, esses sanskars se estendem profundamente no nosso subconsciente e formam nossa personalidade única. A meditação nos torna cientes de sanskars tanto positivos como negativos, permitindo que vejamos o que precisa ser mudado e escolhamos o que queremos mudar. No entanto, assim, como um corte ou cicatriz precisa de luz para curar plenamente, do mesmo modo esses sanskars na sua consciência criados por pensamentos 42

negativos, precisam de luz ou poder espiritual para curar. A meditação então se torna um trampolim para o yoga ou união (comunicação, comunhão) com a Fonte de energia espiritual pura conhecida como Deus. Nosso relacionamento com esse Ser Supremo ou Pai e Mãe espiritual é eterno, ainda assim, o restabelecimento desse relacionamento requer tempo e esforço consciente, porém gentil. Através de uma conversa silenciosa com Deus, ou meditação profunda, podemos receber esse amor puro, luz e poder. Essa luz purifica nossa natureza curando nossos maus hábitos num nível subconsciente, fortalecendo nossos valores espirituais e libertando nossa sabedoria nata. À medida em que nos tornamos mais experientes em forjar essa ligação pessoal com Deus, começamos a ver nossa


O propósito mais elevado de uma alma é simplesmente viver; isso é, expressar sua própria beleza espiritual e singularidade e experimentar essas qualidades nos outros.

responsabilidade de levar a luz de Deus ao mundo como um serviço para os outros. Essa conexão com o Pai e Mãe espiritual também nos ajuda a mudar nossa percepção do mundo ao nosso redor e, por meio disso, redescobrir tanto o significado como o propósito do que eram anteriormente, eventos insignificantes. A autopercepção e a consciência de ser um ator no palco do mundo, nos permitem aceitar que o papel de toda e cada alma é único e não somos responsáveis por escrever ou mudar o papel dos outros – não

importa o quão extremas sejam as suas ações. Podemos apenas criar e desenvolver nossos próprios papéis. Começamos a compreender que cada alma tem um propósito comum, embora poucos estejam cientes dele. O propósito mais elevado de uma alma é simplesmente viver; isso é, expressar sua própria beleza espiritual e singularidade e experimentar essas qualidades nos outros. Por si só, fora do corpo, a alma não experimenta contraste ou mudança, apenas quietude. O ponto de partida original de cada alma é uma diedição 13 / ano 04

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OM ATITUDE *

mensão de luz além do mundo físico onde não há movimento ou ação. No entanto, mesmo nesse “mundo das almas” há um desejo interior inato de expressar nossa própria beleza e experimentar relacionamento com outros. Depois, descemos para o mundo das formas, para o palco da Terra, para agir e interagir. Nos nossos relacionamentos, damos e recebemos energia. Em sua forma mais pura, essa experiência é positiva e harmônica. No entanto, ao longo do tempo esse processo se deteriora e começamos a interagir com energias negativas na forma de raiva, incriminação ou outras emoções negativas. Isso se deve à perda daquela consciência de alma original e à gradual influência da consciência de corpo. O carma (ação) da alma através do corpo, torna-se crescentemente infeliz e eventualmente, doloroso, nos níveis espiritual, mental, emocional e 44

físico. Esse carma se acumula e a dor aumenta até que a alma seja tornada ciente do seu “erro” (consciência de corpo) e redesperte, uma vez mais, seu verdadeiro senso de “eu” (consciência de alma). No estado verdadeiro de consciência de alma não existe tal coisa como tempo linear (não há linhas retas no universo). O tempo é nossa tentativa de medir o espaço das nossas experiências nesse mundo físico. O movimento e a mudança nesse mundo são constantes, jamais cessando e sem um começo e um fim. Alguém é capaz de lembrar do começo e conhecer o fim? Todos os eventos e mudanças que denotam o movimento do tempo são conectados e contínuos em todos os níveis da existência − do Universo ao átomo. Os períodos cíclicos chamados de um dia, um ano e as estações, são todos defi-


Essa consciência redescoberta do eu como uma alma, inatamente pura ou boa, estável e silenciosa, é o estado mais elevado de consciência que está sempre à disposição, a apenas um segundo de distância.

nidos pela posição relativa do Sol e da Terra. Por fim, quando percebidos e entendidos de um ponto de vista espiritual, eles são uma jornada da alma pela matéria passando por muitas existências. Uma jornada que começa em perfeita consciência e retorna a uma perfeita consciência e se repete eternamente. Esse não é um conceito fácil para uma mente acostumada ao pensamento linear entender. Daí a necessidade de abordar e “enxergar” essa verdade através de um processo de meditação.

