OM LINE MAGAZINE - EDIÇÃO 02 by BK Brasil

SER FELIZ Música de Claudio Kumar e Gil Bastos Vieira Cd Criança Vive Cantando

Ser feliz é maravilhoso É como ter um balão dentro de si Ser feliz é maravilhoso É como ter um balão dentro de si Ficamos leves prontos pra voar Os segredos já são nossos Nossas asas abrem-se no ar Nossos medos não dão passos E cantamos, e dançamos e amamos você Conseguimos o que queremos Compreendemos os amigos Abraçamos quem podemos E seguimos sempre dignos E cantamos e dançamos E amamos você Flutuamos sobre as estrelas Nuvens rosas Algodão de açúcar Alegria para sempre tê-la Vamos juntos num doce sonhar E cantamos, e dançamos e amamos você Ser feliz é maravilhoso É como ter um balão dentro de si Ser feliz é maravilhoso É como ter um balão dentro de si

EDITORIAL *

Saudações de Paz! Nesta edição, estamos Om Line com a felicidade. No mundo contemporâneo são tantos os conceitos e as teorias sobre a felicidade que muitas vezes parecem um grande labirinto. O pensamento que tivemos foi o de parar, silenciar e ouvir a voz da experiência. O som do Om. Então, entrevistamos grandes yogis, que têm uma vida alinhada à paz e à felicidade. São eles: a indiana Santosh Kukreja, Yogesh Sharda, Ken O’Donnell, Luciana Ferraz, entre outros. Foi muito especial preparar esta edição. Uma verdadeira imersão na felicidade. Sinceramente esperamos que vocês apreciem e encontrem inspiração para trazer à tona a felicidade que já existe no seu interior. Om Shanti! Equipe Om Line Magazine

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SUMĂ RIO *

felicidade de dentro para fora

38. CAPA Felicidade de dentro para fora Yogesh Sharda

8. OM ESTILO DE VIDA

64. OM POESIA

Inspire-se e seja feliz Dadi Janki

Felicidade Efêmera x Felicidade Duradoura Paulo Sergio Barros

18. OM RELIGIÃO

70. ESPAÇO OM

Budhismo Ken O’Donnell

Felicidade em 10 passos

24. OM PENSAMENTOS

82. OM PENSE VERDE

Essa coisa chamada felicidade Jaqueline Berg

A feliz cidade que queremos Sandra Smith

32. OM ATITUDE

88. OM DROPS DE SABEDORIA

Felicidade para sempre Santosh Kukreja

A felicidade é o melhor alimento Ken O’Donnell

50. FALA OM

90. OM COMIDA PURA

Felicidade como hábito Patrícia Cantalino

“Cozinhalidade” Ana Paula Paixão

58. OM COM O MUNDO

94. MEDITAÇÕES OM LINE

Felicidade no trabalho Ramon Almeida

Meditação: Felicidade e Contentamento Luciana Ferraz

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ESPAÇO DO LEITOR *

Om Shanti! Parabéns pela iniciativa e pela beleza da apresentação. Vocês sempre encontram uma maneira, cada vez mais simples e muito melhor, de estar perto de todos nós. Com gratidão e todo meu carinho.

Parabéns para a recém-nascida Om Line! Nasceu perfeita! Já estou divulgando nas minhas redes sociais. Amor e lembranças a toda a equipe!

Sandra Costa

Simone Ramounoulou

Parabéns por mais esse importante serviço, imprescindível para nosso atual momento de vida. Aproveito para sugerir ativarem mais a poderosa e atual comunicação digital (whatsapp/youtube/outros) para compartilhar meditações e palestras e/ou mensagens diárias curtas para alimentar nossos dias já tão corridos, mas que ninguém deixa de acessar pelo menos umas dez vezes ao dia ou até mais. Forte abraço!

Mariliza 6

Li e me surpreendi com a intensidade dos artigos desta edição on-line. Já compartilhei e creio, as sementes do Bem irão se multiplicar em mentes e corações ainda não atingidos pela luz da BK. Om shanti. Gratidão sempre!

Teresa Hatue Resende

Parabéns a toda equipe Brahma Kumaris pela iniciativa! A revista ficou linda! E o conteúdo é fabuloso! Adorei!

Andrea Saragiotto

EXPEDIENTE Editora: Goreth Dunningham Ilustração da Capa: Freepik.com Design e diagramação: Felipe Arcoverde

OM SHANTI!

Revisão: Brenda Gomes Site: Ricardo Skaf Colaboração: Ana Paula Paixão Ilustrações: Freepik.com

Envie para nós os seus e-mails, dúvidas e sugestões, através do Facebook e Instagram ou e-mail: revista.omline@br.brahmakumaris.org Facebook.com/revistaomline Instagram.com/revistaomline www.brahmakumaris.org.br/revista

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OM ESTILO DE VIDA * por dadi janki

adaptação de uma publicação da Brahma Kumaris Portugal. textos de dadi janki, lider espiritual mundial da brahma kumaris

“Inspirar” significa preencher os outros de entusiasmo, confiança e criatividade. Quando estamos inspirados, nos sentimos verdadeiramente vivos. A palavra inspirar também significa “respirar para dentro”, o que poderá ser uma alusão à nossa responsabilidade de aproveitar o que ouvimos e também a atmosfera, a energia e a sabedoria partilhada que nos rodeia. 8

Este texto contém insights de Dadi Janki, e oferece sugestões práticas para nos incentivar a ter metas mais elevadas e a atingir o objetivo máximo – sermos felizes e termos paz de espírito.

Tornando as nossas vidas uma fonte de inspiração para os outros e interagindo com eles, imbuídos de diplomacia e sabedoria. Mesmo que haja pouca oportunidade para dialogar, podemos aprender a absorver a presença dos outros de forma positiva, preenchendo-nos com a sua bondade e tornando nossos os seus melhores atributos. Isto cria um ambiente de amor e de estima que facilita a partilha de experiências espirituais.

Todos os dias, quando acordar, pergunte a si mesmo: “Quem sou eu?”, “A quem pertenço?”, “Qual o meu propósito na vida?”. Assim, em todas as manhãs, você se verá como um ser espiritual e filho de Deus, único e cheio de amor por si. Celebre essa percepção e auxilie outros a também despertarem a mesma consciência. Isso irá lhe proporcionar um ímpeto de energia. edição 02 / ano 01

OM ESTILO DE VIDA * por dadi janki

Aprenda a sentir a energia dos locais poderosos e positivos. Aprenda também que pode absorver esse poder e essa tranquilidade. E então, ao falar, o faça com paz e propósito, e irá irradiar uma aura de calma e uma sensação positiva. Irá, assim, inspirar outros. Tornar-se-á um farol de felicidade.

Você possui, no seu íntimo, todas as forças e virtudes de que alguma vez precisará. Reflita e mergulhe no espaço recôndito que existe dentro de si e que está pleno de poder e paz. Escolha a qualidade de que está precisando e dê-lhe vida. Projete essa virtude no seu cotidiano através da energia do pensamento determinado.

Lembre-se que é um ser único, dotado de qualidades especiais. Lembre-se daquilo que já conseguiu na sua vida. Ao tomar consciência de si próprio enquanto um ser espiritual de paz, poderá vivenciar o seu potencial para desempenhar o papel que lhe foi atribuído neste grande drama da vida. Respeite-se e a sua confiança irá aumentar. Descobrirá que tem a coragem de enfrentar tudo o que estiver à sua frente. Essa segurança vai torná-lo em uma fonte de felicidade.

Sem se deixar deslumbrar por quem quer que seja, observe as grandes almas à distância e identifique quais das suas qualidades gostaria de adotar. Até nos casos em que a pessoa não o impressiona particularmente, observe-a mesmo assim e, depois, com um coração generoso, identifique os seus pontos fortes ou especiais. Todas as pessoas têm pelo menos um ponto digno de admiração. Tal generosidade dar-lhe-á um coração cheio de alegria. edição 02 / ano 01

OM ESTILO DE VIDA * por dadi janki

Mesmo com uma vida atribulada e com preocupações, é importante tirarmos algum tempo para nos inspirarmos na beleza e imponência da natureza – desde a fragrância de uma pétala delicada, ou de uma pequena semente, ou ainda de um novo rebento brotando, até a força de um poderoso oceano ou de um vulcão em erupção. Quando cooperamos com a natureza, descobrimos que ela partilha toda a sua abundância conosco; quando desperdiçamos ou maltratamos a terra, podemos ter que enfrentar as consequências. Desenvolva um relacionamento harmonioso com a natureza, que seja benéfico e cheio de paz.

Independentemente do que aconteça, nada deve desestabilizar a sua felicidade. Prometa, agora mesmo e a si próprio, que permanecerá sempre feliz. Nada o poderá nutrir como o alimento da felicidade.

A felicidade não é o fim de seu percurso; a felicidade é o percurso em si. Estas são algumas formas práticas que o ajudarão a ser feliz, não apenas agora, mas sempre.

Aprender a estabelecer e manter uma atitude de contentamento constante ao longo da vida requer algum empenho. Se quer estudar essa arte, necessitará de algum tempo e de um espaço para uma reflexão calma. Precisará ainda de alguma inspiração e de doses significativas de prática. O que deve praticar todos os dias? O autorrespeito, a compaixão e a gentileza. É essa a rota cujo destino é a felicidade, e a prática o levará a ela.

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OM ESTILO DE VIDA * por dadi janki

O segredo da felicidade é saber que fomos convidados a participar da grande peça de teatro que se chama vida, mas apenas como ator, não como realizador ou crítico. Simplesmente desempenhe seu papel utilizando as suas capacidades da melhor forma, sem se esconder e sem qualquer tentativa de se sobrepor aos outros atores. Se todos desempenham seus papéis com honestidade e humildade, a peça será um triunfo! E mesmo que nenhum de nós possa assistir ao fim da peça, poderemos todos desfrutar do seu desenrolar.

