Música “Pessoas”, do álbum “Viratrupe”, da Editora Brahma Kumaris. Clique no ícone ao lado para ouvir.
Pessoas
Quando o amor não é só pra um inimigo, não tenho nenhum
Quando o meu braço ganha o tamanho do abraço do mundo É que eu posso ser eu. É que não quero mais nada
É que pode chegar, que vai ser bem chegada
Pessoa que vier receberá sorriso Pessoa que encontrar não sairá sem aviso
De que a hora chegou, de que temos de ir E ir assim, junto e sós, cada um, todos nós
Pro caminho que é túnel e jardim
Faz-me lembrar de mim, de mim só, como sou
Caro Leitor, Saudações de Paz!
É com muita alegria que apresentamos esta nova edição da Om line com um tema muito, muito importante: ouvir a voz interna.
Há tantos sons, vozes e orientações no mundo em que vivemos que já não damos atenção ao que deveria ser o GPS da alma, a nossa intuição. Textos profundos e leves, de professores de yoga e praticantes de meditação com larga experiência nesse precioso tema, estão recheando cada página desta revista. Leia, escute, pratique e refine a própria intuição. Ommmm!
Goreth Dunningham e equipe Om Line
24. MATÉRIA DE CAPA
Um sentido maior que a razão Patrícia Schmidt Carvalho
8. OM PRIMEIRA PALAVRA
A intuição é a bússola interior
Ken O’Donnell
16. OM TRANSFORMAÇÃO
Na direção corpórea ou na direção da alma
Rute Freitas
20. OM VIRTUDES
O intuitivo é um arqueólogo silencioso de virtudes
Paulo Sergio Barros
30. OM INSPIRAÇÃO
Coletânea sobre intuição da trilogia A Paz de Todo Dia
32. OM REFLEXÃO
Uma colher de sopa e duas de chá
Sandra Costa
36. OM REFLEXÃO
Eureca! (ou intuição)
Sandra Costa
40. OM JOVEM
Intuição para o sucesso profissional
Augusto Zimbres
44. OM COMIDA PURA
Pesto intuitivo
Ana Paula Paixão
46. OM ÚLTIMA PALAVRA
Escolher o caminho espiritual
Dadi Janki
LIBERDADE É SABER ESCOLHER
Vídeo do canal da Brahma Kumaris Brasil no YouTube, com palestra de Ken O’Donnell, coordenador da BK para a América Latina, e Luciana Ferraz, coordenadora nacional da BK Brasil. Clique no ícone acima para ver o vídeo.
OM SHANTI!
EXPEDIENTE
Editora:
Goreth Dunningham
Design e diagramação: Felipe Arcoverde
Revisão:
Josélia Ribeiro
Site: Ricardo Skaf
Mídias sociais: Naiara Rios
Colaboração:
Samanta Brandão e Sandra Costa
Ilustrações: Freepik.com
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A intuição é a bússola interior
Uma vez fui convidado para fazer uma das palestras magnas em uma conferência internacional sobre recursos humanos no México.
Nessa época, havia muito desemprego no México e outros países.
Perguntei quantas pessoas manteriam os seus empregos após cinco anos. Apenas cerca de 100 dos
3.500 participantes levantaram a mão. Depois, perguntei-lhes se o mundo lhes daria um emprego se estivessem fazendo algo realmente útil para o mundo cinco anos depois. A maioria levantou a mão.
Perguntei-lhes como é que sabiam disso. Alguém disse que apenas sentia que era verdade. Este tipo de
sentimento está relacionado com aquilo a que chamamos intuição.
Intuição significa conectar-se com a verdade inata de algo sem passar por qualquer processo analítico. Só posso captar os sinais desta bússola interior em ação se for suficientemente sutil. É por isso que a intuição é, por vezes, chamada de GPS da alma. É uma orientadora interior.
Tenho um amigo que se candidatou ao Congresso no Brasil e ganhou. Estava farto depois de apenas um mandato. Disse-me que a corrupção e a arrogância eram demasiadas para ele. Acrescentou que ele parecia andar de um lado para o outro com um GPS portátil e
um espelho nas mãos. Estava sempre lembrando às pessoas onde estavam e quem eram. Dizia que a maioria das pessoas ali parecia perdida nestas duas questões.
Há muitos anos, durante um exercício de treino nos Alpes húngaros, perto da fronteira com a Áustria, uma divisão de soldados húngaros perdeu-se na sequência de um acidente. Alguns ficaram feridos e acabaram sem provisões nem rádio. Começaram a marchar, carregando os feridos para encontrar o caminho de volta, pois não conseguiam contatar a base.
