Khalilah
Wisp: Espécie única entre os veleiros. Descubra os motivos!
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História: Xarifa, um barco de 1927 resistente ao tempo
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40
16 Editorial
36 Exclusive
•Piaget, a relojoaria e joalheria do Globo de Ouro
•O “carro artístico” de Laurence Gartel; • 0 relógio de diamante de Audemars
Piguet
•
38 Luxury
As mobílias de grandes designers
40 Especial Lifestyle
Milan Week Design e Salone
50 Best of the Best
A exclusiva Ferrari Sergio
56 Khalilah
O primeiro modelo Super Sport da Palmer Johnson
72 Wisp
Um veleiro diferente dos outros
84 Illusion
O iate da Benetti que é uma declaração de estilo
98 Sister
Dois barcos quase gêmeos, com 30 anos de diferença
Xarifa
Um barco que atravessou oseu tempo
118 Nacional
As praias calmas e águas mornas de Prado, BA
130
108
130 Estilo
Campanha Dolce & Gabbana
144 Gourmet
O saboroso buffet de brunch do Biltmore Hotel, na Flórida
Rua Helena, nº 280, 5º andar
Vila Olímpia, São Paulo, SP – Brasil – CEP: 04552-050
tel: +55 (11) 3846 2364
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Edição 81 • dezembro/janeiro 2023
Publisher Caio Marcio Lopes Ambrosio
DiretorDeProDução Gabriel Moredo Ambrosio
Diretor De reDação Caio Ambrosio
Diretora De arte Júlia Melo
Designers Bárbara Ligia e Lygia Pecora
colaboraram nesta eDição Textos: Cecile Gauert, Marilyn Mower, Stewart Campbell e Tim Thomas. Fotos: Carlos Baroncini, Cory Silker Kos Pictures e Mike Burns
BOAT INTERNATIONAL MEDIA LTD
First Floor, 41-47 Hartfield Road, London, SW19 3RQ, UK.
tel: +44 (0)20 8545 9330
general fax: +44 (0)20 8545 9333 • editorial fax: +44 (0)20 8545 9399
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Publisher & ceo Tony Harris
Publishing Director Tony Euden
commercial Director Victoria Lister
eDitor boat international Tim Thomas
eDitorial Director usa Marilyn Mower
sales Director Jeremy Roche
account managers
germany, eastern meD & eastern euroPe Nick Dawes
uK, benelux & scanDinavia Brian Lynch
italy & sPain Luca Vasile
france & monaco Lionel Richard usa Ben Farnborough
Stacy Allen
Kimberly Gonzales
Marc Welch
marKeting oPerations manager Louise Close
aDvertisement ProDuction - lonDon Lisa Kennett
Boat International • ShowBoats International
Boat International Russia •Meer & Yachten • Mer & Bateaux • Dockwalk
por Andrea FunaroA Piaget foi a relojoaria e joalheria escolhida para o Globo de Ouro. Jessica Chastain, nomeada como melhor atriz coadjuvante pelo filme ‘The Most Violent Year’, pisou no tapete vermelho com diamantes da Piaget para o evento de domingo a noite.
A atriz simbolizou um clássico de Hollywood com os brincos Piaget Limelight Couture Précieuse, trabalhados em ouro branco e diamantes, junto com um relógio Piaget Limelight com bracelete também em ouro branco e diamantes.
brincos em ouro branco de 18 quilates com 194 diamantes em corte brilhante de 13.10 quilates.
relógio em ouro branco de 18 quilates. Caixa, mostrador e bracelete integrados com 74 diamantes em corte brilhante, de 1.9 quilate, e 233 diamantes em corte quadrado de 35.1 quilates.
Bernard Lackner, CEO do hotel Fisher Island Club, recebeu Laurence Gartel para a apresentação do mais novo “carro artístico”. A peça foi criada exclusivamente para Fisher Island Club. Gartel, que ensinou Andy Warhol a usar o computador em 1980, é conhecido como "Pai da Arte Digital", por causa do seu trabalho pioneiro no movimento Art Digital. Nos últimos anos, Gartel já transformou Rolls Royce, Ferrari, Cadillac e, este ano, foi a vez da Mercedes-Benz fazer parte da sua coleção.
Audemars Piguet apresenta oDiamond Punk: um deslumbrante relógio que reflete perfeitamente as tradições e conhecimentos da manufatura Le Brassus. São
7.848 diamantes cravejados na peça, assim como neve. O magnífico bracelete geométrico é composto por 56 facetas piramidais fascinantes. A tampa discreta deslizante revela a beleza suave do mostrador, definido com 300 diamantes.
A mesa de centro e mesa lateral em tamanhos diferentes são excelentes soluções para móveis de reunião e áreas de salão. Cliffden é uma proposta contemporânea de forma equilibrada com uma estrutura em madeira de nogueira e estofados em couro.
A cadeira Jules expressa um equilíbrio de proporções e elegância formal. A concepção e construção de detalhes resultam em uma solução de conforto. Estrutura fina, estilo esbelto e acabamento wengè combinado com revestimentos de tecido.
Emile é a cômoda projetada com design curvilíneo, definido pela estrutura de contornos arredondados. O gabinete é proposto na laca new midnight blue.
Grandes grifes não medem esforços para deixar qualquer ambiente primoroso com itens de decoração
Há um gosto de ambientar que exprime o sentido da beleza e testemunha a fusão de criatividade e artesanato. É a partir desse gosto que os projetos se desenvolvem com minimalismo. Marcas de carros famosos e estilistas renomados agregam valores às peças criadas associadas a designers. O foco das grifes é de apresentar alguns produtos incríveis para embelezar o ambiente e tornar a sua casa um lugar de sonho. Além disso, elas oferecem aos clientes um mobiliário de transição feitos pelos melhores artesãos e designers de móveis exclusivamente contratados para certificarem-se da qualidade final. Resultando, assim, em móveis como poltronas, sofás, mesas de café e luminárias com uma excelência primorosa.
Design elegante. Embelezado por um elegante padrão em forma de diamante na parte interna, o banco abraça o
Giorgio Armani apresenta em colaboração de Jannelli & Volpi, a “Exclusive Wallcoverings Collection”: a primeira coleção de papel de parede que usa uma seleção de fundos preciosos e naturais, como seda, shantung e sisal.
Inspirado no formato das lanternas clássicas do Extremo Oriente e é feito totalmente a mão, seguindo as antigas técnicas de Murano.
Mesas pequenas, com ou sem gaveta. Feitas em madeira folheada, muito grossas. Disponível em carvalho castanho escovado, carvalho claro e marrom mogno
Para ser usado como um bar com moldura e portas fabricados em tecido Shagreen, interior de madeira e couro macio. Marfim com bases em ouro pálido.
Rigor formal e funcionalidade estética caminham ladoa-lado na cadeira Blixen. Confortável e envolvente, o assento é feito com pedaço de couro esticado com fivelas de metal, que é a referência dos acessórios do guarda-roupa de um homem.
Projetos de Thierry Lemaire em formato de gota, as mesas de centro e lateral possuem uma linha glamourosa. A personificação de uma rica qualidade e estética evocativa. A forma redonda da parte superior e da estrutura cilíndrica são adornados com sofisticadas peças metálicas que contrastam com a laca escovada brilhante da superfície.
Se você está procurando as novidades mais recentes e detalhadas sobre tudo o que está acontecendo em arquitetura, design e arte, em Milão, pode encontrar na Design Week, que acontece de 14 a 19 de abril. Grifes de luxo do mundo, tendências de design exclusivo, estilo de vida e, acima de tudo, uma cultura de luxo estarão presentes. As empresas e produtos apresentados são mais do que uma visão sobre as categorias exclusivas. O objetivo é fornecer as melhores informações sobre peças de mobiliário, arquitetura e projetos de design de interiores, lojas de design com o rótulo “Made in Italy”.
Milan Design week está avançando como um consultor de luxo global, um recurso essencial para todos os amantes da marca italiana. O grande destaque do evento é a inteligência de negócios de designers emergentes, que reúne tecnologias e marcas globais.
Para o Milan Design Week haverá a criação de instalações únicas e interativas, em Milão. “Teremos um projeto bem sucedido que requer mais do que estética agradável, ele precisa se conectar com os consumidores, falar com as suas aspirações e agradavelmente surpreendêlos. Esta instalação leva os visitantes através de um inesperado processo de descoberta que reflete perfeitamente a filosofia da Ford onde o design é uma jornada emocional orquestrada em torno do cliente”, afirmou Moray Callum, vice-presidente da Ford for Design. Há um gosto de viver e de ambientar que informa o sentido da beleza e testemunha a fusão de criatividade e artesanato. É a partir desse gosto que projetos se desenvolvem.
TENDÊNCIAS DE DESIGN
O Milan Design Week reúne as principais novidades sobre peças de mobiliário, arquitetura e projetos de design de interiores
Um coração simbólico de todo o projeto é o Pavilhão Italiano ou Palazzo Italia como é atraentemente chamado. Esta será a estrutura mais importante da Expo.
O projeto Italy Pavilion será desenvolvido pelos arquitetos Nemesi e Partners, e carrega o tema em torno da floresta urbana. Evocando o conceito artístico do “Berço da Itália”, criado por Marco Balich, o Palazzo Italia inspira-se na arquitetura natural. A trama ramificada da cobertura externa do edifício gera alternâncias de luz, sombra, efeitos cheios e vazios. O cenário criado no processo é, em grande parte, uma reminiscência de Art Land Works.
Vale a pena visitar a Árvore da Vida, com seus 37 metros de altura, que é refletida na água do Lago Arena central da Expo. Foi “plantado” um Cardo, ao longo de um eixo de 350 metros que liga o norte e o sul da feira, na frente do
pavilhão italiano. A Árvore da Vida foi criada por Orgoglio Brescia, um consórcio de empresas locais, e se encaixa perfeitamente dentro da grande metáfora do viveiro em que oconceito do Pavilhão Italiano é baseado. Além disso, será um ponto de referência durante os seis meses da exposição. O ambiente é perfeito para se reunir e relaxar. A diversão é garantida pelos efeitos especiais e de iluminação que trará vida à noite. É uma instalação interativa que serve como uma peça central para as atividades do Pavilhão Italiano.
TSG PARAGON, construtora com design de vanguarda na Flórida, anunciou o seu mais novo projeto inovador, Cassa Brickell. Esta será a segunda comunidade residencial da empresa desenvolvida em colaboração com o arquiteto de renome internacional Carlos Ponce de Leon.
Localizado em uma área conhecida como Triângulo Brickell, o residencial proporcionará aos residentes a simpatia de um bairro urbano, a sofisticação da vida no centro da cidade e uma sensação geral de comunidade integrada.