A felicidade é algo a que você tem direito, pelo simples fato de ter nascido. É algo que possui em abundância. É sua responsabilidade mantê-la. Quando uma situação de falta de saúde, uma circunstância adversa ou um dissabor tentar roubar-lhe o tesouro da felicidade, a sua tarefa será sempre manter-se estável e sereno, sabendo que essa cena no drama da vida passará e que a paz será restabelecida. Mantenha o sorriso e a leveza de espírito também. Se assim for, sua felicidade e o seu bem-estar só poderão crescer.

Um coração pleno de esperança e felicidade é um bom sinal. Hoje, quando você refletir sobre a sua história de vida com genuína gratidão e também com apreço, permanecerá em um estado espiritual de júbilo, e será capaz de manter a consciência de quão afortunado é. Ter essa consciência e gratidão o manterá no melhor estado de espírito.

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OM ESTILO DE VIDA * por dadi janki

É tão fácil se tornar uma “joia do contentamento”. Será que uma joia precisa fazer algum tipo de esforço? Não, uma joia não tem que fazer nada. Tem apenas que ser ela própria. Ao adquirir o hábito da felicidade, aceite-se como é, com respeito, conhecendo a sua própria beleza e valor. E, assim, vai transmitir essa alegria e encanto a todos, independentemente do que possa estar acontecendo na sua vida neste momento. A felicidade é aquilo que se é, não aquilo que se tem. Lembre-se que o único requisito para uma joia é brilhar.

Na esperança de receber felicidade de fontes fora de si próprio poderá experimentar desilusão. Podemos pensar que a alegria chega em pacotes do exterior, que pode ser, por exemplo, uma carteira bem cheia, uma mansão, um carro esportivo ou até outra pessoa. Mas, depois de abrir tais embrulhos e ver seu verdadeiro conteúdo, verificamos que o melhor pacote que podemos receber é a genuína felicidade. É um presente que podemos dar a nós mesmos, ainda hoje. Ninguém, nem nenhum objeto, pode nos dar a felicidade que nós próprios podemos desenvolver. 16

Os momentos do passado são como moedas que foram gastas. Já não têm valor no presente – não poderá voltar a utilizá-las. Mas a cada minuto há uma nova oportunidade de fazer fortuna, se manifestarmos a nossa alegria de viver e generosidade para com os outros. Dessa forma também vamos amealhando uma conta substancial para o futuro. O caminho da felicidade percorre-se agora, e é constituído pela paz pessoal e pelas ações que demonstram a consideração que temos pelos outros. *

Dadi Janki é yogini indiana, lider espiritual mundial da Brahma Kumaris, foi considerada pelo Instituto de Pesquisa Médica do Texas como a mente mais estável do mundo. Esse ano completou 102 anos.

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OM RELIGIÃO * por Ken O’Donnell

Durante a minha longa conexão com a prática espiritual, encontrei muitos tipos diferentes de meditação. Muitas das variedades mais contemplativas foram desenvolvidas no budhismo. Muitos dizem que o budhismo é uma religião ateísta. Alguns dizem que é não-teísta, porque não há referências a um Deus Supremo, uma Causa primal que intercede com o mundo aqui. Mesmo assim, nos textos budhistas há inúmeras referências a seres sobrenaturais que habitam o universo. Em um artigo anterior desta série, falei sobre como o hinduísmo

surgiu do tronco das Idades de Ouro e de Prata na árvore da humanidade. Os que tinham sido esses seres divinos, “caíram no caminho do pecado”. Pelo processo de renascimento, eles começaram a adorar o que tinham sido eles próprios. A tentativa de recuperar o paraíso recém perdido tornou-se a principal força motriz dos rituais, escrituras e adoração de ídolos. O que se denomina Sanatan Dharma deteriorou-se na prática de adoração de muitos deuses. No momento do nascimento do budhismo existia na Índia um esta-

do de fermento religioso. Todos os tipos de ideias até contraditórias eram abundantes. Buda nasceu como um príncipe hindu, Siddhartha Gautama, na casta de Kshatriyas (guerreiros). Tal como acontece com muitos dos fundadores religiosos, há lendas em torno de seu nascimento. Sua mãe, a Rainha Maya, teve uma visão de um elefante branco com seis presas que atravessaram sua barriga e assim, ficou grávida. Nas celebrações de seu nascimento, um eremita apareceu e anunciou que ele se tornaria um grande rei ou um grande sábio. Há incerteza histórica sobre a data exata de nascimento, mas foram algumas centenas de anos A.C. Alguns dizem que nasceu em uma região da Índia um pouco depois de Pa-

tanjali, que foi o codificador histórico do que mais tarde se chamava Raja Yoga, ou Ashtanga Yoga (o yoga de oito etapas). Criado em palácio, a lenda diz que seu pai, ao desejar que ele se tornasse um grande rei, fez todos os esforços para preservá-lo de qualquer tipo de sofrimento ou ensino religioso. Aos 29 anos, Siddhartha conseguiu deixar o palácio com o seu cocheiro. Pela primeira vez, teve contato com doentes, idosos, sofredores, cadáveres em decomposição e até ascetas. Seu cocheiro explicou que as pessoas sofrem e morrem neste mundo e que alguns se tornam ascetas. Ávido para saber mais, ele se inspirou em fazer mais viagens fora do palácio. Estas visitas o levaram-no à

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OM RELIGIÃO * por Ken O’Donnell

depressão e, finalmente, decidiu deixar o palácio e levar a vida de um asceta. Ele seguiu o caminho da meditação e desenvolveu o chamado Caminho do Meio, porque ele não concordou com o extremo ascetismo que prevalecia na época. Mais uma vez, a lenda nos diz que depois de 49 dias de meditação intensa conseguiu a iluminação quando tinha 35 anos. Começou a ensinar outros sobre suas reflexões e muitos seguidores começaram a se reunir ao seu redor, criando uma comunidade de monges. Mais tarde, perto da cidade de Varanasi (Benares) em Sarnath, começou a pregar o que mais tarde se chamou de Roda do Dharma (comportamento e crença correta).

As quatro Nobres Verdades Os ensinamentos de Buda se resumem em quatro afirmações: 01. Toda a vida experimenta o sofrimento (dukkha que também pode significar a incapacidade de satisfazer-se). 02. As causas do sofrimento são ignorância e desejo. Querer é o problema. 03. Existe uma maneira de acabar com o sofrimento. Aprender a não querer isso. 04. Há um caminho para acabar com o sofrimento: o Caminho Óctuplo. A primeira verdade nos diz qual é a doença. O segundo nos diz o que o causa. O terceiro oferece esperança para uma cura. O quar-

to prescreve o tratamento denominado Caminho Óctuplo. O Caminho Óctuplo O símbolo do budhismo é uma roda com oito raios. Cada um deles representa um passo do Caminho Óctuplo para acabar com o sofrimento. Consiste em oito grandes áreas de atuação que tocam todas as partes de nossas vidas. Varia desde o estudo do comportamento ético até ao exercício de viver com atenção plena. Sem este caminho, as três primeiras Verdades seriam apenas uma filosofia. A prática do Caminho Óctuplo traz o dharma na vida e a faz florescer. A palavra traduzida como “correto” é samyan (sânscrito) ou samma (Pali). Ela traz uma cono-

OM RELIGIÃO * por Ken O’Donnell

tação de “sábio”, “saudável”, “hábil” e “ideal”. Ele também descreve algo que é completo e coerente. Assim, não são mandamentos, mas orientações de vida. 01. Compreensão correta Aprender a natureza da realidade e a verdade sobre a vida. 02. Aspiração certa Fazer o compromisso de viver de tal forma que nosso sofrimento possa acabar. 03. Esforço certo Fazer o bem que tem que ser feito, sem desculpas. 04. Discurso correto Falar a verdade de uma maneira útil e compassiva.

05. Conduta correta Viver uma vida consistente com nossos valores. 06. Meio de Vida correto Ganhando a vida de uma maneira que não machuca os outros. 07. Atenção plena correta (mindfulness) Reconhecer o valor do momento; viver onde estamos. 08. Concentração correta Expandir a nossa consciência através da meditação. Apesar de haver várias correntes de budismo, o ensinamento essencial ao qual Buda dedicou-se até a sua morte com 80 anos está contido neste Caminho Óctuplo. *

IMAGEM: REPRODUÇÃO

A Roda de Dharma de Budismo

Ken O’Donnell é coordenador da Brahma Kumaris na América do Sul. Pratica e ensina meditação há mais de 40 anos. Atua profissionalmente como consultor organizacional internacional. É autor de 15 livros, sendo alguns traduzidos para nove idiomas.

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OM PENSAMENTOS * por Jaqueline Berg

Texto retirado da “Revista Retreat”, nº 1, pág. 12. Traduzido por Sandra Costa

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DEIXA EU VER...