Após três dias de caminhada, não sabiam onde estavam. O tempo foi passando e os feridos fica-
vam cada vez mais fracos. Mesmo os mais fortes começaram a sofrer de desidratação e desnutrição. Para piorar a situação, as condições climatéricas eram terríveis. Por sorte, chegaram a um cabana de caça.
O líder pensou que, apesar de terem encontrado um abrigo, poderia ser um local perigoso. Estavam tão exaustos que talvez não tivessem forças para se levantar.
Iriam morrer ali.
Durante a busca na cabana, aconteceu um milagre - alguém
encontrou um mapa. Para pessoas tão exaustas, o mapa deu-lhes novas forças. Levantaram-se e caminharam durante mais 48 horas, chegando finalmente à base de salvamento que tinha sido montada para procurá-los. Para a surpresa da equipe de salvamento, o mapa que tinham encontrado não era dos Alpes húngaros, mas sim dos Alpes suíços. O chefe do pelotão sabia disso, mas não falava nada para os outros. O seu objetivo era manter as pessoas em movimen-
“Basta seguir em frente. Manter a atenção e os motivos limpos. Finalmente, o que precisa virá até você ou a pessoa que precisa encontrar aparecerá. Só tem de estar aberto e presente. Se precisar de um mapa para convencer os outros da sua determinação em seguir o seu objetivo, dê-lhes um mapa. Mas saiba que tudo o que precisas é de uma bússola!”
“Alguma vez você estava pensando em alguém e, de repente, o telefone tocou e era essa mesma pessoa que estava na linha? Ou já teve a sensação de que alguém estava te observando e, quando virou, viu uma pessoa olhando para você? Parece que temos antenas.”
to. Eles precisavam de um mapa e, então, ele deu-lhes um mapa!
É um exemplo incrível do que pode acontecer na vida. Basta seguir em frente. Manter a atenção e os motivos limpos. Finalmente, o que precisa virá até você ou a pessoa que precisa encontrar aparecerá. Só tem de estar aberto e presente. Se precisar de um mapa para convencer os outros da sua determinação em seguir o seu objetivo, dê-lhes um mapa. Mas saiba que tudo o que precisas é de uma bússola!
Os antigos tiveram de se esforçar muito para não se perder. Usavam fenômenos naturais como montanhas, desertos ou lagos ou construíam monumentos enormes. Também preparavam mapas aproximados e aprenderam a guiar-se pelas estrelas.
Atualmente, as coisas são muito mais fáceis. O simples celular tem um sistema de GPS que nos diz exatamente onde estamos no planeta a qualquer momento. Se funciona, não nos perdemos. E meu
sistema de posicionamento interno, ou bússola interna. Como é?
Alguma vez você estava pensando em alguém e, de repente, o telefone tocou e era essa mesma pessoa que estava na linha? Ou já teve a sensação de que alguém estava te observando e, quando virou, viu uma pessoa olhando para você? Parece que temos antenas.
Estes são apenas dois exemplos comuns da sua intuição em ação. Tal como a memória, a personalidade
e o pensamento, a intuição é uma função da alma. Posso fortalecê-la e usá-la para progredir e tornar-me a melhor versão de mim mesmo.
Há dois mundos. O mundo exterior ou físico, em que vivo e trabalho. E o mundo interior, dos meus pensamentos e sentimentos. Ambos interagem para criar os acontecimentos da minha vida.
O mundo interno é mais sutil e está sujeito a vibrações e realidades que eu nem percebo.
“O fato é que, mesmo sem saber, eu sou um ser espiritual atuando por meio de um corpo neste mundo físico. Por isso, posso estar operando em vários níveis diferentes ao mesmo tempo, desde o sutil até o mais grosseiro.”
O fato é que, mesmo sem saber, eu sou um ser espiritual atuando por meio de um corpo neste mundo físico. Por isso, posso estar operando em vários níveis diferentes ao mesmo tempo, desde o sutil até o mais grosseiro. Por exemplo, com a questão do telefonema já mencionado. Ou, encontro alguém no supermercado e era a pessoa de quem eu tinha me lembrado naquela manhã. Esta é uma base rudimentar para funções como a telepatia.
A intuição é algo que acontece em um nível sutil semelhante. Esta interação entre o ser interior e o mundo externo se torna ainda mais importante quando temos de decidir algo.
Há muitas coisas que influenciam minhas escolhas e decisões individuais. Uma pequena lista incluiria:
• A qualidade das minhas relações com os outros e com o mundo que me rodeia.
• O impacto do meu trabalho e o sustento que dele tiro.
• Meu estado interno e meu grau de espiritualidade.
Mesmo assim, as decisões importantes ou os dilemas são oportunidades para procurar soluções.