Essa consciência redescoberta do eu como uma alma, inatamente pura ou boa, estável e silenciosa, é o estado mais elevado de consciência que está sempre à disposição, a apenas um segundo de distância. No entanto, devido à nossa identificação errônea com o corpo, nos afastamos desse estado silencioso e estável à medida em que nossa atenção é atraída e controlada por um mundo externo de mudança constante, o qual, então, permitimos criar e sustentar perpetuamente, imagens internas edição 13 / ano 04

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OM ATITUDE *

e ideias. Por isso, as vozes tagarelando ecoam falta de paz nas nossas mentes sem nenhum foco real de encontrar paz interior. Essa consciência de nós mesmos como seres espirituais também nos liberta de rotular e categorizar os outros de acordo com sua aparência física e nos permite vê-los como realmente são – seres espirituais. E até mesmo quando suas ações não são harmoniosas, sabemos que eles também esqueceram da realidade de sua identidade espiritual e esse entendimento forma a base da nossa compaixão. Nós agora temos a capacidade de considerar cada alma em cada canto do planeta, na visão de uma só família espiritual. Dê um passo atrás e verá o drama completo da vida em seu contexto histórico. Você verá o desaparecimento gradual da sabedoria 46

natural em favor do conhecimento científico e da eventual explosão de informações superficiais. Você verá a fragmentação da família humana de uma nação em centenas de nações-estado; de uma crença religiosa a centenas de sistemas de crença, onde o apego a essas crenças frequentemente causa conflitos. A evolução parece ser uma ilusão frente à quebra amplamente difundida dos sistemas, estruturas e relacionamentos que foram construídos sobre as formas mais baixas de consciência, ou seja, da consciência de corpo e seu conjunto implícito de valores materiais. No entanto, é possível também ver o inevitável rompimento de barreiras para dentro da consciência de alma, e o estabelecimento de valores espirituais. Na meditação, poder é desenvolvido ao largarmos o passado e focar apenas no presente.


Essa consciência de nós mesmos como seres espirituais também nos liberta de rotular e categorizar os outros de acordo com sua aparência física e nos permite vê-los como realmente são – seres espirituais.

Então, o futuro de um só mundo e uma só família humana, o futuro de um só mundo e uma só família humana unidos pelo relacionamento espiritual e não divididos por diferenças físicas, é revelado. A consciência de alma, o poder do Pai e Mãe espiritual, a consciência de ser um ator desempenhando muitos papéis, o acesso a nossas qualidades espirituais inatas, a verdade sobre o tempo e uma nova visão dos seus companheiros na jornada da vida, todos combinam-se para formar a base

da transformação pessoal. Não simplesmente algumas poucas mudanças menores de personalidade, mas mudanças profundas de identidade, percepção e visão, as quais gradualmente transformam seu ser e restauram sua beleza, liberdade e júbilo originais. Sem drogas, sem gurus, sem sistema de crenças, sem uma localização especial. Simplesmente a prática diária da meditação e o cultivo de uma conversa com Deus, são as práticas que nos levam da teoria (crença) à experiência (saber). * edição 13 / ano 04

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OM POESIA * por Paulo Sergio Barros

A primavera de uma nova era 48


Nossa casa azul era colorida como a primavera. Tão bela! Governada pelas virtudes: bondade, verdade, simplicidade... Sustentada pela pureza: nos pensamentos determinação, nas palavras fortaleza, nas ações beleza, nos relacionamentos união. Tão bela! Agora, é tempo de reviver a virtude, de colorir a nossa casa azul de primavera.

Casa azul é um poema que escrevi em Gyan Sarovar, sede internacional da Brahma Kumaris (Índia), durante um inverno de algum ano no início desse milênio, quando participava de um retiro de meditação. Naqueles dias de introspeção e descobertas, uma das minhas boas experiências naquele lugar silencioso, verde e de ações e relacionamentos sustentáveis, foi a certeza de que nosso futuro pessoal e coletivo era criado pelos pensamentos determinados, corajosos e pacíficos processados em nossas mentes. Por muito tempo tinha acreditado que as mudanças estruturais no mundo só seriam possíveis através de revoluções políticas, sociais ou culturais. Ao mesmo tempo, tais mudanças pareciam-me difíceis, conflituosas, às vezes violentas e não representavam os anseios de toda a humanidade. Assim, achava a possibilidade de um mundo pacífico, justo e solidário uma quimera. A edição 13 / ano 04