Outro dia eu ouvi alguém dizer que realmente não é necessário muito para ser feliz. Verdade! De fato, eu descobri que tornar-se feliz significa livrar-se de quase tudo o que você tem, especialmente dos mal-entendidos sobre a felicidade. Isso é meio caminho andado. Há muitas concepções errôneas sobre felicidade. Por exemplo, há algumas pessoas que pensam que uma vida feliz não tem nenhuma dinâmica, é algo normalmente sem sabor e, portanto, não atrativo. Outros acreditam que a felicidade é tão imprevisível quanto ganhar na loteria; é o destino! E então, há aqueles que acreditam que uma segunda esposa, um carro novo, dinheiro ou status de fato trazem felicidade. Mas apenas temporariamente. Porque mesmo a sua segunda esposa pode decidir deixar você e todos nós sabemos quão fácil é, nesses dias, perder o seu dinheiro, o seu carro ou o seu status. E, finalmente, mas não menos importante, há pessoas que absolutamente não acreditam em felicidade. Para elas, ela é apenas sem sentido. edição 02 / ano 01

OM PENSAMENTOS * por Jaqueline Berg

dinheiro nesse mundo pode comprar uma vida feliz. FelicidaHUMMM... de verdadeira é algo que apenas eu mesmo sou capaz de criar e sustentar. Para mim, felicidade é um estado mental puro e positivo. E apenas eu sou capaz de criar o meu próprio estado menESTÁ TUDO NA MENTE tal escolhendo os pensamentos Então, o que é essa coisa chaque quero ter. Eu sou o mestre mada felicidade? A felicidade dos meus próprios pensamentem suas próprias condições. tos, não sou? Ou minha mente Felicidade verdadeira e duraestá me dominando? doura é algo que não pode ser Eu sou capaz de criar pensaencontrado fora de nós. Não mentos positivos quando eu quiser em empregos, férias ou comida. ou pensamentos negativos não Não usando álcool ou drogas e convidados ocupam minha mente? nem mesmo em outras pessoas. Ou há um caos desorganizado auto Todas essas experiências chegovernante lá dentro? Vamos dar gam a um fim. A felicidade inter- uma olhada para dentro. Não tena verdadeira é muito pessoal e nha medo, é a sua própria mente e preciosa. É meu direito e apenas apenas você pode olhar para a sua eu mesmo sou responsável por mente, é tudo para o melhor. Isso ela. No que tange a essa felicida- pode até mesmo levar à felicidade. de não há nada ou ninguém em A propósito, você quer ser que eu possa confiar. Nenhum feliz, não quer? 26

PREPARATIVOS PARA A FELICIDADE A felicidade pode apenas crescer e florescer em uma mente pacífica, positiva, pura e poderosa e, definitivamente, morrerá em uma atmosfera mental preenchida com negatividade, criticismo, arrogância ou depressão. Então, a fim de me preparar para a chegada da felicidade verdadeira, a primeira coisa que eu preciso fazer é examinar a qualidade dos meus pensamentos. Que tipos de pensamento eu tenho durante o dia todo? Há muitos tipos diferentes de pensamento acontecendo na minha mente, tais como pensamentos necessários, pensamentos positivos, pensamentos inúteis e pensamentos negativos. Eu sou capaz de reconhecê-los? Estes vários pensamentos são responsáveis não apenas pelo meu estado mental, mas, também, pelos

meus sentimentos e emoções. Alguns médicos hoje em dia até mesmo afirmam que saúde e doença estão profundamente conectadas aos nossos padrões de pensamentos; o modo como pensamos sobre nós mesmos e, consequentemente, sobre os outros. Afinal, tudo começa na mente e um único pensamento traz paz ou guerra, amor ou ódio, felicidade ou depressão. Agora, deixe-me perguntar a mim mesmo: quanto tempo e energia são conscientemente gastos com pensamentos redundantes ou negativos? A lei da energia nos

EU QUERO ... SER FELIZ

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OM PENSAMENTOS * por Jaqueline Berg

RECEITA DA

Seja amigo de todos

Escute sempre seu coração

Lembre-se de Deus

diz que o pensamento positivo nos dá energia enquanto que o pensamento negativo ou inútil nos drena a energia mental. Para ser feliz eu preciso de muito poder mental e então é importante não gastar a minha energia desnecessariamente. Quanto mais feliz eu quero ser, mais positivo tenho que me tornar. Você sabe qual é o pensamento mais fraco criado? “Eu não consigo”. E qual é o mais poderoso? De fato: “Eu consigo!” 28

Faça boas ações

Espalhe luz

ENCONTRANDO A MIM MESMO A fim de nos tornarmos felizes é importante conhecermos a nós mesmos completamente. Isso significa conhecer o lado positivo bem como o negativo da nossa personalidade. Deste modo, somos capazes de ver com qual lado nos identificamos mais fortemente. Você é o tipo de pessoa que começa o dia pensando “Mais um belo dia!” ou “Está tudo errado! A quem eu posso culpar?”

Irradie sua alegria

Veja o bem em tudo

Ame de forma altruísta

Envie bons votos e setimentos puros a todos

É necessário coragem para aceitar ambos os lados da sua personalidade e olhar corajosamente para os maus hábitos e vícios: roer as unhas, comer chocolate, culpar os outros, computadores, sexo, trabalho, sono e, é claro, pensamentos negativos. O mesmo tanto de coragem é necessário para olhar e aceitar suas qualidades positivas como doçura, poder interior, paz, leveza, criatividade, paciência, amor, alegria, humildade e, é claro, felicidade!

Reinvente-se todos os dias

Pense positivo

Felicidade é criada ao nos concentrarmos em nossas qualidades puras e positivas, mas sem negar o lado negativo. Você descobrirá quão natural isso é, porque sua natureza original é positiva. Experimentar sua natureza original de positividade requer silêncio. Momentos de calma são necessários em meio ao correcorre da vida cotidiana. Nesses minutos de silêncio (chamemo-los de meditação) você viaja pelo seu mundo interno edição 02 / ano 01

OM PENSAMENTOS * por Jaqueline Berg

onde seus pensamentos originais são puros, pacíficos, amorosos e positivos. Neste mundo interno você se encontra consigo mesmo. Você está unificado consigo. Você não sente nenhuma vergonha ou culpa, dor ou tristeza. Não há nenhuma agressividade. Aqui, nas profundezas do seu ser você experimenta a si mesmo como uma pessoa espiritual equilibrada, positiva e cheia de qualidades bonitas. Essa experiência dá a você o poder para transformar-se em um ser constantemente feliz! MISS UNIVERSO Mas, cuidado! A felicidade tem muitos inimigos. Não o seu vizinho de porta ou os filhos da sua segunda esposa. Não, nossos verdadeiros inimigos são nossos próprios mal-entendidos e ideias negativas sobre nós mesmos. São os conceitos limitados que destroem nossa felicidade. Por exemplo, considere a 30

mulher que acreditava ser atraente apenas quando pesava 55 quilos. Quando um dia a balança marcou que ela pesava 55 quilos e meio ela instantaneamente acreditou que sua beleza se foi. E junto com isso, a felicidade dela também desapareceu: ela era realmente muito gorda e não atraente. Agora ninguém mais a amaria. Essa grande perda de autoconfiança a levou a uma depressão. E para combater a depressão ela começou a comer para ficar feliz e tornou-se... gorda! Uma prisioneira dos seus próprios pensamentos.

VOU TOMAR CUIDADO...

Mas, provavelmente, esses pensamentos compulsivos não eram nem mesmo dela, mas ditados por revistas de beleza e os concursos de miss. Um exemplo doloroso de como nós nos tornamos aquilo em que pensamos. A fim de nos tornarmos felizes, precisamos nos libertar destes pensamentos limitados sobre nós mesmos. Felicidade e liberdade andam de mãos dadas. É necessário entender a liberdade. Para isso, você precisa de uma consciência espiritual e ter uma mentalidade aberta, uma visão de longo alcance e ilimitada. E entender que você é mais do que o seu corpo, nome, status ou peso, e considerar-se um ser espiritual. Libertar-se da consciência do corpo limitada e desenvolver uma visão chamada de consciente da alma é um processo gradativo. Isso significa largar as coisas das quais você já queria se livrar e

substitui-las pelas características puras que estão eternamente com você. Retornando para a vida real: positiva e feliz! E caso alguém comente sobre a sua perspectiva otimista da vida dizendo: “Meu Deus, você não quer se tornar uma santa, quer?” Apenas a tranquilize dizendo. “Por que não? Não seja tão fora de moda. Ser feliz e sagrado é a nova moda. *

Jaqueline é jornalista e escritora, mora em Amsterdam e é coordenadora do principal Centro da Brahma Kumaris na Holanda.

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OM ATITUDE * por Santosh Kukreja

(

Felicidade para sempre O sentimento mais importante por detrás de cada esforço nas nossas vidas desde a eternidade, eu diria, é ter felicidade a partir de qualquer coisa que façamos. Se eu falo alguma coisa, se eu encontro alguém, se eu faço algo, no mínimo o que eu quero a partir de tudo isso é ter felicidade, sentir felicidade. O paradoxo é que nós estamos fazendo tanto, estamos encontrando tantas pessoas e fazendo todas as coisas, fazendo até o impossível sob o céu, mas a felicidade

parece ser tão teimosa que ela fica fugindo de nós. Às vezes olhamos para nós mesmos e fazemos essa pergunta: por que a coisa que é mais importante para mim se tornou tão rara na minha vida? Por que tenho felicidade apenas ocasionalmente e não como parte da minha vida? A vida é para sempre e então assim deveria ser a felicidade, para sempre também, eterna. Porque a vida existe para vivamos e expressemos a felicidade. Eu sinto que esse tipo de coisa

que vendem como felicidade por aí, tal como felicidade uma vez por semana, ou uma vez por mês, uma vez por ano, ou mesmo felicidade quando se vai a algum lugar, etc, isso não vai funcionar. É temporário e limitado. Eu preciso de felicidade por todos os 7 dias, 24 horas e por 365 dias! Ainda bem que o destino me trouxe a essa prática que é a prática do silêncio ou da meditação. Aqui encontro a felicidade. Antes disso eu fugia dos yogis que praticavam meditação poredição 02 / ano 01

OM ATITUDE * por Santosh Kukreja

que eles costumavam sentar em posturas que eu considerava muito difíceis para mim. Sentia que seria incapaz de fazer aquelas posturas para alcançar felicidade! Até que eu me deparei com um tipo de yogis que se sentavam de forma natural e simples, mas tinham rostos brilhantes e muita felicidade e profundidade em seus olhos. Eles não me diziam nada sobre suas vidas, mas eu me sentia tão bem na presença deles! Então eu entendi que felicidade é algo que está além daquilo que eu posso ver, tocar ou fazer. É algo que eu posso criar, eu mesma, através dos meus pensamentos. E aí está o papel da meditação. Meditação significa pensar de um modo que deixa em você uma influência positiva, benéfica e mantém você em um sentimento muito elevado. 34