O edifício dispõe de um a três quartos, bem como penthouses e moradias no nível do solo e do ar. Os apartamentos do terceiro andar possuem amplos terraços em plano aberto projetados para acomodar um jardim, uma pequena piscina e outras amenidades.
Variando de 760 m², Cassa Brickell apresenta luxo atingível em um dos mais procurados bairros de Miami. Cada uma das unidades serão muito bem decoradas e apresentarão toques sofisticados e modernos, como as cozinhas italianas em aço inoxidável, eletrodomésticos Bosch e acessórios de grife, proporcionando uma sensação de conforto. Armários privilegiam o amplo espaço, enquanto grandes terraços oferecerem a oportunidade de apreciar a paisagem urbana ativa que rodeia a propriedade.
Miami ganhará um novo empreendimento residencial e comercial em Downtown. Trata-se do Paramount Miami Worldcenter, o segundo maior complexo dos Estados Unidos que reunirá 470 unidades residenciais e uma área de varejo de cerca de 70 mil m² ancorada pela Bloomingdale e Macy’s.
O projeto, desenhado pelo renomado arquiteto Elkus Manfredi – que assinou obras como Columbus Circus, Time Warner Center e World of Disney –, terá 213 metros de altura, 60 andares e área comum com muito verde. O espaço inspirado nas Cataratas do Iguaçu traz um engajamento entre a experiência urbana, o varejo, a comodidade de deslocamento e o apelo da natureza que trará cascatas, jardins e piscinas de borda infinita.
Outro ponto alto da construção será o skyview rooftop, um deck inspirado na forma de um iate italiano e que trará opções de amenidades e muito lazer. Bares, piscinas, restaurante e um lounge estarão à disposição dos moradores nos três últimos andares do empreendimento, que terá a proteção em vidro reforçando o visual que a torre oferece.
Serão 12 unidades por andar com opção de um, dois ou três dormitórios e metragem entre 130 e 300 m², com janelas do piso ao teto e pé direito de três metros. O edifício icônico, no coração de Miami, terá salas de estar ao ar livre e elevadores privativos. O Paramount Miami Worldcenter está localizado em frente à baía Biscayne.
Exuberante como qualquer Ferrari deve ser, omodelo Sergio, limitado em apenas seis unidades, foi pensado exclusivamente para homenagear o projetista Sergio Pininfarina
Por Andrea FunaroA Ferrari Sergio passa longe de ser apenas uma Ferrari. O modelo é o auge da exclusividade italiana: apenas seis unidades serão fabricadas. Embora a edição seja limitadíssima, os poucos exemplares já foram todos vendidos. O conceito foi inspirado em Sergio Pininfarina, falecido em julho de 2012, e os detalhes do carro são o ponto alto para fazer jus ao nome do projetista. Em seu interior, couro no painel, bancos com acabamento em Alcântara e contraste de costura vermelha e fibra de carbono nas guarnições. Reforçando o estilo esportivo, o volante é de base reta recebe e o emblema Sergio está cravado no painel de instrumentos.
O desempenho do superesportivo não foi deixado de lado pela montadora. Equipado com um motor 4.5 V8 de 605 cavalos de potência, a aceleração de 0 a 100km/h acontece em apenas três segundos. Mesmo tempo que o modelo 458, que emprestou sua plataforma para a Ferrari Sergio ganhar vida. Muita coisa mudou desde a concepção até a produção. O para-brisa e alguns erros de configuração foram ajustados. As proporções e a forma da carroceria perderam um pouco do drama no processo mas, sem nenhuma dúvida, o carro ainda é notável e atraente. A proposta (seguida a risca) foi traçada para remeter ao estilo das Ferraris Pininfarina dos anos 1960
Motor: V8
Cilindrada: 4.497 cm3
Diâmetro dos cilindros x Curso dos pistões:
94.0 x 81.0 mm
Válvulas: 32
Potência: CV a 9.000 rpm
Torque: 540 Nm a 6.000 rpm
Tração: traseira
Câmbio: Automático 7 marchas
Distância entre-eixos: 2.650 mm
Comprimento: 4.571 mm
Largura: 1.951 mm
Freios dianteiros: Ceramic (398 mm)
Freios traseiros: Ceramic (360 mm)
Pneus dianteiro: 245/35 R20
Pneus traseiro: 305/30 R20
Peso: 1.520 kg
Volume do porta-malas: 230 L
Direção: Rack and pinion
Hydraulic
Suspensão dianteira e traseira: Coil springs.
Aceleração 0 aos 100 km/h: 3s
Tanque de combustível: 86 litros
e 1970. Em particular, a barra transparente que liga os faróis lembra a Ferrari Dino.
Cada um dos seis modelos será diferente. Os carros foram configurados por seus donos, no estúdio Tailor Made, em Maranello. Os clientes foram chamados em sessões privadas para personalizar oautomóvel com seus gostos pessoais. O atelier oferece total liberdade de escolha de cores, materiais e acabamentos, garantindo a exclusividade do processo artesanal, que é adaptado à necessidade do proprietário.
A primeira Ferrari Sergio foi entregue a um comprador dos Emirados Árabes. O modelo recebeu uma frente familiar e detalhes em preto inspirados no conceito apresentado, no Salão de
Genebra. O carro também possui vidro traseiro negativo e entradas de ar integradas. Na traseira, a tampa ventilada sobre o motor traseiro chama a atenção, sem contar as lanternas circulares e um sistema de escape duplo.
Uma pintura bicolor foi aplicada no capô dianteiro e na parte traseira, que é equipada com as conhecidas saídas de ar circulares, vistas inclusive em outras criações passadas de Pininfarina. As rodas de liga leve são forjadas e feitas exclusivamente para o modelo.
O preço? Não há nenhuma definição oficial sobre os preços. A montadora não costuma divulgar as negociações, mas estima-se que um exemplar pode sair pela bagatela aproximada de R$11 milhões.
O superesportivo é equipado com motor 4.5 V8 de 605 cavalos e acelera de 0 a 100km/h em três segundos
IMPONENTE!
Ao lado: o costado apresenta dois grandes estabilizadores, amplas janelas e linhas ousadas; Abaixo: vista do solário de popa
O dourado iate de 161 metros Khalilah foi, sem dúvida, o mais comentado durante o Boat Show de Miami. Ele estava ancora-do em uma casa particular no Indian Creek Wa-terway, a poucos metros da feira, e não fazia parte do showcase de milhões de dólares. Mas a sua qualidade escultural abstrata, acabamento dourado e perolado com detalhes em metal e preto fizeram dele uma atração inevitável.
Na água, a SuperSport é elegante e esportiva, com uma longa proa terminando em uma curva ascendente. Acima, no deck, nada é revelado - ausência de tenders ou guindastes, sem âncoras ou guinchos. Apenas perceptível abaixo da superfície da água, quando o iate repousa no píer, é um detalhe do corta-ondas, concebido para separar a água.
Este barco em fibra de carbono exala o melhor do estilo automotivo com genes da Palmer Johnson. O sundeck se junta com o perfil do cas-
co e o para-brisa inclinado camufla o pilothouse em um arco que termina no convés principal, perto da popa. Não há superestrutura elevada, uma característica que o estaleiro tem evitado há muitos anos.
Visto da terra, o iate oferece uma perspectiva muito diferente e revela sua escala imponente (são 53 metros de altura, a partir da linha d’água). O deck principal da popa aproveita a parte mais larga do casco. Isso porque logo abaixo estão dois estabilizadores projetados para dar uma incomum estabilidade. Após uma olhada mais de perto, é possível verificar que essas abas possuem portas quase imperceptíveis construídas logo acima para permitir que a tripulação descarregue os tenders e outros brinquedinhos de água. Visto de dentro, eles ajudam a expandir o espaço de armazenamento de forma significativa. Duas garagens laterais,
uma com um mini posto de combustível, guardam um tender de 23 pés e três motos-aquáticas em espaços individuais protegidos por porta de vidro. Com pelo menos três funções diferentes, os estabilizadores são uma parte integrante do projeto e, mais notadamente, quando oiate está ancorado, contribuem em grande parte para a sensação de espaço a bordo.
O convés de popa dá a sensação de ser maior do que realmente é (nada que os 360 metros quadrados já não sejam o suficiente). Para potencializar esse efeito, no salão principal há o uso extensivo de vidro, o que abre vistas em todos os lugares que olhar. Sentado na área de refeição ou deitado sobre os grandes sunpads, você ainda pode desfrutar de vistas panorâmi -
cas. Painéis de vidro bloqueiam a ação do vento de forma eficaz, mas não interrompem a vista. A estrutura do costado também recebe grandes janelas panorâmicas. “Elas são maiores do que no barco de Steve Jobs [Feadship Venus]”, disse Timur Mohamed, dono do estaleiro.
Cada painel é encaixado sem batente, para não interromper a visão, por todo o nível do salão (22 pés x 7 pés). O estaleiro trabalhou com especialista em vidros da Nova Zelândia, Glasshape. Cada painel é feito com duas camadas de vidro laminado e uma camada intermediária de resina que refrata o calor. Com uma polegada de espessura, pesa mais de uma tonelada. “São as maiores janelas já instaladas em um superiate nos Estados Unidos”, disse Andrew Forrest, diretor da Glasshape na América do Norte.
Isso por si só ilustra o grau de esforço e inovação envolvidos nesta nova série. Ele vem sendo desenvolvido desde 2010, quando Mohamed recebeu um projeto que serviria como ponto de partida para um iate capaz de agitar as coisas no mundo conservador do iatismo. “A intenção do projeto tinha uma meta clara e corajosa desde o início: criar um superiate que não comprometesse a velocidade, eficiência, conforto e espaço. Uma vez decidido os elementos exteriores, juntamente com a nova forma do casco, o próximo passo foi trabalhar o design, tecnologia e desempenho”, disse.
Foram horas de pesquisa e desenvolvimento dos primeiros modelos de projeto, produzidos internamente.
“Foi um projeto de alto risco”, disse Mohamed, que admitiu gostar desse tipo de desafios. Um segundo casco, vendido no início deste ano, está em construção.
Com esse primeiro SuperSport, um iate de deslocamento total, capaz de atingir 30 nós, ele pode, de fato, ter alcançado seu objetivo. “Trinta nós em um casco de deslocamento simplesmente não acontece”, diz ele. Em fevereiro, pouco antes de ir para a Flórida, o GPS do iate registrou 29,9 nós.
