O CHAMADO DO TEMPO Você passa pelo tempo ou ele passa por você? Você corre contra o tempo ou ele está sempre ao seu lado? Você é aquele que escuta ou que está sempre reclamando? Por apenas um segundo ouça o tempo te chamando Tanto tempo se passou - quanto tempo ainda mais? A qualquer momento esteja sempre pronto Veja os sinais do tempo Música do Grupo Viratrupe ( formado por alunos e professores da Brahma Kumaris Brasil)
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EDITORIAL *
Atenção senhoras e senhores: acaba de nascer a mais nova publicação eletrônica da Brahma Kumaris, a OM Line Magazine. A OM Line é uma revista para quem almeja restaurar o equilíbrio interno. Há um caminho muito claro para isso: ser consciente do ser eterno e imaterial, o OM. E estar sempre presente, focado, Om line. Om line com a paz. Om line com o amor. Om line com a felicidade. Om line com um propósito de vida mais elevado. É essa vivência que almejamos proporcionar a você em cada uma das nossas páginas, em cada edição. Para começar o ano de 2018 com chave de ouro, a Om Line traz logo na estreia o tema O Chamado do Tempo. Sim, e esse chamado agora é imperativo:”Já esperei tanto por vocês, agora é hora!” Hora para ser inspirado pelos Drops de Sabedoria de Ken Odonnell. Hora para aprender a viver sem medo, como nos ensina Luciana Ferraz. Ela também nos traz uma meditação orientada na página Meditações Om Line. Hora para apreciar a capa especial criada pelo super artista visual Ray Vianna. Hora para aprender a meditar, cozinhar, pensar, falar e interagir, sendo Om. O Chamado do tempo se expressa através de tantos seres especiais nesta primeira edição: Antonhy Strano, Aruna Ladva, Marcia Medeiros, Paulo Barros, Sandra Smith, e mais... Embora tenhamos todo o tempo do mundo, é urgente perceber que o tempo urge! Há cada edição teremos mais novidades para que você se sinta cada vez mais inspirado a praticar ser Om, Om Line com tudo de bom! Feliz 2018! Om Shanti! Equipe Om Line Magazine edição 01 / ano 01
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SUMÁRIO *
30. CAPA O chamado do tempo Marcia Medeiros
62. ESPECIAL Coração de um anjo Homenagem a Brahma Baba
6. OM RELIGIÃO
20. OM ATITUDE
Judaísmo: uma das tradições abraâmicas Ken O’Donnell
É tempo de acabar com o medo Luciana Ferraz
10. OM PENSAMENTOS
22. FALA OM
Tempo para ficar mais poderoso Anthony Strano
Temos todo o tempo do mundo Goreth Dunningham
14. OM ESTILO DE VIDA
25. OM COM O MUNDO
É tempo de relacionamentos Aruna Ladva
Mudar para permanecer o mesmo Ramon Almeida
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ESPAÇO DO LEITOR
EXPEDIENTE
Envie para nós os seus e-mails, críticas, dúvidas e sugestões. Através do Facebook e Instagram ou e-mail: revista.omline@br.brahmakumaris.org
Editora: Goreth Dunningham Ilustração da Capa: Ray Viana
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Design e diagramação: Felipe Arcoverde
www.brahmakumaris.org.br/revista
Revisão: Brenda Gomes Site: Ricardo Skaf Colaboração: Ana Paula Paixão
35. OM POESIA
54. OM DROPS DE SABEDORIA
Tempo, o nosso companheiro poético-prosaico Paulo Sergio Barros
Autoempoderamento: a última fronteira Ken O’Donnell
38. OM PENSE VERDE
58. OM COMIDA PURA
Atendendo ao chamado da natureza Sandra Smith
Madrugada na cozinha e o bolo do tempo... Goreth Dunningham
44. ESPAÇO OM
68. MEDITAÇÕES OM LINE
O Presente do Tempo
Meditação: Percorrendo o Ciclo do Tempo Luciana Ferraz
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OM RELIGIÃO * por Ken O’Donnell
uma das tradições abraâmicas IMAGEM: REPRODUÇÃO
A estrela de David, símbolo de judaísmo
Abraão foi considerado como o principal precursor do judaísmo, antiga religião monoteísta, que surgiu no início do que chamamos de idade do cobre. Esta palavra vem do hebreu 6
Yehudah ou Judá, (bisneto de Abraão e fundador de uma das doze tribos de Israel). Abrange a religião, a filosofia e a cultura do povo judeu. O judaísmo está totalmente entrelaçado com a
história dos israelitas que hoje são chamados de judeus. Chegou a significar um acordo com Deus e Seu povo, que se considera “escolhido” por Ele. Há entre 14 e 17 milhões de judeus no mundo, tornando-se a 10ª religião (6 milhões de judeus foram assassinados no Holocausto na tentativa de erradicar o judaísmo). Embora seja de tamanho relativamente pequeno, seu impacto em outras tradições, especialmente o Cristianismo e o Islã, é enorme. Em momentos importantes da história de Israel, o povo judeu encontrou em Deus evidências desse arranjo “especial”. Em seu êxodo do Egito, os israelitas encontraram em Deus um Protetor que garante a liberdade. Para eles, Ele foi a centelha de inspiração que os levou a quebrar as cadeias
da escravidão aos egípcios e arriscar suas vidas em busca da liberdade. No Monte Sinai, através da liderança de Moisés, eles encontraram em Deus um legislador que estabeleceu parâmetros para o seu comportamento através dos Dez Mandamentos. Trata-se de um conjunto de leis morais que desempenham um papel fundamental não apenas no judaísmo, mas também no cristianismo e no islamismo. Elas incluem instruções sobre ter apenas um Deus, honrar os pais e o sábado, bem como proibições contra idolatria, blasfêmia, assassinato, adultério, roubo, desonestidade e cobiça. Eles descobriram nesta experiência do deserto que o fundamento em uma sociedade estável exigia regras que estavam enraizaedição 01 / ano 01
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OM RELIGIÃO * por Ken O’Donnell
IMAGEM: REPRODUÇÃO
Moisés e os dez mandamentos
das em alguma realidade objetiva e não no impulso popular. Em momentos de dificuldade e tentação, encontraram em Deus seu Curador. Em momentos de necessidade, tornou-se seu Ajudante. Para eles, a vida não era apenas uma sequência de acasos 8
sem sentido, mas Deus, ele mesmo, é o Autor da história. A natureza incorpórea de Deus desempenhou um papel especial nas crenças e práticas judaicas tradicionais, com ênfase especial em Sua transcendência. Ele é elevado acima de todos os valores e perfeições concebíveis para a mente humana. Para o povo judeu, houve um acordo especial entre eles e Deus que assumiu a forma de uma Aliança, que basicamente está contida na Torá, os primeiros cinco livros do que é chamado de Antigo Testamento - Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A Torá é parte do texto maior conhecido como Tanakh ou a Bíblia hebraica e é tradição oral suplementar representada por textos posteriores, como o Midrash e o Talmud. Antes do judaísmo, as pessoas
acreditavam em muitos deuses, e esses deuses não se comportavam melhor do que seres humanos, acrescidos de poderes sobrenaturais. Os judeus encontraram-se com um Deus que era ético e bom. O povo judeu tem uma aliança com Deus. Em troca de todo o bem que Deus faz para o povo judeu, eles mantêm Suas leis e tentam trazer a retidão para todos os aspectos de suas vidas. Porque eles fizeram este negócio com Deus para manter suas leis. Fazer as coisas da maneira que agrada a Deus é um ato de adoração. O judaísmo é uma fé em ação e os judeus acreditam que as pessoas devem ser julgadas não tanto pelo conteúdo intelectual de suas crenças, mas pela forma como vivem a fé - pelo quanto elas contribuem para o bem-estar geral do mundo. *
UM RESUMO DAS CRENÇAS DE JUDAÍSMO > Há apenas um Deus e nenhum outro. Ele não pode ser subdividido em diferentes pessoas (ao contrário do que os cristãos acreditam); > Deus está acima e além de todas as coisas terrenas; > Deus não tem um corpo, o que significa que Ele não é nem feminino nem masculino; > Deus criou o universo sem ajuda; > Deus é omnipresente: em todos os lugares, o tempo todo; > Deus é onipotente: Ele pode fazer qualquer coisa. Ele continua trabalhando no mundo, afetando tudo o que as pessoas fazem; > Deus está além do tempo: Ele sempre existiu e sempre existirá; > Deus é justo, mas também misericordioso. Ele castiga o mal e recompensa o bem; > Todo judeu pode ter uma relação pessoal com Deus.