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OM POESIA * por Paulo Sergio Barros

Entendia que o meu futuro era o agora. Ele estava no desapego dos desejos (em todos os sentidos), no fim das expectativas por retorno de qualquer coisa, na criação de uma perspectiva irmanada e solidária de relacionamentos, no silenciar da mente, da palavra, do ouvir, da visão, do sorriso.

meditação, especialmente durante aqueles retiros confinados que participava desde 1995, naquela montanha, “isolada” do mundo, no meio da natureza, entre iogues poderosos e milhares de pessoas do mundo inteiro, mudavam, aos poucos, minha percepção. O poema (entre outros poemas e muitas fotografias) é um registro material dessa transformação. Porém, os registros na consciência, mais relevantes, começavam a se manifestar com mais intensidade. Eu começava a entender que a mudança pessoal, coletiva e institucional não era uma quime50

ra. O futuro não era uma espera. Era uma criação, e seus frutos seriam de acordo com os meus pensamentos, minhas ações e minhas conexões com pessoas, natureza e Deus. Entendia que o meu futuro era o agora. Ele estava no desapego dos desejos (em todos os sentidos), no fim das expectativas por retorno de qualquer coisa, na criação de uma perspectiva irmanada e solidária de relacionamentos, no silenciar da mente, da palavra, do ouvir, da visão, do sorriso. Na doação do que eu acumulava espiritualmente. Aquelas experiências silenciosas


que compartilhava com outras pessoas me deram a certeza que eu estava em um processo de transformação pessoal e coletiva. Que estávamos criando um presente e um futuro promissores, seguros e certos para a humanidade. Como diz o poema: colorindo nossa casa azul de primavera, com as cores das virtudes. Uma transformação pessoal, coletiva, institucional para o bem comum de toda a humanidade, de todas as formas de vida. Para um futuro de paz e felicidade. *

Paulo Barros é educador, escritor e professor da Brahma Kumaris em Fortaleza-CE.

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OM TRANSFORMAÇÃO * por Alex Pochat

Reflexões com o Passar do Tempo Sem tempo? Passando o tempo? Correndo contra o tempo (ou atrás dele)? “Um dia, quando eu tiver tempo...”? Em tempos em que o tempo parece escorregar por entre os dedos, quanto tempo deveria ser gasto para o entendimento do melhor uso dessa série de instantes indefinidos que abarcam nossas ações passadas, presentes e futuras? Antes mesmo de pensarmos sobre o uso que damos ao tempo, em específico, talvez fosse o caso de uma ponderação acerca do 52


dilema enfrentado pelo “uso” espontâneo do tempo. Quanto mais usamos algo, físico/material ou metafísico/imaterial (e esse usar pode ser aqui sinônimo de praticar) melhores nos tornamos nesse mesmo uso ou prática. Exemplos reducionistas seriam o de alguém que usa muito bem o intelecto e pode vir a tornar-se um intelectual; ou de alguém que faz muito bom uso de seu corpo físico e pode tornar-se um atleta. O paradoxo é que, ao mesmo tempo em que conhecemos bem a “perfeição vinda da prática”, o próprio praticar (ou usar) não está imune ao efeito da grandeza que rege este mundo de ações e reações, a entropia. Os efeitos dessa entropia são mais facilmente evidenciados no que tange à matéria, como na degradação infalível de um carro ou de uma casa que são utilizados por anos−variações surgirão a partir de como são usados. Porém, as faculdades men-

tais e intelectuais do ser humano, mesmo sendo sutis, não deixam de estar sob o efeito e influência dessa lei inexorável. Apesar da alma, ou espírito, ela mesma, nunca terminar[1], todas as suas criações e mecanismos de interação (e também tudo com o que ela interage) entram em declínio, de novo, de acordo com a qualidade dessas ações. Ou seja, existe a influência não apenas da lei da entropia, mas também da lei da ação e reação, a lei do carma[2]. O que parece acontecer é que quando nos tornamos cuidadosos “com” nossa vida, nos tornamos cuidadosos também no “como” a usamos. então, desenvolvemos um sentimento de renúncia ou desapego relacionado a esse mesmo uso (ações, atos, práticas, hábitos, etc.). a vida fica mais leve e livre, sinônimos de desapego. Cuidar de algo ao estar desapegado (desse mesmo algo e do próprio cuidar) não é um paradoxo, é completude. edição 13 / ano 04

