Ponto a Ponto - Novembro 2020

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Notícias, insights e experiências da Brahma Kumaris Brasil

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Boletim 43 • NOV/DEZ 2020

EDIÇÃO ESPECIAL

Festivais Indianos


Editorial “Consciência do tempo” é uma noção que tem povoado as mentes humanas no momento atual, enquanto sequência de eventos e sob a perspectiva da influência deles sobre nossas vidas, passando pelo seu significado maior na história da humanidade. A cultura hindu é notória por apoiar-se ampla e primorosamente em histórias e mitos do cotidiano no âmbito espiritual, familiar, profissional, etc. O que às vezes nos parece confuso e exagerado, em outras atraente e esperançoso. Nesta edição do Ponto a Ponto, mostramos como a Brahma Kumaris adota alguns festivais do calendário hindu em suas práticas, a partir de uma visão ampla, espiritual e sutil dos seus significados, sendo as comemorações voltadas à pratica da meditação raja yoga, e momentos voltados à reflexão e autodesenvolvimento.

O tempo hindu Comecemos por entender o calendário nacional hindu, Panchang, fruto de uma tentativa de unificação dos mais de 30 calendários que orientam os múltiplos festivais e tradições religiosas na Índia (logo, é possível que um mesmo acontecimento seja comemorado em meses distintos em diferentes lugares). O Panchang conta o tempo a partir da Era Saka (ano 79 da Era Cristã) e adota a estrutura do calendário gregoriano – 360 dias e anos bissextos. 2020, portanto, corresponde a 1941 no cronograma hindu. O calendário orienta os meses a partir da lua nova, considerando o sol e a lua para o cálculo das datas de festivais, dias e épocas auspiciosas para os rituais. Por isso vários deles não apresen-

tam datas fixas e sim intervalos entre períodos lunares, ou um número de dias anteriores ou posteriores à lua cheia.

As diferentes eras A doutrina hinduísta considera a existência de quatro eras Satya, Treta, Dwapar e Kali -, relacionadas à ascensão do rei de determinada dinastia ao trono. Que vai do mais puro para o mais impuro da perspectiva das qualidade espirituais. Portanto, Satya corresponderia ao paraíso. O Ano Lunar compõe-se de 12 meses, cada qual com aproximadamente duas quinzenas, e começa com a lua nova (amavasya). Tem de 20 a 30 dias (chamados de “tithis”), que podem variar entre 20 e 27 horas.

Foto: https://pixabay.com/photos/flowers-festival-indian-yellow-2804523/

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Os Festivais Na Índia, os festivais são celebrados baseados em uma ampla gama de motivações nacionais, regionais, tribais, espirituais, políticas, profissionais, sociais, culturais e religiosas. Contam com a participação de cristãos, hindus, islâmicos, budistas, pársis, sikhs, sindis, etc. – quanto mais plural for a representatividade, maior é a abrangência geográfica do evento. Os hindus celebram também o nascimento, casamento e a vitória dos deuses, além da derrota de demônios, da morte dos asuras (inimigos dos devas ou deuses na mitologia hindu), colheitas, luas cheias, luas novas, iniciações, etc. As comemorações tomam as ruas de um modo pitoresco e original, com muita música, danças ancestrais, elefantes, cavalos e camelos ricamente adornados, numa explosão de elementos decorativos, brilhantes e coloridos.

O Dia das Mães e o dos Pais acontecem na mesma data que em outras partes do mundo. Comemora-se também datas importantes para outras culturas, como o Dia de São João no fim de junho e o Natal. O inverso também acontece, como a prática milenar do Hata Yoga que é celebrada na Índia e ao redor do mundo, assim também festivais como o Holi (para alguns o carnaval hindu), o Raksha Bandhan e o Diwali, valendo-se do apoio das numerosas comunidades de indianos no exterior e do poder de alcance das mídias eletrônicas. Embora o Ano Novo gregoriano em 1º de janeiro também seja comemorado na Índia, para os hindus é o Makar Sankranti que marca o início de um novo ciclo temporal, quando o sol passa pelo território zodiacal de Capricórnio. Este ano a data caiu em 15 de janeiro.