Fontes: Wikipédia, explorefaith.org e entre outras
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OM PENSAMENTOS * por Anthony Strano
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Tempo para ficar mais poderoso 10
Texto retirado do livro “A Busca pelo Bem-Estar: Usando seus oito poderes”, de Anthony Strano, da Editora Brahma Kumaris
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Este é um tempo de grande mudança - econômica, política e social. Como o mundo está se tornando aparentemente mais frágil e nossa vida cotidiana despedaça-se de forma inesperada, cada um de nós - e nossa sociedade em geral precisa ficar mais forte, mais poderoso. Mas o que significa ser poderoso? Espiritualmente, nós entendemos que esse poder ou força não tem a ver com violência ou agressividade. O poder espiritual vem de dentro de nós - proveniente da reserva eterna de recursos positivos, tais como paz, amor e felicidade, que se encontra dentro de cada um de nós, mesmo que ainda não tenhamos consciência disso. edição 01 / ano 01
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OM PENSAMENTOS * por Anthony Strano
O poder tem inúmeros aspectos, todos entrelaçados como os fios de uma tapeçaria. Não podemos separar uns dos outros porque a tapeçaria como um todo depende de cada fio usado da maneira certa, no lugar certo. (...) - introspecção, discernimento, tomada de decisão, coragem, desprendimento, tolerância, adaptação e cooperação - muitos outros poderes entrelaçam-se com eles para gerar bem-estar. Para que estes oito poderes sejam mais eficazes deve haver também o entrelaçamento entre eles mesmos.
Os poderes funcionam particularmente bem quando combinados com virtudes como a simplicidade e o respeito. A simplicidade leva à economia, e a economia espiritual nos ajuda a respeitar nossos recursos pessoais - de pensamentos, palavra e tempo, bem como os recursos da Mãe Natureza. Quando nos tornamos mais econômicos, levando uma 12
vida mais simples, o resultado é a abundância: podemos explorar nossa capacidade natural para a generosidade altruísta e cooperação com os outros e, através disso, experimentar o bem-estar. O respeito funciona como alquimia espiritual, transformando a pior situação em melhor e tornando possível o impossível. O respeito por todas as coisas
Quando começarmos a explorar essas qualidades positivas e usá-las para orientar nosso comportamento cotidiano, nós nos tornaremos verdadeiramente poderosos. Vamos permanecer em um estado de consciência no qual não seremos influenciados por qualquer espécie de negatividade - não experimentaremos sentimentos de egoísmo ou violência, antipatia, raiva, vingança ou ressentimento. Libertar a mente e o coração da negatividade traz paz. E a paz traz outra qualidade essencial para estes tempos atuais - estabilidade. A estabilidade nos ajuda a manter a ordem e o equilíbrio na vida. Os poderes espirituais - que poderíamos chamar de valores ou virtudes também trazem neutralidade, a capacidade de encontrar perspectivas e inclusividade indo além de preferências pessoais quando se lida com pessoas.
significa aceitar as diferenças. É a base do verdadeiro amor. Ao aprender a coordenar e equilibrar todos estes poderes inatos, descobrimos a capacidade de agir adequadamente, ser criativos, para gerar novidade e esperança e para alcançar objetivos pessoais enquanto criamos um lugar respeitável para as outras pessoas, o tempo e a própria natureza.
Cultivar esses poderes não acontece de repente; requer atenção e tempo. Tornamo-nos mais atentos observando qual poder é necessário em um momento específico, em uma situação particular ou em uma relação específica. Isso mantém nosso comportamento e atitude positivos, que são o primeiro passo para experimentar o verdadeiro poder espiritual. * edição 01 / ano 01
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OM ESTILO DE VIDA * por Aruna Ladva
Degustação de trechos da primeira parte do livro “É tempo... de Relacionamentos”, de Aruna Ladva, lançamento da Editora Brahma Kumaris
É TEMPO... de lembrar que somos todos espelhos uns dos outros; só vemos nos outros o que nós possuímos em nós mesmos. Então vamos ver somente o que é positivo. É TEMPO... de sentar-se em silêncio, tocar alguma música suave e lembrar-se que você é um ser puro e pacífico, um ser de luz e verdade. Você é dono de seu corpo. Entre em contato com o seu cerne divino, a parte mais pura e intocada de si mesmo. Desse lugar de autorrespeito você pode então dizer aos seus sentidos quem é que manda. 14
É TEMPO... de ouvir nossa voz interior e não desligar o alarme quando ele toca. Nossa consciência é nossa amiga, não nossa inimiga. Não precisamos temê-la porque ela está lá para nos ajudar a viver e morrer como uma pessoa melhor. A paz mundial somente pode vir quando entendermos e implementarmos nossa obrigação moral para o bem maior, e isso significa que cada um de nós, como uma parte fundamental do coletivo, precisa ouvir a nossa consciência e mudarmos de acordo com ela. É TEMPO... de afastar-se do pensamento limitado e entrar no ilimitado onde não há vínculo de tempo e medo. Expresse-se a si mesmo com suas qualidades infinitas e responda aos outros da mesma maneira. Acima de tudo, saiba que você não pode viver no passado ou no futuro, você pode viver apenas no eterno ‘agora’, portanto, aproveite cada segundo.