Embora possa levar em conta os conselhos de colegas, amigos e familiares, não posso deixar de consultar o meu ser interior. Com tempo e uma intuição mais de-
* OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell existente. Se eu estiver suficientemente calmo e aberto, ouvirei essa voz interior a que chamamos intuição.
senvolvida, posso prescindir de considerar o que dizem os famosos das redes sociais ou mesmo os terapeutas da vez. Independentemente de quem sejam ou do que digam, eles não são eu.
O meu subconsciente representa mais de 95% do que eu sou em termos operacionais. De certa forma, ele pode funcionar atemporalmente e aceder ao passado que fica escondido da minha mente consciente. Posso também trazer o futuro possível diante de mim porque o destino é apenas o resultado do presente
Para desenvolver a intuição, preciso de três coisas:
• Preciso estar suficientemente silencioso para captar os toques sutis que vêm da intuição.
• Tenho de estar claro e livre de bloqueios para poder ter uma visão e compreensão mais amplas.
• Preciso estar aberto e não julgar para não me deixar prender numa análise excessiva.
“O meu subconsciente representa mais de 95% do que eu sou em termos operacionais. De certa forma, ele pode funcionar atemporalmente e aceder ao passado que fica escondido da minha mente consciente. Posso também trazer o futuro possível diante de mim porque o destino é apenas o resultado do presente existente.”
Outras dicas para desenvolver a intuição:
• A intuição surge muitas vezes como um sentimento ou uma sensação que aparece de repente. Preciso prestar atenção à forma como reajo a diferentes situações e as decisões que tomo.
• Atividades criativas, como a pintura ou a música, ajudam a desenvolver a minha intuição. Nos momentos criativos, tenho mais acesso aos meus registros subconscientes.
• Uma prática muito boa é escrever minhas experiências de aprendizagem Isso me ajuda a perceber a forma como a intuição me guia.
• Devo sempre pedir a opinião dos outros sobre as minhas decisões e ações. Isto serve para verificar se são sensatas ou corretas.
• A prática da meditação me ajuda a estar mais consciente dos meus pensamentos e sentimentos. Aumenta a minha capacidade de
me manter concentrado e presente. Acima de tudo, a meditação me ajuda a aprender a ouvir a minha voz interior.
Afinal, a intuição é a voz da alma, a parte mais elevada de si que existe antes do nascimento e continua após a morte do corpo. Tenho de praticar ouvi-la mais.
Ken O’Donnell é praticante de meditação Raja Yoga desde 1975. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É o atual coordenador da Brahma Kumaris para a América do Sul.
NA DIREÇÃO CORPÓREA OU NA DIREÇÃO DA ALMA
O PROCESSO DA REFERÊNCIA QUE NORTEIA A DIREÇÃO
Na relação alma e corpo, podemos considerar que existem em nós dois centros de referência, interior e exterior. Se preferirmos a direção da alma, nossos centros de escolhas são baseados no nosso poder de amar e cultivar o sentimento de paz, o que podemos denominar de poder interior.
Agora, se considerarmos como referência de nossas escolhas o que vem do externo, como sociedade, cultura, entretenimento, tornamo-nos excêntricos, ou seja nossos pensamentos são direcionados para atuar na direção de fora para dentro. Criamos uma maneira de operacionalizar nossos sentimentos e pensamentos unicamente nas nossas relações sociais.
NA DIREÇÃO DA ALMA
No processo da direção da alma, saúde é definida como paz interior e libertação do medo e limitações do ego. O mundo todo se torna um lar e a felicidade que é sentida no coração passa a ser doada para cada relacionamento.
A vida passa a ser vivenciada com leveza e a sensação da presença cooperativa do ser permite que a amorosidade seja sentida em todas as relações.
NA DIREÇÃO CORPÓREA
No processo da direção corpórea, as escolhas da vida são ponderadas pelo ego, que limita nossa identidade ao corpo, ao eu personagem.
Na direção do ego, atuamos em um centro que possui o senso da crítica, julgamento, medo e negatividade muito acentuado.
Enquanto na direção da alma a leveza é um sentimento presente, na direção do ego o peso do
acúmulo é sentido em cada direção, pois o ego acredita que o amor só pode ser considerado se pensarmos primeiramente em nossas necessidades.
O DESAFIO É QUE A
ESCOLHA FICA POR NOSSA
CONTA: DIREÇÃO CORPÓREA
X DIREÇÃO DA ALMA
Sim, todos os dias, em nossas atividades e relacionamentos, temos a oportunidade de aprender que somos os únicos responsáveis pelo que vivenciamos. Aprender a ouvir a voz da alma
em nosso coração e compreender que, a qualquer momento, a despeito do que esteja acontecendo, podemos sempre escolher a direção da alma em vez da direção corpórea.
A amorosidade da alma tem o poder de observar o mundo de uma maneira gentil, carinhosa, pacífica e cooperativa.
Na nossa jornada diária, nem sempre será fácil atuar como alma, mas, quando o fazemos, os resultados positivos, significativos e geralmente comoventes são surpreendentes.