O país reconhece três festivais de abrangência nacional - Dia da Independência do domínio britânico (desde 1947): 15 de agosto; - Dia da República, desde a adoção de uma constituição soberana para o estado indiano em 1950: 26 de janeiro; - Gandhi Jayanti, ou o dia do nascimento do pai da nação, Mahatma Gandhi (1869-1948): 2 de outubro.

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Festivais Indianos

Abordamos aqui somente os principais festivais adotados pela Brahma Kumaris em função de seus significados espirituais. As datas aqui apresentadas referem-se a este ano - 2020. Basta clicar no menu abaixo.

1 Makar Sankranti 15 jan

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21 fev

Maha Shivaratri

Os festivais começam com o nosso olhar voltando-se para a Alma Suprema para nos orientar na vida, é o começo da viagem de volta para o estado espiritual.

9 e 10 mar

Holi

É o primeiro ensinamento de Deus, que responde a humanidade, em seu papel como Pai, Professor e Guia - Devemos praticar as virtudes que são nossa natureza – 1a lição

4 Kumbh Mela 14 jan e 4 mar

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Quando reconhecemos as qualidades de Deus. Ele então nos mostra o que nos tornamos se seguirmos suas orientações – 2a Lição

Ganesha Chaturthi Que devemos nos tratar realmente como irmãos, sermos compassivos, cooperando uns com os outros - 3A Lição

11 set

Janmashtami

Nos diz que é necessário render nossa mente e intelecto a Deus, ou seja, devemos sentir e pensar como Ele. - 4A lição

17 a 26 out

Navaratri

Que devemos usar nossos Poderes na pratica e que a rendição traz consigo a vitória - 5A lição

25 out

Dussehra

Que é necessário colocar os 8 poderes da alma em ação, o que pode ser alcançado pela prática sistemática e amorosa da lembrança do Divino e com isso terminar com todos os vícios - 6A Lição

14 nov

3 ago

Raksha Bandhan

10 set

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Diwali

Que após ter praticado os poderes e virtudes teremos a força necessária para acender nossa luz espiritual que termina com a escuridão da consciência material - 7A Lição


15 jan

Makar Sankranti Celebrado em janeiro na passagem do sol pelo território zodiacal de Capricórnio marca o solstício de inverno e o início dos dias mais longos. Os rituais incluem um banho num rio

sagrado, como o Ganges ou o Yamuna, nas primeiras horas frias matinais e em jejum, como oferenda ao Deus Sol para a obtenção de um bom ano. Desde 1989, no mesmo dia, o

Para os Brahma Kumaris o Ano Novo, representa uma vida nova um mundo novo. Para criar tal novo começo precisamos criar as condições necessárias para viver o novo. Se criamos um novo mundo

precisamos ser capazes de viver segundo suas novas características. Se este mundo novo for pacífico, precisamos
ser capazes de viver em paz, se for feliz, precisamos aceitar a felicidade, se

céu se colore de pipas criativas durante o Festival Internacional de Pipas (Kite/Uttarayan). O do estado de Gujarat recebe gente do mundo todo, incluindo brasileiros. este mundo for puro, precisamos ter sentimentos e pensamentos puros, nossas palavras devem ser poderosas e amorosas. Precisamos nos preparar para ser um Ser novo.

Foto: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7e/Makar_Sankranti_Hindu_festival%2C_Magh_

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Mela_at_Prayaga_Sangam_Uttar_Pradesh_India.jpg

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21 fev

Maha Shivaratri Celebra a noite do Senhor Shiva. Festejado anualmente na 13ª noite e 14º dia do mês de Maagha (este ano em 5 de março), dura 25 dias e homenageia o deus Shiva, considerado o criador do yoga e que compõe a tríade

de deuses indianos junto a Brahma (aquele que cria) e Vishnu (aquele que preserva). Em algumas tradições, Shiva está acima e a tríade abaixo é formada por Brahma, Vishnu e Shankar (aquele que destrói). As comemorações incluem os

