7 minute read
entrevista
from BlueAuto#53
by Blueauto
FRANCISCO GERALDES
ADMINISTRADOR – ASTARA PORTUGAL
Advertisement
(DISTRIBUIDOR NACIONAL DOS SUV ELÉTRICOS AIWAYS)
Primeira marca chinesa de automóveis elétricos a introduzir os seus produtos na Europa, a Aiways passa agora a estar disponível também no mercado português, com a estreia nacional deste fornecedor de mobilidade pessoal com sede mundial em Xangai e europeia em Munique a ser feita com o modelo SUV Aiways U5, aqui apresentado. E com a distribuição em Portugal a cargo da Astara (anterior Bergé Auto), grupo automóvel que acrescenta assim os veículos elétricos Aiways à representação nacional das marcas Fuso, Isuzu, Kia, Maxus, Mitsubishi e Piaggio Commercial, assegurando a estrutura de vendas e de assistência em todo o país.
Porquê a aposta da Astara na venda e distribuição da marca Aiways? E qual a importância desta marca em termos de portfolio do Grupo Astara, do qual fazem parte marcas de renome como a Mitsubishi e a Kia?
A Aiways nasceu com um propósito que apresenta grande paralelo com o da Astara, que é o de promover a mobilidade sustentável, com forte incorporação tecnológica e digital. Trata-se de uma marca que consolidou a sua base tecnológica e de engenharia até se ter tornado a primeira start-up chinesa a lançar um SUV elétrico no mercado europeu. É uma marca posicionada no nosso tempo e com uma consciência clara da relação das novas gerações de consumidores com a mobilidade. Esta nova relação com o automóvel vai ao encontro do ecossistema de mobilidade que a Astara está a implementar nos países em que se encontra presente, incluindo Portugal.
Num mercado já muito competitivo e em grande crescimento como é o dos veículos 100% elétricos, em que se distinguem da concorrência os produtos Aiways?
Desde logo e em primeiro lugar o facto de pertencerem a uma marca “nativa elétrica”. E isto faz toda a diferença. Desde que foi fundada, em 2017, até ao lançamento do seu primeiro modelo, cerca de 3 anos depois, a Aiways focou-se no desenvolvimento de uma plataforma própria e inovadora na indústria, assim como na engenharia e em toda a eletrónica da motorização elétrica, a qual apresenta uma densidade de potência que passou rapidamente a referência no mercado. Tão ou mais importante, a Aiways aprofundou a sua parceria com a CATL, um dos maiores produtores mundiais de baterias, que lhe permite oferecer uma estrutura de bateria cujo sistema, patenteado internacionalmente, oferece novos níveis de segurança e de autonomia. Ao nível da utilização e interação com o condutor, o Aiways U5, e outros que se seguirão, apresenta altos níveis de conectividade e inteligência artificial, nunca antes disponibilizados num veículo desta classe e com este nível de preço.
Será o preço um dos fatores distintivos? A que nível de preço será comercializado o U5, o primeiro modelo da marca no nosso país? Já pode ser encomendado?
O Aiways U5 já pode ser encomendado e surge no nosso país por €34.990 + IVA, no caso dos clientes particulares, havendo ainda um preço especial para empresas de €30.990 + IVA. Ambos os valores incluem uma campanha de lançamento que preparámos especialmente para o nosso mercado. Destaco que o Aiways U5 é comercializado em Portugal exclusivamente na versão Prime, o topo em acabamentos e equipamento, o que o coloca num nível de competitividade sem paralelo em Portugal.
Alguns consumidores ainda associam os produtos “made in China” a baixo preço e qualidade inferior. Sabendo a importância da imagem de marca, como se pode contrariar esse preconceito, que no caso da indústria automóvel faz ainda menos sentido já que muitos veículos elétricos – inclusive do segmento “premium” – são produzidos no mercado chinês?
A Aiways é uma marca em robusta afirmação ao nível global, nomeadamente na Europa, onde disponibiliza o SUV U5 em dez mercados – Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia e Suíça – para além de Israel, estando já marcada a sua entrada em novos mercados ao longo dos próximos 11 meses. Nesse caminho, a Aiways tem argumentos muito próprios e diferenciadores, como sejam a estratégia de produto inédita e que tem como valores a tecnologia, a eletrificação e a digitalização. E também a confiança: recordo, a propósito, que o U5 é disponibilizado com uma garantia de fábrica geral de 5 anos/150.000 km e de 8 anos/150.000 para as baterias.
Nalguns dos mercados europeus onde os automóveis Aiways já são distribuídos a comercialização é – ao que julgamos saber – feita exclusivamente online, enquanto noutros existe uma rede tradicional de distribuição. Qual será o modelo de comercialização em Portugal?