Mas o que a meditação faz exatamente? Não importa o que eu faça, onde quer que eu esteja fisicamente, através dela eu posso ficar constantemente feliz porque o que a meditação faz por mim, é que ela me torna um observador desapegado, e me coloca em uma posição de “fazedor”, ou seja, observo o que eu mesma estou fazendo. Fico atento às minhas próprias ações. Muitas vezes as coisas à sua volta estão oscilando entre boas e ruins mas você não oscila junto com o seu entorno, você fica acima daquilo, apenas observando. Essa posição de um observador desapegado é a plataforma para uma felicidade estável. A partir dessa consciência, eu sou capaz de sentir que as coisas estão mudando, não para me desafiar ou aborrecer, mas, sim,

porque esse é um mundo físico e a lei natural da física é que haja mudança constante no estado de energia. Porém, por causa da prática de ser um observador desapegado, eu estou além daquilo. Isso é uma coisa. A outra coisa é que a meditação nos ajuda a ver cada um como é, além daquilo que faz. O que fazem pode não ser sempre agradável para mim, a forma como se comportam pode não ser aceitável para mim, mas o que eles são originalmente é o mais importante, eles são centelhas divinas de luz. Eles são energias espirituais, almas. E quando mantenho a consciência de que todos são centelhas originais divinas de luz, eu posso me relacionar com eles a partir de um ponto em comum, um link que nos leva do eu e você para o nós. Assim eu não me sentirei inse-

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OM ATITUDE * por Santosh Kukreja

guro na presença deles, mesmo quando eles não estão se comportando como eu gostaria que eles se comportassem. Então, essas duas coisas que são o desapego e o estado de consciência elevada são a base para a felicidade na minha experiência pessoal. É o que eu tenho experimentado nos últimos quarenta anos, como praticante de meditação. A terceira coisa, se você me perguntar o que mais a meditação pode fazer pela sua felicidade, é que ela inspira você a viver um estilo de vida não voltada para o prazer e satisfação temporários conectados às coisas materiais, porque uma vez que você começa a ter esse tipo de satisfação como prática de vida, você se torna dependente daquilo. E não é porque hoje você tem um

bom corpo, uma boa casa, um bom carro, que amanhã você vai ter aquilo. Será que alguém que seja o mais rico hoje terá garantias de que terá a mesma riqueza amanhã? Sabemos que o que quer que tenhamos hoje, pode não mais nos pertencer amanhã. Podemos perder tudo amanhã, mas se me torno dependente do que é perecível, minha felicidade não pode ser estável. A meditação aponta um estilo de vida em que a relação com os objetos materiais é a de uso desapegado e não de posse com medo de perder. Ou seja, não é você que existe para servir a matéria e sim ela é que existe para servir você. Eles são apenas os meios, os recursos que existem aqui para serem usados com o intuito de trazer bem-estar a tudo e a todos.

Essas três coisas são basicamente o que a meditação provê a você. Além disso, é importante mencionar a grandeza que se pode experimentar com a prática do silêncio. Através do silêncio você pode ter clareza para tomar decisões focadas e corretas que lhe trarão felicidade ao invés de culpa, ressentimento ou arrependimento. Afinal, é parte da experiência de felicidade sentir contentamento com as próprias escolhas e decisões. Om Shanti! *

Santosh Kukreja é indiana, praticante de meditação Raja Yoga há mais de 40 anos e diretora adjunta da BK na Rússia.

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CAPA * por Yogesh Sharda

É verdade que as pessoas têm buscado por felicidade em muitas coisas diferentes. Eu também acho que felicidade é a coisa principal que dirige a vida das pessoas. Eles precisam sentir felicidade, eles precisam aproveitar, se sentir bem. E se você olhar para a maioria das propagandas ao nosso redor, os cartazes, os outdoors, os comerciais de televisão, mostram pessoas felizes, famílias felizes, casais felizes. Então eu acho que consciente e inconscientemente a necessidade de experimentar felicidade dirige o comportamento das pessoas. Mas aí claro que surge a pergunta: o que significa felicidade? Eu diria que na maioria das vezes o que as pessoas chamam de felicidade hoje é experimentar um bom momento, ter bons momentos. Eventos sociais, feriados, etc. Aí você diz: foi um momento tão feliz! Mas, na verdade, aquilo é apenas um bom momento. E esse tipo de felicidade é baseada em circunstâncias. Outras vezes é baseada no comportamento das pessoas, ou seja, elas se comportarem como eu gostaria que elas se comportassem. Essa é uma felicidade de curta duração, que poderia ser chamado apenas de edição 02 / ano 01

CAPA * por Yogesh Sharda

prazer. É algo que puxa você para si. Para algumas pessoas isso pode parecer ok, porque eles querem apenas momentos de prazer, mas acho que no fundo o que eles querem mesmo é a felicidade interior, que permanece mesmo quando as coisas mudam ou quando as pessoas não estão se comportando da maneira que você gostaria que elas se comportassem. Felicidade interior é um estado de contentamento onde o meu relacionamento comigo mesmo é bom, o meu relacionamento com as outras pessoas é bom e o meu relacionamento com o mundo é bom. Há um bem-estar e um sentimento de satisfação com a minha vida e em como eu vivo a minha vida. Em uma perspectiva espiritual, essa felicidade de qualidade

vem através do desenvolvimento e do aumento do meu nível de força interior. Pense em um prédio: quando a fundação é forte mesmo quando um terremoto ou tempestade vem ela continua forte. Se a fundação for fraca o prédio se colapsa. Então a força interior é o primeiro passo para uma felicidade de qualidade. E ela vem realmente através de uma prática de meditação sistemática, regular e disciplinada. Isso significa começar cada manhã visitando a paz que há dentro de mim mesmo. Ou você pode chamar de recarregar a bateria da alma no primeiro momento da manhã. Isso lhe dá força interior para que você mantenha a sua felicidade ao longo do dia quando as dificuldades, os desafios, os problemas vêm.

“

Felicidade interior é um estado de contentamento onde o meu relacionamento comigo mesmo é bom, o meu relacionamento com as outras pessoas é bom e o meu relacionamento com o mundo é bom. Há um bem-estar e um sentimento de satisfação com a minha vida e em como eu vivo a minha vida”

A segunda coisa, e eu descobri que isso demora bastante tempo para alcançar, é fazer um upgrade, atualizar, elevar a minha visão sobre a vida. E para isso eu diria que precisamos muito de um desaprendizado. Porque nós vivemos nessa vida com tantas ideias limitadas sobre o que é a vida, o que é sucesso. São tantas questões: Por que aparentemente existe injustiça no mundo? O que é que eu e você estamos fazendo aqui? Quem sou eu? Quem é você? Onde está Deus? Por que Ele não ajuda? Então, a fim de atualizar a minha visão de vida, o conhecimento espiritual é necessário, para entender todas essas questões, compreender o que é essa peça da vida. E uma grande parte disso vem de entender a lei da causa e efeito.

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CAPA * por Yogesh Sharda

PRIMEIRO:

PONTOS IMPORTANTES PARA A FELICIDADE INTERNA

Por que as coisas acontecem do jeito que acontecem? Por que as coisas ruins às vezes acontecem para pessoas boas e por que coisas boas acontecem para pessoas ruins? Se não temos esse entendimento isso pode nos confundir e fazer com que fiquemos com raiva. E uma coisa que descobri que faz as pessoas ficarem com raiva e

desenvolver o seu poder interior

estressadas e, portanto, reduz a felicidade delas, é o sentimento de injustiça. Seja injustiça em relação a sua própria vida, a alguém próximo a você ou algo que você viu no noticiário e que você tem o sentimento de que aquilo não está certo. É necessário conhecimento espiritual para entender o porquê as coisas são da forma que são.

TERCEIRO:

manter um senso claro de propósito na sua vida

SEGUNDO:

fazer um upgrade na sua visão de vida

Para resumir, eu acho que o importante para a felicidade interna é: primeiro, desenvolver o seu poder interior. Segundo: fazer um upgrade na sua visão de vida. Terceiro, manter um senso claro de propósito na sua vida. Desde muito jovem eu já tinha acesso ao conhecimento espiritual e meditação mas, às vezes, havia um sentimento de desencantamento e não

estava claro qual era o propósito da minha vida, o que eu deveria estar fazendo. Eu acho que para muitos jovens, eles não têm claro o seu senso de propósito na vida, então eles estão meio à deriva. E eles sentem internamente que mesmo que tenham talentos, habilidades e uma boa educação, não estão maximizando isso, não estão sendo tudo o que podem

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CAPA * por Yogesh Sharda

ser. Esse sentimento também pode reduzir a sua felicidade. Então eu acho que explorar o seu senso de propósito é importante para saber o porquê de você estar fazendo o que está fazendo. Gaste um tempo entendo a si mesmo e ao seu propósito e assim você poderá viver alinhado ao seu propósito. E aí você sentirá que está progredindo, que está realmente vivendo, que está expressando o melhor de si mesmo. Você sentirá que está realmente contribuindo e então a partir de dentro é como se sua consciência dissesse para você: bom trabalho! Muito bem! E isso é porque você faz o que realmente deveria estar fazendo. Especialmente nos dias atuais o senso de propósito é muito importante porque atualmente é

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O que nós aprendemos na meditação é que há duas coisas: uma coisa são os quereres ou desejos limitados e outra coisa são as necessidades, que poderíamos chamar de desejos eternos”

muito fácil ficar confuso. Então o senso de propósito é o terceiro ingrediente para a felicidade. O quarto componente para a felicidade, deixe-me adicionar, é entender o desejo. Deixe-me explicar: no mundo temos os produtores e os consumidores. Se os consumidores pararem de consumir, os produtores terão um problema. Então o que os produtores fazem é criar desejos nos consumidores. Eles contratam “agentes de desejos” para criar desejos nas mentes dos consumidores para fazer com que eles continuem se movendo dentro do consumo. O que estou dizendo é que estamos vivendo em um sistema que é construído com base em desejos, criando desejos nas pessoas. E claro que não é só desejos por coisas, viagens ou

objetos, mas também desejos por relacionamentos diários, desejo por ter o que alguém mais tem. E onde há esses desejos não pode haver felicidade. Nunca pode haver felicidade verdadeira quando há essa caça por desejos. Há uma frase um pouco dura mas que soa verdadeira: quando você quer alguma coisa de alguém, prepare-se para sofrer. Ou seja, se você busca por atenção, ou apreciação, ou admiração, ou aprovação, se sua mente está perseguindo essas coisas, você pode conseguir satisfação por um tempo, mas depois os desejos vão surgir novamente. E você pode continuar a persegui-los ou caça-los mais e mais, mas você vai acabar aprendendo a lição de que isso não irá te preencher.