Para a Brahma Kumaris, é o mais importante de todos os festivais. Representa o período mais escuro, onde a humanidade se distancia tanto de sua essência benevolente, que o próprio Deus precisa vir

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para reconduzir as almas ao seu estado original. A Alma Suprema, semente da árvore das religiões, vem para nos mostrar que, ao praticarmos nossas qualidades originais, elas voltam a guiar nossas mentes,

Foto: https://pixabay.com/photos/mahashivaratri-shiv-shankar-4767144/

rituais do fogo e do banho do Shiva Lingam com leite ou mel ou iogurte, quando os devotos recitam mantras e praticam a humildade por meio do serviço a outros e principalmente através da oferenda a Shiva de doce de marmelo (bael).

palavras e atos. Meditar ou ter yoga nada mais é do que lembrar – lembrar quem somos, de onde viemos, quem é nosso Pai/Mãe, e como funcionamos. Essa é a essência do Raja Yoga.

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9 e 10 mar

Holi - Festival das cores Realizado na Índia todos os anos entre fevereiro e março, comemora a chegada da primavera e tem início no primeiro dia de lua cheia do mês de Phalugna. Termina com o Rang Panchami, no quinto dia da lua cheia. É considerado o festival da unidade, pois todas as castas o comemoram juntas. As

pessoas atiram tintas de cores variadas umas nas outras, e celebram com música e bebidas e comidas especiais. As festividades iniciam com
uma fogueira - Holika, para afastar os maus espíritos. Logo as festas começam em família nas casas e vão para a rua. O Holi simboliza a vitória do deus Vishnu sobre o rei

Hiranyakashyap, que almejava ser o único adorado. As cores nascem da inveja de Radha do azul-claro de seu irmão Krishna, a oitava encarnação de Vishnu, que, ao saber disso, colore Radha e as Gopis (pastoras devotas de Krishna).

Festival das Virtudes Jogar água ou pó colorido uns nos outros relembra a orientação de Shiva – viver docemente. Interagir com

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o mundo e manter a mente pacífica, espalhando a cor das virtudes e valores e gerando uma atmosfera

Foto: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cd/Holi_Festival_USA_2013.jpg

de harmonia: eis a atitude necessária para voltar a viver de forma divina, como descendentes de Deus.

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14 jan 4 mar

Kumbh Mela Maior festival do hinduísmo e evento de peregrinação do mundo, dura 45 dias e chega a reunir 120 milhões de peregrinos e devotos. Ocorre quatro vezes a cada doze anos na Índia, num rodizio entre quatro cidades: Prayagraj, Ujjain, Nashik e Haridwar. Cada qual determina a data de celebração de acordo com uma combinação astral de sol, lua e o planeta Júpiter. Atualmente

reúne representantes de várias tradições, mantendo a linha principal da procissão através de carros alegóricos que retratam as divindades do panteão hindu, ao som de mantras e canções devocionais. O Kumbh Mela nasceu de uma lenda da mitologia hindu, segundo a qual deuses e demônios entraram em guerra por um pote contendo o

néctar da imortalidade. Para encontrá-lo era necessário revirar o fundo do oceano, e o néctar acabou pendendo para o lado dos demônios. Os deuses, inconformados, travaram com aqueles uma batalha de 12 dias e 12 noites, após a qual gotas do néctar caíram nas quatro cidades anfitriãs do festival, selando assim a vitória no duelo.

A Brahma Kumaris explica que esse festival representa a árvore das religiões, onde todas as fés são respeitadas e a convivência entre elas deve ser pacífica e harmoniosa. Em relação à lenda, o néctar da imortalidade refere-se ao conhecimento de que somos almas, energias conscientes e imortais

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Foto:Lok Marg

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3 ago

Raksha Bandhan Raksha Bandhan, Rakshabandhan ou Rakhi é um rito hindu anual muito popular, celebrado em toda a Índia e em várias partes do mundo. Nele, a irmã amarra um fio ou bracelete no pulso do irmão, prometendo cuidar dele espiritualmente. Em troca, o irmão lhe oferece proteção material e financeira.