Em Portugal, o U5 vai beneficiar da experiência e da estrutura da Astara, que desenvolveu um modelo de agência, com base na extensa rede de concessionários das suas marcas em todo o Continente e Regiões Autónomas. Este modelo de venda será fortemente ancorado nas plataformas de comunicação digital que o grupo já detém em Portugal. Para além disso, a Astara, que representa em Portugal um total de 7 marcas com a respetiva rede de assistência, assegura igualmente todo o após-venda da Aiways.
No caso dos modelos elétricos Aiways, em que consiste o conceito de ecossistema de mobilidade associado ao Grupo Astara?
Os modelos da Aiways representam o ideal da tecnologia de ponta e da digitalização ao serviço da mobilidade sustentável. São, por isso, uma adição certa ao caminho de inovação da Astara. A empresa tem uma estratégia que passa pela implementação de uma vasta gama de produtos e serviços focados na mobilidade, tais como propriedade, subscrição, B2B/B2C e novos canais, suportada por uma plataforma digital desenvolvida internamente
e que permite a interação com o cliente ao longo das diversas fases da experiência de propriedade. A Aiways integra esse ecossistema enquanto marca da Astara.
Para um grupo automóvel apostar desde já numa marca de modelos exclusivamente elétricos é porque as perspetivas só podem ser positivas... Como analisa o espetacular crescimento do share dos carros elétricos nas vendas de automóveis novos? E como prevê que poderá ser a sua evolução no futuro imediato?
As vendas de veículos elétricos em 2021, com um crescimento de BEV de cerca de 70%, dizem-nos que os utilizadores aderiram à mobilidade elétrica. Por um lado, venceram alguns “mitos”, nomeadamente o da “ansiedade da autonomia”, mas também porque se renderam à agradabilidade de condução de um elétrico. O contexto geral, com uma consciencialização cada vez maior para as alterações climáticas, foi e continuará a ser um fator decisivo para que os consumidores encarem os veículos elétricos como uma escolha sustentável. Sublinho, no entanto, que o País precisa de acelerar a transformação no que diz respeito à infraestrutura e às soluções de carregamento, sob pena de criar entropias ao crescimento dessa mobilidade sustentável.
No sentido inverso, o que pode significar para uma empresa que comercializa automóveis o decréscimo acentuado registado nos últimos tempos nas vendas das motorizações diesel? Um efeito do que aconteceu nos últimos 2 anos, ou uma real tendência de mercado que se irá manter?
Consideramos que continua a haver espaço e lugar para todos os tipos de motorizações e combustíveis, consoante as necessidades de utilização dos nossos clientes. Há um decréscimo natural dos Diesel, até pelo peso dominante que tinham, mas compensada com a oferta de várias outras soluções e tecnologias.
Em seu entender, o que será preciso para motivar mais consumidores a aderirem desde já à mobilidade elétrica? Para muitos deles, a rede de carregamento é ainda um problema. Está previsto propor ao cliente que compre um modelo Aiways algum tipo de solução destinada a facilitar/simplificar o processo de recarga?
Estamos a fazer um esforço para ajudar os nossos consumidores a encontrar as melhores soluções para a sua utilização que por vezes ainda desconhecem. A Astara está a desenvolver conversações com vários parceiros, contando criar soluções de carregamento para os clientes das suas marcas.
Ao U5 irá juntar-se, no final deste ano, o SUV-Coupé Aiways U6.
O próximo lançamento no nosso mercado vai ser o já anunciado SUV-coupé U6. Quais são as principais características deste segundo modelo a integrar a gama Aiways? Quando estará disponível?
O U6 será um SUV Coupé com forte aposta no design e nas características de eficiência dinâmica. A sua carroçaria será 52 mm mais comprida que a do U5 e a aparência mais desportiva. Beneficia da patenteada estrutura em sanduíche da bateria, o que permite antever elevados níveis de rendimento. A sua chegada está prevista para final de 2022.
Também já revelada foi a ambição da marca de lançar na Europa um novo modelo por ano. Esse objetivo mantém-se, mesmo com o mercado automóvel globalmente afetado pela atual conjuntura (crise sanitária, escassez de matéria-prima, dificuldades logísticas)?
A Aiways mantém o seu plano estratégico: a partir do início das vendas do U6 SUV-Coupé, irá lançar um novo veículo elétrico por ano na Europa.
U5, U6... A gama Aiways vai contar exclusivamente com modelos SUVs elétricos, ou não necessariamente?
A Aiways está, como qualquer fabricante, atenta às tendências do mercado. Tem gabinetes técnicos e de design prontos para todos os novos desenvolvimentos, assim como uma estrutura industrial de grande capacidade. As possibilidades são várias. l