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CAPA * por Yogesh Sharda

O que nós aprendemos na meditação é que há duas coisas: uma coisa são os quereres ou desejos limitados e outra coisa são as necessidades, que poderíamos chamar de desejos eternos. O estilo de vida no qual você persegue quereres, é uma busca fútil por desejos temporários e nunca pode ser preenchido. Mas no estilo de vida de um meditador, ele para de perseguir os quereres e vai até as necessidades. Por trás de cada querer dele, há uma necessidade. Por exemplo, digamos que eu queira apreciação. Digamos que eu trabalho duro no escritório e ninguém me aprecia e então eu não me sinto mais estimulado a trabalhar tão arduamente. Porque o que eu realmente estou necessitando lá é de amor. Eu quero ser

amado, eu quero que alguém me diga: bom trabalho, você fez bem! Então, ao invés de perseguir apreciação, atenção e aplausos, deveríamos olhar para as necessidades da alma que são: paz, amor, alegria, autorrespeito, pureza e assim por diante. E se nós trabalhamos no preenchimento das nossas necessidades, naturalmente nossos desejos vão começar a se reduzir. Há um ditado que diz que vasos vazios fazem mais barulho, então por que é que a mente faz tanto barulho em pensamentos, desejos e emoções? Porque a necessidade de paz está faltando. A boa notícia é que dentro de cada alma há sementes de nossos desejos eternos, sementes de paz e amor. As sementes de autorrespeito e alegria já estão lá e a única

coisa que é necessária é regá-las. E é isso o que é meditação. Nós regamos as sementes de excelência que existem em nós. Fazemos com que elas brotem, germinem. Quanto mais você se sente preenchido internamente, menos você quer algo de fora. Acho que nós todos experimentamos que quando nos sentimos completos internamente e quando alguém do lado de fora aplaude ou louva você, não damos tanta importância. Quer alguém louve ou não louve você, não importa. Não há problema. Se alguém fala bem ou ignora você, não importa. Porque você se sente tão pleno internamente. Acho que essa é a verdadeira jornada para possuir a sua verdadeira felicidade.

Essa é uma boa pergunta: quem é que possui a sua verdadeira felicidade? Está nas minhas mãos ou nas mãos de outras pessoas? A minha felicidade acontece por escolha ou por acaso? Há uma longa jornada de mudança entre perseguir os meus quereres e abraçar as minhas necessidades. Mas é uma jornada que vale muito a pena! E acho que esse é um grande passo para aquilo que eu chamaria de evolução ou maturidade espiritual, quando nos sentimos tão contentes conosco mesmo que não precisamos mais de atenção especial. Você pode estar no meio do palco ou sentado no fundo da plateia sem ser notado e não há diferença, a sua felicidade não sofre por causa das circunstâncias ou opiniões das pessoas. Ela está realmente nas

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CAPA * por Yogesh Sharda

suas próprias mãos, é a sua posse. Há um pré-requisito para a felicidade, e esse pré-requisito é a liberdade. Mas liberdade de quê? Liberdade de reações, de desejos, de quereres, liberdade de entrar nos jogos de ego. Liberdade de expectativas sobre as outras pessoas. Você não percebe que tem expectativas para com alguém até o momento em que aquelas expectativas não são preenchidas. É aí que você sente algum desapontamento ou tristeza. Aí você percebe que ficou triste porque queria algo do outro. Então essa liberdade sobre o querer é algo sobre o que tenho pensado nos últimos meses. E esse querer que chamamos de expectativas ou desejos não permitem que a mente fique tranquila

ou serena. A mente fica sendo sempre puxada e não consegue experimentar paz e felicidade. É um grande trabalho superar isso, mas de novo e de novo você tem de visitar a verdade dentro de si mesmo e viver a partir dessa verdade. Você não tem de lutar contra os seus quereres porque isso é muito cansativo. Você tem de abraçar a verdade e preencher-se com autoestima. E, naturalmente, quando você interagir com outros você o fará a partir de um estado interno de força e maturidade, ao invés de partir de um estado interno vazio e cheio de necessidade. Lembro de uma experiência muito poderosa de felicidade interna que tive após minha meditação matinal, há muito tempo na Índia, acho que foi em 1990 ou

91. Depois da meditação eu me senti realmente tão preenchido, tão pleno! Dizem que a mente é como um cavalo que às vezes vai para muito longe de você, mas era como se depois daquela meditação o cavalo estivesse ali, esperando por mim, esperando que eu sentasse nele e o movesse. Me senti tão sereno, feliz, minha mente estava completamente consciente. Era um sentimento de que o relacionamento que eu estava tentando comigo mesmo era como deveria ser. Como se a alma estivesse se lembrando como era no princípio e que estava voltando a ser assim, redespertando. Na profundidade da alma eu sabia, lá do fundo veio esse sentimento de que eu agora deveria ficar assim o tempo inteiro, feliz de dentro pra fora. *

Yogesh Sharda é coordenador da BK na Turquia.

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FALA OM * por Patricia Cantalino

Felicidade é mais que um “estado de espírito”… é um dos ingredientes que preenchem a alma humana - e não é a alma eterna…? Assim, felicidade não é para um momento, não é num relacionamento, felicidade é inata ao ser. Não depende do quanto você tem, do sucesso que faz, do quão querida é, pessoas felizes é que tendem a ter mais, ser mais bem-sucedidas, serem mais facilmente amadas. É um engano (ou perda de tempo) deixar a sua felicidade nas mãos de situações ou pessoas – felizmente isso não funciona com a felicidade duradoura…! É imprescindível, sim, especialmente agora, desenvolver a capacidade de estar conectada com esta energia preenchedora, com este sentimento do bem, que é a felicidade. Faça um juramento, um acordo: ser feliz apesar de… afinal, é dito que tudo passa e realmente, também edição 02 / ano 01

FALA OM * por Patricia Cantalino

vemos que pessoas vêm e vão. E já que o relacionamento do eu com o eu é para todo o sempre, é bom saber sobre a arte de manter-se bem com sua própria companhia, não concorda? (Mas…) você tem razão, ninguém é feliz sozinho e este texto tá ficando idealizado demais, pois bem…. arregace as mangas, porque há trabalho a ser feito… Outro dia ouvi algo que me tocou… que fez sentido… “Em cada pessoa, devo achar a sua doçura”, pois cada pessoa tem um “q” de especial, uma brasinha (ok, alguns têm fogueira) de carisma, de um encanto, e já que sabemos que nossos maiores ganchos estão nos relacionamentos, é boa a capacidade de saber ver a doçura em cada um. Na Índia há um ditado que diz: “Veja o diamante e não a cobra” - e você não será picado. Essa expressão refere-se ao poder que existe na visão que você 52

tem do outro, se você praticar estar conectado com a doçura, com a qualidade especial que cada um tem, no mínimo, no mínimo… vai se proteger da influência negativa (raiva, arrogância, medo…) que o outro poderia transmitir-lhe e por tabela, você terá seu autorrespeito e sua autoestima aumentados, o que vai fazer subir seu termômetro para a felicidade. E como resultado desta sua boa ação, o outro vai se fortalecer também. Dá um pouco de trabalho, mas vale a pena! E quando você estiver tomando tristezas das situações (preocupação, frustração, arrependimento, etc), bom, se você tomá-las como uma nuvem – e nuvens, grandes, médias, pequenas… são sempre nuvens - invoque a presença radiante de Deus. Ele é o Astro Rei e age como um catalizador cuja luz dá a esperança de transformação, cuja

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FALA OM * por Patricia Cantalino

força criadora gera mudanças. Este Sol revitaliza o que parece estar empacado, dilui preocupações reais (ou infundadas, as que temos mais) e lhe empodera para seguir adiante. E para refletir… já parou o suficiente para perceber que muitas vezes a preocupação é só um jeito, o jeito preocupado de ser? Por exemplo, neste momento, agorinha mesmo, você tem motivos reais para estar preocupado? Tem algo ameaçando a sua existência…? Provavelmente não, mas, cá entre nós, tá preocupado com algo, não está? Já parou o suficiente para perceber que muitas vezes ficar aborrecido é só um jeito, o jeito aborrecido de ser? Por exemplo, se algo não está acontecendo exatamente como você gostaria, não dá para dizer: “vou soltar isto, soltar esta ideia fixa. Deixe eu ver o que esta versão da his-

tória vai me contar…”? Já parou para perceber o quanto reclama? O quanto julga? O quanto critica? Pois bem, é tudo hábito… e se você for do tipo curioso, já deve ter lido em algum lugar que hábitos podem ser transformados com novos hábitos! Cultivar o hábito de ser grato traz a surpresa sobre a proporção que isto vai tomar, gratidão transforma sua energia e (você já deve ter lido isto também) energia boa atrai coisas, pessoas, situações boas... É um paradoxo, não é? Ao manter-se feliz mesmo quando aparentemente não há motivos, atrairá motivos, mais e mais, para estar feliz. E mesmo quando estes não forem visíveis, o seu mundo interno vai dizer: “O que importa? Vai acontecer!” Há muito o que aprender com os contrastes, assim, experiedição 02 / ano 01

FALA OM * por Patricia Cantalino

mente comparar como fica seu humor quando você enxerga as pessoas e situações enquanto se mantém neste estado de positividade e como ele fica quando está no “piloto automático”, reclamando, aborrecido… Vivemos condicionados a achar que a felicidade não pode ser duradoura, constante e estável. Condicionados pela inabilidade ou pela falta de fé (ou ambas as alternativas - e outras mais…); o fato é que hoje a gaiola está aberta, o acesso ao conhecimento, à sabedoria espiritual não tem cadeados, se você acredita no mito de que quando está muito feliz algo de errado vai acontecer… vale se aprofundar, estudar, vale desmistificar essa crença. Olhe, é bom ter um olhar apreciativo e refinar sobre o que já existe – não é legal ficar na idealização, no movimento inter56

no da eterna busca por preencher as esperanças de um ideal, um eu que ainda não é, uma posição que ainda falta… Não acha melhor - já que estamos todos num trampolim - se preparar para o melhor salto da vida, o salto que você sabe dar, do que ficar só idealizando o quanto, um dia o salto vai ser bom? Arregace as mangas e invente um eu mais feliz. Crie o hábito de ver além, de enxergar o final de tudo o que é ruim, de banhar-se na Luz do Sol dia após dia, de desejar o bem – isso mesmo, sem importar a quem… e vai saber, ou mais, vai sentir, que a felicidade sempre esteve lá, nunca arredou o pé. Felicidade é algo que não precisa ser conquistado, mas tem um acesso, e ele pode estar bloqueado. Sim, somos felizes em essência – mas precisamos desenvolver o hábito de estarmos felizes! *

Patrícia Cantalino é bióloga e terapeuta reichiana de formação, assistente da coordenação BK região Nordeste e profª de Meditação Raja Yoga e cursos de Qualidade de Vida da BK.