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OM ESTILO DE VIDA * por Aruna Ladva
É TEMPO... de tirar os sapatos. Encare a vida. Seja honesto. Sinta o chão que você pisa sem necessidade de máscaras ou farsas. Na meditação, pratique ter consciência da luz da alma e você facilmente descartará o manto da consciência do corpo. É semelhante a entrar num quarto escuro: você não tenta fugir da escuridão, mas simplesmente acende a luz. É TEMPO... de escolher tratar a si mesmo com completo respeito. Perdoe-se pelos erros que cometeu. Quanto mais você honra e respeita a si mesmo, mais os outros o respeitarão. Convide pessoas legais para entrar em sua vida, seja uma pessoa legal para os outros quererem estar junto. Você tem valor e merece isso. É TEMPO... de reconhecer que é você que está controlando sua mente e de maneira amável, mas firme, você a treina para ficar mais preparada, mais flexível, mais positiva, mais poderosa. Esta é a única maneira de vencer no jogo da vida.
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É TEMPO... de fazer o seu papel de trabalhador da alma com seriedade e olhar a beleza interior e deixar-se brilhar. Pinte sua vida e comece a ser criativo, realce as cores, o brilho e a imaginação. Tente olhar para as coisas de maneira diferente e aprecie o drama da vida à sua volta. Deixe cada cena e incidente ser o cinzel e o martelo que definem e refinam a beleza do ídolo interno, você é essa beleza, você é essa alma. É TEMPO... de reavaliar como você define a si mesmo e quanto você vive de acordo com seus valores mais profundos de amor e verdade. Quando você começar a reconhecer sua própria essência real e vir a verdadeira profundidade e valor das pessoas à sua volta, você começará a criar sua própria ‘alta costura’ do pensamento elevado e do viver simples.
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OM ESTILO DE VIDA * por Aruna Ladva
É TEMPO... de perceber que quando você começa a experimentar a liberdade de sua negatividade interior, inseguranças e dependências, você se torna o agente da verdadeira e duradoura liberdade. Você tem a chave de seu mundo interno, portanto, aprenda a discernir cuidadosamente quem deve entrar nele. Se você se sente em uma armadilha, pergunte a si mesmo: “A que estou me agarrando?” O verdadeiro espírito não se prende a nada. É essa leveza que o faz voar tão facilmente. É TEMPO... de ser amigo de si mesmo. É tempo de elevar-se no amor e reivindicar seu próprio poder e beleza interior e tornar-se inteiro mais uma vez. O mundo todo agradecerá a você e você se regozijará em ter encontrado sua verdadeira e perfeita alma gêmea.
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É TEMPO... de checar seu nível de autorrespeito e autoconfiança. Seja corajoso, comece a ser mais aberto e tolerante e veja quantos tijolos são removidos para deixar a luz entrar em sua alma. Verifique o que ameaça sua liberdade. Pergunte-se: “Por que?” ou “Como?” isto está acontecendo. Use seus poderes e forças internas, seus pensamentos, palavras e seu amor espiritual, pois esses são o seu verdadeiro círculo de proteção. É TEMPO... de lembrar que assim como você valoriza sua independência, aqueles que são verdadeiramente independentes cooperam, comunicam-se e conectam-se com os outros no mundo. Eles apreciam aqueles de quem obtêm apoio e cuidam daqueles que precisam de apoio. Lembre-se de que o mundo todo é uma grande ilha que todos temos que compartilhar. Se pudermos remover todas as fronteiras e limitações do mundo, então não haveria nada que tivéssemos que atravessar. *
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OM ATITUDE * por Luciana Ferraz
É tempo de acabar com o medo... Viva sem Medo EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE MEDO > De perder a posição e o respeito; > Invasão de espaço e território; > De fantasmas e extraterrestres; > De animais e de seres humanos; > Do escuro e do desconhecido; > Da solidão e do futuro; > De cataclismas; > De Deus e de maldição do guru; > Do julgamento final; > De punição e de sofrimento; > De ser verdadeiro e honesto; > De falar em público e de dar opinião; > De ser descoberto, dos seus próprios defeitos e dos outros; > De velocidade e de acidente; > Da morte. Aula ministrada por Luciana Ferraz em 04/10/02
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ASPECTOS PARA CONQUISTAR O MEDO > Consciência da alma. Saber quem sou e que sou eterno. Conhecer o que realmente me preenche; > Praticar o estado Incorpóreo, pois só há medo quando estou no corpo. Desapegar-se; > Entender Deus e nossa religião eterna e original; > Conectar-se ao Lar Original; > Desempenhar ações puras e elevadas; > Manter a meta clara; > Desenvolver as qualidades para alcançar a meta.
Só pode existir felicidade se há destemor. Se há destemor há tranquilidade e experiência de silêncio. Ao conhecer e aproximar-se de Deus não há excitação e medo. Medo é o resultado de ter sido enganado, ferido, manipulado, abusado da nossa confiança. Medo é sinal de fraqueza e ignorância. Para acabar com o medo é necessário ter conhecimento, coragem e poder. Acabar com o medo é viver em liberdade e atrair o melhor da vida e do universo em nossa direção. Om Shanti! *
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FALA OM * por Goreth Dunningham
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Na vida real procurei os justos e fiéis. Procurei os infiéis. Não consegui identificá-los, classificá-los, separá-los. Não somos todos justos e injustos, fiéis e infiéis?! Ao longo do ciclo do tempo e mesmo no pequeno ciclo de um dia, quantas vezes passeamos pelos dois polos ou por Ah se o mundo acabar... Nosso tempo está acabando... seus meandros?! Quantas vezes nossos pensamentos, palavras e ações são fiéis aos nossos princípios mais elevados? Isso é o que me parece ser o verdadeiro senCresci ouvindo que o mundo vai tido de justiça. Mas para ser jusacabar. Que uma vez acabou em tos, o quanto precisamos morrer água (alusão ao dilúvio) e que a cada dia? O quanto precisamos um dia acabará em fogo. Por acabar com nossos pequenos muito tempo acreditei no dia do mundinhos egoístas, voltados juízo final, o mesmo dia de medo, para o nosso próprio umbigo?! decepção e punição para os inEntão, o que percebi, é que o fiéis e dia de glória para os justos mundo acaba todos os dias, às vee fiéis. Visão de mundo dual, po- zes, muitas vezes por dia, e assim, larizada. Do mundo veloz, onde a alma torna-se o escultor do temnão se tem tempo para nada. po. Vai moldando o tempo com o Nem mesmo para se perceber... cinzel da sua transformação. edição 01 / ano 01
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FALA OM * por Goreth Dunningham
Mas o tempo não espera por nós! Não foi isso o que ouvimos sempre? Pare em silêncio, entre em meditação e perceba: o que o tempo tem feito a não ser esperar pacientemente por nós?! Ele, gentil e silenciosamente, espera que acordemos, que nos transformemos. O poderoso tempo espera por nós! Espera que paremos com o vício de sofrer. Com o vício de chorar. Com o vício de acusar. Ele espera que o amor e a pureza brotem de dentro de nós e se espalhem pelos quatro cantos do mundo, curando e iluminando. Ao longo de tanto tempo, o próprio tempo tem esperado por nós...