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OM TRANSFORMAÇÃO * por Alex Pochat

E então entramos justamente na questão de como cuidar do uso do nosso tempo. No mundo contemporâneo, onde a vida parece passar cada vez mais rápido, existe uma tentativa ilusória e frustrada de dominar o tempo, para que se possa aproveitar mais, trabalhar mais, relaxar mais, enfim, viver mais. Um dos métodos para usar o tempo da melhor forma possível parece ser o de não tentar controlá-lo−até porque não podemos. Se recordamos dos dias da infância (ou observamos as dos outros), percebemos um fenômeno de relativização na prática: o tempo, as horas, os dias tinham a mesma extensão e proporção (ou quase), mas o sentimento de uma criança era (e é) o de que as brincadeiras são eternas (ou quase). apesar do dito de que aquilo que é bom dura pouco, a criança não está usando sua energia 54

para pensar sobre o tempo, ou em como utilizá-lo melhor, ou quando a brincadeira começa ou termina. Ela só aproveita o presente. Quando perdemos tempo tentando ampliá-lo ou reduzi-lo, p. ex., deixamos de aproveitar a nossa própria essência, a essência do que nos rodeia e a essência das relações entre nós mesmos. E esse exemplo da infância de um indivíduo pode ser estendido à infância da humanidade como um todo[3]. A humanidade em sua fase mais pura, livres das amarras, dos pesos do passado e preocupações do futuro. Seres dessa época de ouro do mundo que vivem simplesmente para ser o que já são natural e originalmente: plenos e completos, independente das circunstâncias externas, incluindo as de tempo e espaço. Ser um mestre ou amo do tempo não significa ter a capacidade de dominá-lo ou subjugá-lo, mas,


sim, ter a sabedoria de compreendê-lo e tê-lo como aliado. O tempo¬ e também o espaço que nos acolhem são nossos companheiros nessa peça maravilhosa que chamamos de vida, não nossos servos. E para podermos conviver em harmonia com eles, precisamos ser soberanos, sim, sobre nós mesmos, principalmente na capacidade de mantermos nossa atenção voltada para o uso de nossas virtudes e poderes originais, com foco na eternidade do momento presente. * [1] Ver STRANO, A. O Ponto Alfa: Um relance de Deus. São Paulo: Brahma Kumaris, 1999. [2] Ver FERRAZ, L. M. S. Reflexões: A Lei do Karma e o Poder da Concentração. São Paulo: Brahma Kumaris, 2020. [3] Ver O’DONNELL, K. O Carrossel do Tempo: Uma explicação alternativa para nossa existência. São Paulo: Brahma Kumaris, 2018.

Alex Pochat é compositor, interprete e investigador musical com doutorado em Música pela a UFBA. Participa de conferências e oficinas sobre música como também sobre Meditação Raja Yoga e qualidade de vida.

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OM PENSAMENTOS * por Lorena Sales

Tempo... tempo... tempo... Tempo. Um Servo. Ao nosso dispor não apenas do momento que acordamos ao momento que vamos dormir, mas, também, às nossas ordens durante o sono, nos sonhos. Nestes, então, ele nos dá uma demonstração de sua


flexibilidade e complacência, nos levando ao passado, trazendo imagens de personagens, contextos e cenários por vezes conhecidos, como também nos remetendo a futuros e presentes tridimensionalmente oníricos. Dele fazemos o que queremos, o que podemos, o que conseguimos. Estando conscientes dele ou não, ali ele está, todos os dias e todas as noites, em todos os acontecimentos. Sua compaixão reside na sua própria existência (e na possibilidade intínseca à sua existencia, de caminharmos lado a lado). E só. Tempo. Um Rei. Autogovernante, implacável, destemido e justo. Jamais se dobra aos clamores humanos. Ele marcha, harmônico e ritmado, surdo e mudo, constante e eterno. Muitas vezes podemos ter ouvido expressões tais como “O tempo urge” ou, uma mais característica desta sociedade de consumo em que estamos inseridos contemporaneamente, “Tempo é dinheiro” ou outras como “Não temos tempo a perder”, “Vamos em frente, que atrás vem gente”, “Antes tarde do que nunca”, “O tempo não anda para trás”, “O tempo e a ocasião não esperam por ninguém”. A lista é grande, e esse saber sobre a natureedição 13 / ano 04