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OM COM O MUNDO * por Ramon Almeida

Parte das pesquisas que tentam identificar o que está na base da felicidade no trabalho aferem fatores externos, como o ambiente, relações interpessoais, pressão por metas e remuneração. Dentre as principais conclusões, igualmente exógenas, estas enquetes citam o controle e prazer pelo que faz, a capacidade de enfrentar desafios, o clima organizacional, a perspectiva de carreira e um bom salário. Estes parâmetros se consolidaram nos últimos dois séculos com a revolução industrial e a expansão do capitalismo, fazendo confundir o emprego - remunerado em contrapartida às tarefas executadas em cargos e funções laborais - com o trabalho que,

em sua origem, representa um conjunto de atividades realizadas para atingir um propósito. A essência do trabalho está no provimento incondicional de serviços que geram benefícios aos seres. Quanto mais elevado o propósito que inspira, precede e procede os serviços a serem providos, maiores aquisições serão reivindicadas como uma consequência natural. Propósito, serviço e aquisições representam, portanto, a tríade que sustenta o trabalho e a felicidade. A felicidade é um direito de nascimento, algo sutil e profundo que permanece na consciência do ser até ressurgir, naturalmente, quando a paz e a pureza se reaproximam, no retorno da inocência original.

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OM COM O MUNDO * por Ramon Almeida

Para reforçar o senso de propósito, antes de agir é importante refletir sobre “porque penso o que eu penso” ou “para que quero o que eu quero”, uma vez que a priorização de serviços altruístas ajuda no retorno de aquisições elevadas. As atitudes mais importantes, altruístas e elevadas são aquelas que beneficiam o todo maior - o coletivo - e preponderam sobre as ações individuais sem mitigar quem agiu, pois, o benefício do grupo também favorece o indivíduo como parte da coletividade.

Há Aquele que inspira a tarefa a ser executada (Karavanhar) e aqueles que executam a tarefa (Karanhars), gerando a palavra hindu Karankaravanhar, atribuída unicamente a Deus, que é Aquele que faz e faz com que tudo seja feito por meio de outros. Chegamos, assim, à Fonte Maior de inspiração para a clareza de propósito e serviços altruístas, que levam às aquisições elevadas a serem obtidas, não por clamor devocional, mas por direito de herança, num contínuo e dedicado esforço que se sustenta na lembrança de

Deus e no resgate dos poderes e valores humanos essenciais. No ponto de vista espiritual, aquisições não significam objetos comprados, mas sim a reconciliação com as especialidades eternas de bem-estar e bem-aventurança que caracterizam nossa condição original de existência. Da mesma forma, valores não são recursos financeiros, mas sim as qualidades inatas da natureza humana tais como a pureza, misericórdia, paz, amor, perdão, tolerância, confiança, respeito, humildade, flexibilidade, paciên-

cia, humor, compaixão, felicidade, cooperação, gentileza, dentre tantas outras. Ou seja, abundância e sucesso nada têm a ver com posses ou fortuna material, mas a experiência de plenitude por apreciar e preservar a grandeza interior, tornando-se a personificação de todos os poderes. Contam que um jornalista, depois de acompanhar as atividades realizadas por Madre Teresa de Calcutá durante apenas um dia, disse-lhe: “- Por nenhum dinheiro do mundo eu faria isso que a senhora faz”. Com um singelo

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OM COM O MUNDO * por Ramon Almeida

sorriso no rosto, ela espontaneamente respondeu: “- Nem eu”. As facilidades e os objetos materiais podem dar conforto, mas não necessariamente felicidade. Quando sentimos que há aderência ao propósito de vida, à geração de benefícios para muitos e à contribuição no estabelecimento de um mundo melhor, é possível perceber, silenciosamente, que um bom trabalho será feito. E nele as especialidades e os valores serão revolvidos, haverá satisfação pessoal e a autoestima será enaltecida com humildade,

tudo isso emoldurado num sentimento de realização pelo dever cumprido e por atender às aspirações mais elevadas. Neste tipo de conduta, focada na grandeza interior, no compartilhamento da bondade e na orientação divina, o trabalho realizado se complementa com a experiência da felicidade, pois restam afastadas as limitações das expectativas, as ilusões dos desejos e o sofrimento do ego. Portanto, o percurso da verdadeira felicidade no trabalho começa na apreciação do si-

lêncio, da introspecção e da meditação, como indutores da experiência da singularidade da alma, avança na qualificação dos pensamentos, palavras e ações que sustentam o correto desenvolvimento da tarefa, até demonstrar a atitude e comportamento adequados, renovando, ainda, os registros de memórias que são alimentados pelas percepções sensoriais da própria experiência. A felicidade que vem de dentro dará um precioso significado a tudo que a vida nos permite realizar.

Dentre todas as inspirações que favorecem o encontro da felicidade nas ações do dia-a-dia a maior delas é repetidamente indicada por Dadi Janki, líder espiritual da Brahma Kumaris, que não apenas afirma, mas demonstra a cada momento que o amor a Deus e a realização da presença divina geram felicidade suprassensorial. Ela acrescenta: “primeiro a pureza, depois a paz, o amor e a felicidade. Assim, sua mente atrairá o poder de Deus e você se tornará mestre dos sentidos.” *

Ramon Almeida é Diretor Administrativo da Brahma Kumaris no Brasil.

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OM POESIA * por Paulo Sergio Barros

Felicidade efĂŞmera

Felicidade duradoura

Para o filósofo Edgar Morin, a felicidade é frágil, complexa, uma busca contínua e depende de uma multiplicidade de condições. Por isso, devemos favorecer os elementos que permitam uma vida poética, buscando o que nos faz florescer, amar e nos comunicar. A felicidade talvez seja uma das virtudes mais poéticas. Nós nos sentimos bem e fazemos os outros sentirem-se bem quando estamos felizes. É uma virtude que está, inexoravelmente, no nosso percurso de vida, nos nossos objetivos e

projetos para vivermos em paz e com dignidade. É poética porque está nas nossas imaginações, fantasias e desejos de criarmos uma felicidade perene. Por introduzir mais poeticidade na nossa consciência, ela pode nos levar a possibilidades e percepções complexas, efêmeras, intermitentes e fragmentadas de felicidade. Também nos proporciona encontros com a felicidade zen, silenciosa, duradoura e sólida. A felicidade é o grande tesouro perdido da humanidade. Por isso, vivemos uma grande bus-

“A felicidade talvez seja uma das virtudes mais poéticas. Nós nos sentimos bem e fazemos os outros sentirem-se bem quando estamos felizes” edição 02 / ano 01

OM POESIA * por Paulo Sergio Barros

ca: como náufragos buscando ilhas de felicidade; como utópicos que creem que ela está em tudo e em qualquer lugar; ou como aqueles que a constroem em cada pensamento, ação, relação e ação cotidianos, sabendo que vivem em um momento de transição, de cultivo para colherem um futuro feliz. Seja como for, para alguns de nós é uma complexa busca que se reflete na nossa compreensão da virtude, e reverbera em frases do senso comum e de canções populares: A felicidade é zen, ninguém compra, ninguém rouba

nem vende a ninguém; A felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes; A felicidade está dentro de nós; Tristeza não tem fim, felicidade sim.... Isso nos leva a pensar sobre a natureza diversa dessa procura que para uns é cansativa, para outros vã. Há os que a buscam cheios de fé e esperança e, aqueles poucos – que por seu exemplo de vida - não duvidamos que são felizes. As concepções, experiências e ideias geralmente aceitas sobre a felicidade neste momento de quase vazio de virtudes no qual vivemos, sinalizam

as múltiplas formas de buscá-la. É uma virtude que se apresenta com muitas facetas e com distintas rotas para a sua fonte. Assemelha-se a algo efêmero, incerto, ilusório, pois a felicidade está condicionada a uma variedade complexa de condições, quase todas (ou todas) frágeis, tênues, algumas vãs: expectativas, relacionamentos, posses, encanto pelas virtudes e atributos dos outros, pela possibilidade de sucesso, riqueza, fama etc. Estes são aspectos coadjuvantes (não determinantes de uma felicidade perdurável) que nos

dão fragmentos de felicidade que ilusoriamente preenchem os espaços do vazio humano. Muitos de nós tivemos/temos os mesmos entendimentos e fizemos/fazemos as mesmas buscas. O que precisamos fazer é agregar às nossas experiências e buscas o foco em uma fonte de felicidade incógnita, acessível e duradoura: o silêncio mental, a apreciação espiritual do ser (pensamentos, sentimentos, relacionamentos, ações). Uma vez trilhando o caminho dessa fonte, estaremos nos conectando a uma riqueza infinita