“Na nossa jornada diária, nem sempre será fácil atuar como alma, mas, quando o fazemos, os resultados positivos, significativos e geralmente comoventes são surpreendentes”
ATRAVESSAR A PONTE DO CENTRO EXCÊNTRICO
PARA O CENTRO INTERNO
Vamos considerar que existe uma ponte, onde de um lado está a direção corpórea e do outro lado está a direção da alma. E o único meio para atravessar essa ponte é a escolha. Ou se escolhe vivenciar as experiências e relacionamentos da vida por meio das virtudes da alma ou por meio das convicções falsas do ego.
Todos os dias, temos a oportunidade de deixar para trás as convicções do ego e escolher aceitar as convicções da amorosidade para entrarmos na direção da alma. Na direção da alma, a base dessa ponte é alicerçada no solo
do amor e das virtudes que nos liberam do peso do ego. E, conforme caminhamos na direção da alma, compreendemos que somos todos merecedores do amor pleno e descobrimos que as virtudes da alma são a forma de nos libertarmos da falsa percepção do ego.
A JORNADA DA TRAVESSIA
A jornada para atravessar a ponte na direção da alma é uma experiência única e diferenciada para cada um de nós. Mas ela é plena de alegria, esperança, paz, felicidade. E somos capazes de fortalecer a convicção de que somos todos merecedores de atravessar essa ponte em direção à alma.
*
Rute Freitas é praticante de meditação na BK, matemática, mestre em Computação, especialista em Ciência da Mente e Pensamentos Positivos, PNL, terapeuta holística, voluntária da coordenação da Campanha Escolha a Calma e da executiva do Movimento Internacional da Cultura da Paz, em Campinas-SP.
O intuitivo é um
arqueólogo silencioso de virtudes
Todo o conhecimento humano começou com intuições, passou daí aos conceitos e terminou com ideias.
IMMANUEL KANT
A intuição é a educação dos sentidos. Uma luz interior que nos ensina a ouvir, falar, sentir, observar, contemplar, examinar, tocar. É uma energia que emana poderosa e sutilmente de algo que construímos em silêncio e paulatinamente por um longo tempo para nos dar segurança, certeza e leveza no pensar, falar, agir e relacionar-se. Justamente por ser sutil, requer de nós habilidades para percebê-la: concentração, fé, leveza, autoconhecimento, discernimento, introspecção. Intuição não se manifesta em mente egoísta, negativa, da qual não flui bons sentimentos por si e por todos. Como discernirmos? É uma experiência subjetiva. Contudo, aprofundarmo-nos em experiências de silêncio mental e honestamente conversarmos conosco, observarmos o que move nossos pensamentos, sentimentos e intenções é um caminho promissor.
Precisamos do desapego da nossa imagem física, cultural e dos papéis que desempenhamos em nossa vida. O apego não nos permite a leveza, a clareza e o silêncio mental. Sem desapego é provável que confundamos intuição, preocupação, desejo, ego. É necessário silêncio, concentração e discernimento para distinguirmos um jogo de egos, desejos, palavras e medos de um
toque, uma resposta, um sinal para algo correto, preciso e imediato que deve ser feito.
Nesse estado de discernimento, o fluir dos pensamentos livres de ego, de negatividade e de tensões facilita a nossa conexão com a energia do Ser Supremo, com a nossa e com a dos outros e, consequentemente, acessamos o nosso processo intuitivo.
“Nesse estado de discernimento, o fluir dos pensamentos livres de ego, de negatividade e de tensões facilita a nossa conexão com a energia do Ser Supremo, com a nossa e com a dos outros e, consequentemente, acessamos o nosso processo intuitivo”
Podemos iniciar a nossa jornada nesse sentido ao praticar:
Meditação - Conexão com a energia de Deus, autoconhecimento, pensamentos positivos e virtuosos.
Silêncio mental - Observarmos nossos pensamentos, torná-los suaves, positivos, desacelerados.
Natureza - Caminharmos em silêncio por uma trilha, uma praia, um jardim e sentirmos os elementos da natureza, recebermos sua energia, expressarmos nossa gratidão.
Dialogarmos conosco em silêncio, com autorrespeito, paciência e tolerância.
Praticarmos ser um doador ilimitado de bons sentimentos por todos e por tudo.
Sermos um arqueólogo das nossas virtudes: acreditarmos, buscarmos e encontrarmos tantas quanto quisermos. Estão todas na nossa consciência. *
UM SEXTO SENTIDO
MAIOR QUE A RAZÃO
* MATÉRIA DE CAPA * por Patrícia Schmidt CarvalhoO título desse artigo faz parte da música “Cor de Rosa Choque”, de Rita Lee.