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É como se ao dizer ”somos humanos, passíveis de erros” mantivéssemos o tempo dentro de uma gaiola, aprisionado, esperando que voltemos a ser nós mesmos, seres divinos, os verdadeiros mestres do tempo. O tempo tem esperança de que paremos de dizer que não temos tempo e, usando a coroa da responsabilidade da autotransformação, assumamos de uma vez por todas o nosso precioso papel de Mestres do Tempo. Isso sim, é ser justo e fiel. Esse dia será o glorioso dia do juízo final, o dia em que os ‘sem juízo’ tomam juízo da sua própria grandeza. Om Shanti! *
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OM COM O MUNDO * por Ramon Almeida
Várias vezes ouvimos que vivemos tempos estranhos, diante de crises generalizadas, não apenas pelas reações ambientais do indiscriminado uso de recursos naturais, mas também pelas instabilidades econômicas, conflitos sociais, étnicos, geopolíticos, além das distorções de ordem moral. Este quadro impacta o comportamento humano na medida da percepção das mudanças que ocorrem cada vez mais aceleradas.
E todos se sentem deslocados da sua zona de conforto, favorecendo emoções indesejáveis de indignação, angústia, irritação e medo. Quando as situações externas afetam diretamente a paz interior o rumo e ritmo da vida estão invertidos. “A vida não acontece de fora para dentro, mas, sim, de dentro para fora” como nos ensina Mike George em seu livro Mind Set (Editora Vozes, 2017), no qual acrescenta: o ‘exterior’ nada mais é edição 01 / ano 01
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OM COM O MUNDO * por Ramon Almeida
do que a manifestação do ‘interior’. As circunstâncias do cotidiano deveriam ser vistas como uma oportunidade para potencializar a introspecção e ampliar a apreciação do silêncio. Lá, onde residem os pensamentos e os sentimentos puros encontra-se a real capacidade para ouvir as dificuldades desse cotidiano e encontrar respostas e orientações para seguir em frente e em equilíbrio, e, assim, contribuir para sublimar o clamor do mundo e das pessoas que ainda não conseguem fazê-lo.
A virtude da compreensão se apresenta para destacar a capacidade de perceber referenciais alheios como alicerce para uma melhor convivência, redução de conflitos e construção de novas formas de enxergar as coisas, aceitando o ‘absurdo’ como aquilo que está além do que sei, pois em tudo o que ocorre há aspectos positivos e aprendizado. Para compreender as pessoas é preciso escutar o que elas não dizem, o que talvez nunca venham a dizer. Reflexão que talvez possa
“Para compreender as pessoas é preciso escutar o que elas não dizem, o que talvez nunca venham a dizer” 26
ser encontrada no diário de um adolescente que começa a entender o novo ambiente de convivências que passou a frequentar. Em seguida, quando somos capazes de diferenciar o ato do ator fica mais fácil entender que por detrás de uma atitude ou comportamento inadequado, há um ser de luz perfeito e, talvez, ainda inconsciente da sua grandeza interior. Temos, assim, uma extraordinária chance de apoiar esta revelação, seguramente com benefícios em mão dupla. Neste nível de percep-
ção mais elevado, as virtudes da estabilidade e do perdão se manifestam em toda a sua essência. Ao evitar a dispersão da energia dos pensamentos que certamente buscariam suporte nos registros das memórias e experiências passadas, é possível focar a essência original e estimular o precioso poder do silêncio para que cumpra o seu papel. Os níveis de expressão lastreados pelas vibrações mais sutis favorecem as respostas adequadas oriundas da Verdade Absoluta e não as reações limitadas que se edição 01 / ano 01
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OM COM O MUNDO * por Ramon Almeida
sustentam nas verdades relativas. A meditação e o autoconhecimento revelam a grandeza interior, potencializando o autorrespeito e a autoestima, mas aquilo que apreciamos em nós não é privilégio nosso, pois o outro também é assim. É fundamental apreciar a grandeza alheia, uma vez que amar a Deus também consiste em amar a perfeição que há no outro. Uma inadequada atitude alheia pode ter origem numa mácula pretérita que lançamos ao vento e que retorna precisamente para ser exaurida. Ao atrair o interlocutor que nos traz a graça de
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mitigar tal demérito, um gesto de gratidão deve ser colocado, nunca a crítica ou desalento. Isso remete à virtude da compaixão, que traduz a capacidade de amar luzes e sombras, lembrando, porém, que as sombras nada mais são do que luzes não percebidas, restando apenas o amor. Às luzes, percebidas ou não. As relações interpessoais favorecem uma extraordinária oportunidade para o desenvolvimento pessoal se vemos o próximo como Deus o vê e, assim, nada vemos senão o bem em cada um. São momentos possíveis
para desenvolver a misericórdia e ser capaz de perceber o valor do próximo, alicerçado nos sagrados registros ancestrais de paz, pureza, perfeição e prosperidade. A compreensão, o perdão, a compaixão e a misericórdia operam como agentes do amor impessoal e incondicional, favorecendo a experiência de aproximação e união com todos, a partir do que é sagrado e divino. Temos a chance de estabelecer o mundo melhor e, para isso, precisamos nos comportar, desde já, da forma como imaginamos ser o mundo melhor e, assim, levar
conosco as credenciais para nele se expressar, de novo e de novo. Uma reflexão atribuída a Dom Helder Câmara diz ser “feliz quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo”. Que, a exemplo do tempo que se renova o tempo todo, possamos mudar a forma como percebemos as circunstâncias do dia-a-dia e nelas, as relações interpessoais e intrapessoal, para que, ao final, retornemos a ser os mesmos, na eterna renovação que preserva cada um de nós como o ser espiritual grandioso e perfeito de sempre. Om Shanti! *
“A meditação e o autoconhecimento revelam a grandeza interior, potencializando o autorrespeito e a autoestima, mas aquilo que apreciamos em nós não é privilégio nosso, pois o outro também é assim” edição 01 / ano 01
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CAPA * por Marcia Medeiros
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Como seres espirituais descemos da dimensão de além, o lar divino, para cumprirmos nossa jornada no planeta-palco Terra. Cada um de nós é um ator natural que tem gravado em si o roteiro de suas diversas vidas. Devido a ser uma peça natural, não há ensaios, quando é hora, o chamado interno conduz naquela direção. Somos puxados por nossos dramas particulares e sentimos o desejo de residir em algum lugar, seguir uma profissão, iniciar um caminho espiritual. As decisões significativas nos conduzirão a diferentes experiências. Sempre o cenário estará pronto de edição 01 / ano 01
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CAPA * por Marcia Medeiros
“Preencher-se simplesmente explorando o mundo material, perdeu o sentido para grande parte dos atores. O momento sinaliza e os corações também, que é prioritário e emergente dar atenção aos aspectos sutis da existência que ficaram esquecidos”