Celebramos a união entre as almas e a Alma Suprema Todo ano nessa época a diretora internacional da BK envia a todos os estudantes e ao público em geral uma mensagem de esperança. Em 2020, em função da pandemia do coronavírus, Dadi Ratan Mohini assina os seguintes votos que nos propõem compromissos desafiantes:

1. Destruirmos a semente de nossas memórias negativas e assumirmos as qualidades de nossa essência original e divina; 2. Mantermos o nosso humor estável, uma memória feliz e um rosto jovial; 3. Limpar o pensar e o sentir vícioso em nossas mentes, incentivar e cooperar com outros no mesmo sentido; 4. Eliminar as crenças que nos limitam, rompendo a

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Foto: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rakhi_1.JPG

influência do passado em nosso presente; 5. Aceitarmos ser alinhavados no fio do amor espiritual, mantendo-nos determinados até que esse amor se torne a nossa realidade. Dadi Ratan Mohini termina pedindo que usemos “a pulseira desta promessa” e compartilhemos “esta mensagem auspiciosa com todas as almas amorosas e cooperativas do mundo”.

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10 set

Ganesha Chaturthi Ganesha é o filho direto de Shiva e Parvati (Gauri) e é considerado o removedor de obstáculos e a personificação de sabedoria e de bemaventurança. Por isso, ele é um dos deuses mais adorados no hinduísmo e seu festival dura 10 dias. Ele é tão importante, que se acredita que somente após sua criação é que os quatro elementos são criados: terra, fogo, água e ar, sendo ele o quinto elemento. Tanto nas celebrações caseiras como nas públicas, os rituais começam com

a criação de um murti (o ídolo) feito de argila em local que será ricamente decorado e onde serão feitas as oferendas: coco, açúcar mascavo, modaks (um bolinho doce), durva (trevo), folhas de grama e flores vermelhas, que serão acompanhadas de cânticos e hinos védicos. Os ídolos criados ao final da cerimônia serão imersos em água. Mitologia - Ganesh foi feito pela deusa Parvati com pasta de sândalo para que ele guardasse a entrada da

Esta festividade não é comemorada nas escolas da Brahma Kumaris, mas o significado espiritual desse festival é que a obediência à verdade essencial e

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eterna nos leva a mudar a consciência e com isso todos os obstáculos deixam de ter influência sobre nós. Ao sabermos quem somos e qual a nossa história

Foto: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/39/Ganesh_visarjan_surat_2009.jpg

casa enquanto ela estava no banho. Quando Shiva, consorte de Parvati, chegou de volta ao lar, Ganesha, que não o conhecia, impediu-o de entrar em casa. Isso enfureceu Shiva, que cortou a cabeça do bebê Ganesha. Quando Parvati viu, ficou muito triste. Shiva, para consertar o estrago, prometeu trazer o bebê Ganesha de volta à vida. Para isso, pegou a cabeça da primeira criatura viva que encontrou, no caso um elefante, e a colocou no corpo de Ganesha que voltou à vida.

(humanidade), tornamonos capazes de lidar com o que quer que surja em nossas vidas.

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Dahi Handi, uma tradição Janamashtami, em Mumbai, Índia

11 set

Krishna Janmashtami Comemorado durante o mês Shravana, entre agosto e setembro, celebra o nascimento de Krishna, o adorado deus-criança

da inocência e alegria. Os rituais incluem brincadeiras como quebrar um pote cheio de iguarias, principalmente coalhada. Grandes equipes

uniformizadas formam pirâmides humanas com o intuito de alcançarem jarros de barro amarrados a fios bem acima do chão.

Entendemos como a lembrança de nosso “estado puro” como o de uma criança, que em determinado momento do ciclo da historia da humanidade ressurge de uma nova consciência.