“A felicidade duradoura é o retorno do que pensamos, falamos, sentimos, fazemos e das relações com pessoas, demais seres vivos e a natureza” edição 02 / ano 01

OM POESIA * por Paulo Sergio Barros

e exclusivamente nossa, e a felicidade pode ser experimentada em qualquer lugar, momento e circunstância. Criaremos experiências apreciáveis e imperecedouras. Vivemos em um momento seminal, de confluência, de travessia, de desejo por reexperimentar o tesouro perdido da felicidade pessoal e social. É tempo de tomarmos consciência das nossas faltas, dos nossos vazios e da necessidade de preenchê-los, não com qualquer coisa-desejo-ação, mas com algo original-pessoal-poderoso: as virtudes. Daí o recurso à espiritualidade, ou seja, ao silêncio interior, à paz mental, ao conhecimento de nossas potencialidades 68

para desenvolvermos poder sobre nossos pensamentos, desejos e atitudes. Há diversos caminhos/ técnicas para buscarmos uma felicidade duradoura. A meditação Raja Yoga ensinada pelos Brahma Kumaris é um meio que nos revela experiências efetivas, estáveis e surpreendentes de felicidade. É um conhecimento que nos ensina a entender, a lidar e a influenciar positivamente os nossos pensamentos, sentimentos, comunicação, relacionamentos, ações e conexões conosco, com os demais e com a natureza. Instrui-nos a conhecermo-nos, aceitarmo-nos, criarmos objetivos sólidos e a não sucumbirmos face

Paulo Barros é educador, escritor e professor da Brahma Kumaris em Fortaleza-CE.

às tempestades de maus sentimentos, ao mar de informações, à atmosfera de medos e demais mazelas do mundo. A meditação nos faz criar pontes entre as ilhas de felicidade e construir um campo fértil, sólido e seguro para nossas vidas. Exige de nós a paciência, o cuidado e a perspicácia de um arqueólogo para encontrar o que tem certeza que existe no solo e para surpreender-se com o inesperado. Demanda empenho com determinação e coragem! A felicidade duradoura é o retorno do que pensamos, falamos, sentimos, fazemos e das relações com pessoas, demais seres vivos

e a natureza. É consequência da forma positiva como construímos e usamos nossas posses materiais e nossas habilidades intelectuais. Advém da consciência tolerante e humilde para respeitarmos e aprendermos com a diversidade de pessoas e culturas; da nossa sensibilidade para amarmos a simplicidade e a generosidade da natureza; da disponibilidade para compartilharmos o nosso tempo e talento com outros. A felicidade, nesse sentido, é forte, ativa e transformadora, pois advém da espiritualidade. Causa um impacto socioambiental, pois influencia positivamente todos e tudo que estiver no nosso entorno. * edição 02 / ano 01

ESPAÇO OM *

FELICIDADE {em 10 passos}

A maneira fácil de tornar cada dia feliz. Adaptação de uma publicação da Brahma Kumaris Portugal Uma mudança para a felicidade Agora é o momento de mudar. Este é um momento muito significativo. Estou em um ponto limite da minha vida, na alvorada deste novo dia, perguntando-me para onde ir. Agora é o momento de decidir. Este é o momento em que cada pensamento claro e cada ação positiva podem encaminhar a minha vida para um dia inteiro de felicidade. Hoje é o dia para trazer tal transformação. Se eu pudesse planejar um dia perfeito, um dia especial e sereno, esse dia seria um dia belo e feliz.

{01} DESPERTANDO

Quando os meus olhos e a minha consciência se abrem, escolho a tranquilidade. Em vez de vaguear durante o dia e andar ao sabor dos acontecimentos, decido começar o dia a partir de um ponto de serenidade e ligar-me à Fonte de Poder, o Supremo, que ouve as minhas esperanças e me dá energia e força suficientes para lidar com todas as escolhas, desafios e prazeres do dia à minha frente.

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ESPAÇO OM *

{02} FAZENDO UM PLANO

Começo a manhã criando um plano para o dia- um plano tranquilo e preenchido de propósito, que trará felicidade. Comprometome comigo mesmo a ser feliz hoje, a observar o que é alegre no caminho da minha vida e a pensar sobre a felicidade que posso oferecer aos outros nas minhas tarefas diárias. Ao fazer este plano, manterei também a minha mente aberta para aceitar as mudanças que possam acontecer - inclusive aborrecimentos - e estarei preparado para enxergar o bem em tudo o que acontecer. Se eu diminuir as minhas expectativas, aumentarei as minhas oportunidades de ter um dia completamente contente.

O alimento influencia a minha saúde, a minha energia, o meu humor e até as minhas ações. Então, viver um dia completo e saudável significa cuidar da qualidade do alimento que ingiro. Que eu crie um momento para agradecer, antes de me alimentar. Sei que muitos não têm o suficiente para comer hoje. Para mim, há sempre o suficiente e por isso eu agradeço. Com tais pensamentos de gratidão eu alimento também a alma. E então, compartilho o que tenho.

{03} NUTRINDO O MEU CORPO

edição 02 01 / ano 01

ESPAÇO OM *

{04} ESTUDANDO Parte do meu dia ideal inclui aprender. Estudarei, aprenderei algo que não sabia antes e compreenderei algo novo. Assim, amplio a minha mente e satisfaço à sede de aprender. Quando mantenho a minha mente ativa, alimento o meu sentido de realização e contentamento.

{05} APRECIANDO A NATUREZA Em algum momento desse dia especial, levarei a minha mente até a Natureza. Caminharei ao ar livre e apreciarei a beleza de alguma árvore frondosa ou de uma pequenina flor fragrante. Apreciarei também a luz do sol que nos preenche de vida, as gotas de chuva que purificam ou o vento que refresca. Terei consideração pelo planeta que me acolhe e sustenta. O mundo inteiro é o meu lar, irei trata-lo com o respeito que tenho pelo meu próprio lar.

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ESPAÇO OM *

{06} COMEÇANDO O TRABALHO Seja qual for o meu trabalho e onde quer que eu trabalhe, hoje desempenharei o meu pequeno papel alegremente. Assim mantenho girando as rodas e engrenagens da vida. Manterei a minha mente focada em desfrutar da oportunidade que cada atividade traz. Quando termino uma tarefa, dou atenção aos outros, aprecio a oportunidade de agir. Aprecio também o sentido de propósito e estima que o trabalho me traz. Preciso estar atento para criar intervalos de paz entre as tarefas, criando momentos tranquilos.

{07} INTERAGINDO COM OS OUTROS

Estou consciente de que as outras pessoas podem perturbar o meu sentido de equilíbrio, por isso permanecerei firmemente enraizado nas minhas próprias crenças hoje, sem julgar os outros nem comparar o seu comportamento. Não irei desperdiçar os meus pensamentos em preocupações sobre o que possam pensar de mim. Respeitarei cada pessoa que eu encontrar, considerando que, assim como eu tenho boas intenções e esperanças elevadas, elas também o têm. Cada pessoa está fazendo o melhor que pode.

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ESPAÇO OM *

{08} FAZENDO UM PLANO

Ao longo do dia, de vez em quando, verifico-me internamente. Sento-me tranquilo e observo a mim mesmo. Serei firme comigo mesmo ao perceber que não estou aproveitando adequadamente as oportunidades de aprendizagem que a vida está me dando nesse dia. Mas manterei gentileza para comigo mesmo, congratulandome pelo que já consegui hoje. Tais conversas internas e reflexões são a fundação de um dia feliz. Que eu possa tirar pelo menos um minuto para ajustar os meus pensamentos e sentimentos. Não permitirei que coisas pequenas se tornem grandes preocupações e, serenamente, usando o poder da minha sabedoria interna, farei com que grandes coisas se reduzam a algo com o que eu possa lidar. Renunciarei a arrogância e a auto desconsideração. Uma reflexão serena sempre me ajuda a voltar ao meu verdadeiro eu.

{09} LEMBRANDO DE DEUS Durante todo o meu dia perfeito, me manterei consciente do Criador. Consciente e grato. Manterei uma conexão com O Supremo e isso me permitirá manter tranquilidade e invocar sabedoria ou paciência, coragem ou compaixão, o que quer que eu precise, Ele me dará em abundância. E, ao longo do dia, eu agradecerei.

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ESPAÇO OM *

E assim, as horas vitoriosas de um dia bem vivido, preenchido de propósito e atividade, mas com intervalos ricos em paz e tranquilidade, chegam ao fim. Com uma mente clara e tranquila, e um coração leve, que eu possa fechar os meus olhos e concluir este meu dia perfeito, feliz. Desprendo-me com gratidão e com o conhecimento certo de que, tão certo como o sol nascer, eu posso ter amanhã outro dia perfeito, feliz.

{10} CONCLUINDO O DIA

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OM PENSE VERDE * por Sandra Smith

A definição de felicidade passa por um espectro amplo de atributos a depender da subjetividade de quem a esteja conceituando. No entanto, aliado à ideia de propósito, o conceito de felicidade está vinculado à concretização de ideais de liberdade, paz, igualdade, justiça, fraternidade e respeito, nos diversos cantos do mundo. Internamente, a felicidade é um estado de espírito alcançado através de um mergulho interior que ninguém pode fazer por você. É perceber seu propósito diante da fugaz existência humana, eternizada pela imortalidade da Alma. É próprio da felicidade se expandir, por não caber em si. As-

sim, ao mesmo tempo que ela nasce da introspecção e solitude, a fim de que este estado de graça se torne constante, gerando o que chamamos de contentamento, ela também nos convida ao desafio do encontro com o outro. E quem é o outro? Tudo e todos com quem nos relacionamos. É o espelho no qual refletimos nossa imagem, revelando o estágio que nos encontramos. É o GPS a indicar os caminhos a serem percorridos, os ajustes de rotas necessários, as dicas para decisões a serem tomadas. Eu me enxergo no desafio da convivência. edição 02 / ano 01

No entanto, apenas o relacionamento com Deus, a Alma Suprema, é capaz de revelar meu ser genuíno em sua integridade. Trata-se de um espelho que revela nossa identidade verdadeira, proporcionando entendimento, compreensão e discernimento. A felicidade é fruto de uma atitude interna, mas comprometer-se a compartilhar sua felicidade interna com o mundo é conectar-se com seu propósito. É adotar uma atitude responsável diante da vida, conscientizando-se a respeito da medida que influencio ou sou influenciada pelas circunstâncias. 84

Optar pela cegueira é condenar-se a uma alegria superficial e fugaz, que nos leva à acomodação, justificada na culpa do outro pelo que me entristece. Assim, abro mão da minha própria capacidade de ser feliz. Ao nos desimplicarmos, negamos a possibilidade de criar nossa própria realidade e colocamo-nos no lugar de vítima das circunstâncias. Consequentemente perdemos a oportunidade de escrever nossa própria história e exercitarmos com responsabilidade nossa condição de seres livres.