acordo com o tempo aguardando-nos com o que está reservado para nós. Tudo é perfeito. Há situações individuais, de grupos e nações, em que o rolo do filme externo, em parceria com o de cada ator, torna possível a história como é. A peça ilimitada não tem monotonia, é sempre variada. Ao explorar diversas possibilidades, perdemos energia, esquecemos nosso lar e poder originais. Atingimos níveis de consciência cada vez mais baixos. 32
Com o passar do tempo a falta de poder gera a desordem que se infiltra em todas as áreas da existência e até na matéria, a partir daí surgem enredos de injustiças, guerras, doenças e calamidades. O processo de declínio crescente chega ao seu auge, exigindo uma mudança qualitativa em tudo para a sustentação da vida. Estes sinais indicam a conclusão de um ciclo, para retomada da ordem original. Somente o Pai Supremo tem a autoridade e poder necessários
para dar início a tal grandioso movimento de restauração. Ele entra em cena na hora certa, trazendo inspiração, sabedoria e força aos atores para o alinhamento na sua melhor e mais perfeita performance. Os conduz ao âmago deles mesmos, educa e inspira mudanças nas suas maneiras de atuar consigo, e com todos. Possibilita um nascimento espiritual dentro da mesma história de vida. A partir da conexão com Ele, hábitos antigos arraigados darão lugar a posturas
positivas iluminadas. Da ausência de valores, inconsciência e caos; para espiritualidade, virtudes e ordem. Da escuridão para luz. A sintonia entre o desenrolar da história e o movimento interno da humanidade se revela quando observamos hoje a busca cada vez maior da genuína espiritualidade que nada tem a ver com dogmas. Preencher-se simplesmente explorando o mundo material, perdeu o sentido para grande parte dos atores. O momento sinaliza e os edição 01 / ano 01
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CAPA * por Marcia Medeiros
corações também, que é prioritário e emergente dar atenção aos aspectos sutis da existência que ficaram esquecidos. Nossa identidade espiritual eterna e ilimitada precisa ser vista e exaltada assim como Deus e Suas qualidades superiores. Por um lado, extremismos, conflitos e calamidades naturais fazem seu trabalho de limpeza e, por outro, abrem-se os portões para uma consciência mais elevada. É hora de alguns de nós conectarem-se profundamente com este momento de mudanças. Para estes estará claro que por detrás do sofrimento e caos há um lindo processo de renovação orientado por uma força
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benevolente. Ao aceitarmos o desafio da autotransformação, praticamos a visão de longo alcance, conseguiremos em meio as situações mais difíceis compartilhar paz e esperança com os que estão à nossa volta. Os envolvidos com a reconstrução trarão consistente significado às suas vidas, desde o amanhecer até a noite. Ações puras e divinas atrairão o próximo capítulo da história humana onde haverá somente felicidade e prazer contínuos para todos os seres. Na hora da grande virada, o tempo faz um chamado silencioso invocando os atores que serão as luzes para o mundo. Om shanti. *
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OM POESIA * por Paulo Sergio Barros
Refletir sobre o tempo nos remete, necessariamente, a uma viagem pelo nosso tempo pretérito, presente e o porvir. Lembro-me que na minha adolescência eu apreciava uma belíssima canção-poema do Beto Guedes: O sal da terra. Em uma das estrofes diz: “Tempo! Quero viver mais duzentos anos. Quero não ferir meu semelhante. Nem por isso quero me ferir”. Essa
canção me ajudou muito a cultivar minhas utopias juvenis. Contudo, nelas não estavam ser um educador, nem imaginava que um dia viesse a ter interesse por meditação e pela espiritualidade. Mas a reflexão mais profunda que ficou da canção foi que, em todo o tempo de vida, eu deveria ter atenção em respeitar, amar, cooperar, ser solidário com a diedição 01 / ano 01
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OM POESIA * por Paulo Sergio Barros
versidade de seres e com a natureza. Que deveria ter atenção ao meu tempo para cultivar virtudes e que semeá-las só faria sentido se fosse para doá-las aos demais, ao mundo. Isso o tempo me revelou, paulatinamente, como uma verdade absoluta. Creio que isso foi o primeiro e definitivo passo para que outros expressassem o mesmo por mim; para que a natureza me presenteasse com a sua generosidade e beleza. Esse é um dos percursos virtuosos que nos levam a uma relação amistosa e cooperativa com o tempo: a 36
relação de doação. Consequentemente, recebemos o que doamos. Não importa quanto tempo vivamos, o que façamos ou tenhamos. Só poderemos receber o que somos e doamos. Noutra canção-poema (Oração ao tempo), essa especificamente sobre o tempo, Caetano Veloso sintetizou, em um verso, muito da essência da nossa relação com o tempo: “De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido. Tempo, tempo...”. É um poema de devoção ao tempo, com todas as liberdades que a linguagem poé-
tica dá aos poetas, esses seres de fala mínima e metáforas utópicas, silenciosas e plenas de possibilidades. Porém, na espiritualidade nossa relação com o tempo não é só poética; é também prosaica. A compreensão e a experiência da nossa identidade espiritual, a descoberta das virtudes, as transformações que se manifestam, a paz mental, a felicidade, o entendimento do desenrolar do drama da história, os sorrisos, a visão espiritual e os demais encantos da espiritualidade são poesia. A renovação da esperança a cada manhã, a luz da coragem, a meditação que dá energia para o corpo e a alma são inspiradoras e sublimes como o que é poético. Mas para compor o nosso tempo poético passamos, inevitavelmente, pela prosa. O prosaico é subjetivo, obviamente. Está no percurso, nas provas, nos estorvos, na busca, no esforço, na per-
tinácia, na rotina. Pode estar nas verdades e medos; ou nos recuos e dúvidas. Está também na mudança/elisão dos desejos e necessidades, nos relacionamentos etc. É o nosso tempo prosaico - que pode ser identificado como controle (determinação e coragem), rudeza (firmeza e disciplina) - que gera pureza nos pensamentos, decência nos sentimentos, torna a alma pulsante e doadora. Sem essa composição poético-prosaica do tempo a alma não ganhará um “brilho definido”. A poesia é o que vem, o que emerge no meio do tempo. Tempo do esforço, da disciplina e da coragem. O esforço, que se dá numa relação permanente de enfrentamento paciente e tolerante e de diálogo apreciativo e corajoso com o tempo, faz o ser desenvolver o sentimento e a experiência de ser digno, merecedor do que realmente é. Tornar-se o único senhor do seu tempo. * edição 01 / ano 01
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Refletir sobre a qualidade da relação que eu e a humanidade, da qual faço parte, temos estabelecido com o meio ambiente, nos convida a ampliar a consciência de quem somos e qual nosso papel no contexto em que vivemos. A Natureza formada pelos seus cinco elementos (terra, água, ar, fogo e éter) se revela incansável no seu servir à Humanidade acolhendo, abrigando e possibilitando a expressão das diversas formas de vida. As águas têm perdido sua capacidade de pureza e limpeza. O fogo não revela mais sua calma e sem controle causa destruição. A terra está tornando-se infértil, afastando-se de seu dom natural de nutrir e sustentar. O ar que nos conecta está poluído, causando doenças e negando sua essência de dar folego e ânimo. O éter com sua sutileza nos inspira o ilimitado, convidando-nos a enxergar além, por meio da expansão de nossa consciência. No entanto, apresenta-se invisível aos olhos físicos, encontrando forte barreira ante a incredulidade que impera. A percepção da Natureza pelos povos passou de sujeito para condição de objeto. A relação dos seres humanos com o meio ambiente, que edição 01 / ano 01