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OM PENSAMENTOS * por Lorena Sales

za do Tempo circunda nossa consciência, que ora está desperta, ora adormecida. Por não estarmos a todo momento suficientemente atentas(os) à fluência do Tempo, é importante nos relembrarmos com frequência de olhar para o ponteiro dos dias e nos posicionarmos de acordo com o panorama que se apresenta. Uma boa maneira de termos consciência do Tempo é observando o mundo. Decerto que notícias demais não fazem bem a ninguém, contudo, é primordial olhar à volta e ver, minimamente, como a nossa História está se movendo e que fatos sistemicamente relevantes se desenrolam à nossa frente. Constatar que uma situação drástica que se passa em um lugar longínquo está mais conectada a nós do que distraidamente costumamos presumir pode ser um alerta de que, realmente, cada segundo que temos disponível pode ser precioso. Estamos planetariamente ligados, e pequenas ações feitas localmente podem impactar muitas - ou todas - as vidas do mundo. E nisso, cada minuto importa. Observar a impermanência de tudo ao redor, contemplar os ciclos de vida, sejam os 58


ciclos humanos ou os do reino da natureza física, nos ajudam a realizar, o quanto antes, o que sabemos, intimamente, que precisamos realizar nesta nossa passagem (seja de quanto tempo for), pela vida na Terra. Dessa forma, o Tempo nos chama. Perceber sua grandeza e sua finitude (dentro da própria eternidade) é o que nos faz mover lúcidas(os) em direção aos propósitos mais nobres que foram concebidos por nós e aguardam a nós mesmas(os), seus únicos possíveis realizadores. *

Lorena Sales, artista plástica, terapeuta holística e praticante de meditação Raja Yoga.

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OM INSPIRAÇÃO * por Goreth Dunningham

Liberdade também se aprende!

Texto retirado do livro “A Cara do Bem”, de Goreth Dunningham, da Editora Brahma Kumaris

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Surfando nas nuvens. Mantra nos ouvidos. Inspirado pela liberdade. “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”. Os pássaros voam e, com eles, aprendo algo sobre liberdade. Parece que voar tem a ver com saber fazer a curva certa. Como um jogo... Hoje, estou sentindo a vida como um jogo de ludo. Os dados rolam sobre o tabuleiro. Anda-se algumas casas, volta-se outras. Obstáculos, às vezes. Perigo, às vezes.

Ilustração feita por Goreth Dunningham para o livro “A Cara do Bem”

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OM INSPIRAÇÃO * por Goreth Dunningham

Lágrimas. Às vezes aos borbotões como um aguaceiro que demorou a cair represado pela força do politicamente correto. Mas, finalmente, cai e inunda tudo. E aí, apesar do alívio que o choro traz, vem também a sensação de ter voltado algumas casas no ludo da vida. Afinal, está gravado que chorar é perder. E, de certa forma, é mesmo. Mas, às vezes, perder é necessário. Acontece de perder significar ganhar. Sinto que, novamente, estou começando um ciclo de mudanças. Sinto o farfalhar das asas em meu coração querendo ganhar o espaço. Voltar para casa? Para o definitivo lar? Talvez seja a hora. Mas pode ser que ainda falte muito. Porém, é certo que algo está morrendo aqui. Isso eu sinto. Morrendo para dar nascimento ao novo. Que novo? Ainda não sei. Ainda não vi. Só pressinto... Sinto a liberdade chegando... Que um mundo novo está vindo, isso já se sabe. Mas renovar-se agora, a cada dia, significa fazer parte da construção desse tempo vindouro. Quero estar pronta para a beleza que está por chegar. Quero me

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sintonizar com o amanhecer desse novo tempo. Sinto que essa sintonia tem como portal a sinceridade, ou melhor, a verdade. E o passaporte para passar por esse portal é a pureza. Isso mesmo: pureza. Virtude fora de moda, teve o seu verdadeiro significado distorcido e obscurecido pela mentalidade dogmática. Mas pureza me traz uma imagem tão bela: que vem de mansinho em silêncio... A liberdade... E a transparência do olhar de Deus. Sentir a pureza de Deus é a Cara do Bem! *

Goreth Dunningham é graduada em Comunicação Social e Design de Moda. É editora da Om Line Magazine, coordena uma unidade da Brahma Kumaris em Salvador-BA e escreveu os livros “Diário de um Anjo em construção” e “A Cara do Bem”.