Um dos símbolos da espiritualidade é a imagem do terceiro olho aberto, no centro da testa, que simboliza a consciência aflorada, desperta. Ou seja, nossa percepção da realidade ampliada, até além dos limites de tudo o que limita a verdade.
De uma certa forma, nossa vida é como uma peregrinação, uma viagem em direção à verdade. A verdade em nós mesmos, a verdade por detrás de todas as coisas, de todas as cenas, de todos os
papéis e personagens. O Eu por detrás da Persona. Vale aqui refletir sobre o que é verdadeiro, num momento em que o senso de realidade muitas vezes é pautado pelo “fake”, confundindo a todos num mundo em que as opiniões e interpretações do Ego valem mais do que as convicções mais profundas da alma.
Um dos atributos de Deus é ser SAT, a Verdade. Deus também é considerado o Supremo. A Verdade é Suprema, constante, eterna, imutável. E verdadeiro é aquilo que segue esse mesmo princípio, ou seja, aquilo que nunca muda, que nunca perde seu estado original,
“Um dos atributos de Deus é ser SAT, a Verdade. Deus também é considerado o Supremo. A Verdade é Suprema, constante, eterna, imutável.”
sua autenticidade, seu propósito, ainda que desafiado pelo brilho das ilusões de tudo aquilo que é temporário, passageiro, momentâneo, parcial, superficial. Nossos sentidos humanos não são capazes de captar a verdade, pois limitam-se a perceber aquilo que é material, que tem forma, que se expressa por meio do som e do movimento, que é contido pelas dimensões de tempo e espaço. Sabemos que muitos animais conseguem perceber realidades que são imperceptíveis para os sentidos humanos. E obviamente limitar nosso senso de realidade a percepções sensoriais significa viver aprisionado em um estado incompleto, que não pode conter ou proporcionar as experiências mais caras para a alma, como o amor, a felicidade, a paz.
Da mesma forma, o entendimento racional, baseado em conceitos, também não consegue
“E surge então a mágica da intuição. Essa capacidade de saber antes de conhecer, essa sabedoria que abre um canal entre o mundo interior e o mundo exterior. Que desperta uma verdade adormecida dentro do ser, que emerge na forma de convicção, de fé, e que somente a partir de então pode começar a ser definida, interpretada.”
explicar aquilo que, apesar de sentido, de entendido, ainda não pode ser explicado, simplesmente porque está além das definições, palavras, símbolos. É uma energia, que pode ser sentida, o que a torna verdadeira, mas não pode ser explicada, o que a torna um enigma. Não é à toa que toda a ciência da Filosofia se debruça em tentar definir o inexplicável. Experiências como Deus, o Amor,
a Felicidade, a Eternidade, a Alma, não cabem nos conceitos.
E surge então a mágica da intuição. Essa capacidade de saber antes de conhecer, essa sabedoria que abre um canal entre o mundo interior e o mundo exterior. Que desperta uma verdade adormecida dentro do ser, que emerge na forma de convicção, de fé, e que somente a partir de então pode começar a ser definida, interpretada. Mas que,
muitas vezes, é perdida na tentativa de aprisioná-la nas palavras.
Não é por acaso que muitos poetas, escritores, compositores, andam sempre com suas cadernetas no bolso. Para captar um momento de intuição, por meio da qual uma realidade completamente nova, diferente, revela-se.
Intuição são esses momentos de revelação, em que o ser interior se comunica. Em que a alma é capaz de ter um relance da Verdade, um insight de Deus, em que uma chama se acende, mostrando uma nova direção, novos caminhos,
novas possibilidades. Como um conselheiro interno que cada um de nós carrega, um mago, um curandeiro, um guia.
É uma pena que, para muitos, a intuição simplesmente passe desapercebida num mundo em que os estímulos externos são cada vez mais intensos. Logo, nosso sexto sentido precisa ser cultivado, para que se faça cada vez mais presente, ampliando nossas possibilidades.
Dentre outras, a meditação é essencial para abrir o terceiro olho.
Meditação consiste em acalmar os sentidos, e ainda que mantendo os
“Dentre outras, a meditação é essencial para abrir o terceiro olho. Meditação consiste em acalmar os sentidos, e ainda que mantendo os dois olhos físicos abertos, significa voltar o olhar para o mundo interior e, por meio da introspecção, explorar e inspecionar esse universo íntimo.”
dois olhos físicos abertos, significa voltar o olhar para o mundo interior e, por meio da introspecção, explorar e inspecionar esse universo íntimo. Significa também deixar-se imergir, por alguns instantes, na experiência de cada uma das qualidades originais do ser que encontramos nesse mergulho, dar vida a cada uma delas e despertá-las, para que emerjam à tona e passem a fazer parte do nosso repertório.