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originalmente era de troca, passou a ser de exploração sem respeito aos limites do meio ambiente, revelando-se na perda de seu valor. A exploração exacerbada e sem limites da Natureza e do outro revela que a Humanidade está doente e afastando-se de uma relação pautada em valores que revelem sua identidade original preenchida por qualidades divinas. As respostas dadas pela Natureza, refletindo o equívoco de nossas escolhas, nos convidam a refletir sobre a capacidade e necessidade de mudança a fim de evitarmos sofrimentos e alinharmos o prumo de nossas decisões em consonância com nossa razão de ser. O conflito entre a busca inexorável da felicidade, ante a grandeza e força das catástrofes ambientais, pode nos trazer um sentimento de impotência e prostração, que nos convida a refletir sobre nosso papel diante de tais circunstâncias. Tal pensamento limitado, alimentado por uma atitude pessimista nos coloca num papel de vítima e acomodação. A mudança de atitude condicionada a algo externo, do qual me foge o controle, faz com que a culpa tome o espaço a ser preenchido pela responsabilidade. Assim, torno-me insensível ao chamado do 40
tempo e perco a chance de escrever minha própria estória. Passo à condição de objeto, tendo o retorno da percepção equivocada de minha identidade que projeto no outro e na Natureza, causando confusão e falta de discernimento. Mas, também, podemos optar por uma atitude proativa adotando pensamentos, palavras e ações capazes de fazer a diferença em direção à transformação desejada. Assim, assumimos nosso papel de coautores de nossa realidade e começamos, no presente, a mudança que queremos pro futuro, preenchendo de verdade e significado nossa existência. Nada melhor que o termômetro do contentamento para revelar o tipo de escolha que estou tomando. Quando me torno consciente de quem sou, mais facilmente consigo acessar as ferramentas para desempenhar bem meu papel. A visão desperta de que sou uma alma, me torna consciente que na relação com o outro e com o meio ambiente revelo meu empenho de pôr em prática minhas especialidades inatas de amor, paz, pureza, equilíbrio e contentamento. A Natureza também revela nossa interdependência, mantendo-nos conectados numa granedição 01 / ano 01
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de rede. A observação do meio ambiente nos faz refletir sobre o compartilhar da teia de relações tecida minuciosamente dando unidade ao mundo. Ela nos convida a sermos um com o outro, aceitando, acolhendo e celebrando o encontro das especialidades das diversas almas, que unidas ganham força para promover a transformação para um mundo melhor. Afinal, é no acolhimento das diferenças e na riqueza da diversidade que encontraremos o caminho para atingir a meta, como músicos de uma grande Orquestra. Não há vitória sem unidade, esta é uma corrida que só terá um novo começo, quando atingirmos a linha de chegada juntos. No acolhimento das diferenças e harmonia das interações emergirá a realeza do papel de cada um e o reconhecimento de quem nós somos. O sentimento de gratidão, que nasce do reconhecimento da singularidade e importância do papel de cada um, permeia uma relação de respeito, na qual as diferenças revelam o colorido e a riqueza da diversidade na beleza de sua complementariedade. A visão que tenho da natureza e do meu papel irá determinar a qualidade da relação que com ela estabeleço. Como mãe, doadora e 42
sustentadora a natureza merece nosso respeito para com seu tempo e limite. Toda relação de equilíbrio implica em troca, revelando-se nisto sua sustentabilidade. Temos a meta de seguirmos os passos do Pai. Ele é o Sustentador, através de nosso empenho em constantemente mantermos a lembrança do Único, encontramos inspiração para seguirmos adiante. Assim, ao nos conectarmos com o Doador de Bênçãos, transformamo-nos em semeadores dos bons votos e pensamentos positivos, fazendo florescer a beleza do mundo preenchido de virtudes. Nutrindo, sustentando, purificando, transformando e compartilhando o que há de melhor em cada um, retribuiremos à Mãe Natureza seu servir incondicional. Ao mesmo tempo em que receberemos o fruto imediato de nossos pensamentos, palavras e ações que revelam o poder da qualidade de alma herdeira que sou. Deus nos convida a participar de sua infinita criação. Ouça a voz interior, o tempo a chamar para sermos a transformação que desejamos do mundo. A hora é agora, e com a humildade de sermos um instrumento, o sucesso está garantido. Feliz servir, boa missão! * edição 01 / ano 01
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Textos retirados do cartão de mensagens “O Presente do Tempo”, da Editora Brahma Kumaris edição 01 / ano 01
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Dos ponteiros do relógio, vemos os minutos e horas passarem, os dias tornando-se noites e voltando ao dia, experimentamos como o tempo se move. O tempo sempre nos mostra que ele gira. Agora ele está dizendo: o tempo está voando. E nós ainda estamos caminhando, tropeçando ao longo do caminho. Ele nos dá um sinal para alcançá-lo. Quando não entendemos como o tempo funciona, perseguimos coisas temporárias e presas no tempo - posses e posição, nome e fama, relacionamentos e apegos. Coisas que passarão como o tempo passa. Deus nos sussurra num ouvido: “O que você está fazendo?”, e o tempo, no outro: “O tempo está voando...”.
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Talvez sintamos que o tempo nos controla, corre atrás de nós. Falamos que não temos tempo de fazer o que queremos fazer. “Se eu tivesse tempo...”. O tempo é dado em medidas iguais para cada um. Se quisermos, poderemos dizer: “Eu criarei tempo”. Podemos ser mestres do tempo, não seus escravos. Podemos dizer: “O tempo é minha posse pessoal e pode me trazer abundância”. Outros podem ser beneficiados através do nosso tempo bem utilizado, isto é, se nos conscientizarmos de seu real valor.
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ESPAÇO OM *
Quando aprendemos a valorizar nosso próprio tempo, naturalmente respeitamos o tempo dos outros. A prontidão revela uma maneira real e a pontualidade é a prática de um príncipe. Com a maestria do entendimento do tempo, podemos amavelmente mostrar tolerância para os jovens que têm tido pouco tempo e paciência para os mais velhos, cujos corpos já lhe serviram por um longo tempo. Nós podemos aprender a ter tal paciência e tolerância do exemplo vindo de Deus, nosso Pai.
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Para nos tornarmos mestres do tempo, podemos aprender como apreciar a preciosidade do tempo. Como qualquer mercadoria, podemos praticar economizá-lo e utilizá-lo sabiamente na nossa vida diária.