Graças à arquitetura naval (com popa e proa que perfuram as ondas) e o material utilizado na construção (composto de carbono, que representa uma economia de peso de cerca de 22 toneladas, em comparação de alumínio de acordo com estimativa do próprio PJ), o SuperSport
APRECIE A VISTAA PEDIDO DO PROPRIETÁRIO, A DECORAÇÃO DEVERIA SER ALEGRE, ASSIM, O SALÃO PRINCIPAL TRAZ
UMA ACONCHEGANTE MISTURA DE TONALIDADES. DESTAQUE PARA
OS GRANDES VIDROS LATERAIS E
O LUSTRE EM FORMA DE POLVO
DIESEL MTU M94S, COM 5.200 HP
48 precisa de uma força relativamente modesta para alcançar uma velocidade considerável. Assim, dois motores diesel MTU M94s 16V com potência de 5.200 HP equipam o barco (para ter uma comparação, iates de tamanho similar necessitam do dobro de potência e motores maiores para atingirem velocidades semelhantes).
O estaleiro Palmer Johnson já trabalha com inovação há muitos anos. Na década de 1960, ele deu um grande passo a frente de seu tempo quando começou a construir rápidos veleiros com estrutura em alumínio. Anos depois, ampliou o leque para o segmento de megaiates, em cooperação com a empresa italiana de design Nuvolari Lenard. Na verdade, o que despertou o interesse de Mohamed em adquirir a empresa foi o lançamento da série inovadora, em meados da década de 2000: o primeiro PJ120 Cover Drive foi o seu iate. “É tudo parte da história PJ. Desde Fortuna (um modelo de 100 pés construído para o rei de Espanha) para as Sportyachts, até a série SuperSport, o estaleiro sempre criou iates de performance com estilo dinâmico à frente do mercado”, disse Mohamed.
Para construir o maior iate privado em composto de carbono, o estaleiro buscou ajuda do estaleiro norueguês Brødrene Aa, reconhecido mundialmente por trabalhar com esse material desde a década de 1970. Assim, o casco e a superestrutura montados, com motores e drives nos respectivos lugares, viajaram da Noruega até Wisconsin no final de 2013, e os trabalhadores da PJ instalaram toda a mecânica, eletrônica e construíram o interior personalizado para as necessidades do proprietário.
Este proprietário queria um interior simples, porém divertido. Talvez isso explique a espiral de luzes LED embutidas no teto acima do hall de entrada e um polvo de vidro utilizado como lustre. O layout apresenta um salão principal maior, uma cozinha em um piso um pouco mais abaixo e uma suíte máster palaciana que ocupa toda a boca do iate na popa do convés principal. Khalilah tem um layout diferente de acordo com a vontade do seu proprietário. A cozinha, um espaço contemporâneo e sedutor com janelas, traz eletrodomésticos em aço inoxidável e armários em madeira no tom laranja. Duas suítes do proprietário (praticamente idênticas em tamanho) estão mais a frente, se beneficiando de excelentes vistas através de vigias verticais.
CONVÉS PRINCIPAL
A praça de popa do Khalilah foi beneficiada graças à grande largura do barco. Uma decoração clean, porém, com muito luxo
As cabines de hóspedes, incluindo uma cabine VIP decorada com tapetes macios e confortáveis, estão no convés inferior. Cada uma tem um esquema de cor diferente, uma decoração altamente personalizada com mármore e mosaicos coloridos nos chuveiros, que exigiu um grande trabalho dos artesãos da PJ. As cabines da tripulação (quatro duplas e uma single para o capitão) estão à frente, com um refeitório exclusivo para eles. A utilização inteligente de claraboias permite a entrada de luz para os decks inferiores.
A pilothouse, acima do convés principal, é espelhada e extremamente tecnológica. Tudo lá dentro foi concebido, montado e construído com painéis de controle da Praxis Automation Technology. O amplo para-brisas oferece uma sur-
preendentemente vista, apesar da inclinação. Uma segunda cabine, de menor tamanho, está no sundeck, acima.
O iate tem um mastro de navegação, mas ele fica escondido no interior do iate quando não está em uso. A única indicação de que há algo lá é a forma arredonda na teca, a frente dos sunpads, na proa. Um sistema pneumático permite levantar o mastro. Abrindo uma escotilha camuflada pela teca, uma escada revela uma sala onde ficam os tripulantes que supervisionam as operações de atracação do iate. Duas âncoras saem verticalmente do fundo da sala.
Praticidade ditou a maioria das decisões do estaleiro para a parte técnica, desde a escolha do material de isolamento acústico (dynamat, um produto aplicado em automóveis e residên -
EM DOURADO NOS MOTORES. ESSE É KHALILAH!
cias) até dos geradores Kohler, muito usado no segmento. Mas quando você pretende provocar uma reação emocional e criar uma forte ligação do proprietário com o seu iate, os detalhes contam. Nesse caso, o dono do Khalilah claramente tem atração pela cor dourada, que é possível encontrar até na sala de máquinas e um acabamento nos blocos dos motores MTU.
Ouro sugere glamour e confiança, mas também coragem e paixão. Vamos esperar que o dourado Khalilah também traga prosperidade para que o estaleiro americano continue construindo iates desse nível.
A praça de popa apresenta um imenso solário, um grande sofá e mesa para refeições
Comprimento:
160’8” (49 metros)
Boca: 36’ (11 metros)
Calado:
6’9” (2,1 metros)
Tonelagem
bruta:
aproximadamente
490 GT
Motorização:
A cabine de comando é um show à parte. Espelhada e extremamente tecnológica
No deck inferior estão mais quatro cabines VIP
A suíte máster está no deck principal e ocupa toda a boca da embarcação
2 x MTU 16V 2000 M94
2.600 hp
Velocidade (máxima / cruzeiro): 30 nós / 28 nós
Autonomia: 1.500 milhas náuticas a 24 nós
Geradores: 2 x Kohler 80 kW
Tanque de combustível: 30 mil litros
Tanque de água doce: 6 mil litros
Tanque de águas negras: 4.500 litros
Proprietário
+convidados: 12 pessoas
Tripulação: 9 pessoas
Construção: composto de carbono
Arquitetura Naval: Palmer Johnson
Design Exterior: Palmer Johnson
Decoração: Palmer Johnson / proprietário
Construção / ano: Palmer Johnson / 2014 Sturgeon Bay, Wisconsin, EUA tel: (920) 746-6342
info@palmerjohnson.com
www.palmerjohnson.com
A somatória de uma meticulosa atenção aos detalhes, as mentes mais brilhantes em construção naval e os mais altos níveis de acabamento fizeram do Wisp, da Royal Huisman, um espécime único entre os veleiros
Por Tim Thomas Adaptação Leandro Portes Fotos Cory Silken e Carlo BaronciniNAUTISPECIAL É 100% NATURAL. NÃO AGRIDE O MEIO AMBIÊNTE.
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Como você define a perfeição em um barco? Pelo acabamento da teca aplicada no convés ou pela atenção aos mínimos detalhes, como uma maçaneta? É puramente no desempenho da navegação ou no equilíbrio entre oconforto requintado e o espaço planejado? É na instalação mecânica ou na forma como a iluminação externa foi concebida? No caso do novo lançamento da Royal Huisman – um veleiro de 48 metros ao melhor estilo clássico –, bastou uma saída para um dia de vela e todas essas dúvidas foram reveladas a cada olhar.
"O proprietário é perfeccionista e se envolveu em todos os processos de fabricação do barco", disse o arquiteto naval Andre Hoek. Além de Hoek, responsável também pelo design, outros coordenadores do projeto que receberam a atenção do dono foram o estaleiro holandês
como construtor, Rhoades Young como designer de interiores e MCM como representante do proprietário. Mas rapidamente torna-se evidente que Wisp é o resultado da colaboração mútua entre estas empresas. Young, por exemplo, trabalhou com Hoek em alguns elementos do design exterior, enquanto este teve influência no layout de interiores e design.
A ideia do projeto nasceu quando o proprietário (que anteriormente possuía um iate) viu um veleiro de 53 metros criado por Hoek quando estava na Grécia. "Ele disse a seu capitão que era exatamente o que procurava, e o capitão me chamou para marcar um encontro", explicou Hoek. O encontro foi possível porque o arquiteto passava férias com a família na região, a bordo de seu próprio iate. "Nós nos conhecemos na marina", afirmou, sorridente.
NOS MÍNIMOS DETALHES
O requinte no acabamento está em cada parte do veleiro, como nas madeiras talhadas com o logo, na roda de leme e no desenho da teca no convés
Assim que deixou o estaleiro Royal Huisman, na primavera de 2014, o proprietário levou o Wisp para viagem inaugural pelos fiordes noruegueses
A tonalidade da madeira utilizada no veleiro é a mesma do estúdio que odono tem em sua residência
Um sistema de iluminação personalizado foi desenvolvido para destacar as cabines e o cockpit no convés durante a noite. Ao lado, espaço privativo que só é acessado pela suíte do dono
Após a “reunião”, percebeu-se que seria preciso um ano de esboços e planejamento antes de uma assinatura de contrato, devido a intensa atenção aos detalhes pedida pelo proprietário. O tamanho do veleiro foi determinado pelas acomodações, que deveriam ter uma cabine principal e duas de hóspedes. "O cliente queria um barco de cruzeiro muito confortável para receber de quatro a seis convidados”, completou Hoek.
O passo seguinte foi criar o design interior. “Havia um plano de design para o barco e outro para o convés”, explicou Young. O resultado é um interior impressionante e generoso com uma grande suíte do proprietário e duas cabines de hóspedes, uma área social imponente com um grande salão superior conectado a um salão e sala de jantar no piso inferior, seguido
de alojamento para a tripulação. A sensação de espaço é ampliada graças às dimensões do casco. O salão principal traz uma aconchegante atmosfera, lembrando uma sala de descanso. É decorado com dois sofás, uma poltrona, rack, televisão, além de possuir grande pé direito (apesar da casa de máquinas estar localizada no andar de baixo).
O formato do casco teria que ser ao estilo clássico, porém, com o máximo de volume que se conseguisse obter, além de possuir uma excelente estabilidade. “Muitas vezes, ele navega em ventos constantes de 25 nós. Desenvolvemos uma forma de casco que é o mais largo possível, mas sem causar impacto no desempenho. Pelo seu tamanho, este barco tem apenas 33 metros de linha d’água - mas repare como ele é grande”, destacou Hoek.
O estilo clássico e, ao mesmo tempo, com linhas modernas faz oWisp ter um ótimo desempenho. Os 48 metros de comprimento desfilam pelas águas
São 256 toneladas distribuídas em 48 metros de comprimento e 9,5 metros de largura (mesma medida que o veleiro Adele, outro trabalho de Hoek, que possui 55 metros). Essas medidas também têm um papel fundamental no desempenho da navegação. "Com um feixe maior e um casco mais estável, você pode reduzir o tamanho do lastro, além do barco navegar muito bem contra o vento”, afirmou o arquiteto.