é cirurgiã-dentista, pratica e ensina meditação Raja Yoga há mais de 30 anos. Recentemente, lançou no YouTube o canal Insights.
Ao experimentar cada vez mais o invisível, e ao nos conhecer melhor, além das aparências e das identidades limitadas, amplificamos a voz da intuição, até que nossa vida se transforme um uma linda sinfonia, de dentro para fora.
“Quando nós mudamos, o mundo muda” é um dos slogans da Brahma Kumaris, e significa que, ao mudar nossa percepção, mudamos a nossa realidade. *
“Quando nós mudamos, o mundo muda”
Patrícia Schmidt Carvalho
Coletânea sobre intuição da trilogia A Paz de Todo Dia
“Por meio da razão, percebemos o eu como uma complexa carga elétrica. Essa visão nos torna prisioneiros do mundo material. Porém, a realidade é que somos livres, temos somente de manter a porta da nossa célula aberta, com o mais gentil dos toques, para podermos andar na pura luz do ser. O que nos alerta para essa liberdade é a intuição, a qualidade inata de acessar a verdade no momento exato - como um límpido rio de sabedoria fluindo até a consciência do espírito.”
“Quando agimos contra a verdade, a voz da consciência nos alerta sobre a nossa falta. Podemos ignorar essa voz, usando a razão como aliada do ego para justificar nossas ações. No entanto, a intuitiva reprovação da consciência continuará a fazer seus protestos. Temos a chance de (1) abolir esse conselho ou (2) alterar nosso curso e reparar o erro. Somente quando escolhemos a segunda opção nossa paz espiritual é restaurada.”
“Somos fisiologicamente constituídos para acreditar no que vemos, apesar do elemento mais importante na vida - o espírito; esse não pode ser percebido por nenhum dos sentidos, somente pela intuição. O ego, com seus desejos, medos e apegos, geralmente projeta uma visão distorcida em torno da realidade.
Seja qual for o prazer que possamos obter nas diversas formas do mundo, a mais profunda alegria vem da percepção do invisível - a pura fonte de amor que existe dentro de nós.”
UMA COLHER DE SOPA E DUAS DE CHÁ
Medidas. Diferentes capacidades. Uma pitada, uma colher de café, uma de chá, uma de sobremesa e uma de sopa. E uma concha. E o quanto baste. Nós temos diferentes capacidades. Mas a vida não é uma receita de bolo, vai acontecendo aos poucos, de improviso. Como saber as medidas? Por intuição. Nós sabemos o que é bom e o que não é. Quando não é bom, a consciência morde; quando é bom, flui. Nós temos juízo.
A intuição, segundo o Houaiss, é (1) “a faculdade de perceber, discernir ou pressentir coisas, independentemente de raciocínio ou análise. E (2) é uma forma de conhecimento direta, clara e imediata, capaz de investigar objetos pertencentes ao âmbito intelectual, a uma dimensão metafísica ou à realidade concreta.”
Segundo o escritor Daniel Kahneman, existem duas formas de pensar – rápido ou devagar. A intuição é rápida como um chitá; a análise, lenta como um piolho. E Kahneman diz que temos preguiça de usar o método devagar porque exige mais empenho. Ele aconselha, para remediar isso, ter força de vontade.
E como podemos vencer a preguiça analítica e usar melhor a intuição para perceber
nos ensina a sair dos limites. Tem a
com
tempo-espaço,
nossos limites? Aprendendo a meditar. E quem não gosta de meditar pode apenas estudar e refletir. Meditar ajuda a usar ambas as formas de pensamento. Mas, na verdade, a meditação nos ensina a sair dos limites. Tem a ver com eternidade, ir além do tempo-espaço, viver no presente, mergulhar no inconsciente e aflorar qualidades inatas. Acreditem – nós temos qualidades positivas inatas e, ao mesmo tempo, gravações posteriores de defeitos/
“Meditar ajuda a usar ambas as formas de pensamento. Mas, na verdade, a meditação
ver
eternidade, ir além do
viver no presente, mergulhar no inconsciente e aflorar qualidades inatas.”
fraquezas – é só escolher. Mesmo um assassino tem qualidades positivas inatas.
Nós somos limitados por nossa personalidade. Vamos até certo ponto e não nos permitimos ir além. Somos limitados por nossos sonhos (ou falta de), nossas metas (ou falta de). Mas podemos nos expandir. E temos diferentes capacidades. Nosso estado completo é individual. Cada um tem seu máximo e pode alcançá-lo.
Em suma, temos diferentes capacidades, podemos medi-las por intuição ou análise. A meditação ajuda a pensar sem limites de ambos os modos. Somos limitados por nossa personalidade e metas, mas temos um estado máximo e completo que podemos alcançar, seja ele o de uma colher de sopa, duas de chá ou o quanto baste.