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ESPAÇO OM *
Manter a percepção constante do momento presente é ser amigo do tempo, é estar acompanhando seus passos, seus movimentos. É estar sempre pronto para o que quer que o momento lhe traga. O tempo não espera por nós, então precisamos estar alertas e acompanhar o ritmo dele. Enquanto ele se move adiante, a natureza ecoa O Chamado do Tempo. Os elementos revelam como o mundo fica velho. Mas a semente do futuro é plantada. Em silêncio e quietude podemos nos afastar do tempo, observar com desapego o que passou, o que está passando e o que se apresentará enquanto o grande drama de eventos se desdobra. Naquele momento de quietude, quando o tempo está imóvel, podemos conectar a consciência da alma com a Alma Suprema. Assim vivenciamos uma profunda satisfação e felicidade eternas, um momento de conexão além do tempo. Um sabor de eternidade. Com essa percepção, retornamos e damos um passo para dentro do tempo e da história para desempenhar o nosso próprio papel.
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Sabendo o valor dele, podemos criar momentos extras por não desperdiçar o nosso valioso tempo. Não precisamos desperdiça-lo com pensamentos triviais, inúteis, que nos distraem e nos desviam. Não precisamos desperdiçar o nosso tempo com palavras descuidadas que causam mágoa ou ações prejudiciais que - enquanto o tempo gira - voltem para nos causar ressentimento e demandem uma recompensa. Podemos fazer uma grande economia ao trazer todas as preocupações e desperdício de tempo para uma finalização completa, colocando um ponto final. Não precisamos gastar nem mais um segundo de energia e esforço na procrastinação. Não precisamos fazer mais nenhuma promessa para o futuro, mas fazer agora. Se não for agora não será nunca.
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ESPAÇO OM *
Agora é a hora de ir além das palavras, ir para o silêncio e experimentar a beleza eterna da paz. Nesse estado de consciência, a alma original pode sair do momento limitado e encontrar a Alma Suprema na terra além do tempo. Bastam poucos segundos nesse estágio eterno e infindável para que ele fique conosco por um longo tempo. Podemos retornar dessa consciência e trazer essa experiência da eternidade. Podemos lembrar dela a qualquer momento que quisermos, então a lembrança de Deus se tornará fácil e natural.
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Agora é hora de olhar diretamente dentro do espelho de nossos corações para ver claramente a pureza de nossos pensamentos e ações. É tempo para perguntar a nós mesmos: se o tempo fosse terminar agora, será que minha conta está acertada com todos? Eu desenvolvi paz dentro de mim mesmo? Eu fiz da paz a minha posse pessoal?
Agora é a hora de ficar todo o tempo com Deus, desde o despertar nas primeiras horas da manhã, dirigir a nossa mente para a lembrança de Deus para que todos os momentos sejam utilizados de maneira que valha a pena. O tempo utilizado na lembrança conforta a alma que está separada de Deus por um tempo tão longo. Conforme aprendemos a escolher como utilizamos o nosso tempo nos tornamos mestres do tempo.
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OM DROPS DE SABEDORIA * por Ken O’Donnell
Degustando o seu mais novo livro “Autoempoderamento: a última fronteira”
Além da minha zona de conforto, eu sentia que havia uma realidade excitante, mas minha mente era uma mistura confusa de possibilidades e ameaças potenciais. Houve um desafio óbvio. Eu estava em um barco sem leme em um mar de dúvidas, longe de qualquer ancoradouro seguro.
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COMPREENSÃO Compreendo que há uma dimensão maior para minha vida do que o poço em que me confinei. Ao explorar as possibilidades para além dele, sei exatamente onde estou e onde preciso colocar meus esforços.
CONSCIÊNCIA Estou ciente do meu estado mais profundo de consciência. Isso me ajuda a reduzir a quantidade de meus pensamentos e usá-los apropriadamente. Já não sou uma vítima do meu passado. Sou o protagonista do meu futuro.
PRÁTICA Centrando-me como um observador desapegado e movendo-me além do ambiente físico, sou capaz de ficar calmo e estável. Posso espalhar isso para todas as pessoas e as coisas que estão conectadas comigo.
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OM DROPS DE SABEDORIA * por Ken O’Donnell
As atividades das nossas vidas são uma orquestração de diferentes ‘departamentos’ que possuem funções e responsabilidades específicas.
QUEM SOU REALMENTE? Sem uma autogestão efetiva, posso acabar me sentindo como se estivesse sendo bombardeado por pensamentos sobre os quais não tenho controle.
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Quando meus pensamentos, palavras e ações estão de acordo com minha mais profunda e inata sensação de paz, amor e felicidade, situações externas irão responder a essa sensação de bem-estar.
Textos e imagens retirados do livro “Autoempoderamento”, de Ken O’Donnell, da Editora Brahma Kumaris Clique na imagem ao lado para ver a palestra de lançamento do livro realizada no dia 02/04/2017, na sede da Brahma Kumaris, em São Paulo-SP
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OM COMIDA PURA * por Goreth Dunningham
Madrugada na cozinha e o bolo do tempo... Às quintas-feiras a cozinha se torna uma poderosa e sagrada sala de meditação. Ou melhor, ainda mais sagrada do que nos outros dias. Na madrugada de quinta-feira cozinho para oferecer o alimento a Deus. Isso mesmo, preparo o alimento como se o próprio Deus fosse ingeri-lo. Cozinho com mais cuidado, com uma atenção multiplicada. Não só atenta ao preparo, à limpeza e à organização, mas também aos pensamentos que crio enquanto cozinho. Nessa quinta-feira, o doce que preparei foi um bolo. Enquan58
to preparava a massa do bolo ia fazendo uma analogia entre cada ingrediente e as virtudes: a farinha de trigo parece com a virtude da cooperação, dá liga, une, é base para muitos pratos. A farinha de trigo é tão usada na cozinha como a cooperação é na vida, de forma corriqueira, sem perceber. Cooperamos uns com os outros de forma tão natural que muitas vezes nem notamos! Quando coloquei o açúcar, obviamente pensei na doçura, uma virtude que torna a vida mais gostosa, mas se usada em excesso,
enjoa, como o açúcar. O óleo de coco relacionei com a virtude da flexibilidade já que é o óleo de coco que torna a massa mais úmida, menos seca, como a virtude da flexibilidade. Vocês já viram quão dura e seca é uma vida inflexível?! Ao adicionar o fermento, pensei que estava colocando amor no bolo. Afinal, assim como um pouquinho de fermento faz a massa crescer e ficar macia, o amor também, mesmo um pouco dele, faz tudo crescer e se multiplicar. Quando coloquei o cacau em pó, pensei no entusiasmo. Essa virtude é tão energética quanto o cacau! E assim como o cacau, o entusiasmo traz fragrância, cor e sabor à vida! Ah, ambos definem a identidade. Uma pessoa que tem essa virtude é chamada de entusiástica e, por causa do cacau, um bolo que seria comum, se torna um bolo especial, um bolo de chocolate! Uma vida edição 01 / ano 01