Existem outras vantagens para barcos com linhas clássicas e volumosas. Uma proa arredondada navega de forma única. Em mar aberto, Wisp corta as águas com a proa e popa levantadas. E não demora muito para provarmos isso. O capitão facilmente manobra o veleiro em uma apertada vaga no estaleiro, graças aos seus bow e stern thrusters, enquanto saímos da
baía de Palma de Mallorca e fomos recebidos por ventos vindo do sul a uma velocidade de 17 nós (o motor Caterpillar C18 abastecido com 22 toneladas de combustível garante uma autonomia de 5.500 milhas náuticas a 10 nós).
Um olhar em torno do convés confirma a perfeição descrita no início da reportagem: o formato da teca, a madeira trabalhada nas paredes, o layout dos controles de vela... O espaço nas cabines também impressiona, além de uma área de estar no lado de fora dos dormitórios, com assentos confortáveis.
No cockpit, dois grandes lemes chamam a atenção. Os equipamentos de navegação e os painéis ficam muito bem protegidos por tampas deslizantes, quando o barco não estiver navegando.
SALÃO PRINCIPAL
O aconchegante salão transparece calmaria. Um lugar extremamente confortável para passar o tempo. Destaque para o grande pé direito
A suíte máster ocupa toda a largura do barco, com a cama de um lado e o banheiro do outro. Entre os dois há um meio domo (foto acima) que leva para um deck privativo na popa
Seu estilo parece clássico de longe, mas ao olhar mais de perto você nota que trata-se de uma interpretação moderna do estilo tradicional, com um leve e descontraído interior luxuoso. A tonalidade da madeira veio do estúdio que o dono tem em sua casa (o seu ambiente favorito), o carvalho antigo é oriundo da Alemanha, o piso veio das nogueiras, as paredes também são de carvalho com detalhes em wenge (uma madeira mais escura), enquanto os tetos são pintados.
A atenção ao aproveitamento do espaço interno é bastante notável., a distribuição de cada parte do interior foi meticulosamente pensada.
A lavanderia fica em frente a área da tripulação, por exemplo. O espaço criado debaixo do assento do chuveiro, na suíte, é ocupado por uma impressora no escritório que fica dentro do quarto.
A própria suíte máster é magistral. A cama encontra-se a boreste enquanto o banheiro está a bombordo. No centro, um meio domo leva para um deck privativo um andar abaixo, na popa; um espaço exclusivo para o proprietário e amigos mais íntimos. Um ambiente muito bem aproveitado, nos mínimos detalhes.
A partir de sua aparência exterior até a decoração interior para o extraordinário nível de qualidade que brilha em cada detalhe de seu projeto e construção, Wisp é um veleiro impressionante. Navegar de volta para Palma enquanto corta as ondas a uma velocidade de 17 nós é o término perfeito. O calor do sol é proporcional aos sorrisos de todos a bordo em um modelo que apresenta o melhor que a vela pode oferecer.
LAR FLUTUANTE
Para o proprietário, todos os cômodos do veleiro deveriam parecer com uma casa, no que se refere ao conforto.
E, certamente, o pedido foi atendido
Graças ao formato arredondado, a proa tem linhas clássicas e permanece seca durante as navegações
Comprimento: 47,65 m
Boca : 9,5 m
Calado: 4,45 m
Deslocamento: 235 t
Peso: 252 t
Motor: Caterpillar C18 Acert, 533kW a 2.100 rpm Velocidade com o propulsor (máxima/cruzeiro): 14 nós/10 nós
Autonomia a 10 nós: 5.570 milhas náuticas
Geradores: 2 x Northern Lights, M1064 A, 67kW, 50Hz
Thrusters: OYS retractable bow e stern thrusters
Vela: North Sails
Medida da vela: 3.049 m2
Combustível: 22 mil litros
Água fresca: 8 mil litros
Proprietário e convidados: 8 pessoas
Tripulação: 7 pessoas
Tenders: 1 x 5.65m Williams 565/ 1 x 3.8m Bombard
Commando C3 sports
Construção: Alumínio
Classificação: Lloyd’s Register EMEA and MCA (Cayman Islands LY-2 compliant) @ 100A1, SSC, Yacht, Mono, G6, [@] LMC, UMS Flag
Arquitetura Naval: Hoek Design
Design Interior: Rhoades Young
Estaleiro/year: Royal Huisman/2014
Vollenhove, Holland
t: +31 527 24 3131
e: yachts@royalhuisman.com
w: royalhuisman.com
Área de entrada da tripulação, que dá acesso ao cockpit
pé direito no salão superior impressiona, mesmo com uma grande casa de máquinas no andar de baixo
O
Tampas deslizantes protegem os equipamentos de navegação e os painéis
As cabines de hóspedes são espaçosas graças ao aproveitamento da largura do barco
Lady Tina Green estava prestes a explodir de emoção. “Eu pareço uma criança. Só quero saltar bem alto de alegria”, disse, nos mostrando orgulhosamente o superiate de 58 metros da Benetti Illusion V, durante a estreia mundial no Mônaco Yacht Show em setembro do ano passado. Ele foi projetado por dentro e por fora por Green e seu parceiro de negócios, Pietro Mingarelli.
“Você deveria ter visto o barco há duas semanas, ainda havia muito trabalho a fazer”, contou Green. O experiente proprietário do Illusion V tem um histórico invejável, iniciando a relação com iates nada menos com um par de Mangustas (um modelo de 72 pés e outro de 92 pés). No entanto, assim que se casou e constituiu família, a prioridade mudou para adquirir um barco com maior espaço a bordo. Ele o encontrou em seu último modelo de 45,6 metros da Benetti, também chamado Illusion. Porém, ele o adquiriu no meio da fabricação e passou para Green&Mingarelli Project adaptar antes da construção final, em 2010. “Já que ele o comprou, o projeto não foi 100% nosso”, afirmou Green. “Este é todo feito por nós”, acrescentou, mostrando o espaçoso salão do convés principal.
Já o estilo exterior é uma fusão. Há um pouco de Bali, como pode ser visto na utilização de madeira de coqueiro e madrepérola no mobiliário externo, uma pitada de Roma antiga no uso abundante de rocha travertino e até mesmo alguns detalhes tailandeses, evidente nos Budas de madeira. Mas o tema central - o símbolo que mais prevalece - é a simples rosa. Gravada ou bordada, há detalhes da flor em tudo, desde almofadas, tapetes, paredes e janelas.
“O proprietário viu o trabalho que Pietro e eu fazemos junto com o estúdio de design de interior Lalique Maison, e como usamos o tema ‘rosas’. Ele gostou tanto que queria torná-lo o tema principal de seu barco”, explicou Green. Além de trabalhar em iates e casas, Green e
Graças aos designers viverem a bordo de iates cerca de seis meses por ano, eles sabem muito bem o que um proprietário pode querer no quesito conforto
Mingarelli também projetam e produzem uma coleção de mobiliário e acessórios que compõem o lifestyle de Lalique, mais famoso por seus vidros e cristais. No Illusion V são nada menos que 480 cristais com essa temática distribuídos por paredes, tetos e chão.
A princípio pode parecer uma decoração repetitiva, mas a dupla tem habilmente evitado monotonia, brincando com as formas o máximo possível. Por exemplo, as almofadas estão cobertas de pétalas de vários tipos, enquanto a escada possui paredes cobertas com couro e flores em autorrelevo, criando uma atmosfera tridimensional. É assim em todos os iates de Green, com trabalhos em um único tema e explorando as inúmeras possibilidades.
Outra característica que chama a atenção sobre seus projetos, especialmente o Illusion V, é como eles são confortáveis, provavelmente
graças ao fato de Green viver em um iate cerca de seis meses por ano. Por isso, ela sabe o que funciona e o que não funciona.
E o tipo de confiança que o cliente sente pela dupla é visto nesse barco. O proprietário não visitou o estaleiro nenhuma vez durante a construção. “Eu vi o barco pela primeira vez neste fim de semana”, disse. “Eles fizeram um trabalho incrível. Quando minha esposa e eu nos encontramos com os designers, descrevi qual a sensação o iate deveria passar. Eu não queria lounges onde tivesse receio de sentar no meu próprio sofá. Eu queria me sentir em casa. Eles conseguiram juntar todos os nossos pedidos de determinadas cores e acrescentaram um clima casual e descontraído. É um superiate e deve ter luxo, mas somos jovens com uma família jovem e não quero que ninguém sinta receio de ir para qualquer lugar [a bordo]”, completou.
RELAXAR A BORDO
O deck superior fomenta a confraternização de dia e à noite. Além da área de jantar, há um bar a céu aberto
O estilo exterior é uma fusão. Há um pouco de Bali, no uso de madrepérola na mobília, uma influência de Roma com a utilização de rocha Travertino, e até uma pitada de Tailândia
O Illusion tem tecnologia suficiente para navegar tranquilo, sem vibrações ou ruídos para quem está a bordo
“Eu não queria lounges onde tivesse receio de sentar no meu próprio sofá. Eu queria me sentir em casa”, disse o proprietário
A Rosa é o tema principal do Illusion. Pode ser encontrada nas mais diversas formas em todos os detalhes do barco, sempre utilizada com sutileza e bom gosto
Um grande exemplo disso é a “comfort max”, uma área de TV que leva à suíte máster no deck principal. Normalmente, este lugar serviria como um estúdio ou escritório, mas seria, também, um desperdício de espaço. “Hoje em dia você tem laptops, iPads, seu telefone. O mundo em que vivemos não exige que você se sente por horas a fio atrás de uma mesa com um computador. Por isso, o transformei em um quarto que você pode realmente usar; onde as crianças entram de manhã e saltam no sofá, assistem TV. Eles estão na área do proprietário, mas não em sua cama”, brincou o dono.
Os hóspedes também são bem tratados. A grande cabine VIP fica no deck inferior e ocupa toda a largura do iate. O luxo é aparente, sendo o único banheiro (com exceção da suíte do dono) que tem acabamento em ônix-branco. À frente, mais quatro cabines de hóspedes (duas de casal e duas de solteiro que trazem grandes camas). Em todas, destaque para os armários embutidos com boa capacidade de armazenamento e inúmeras tomadas e plug in camuflados cuidadosamente para não prejudicar a decoração. Uma escada em espiral leva a outra área, uma sala de cinema com sofás bastante confortáveis.