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Foto: wikimedia commons (https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4d/Dahi_Handi.JPG)

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17 à 26 out

Navaratri - Durga Puja Celebra a vitória de Durga, a Deusa Guerreira, sobre demônio Mahishasur através de suas 8 armas. Durante nove noites e dez dias, entre setembro e outubro, o Navaratri honra as nove formas da deusa Mãe Durga. No décimo dia comemora-se Dussehra, e após 12 dias acontece o Diwali (festa das luzes). A celebração principal do Navaratri acontece no 9° dia com o Durga Puja, que marca a vitória de Durga sobre o demônio do apego, Mahishasur. Milhares de imagens da divindade são construídas e imersas em rios e tanques, enquanto a população

festeja pelas ruas com danças (garba), apresentações culturais e desfiles de estátuas, como o que leva a imagem da divindade até o rio Ganges, onde é mergulhada. AS NOVE FORMAS DE DURGA – A Deusa Mãe Um dos principais festivais indianos, o Navaratri representa o poder do feminino e da energia criativa (shakti). O paradoxo das 8 deusas é que Durga teria criado suas próprias manifestações, e que seja também a expressão das outras sete deusas. Independente da

O significa espiritual de Navaratri é que os oito poderes das oito deusas representam poderes da alma humana que podem ser resgatados com o reconhecimento e a prática da consciência de sermos

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almas. Vivendo em conexão com O Supremo, temos aflorados nossos poderes à partir da fonte, pela qual nossa própria vida é preenchida com paz, amor e alegria.

Foto: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/55/Durga_Puja_in_ShakhariBazar.jpg

sequência, o importante é que cada alma humana tem, em sua essência, estes poderes e pode trazê-los à tona através da meditação. Todas as deusas são retratadas por meio dos mudras (gestos sagrados no hinduísmo, feitos geralmente com as mãos) abhayamudra e varadamudras, que representam uma atitude doadora e benevolente. Obs.: A sequência e correspondência entre as deusas podem variar em relação ao apresentado aqui, dependendo da fonte da pesquisa.

Começamos praticando a introversão que nos leva a este lugar essencial de silêncio interior e a partir
do qual, vamos seguindo uma sequência que nos prepara internamente para lidar com o mundo.

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Adorada no 1º dia de Navaratri Shailaputri - a filha da montanha

Filha do Senhor Himalaia (o Rei das Montanhas), é a forma absoluta da Mãe Natureza e a personificação do poder da Trimurti (conjunto formado pelos três principais deuses do hinduísmo: Brahma, Vishnu e Shankar). Numa das mãos segura um tridente, na outra uma flor de lótus. Leva na testa uma lua crescente, seu planeta governante e o símbolo de sua capacidade de concentração. Cavalga o touro Nandi.

Durga – Deusa de todos os poderes

Representa a capacidade de empacotar e emergir, de colocar um ponto final em todas as fraquezas. Este poder é capaz de destruir os maus hábitos, vícios e negatividades. É a força que elimina o sofrimento, protegendo a alma e removendo o mal do mundo com coragem e destemor.

Adorada no 2º dia de Navaratri Brahmacharini - a aluna dedicada que vive no ashram com seu guru. É a deusa do ascetismo (busca do equilíbrio moral e espiritual por meio da abstenção dos prazeres físicos e psicológicos) e da penitência, por isso anda descalça e usa roupa branca. Carrega um japa mala (cordão de contas) na mão direita, e na esquerda uma kamandalu (cuia para água). Regida por Marte.

Parvati – Deusa da beleza da pureza

Traz em si o poder de retrair (introversão). Celibatária e plena de virtudes, sua principal característica é a mediação, que permite viver em família em harmonia e ao mesmo tempo desapego.

Adorada no 3º dia de Navaratri Chandraghanta - lua de sino, o qual carrega na testa e cujo som afasta todos os tipos de mal Deusa que inspira coragem. Regida por Vênus e representada com dez braços, aparece montada numa tigresa e está sempre pronta para a guerra contra os demônios, visando proteger a paz e o bemestar de seus devotos. É malévola com os que a provocam, e a personificação da serenidade para os seus seguidores.

Jagadamba – A mãe do mundo

Expressão de tolerância, refere-se à nossa capacidade de lidar amorosamente de forma pacífica e limpa com todas as situações da vida.

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Adorada no 4º dia de Navaratri Kushmanda - aquela que é a energia, ou calor do universo Regida pelo Sol, seu corpo e sorriso têm o mesmo brilho e radiância do astro-rei. Aparece montada numa leoa, e seus oito braços concedem poderes e contentamento a seus devotos.