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OM COMIDA PURA * por Goreth Dunningham
sem entusiasmo se torna murcha, sem ânimo. A falta de entusiasmo compromete o sucesso dos projetos de vida, compromete o sorriso, compromete a felicidade! Depois adicionei o leite de aveia, tão homogeneizador como a virtude da harmonia, que junta tudo, mistura tudo, torna todos os diferentes ingredientes em um bolo só! O próximo passo foi mexer, misturar, dinamizar, colocar o poder da ação intencional focada: alegria, fé, pureza, paz. Esses ingredientes entraram no bolo na forma de pensamentos poderosos! Antes de colocar na forma para assar, acrescentei passas e aveia em flocos. Ao colocar as passas pensei na virtude da tolerância, afinal, uma uva precisa de muita tolerância para se tornar uma passa sem perder a doçura! Já a aveia precisa de calma para se tornar floco. 60
Levei o bolo ao forno pré-aquecido pensando na importância do tempo. Tempo de escolha (dos ingredientes), tempo de preparo (da massa), tempo de cozimento (assando no forno), tempo de ação (tirar do forno, oferecer e servir). Para cada situação um aspecto diferente do tempo. Para assar o bolo o tempo nos pede paciência. Esperar em paz que os elementos se transformem no calor do forno e se tornem o alimento pronto para ser ingerido. O relógio e o aroma nos indicam que já é tempo de retirar o bolo do forno. Cautela também é uma virtude importante, portanto, enfiar um palito na massa é uma checagem básica: se o palito sai da massa limpo, isso indica que a massa do bolo já está assada. Aí é tempo de oferecer o bolo a Deus e compartilhar essa meditação assada com todos. Bom apetite. Om Shanti! *
Receita 1/2 xícara de aveia em flocos 1/2 xícara de uvas-passas 3 xícaras de farinha de trigo 3 colheres (sopa) de óleo de coco Modo de preparo:
1 e 1/2 xícara de leite de aveia 1 e 1/2 xícara de acúcar demerara ou mascavo 1/2 xícara de cacau em pó 6 colheres (chá) de fermento em pó
Pronto
Misturar todos os ingredientes e assar em forma untada e polvilhada por cerca de 30 minutos ou até que o palito introduzido na massa saia limpo.
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HOMENAGEM A BRAHMA BABA *
Coração de um anjo
Em 1936, na cidade de Hyderabad no noroeste da Índia, a vida de um homem chamado Dada Lekhraj mudou dramaticamente devido à condição do seu coração. Ele tinha um coração cheio de amor pela verdade, por Deus, pelas virtudes, pela humanida62
de, em resumo, ele tinha o coração de um anjo. Brahma Baba não via homem ou mulher, velho ou jovem, cor clara ou escura da pele. Ele só via a doçura da alma, a grandeza do seu destino e a capacidade de cada ser transformar-se.
Houve inúmeros sinais que Brahma Baba tinha encontrado Deus; a profundidade de suas palavras, a constância de sua fé, o calor e a potência da sua presença, a pureza de sua visão. Mas, mais que qualquer coisa, seu reconhecimento de Deus foi revelado pelo seu reconhecimento dos outros. Ele tinha uma visão elevada que apenas um instrumento de Deus poderia ter. Em um país onde as mulheres eram oprimidas por normas culturais que promoviam baixa autoestima, Brahma Baba – simplesmente vendo outros através dos Olhos de Deus – fortaleceu as mulheres com um senso de autorrespeito e de propósito.São essas mesmas mulheres que continuam a administrar hoje a que se tornou a maior organização espiritual do mundo dirigida por mulheres. Brahma Baba tinha um senso natural de generosidade e de nutrir desde a mais tenra idade.
Ele deu livremente e desinteressadamente cada tesouro que ele tinha: sua riqueza, seu tempo, sua sabedoria, suas virtudes. Em seu coração, ele sentiu profundamente que a verdade dissipa as trevas da desigualdade, da crueldade, da injustiça, da falta de paz e da intolerância. Sua busca não parou até que ele descobriu a verdade da consciência da alma. Ele tinha a capaDada Lekhraj em 1930
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HOMENAGEM A BRAHMA BABA *
cidade de ver o “eu” e os outros com o mais alto nível de dignidade, um sinal de que seu coração era realmente feito de ouro. O estudo espiritual e o estilo de vida que Brahma Baba abraçou desafiaram as tradições da época. Ele promoveu igualdade e pureza. Ele
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manteve um equilíbrio entre amor e lei em tudo que fez e seus momentos de silêncio em comunhão com Deus levaram-no a afirmar que esse Ser Divino não tinha uma forma física nem era onipresente. Ele experimentou Deus como um ser espiritual, um pai amo-
roso, um professor inspirador e um guia benevolente – disponível a todos independentemente da denominação. Brahma Baba frequentemente era conhecido como visionário. Onde outras pessoas viam um mundo em uma espiral de deses-
pero, Brahma Baba via um futuro à espera de se desdobrar. O segredo de sua visão era seu relacionamento com Deus e o tempo. Ele não via o tempo como algo a ser medido em horas, minutos, segundos, mas ele via o tempo como uma tela em
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HOMENAGEM A BRAHMA BABA *
que podemos projetar nossas escolhas, e o tempo acomoda qualquer escolha que fazemos, porque ele é autocurador. Ele via Deus como o único que pode permitir curar-nos, assim podemos pintar um belo futuro sobre a tela do tempo. 66
Falecendo em 18 de Janeiro de 1969, Brahma Baba não viu a Universidade Espiritual que fundou transformar-se em uma organização internacional com milhões de estudantes. Ele nunca viu as mulheres que ele ensinou transformarem-se em faróis de felicidade
e paz em um mundo cada vez mais conturbado por relacionamentos desordenados, ganância, vícios, raiva e violência. Ele nunca conheceu os líderes políticos e religiosos que agora têm em seu legado apoio espiritual e sustento, e ele nunca co-
nheceu você, que talvez tenha sido tocado por sua história. Ele apenas viveu a sua vida. E no coração da vida de Brahma Baba havia uma simples verdade: “quando eu mudo, o mundo muda”. “Deus escolhe você por causa de seu coração”. * edição 01 / ano 01
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MEDITAÇÕES OM LINE * por luciana ferraz
Em minha consciência mais elevada de ser uma alma... o ser espiritual... o filho do Pai e Mãe Supremos, o aluno do Professor perfeito e o discípulo do Guia verdadeiro que me dá as orientações mais elevadas... eu experimento meu estado tranquilo e calmo...
Meditação retirada do CD de “Meditação Orientada Raja Yoga”, de Luciana Ferraz, da Editora Brahma Kumaris Clique na imagem ao lado para ouvir a meditação orientada
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OM line é uma revista digital para quem almeja restaurar o equilíbrio interno.
Uma publicação da Brahma Kumaris Brasil brahmakumaris.org.br/revista 70