EURECA! (OU INTUIÇÃO)
Intuição é a habilidade de adquirir conhecimento sem o recurso do raciocínio consciente.
Dá-se a essa palavra uma variedade de significados, desde acesso direto a conhecimento inconsciente, cognição inconsciente, percepção interior e, até, insight.
Intuição é a faculdade ou ato de perceber, discernir ou pressentir, independentemente de raciocínio ou análise. É uma forma de conhecimento direta, clara e imediata, capaz de investigar objetos pertencentes ao âmbito intelectual, a uma dimensão metafísica ou à realidade concreta. É uma forma de conhecimento que
* OM REFLEXÃO * por Sandra Costaestá dentro de todos nós, embora nem todos saibam usá-la. Vem do latim intueri, que significa considerar, ver internamente ou contemplar. Pascal referia-se à intuição como o produto da capacidade da mente de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, graças a infinitas conexões inconscientes que tornam possível à mente consciente fazer escolhas. Einstein, considerado o maior intuitivo da história, enfatizou o valor do potencial intuitivo. Jung dizia sobre o conhecimento intuitivo que: “Cada um de nós tem em seu próprio interior a sabedoria e o conhecimento de que necessita”.
A mente intuitiva abre-se a respostas inovadoras e não dogmáticas; aprender a confiar na intuição é um grande desafio, pois o senso comum ainda considera a intuição um conhecimento de risco. No entanto, é possível desenvolver a intuição por meio de algumas
técnicas, como o treino da habilidade no uso de imagens e símbolos, a aquisição de uma postura mais reflexiva e o desenvolvimento de autoconfiança. Devemos confiar na intuição à medida que a autoconfiança e o autoconhecimento permitam ao indivíduo separar intuição de medos e desejos.
A intuição, em psicologia, divide-se em três grupos.
[Tipo 1] Envolve um raciocínio simples, tão simples que passa despercebido pela mente consciente. Nós chegamos a uma conclusão, mas não percebemos que raciocinamos para obtê-la. Quando vemos um copo caindo, já sabemos que se quebrará, e isso sem precisar pensar conscientemente. É o que se chama o “óbvio” elementar.
[Tipo 2] Vem da prática. Quanto mais se pratica alguma coisa, mais a mente passa do campo consciente ao inconsciente a tarefa de raciocinar sobre o assunto que se está
desenvolvendo. Os enxadristas mestres, ao olhar para um tabuleiro, sabem que jogada fazer, pensando pouco ou não pensando. Um outro exemplo é o aprendizado de novas línguas, quando o aluno tem que pensar muito para construir frases enquanto o professor faz isso naturalmente.
[Tipo 3] É quando chegamos à conclusão de um problema complexo sem ter raciocinado. Popularmente, essa intuição se refere a “Como não pensei nisso antes?”. Quando as pessoas passam por esse fenômeno, não sabem explicar como raciocinaram para chegar ao resultado e dizem que a resposta, simplesmente, surgiu-lhes na mente.
Intuição é a clareza súbita na mente e no intelecto, uma iluminação, um estalo, uma luz. É a compreensão ou solução de um problema pela súbita captação mental dos elementos e relações adequados. Vem do óbvio, do hábito e da prática. Eureca! *
Sandra Costa é praticante de meditação Raja Yoga e volutária da revista Om Line.INTUIÇÃO PARA O SUCESSO PROFISSIONAL
Você usa a sua intuição como aliada enquanto fazendo uma apresentação de trabalho da faculdade? Pode ser que, até agora, você tenha tentado falar o que seja agradável aos ouvidos dos seus professores ou avaliadores.
O que acha de fazer a sua apresentação enquanto mantendo o “modo eu sou capaz” ativado, de forma que você sinta segurança no que tem para compartilhar? Talvez a boa expressão na sua comunicação venha dessa autoconfiança.
Você usa a sua intuição como aliada na escolha de uma empresa em cujo processo seletivo você vai se inscrever para estágio,
trainee ou emprego? Pode ser que, até agora, você tenha atuado com a estratégia de “atirar para tudo o que é lado”.
O que acha de parar por um minuto e ativar o “modo conexão” para, em silêncio, antes de se inscrever, perguntar-se: eu realmente deveria me inscrever para esse processo? Talvez a resposta sobre a empresa que vai te acolher venha dessa sua conexão.
Você usa a sua intuição como aliada numa entrevista profissional? Pode ser que, até agora, você tenha decorado uma série de “respostas-padrão” e usado a que julgasse mais adequada para cada pergunta.
O que acha de participar de entrevistas com o “modo percepção” ativado, olhando nos olhos dos recrutadores e perguntando-se: o que eu tenho para falar que pode realmente tocá-los positivamente? Talvez a escolha por você para o estágio ou o trabalho surja dessa sua percepção.