O deck superior é onde a ação após o jantar terá lugar. Há uma opção para transformar a área em um outro espaço de cinema, com um grande projetor - embora as pessoas são mais propensas a se reunirem em torno do bar (um dos cinco a bordo). “Há uma grande quantidade de bares”, admitiu o proprietário. “Mas isso não faz de mim um alcoólatra. Bares são um ponto de encontro e na minha última Illusion não havia muitos. Essa é a minha casa quando e eu adoro fazer meus próprios drinks. Não quero ser servido por alguém”, afirmou.
Se a festa termina no deck superior, que comece outra no andar de cima. O sundeck do Illusion V é espetacular e oferece vistas panorâmicas quando está sentado nas espreguiçadeiras, ao lado da piscina, na popa. Na metade
A mobília do Illusion não pode ser encontrada em outro barco. Os designers foram buscar em Bali e até na Thailândia. Exclusividade pura!
FAMÍLIA A BORDO
Com a intenção de passar três meses por ano a bordo, o jovem proprietário fez do Illusion sua segunda casa, com muito conforto para toda a família
do deck está uma área de jantar que acomoda 12 pessoas cercada por portas de vidro. Esse é um ambiente que pode ser aproveitado o ano todo. À frente está outro bar, com painéis de folhas de coqueiro e detalhado com travertino.
Se a popa é uma região altamente frequentada, na proa o dono quis deixar um espaço mais limpo, aberto. “Nunca entendi por que as pessoas usam esse espaço para se bronzearem. Por que você quer se deitar de frente para a tripulação?”, questionou. “Também é bom deixar um lugar para eles tomarem um ar fresco ou utilizarmos para um churrasco à noite. É uma grande área aberta e transformável, não um espaço fixo que se torna não-versátil”, explicou.
As texturas e materiais utilizados em todo o iate são da especialidade G&M. Todas as cadeiras de jantar na área externa são feitas de madeira de coqueiro e madrepérola, com tecidos de chenille. Todo o mobiliário exterior foi feito em Bali. “Tina e Pietro viajaram o mundo para encontrar estes materiais. A vantagem é que eles não vão comprar coisas de um catálogo. Eu visito alguns barcos e posso dizer de onde a maioria dos móveis é originário: os mesmos catálogos, os mesmos lugares”, contou o dono.
Ele admite que é altamente sensível a movimento e ruído: “Honestamente, prefiro ficar em terra! Por isso é importante o barco ser incrivelmente estável e tranquilo. Tivemos muitas pessoas que trabalharam junto com a Benetti para garantir que o iate navegue bem, em silêncio e sem vibrações. Os geradores foram construídos dentro de blocos especiais, de modo que não é possível ouvi-los ou senti-los funcionando.
O dono estimou que fica três meses por ano a bordo, por isso, é compreensível que deseje ter um iate extremamente tranquilo e confortável. Nós podemos confirmar que, pelo menos, este último item foi alcançado. “Amor, paixão e conforto” é como Lady Tina Green resume o barco. Ao dizer isso para o proprietário, ele riu e confirmou: “Sim, muito amor. É a nossa casa”.
Caterpillar garantem uma autonomia de 5 mil milhas náuticas navegando a 15 nós de velocidade
Em qualquer época do ano, a área de refeições pode ser aproveitada No salão superior está um dos cinco bares a bordo do iate
A proa serve tanto para área de exercícios ou relaxamento da tripulação
A tripulação também tem sua privacidade, com acesso exclusivo aos dormitórios
A popa traz uma grande área de confraternização, com direito a um bar
Comprimento: 58 m
Boca: 10,8 m
Calado: 3,27 m
Deslocamento: 800 t (meia-carga)
Tonelagem bruta: 963 GT
Motor: 2 x Caterpillar
3512C, 1.380 kW a 1.600 rpm
Velocidade (máxima/ cruseiro): 15,5 nós/15 nós
Autonomia a 15 nós: 5 mil milhas náuticas
Geradores: 2 x Cat C9 200 ekW, 400V 3ph a 50 Hz; 1 x Cat C4.4 82ekW, 400V 3ph a 50 Hz (de emergência)
Tender: 1 x 7,5 m Dariel
Tanque de combustível: 115 mil litros
Tanque de água doce: 20 mil litros
Proprietário e convidados: 12 pessoas
Tripulação: 13 pessoas
Construção: casco de aço e estrutura em alumínio
Arquitetura Naval / Design exterior: Benetti / Green & Mingarelli Design Design Interior: Green & Mingarelli Design
Estaleiro / Ano: Benetti / 2014
www.benettiyachts.it
Idênticas, mas com 30 anos de diferença. Black Knight e Kizbel juntas pela primeira vez para completar uma história artesanal regada de coincidências –e também o sonho do barco de pesca perfeito para a família
Por: Marilyn Mower
Fotos: Kos Pictures
Adaptação: Brenda Leão
A série de coincidências que levou o encontro desses dois barcos deve fazer até o mais cético acreditar em destino. Mesmo idênticas, muitos fatores as separam: o tempo (30 anos), dois estaleiros e proprietários de continentes diferentes. O barco de casco escuro é Black Knight; o barco de casco branco é Kizbel. Eles viajaram juntos pela primeira vez e ancoraram no Caribe. A Boat International acompanhou esse momento, que simbolizou o fim de uma história que começou em Boston, Massachusetts, EUA, há 121 anos.
Walter J. McInnis nasceu em uma cidade da costa leste dos Estados Unidos, em 1893. Quando jovem, encontrou um emprego de verão em uma escuna de pesca, mas também era aprendiz de desenhista. Ele traçou seu caminho no renomado estaleiro George Lawley & Son, onde aperfeiçoou suas habilidades de projetar veleiros, lanchas e navios para a Primeira Guerra Mundial. Este último modelo foi fundamental para seu crescimento, especialmente para um iate de 21,6 metros, batizado
de Valia, que se tornou o protótipo para um série de cruzeiros rápidos durante a “Lei Seca” (lei que proibia a produção, transporte e venda de álcool ou bebida alcoólica nos Estados Unidos durante o período de 1920 a 1933). Consequentemente, um barco de 23,7 metros foi encomendado pela Guarda Costeira do país para capturar os traficantes.
Os barcos de pesca ganharam fama. Até então, McInnis tinha formado a empresa Eldredge-McInnis em parceria com Albert Eldredge. A reputação era de projetos confortáveis, com boa navegabilidade e aparência. Em 1966, ele desenhou um 25,3 metros com decks abertos a meia-nau, chamado Lion’s Whelp, que causou problemas com a arqueadura do casco.
Dois anos depois, ele adaptou o projeto, desenhando uma versão de 25 metros com o arco da proa mais largo, que foi construído pelo estaleiro Goudy & Stevens Yacht, em Vila Velha Harbour. Batizado de Cassiar, o design foi pensado especialmente para a pesca de peixe-espada para
Mellon Bank. Nove anos mais tarde, em 1975, McInnis se aposentou e doou seus primeiros desenhos ao museu Mystic Seaport, em Connecticut, enquanto seu filho, Alan McInnis, estudava a fundo, desde 1950, os desenhos do pai.
Cassiar passou um tempo como barco de pesquisa e, em seguida, tornou-se propriedade de William Combs Jr, membro do New York Yacht Club. Rebatizada de Black Knight, o novo dono permitiu que o clube a usasse como barco de comissão durante a famosa Copa América de 1983, quando o veleiro Liberty de Dennis Conner perdeu para o Austrália II. Ela foi então vendida para um empresário sueco, que a levou para o mundo dos cruzeiros. Em 2001, Black Knight hospedou a princesa do Reino Unido Anne, em Cowes, Inglaterra, para a Copa América Jubileu. Em 2002 e 2003, ele era o barco de hospitalidade para o desafio sueco da Copa América de Nova Zelândia e o barco de comissão para Louis Vuitton Cup. O capitão, à época, era o americano Jason Berman.
Certo dia, em 2003, Berman estava polindo Ryco, um iate esportivo de pesca de 14 metros, pertencente aos filhos do proprietário da Cassiar, nas Bahamas, quando um homem com três filhas pequenas perguntou se o barco estava disponível para charter de pesca. “Eu respondi que não era
Black Knight já foi usado para pesca, cruzeiro, barco de comissão na Copa América e até hospedou a princesa do Reino Unido
realmente um capitão de charter. Eu só tinha levado amigos do proprietário. Mas o rapaz foi bastante insistente e eventualmente o levei para pescar”, relembrou Berman.
Na verdade, nos três anos seguintes, o homem, um empresário britânico, tinha reserva para pescar com Berman a bordo em uma série de barcos durante as férias de primavera de suas filhas. “Nós conversávamos muito sobre barcos enquanto ele estava a bordo. Ele me disse que gostava de iates de estilo clássico e adorou as fotos do Black Knight. Então, ele me pediu para eu encontrar um barco de 80 a 100 pés (em torno de 24 a 30 metros) que poderia navegar nas Bahamas sem a necessidade de uma grande tripulação. Eu fui em muito lugares e procurei vários barcos. Então, um amigo me contou que a irmã da velha Black Knight estava à venda”, detalhou Berman.
Entretanto, McInnis nunca projetou a irmã e nem o estaleiro Goudy & Stevens a fabricou. Esse novo barco tinha, de fato, sido construído por um dos estaleiros mais antigos dos Esta -
dos Unidos, o Hodgdon Yachts, localizado na costa do rio Damariscotta. Em 1979, Tim Hodgdon, da quinta geração da família, buscou expandir os horizontes de sua empresa e começou a anunciar-se como construtor de projetos pré-moldados. Não demorou muito para ter seu primeiro cliente. Um homem da Flórida gastou tempo e energia consideráveis tentando comprar a Black Knight, já que tinha se apaixonado pelas linhas do iate. Depois da tentativa frustrada, ele apostou em uma saída melhor: se apoderou dos planos de construção originais do barco de Alan McInnis e se aproximou de Hodgdon. “Já que Goudy & Stevens estava fora do negócio, ele perguntou se gostaríamos de construir uma réplica, modernizando alguns detalhes mas mantendo a antiga forma: prancha dupla em quadros de vapor”, contou Tim Hodgdon. Não era o tipo de contrato que Hodgdon estava esperando, mas o proprietário de 29 anos do estaleiro aceitou o acordo. O barco tornou-se o primeiro grande iate da nova geração de Hodgdons que seria construído e o último
“Então, um amigo me contou que a irmã da velha Black Knight estava à venda”
QUASE
O interior de Kizbel é mais volumoso porque o posto de comando começa um pouco mais à frente do que na Black Knight
de estrutura de anteparas a deixar a fábrica. O iate Yorel foi finalmente lançado em 1989 após quatro anos de construção.