Santosh – Deusa do contentamento e satisfação

Lembra-nos do nosso poder de conter impulsos internos, o qual se apoia na clareza e espalha contentamento nos relacionamentos.

Adorada no 5º dia de Navaratri Skandamata - a Deusa do fogo

Também conhecida como deusa Padmasana, aparece montada num leão feroz e sentada em uma flor de lótus. Possui quatro mãos e seus devotos buscam uma intervenção junto ao seu filho Kartikeya, o deus da guerra.

Gayatri – Deusa da divindade

Representa o nosso poder de discernir, assimilar e reconhecer o efeito de cada uma de nossas ações.

Adorada no 6º dia de Navaratri Katyayani

Conhecida por sua raiva, vingança e vitória final sobre os demônios. Concede bênçãos sempre que adorada com um coração puro. É governada por Júpiter, conhecedora dos três aspectos do tempo e senhora OM. Retratada com um sari branco que reflete a sua pureza, vem acompanhada de um cisne ou pavão (animal considerado sagrado) e cavalga um leão magnífico. Carrega uma espada em uma de suas quatro mãos.

Saraswati – Deusa do autoconhecimento Poder de decidir - Sabendo quem somos e as motivações e resultados de nossas ações, podemos fazer as escolhas que realmente nos trarão paz e conforto.

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Adorada no 7º dia de Navaratri Kalaratri - Kali - morte

Deusa que se manifesta para destruir os demônios. Embora pareça amedrontadora, é a mais compassiva das divindades femininas. Senhora do tempo regida por Saturno, tem a pele negra e cavalga um burro. É retratada com quatro mãos, em duas das quais carrega uma espada e um gancho de ferro mortal. Leva no pescoço uma guirlanda de caveiras, e ejeta a língua para fora enquanto dança em cima de corpos.

Kali – Deusa da liberação

É o poder que temos de enfrentar e vencer as dependências e escravidões. Na consciência de que somos uma energia eterna, podemos ser vitoriosos sobre o tempo.

Adorada no 8º dia de Navaratri Mahagauri - pele clara

É a deusa da pureza, da limpeza e da riqueza. Reduz a cinzas todas as faltas e erros do devoto, redimindo-o. Por esse motivo, é também conhecida como a deusa do perdão e chamada de “Shri” (elevada). Traz boa sorte, fortuna, sucesso e felicidade. Aparece montada num touro e é regida por Rahu (a cabeça do dragão, nodo norte).

Lakshmi – Deusa da riqueza

e dos relacionamentos

Nossa riqueza espiritual desperta o poder de cooperar, relembrando nossa meta (laksh) e nos conduzindo a ela.

Adorada no 9º dia de Navaratri Siddhidhatri - Shakti o próprio poder de Deus - a deusa Mãe, com todos os aspectos reunidos em si. Deve ser adorada somente após a devoção às 8 anteriores, pois remove a ignorância e dá o conhecimento para a percepção da realidade. É Siddhidhatri que concede a real vitória e sucesso, pois pode outorgar todos os poderes. Aparece ora montada num leão, ora num tigre

Maha Shakti – a Mateshwari Jagadamba Mãe do mundo

Representa nosso estado perfeito, que pode ser alcançado por meio de todos os poderes espirituais, para o qual é necessário limpar-se das memórias das fraquezas. Por isso, se encerra o Navaratri com Dussehra.

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25 out

Dussehra Fundamentado em diversas tradições, o Dussehra celebra a vitória de Rama sobre o rei Ravana, ou demônio

de dez cabeças que representa os dez vícios humanos. Foi Durga que, invocada por Rama, deu-lhe o conhe-

cimento secreto para matar Ravana. Por isso neste dia também se comemora o Durga Puja.

Festival da queima dos últimos resquícios da negatividade e da consciência dual. Considerado o momento para reafirmar a promessa feita em Raksha Bandhan, de viver uma vida regida pela espiritualidade.