Neste ponto vale a pena refletir sobre a ‘feliz cidade’ que queremos. Cabe um passo de coragem para acabarmos com a cegueira que nos impede de ver aquilo que nos convida ao desafio de nos aperfeiçoarmos e construirmos um mundo melhor. Uma cidade feliz concretiza-se num espaço ocupado de forma ordenada onde se constroem relações sustentáveis do ponto de vista social e ambiental. Há uma relação harmoniosa com os elementos da Natureza pautada no respeito ao seu tempo e limite.

O medo e insegurança não encontram espaço, pois as relações sociais justas sustentam-se numa visão de irmandade e trocas fraternas, onde há clareza do bem comum a ser seguido, através de uma economia solidária e inclusiva. A cooperação é uma premissa, onde o respeito à diversidade faz emergir a beleza das especialidades de cada um na confluência que gera união e força para a transformação de um mundo de paz. Enfim, uma cidade feliz revela-se num ambiente no qual vivemos em equilíbrio, a partir de nossa identidade verdadeira e original, através de pensamentos, palavras e atitudes preenchidas de virtudes e

OM PENSE VERDE * por Sandra Smith

conscientes de nosso propósito. A sustentabilidade da feliz cidade está em empenhar-se na busca contínua do aperfeiçoamento. Ancorada na minha felicidade interior genuína, encontro entusiasmo para transformação do mundo que desejo construir, assumindo meu papel de protagonismo na peça da vida. Este mergulho interior requer uma entrega verdadeira a ponto de tornar constante meu estado feliz de espírito, gerando o contentamento capaz de influenciar o meio do qual faço parte. Caso contrário, a felicidade não se sustenta, e a vida será experimentada como uma montanha russa, com seus altos e bai-

xos. Se as condições são boas, tudo caminha de acordo, porém se algo dá errado, oscilo conforme as circunstâncias. A tristeza é um afastamento de minha verdadeira identidade. O pensamento equivocado de que sou um corpo, me ilude, me tornando influenciada pelos vícios da arrogância, orgulho e egoísmo. Leva-me a enxergar o mundo sob o prisma limitado e instável da matéria, perdendo a profundida da percepção espiritual do todo. Se a minha felicidade for pautada na consciência de que sou

uma alma, ela adquire a estabilidade necessária para me tornar uma pessoa plena e compartilhar a alegria de viver ao meu redor. Ao invés de oscilar com as circunstâncias da vida, possuo as rédeas da vida nas minhas próprias mãos, possuo a autossoberania do meu reino interior, e sou capaz de influenciar positivamente o ambiente ao meu redor. Assim crio um processo que se retroalimeta, pois à medida que dou alegria, recebo alegria, e o milagre da transformação acontece. Isto gera um senso de dever cumprido que se renova a cada dia, dando sentido à vida e clareza da meta a ser seguida. Despertar esta consciência em mim é em si uma forma de inspirar os outros neste mesmo processo. É dar meu dedo de cooperação

para construção de uma cidade sustentável onde as relações com o outro, com os elementos da natureza e todas as formas vivas são pautadas numa relação de equilíbrio, harmonia e união. *

Sandra Smith é advogada e praticante de meditação na Brahma Kumaris.

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OM DROPS DE SABEDORIA * por Ken O’Donnell

A FELICIDADE É O MELHOR ALIMENTO Texto retirado do livro “Reflexões para uma Vida Plena”, de Ken O’Donnell, da Editora Brahma Kumaris

Para criar e manter uma disposição feliz, preciso saber ser positivo. Isso não quer dizer andar com a cabeça nas nuvens, achando que tudo é maravilhoso. Enquanto vejo as diversas situações, boas e más, preciso manter a equanimidade. A feiúra não me torna feio nem a tristeza me faz triste; os sucessos não preenchem a mente nem os fracassos me arrasam. Se é assim, a vida 88

não se alterna entre grandes expectativas e grandes decepções. Os altos transitórios de alegria, pagos por baixos de depressão na montanha-russa existencial, só levam ao desgaste. O cansaço, o tédio e a solidão são sintomas da incapacidade de extrair felicidade do que é simples. A insatisfação nasce da falta de aproveitamento do que nós já temos.

Clique na imagem abaixo para ver um vídeo de Ken O’Donnell falando sobre felicidade

ALGUMAS DICAS: 1- Observe suas especialidades e as dos outros e encoraje-os conscientemente. 2- Aproveite os momentos em que você está só para acessar seu próprio fundo interior de felicidade. 3- Lembre que o sucesso é uma combinação de entusiasmo e determinação. 4- Se você for divertido, tudo poderá ser também.

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OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixão

“Cozinhalidade” Há alguns anos, descobri que a felicidade está na doação. Quando doamos nosso tempo, energia, pensamentos e ações com “alma”, o fruto instantâneo é a felicidade. A minha vida espiritual foi despertada em um centro da Brahma Kumaris, mas foi em um centro que além de suas atividades de aulas, palestras e meditação, recebe pessoas nos fins de semana 90

para imersão espiritual, em forma de retiro. Lá tive minhas primeiras experiências em doar, sem me perguntar o porquê... era tudo muito natural. Recebia as pessoas, sorria, conversava, carregava suas malas, orientava quanto a rotina do centro, colocava mesa, lavava prato, arrumava... e no final do dia o que sentia era meu coração transbordante.

Pouco tempo depois tive a oportunidade de acompanhar as “cozinheiras” que faziam maravilhas, com ingredientes diferentes, pois a alimentação lá é vegetariana... tudo era novo para mim. Me encantei, assim como todos que experimentavam aquele misto de sabor, cheiro e amor. Foi aí que descobri que além dos temperos,

especiarias, haviam ingredientes secretos. De vez em quando abriam as panelas e colocavam uma pitada, em forma de visão pura, de amor, em outro momento um punhado de paz, paciência, benevolência... Quanto mais comia aquela comida me sentia mais acalentada, querida e amada. Foi então, que de observadora, doei minhas mãos e edição 02 / ano 01

OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixão

mente para esse serviço. Ouvi essa frase, confiei e segui: “Deixe que as mãos façam o serviço e o coração conectado com o Pai”. Cozinho. Cozinho com felicidade. Cozinho com simplicidade. Cozinho com paz. Cozinho assim, mas isso não significa que eu não sole um bolo, ou que o feijão sempre

VAMOS EXERCITAR?

fique delicioso, mas a maravilha é manter a felicidade diante das cenas, enxergar o lado bom e aprender com elas. O que diria para alguém que pensa: “eu não gosto de cozinhar” ou “eu não sou capaz de cozinhar”? Permita-se experimentar essa felicidade. Vá, entre nesse lugar mágico e sagrado chama-

BOLO VEGANO DE COCO Misture, com muito amor, todos os ingredientes em uma vasilha, despeje na assadeira untada com óleo e farinha de trigo. Ponha no forno pré-aquecido a 180 graus, por mais ou menos 30 minutos. Prontinho. Fácil e delicioso.

do cozinha. Limpe a bancada, os utensílios, enquanto limpa seus pensamentos e sentimentos. Deixe tudo brilhando. Sua mente limpa cria espaço para que Deus atue. Deixe Ele agir e quando menos esperar a criatividade e o entusiasmo tomará conta de você e assim, passo a passo, fará maravilhas. *

Ana Paula Paixão é designer, coordenadora do grupo jovem da BK no Nordeste, professora de meditação Raja Yoga e encantada com a natureza.

4 xícaras (de chá) de farinha de trigo branca 1 xícara de coco ralado 1 ½ xícara (de chá) de açúcar demerara 1 xícara (de chá) de óleo 2 xícaras (de chá) de leite de coco ½ colher (de chá) de sal 2 colheres (de sopa) de vinagre branco 2 colheres (de sopa) de fermento químico em pó edição 02 / ano 01

MEDITAÇÕES OM LINE * por luciana ferraz

Felicidade e Contentamento

Luciana Ferraz é socióloga, coordenadora da Brahma Kumaris no Brasil, tem mais 40 anos de prática de meditação Raja Yoga, ministra palestras em muitos países e é membro do comitê internacional de Meio Ambiente da BK.

Não há melhor alimento que a felicidade Não há tesouro maior A felicidade interna será sempre visível Os olhos, a face Conceda felicidade, receba felicidade Pensamentos poderosos, elevados Palavras e atitudes elevadas Proporcionam a felicidade constante Às vezes você experimenta dificuldade Mas a felicidade estará sempre presente Grandes almas transmitem felicidade Através de todas as interações Quanto mais você compartilha e distribui aos outros Esse tesouro de felicidade, mais ele crescerá E as bênçãos surgirão Transforme a tristeza deste mundo...

Meditação retirada do CD de meditação orientada “Sementes de Amor”, de Luciana Ferraz, da Editora Brahma Kumaris (faixa 03) Clique no ícone abaixo para ouvir a meditação completa

Clique na imagem na tela do tablet para ver o vídeo de apresentação da Editora Brahma Kumaris

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OM line é uma revista digital para quem almeja restaurar o equilíbrio interno.

Uma publicação da Brahma Kumaris Brasil brahmakumaris.org.br/revista 96