Dezessete anos depois, em 2006, esta foi a embarcação que Berman foi conhecer em nome do empresário britânico. “Eu não podia acreditar no bom estado em que ela estava. Na verdade, eu voltei para vê-la mais três vezes. O layout deixava a desejar para uma família jovem, mas havia mais espaços abertos do que a Black Knight. Eventualmente, pedi para o meu cliente ver o barco. Ele me perguntou se eu o tinha amado. Eu comecei a contar para ele sobre outra coisa e ele me interrompeu e perguntou de novo: ‘Você amou o barco?’. Dessa vez, eu claramente disse sim. Então, ele disse: ‘Ok, vamos comprá-lo’”, contou Berman.
Uma das primeiras coisas que o novo dono fez foi mudar o nome do iate para Kizbel, uma mistura dos apelidos de duas de suas meninas. Um barco de corrida leva o nome da terceira filha – para evitar ciúmes. “Eu fiquei muito feliz por ter conseguido este barco e eu não queria mudar muita coisa tão rápido”, disse o proprietário. Mas algumas modificações foram definitivamente necessárias. O trabalho foi elaborado em conjunto de Berman e o estúdio Mlinari Henry & Zervudachi. O proprietário teve algumas ideias: criar uma cabine VIP adequada para convidados, refazer um quarto para acomodar as meninas, aumentar o banheiro da suíte máster e reconfigurar o salão principal para o desenho original do ambiente. A área de estar coberta na popa seria um bar e o mobiliário proporcionaria refeições ao ar livre. “Minha prioridade era fazer com que todos os assentos fossem
mais confortáveis. É impressionante a quantidade de iates que eu estive sem um único lugar confortável para sentar”, revelou o dono.
Uma vez que os planos foram trilhados, o proprietário pediu ao fabricante Hodgdon cotar o projeto. “O casco estava em ótima forma quando retiramos a embarcação da água. O novo dono tinha ótimas ideias. Ele tinha usado e sabia que as mudanças a tornariam melhor”, disse Hodgdon. E para o estaleiro ter a chance de melhorar seu primeiro grande contrato foi um grande desafio profissional.
O projetista de Black Knight, McInnis, nunca idealizou a irmã mais nova. Kizbel nasceu graças a um americano que se apaixonou pela linhas do barco.
O estaleiro Hodgdon fabricou a réplica modernizada
“O que me surpreendeu foi a forma como o bronze usado no casco estava degradado. Quando eu tirei alguns itens do interior, a área ao redor dos escapamentos apresentou um nível inteiramente novo de preocupação. Mas tínhamos os desenhos originais e alguns rapazes na tripulação que, assim como eu, sabiam o que fazer. Trabalhamos juntos para concertá-lo”, revelou Tim. Kizbel passou cinco meses com Hodgdon, que substituiu os silenciadores, reconstruiu o sistema hidráulico e chumbou todo os sistemas de água do mar e de
drenagem. O estaleiro também substituiu toda a parte de iluminação, corrente, âncoras e equipamentos de comunicação e navegação eletrônica.
O novo espaço no sundeck atrás do posto de comando no flybridge torna Kizbel diferente da Black Knight, assim como um bar destinado para os charutos do proprietário em frente ao leme. Na proa, por sua vez, Hodgdon criou um novo mobiliário para corresponder à disposição da sua irmã mais velha. Um bar grande foi descartado para dar lugar a melhores assentos e mesas, que podem ser usados para
refeições. Estantes foram colocadas em cada canto disponível para aproveitar o espaço para o armazenamento de utensílios. Um pequeno assento estofado a estibordo e uma mesa dobrável são as únicas concessões para uma sala de relaxamento.
Kizbel tem um interior mais volumoso porque oposto de comando começa um pouco mais a frente do que na Black Knight. Essa condição significa mais espaço para a tripulação no deck inferior, redesenhado para parecer com o interior de um J Class. A nova cozinha garante mais espaço, além de ser equipada com uma adega de vinho. Na sala de máquinas, os estabilizadores originais Vosper foram substituídos por Naiads, que são mais po -
tentes. Unidades de geradores 32kW em caixas de som com silenciadores foram colocadas no lugar de geradores 50kW. Para aproveitar ao máximo tudo o que Kizbel pode oferecer, o proprietário a deixa disponível para os executivos de sua empresa e para reuniões de negócios, ao invés de fretamento para desconhecidos.
Uma vez de volta à água, o empresário britânico teve mais uma excelente ideia e promoveu um encontro épico. Mesmo sendo, efetivamente, o mesmo barco, Kizbel e Black Knight – gêmeas nascidas com 30 anos de diferença – nunca se encontraram. Na primavera de 2014, as agendas das duas embarcações coincidiram pela primeira vez e o proprietário da irmã mais nova decidiu documentar o encontro (e o resultado pode ser visto nessas páginas). Os dois iates cruzaram juntos as águas de Bahamas, escrevendo um novo capítulo dessa história de dois barcos separados por décadas, mas ligados por um projetista, um capitão e um proprietário que queria levar suas filhas para pescar.
Nascidas com 30 anos de diferença, o primeiro encontro das irmãs aconteceu nas águas de Bahamas
MESMA
FORMA
O casco foi construído idêntico ao de Black Knight
PROA
Área social com mesa de jantar, assentos confortáveis e bar
Comprimento total : 25 metros
Boca : 6 metros
Calado :1.7 metro
Tonelagem Bruta : 63GT
Propulsão : 2 x Duetz
Velocidade (Máx/ Cruzeiro): 14.5 nós / 10.5 nós
Autonomia de 1.600 milhas náuticas a 10 nós
Geradores : 2 x Kohler 32kW
MODERNIZADO
No posto do comando do flybrigde, uma nova cadeira foi colocada
SALÃO equipado com um pequeno bar, sala de estar e jantar
Estabilizadores : Naiad
Tanque de combustível : 10.600 litros
Capacidade de água
doce : 3.030 litros
Proprietário e convidados : 6
Tripulação : 3
Tender : 1 x 7.6m
Hurricane Zodiac
Construção : madeira
Classificação: iate a motor
Arquitetura Naval : Hodgdon Yachts
EXTRA a mudança no posto de comando do deck superior permitiu mais espaço para a tripulação
Kizbel agora tem uma suíte maior e um camarote VIP adequado à necessidade do proprietário
Design Interior : Mlinaric, Henry and Zervudachi
Ano de construção: 1989 / Hodgdon Yachts
Ano de refit : 2014 / Hodgdon Yachts
Xarifa já cruzou o Atlântico várias vezes; transportou cargas na Segunda Guerra Mundial e foi até cenário para uma série de televisão
Um dos maiores desafios que um estaleiro de refit pode enfrentar é trazer um iate vintage com todos os sistemas e confortos de uma embarcação moderna. Há também outros obstáculos: o que pode ter sido padrão há 100 anos agora não atende mais o regulamento internacional. Este reequipamento pode ser um longo caminho para os designers do estaleiro, mas o refit soberbo de Xarifa comprova que esse processo pode, sim, ser feito com sucesso.
Esse veleiro de três mastros foi construída em 1927 pelo famoso estaleiro britânico J. Samuel White, em Cowe, na Ilha Wight. Em -
bora White fosse mais conhecido por seus barcos a vapor, Xarifa foi construída com o mesmo alto padrão das embarcações famosas do estaleiro. Fabricada em aço, ela é testemunha da qualidade de sua construção, que, mesmo depois de quase 90 anos, apenas 30% do aço do casco foi substituído.
Xarifa tem uma história interessante. Ela foi originalmente construída para o Franklin Morse Singer, da família da máquina de costura Singer. Em meados da década de 1930, sob propriedade do Barão Louis Empain, o barco cruzou várias vezes o Atlântico. Durante a Segun-
da Guerra Mundial, Xarifa era usada para transporte de cargas de salmão da Islândia para o Reino Unido, ao longo de uma das rotas marítimas mais desafiadoras do mundo, devido ao clima extremo e, claro, os risco da guerra. Após a guerra, ao invés de voltar a ser um iate de lazer, o mastro foi removido e o barco servia como uma barcaça de carvão, trabalhando em Hamburgo, na Alemanha.
Adquirido pela famosa equipe pioneira subaquática Hans e Lottie Hass, em 1951, e rebatizado de Xarifa, o barco trabalhou em águas tropicais como base para uma série de televisão. Mais tarde, foi utilizado em uma expedição que refez a rota de Cristóvão Colombo e, para isso, foi necessário transformá-lo em um barquetine com velas quadradas no mastro principal. Embora tenha aparecido em filmes e passado nas mãos de muitos donos, Xarifa deteriorou lentamente até que o proprietário atual iniciasse em uma restauração completa, incluindo uma modernização para os padrões atuais.
Muitos barcos antigos carregam uma herança de corrida e, consequentemente, velocidade. Por outro lado, Xarifa foi projetada desde a quilha para ser um veleiro de cruzeiro, sem pretensões para competições. Essas características podem ser vistas em sua forma de casco, na
boca larga, na quilha reta em um projeto relativamente raso, no volume interior, no generoso deck e em duas cabines de comando. Em algum momento na vida de Xarifa, as velas Gaff foram substituídas por velas Marconi para simplificar a assistência, e não por razões de performance. No entanto, esse “detalhe” não impediu que seu novo dono, um industrial espanhol, de competir a Régates Royales, em Cannes, um dos mais importantes eventos de corrida de iates clássicos. Este foi, praticamente, seu primeiro passeio depois do refit na Espanha. Enquanto os ventos não eram tão favoráveis, ela demonstrou ser um barco de estilo clássico, que pode oferecer muita elegância em um cruzeiro.
O maior desafio de realizar o refit de um barco lançado em 1927 é manter o estilo clássico adicionando todo o conforto atual e sistemas modernos de navegação
A incrível carreira de Xarifa é escrita junto dos mergulhadores Hans e Lottie Hass, em 1951 (topo). Os cartazes são da série de televisão que o barco trabalhou em águas tropicais
Quando a restauração começou, ninguém sabia a real extensão do trabalho. Xarifa foi levada para o pátio do estaleiro Metalships & Doca, localizado em Vigo, na Espanha, onde os mastros, cabos e interior foram removidos para investigar a causa de um vazamento na plataforma. A condição do casco de aço foi levada em consideração para a elaboração do plano de renovação. Um estudo sobre o convés revelou que obarco era constituído por várias camadas de madeira, uma sobre a outra, em uma tentativa de conter o vazamento. Com esta descoberta e as cabines de comando em más condições, foi fácil decidir se desfazer de tudo e abrir o barco.