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Foto: http://www.wallpaperg.com/17/festival-and-occasion/6498/dussehra-wallpapers/11159/dussehra-real-image.shtml

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14 nov

Diwali

A Festa das Luzes, celebra a vitória da luz sobre a escuridão, ou seja, da espiritualidade sobre a materialidade. Celebrado durante cinco dias no início do outono, após a colheita de verão e coincidindo com a lua nova. O Diwali é provavelmente uma fusão de festivais de colheita na antiga Índia. Comemorado no 15º dia do mês de Kartika, num período de lua cheia que cai

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Foto: SoulByweekly

em outubro ou novembro. É o festival que representa a finalização de um ciclo e do recomeço de outro, como nosso Ano Novo, por isso faz parte da tradição no Diwali as pessoas usarem roupas novas, compartilharem doces e presentes, lançarem fogos de artifício e decorarem tudo com pequenas lamparinas chamadas diyas, que simbolizam o sol como doador cós-

mico de luz e energia vitais. 1° dia - Dhanteras: ‘Dhan’ significa riqueza, pelo que é um dia auspicioso para a compra de itens relacionados à prosperidade, como utensílios ou ouro. 2° dia - Narak Chaudas: quando os hindus se levantam antes do amanhecer, limpam suas casas, tomam um banho perfumado e vestem roupas festivas.

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3° dia - Puja (ritual de oferenda aos deuses) de Lakshmi: principal celebração do Diwali. Dedicada à deusa Lakshmi da riqueza, nele se invocam as suas virtudes e as de Lord Ganesh, o ‘Senhor dos Primórdios Auspiciosos’ e ‘Removedor dos Obstáculos’.

Rangolis, ornamentos de arroz colorido, farinha seca, areia, ou mesmo pétalas de flores, feitos para decorar o chão.

4° dia - Puja de Govardhan ou ‘Annakoot’: a lenda diz que o Senhor Indra, o rei dos deuses, irritou-se com o povo de Gokul, a terra de nascimento

do Senhor Krishna. Como punição, o Deus da Chuva (Indra) despejou sobre a aldeia um aguaceiro sem fim, inundando-a. Mas o Senhor Krishna veio ao resgate e abrigou os aldeões sob a colina de Govardhan, levantando-a inteira com o seu dedo mindinho. O dia é conhecido também como Padwa em algumas regiões da Índia, quando as pessoas levam presentes e guloseimas para amigos e familiares.

Diwali – apropriação dos frutos dos festivais anteriores, que nos leva à consciência sutil espiritual

A vitória da luz sobre a escu- Devemos deixar a vida ser raiva, inveja e preocupação, ridão, do bem sobre o mal. uma experiência de Diwali. fazendo emergir novas e O festival de Diwali prevê o Quando limpamos nossas originais qualidades de paz, alvorecer da era da paz, feli- mentes de todos os bloamor, inocência e felicicidade e prosperidade como queios emocionais e mandade. resultado das práticas das chas de palavras duras, Perdoemos e resolvamos virtudes, poderes e pureza amargura, traição e dores os conflitos. É chegada a espiritual. Tendo eliminado do passado. hora, quando acendemos a escuridão interior, ilumina- Que o ato de trajar roupas as lâmpadas do conhecimos nossos lares, enchenovas seja a decisão de mento do eu, de Deus e mos nossos corações de nos livrarmos de nossos de nossa história, criando alegria e invocamos o sopro antigos, indesejados e assim uma nova forma de de renovada fé, esperança e perturbadores hábitos de viver, um mundo novo. determinação. Podemos dizer que o slogan de Diwali é: DEIXE QUE O PASSADO SEJA PASSADO, RENOVE-SE

Mais informações

https://www.brahmakumaris.org.br EXPERIÊNCIAS DOS LEITORES

Compartilhe suas experiências sobre os temas tratados no Ponto a Ponto que poderão ser colocadas no site junto à publicação do Boletim ou enviadas por email: pontoaponto@br.brahmakumaris.org EXPEDIENTE

Organização e conteúdo: Liliani Zunino Duarte Revisão: Flávio Brito Design e diagramação: Deglaucy Jorge Teixeira 18

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