Você usa a sua intuição como aliada enquanto despachando
com o seu chefe ou a sua chefe? Pode ser que, até agora, você tenha lidado com eles como “os donos do poder”, portanto “os donos da razão”.
O que acha de conversar com um superior hierárquico com o “modo autorrespeito” ligado, vendo aquela pessoa como um irmão ou uma irmã que, embora tenha um papel específico a desempenhar
na hierarquia da empresa, também tem um grande crescimento espiritual para alcançar? Talvez o respeito que você precisa seja um retorno desse seu autorrespeito.
Use a sua intuição! Ela é o GPS que guia a alma, que você é, ao sucesso, tanto na sua jornada profissional, quanto na sua jornada de autodescoberta.
Augusto Zimbres é apresentador do canal Inspira Saúde Plena no YouTube. Lidera o movimento jovem da Brahma Kumaris para a América Latina com muito ânimo e entusiasmo.
Pesto intuitivo
Certa vez, eu li a frase “intuição é quando nosso coração dá um pulinho no futuro e volta rápido”. Com base nela, eu me fiz a seguinte pergunta: como me preparar para que esses pulinhos ocorram com frequência e de forma precisa? Concordam comigo que, se acharmos essa resposta, podemos fluir com mais leveza no nosso dia a dia? Pois, então, eu encontrei duas: o silêncio e a experiência.
No silêncio, encontramos a clareza e o discernimento para lidar com
* OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixãoas situações. É como se pudéssemos ver tudo do alto, sem medo, apego ou qualquer outro sentimento que possa nos confundir. Já a experiência nos garante diversos repertórios que nos ajudam a fazer conexões mais rápidas e criativas. Dessa forma, entendo a importância da meditação e da ação! Pensar, mas também agir, “experienciar”, arriscar, fazer. Seja no trabalho, nos relacionamentos e, por que não, na cozinha!
Por isso, hoje, a receita do molho é com você. Silencie, ouça o seu coração e faça suas escolhas. *
Envie sua experiência por email clicando no ícone ao lado.
Possíveis ingredientes
• Manjericão ou coentro ou azeitona ou rúcula
• Castanha ou amendoim ou nozes
• Azeite ou abacate
• Levedura nutricional
• Sal
• Gelo
Modo de preparo
Bata todos os ingredientes em um processador, na proporção que seu coração mandar, e pronto! Não esqueça de me contar como foi essa experiência. Vou adorar saber!
Ana Paula Paixão pratica meditação Raja Yoga há mais de 12 anos. É designer, culinarista e encantada com a natureza.
Escolher o caminho espiritual
Os que andam pelo caminho espiritual são aqueles que se envolveram na escola da espiritualidade.
Nosso objetivo deveria ser passar por todos os assuntos com honra.
Isso significa que o entendimento espiritual e o poder que vêm de Deus foram tão assimilados que nenhum dos muitos desafios da vida são enfrentados sem equanimidade e verdade.
O coração misericordioso e altruísta, nunca dando ou buscando tristezas.
Os sentimentos são puros sem quaisquer necessidades ou expectativas, e esses sentimentos puros são compartilhados abundantemente com outros.
* OM ÚLTIMA PALAVRA * por Dadi JankiNão alcançamos isso tornando-nos eremitas e deixando o mundo ou a vida diária. Ao contrário, mantemo-nos completamente no mundo, mas distante de todos os vícios e negatividades.
Agora é tempo de nos tornar um aluno da vida bem-sucedido.
Eu nunca deveria duvidar de mim quanto a isso. A confiança em Deus implica em Sua assistência.
Isto e mais minha determinação criarão forças para andar para frente e progredir.
Deus está me dando tudo.
Tenha fé nisso e prossiga confortavelmente pelo caminho para se tornar como Ele.
Dadi Janki, yogini indiana, líder espiritual da Brahma Kumaris, foi considerada pelo Instituto de Pesquisa Médica do Texas como a mente mais estável do mundo. Deixou o corpo físico e ascendeu ao mundo espiritual em março de 2020.
Além das influências
Sentado de forma confortável e estável, suavemente volto a minha atenção para o meu interior. Com uma pedra atirada em um lago de águas tranquilas, meus pensamentos positivos produzem pequenas ondas na superfície da minha mente. Ondas que vão se ampliando, atingindo meus sentimentos, minha maneira de ver o mundo, de me relacionar com as pessoas... Meus pensamentos positivos vão influenciando toda a minha existência, trazendo benefício para os que estão em meu convívio e para o ambiente do meu lar e trabalho. Conscientemente, deixo que tudo seja inundado por estas ondas de paz...
Uma publicação da Brahma Kumaris Brasil
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OM line é uma revista digital para quem almeja restaurar o equilíbrio interno.