O próximo desafio foi combinar as seções do casco velho com as modernas técnicas de soldagem, em que foi exigido um novo casco. Uma nova plataforma de aço solucionaria o problema de vazamento e sua espessura reduzida beneficiou o aumento da altura das acomodações. Para garantir a estanqueidade, os rebites foram soldados e todas as estruturas de aço foram jateadas antes da pintura de conservação ser aplicada. A Barracuda Yacht Design, de Madri, recebeu a tarefa de renovar o interior e colaborou com a esposa do proprietário e um design de interiores. A proposta era criar espaços que
refletissem a idade e charme do projeto original, mas lembrando de incorporar toda a comodidade e conforto de um iate moderno. Painéis de mogno foram escolhidos graças a sua aparência tradicional, compondo o teto suportado por vigas falsas de madeira que cobriram a estrutura de aço.
A cabine do proprietário ocupa toda a largura do barco e fica localizado na popa, junto com duas cabines duplas de estilo similar. Mais à frente, duas cabines de hóspedes, cada uma equipada com duas camas e um beliche. Os alojamentos da tripulação, na proa, comportam até oito pessoas com beliches duplos. Uma suíte fica reservada ao capitão.
O salão à meia-nau é divido em duas áreas: uma sala de estar, próximo à porta, e uma sala de jantar, a boreste. Os móveis que compõem o ambiente, assim como a maior parte do barco, são feitos de madeira polida. O tronco do mastro principal, que fica no centro da sala, foi coberto de couro. Todas as comodidades da vida moderna, como ar condicionado, sistema de som e televisão, estão dispostos discretamente. Este é um casamento feliz entre o antigo e o novo, com a tradição refletida também nas vigias de bronze – em que a maioria é original.
As velas de Xarifa conferem linhas elegantes para obarco. Os três mastros foram construídos em aço e são mais altos do que os originais, para melhorar a performance da vela
Equilíbrio entre o antigo e o atual é o que dita a ambientação interna, como a teca envernizada e as janelas de bronze originais
A pequena copa, que serve como área de jantar, conecta-se com uma renovada cozinha, revestida em aço inoxidável e equipada com os mais modernos utensílios. O ambiente tem acesso direto à área da tripulação e refeitório.
No deck principal, na popa, o ambiente serve como uma sala de estar confortável, enquanto a frente está o centro de navegação. Ambos os espaços são novas construções com estrutura interna de aço revestido e teca envernizada para manter a integridade visual.
As janelas de bronze originais foram mantidas e o equilíbrio entre o antigo e o atual foi equilibrado de forma calorosa e agradável.
Xarifa, agora, possui três estações de comando, equipados com os mais recentes sistemas eletrônicos da linha Furuno – para navegação e comunicação- foram instalados. O leme original permanece na popa, com todos os seus detalhes, e uma bitácula de bronze (caixa com cobertura de vidro, onde está colocada a bússola da embarcação). Este leme controla a vela principal, embora a sua visão seja um pouco limitada dado o aumento da proa.
Os três mastros foram construídos com aço e são mais altos do que os originais, para melhorar a performance da vela. Eles são apoiados por suportes de aço inoxidável. O gurupés, apesar de ser feito em aço, é revestido de teca. A retranca foi mantida original, de madeira de pinho Oregon. A empresa North Sails entregou as novas velas na cor creme para garantir uma aparência mais tradicional e um balão de 600 m 2 com o logo do barco.
Todo o maquinário, localizado abaixo do deck inferior, onde fica a acomodação da tripulação, foi modernizado ou substituído. O motor a diesel Caterpillar 400BHP foi totalmente reformulado, mas ainda está ligado no hélice por uma barra de transmissão original de 24 metros. O propulsor de proa de 85kW melhora a capacidade de manobra. Todo o sistema pode ser monitorado eletronicamente pela sala de controle do motor, incluindo o ar condicionado. Os tanques de combustível, água e esgoto são todos novos. No Xarifa, é possível notar muitos toques que foram pensados especialmente para manter o ar clássico do iate. Cada prancha de nova
teca Burma, no deck, é curvada para que siga a linha da borda. Os guinchos de bronze combinam com os cunhos originais, também do mesmo material. Entradas de ar em bronze permitem a circulação de ar mesmo quando a plataforma estiver inundada.
Nenhum detalhe foi esquecido. Por exemplo, os cabos elétricos que fornecem energia para a iluminação são cobertos por uma trança de corda e os blocos para os cabos são originais, com versões de madeira com o nome do iate registrado em uma pequena placa de bronze.
Depois que o casco foi preparado, várias camadas de enchimento foram aplicadas, onde cada uma foi lixada suavemente. Em alguns pontos, a carga é de 10 milímetros de espessura sob as tintas de acabamento Awlgrip. A operação foi realizada sob temperatura e umidade controladas, sem contar o auxílio de topógrafos monitorando todo o processo. A qualidade do
Com a pintura e a envernização finalizadas os mastros e o aparelhamento foram instalados de acordo com as regras RINA para iates comerciais. Um registro completo dos pesos removidos e adicionais foi mantido, a fim de controlar o deslocamento final do barco e, assim que todo o trabalho foi concluído, 22 toneladas de lastro foram adicionadas para restaurar a linha d’água e manter a estabilidade. Xarifa foi aprovado no teste de inclinação com louvor.
O estaleiro Metalships & Dock é especialista em reparos e refits de offshore, navios de petróleos e outras categorias. A empresa é parte do grupo Rodman, que também constrói barcos de pesca e iates de lazer. Muitas empresas locais e artesãos se envolveram no projeto de Xarifa, que levou cerca de um ano para ser concluído. E a restauração deste verdadeiro clássico dos mares para uma condição que
Comprimento total: 49.9 m
Linha d’água: 37 m
Boca: 8.55 m
Calado: 4.55 m
Deslocamento: 378 tonnes
Tonelagem bruta: 237 toneladas
Motorização:
Caterpillar 3406, 400bhp @ 1,800rpm
Velocidade (Máxima/ Cruzeiro): 9/7,5 nós
Autonomia: 1,500 milhas
náuticas a 7.5 nós
Geradores: 2 x 112kW
Stamegna SM1450
Propulsor de proa: 85kW CMC BTM85EA
Tanque de combustível: 19,000 litros
Capacidade de água doce: 17,500 litros
Proprietário e convidados: 12
Tripulação: 9
Tender: 1 x Castoldi Jet 14
Construção: aço e madeira
Classificação: RINA
Refit naval
Architecture: CYPSA
Exterior Styling: J M Soper
Refit interior Design:
Barracuda Yacht Design
Builder/Year: J Samuel White & Co Ltd, Cowes, UK/1927
Refit Yard/Year:
Metalships & Dock, Vigo, Spain/2014
Nenhum detalhe foi esquecido no refit. No deck, cada prancha da nova teca Burman é curvada para seguir a linha da borda
Prado teve origem numa aldeia de índios descendentes dos Aimorés, que se estabeleceu por volta de 1755, à margem esquerda do Rio Jucuruçu, próximo ao mar. Está situado no extremo sul da Bahia, na zona turística, conhecida como Costa das Baleias, que integra os municípios de Prado, Alcobaça, Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri. Vestígios do século XIX podem ser apreciados no centro histórico, destacando-se a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação e os antigos prédios no estilo colonial.
Os destaques da gastronomia está no centro de Prado, o Beco das Garrafas, uma pequena rua localizada na praça principal e que é reduto de bares e restaurantes. O forte apelo culinário deu origem ao Festival gastronômico e cultural do Prado.
Corumbau, distrito de Prado, é um lugar de beleza especial. O nome de origem tupi significa “o fim do mundo e o começo da terra” ou "longe de tudo", devido a larga ponta de areia que avança sobre o mar. São 15 km de praias de areias brancas e águas
Acima, a Igreja do Pardo, que foi construída em 1876, fica localizada no centro da cidade
Praias calmas com águas mornas estendemse por mais de 80 km de litoral na Costa das Baleias, no extremo sul da Bahia. Prado é rica em cultura, arte e lazerPor Andrea Funaro IGREJA DO PRADO
cristalinas. Os recifes de corais avançam 10 km mar adentro, tornando a praia mansa e tranquila. Na Ponta de Corumbau está a vila dos pescadores, local de saída e chegada dos barcos de pesca, das pousadas e do pequeno comércio. As acomodações são diversificadas, desde pousadas rústicas até sofisticados resorts.
Na bela Fazenda São Francisco, em meio aos coqueirais, com mais de 1,5 km de praia, é possível desfrutar a privacidade, com suítes e bangalôs à beira-mar. Com produtos colhidos de uma horta orgânica própria e pescados de Corumbau, a gastronomia da Fazenda prima pelo alto padrão de qualidade. Enquanto o café da manhã combina delícias como bolos, pães caseiros, tapiocas, queijos e sucos de frutas regionais, o menu à la carte do almoço e do jantar sempre trazem duas opções de entrada, prato principal e sobremesa. Com ambiente sofisti-
cado e charmoso, o restaurante é comandado pelo chef Teco. Suas receitas mesclam com perfeição os sabores da Bahia com a mais refinada culinária internacional. Destaque para a carta de vinhos com cerca de 40 rótulos de todo o mundo, que ficam acomodados em uma adega de cerâmica climatizada. Há opções de tintos, brancos e rosés, que são cuidadosamente selecionados para harmonizar com a diferenciada culinária do hotel.
O Vila Naiá, também na praia de Corumbau, está entre os destinos mais exclusivos do Brasil. Com capacidade para apenas 18 pessoas em quatro casas e quatro suítes, o hotel adota o conceito de “luxo sustentável”, propiciando uma experiência única de contato com a natureza e integração com a identidade cultural local sem abrir mão do conforto, design, bom gosto e da qualidade dos padrões internacionais de hospedagem. Inaugurado em 2004, o hotel é fruto de um projeto de 12 anos,
De barco é possível navegar pelas praias, visitar os corais de Itacolomi, subir o rio Corumbau e a reserva indígina de Monte Pascoal
Acima, as falésias rumo a Cumuruxatiba.
Ao lado direito, o Monte Pascoal visto da Rodovia. Índios Pataxós, no canto superior direito, e, no canto inferior direito, moqueca do restaurante
Terraço Hotel Cumuruxatiba
idealizado pela proprietária Renata Mellão e projetado pelo arquiteto Renato Marques. A gastronomia é um capítulo à parte, privilegiando ingredientes da horta 100% orgânica do hotel, alimentos da estação, peixes e frutos do mar fornecidos pelos pescadores da Reserva Extrativista Marinha de Corumbau, e pães feitos no local.
Os passeios de escuna e caiaques são um espetáculo à parte. É possível navegar pela praia, visitar os corais de Itacolomi, subir o rio Corumbau, que faz divisa entre a Fazenda São Francisco e a reserva indígena do Monte Pascoal. Ou ainda descobrir as belezas da praia do Espelho e da Barra do Cahy. Do outro lado do rio Corumbau, encontra-se a Reserva dos Índios Pataxós e o Parque Nacional Monte Pascoal.