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OM DROPS DE SABEDORIA * por Ken O’Donnell

Vídeos retirados do canal no Youtube “Viver e meditar” de Ken O’Donnell

A CALMA DEPOIS DA TEMPESTADE ONDE ENCONTRAR www.youtube.com/viveremeditar www.facebook.com/viveremeditar

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VÍDEOS Clique nos ícones acima para ver os vídeos do canal “Viver e meditar” de Ken O’Donnell

Vídeo 1 A Calma Depois da Tempestade

Vídeo 2 As Três Maneiras de Viver a Vida

Vídeo 3 Calma na Profundidade

Vídeo 4 Meditar - Reconhecer meu Potencial

Ken O’Donnell é praticante e professor de meditação há mais de 40 anos. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É Coordenador da Brahma Kumaris para a América do Sul. edição 13 / ano 04

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OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixão

As flores que virão Como você imagina que será nossa alimentação no futuro? Algumas pessoas acreditam que será através de capsulas super nutritivas, mas eu prefiro acreditar que comeremos flores. Claro que não só de flores viveremos. A natureza vai se recompor de tal forma, que oferecerá alimentos ainda mais saborosos, puros e completos. Já me imagino caminhando em um lindo jardim horta, sentindo os cheiros, as texturas, cores e encantos. Sim, é preciso criar em nossa mente o mundo que queremos viver. Somos responsáveis por construir a nossa realidade. Pensar, falar e agir de forma leve e elevada criará esse lugar mágico e tão esperado no futuro. Se hoje já podemos comer alfazema, rosa, amor-perfeito, capuchina, dente-de-leão dentre outras, o que esperar da natureza em seu estado de perfeição? *

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TORTA SALGADA COM FLOR DE ABOBRINHA Ingradientes

Ana Paula Paixão é designer, coordenadora do grupo jovem da BK no Nordeste, professora de meditação Raja Yoga e encantada com a natureza.

01 abobrinha ralada 01 cenoura ralada 01 tomate picado 01 xícara de farinha de grão de bico 01 xícara de farinha de arroz 01 xícara de leite de castanha de caju ¼ xícara de azeite de oliva 04 flores de abobrinha Sal, coentro e orégano a gosto

Modo de preparo Em uma vasilha misture todos os ingredientes, menos as flores. Unte uma assadeira, despeje a massa e leve ao forno médio por 30 minutos. Desenforme, decore com as flores de abobrinha e sirva. Lembre a seus convidados que elas são comestíveis!

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OM ĂšLTIMA PALAVRA * por Dadi Janki

O verdadeiro caminho 68


Pelo bem do mundo lá fora nós temos que começar a investir nossa consciência no futuro, para nos sentirmos atraídos pelo futuro. Esse é um caminho verdadeiro e muito importante: dar a mim mesmo a consciência e júbilo de ser um criador do mundo novo! Nós deveríamos viver cada dia na consciência de que agora eu estou criando o futuro, estou criando a Idade de Ouro nesse momento! Isso nos faz virtuosos e poderosos. Precisamos viver absortos no amor de Deus, tão ativamente envolvido em criar um mundo novo de forma que naturalmente, e não à força, tornemo-nos se desapegados desse mundo velho. É hora de tornar a tarefa de Deus de transformar o velho mundo inevitável e desse

modo, o mundo novo será inevitável. Quando vivemos no júbilo de criar o mundo novo, vamos revelá-lo através dos sentimentos que naturalmente exalamos. A Idade do Ouro é uma realidade agora. Vamos revelar o futuro através de nossas feições. *

Dadi Janki, yogini indiana, líder espiritual da Brahma Kumaris, foi considerada pelo Instituto de Pesquisa Médica do Texas como a mente mais estável do mundo. Deixou o corpo físico e ascendeu ao mundo espiritual em 27 de março de 2020.

edição 13 / ano 04

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MEDITAÇÕES OM LINE * por luciana ferraz

Meditação conduzida Meditação retirada do canal “bk.com.você”, da Brahma Kumaris. Clique no ícone abaixo para ver o vídeo com a meditação.

Luciana Ferraz é socióloga, coordenadora da Brahma Kumaris no Brasil, tem mais de 40 anos de prática de meditação Raja Yoga, ministra palestras em muitos países e é membro do comitê internacional de Meio Ambiente da BK.


Clique na imagem na tela do tablet para ver o vídeo de apresentação da Editora Brahma Kumaris


OM line é uma revista digital para quem almeja restaurar o equilíbrio interno.

Uma publicação da Brahma Kumaris Brasil brahmakumaris.org.br/revista


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