O nome Cumuruxatiba vem da língua tupi, que significa “grande variação da maré”. Durante o fenômeno da maré rasante, a diferença entre maré baixa e alta deixa os corais a mostra, permitindo que o turista caminhe alguns trechos mar adentro.
Mais que uma tranquila e rústica vila de pescadores, o balneário é hoje procurado por turistas brasileiros e estrangeiros que buscam um refúgio de paz e tranquilidade. Cumuruxatiba guarda magníficas praias que sofreram pouca interferência do homem, cercadas por falésias, coqueirais e riachos de águas limpas.
Os últimos redutos de mata atlântica do sul da Bahia estão integrados à Reserva Extrativista Marinha de Corumbau, próxima dos Parques do Monte Pascoal e do Descobrimento. Cumuruxatiba possui uma ótima infraestrutura para receber os turistas com conforto e qualidade. Andar pela charmosa Vila é outra descoberta saborosa, experimentar e repetir as variedades de pratos regionais e internacionais, assistir as diferentes manifestações culturais e visitar os ateliês e lojas de artesanato também faz parte da experiência de estar em Cumuruxatiba.
A 126 km de Corumbau encontra-se Caravelas, que é a margem litorânea mais próxima para ir de barco a este local imperdível. O arquipélago de Abrolhos fica a 70 km do litoral. Você também pode chegar lá através de lanchas e escunas autorizadas pelo IBAMA, que partem de Prado, realizando a viagem em aproximadamente 6 horas. O Ideal é pernoitar em Caravelas e, antes de programar sua ida, entrar em contato com quem organiza o passeio. As formações rochosas de Abrolhos são cinco: Santa Bárbara, Siriba, Redonda, Sueste e Guarita. Formaram-se a partir de atividades vulcânicas, há 50 milhões de anos, sendo interessante salientar o fato de estarem dispostas em círculo e serem cercadas dos maiores, mais raros e exuberantes recifes de coral do Atlântico Sul, razão pela qual, em 1983, a região veio a fazer parte de uma Unidade de Conservação.
As águas claras do parque chegam a ter 30 metros de visibilidade, tornando o local um dos principais pontos de mergulho do Brasil. O cenário marinho conta com centenas de espécies de peixes tropicais, moluscos, crustáceos, formações de corais incríveis, além do Rosalina, um cargueiro italiano naufragado em 1939. De agosto a novembro, as águas quentes e calmas de Abrolhos recebem baleias jubarte, que migram da Antártida. Há a possibilidade de fazer uma caminhada por uma trilha na Ilha Siriba, para conhecer o ecossistema local com o acompanhamento de técnicos do IBAMA.
Um farol de navegação de 22 metros de altura, trazido da França por volta de 1861, constitui uma verdadeira relíquia instalada no ponto culminante da ilha de Santa Bárbara. Ilha Siriba é a única onde é permitido o desembarque de visitantes. Na ponta sudoeste há uma espécie de praia, formada por centenas de pequenas conchas e corais que se acumularam ao longo do tempo. O outro extremo é formado por piscinas naturais, cheias de peixes coloridos e caramujos.
De agosto a novembro, as águas quentes e calmas de Abrolhos recebem baleias jubarte, que migram
VIDA MARINHA
As água claras com até 30 metros de visibilidade torna o parque um dos principais pontos de mergulho do país, sem contar a variedade de espécies marinhas
COMO CHEGAR AEROPORTO DE PORTO SEGURO (a 210 Km de Prado)
ONDE FICAR PRADO
Pousada Ponta de Areia
Av. Beira Mar, 300
Coqueiral, Prado BA
CORUMBAU
Fazenda
São Francisco
Ponta do Corumbau s/n, Prado, BA
Vila Naiá
Estrada Principal, s/n
- Corumbau, Prado – BA
Os atobás têm nesta ilha o lugar ideal para fazer seus ninhos. Para conhecer o local há uma trilha de 1,6 Km, que circunda a ilha toda.
Ilha Guarita é a menor do parque e repleta de pedras arredondadas, de coloração branca. A impressão é que elas foram pintadas, mas a cor é originária das fezes das inúmeras aves que vivem no local, como os beneditos, que a utilizam para pouso e procriação. Ilha Redonda possui as maiores altitudes do parque, com encostas abruptas onde fragatas costumam fazer seus ninhos. Durante o verão recebe a visita das tartarugas para desova. Ilha Sueste é a mais distante do arquipélago e é a mais preservada, justamente pela dificuldade de acesso. A ausência do homem na ilha permite que as aves marinhas espalhem seus ninhos por quase todos os cantos.
CAMURUXATIBA
Pousada Areia Preta
R. Beiramar 14, Cumuruxatiba, Prado
CARAVELA ABROLHOS
Marina Porto Abrolhos
Rua da Baleia, 333 Barra de Caravelas BA
SERVIÇOS & PASSEIOS
CORUMBAU -
MERGULHO NO
RECIFE DO PATAXO
ESCUNAS SEREIA DE GUARATIBA
Charmosas avós fofocando com suas bolsas de couro enfeitadas com pedrarias e coroas de ouro reluzentes
A mais recente campanha da Dolce & Gabbana é um comovente passeio em família. As imagens foram inspiradas na influência espanhola na cultura siciliana. Um grupo de modelos, incluindo Bianca Balti, Irina Sharipova, Blanca Padilla e Vittoria Ceretti, aparece com um grupo de elegantes “nonnas”. Domenico Dolce estava de plantão fotografando a campanha enquanto Stefano Gabbana assumiu o papel de diretor artístico para as cenas. A campanha da grife teve uma vibração que foi claramente evoluindo nos bastidores. O homem bem adornado com vestimentas de touradas que aparece em cena é José Maria Manzanares, também conhecido como o toureiro mais talentoso do mundo.
Andrea Funaro FOTOGRAFIA Domenico Dolce DIRETOR ARTÍSTICO Stefano Gabbana PORHomens de ternos bem alinhados, com blazer estilo matador, e avós com bolsas de couro coloridas
Dolce & Gabbana criou seus modelos para señoritas sedutoras, nesta Primavera 2015. Rendas, bordados, babados, flores, ornamentos e vermelho, dourado e preto marcam a coleção
Apesar da influência espanhola, a temática foi teatral. Alguns conjuntos foram feitos com os comprimentos de saia midi, boleros e shorts de cintura alta. Nos desfiles da grife, os c penteados e acessórios para o cabelo são comuns. Sapatilhas flats vistosas provam que é possível ser elegante tanto quanto o salto alto
Brunch é mais do que uma refeição do meio dia; é uma oportunidade de viajar no tempo para um passado mais elegante. Aos domingos, o l (3) em Coral Gables, na Flórida, EUA, abriga um dos últimos buffets de brunch imponentes da região, que pode ser saboreado a sombra de palmeiras, em um majestoso pátio central de estilo espanhol.
O buffet extravagante apresenta iguarias intermináveis como os ovos Benedicts Hollandaise (2), acompanhados com trufas negras ou salmão e caviar (1). O pedido é recomendado pelo chef David Hackett (5).
Uma enorme variedade de sobremesas são preparadas com perfeição pelo Pastry Executive Chef Olivier Rodriguez. O grande Sunday Champagne Brunch (6) combina toques europeus, a exuberância latina e o estilo muito próprio de Miami.
Para complementar toda a sofisticação deste programa espetacular vale harmonizar a refeição com o renomado champanhe Laurent Perrier (4)
por Andrea FunaroDiante dos mais variados vinhos, a Reserva Importadora sugere um rótulo e a melhor harmonização a cada edição. Para o primeiro brinde, trouxemos um dos tesouros portugueses, o Quinta Mendes Pereira Tinto Reserva 2010
O vinho, por si só, já remete a um mundo envolvente, que engloba história, cultura, geografia e outros fatores. Ao se aprofundar neste universo é possível conhecer rótulos tradicionais e exclusivos, além de encontrar tesouros: como os vinhos produzidos em um pequeno e histórico vilarejo do Dão, aos pés da Serra da Estrela, chamado Oliveira do Conde, em Portugal.
Trata-se especificamente da vinícola Quinta Mendes Pereira, que mantém a tradição de preservar as vinhas velhas, a colheita delicada e manual, a pisa a pé no lagar de granito ao som dos famosos fados do país. A responsável por essa incrível relíquia portuguesa é a proprietária Raquel Camargo Mendes Pereira, uma brasileira que há anos mudou-se para Portugal para cuidar da terra que foi de seu pai, de quem herdou a paixão pelos vinhos. Raquel conta com o trabalho técnico do renomado enólogo português António Narciso, que assina todos os rótulos fabricados na vinícola.
A grande novidade da Quinta Mendes Pereira é surpreendente: o Reserva 2010, um vinho tinto monocasta, produzido através de uma minuciosa seleção das melhores uvas Touriga Nacional do Dão. Com uma elegância indiscutível, muito corpo e taninos marcantes, a bebida mostra claramente a tipicidade frutada de sua casta, além do nítido resultado do estágio em carvalho que gerou sua complexidade de aromas (em que compotas de frutas se sobressaem), seu volume, maciez de boca e seu final persistente.
Apesar de já estar agradabilíssimo para ser degustado após alguns minutos respirando, esse é um vinho que, certamente, trará grandes e gratas recompensas a quem guardá-lo por mais alguns anos. Não à toa que ele já é considerado pelos críticos locais o “diamante do Dão”.
Vinícola: Quinta
Mendes Pereira
Região: Dão
País: Portugal
Denominação: DOC/ VQPRD
Medalha de Prata CVR do Dão
Graduação
alcoólica: 14,5%
Variedade:
100% Touriga Nacional
Enólogo:
António Narciso
Harmonização: Pode ser consumido desde já para apreciadores de vinho bem estruturado acompanhando pratos de carnes fortes e embutidos ou, de preferência, no final de uma refeição com um bom queijo da Serra da Estrela.
Temperatura ideal para consumo: 18ºc a 20ºc
Importado por: Reserva Importadora (reservaimportadora. com.br)
O magnífico 73m (239.5ft) super iate Titania tem um interior com design clássico com áreas maravilhosas para o entretenimento. Uma piscina no deck e uma grande variedade de brinquedos para serem usufruidos por toda a família e amigos na água enquanto uma equipe composta por 20 pessoas está à disposição realizando um serviço de primeira classe. Desfruta do prazer no Mediterrâneo em St Tropez, Portofino, e Capri a bordo do Titania durante o verão. Entre em contato com a Burgess para mais informações.
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